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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 15 – nº 120 Distribuição Gratuita Nesta edição: Jesus e Judas Iscariotes Perturbação Coletiva Homenagem a Allan Kardec Aborto Criminoso Livros: Reportagens de Além-Túmulo; Companheiro; Na Era do Espírito; Astronautas do Além Charles Robert Richet e o Princípio da Nova Era 3 a e última parte Cobiça Coragem Existência de Deus Esquecimento do Passado

Charles Robert Richet e o Princípio da Nova Era · Paulo sabia que o moço é o depositário e realizador do futuro,” (livro Segue-me, Emmanuel/Chico Xavier) Devemos estar atentos

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 15 – nº 120Distribuição Gratuita

Nesta edição:Jesus e Judas Iscariotes

Perturbação Coletiva

Homenagem a Allan Kardec

Aborto Criminoso

Livros: Reportagens de Além-Túmulo; Companheiro; Na Era do Espírito; Astronautas do Além

Charles Robert Richet e o Princípio da Nova Era

3a e última parte

Cobiça

Coragem

Existência de Deus

Esquecimento do Passado

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Ouvimos constantemente, em palestras espíritas, que o Centro Espírita é um pronto socorro, uma escola e uma oficina de trabalho.

Seguindo esta ótica, chamamos a atenção para os jovens que frequentam os Centros Espíritas, mas não têm esta mesma visão, pois só comparecem para tomar o passe e ouvir uma palestra.

Já nos alertou Emmanuel ao comentar a carta do apóstolo Paulo a Timóteo:“Meu amigo da cristandade juvenil, que ninguém despreze a mocidade...

O apóstolo da gentilidade conhecia o teu soberano potencial de grandeza... Paulo sabia que o moço é o depositário e realizador do futuro,” (livro Segue-me, Emmanuel/Chico Xavier)

Devemos estar atentos para aproveitar este “soberano potencial de grandeza” que é a energia do jovem, oferecendo na escola e oficina de trabalho que é o Centro Espírita, a oportunidade de o jovem participar, seja na câmara de passe, distribuindo água fluidificada, nas aulas de evangelização infantil, auxiliando na organização do material e cuidados com as crianças, ou em outros diversos trabalhos que a Casa Espírita desenvolve.

Se todos reencarnamos com o objetivo de evoluir, estes jovens também têm sede desta evolução e eles não podem mais perder tempo!

O jovem precisa de orientação e gosta de se sentir útil, participativo. Temos que conciliar estas duas características.

Interagir com o meio em que vivemos é a forma que todos nós temos de desenvolver as boas aptidões.

Se não dermos oportunidades para os jovens atuarem nas Casas Espíritas eles, naturalmente, vão se desinteressar e buscar outros caminhos. E aí é que mora o perigo, pois as portas abertas nem sempre levam a uma estrada segura.

Não fiquemos somente no discurso de que os jovens estão “perdidos”, pois é muito comodismo.

Como participantes de uma Casa Espírita podemos e devemos oferecer oportunidades para todos, seguindo a recomendação de Jesus:

“Vinde a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.”

Equipe Seareiro

Editorialeditorial

Índice

Publicação TrimestralDoutrinária-espírita

Ano 15 – nº 120Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas “Amor e Esperança”CNPJ: 03.880.975/0001-40

Inscrição Estadual: 146.209.029.115

Seareiro é uma publicação trimestral, destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e a manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua dos Marimbás, 220

Vila GuacuriSão Paulo – SP – Brasil

CEP: 04475-240Tel: (11) 2758-6345

E-mail: [email protected]: www.espiritismoeluz.org.br

Conselho Editorial

Cassiano Ribeiro NogueiraReinaldo Gimenez

Rosangela Araújo NevesSilvana S.F.X. Gimenez

Vanda NovickasWilson Adolpho

RevisãoConselho Editorial

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433

Diagramação e ArteReinaldo Gimenez

Silvana S.F.X. Gimenez

Imagem da Capahttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/

Charles_Robert_Richet.jpg

ImpressãoPauliceia Gráfica e Editora Ltda.

Rua Terceiro Sargento João Lopes, 138 – São Paulo – SP

(11) 2631-9308CNPJ: 05.497.861/0001-40

Tiragem9.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Grandes Pioneiros: Charles Robert Richet e o Princípio da Nova Era - 3ª e última parte - p. 3

Ciência, Filosofia e Espiritismo: Deus - p. 8Kardec em Estudo: Esquecimento do Passado - p. 9Livro em Foco: Reportagens de Além-Túmulo - p. 9Homenagem: Homenagem a Allan Kardec - p. 10Pegadas do Mestre: Jesus e Judas Iscariotes - p. 12Família: Coragem - p. 14Trabalhos da Casa: Atividades de Sábado - p. 14Aborto: Aborto Criminoso - p. 15Conto: O Rato e a Ratoeira - p. 15Clube do Livro: Companheiro; Na Era do Espírito; Astronautas do Além -

p. 16Tema Livre: Novidade - p. 16; Capacidade Mental Ainda Não

Compreendida - p. 16; Existência de Deus - p. 17Cantinho do Verso em Prosa: Cobiça - p. 17Atualidade: Perturbação Coletiva - p. 18Aconteceu: Festas de Fim de Ano - p. 19

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3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Charles Robert Richet e o Princípio da Nova Era - 3a e última parteCharles Richet, aceitando o convite de Aksakof, foi até

Milão. Lá encontrou seu famoso amigo Cesare Lombroso e mais Schiafarelli, Chiaia e Finzi, todos reunidos para assistir e investigar os fenômenos de materialização. Através des-sa experiência, ele tomou conhecimento desse fenômeno, pela médium Eusápia Palladino, observando os efeitos das mate-rializações, que há muito tempo já tinham sido estudados pela equipe ali composta. Para Ri-chet, severo observador, era um momento importante para seus estudos sobre a imortalidade da alma.

Eusápia Palladino, a início de cada sessão, entrava em tran-se aos poucos. Richet acom-panhava todos os movimentos do corpo da médium que, para ele, parecia obedecer a um dife-rente comando corporal, sendo seus pés e mãos, seguros pelo senhor Lombroso e outros com-ponentes da reunião, à medida que as materializações se realizavam.

Durante algum tempo, Richet acompanhou a todo esse processo mediúnico, até que um dia, encontrando-se com um investigador de Varsóvia, Polônia, o senhor Ochorowicz, que também tinha um profundo interesse pelos fenômenos das mesas girantes e da famosa médium Palladino, convi-dou-o a ir com ele à Ilha Ribraud, sua pequena propriedade, onde levaria Eusápia Palladino, para melhor estudarem as materializações. Esse lugar, descrevia com segurança, ser propício por ser uma ilha mediterrânea, deserta, habitada apenas pelo guarda do farol e sua família.

Aceito o convite, tanto por Eusápia, como pelo investigador polonês, partiram para o lo-cal, de propriedade de Richet. Esses estudos tiveram uma duração de três meses e eram re-alizados três vezes por semana. Todas essas experiências foram de grande sucesso, opor-tunidade em que Richet e seus companheiros assistiram às evidências dos movimentos, de objetos que pairavam no ar, sem nenhum con-tato da médium e sem qualquer aragem, que quisessem levantar como suspeita de fraudes, pois o local estava trancado e a médium amar-rada. Findo o período experimental, Richet e Ochorowicz juntaram-se a uma plêiade de sábios cientistas, mostrando as provas pelas quais Eusápia Palladino se sujeitou de bom grado. E todos esses sábios faziam parte da Society for Psychical Research, de Londres. Tudo foi meticulosamente estudado e chega-

ram à conclusão de que os fatos eram verídicos e que a médium Eusapia Palladino tinha realmente uma extraordi-nária faculdade mediúnica em materializações e levitações, seguidas de transposições de objetos.

Charles Richet estava convencido das verdades desses fenômenos, por isso resolveu fundar um periódico, na Fran-ça, especializado nesse novo ramo, para a ciência. Assim, junto com o doutor Dariex, sur-giu o Annales des Sciences Psychiques. Este foi o maior órgão que colaborou para o grande interesse dos cientistas a provar a existência da alma. O acontecimento da grande guer-ra mundial trouxe a interrupção da publicação do órgão que, posteriormente, foi substituído pela Revue Metapsychique, pertencente esse periódico ao Institut Métapsychique.

Charles Richet foi presidente da Society for Psychical Research de Londres, quando por esse período escreveu uma memória a respeito dos fenôme-nos mediúnicos estudados, classificando-os como fenôme-nos objetivos e fenômenos subjetivos.

Foi nesse trabalho que apareceu pela primeira vez a pala-vra Metapsíquica, criada por ele, designando a nova ciência, a ciência dos fenômenos psíquicos.

O termo Metapsíquica, como estudo dos fenômenos me-diúnicos, trouxe muitos aborrecimentos a Richet. Em todas as rodas científicas ele era motivo de zombaria junto dos cientistas que aplaudiam ironicamente seus esforços. Mas, Richet não se deixava abater sob a opinião pública ou qual-

quer outro tipo de descrença dos seus estu-dos. Ele poderia ter guardado todo seu projeto a esse respeito, mas não era esse o seu in-teresse. A verdade da existência da alma era um fator importante para a evolução do ser humano. Isto o levou a participar de muitos congressos, seminários, conferências, maté-rias para muitos periódicos de outros locais, que pediam sua colaboração. E durante um bom tempo, Richet oferecia jantares em sua residência, reunindo vários estudiosos e pro-fessores, que eram adeptos a esse tipo de ex-periências. Porém, não alcançando seu maior interesse em chegar às universidades sobre o estudo da Metapsíquica, ele lançou outra obra, denominada Tratado de Metapsíqui-ca, querendo com essa obra provocar outros cientistas a cooperarem na divulgação desse novo caminho. Após esse livro, vieram outros

Eusapia Palladino no centro e Richet a direita

Tratado de Metapsíquica

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como: O sexto sentido; O futuro da premonição; A grande esperança e em socorro.

