4
Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá ANO 28 - Nº 960 www.sindmetalsjc.org.br De 30 de agosto a 5 de setembro de 2011 É muita cara de pau. Mas todo ano é a mesma coisa. É só chegar a época da Campanha Salarial que as empresas co- meçam com choradeira nas negociações. Em todos os grupos patronais já teve reunião, mas até agora é só enrolação. Chega de choradeira dos patrões O fato é que os patrões lucraram como nunca no último período e agora com o papo da crise internacional querem conti- nuar lucrando ainda mais nas nossas cos- tas, impondo arrocho e ataques aos direi- tos. Mas não vamos cair nesse papo furado. A luta vai é aumentar! Na Jornada Nacional de Lutas, os me- talúrgicos da GM fizeram uma grande passeata, intensificando a luta da Cam- panha Salarial. E vem mais por aí. Fique ligado no que rola na Campanha! É hora de aumentar a mobilização! de agosto foi um dia de luta, com passeatas e até bloqueio da Dutra. Nas manifestações, a defesa dos direitos e um recado claro ao gover- no: queremos a mudança na política