Outros grandes investigadores fi-zeram-se presentes aos esforços de Richet em divulgar e comprovar cien-tificamente os fenômenos mediúni-cos, apreciados por eles, entre muitos médiuns, como: Eusápia Palladino, Irmãs Fox, Elizabeth d´Esperance, Emance Dufaux, Ana Prado e outros. São esses pesquisadores: William Crookes, Oliver Lodge, Cesare Lom-broso, William James, Henri Morseli, Hans Driesch, que, como Richet, du-vidavam da interferência dos Espíri-tos, portanto, os estudos elaborados por eles eram profundamente seve-ros e as observações em cima das aparências e dos gestos dos médiuns eram de marcação e análises. Nunca atestaram uma fraude.

Até aí o fato era aceito como ciên-cia, mas onde está a parte religiosa? Onde está a Doutrina Espírita?

Estas também eram as indagações de Richet. Ele tinha profundo respei-to pelas obras de Allan Kardec, mas não era conhecedor de seu trabalho, como o Codificador do Espiritismo.

Dedicado aos estudos científicos, Richet não tivera tempo para comparar e entender que es-ses fatos estavam interligados, que a ciência e a religião caminham juntas. Mas, isto não o fazia perder todo mérito já conquistado. Frente às suas investigações, ele passou a aceitar a imortalidade, só que esses fatos, para ele, eram fenômenos e não provocados por espíritos. Richet não con-seguia admitir que o espiritismo é regido por leis diferentes das leis humanas e também não estão ajustadas aos limites da física, da química e da fisiologia.

As explicações para os fenômenos mediúnicos estudados por Richet, através das obras de Kardec, sobre o qual dizia ele ter profundo respeito, eram muito simples. Aos fenôme-nos que ele presenciou, pelos chamados médiuns psicofô-nicos, ele relata: “Acompanhei a psicofonia pela médium, a senhora Piper, que transmitiu uma mensagem de George Pelham, o espírito. A médium a meu ver reproduzia a fala de George, seu estilo. Sei que ele morreu, mas a sua consciên-cia não desapareceu. A sua memória sobrevive e, portanto, tomou os pensamentos da médium. Falando ou escrevendo, George reaparece psicologicamente. Creio ser esta expli-cação, pelos espíritos, muito simples e que empalidecem a ciência.”

A sobrevivência da alma também se tornou um caso muito sério para os pensamentos de Richet. Era preciso compro-vá-la cientificamente, usando todos os meios em suas pes-quisas, através da fisiologia. Ora ele aceitava, ora não, co-locando milhões de dúvidas, como em tudo que via e ouvia, sobre todos os fenômenos. Como fisiologista, ele indagava: Como supor haver sobrevivência da consciência, sem cére-bro? Portanto, dizia ele, aí a explicação do professor Kardec, era a mais aceitável.

Em seu livro, Tratado de Metapsíquica, ele tece um co-mentário em torno das exposições de Kardec em suas obras; eis o trecho:

“É necessário admirar sem reser-va a energia intelectual de Kardec. Não obstante a sua credulidade exa-gerada tem fé na experimentação. É sempre na experimentação que se apoia, de maneira que sua obra não é apenas uma teoria grandiosa e homogênea, mas também um impo-nente repositório de fatos.

Os espíritas julgam possuir uma explicação adequada para todos os fenômenos. Disse-lhes que a sua explicação era hipotética, mas não hesitei em reconhecer que em certos casos, raros, a hipótese espírita, sim-plista, parecia ser preferível.” (Char-les Richet – O apóstolo da Ciência e do Espiritismo).

Richet ainda esclarece no seu li-vro Tratado de Metapsíquica, que a palavra sobrenatural, como a supra-normal (aliás de acordo com outro investigador, Fred Mayers) não são determinantes, porque em todo Uni-verso isso não existe, senão o que é natural e o que é normal.

Continuando a sua exposição nes-se mesmo livro, ele informa que do mesmo modo a palavra oculto é para a ciência inadequada, pois ela quer dizer mistério, e para a ciência o mis-tério não existe.

Richet considerava a perseguição como um privilégio, pois poucos eram os que continuavam a defender um ideal mais elevado, sobrepondo-se aos menos inteligentes. E isto era colocado para aqueles que o compreendiam nos estu-dos da metapsíquica. Ele mencionava seus amigos, como William Crookes, Cesare Lombroso, William James e outros, de se sentirem insulados em defender a ciência do inabitual.

Richet procurava se dirigir aos jovens, para que não se deixassem dominar pelo mal dos séculos, quer dizer, pela corrida desenfreada às riquezas mundanas, oferecendo va-lores inaceitáveis pela honestidade. “Quem sabe uma nova sociedade poderá surgir sendo diferenciada do materialismo vulgar.” “Creio”, considerava Richet aos jovens, “que apesar da zombaria que se faz da ciência oficial pela metapsíqui-ca, guardo confiança em seu futuro, pois a Verdade, sempre triunfará!”

Charles Richet apresentou um importante discurso, sen-do o mesmo reproduzido pela Presse Médicale, colocando a veracidade dos fenômenos estudados pela Metapsique, esclarecendo que, para o alcance e compreensão desses fatos, as investigações vão ao infinito. Afirmou, perante a assistência dos intelectuais, que outros caminhos, além dos considerados sensoriais normais, como o hipnotismo, mé-diuns sensitivos e outras formas nos induzem a procurarmos as verdades desses procedimentos, que às vezes nem a in-teligência, nem a visão, nem a audição e nem o tato, nos fazem chegar às mais acertadas conclusões.

Anos depois, Richet, quando deixava sua profissão de emérito professor na Faculdade de Medicina, resolveu que sua última aula seria sobre a Metapsíquica. Após essa ideia, que fora muito bem aceita pelos alunos, estes pediram para que fosse também incluída uma última lição sobre a fisiologia, uma obra deixada por Richet, quando as preleções

Fotos de uma mesa levitando, com a médium Eusápia Palladino. À esquerda do médium, Camille Flammarion.

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desse tratado eram realizadas no laboratório de Fisiologia da Faculdade de Medicina.

Sobre a Metapsíquica, as aulas tiveram um período maior do que esperava Richet, pois muitas foram as pessoas de ciência de várias idades, que tinham grandes interes-ses nessa área.

Foram estas as palavras de Richet ao final da última aula realizada por ele: “Terminei, senhores, esta exposição sumária de uma ciência nova. Imagino que uma das grandes tarefas do século XX será dar à Metapsíqui-ca toda sua amplitude. Pesada tarefa, mas grande obra, que compete aos fisiologistas tornar muito bela.”

E, dirigindo-se aos jovens que acompa-nhavam a essa maravilhosa exposição so-bre o assunto, encerrou dizendo:

— Vós sois muito jovens, jovens pesso-as. Vereis talvez um destes horizontes novos, magníficos, porque a Metapsíquica desenvolve-se com uma rapidez que amedronta. Eu não verei estes tempos felizes, mas tenho algum orgulho tê-los previsto. (do livro Charles Richet – O Apóstolo da Ciência e o Espiritismo).

A contribuição de Richet para com a Doutrina Espírita, a qual ele designava como Ciência Espírita, foi de grande valia. Estudou Kardec e, participando em muitas reuniões de materializações e psicofonias, relatou fatos curiosos em suas aulas práticas e em suas obras, deixando claro que, para ele, esses fenômenos eram relacionados aos estudos da Metapsíquica. Embora defendendo a causa espiritualista e, apesar de ouvir muitos sarcasmos e zombarias a respeito do assunto, ele colocou em jogo sua reputação de grande cientista ao discursar na Academia de Ciência da França, abordando os fenômenos de duas maneiras, os objetivos e os subjetivos. Sendo o primeiro, estudado segundo a Metap-síquica, como fenômenos materiais, isto é, onde a mecânica dos fatos, não se consegue explicar e, os subjetivos, como os fatos mentais, isto é, os que ocorrem no campo das sen-sibilidades ocultas, sendo de percepções desconhecidas. Entre as vacilações em aceitar ou não a verdade doutrinária, Richet, em sua época, foi o maior divulgador dos fenômenos espirituais. Foi ele o ganhador do Prêmio Nobel de Fisiolo-gia, em 1913 e também de Medicina.

O doutor Eugènne Osty classificava-o em suas palestras, afirmando: “A coragem moral de Charles Richet era de acor-do com a dimensão de sua vasta inteligência.”

Richet também participou do encerramento do Congresso Internacional de Metapsíquica, realizado na Sorbonne, em Paris, no ano de 1927.

Os ideais de Charles Richet eram sempre de renovação para conseguir acelerar, se possível, o progresso da Humanidade. Mas as dife-renças existentes nos meios de comuni-cações entre os povos, pelo linguajar, isto é, dificuldades nas palavras e as interpre-tações dos textos grafados nas obras, tra-ziam conflitos entre os leitores. Por esse motivo, quando o Esperanto surgiu com a finalidade de facilitar o intercâmbio atra-vés de uma linguagem internacional, Ri-chet, de pronto, identificou-se com ele e passou a defendê-lo como a forma mais segura da linguagem entre todos os po-vos, para o futuro, sendo que ele mesmo

afirmava que talvez não pudesse ver alcan-çado esse ideal.

A Espiritualidade Superior sabia desses conflitos, da falta de entendimento da lin-guagem entre as nações, sendo também vivido esse problema entre os desencarna-dos, que eram designados a se comunica-rem entre povos de diferentes raças. Então, Espíritos especialistas em fonética e etimo-logia estudaram uma forma única de idioma internacional que viesse trazer um entendi-mento mais rápido em todas as regiões ter-restres. Para isso acontecer, foi necessário que um Missionário Superior reencarnasse na Terra para solucionar o problema entre os diferentes povos. E na Polônia, no dia 15 de dezembro de 1859, nasceu um meni-no, que recebeu o nome de Lázaro Ludwig Zamenhof, sendo filho de Rosália e Marcos

Zamenhof. O pai foi professor de geografia e línguas moder-nas, tendo de conviver com as diferenças de raças e de di-fícil trato no linguajar. Na pequena cidade de Bialystok, terra natural dos Zamenhof, eram faladas quatro línguas oficiais: o russo, o alemão, o polonês e o iídiche, sendo esta uma língua germânica falada pelos judeus.

Os judeus, especialmente os da Europa Central e Orien-tal, são judeus-alemães, sendo seus vocabulários em he-braico e em menor número em eslavos. Em todo o Império Russo, do qual a Polônia fazia parte, falavam-se duzentas línguas diferentes.

Lázaro Zamenhof cresceu sentindo essa dificuldade de comunicação. Bafejado pela Espiritualidade Superior, come-çou a estudar uma forma de reduzir as diversidades raciais, religiosas e linguísticas. Procurou um idioma comum, pelo qual todas as pessoas se relacionassem estreitando os la-ços de fraternidade. E com o pseudônimo de Doutor Espe-ranto, no dia 26 de julho de 1887, publicou a primeira obra que ficou conhecida como uma nova língua internacional, que no futuro seria reconhecida como Esperanto.

Consolidou-se o Esperanto, como uma língua neutra in-ternacional, com muitos adeptos espalhados por toda Terra.

Lázaro Zamenhof, após cumprir sua missão, desencarnou em 14 de abril de 1917, na cidade de Varsóvia.

A origem do Esperanto, portanto, veio do Mundo Espiritual Superior e tem recebido o apoio dos Espíritos responsáveis pelo progresso da Humanidade. Doutor Bezerra de Mene-zes, Camilo Castelo Branco, Léon Denis e Victor Hugo, infor-mam que há academias no Plano Espiritual, que influenciam grupos de estudos na Terra, para a propagação do Esperan-to, com línguas diferentes, para a continuidade da divulga-ção do Evangelho de Jesus entre todas as nações terrenas.

Lázaro Zamenhof

Era uma casa abençoada,Não tinha teto, não tinha nada.

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Charles Richet soube compre-ender essa importante forma de comunicação entre os diferentes povos, por isso, tornou-se um ardoroso defensor ativo do Espe-ranto, demonstrando, com isso, a sua condição de um homem sempre à frente de seus contem-porâneos.

O entusiasmo de Richet pela difusão do Esperanto era tão grande, que chegou a afirmar para alguns professores “se por acaso viesse a ser o Ministro da Instrução Pública da França, chegaria a propor aos ministros estrangeiros da Itália, Espanha, Alemanha e outros países, o ensino obrigatório do Esperan-to, por alguns meses, entre os jovens, estabelecendo uma co-missão internacional para sentir o interesse dos alunos por essa língua. Para tanto organizaria uma forma de prêmio para os professores e alunos, que se destacassem por esse inter-câmbio linguístico.”

Se Richet não pôde ver a realização desse seu ideal en-quanto na Terra, com certeza acompanhou do mundo espiri-tual, de que o Ministro dos Correios da República Francesa, incentivou a divulgação pelo rádio de um programa de Es-peranto. E Ismael Gomes Braga informou que foi publicado na Revista Internacional de Espiritismo, um artigo datado no ano de 1938, que a língua esperantista, foi levada ao ar pela estação oficial do governo francês, em Paris, na peça intitu-lada Sokrato (Sócrates) em Esperanto, escrita em três atos cuja autoria era de Charles Richet. Com isso, registrou Isma-el, mostra-se uma nova era para o progresso humano, vencendo as barreiras das diferentes línguas, facilitando os meios de comunicação mundial.

Por essa época, em que graves conflitos internacionais aconteciam, a grande preocu-pação vista pelo Plano Espiritual Superior, fez com que através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, en-viasse a Ismael Gomes Braga uma mensagem intitulada: A missão do Esperanto. Nela, Em-manuel traduz o envio de que a Espiritualidade concita a Humanidade a reunir forças pela fé e pela união dos povos, sendo fraternos uns e outros para as energias serem renovadas, objetivando o futuro milênio através do Espe-ranto, língua que poderia traduzir ao mundo a esperada fraternidade. Afirma Emmanuel, em sua mensagem, que Jesus não veio ao planeta para des-truir a Lei; e nem o Espiritismo, como Consolador, não veio destruir as religiões existentes, mas sim, veio Jesus cumprir os princípios da Lei e a Doutrina Consoladora veio para res-taurar a Verdade e a esperança nos corações atormentados pelos conflitos morais alterados pelo orgulho e pelo egoís-

mo. Esta mensagem encontra-se na íntegra no livro: Charles Richet – O Apóstolo da Ciência e do Espiritismo, de Samuel Nunes Magalhães.

Charles Richet visitou o Brasil no final do ano de 1908. Foi recebido com muito carinho pelas autoridades brasileiras de vários estados. Cientistas e intelectuais do meio cultural brasileiro também se fizeram presentes. Foram várias confe-rências realizadas por Richet sobre os temas: anafilaxia, os mestres da Medicina, a aviação, a paz, a guerra, entre ou-tros assuntos que agradaram o público presente. Depois ele seguiu para o Estado do Amazonas, onde fez observações e estudos sobre as espécies de pássaros da fauna amazô-nica, que o deixaram maravilhado pelas variações das plan-

tas medicinais. A criação da Natureza! refletia Richet, admirado pela extensão da floresta amazônica.

Enquanto Richet continuava as investiga-ções dos fenômenos espirituais na Europa, aqui no Brasil outro dinâmico divulgador e praticante espírita e conhecido nas lides espi-rituais, o senhor Cairbar Shutel, editando mais uma de suas obras, intitulada A vida no outro mundo, enviou um exemplar para Charles Ri-chet. Este, em agradecimento, endereçou-lhe o seguinte recado:

“Obrigado, caro senhor, de vosso livro. Como vós tendes razão de estudar o minis-tério da morte e da Metapsíquica. A morte é a porta da vida.”

Cairbar sentiu grande contentamento com a resposta de Richet, pois ele, dizendo que

a morte é a porta da vida, dava sua certeza de que há vida após o desencarne.

Richet, após as investigações de tantos anos, chegou à conclusão de que realmente a Humanidade tinha necessi-dade de uma religião, de uma forma em que a existência não fosse apenas material, onde só o dinheiro viesse sa-tisfazer o ideal das pessoas. Ele afirmava convicto de que “a crença na imortalidade é a base fundamental de todas as religiões.”. Embora as reflexões de Richet parecessem um tanto dúbias, quanto a admitir a sobrevivência da alma, ele, sem tomar sentido de suas dúvidas, tinha como certas as comunicações dos desencarnados com os encarnados e isso, ele próprio não poderia negar, pelos fatos vistos em

Ismael Gomes Braga palestrando, 1958

Revista Internacional de Espiritismo, Editora O Clarin

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7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

suas investigações. Talvez toda essa sua pro-vável descrença tenha sido pela sua formação materialista e por ter sempre vivido com expe-riências laboratoriais. Porém, ele, durante bom tempo junto a outros pesquisadores sobre os fenômenos de materializações, evidenciou na casa do senhor e General Noel, em Alger, na Vila Carmen as aparições com médiuns famosos no meio espírita. Richet colocou-as em atas, com fotos e as publicou através da imprensa local e de outras localidades, que causaram muitas po-lêmicas, entre investigadores, sempre propen-sos a dificultar o caminho real dessas aparições, declarando estes que “a teoria espírita seria ridí-cula e absurda”. A estes Richet, respondia: “Se são verdadeiras ou falsas, não me cabe discuti--las, sei apenas que esses fatos acontecem e são sujeitos a provas. Penso que, ao querermos ignorar o Espiritismo, deveremos estudá-lo, pois poucas noções temos ainda sobre o homem e o Universo.”

Por fim, equivale dizer como o escritor e dra-maturgo russo, Anton Tchekov: “O homem é aquilo em que acredita”.

No dia 4 de dezembro de 1935, Charles Ri-chet, aos oitenta e cinco anos de existência fí-sica, deixa o corpo carnal, partindo para a Es-piritualidade, tendo cumprido o seu dever para com a Humanidade, pois acima de tudo, soube conservar sua lealdade aos princípios em que acreditava e na pureza de seu coração, como pai e amigo de seus familiares.

A Revista Internacional de Espiritismo, em Matão, São Paulo, publicou longa matéria so-bre o desencarne de Richet. Entre vários pon-tos comentados, a matéria ressalta: “O doutor Richet deixa a França e esta cobre-se de luto, com o passamento de um dos maiores dos seus filhos, e o mundo inteiro, o mundo in-telectual, o religioso, se associa, numa solidariedade sincera e fraterna ao espírito francês.”

O doutor Carlos Imbassahy, no Brasil, despede-se de Richet, com todo calor humano, que sempre transmitiu em suas matérias, sendo ardoroso defensor da Doutrina Espí-rita, com estas palavras: “Ao fechar a última página de um de seus livros, somos sempre dominados pela saudade, tal como agora, ao vê-lo dobrar a última folha de sua vida pro-veitosa. Suas obras são monumentos de sabedoria e, tão fá-cil lhe é o estilo, tão clara a exposição, que todos a entendem e com elas se deleitam.”

Materialista, in nomine, Richet foi na ação, um dos maio-res espiritualistas de seu século, sempre consagrando sua atividade a favor da paz e da fraternidade.

Esta matéria do doutor Carlos Imbassahy consta na Re-vista Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, publicada em 16 de dezembro de 1935, poucos dias após o desencarne de Richet.

Charles Richet, despertando no mundo es-piritual, vê ao seu redor os amigos de outrora, como Gabriel Delanne, Flammarion, Leon De-nis, que o aguardavam com carinho, para sau-dá-lo nesse retorno da verdadeira vida. Ele per-cebe, também, a presença das personalidades que tiveram saliência na vida física, na França. Colaboradores da Revista dos Dois Mundos, os cooperadores sinceros, que lhe deram muito apoio, com a obra dos Anais das Ciências Psí-quicas e muitos outros amigos e admiradores do grande mestre Richet. E ele se vê na reali-dade espiritual. Vem à sua lembrança as mate-rializações da Vila Carmen, porém, olha os seus restos físicos e novamente percebe a presença dos amigos que o rodeiam. Nessa confusão da sua personalidade ainda duvidosa, ele conse-gue ouvir uma voz, vinda do infinito:

“— Richet”, fala o Senhor Misericordioso, “por que não afirmaste a imortalidade e por que desconheceste o meu nome no teu apostolado de missionário da ciência e do labor?” E Jesus continuou inquirindo Richet, lembrando-o de que durante seus oitenta e cinco anos passados na Terra, Ele esperava que, após tantos estudos durante longo tempo, viesse fazê-lo despertar pela fé, porém, junto de suas dúvidas que o tor-turavam sobre a morte, não adiantaram suas experimentações no campo da fisiologia e da ci-ência. E Jesus, anuncia: “— E agora, premiando os teus labores, eu te concedo os tesouros da fé que te faltou, na dolorosa estrada do mundo”.

Richet, nesse instante, sente que seu cora-ção foi tocado por imensa luz, algo que a ciên-cia nunca lhe transmitiu. As lágrimas descem de

seus olhos, reconhecendo o toque de Jesus. E como voltas-se à infância, recordou e orou emocionado, o Pai Nosso que estais no céu... A estrada da imortalidade estava à sua frente e entre as luzes coloridas, o apóstolo da ciência seguiu cheio de alegria e gratidão a Jesus, rumo à eternidade, com novas esperanças em seu porvir.

Eloísa*Esta mensagem encontra-se no livro Crônicas de Além

-Túmulo, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 21 de janeiro de 1936.

“A ciência construirá para o homem o clima de conforto e enriquecê-lo-á com brasões da cultura superior; a filosofia auxiliá-lo-á com valiosas interpretações dos fenômenos em que a Eterna Sabedoria se manifesta, mas somente a fé, com seus estatutos de perfeição íntima, consegue preparar nosso espírito imperecível para a ascensão à glória universal.” Do livro Palavras de Emmanuel.

Final da terceira e última parte.

Crônicas de Além–túmulo, Editora FEB

Palavras de Emmanuel, Editora FEB

• MAGALHÃES, Samuel Nunes. Charles Richet - O Apóstolo da Ciência e o Espiritismo. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2006.

• MALGRAS, J. Os Pioneiros do Espiritismo. 1 ed. São Paulo: Ed. DPL, 2002.

• SHUTEL, Cairbar. Psicografado por Abel Glaser. Fundamentos da Reforma Íntima. 11 ed. São Paulo: Ed. O Clarin, 2011.

• VALENTE, Cineas Feijó. Doutrina Espírita. 1 ed. Ed. São Paulo: Ed. GEEM, 2006.

• Imagens:

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• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/52/1908-kl-t-zamenhof.jpg

• http://esperanto.org.br/bel/bildaro/albums/userpics/10002/20110226-NE-Ismael_Gomes_Braga_palestrando_em_1958.jpg

Biblio

graf

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Em O Livro dos Espíritos, em sua pergunta número 1, Allan Kardec quis saber o seguinte:

“Que é Deus?”E os Espíritos responderam que Deus é a inteligência

suprema, causa primária de todas as coisas.Já no livro A Gênese, Kardec dedicou o capítulo II para

discorrer sobre este assunto sob uma ótica científica, fazen-do proposições sobre a existência de Deus e como poderí-amos raciocinar.

Kardec usa um princípio elementar de pesquisa, pelo qual devemos julgar uma causa pelos seus efeitos, mesmo quando não se veja a causa; juntamente com outro princípio elementar, derivado do primeiro, na qual temos que todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente, para tentar explicar a existência de Deus.

Primeiramente, considerando que as obras da Natureza são presididas por providência, sabedoria e harmonia, reco-nhecemos que não há sequer uma inteligência humana que as pudesse produzir, ou seja, são fruto de uma inteligência superior à da humanidade.

Mas, mesmo assim, alguns podem ainda querer rebater, considerando que as obras da Natureza são o produto de forças materiais que atuam mecanicamente, como conse-quência das leis de atração e repulsão, o que seria verda-deiro, porém, todas as forças que agem na Natureza tam-bém são efeitos e não causas, ou seja, estas forças são mecânicas; não são inteligentes por si mesmas.

Então, qual seria o princípio inteligente que estaria por trás de todas as forças e leis da Natureza?

Considerando a perfeição com que estas forças e leis atuam por todo o lado, o princípio inteligente deve ser muito superior, pois, se o efeito é tão perfeito, a causa também é perfeita.

A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo atesta a inteligência e o sa-

ber do relojoeiro. Assim é o mecanismo do Universo; Deus não se mostra, mas afirma-se mediante suas obras.

Às vezes divagamos em pensamento, tentando entender a origem de Deus, aonde ele se situa, a sua aparência.

Realmente, simples divagações, pois, para compreender Deus ainda nos falta o sentido que não se adquire senão pela completa depuração do Espírito.

Mas se, como princípio, aceitarmos a existência de Deus, precisamos conhecer os seus atributos, que são:

• Deus é a inteligência suprema e soberana;• Deus é eterno, não teve começo e não terá fim;• Deus é imutável, todas as suas leis não mudam;• Deus é imaterial, pois se fosse material estaria sujei-

to às transformações da matéria;• Deus é todo-poderoso, senão haveria outro com

mais poder, e este é que seria Deus;• Deus é soberanamente justo e bom;• Deus é infinitamente perfeito;• Deus é único.Em resumo, Deus não pode ser Deus senão com a con-

dição de não ser ultrapassado em nada por outro ente. É por esta forma que, constatando-se a existência de Deus pelas suas obras, chega-se a determinar os atributos que o caracterizam, mediante simples dedução lógica.

Muito ainda teremos que evoluir espiritualmente para podemos entender a essência divina, mas, para o nosso consolo, podemos transcrever um trecho do livro A Gênese, que nos incentivará para essa evolução:

“A providência é a solicitude de Deus pelas suas cria-turas. Deus está em toda a parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às menores coisas: é nisto que consiste sua ação providencial.”

WilsonBibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB.KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução Victor Tollendal Pacheco. 17 ed. São Paulo: Lake.Imagem: http://setimodia.files.wordpress.com/2010/01/fe-e-ciencia.jpg

DeusCiência, Filosofia e Espiritismociencia, filosofia e espiritismo

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9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

O esquecimento da vida pretérita na reencarnação é uma misericórdia de Deus. Como viver remoendo mágoas e ressentimentos de outra existência, se não superamos nem as do momento presente?

Isso ocorre, simplesmente, porque ainda guardamos rancor, por termos orgulho e vaidade, enfim, por ainda estarmos neste estágio evolutivo.

Mundo mais elevado não significa, especificamente, que foram superadas todas as mazelas da alma. A elevação é relativa. Ser superior à Terra não significa estar destituído de todas as imperfeições.

Os que se encontram em mundos um pouco “acima” do nosso, ou seja, em um grau um pouco mais adiantado, ainda têm suas limitações e também se equivocam. O entendimento ainda não é absoluto, caminham dentro de seu próprio estágio, mais avançado que o nosso, porém, ainda em aprimoramento.

A felicidade, como para nós, também tem que ser comparada com algo inverso (infeliz) para que seja valorizada. Exemplo: Temos água em abundância e não percebemos este tesouro; só nos daremos conta à medida que nos faltar a água, fato que ocorre em muitos locais do mundo.

Ainda precisamos do mal para perceber o Bem e, em mundos um pouco mais avançados, o mesmo ocorre, dentro das devidas proporções e por motivos diferente dos nossos.

Em contrapartida, há mundos bem mais adiantados, aqueles em que a perfeição está mais latente e as criaturas possuem mais discernimento a ponto de poderem, sem desequilíbrio, ter a lembrança de seus passados, sem que tal revelação comprometa seu presente e futuro.

Dessa forma, usufruem da possibilidade de valorizar o Bem e de comparar as escolhas de hoje com os erros e desacertos do pretérito.

Nos mundos elevadíssimos, não há necessidade da lembrança do passado, a não ser que seja por motivo de aprendizado.

A certeza é que nosso destino é alcançar mundos melhores; a demora dependerá de nossa força de vontade e persistência. E, conforme nossa evolução, as lembranças passadas ficarão mais claras e as condições para seguir, mais eficazes também.

RosangelaBibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 84 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003.

Livro dos Espíritos - Parte 2ª - Cap. VII - Da Volta do Espírito à Vida Corporal“394. Nos mundos mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se vêem premidos pelas necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? ... Na situação em que se encontram, os habitantes desse mundo não se consideram tão infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte,

olvidados de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação? (O Livro dos Espíritos)

Kardec em Estudokardec em estudo

Esquecimento do Passado

Jesus, em sua passagem pela Terra, deixou-nos a certeza da vida eterna e que a comunicação com os desencarnados, não deve ser vista como um fenômeno, mas, como a prova maior de que a vida do Espírito não se transforma após deixar as vestimen-tas carnais em uma sepultura.

Humberto de Campos, compilando depoi-mentos reais de desencarnados, mostra-nos o quanto devemos nos esforçar para que o ato do bem faça parte constante em nossas vidas.

“Nada se perde. Tudo se transforma”. Ou-vimos essa frase há quanto tempo!

É a realidade dos fatos descritos por Hum-berto de Campos, nos ensinando que as do-res podem ser cruéis ou modificadas pelo nosso entendimento quanto a Lei de Causa e Efeito.

As amarguras de um santo; amargo foi o remédio à preguiça; o depoimento de Leonel e Benjamim, os dois companheiros; os desapontamentos de um suicida, imaginando que seria a melhor maneira de protestar contra o destino, o término de seu sofrimento, desacreditando na

reencarnação, desencadeia um sofrimento inigualável; são ensinamentos tão valiosos, onde registramos os esforços que o nosso Amigo escritor registra com tantos detalhes delicados e compreensíveis, onde nos con-voca a atenção, para que não caiamos nos mesmos abismos de nossos companheiros de jornada, que relatam suas desventuras tão amargas, mas agora, com a certeza da oportunidade de reajustes, reforçam-nos à prática do Bem.

Com a leitura de tão magnífico livro, po-deremos avaliar o fundamento da lição de Nosso Mestre.

Com certeza, amigo leitor, você, assim como nós, se identificará com um, dois, três ou mais casos.

Desejamos que Reportagens de Além-Tú-mulo, seja estudado, compreendido, mas, principalmente, plenamente aplicado em to-

dos os momentos desta sagrada reencarnação.Jesus está em todos os corações. Abramos as portas para

recebê-Lo.Vano

Livro em Focolivro em foco

Reportagens de Além-Túmulo

Francisco Cândido XavierHumberto de Campos

FEB

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Hyppolyte Léon Denizard Ri-vail!

Conhecido por suas qualida-des de homem bom e gentil, foi professor de francês e aritméti-ca, pesquisador de astronomia e magnetismo.

Linguista exímio, era profundo conhecedor, além do francês, de idiomas tais como alemão, inglês, italiano, espanhol e holandês.

Renomado autor de livros didá-ticos, estudou na Escola de Pes-talozzi, na Suíça, onde se tornou um ativo propagador do método Pestalozzi. Método esse que teve profunda influência na reforma do ensino na França e na Alemanha.

Mantinha em sua residência cursos de Química, Física, Ana-tomia comparada, Astronomia, entre outros. Tudo gratuito!

Era criterioso e somado ao seu bom-senso e discernimento, não se deixava levar por modismos!

Durante algum tempo, muito ouviu sobre o “fenômeno das mesas girantes” e, como pesquisador do magnetismo, acre-ditava que os fenômenos poderiam estar ligados à ação das pessoas envolvidas e, até então, sem qualquer intervenção espiritual.

Ainda como professor Rivail, participou de algumas ses-sões do fenômeno, o que começou a intrigá-lo!

Interrogava-se: “Como móveis, sozinhos, poderiam mo-ver-se? Certamente, algum tipo de inteligência invisível es-taria atuando e respondendo às perguntas dos presentes.”.

Presenciava as afirmações dos que se manifestavam, dizendo-se almas de homens que já viveram sobre a Terra! Até que uma mensagem lhe fora dirigida. Alguém, invisível aos seus olhos, disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, o professor Rival, tinha uma missão e esta missão seria a de codificar uma nova doutrina.

Atento aos dizeres deste Espírito, após muitos questiona-mentos, resolve aceitar a tarefa que lhe fora incumbida.

Em contato com outros Espíritos, o professor Rivail desco-briu que, em uma de suas encarnações, fora um sacerdote druida de nome Allan Kardec. E assim, resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da doutrina, que viria a chamar-se Doutrina Espírita.

Foram quatorze anos organi-zando a Doutrina Espírita (ou Es-piritismo).

No início, para receber as res-postas dos Espíritos aos ques-tionamentos, utilizou-se de um mecanismo chamado cesta-pião. Com o passar do tempo, a cesta--pião deu lugar à escrita dos pró-prios médiuns (fenômeno que depois veio a ser chamado de psicografia).

Todo o material coletado por Kardec era analisado várias e vá-rias vezes. As mesmas pergun-tas, respondidas pelos Espíritos através dos médiuns, eram sub-metidas a outros médiuns em ou-tras partes da Europa e América. Tudo isso, para que o que era en-viado pela Espiritualidade tivesse a devida credibilidade, visto que os médiuns possuíam contato apenas com Kardec.

Com isso, Kardec estabeleceu que dentro da nova doutrina toda

informação vinda do Plano Espiritual só teria validade se fos-se constatada em vários lugares, através de diversos mé-diuns, e que estes não tivessem contato entre si.

E foi assim que Kardec iniciou a preparação das cinco “Obras Básicas da Doutrina Espírita”.

A primeira, em 1857, O Livro dos Espíritos. Posteriormen-te, em 1861, O Livro dos Médiuns; em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo; em 1865, O Céu e o Inferno e em 1868, A Gênese.

Kardec, muito obrigado!Muito obrigado pela sua persistência!Muito obrigado por nos trazer o esclarecimento sobre o

caminho correto - exemplificado por Jesus - separando o joio do trigo, para que pudéssemos Segui-lo, sem medo de errar!

Muito obrigado, por ter nos trazido o Consolador Prome-tido!

ReinaldoBibliografia: Disponível em <https://docs.google.com/document/d/108Ek5ABrOk9u_6IANnuEh8KxgF76XGw1GEqezoCnp3c/edit?hl=pt_BR&pli=1>. Acesso em 22/03/2014.<http://pt.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec>. Acesso em 22/03/2014.Imagem: upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/Allan_Kardec_por-trait001.jpg

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Homenagem a Allan Kardec

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A celebração da Páscoa estava próxima e Simão, o leproso, morador em Betânia, convidou os amigos cristãos como Marta, Maria, Lázaro, a quem Jesus ressuscitou, e Magdalena, para uma ceia onde Jesus estava presente. Simão, assim como todos, era muito grato a Jesus pelos ensinamentos cristãos e da Verdade que o Cristo trouxera e que muito causaram as transformações evidentes em suas vidas, para melhor.

Jesus se fez presente a esse encontro, trazendo consigo Judas Iscariotes, que fez questão de acompanhá-Lo. A ceia foi farta de ensinamentos pela voz do Senhor. Após as conversações saudáveis, Maria, irmã de Lázaro, chegou a Jesus e, obtendo o consentimento d’Ele, tirou de sua bolsa um frasco contendo óleo de alabastro, com o qual massageou os pés de Jesus e derramou as gotas perfumadas na cabeça do Senhor. Depois enxugou com seus cabelos, para que o excesso fosse retirado.

Judas, assim como os outros, assistindo ao ato, pergun-tou a Jesus, mas numa atitude de crítica:

— Senhor, porque esse perfume foi usado dessa manei-ra? Acaso não seria mais produtivo se fosse vendido por tre-zentos denários (dinheiro da época) e, após, essa doação ser encaminhada aos pobres?!

Judas, que trairia ao Cristo, logo mais, não teve a boa intenção como quis dar a perceber, mas como era portador da bolsa de valores, sempre que podia, afanava o resultado dos negócios para si. Jesus que bem conhecia esse lado obscuro de Judas, assim respondeu a sua inquirição:

— Por que você julga dessa forma o ato bendito desta mu-lher para comigo, que acaba de fazer uma boa ação? Der-ramando esse óleo sobre o meu corpo, ela prepara-o para a minha sepultura.

E quanto aos pobres, você os têm a toda hora que quiser fazer suas doações, quanto a mim, nem sempre aqui estarei.

O silêncio foi geral, Judas aquietou-se. Alguns instantes depois, Jesus toma a palavra e diz:

— Daqui a dois dias a Páscoa será festejada entre todos os povos, será a festa dos pães ázimos, e nesse dia o Filho do homem, será entregue para ser crucificado, traído por um de seus amados discípulos.

O espanto se fez entre os presentes que perguntavam:— Mas quem Senhor? Qual entre eles terá coragem de

tão nefanda atitude? Judas perturbou-se, de imediato; Jesus levantou-se e abençoando e agradecendo ao carinho de to-dos, despediu-se de Simão, num afetuoso abraço.

Judas, cabisbaixo, acompanhava Jesus pelas ruas es-treitas de Betânia, a caminho da Galileia. Enquanto isso, os sacerdotes e os escribas esperavam por Judas, para com-binarem a prisão de Jesus, que não poderia ser anunciada, para não haver tumulto entre o povo e o alerta entre os cris-tãos. Caifás, o sumo sacerdote, esperava ansioso por esse momento; temia ser substituído pelo tão falado, do reino de Jesus!

Judas estava sob a pressão dos obsessores, que sem os perceber aceitava as terríveis sugestões para a morte física de Jesus. Era fácil a interferência das sombras sobre ele,

pelo fato de seus pensamentos estarem voltados para a ri-queza material e a facilidade que Jesus teria, pelo seu poder de autoridade sobre o povo. Ele não entedia que esse mag-netismo vindo por Jesus chamava-se amor!

Comparecendo ao encontro dos sumos sacerdotes a ne-gociação foi acertada; Judas recebera trinta moedas de pra-ta para entregar Jesus aos oficiais de Justiça, por ordens superiores. E o combinado seria que essa ocorrência come-çaria na ceia, durante a distribuição dos pães ázimos. E para que os discípulos de nada desconfiassem, Judas estaria bem próximo de Jesus, compartilhando da Santa Ceia, com todos, que estariam ouvindo as lições do Mestre.

Diante dos discípulos, Jesus pediu a Pedro e João que cuidassem da preparação da ceia da Páscoa.

Era necessário ir até a cidade e encontrar um local apro-priado para a realização desse ato.

— E onde seria? perguntou-lhe João.— Procurem por um homem, aguadeiro local, ele está

sempre com cântaros de água. Falem a ele em meu nome e o local será entregue.

Assim aconteceu. Pedro e João foram levados pelo agua-deiro a um amplo salão, com uma grande mesa, cercada por cadeiras.

O dia tão esperado chegou. Jesus e os discípulos ali es-tão reunidos.

O Mestre toma a palavra:— Amados, esperei ansioso este momento, comemoran-

do a Páscoa, antes que eu venha a perecer. Sou obrigado a declarar-lhes que em breve, estaremos separados, mas só pela lei do homem, porque pela Lei do Pai Criador, estare-mos sempre unidos, pelo cumprimento do reino de Deus na Terra.

E, tomando do pão, repartiu-o entre todos e levantando o cálice com o vinho sagrado, disse:

— Não tornarei a beber o fruto da videira até que se cum-pra a paz entre os homens de boa vontade na Terra, sob a Lei de Deus, que é a única Lei Soberana: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Enquanto a dúvida permanecia sobre os pronunciamen-tos de Jesus, Ele continuou:

— Ainda há mais a ser esclarecido, meus amados, logo mais aquele que também aqui está, como participante deste festejo, irá trair-me, entregando-me à prisão.

O tumulto se fez, entre as perguntas, mas quem Senhor, quem?

E nenhum deles percebeu a manobra de Judas, que incli-nando-se a altura dos ouvidos de Jesus, disse-lhe:

— Serei eu Senhor?E para terminar com a curiosidade de todos e do próprio

Judas, que não esperava a atitude do Cristo, falou:— É aquele a quem eu der o pão molhado no vinho. E

com Judas ainda reclinado ao peito do Senhor, colocou-lhe na boca o pão umedecido pelo vinho, acrescentando-lhe:

— O que você tem a fazer, amado meu, faça-o agora.

Pegadas do Mestrepegadas dO MESTRE

Jesus e Judas Iscariotes

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13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Judas compreendeu o recado e saiu rapidamente, mas os discípulos nada entenderam, acreditaram que Jesus havia lhe pedido que fosse cuidar dos pobres, levando as doações dos pães ázimos. Era o plano em ação, como previra a espi-ritualidade inferior.

Em breve tudo estaria con-sumado. A noite chegava tra-zendo um clima triste. Termi-nada a ceia, Jesus convida os discípulos para acompanhá-Lo até o horto, chamado Getse-mani, para orar, no monte das Oliveiras.

Pediu a Pedro, Tiago e João que ficassem vigilantes, en-quanto Ele orasse a Deus em agradecimento, mas os discí-pulos estavam estranhando a tristeza de Jesus e invigilantes cederam às sombras e ador-meceram.

Terminada a oração o Mes-tre acorda os discípulos invigi-lantes, orientando-os para os acontecimentos, dizendo-lhes:

— Aquele que me entrega aos perseguidores dos cristãos está a caminho.

E Jesus tinha razão, porque Judas conhecia o local onde Ele sempre era visto orando, mesmo porque, por várias ve-zes o acompanhara. E junto com os oficiais de Justiça, tra-ziam lanternas, archotes e ar-mas. Judas, dando sequência ao plano combinado, aproxi-ma-se de Jesus e clama:

— Salve Mestre! E rapidamente beija-o na face. E antes de qualquer ação dos oficiais, Ele pergunta a Judas:

— Amigo, a que vieste?E olhando os oficiais, adita:— A quem buscais?E os oficiais, já em atitude agressiva, respondem:— A Jesus, o nazareno.

E o Cristo, serenamente, responde:— Aqui estou, não temam, façam cumprir a lei a quem

devem obedecer. Mas nada façam a estes amados meus, deixem-nos na glória de nosso Pai Criador.

Judas apavorado e já sen-tindo o arrependimento, diante do sórdido plano em crucificar um inocente que apenas que-ria ver a paz nos corações do ser humano, saiu em alucinada corrida e vendo os galhos de uma frondosa árvore, com uma corda enforca-se.

Judas não soube vencer a acusação de sua própria cons-ciência. Porém, Jesus, após a sua crucificação, vai ao seu encontro e o ajuda a libertar--se das garras dos obsessores. Mas Judas, para calar o remor-so que o atormentava, pediu a Deus, muitas lutas nas reen-carnações que se sucederam, para aprender a amar, segundo os ensinamentos e exemplos do Mestre.

E para culminar e conseguir paz em seu espírito, veio numa importante reencarnação, na qual através dos grandes so-frimentos pelos quais passou, pôde colaborar para muitas transformações que benefi-ciaram a Humanidade, conse-guindo trazer paz a um país tão

conturbado quanto a França.Judas fortaleceu-se com a reencarnação redentora de Jo-

ana D’Arc!E o Cristo nunca o desamparou!

ÉrikaBibliografia: Mínimos. Síntese de O Novo Testamento. 3 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1960.Imagem: Capa do livro Judas Iscariotes. JACINTHO, Roque. São Paulo: Luz no Lar, 2014.

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14

Ao constituirmos família, quanto de ilusão nós estamos levando conosco?

Sonhamos com o marido ou a esposa perfeitos.

Queremos um companheiro para todas as horas, que nos incentive, nos elogie, nos faça todos mimos possíveis. Em es-sência, que “massageie” o nos-so orgulho permanentemente.

Mas...Ensina-nos O Evangelho Se-

gundo o Espiritismo (capítulo XIV, item 9) que na família se encontram Espíritos que têm necessidade de reajustes entre si. Por isso, nem sempre o nosso cônjuge é aquele que nós idealizamos. Criamos uma grande ilusão, depois de algum tempo, nos desiludimos.

E o que falar dos filhos?Sonhamos com crianças saudáveis, amorosas conosco,

inteligentes. Se formos analisar sinceramente este nosso so-nho, veremos que este tipo de filho, nós queremos ter para mostrar aos outros, ou seja, para acalentar ainda mais o nos-so orgulho.

Mas...A realidade é outra.O nosso marido ou esposa não correspondem às nos-

sas expectativas. Nem sempre são companheiros para toda hora. Quando expomos nossos projetos de futuro, não com-pactuam com as mesmas ideias; há muitas críticas, muitas vezes, por coisas banais e corriqueiras e, ainda, aqueles mi-mos da época do namoro, nunca mais se repetem.

Os filhos chegam trazendo muitas preocupações. Nem sempre gozam de muita saúde, são arredios, nos cobram demais e, muitas vezes, são distantes de nós, demonstrando ingratidão.

Se formos deixar estes quadros nos desanimar, abando-namos tudo, mas, novamente O Evangelho Segundo o Es-piritismo (capítulo XIV, item 9) nos alerta dos compromissos seríssimos que assumimos em vidas passadas e que, agora, Deus, por misericórdia, nos oferece uma nova oportunida-

de para convivermos novamente com aqueles que nós deixamos de dar o nosso amor no passa-do.

Por isso, ao invés de ficarmos nos lamentando, achando que a vida que temos hoje não é a vida sonhada na mocidade, devemos ser corajosos, valentes até, para trabalhar pela família que Deus nos ofereceu, mudando todo o quadro para melhor.

Primeiramente, perguntamos: A religião tem morada em seu lar?

Não falamos da religião dog-mática, ou aquela em que so-

mente se vai ao templo religioso para cumprir uma obriga-ção. Não! Isto é continuar a se enganar!

Falamos da oração juntos, reuniões em que se conversa sobre os ensinamentos de Jesus. Momentos em que o ca-sal esquece toda a tribulação da vida material do dia a dia para pensar e expor sua opinião sobre os ensinamentos do Mestre. E os filhos não podem ficar de fora desta conversa.

Lembrem-se do ditado: É de pequeno que se torce o pe-pino!

É de criança (desde quando estão na barriga da mãe) que começamos a reeducação moral de nossos filhos.

Se quisermos crianças amorosas, vamos ensinar a elas o que é o amor e o respeito ao próximo. Se não ensinamos, como querer filhos educados e respeitosos?

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo XIV, item 9) foi orientado que “a tarefa de educar vosso filho não é tão difícil quanto poderíeis pensar. Ela não exige o saber do mundo. O ignorante, como o sábio, podem realizá-la e o Espiritismo vem facilitá-la, ao tornar conhecida a causa da imperfeição do coração humano”.

Não desistamos de nossas tarefas! Principalmente este tipo de tarefa, que envolve os nossos compromissos espi-rituais mais sérios: são as dívidas de amor não vivido no passado que voltam ao nosso encontro, frizamos uma vez mais, por misericórdia de Deus.

AdolphoBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar, 2010.Imagem: http://www.conevyt.org.mx/cursos/cursos/nvd/contenido/actividades/imgu2-act/u2-t2-d64.jpg

Coragemfamilia

Família

No último mês de março foram iniciadas as atividades da Reconstrução Educativa, trabalho realizado aos sábados pelos voluntários da casa. Reconstrução Educativa é um tra-balho realizado com crianças a partir de 03 anos de idade. As crianças, durante o período da manhã, realizam ativida-des com teatro, recreação infantil, educação física e música. Já no período da tarde, as crianças desenvolvem atividades

como reforço escolar (português e matemática), evangelização, além de culinária e artesanato. Hoje atendemos cerca de cinquenta crianças, di-vididas em dois períodos e algumas em período integral. As crianças durante o dia tomam café e

almoçam, além do lanche no período da tarde. O trabalho é realizado, acima de tudo, com muita boa vontade daqueles que estão envolvidos e com o amparo do Nosso Mestre Je-sus.

Equipe Seareiro

Trabalhos da Casatrabalhos da casa

Atividades de Sábado

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Perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele cultivava oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e tri-go e armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando no-tou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devora-das pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de seus produtos e aproveitou para comprar uma ratoeira.

Quando chegou em casa, adivinha quem estava espian-do?

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.Correu para o quintal da fazenda avisando a todos: — Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!A galinha disse:— Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja

um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse: — Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !— Desculpe-me Senhor Rato – disse o

porco, indiferente – nada tenho a fazer a não ser rezar pela sua alma.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:— O quê? Uma ratoeira? Por acaso es-

tou em perigo? Acho que não!Então o rato voltou para casa abatido,

para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que a ratoeira havia pegado.

No escuro, ela não viu que a ratoeira tinha pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou

imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu facão e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizi-nhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.A mulher não melhorou e acabou morrendo.Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro, então, sa-

crificou a vaca para alimentar todo aquele povo. Moral: “Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está

diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O

problema de um é problema de todos.”

Adaptação da fábula do filósofo grego Esopo.

RosaImagem: http://1.bp.blogspot.com/-OKGg56a6zy4/UifxTXRDBLI/AAAAAAAAALQ/l4HMlNnvnoY/s1600/rato+e+ratoeira.jpg

Contoscontos

O Rato e a Ratoeira

O aborto criminoso, buscado pela jovem com ou sem a conivência de seu parceiro, é uma calamidade a quem o pra-tica. O aborto, não natural, se constitui, assim, a um despejo indesejado de alguém que, em retornando do passado, seria aquela pessoa que partilharia conosco de venturas e des-venturas, até a nossa total maturação espiritual.

Com um aborto provocado, portanto, além de violentação orgânica perigosa, você poderá estar extremando o ódio ou o desencanto de alguém que retornaria ao palco da vida ter-rena para superar as suas próprias desditas ou limitações morais.

A família é extremamente importante. Quando, pois, a mu-lher e o seu parceiro aceitam a prática do aborto criminoso, estarão se comprometendo mais com os antigos companhei-ros de infelicidade.

Saiba, pois, que no aborto criminoso existe alguém que se sentirá profundamente lesado, frustrado em suas esperan-ças de renovação espiritual. É alguém a quem você prome-teu, espiritualmente, socorro, amparo, oportunidade de ree-

dificação e de esperança e, diante de quem você descumpre todas as suas promessas. Esse alguém, embora abortado, será uma realidade.

Se você, contudo, anestesiar a sua consciência e expul-sá-lo de modo tão abrupto, tão criminoso, sob o pretexto de resguardar-se, você ignora quais sejam as dolorosas conse-quências de sua louca resolução. Quem vinha, em seu ven-tre, pode ser algum parceiro seu de passado não tão remoto e que, por isso, se ajustará à sua atmosfera mental, trazen-do-lhe danos irreversíveis. Será duplamente seu inimigo!

Eleger-se-á, pois, como seu inimigo recalcado, impondo--lhe mais sofrimentos e desditas ao longo de sua vida. Mais tarde, é certo, ele voltará a procurá-la, na condição de filho--problema, envolvendo-a em muito trabalho e profunda in-quietude.

Saiba que é no aborto criminoso que se fermentam as grandes enfermidades da alma, as grandes obsessões, ali-mentando o páteo de sanatórios e de prisões, já que o aborto criminoso é o indutor de crimes hediondos, catalogáveis nos compêndios da justiça criminal.

Não mate o filho no ventre, para que você não venha a complicar a sua própria vida!

Roque JacinthoBibliografia: JACINTHO, Roque. Filhos, como educá-los na visão espírita. 1 ed. São Paulo: Luz no Lar, 1993.

Aborto Criminoso Aborto

aborto

Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!!!

15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

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Quanto tempo levará até que os livros de Chico Xavier repercutam, verda-deiramente, no âmago de nosso ser?

Não importa, já que so-mos imortais, mas é ne-cessário persistir na leitura e na ação.

Nos meses que ante-cederam foram enviados, dentre outros que cita-remos abaixo, as obras: Companheiro, Na Era do Espírito e Astronautas do Além, psicografadas pelo médium Francisco Cândi-do Xavier. Os dois últimos livros contêm comentários de J. Herculano Pires, sob o pseudônimo “Irmão Saulo”. Emmanuel, André Luiz, Maria Dolores, Luca-no dos Reis e muitos outros, são os autores espirituais.

Orientações não nos faltam, os amigos do Bem se dis-põem a dar-nos o melhor.

Na Era do Espírito e Astronautas do Além fazem parte da coleção Chico Xavier/Herculano Pires que, conjuntamente com Chico Xavier Pede Licença e Diálogo dos Vivos, abor-dam temas de interesse em nossa vida diária, como: “O Pa-rente Difícil”; “Idade”; “Sobre o Feminismo”; “Sobre o Casa-mento”; “Relacionamento em Família”; “Divórcio e Lar”; “O Filho Excepcional” etc.

E então a questão: “Como Consideramos Jesus”, na obra

Companheiro; livro este que se destaca também pela apre-sentação, na qual Emmanuel inicia com a frase “Desejáva-mos receber seu livro...”, sendo uma ótima sugestão para presentear.

Àqueles que ainda não são associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, comunicamos que também fi-zeram parte do Clube vários romances, tais como: Um Novo Recomeço, As Vidas de Arthur, Vivendo Um Grande amor, O Dono do Amanhã, Não Estamos Abandonados etc.

É sempre bem-vindo quem tiver interesse em conhecer o funcionamento do Clube do Livro.

O importante é instruir-se, sempre!Araújo

Clube do Livroclube do livro

NA ERA DO ESPíRITOFrancisco Cândido Xavier

Comentários: J. Herculano PiresEspíritos diversos

GEEM

ASTRONAUTAS DO ALéMFrancisco Cândido Xavier

Comentários: J. Herculano PiresEspíritos diversos

GEEM

COMPANHEIROFrancisco Cândido Xavier

EmmanuelIDE

Companheiro; Na Era do Espírito; Astronautas do Além

Tema Livretema livre

Nunca passes reciboDe aceitação da ofensa.Agressão é moléstiaQue não melhora aos murros.Às vezes quem te fereCarrega o peito em chagas.Revide, queixa, mágoaSão reações comuns.O perdão, entretanto,É a grande novidade.Porque o perdão é amorEm ligação com Deus.

Emmanuel

Novidade Quando uma pessoa nos agride, não devemos revidar e sim lembrar-mo-nos de que aquela agressão pode ser um pedido de socorro e nós devemos estar prontos para ajudar.

Agressão é moléstia que não melhora com revides, pois é o doente que precisa de médico e Jesus é o médico das almas sofridas, que vai atendê--lo através de nossas preces feitas com amor.

Nós precisamos agradecer esses pedidos de socorro, pois através de-les é que vamos buscando a luz para o nosso entendimento e evolução espiritual.

Agora aí vem a parte difícil para nós que é o PERDÃO, mas é através dele que fazemos a nossa ligação com Deus, porque o PERDÃO é amor e o amor é o remédio mais eficaz para os nossos sofrimentos.

Cida DinizBibliografia: EMMANUEL. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. A Hora Certa. São Paulo: GEEM.

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17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Allan Kardec buscando conhecer mais sobre Deus, pergunta à equipe de Verdade:

— O que é Deus?A partir dessa pergunta de O Livro dos Espíritos, nasce o

capítulo das causas primárias.Certa vez ouvi de um expositor espírita que o Espiritismo

define Deus. Eis a resposta.“Deus é a Inteligência Suprema, causa Primária de todas

as coisas.”Esse assunto para muitos era abstrato, mas com o

advento do Espírito de Verdade, passa a ser concreto.Vejamos, então, o conto do velho árabe sábio do livro

Idéias e Ilustrações (Irmão X, psicografado por Francisco

Cândido Xavier), que conhecia a existência de Deus pelos sinais dele.

Pelo olhar do sábio, o céu, a lua, as estrelas, não podem ser criações dos homens.

Quando buscamos conhecer mais sobre Deus e o invocamos em oração, é normal crescer dentro de nós a chama do seu amor e, a curiosidade sobre Ele, nos leva automaticamente à sua criação. Por exemplo: os animais e suas espécies, os vegetais, com tanta diversidade, isto já nos remete a Deus, mesmo sem voltarmos nossos olhos ao corpo humano, com seus trilhões de células constantemente se multiplicando e, nesse turbilhão da multiplicação, sem se confundirem, vão se aglutinando em seus devidos lugares, ofertando-nos como dádiva Divina a saúde física e espiritual. Deus é amor, disse Jesus. Quem ama está com Deus, e quem odeia está longe dele. Célia

Existência de Deus

A prece tem realmente efeito?O quanto acreditamos nisso? E na força real de nossos

pensamentos?Temos em nós toda a capacidade para absorvemos o Bem.

Mas, rejeitamos isso da mesma maneira que o organismo pode rejeitar um corpo estranho, mesmo quando se trata de algo benéfico, como no caso do implante, por exemplo.

Quando, de fato, a ciência puder provar a existência dessa força mental que temos e nós a utilizarmos para o Bem, estaremos um passo adiante na nossa evolução. Para chegarmos nesse estágio, precisamos percorrer caminhos.

Comecemos por procurar entender as orientações do Evangelho Cristão.

Nossos pensamentos em prece, mergulhados no fluido universal que envolve a tudo e a todos, sem fronteiras, nem limites, chegam ao destino e de alguma forma recebemos o que nos é necessário, de acordo com a Sabedoria Divina, principalmente, coragem, paciência e resignação para suportar, enfrentar e entender.

E por que Deus não nos concede de pronto o que queremos?

Temos o livre arbítrio e devemos fazer nossas escolhas para que tenhamos o mérito sobre elas. De que valeria

apenas estar tudo pronto; seríamos marionetes nas mãos de Deus? Como mudaríamos o nosso interior? Pois é, não teria um fundo racional e a vida não é fantasia.

A máxima “Buscai e Achareis” nos ensina que o trabalho é sempre a meta para o desenvolvimento, aprimoramento e conquista de nossas buscas, não apenas materialmente; aqui nos referimos mais diretamente ao campo moral e espiritual. O “buscai” é a nossa ação para que se realize o fim pretendido.

Como parte das Leis divinas, existe a Lei do Trabalho que por sua vez, impulsiona a Lei do Progresso. É preciso buscar, trabalhar, agir, a fim de que tenhamos o mérito, encontrando as respostas através de nosso esforço.

Deus nos dá os meios: o poder de locomoção, ação, a inteligência. E o mais precioso meio – a oportunidade da reencarnação. Não nos esqueçamos de que, se estamos na Terra é por que temos condições de fazer algo; não viemos a passeio.

Para alcançarmos as metas é obrigatório o esforço, a ação. Sem força de vontade e querer não há como obter os resultados.

Só não esqueçamos de que Deus nos envia os trabalhadores, mensageiros do Bem e do Amor e basta nos conectarmos a eles para que essas energias sejam captadas e envolvidas pelos fluidos do Universo. Um dia a ciência irá provar, mas por ora, basta a prova obtida através da fé, a fé raciocinada. Maria

O maior dos infortúniosNa provação dos mortais:Esquecer o que se temPara querer sempre mais

Sabino BatistaUm pequeno verso que produz um sentido profundo quan-

do se quer olhar para dentro de si. Por que nunca estamos contentes com o que temos e sempre desejamos obter aqui-lo que outras criaturas possuem, deduzindo ser o que vai nos fazer feliz?

O autor afirma que a cobiça é uma prova. Significa que te-mos que resistir, ser fortes, persistentes e resignados. Saber valorizar e enxergar o que está ao nosso lado. Iludidamente, pensamos que o outro, aquele que tem o que gostaríamos

de possuir, é mais feliz que nós. Ledo engano. Quantas do-res e sofrimentos, amarguras ou ansiedades podem estar martirizando aquele ser!

Quantas desventuras o homem padece por querer sempre mais. Progredir não é errado, mas, viver sempre em busca de coisas materiais por descontentamento com a vida, não é salutar. A vida passa e o que fica depois é olhar para trás e perceber que deixamos de viver todas as coisas simples e que realmente importavam para a nossa alma estar em paz.

Não deixemos que esse infortúnio nos cegue. Agradeça-mos a Deus por tudo que podemos ter; provavelmente, no momento em que estamos, é o melhor para nós.

Graças a Deus pelo oxigênio, pelo sol que ilumina e dá saúde e beleza aos nossos dias, pela chuva que beneficia a natureza, onde nos incluímos; agradeçamos... por tudo o mais. Neves

Bibliografia: DIVERSOS Autores. Antologia da Criança. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 3 ed. São Paulo: IDEAL, 1992.

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Cobiça

Capacidade Mental Ainda NãoCompreendida

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Perturbação ColetivaAtualidade

Atualidade

— Justiça! Justiça! Justiça!É o que mais ouvimos no nosso dia a dia.Vamos buscar de maneira breve, avaliar o que pedimos

através dessa tão simples palavra:— A nossa justiça? Quando a favor de nossos interesses

ou quando o ato ou a pessoa que a cometeu não nos agrada ou ainda quando é feita pelas nossas próprias mãos?

São muitas as justiças solicitadas e aplicadas pelo ser hu-mano, mas quão poucas baseadas na Justiça Divina!

A Doutrina Espírita nos alerta sobre o que “falamos” ou o que “pensamos”, pois seremos responsáveis pelas palavras e pelos pensamentos.

Em nosso estágio de orgulho, somos induzidos pela “justi-ça cega”, aquela que não busca nem a origem do ato pratica-do. Julgamo-nos, sempre entendidos de tudo e, assim, com “grandes conhecimentos” do que ouvimos de forma pouco esclarecida e ouvindo repetidamente (comumente pela mí-dia, interessada em dar ibope), nos deixamos influenciar, achando que temos certeza que “julgamos” da forma correta.

Deveríamos procurar saber quais foram as razões que le-varam as pessoas a errar, usando de indulgência, evitando que cometamos erros, provocando sofrimentos futuros a nós próprios, perdendo tempo em reencarnações dolorosas.

Quantos milênios se passam e mantemos nossos ódios, revoltas e mágoas, continuamente, fazendo parte de nós, retornando, reencarnação a reencarnação, sem que estan-quemos a menor dessas vicissitudes? Apesar do crescimen-to intelectual, mas com o desenvolvimento moral sendo tão pouco evoluído, vamos ratificando dentro de nós, esses atos tão mal resolvidos, aguardando a oportunidade de levá-los a forra.

Lembremo-nos de Roque Jacintho:“Refaça o exame de consciência.Acolha, compassivo e resignado, os seu superiores e

exerça a autoridade que lhe toca com o coração nos lábios, com afeto no olhar, com brandura nos gestos, para que a sua autoridade construa a justiça da paz, a justiça do amor, a justiça do bem – que Você tem rogado a favor de si mesmo.”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo nos alerta que somos fracos em nossa vontade, apesar de já o conhecermos, so-mente lendo e não estudando. Entendendo-o e praticando--o, nosso conceito sobre a justiça começaria a se modificar, pois, sem o estudo, não nos fortalecemos contra essa justiça cega tão maléfica às nossas futuras reencarnações.

A única e verdadeira justiça é a Divina. Eterna e imutável!

“É a do Deus bom, o Deus grande, que faz germinar a planta e se levantarem as ondas dos mares.”

Nela, seu início dá-se no dever!Afastando-nos de Deus, vemos, atualmente, apenas a

justiça do direito!No entanto, se formos adequá-la a Justiça Divina não

localizaremos o seu início. Se não fizemos o que o nosso Mestre Jesus faria se estivesse no nosso lugar; se não pen-samos em nosso próximo com o amor pregado e vivido por Ele, não houve o esperado início! Como julgar?

No Evangelho, em seu capítulo VI – O Cristo Consolador - item 4, “Jesus promete outro Consolador... para fazer serem relembrados os princípios que o Cristo revelara... foi esque-cido ou mal compreendido...”

Busquemos em nosso íntimo: Como encontrar o fim, se não houve o começo?! Como julgar?

Entendemos, então, o esquecido ou mal compreendido.O maior Juiz que conhecemos na face da Terra, apesar de

Seu grande conhecimento, jamais julgou, mas colocou para cada um a reflexão de seus atos para que... não pequemos mais.

Não julguemos, sempre! Mas, nos momentos em que o sentimento de indignação, revolta ou piedade, bater à porta de nosso coração, lembremo-nos da ferramenta mais impor-tante que possuímos, que é a oração, dirigindo-a “a todos os envolvidos” suas fluidificações regeneradoras, rogando ao Pai, que a tudo vê e sabe, a misericórdia para que o entendi-mento se faça presente, recuperando o sentimento de amor e força, a fim de que cesse esse mal.

Estudemos sempre, para que possamos reduzir os resul-tados infelizes sobre nossos atos pueris e inconsequentes.

“Não revidemos qualquer ofensa, qualquer agressão... O tempo passa. Todos estamos na Terra para aprender - aprender com nossos próprios erros. O que façamos de mal a alguém é sentença lavrada contra nós mesmos.” (O Evan-gelho de Chico Xavier, lição 346)

Grande homem! Grandes exemplos! Francisco Cândido Xavier!

Tenhamos força para exemplificar tão importantes fieis servidores de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Obrigado Senhor, pela sua misericórdia sobre nós, tão de-vedores...

AnnaBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar, 2010.JACINTHO, Roque. A Vida Futura. 1 ed. São Paulo: Luz no Lar.BACCELLI, Carlos. O Evangelho de Chico Xavier. 6 ed. São Paulo: Didier.

Hospital do Fogo selvagem

pede aJUda!

O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que atende a portadores do Pênfigo (Fogo Selvagem) e também a 150 crianças, precisa de doações.

Caso queira fazer doações em dinheiro, o depósito pode ser feito em nome do LAR DA CARIDADE - CNPJ 25.440.835/0001-93, através dos seguintes bancos:

• Bradesco – agência 0264-0 – c/c 14572-6

• Banco do Brasil – agência 3278-6 – c/c 3724-9Maiores informações: Telefone (34) 3318-2900 – E-mail: [email protected]

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19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

No dia 08 de dezembro de 2013, ACONTECEU uma super festa de encerramento de ano para as 70 crianças que frequentam o NEEAE (Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”).

Todos brincaram, comeram muitos petiscos e receberam presentes.As imagens falam mais que quaisquer palavras.E, na semana seguinte, no dia 15 de dezembro, outra comemoração: a entrega das cestas de Natal para as 100 famílias

cadastradas no Núcleo.

Inicialmente, falamos do Evangelho e homenageamos o aniversariante, Jesus. Após, cantamos músicas natalinas; foi servido um delicioso lanche e, ao final, as cestas foram distribuídas.

Durante toda a festa o clima era de muita harmonia, pela troca de abraços fraternos com as companheiras.Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos que contribuíram para que os eventos fossem realizados, doando

mantimentos e/ou dispondo de seu tempo.Equipe Seareiro

Festas de Fim de Ano

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas2ª, 3ª e 6ª, às 14h30

Domingo, às 10 horas

O passe se inicia 30 min. antes das reuniões

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Artesanato: Sábado, das 13h30 às 16h30Atendimento às Gestantes: nas reuniões de 2ª e 6ªEvangelização Infantil: ocorre em conjunto com as reuniõesTerapia de apoio espiritual aos dependentes químicos e doentes em geral: 6ª, às 19h30Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45

3ª, às 14h45Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas

DIA LIVROS ESTUDADOS

2ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*

3ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

4ªO problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis; O Livro dos Espíritos - Allan Kardec; Religião dos Espíritos – Emmanuel*

5ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Mecanismos da Mediunidade – André Luiz*

6ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho

Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

Oferecemos os cursos de: Alfabetização de Adultos, Artesanato, Culinária, Informática Básica, Reforço Escolar e Teatro.

Rua dos Marimbás, 220Vila Guacuri – São Paulo – SP

Tel.: (11) [email protected]

www.espiritismoeluz.org.br

Aconteceuaconteceu

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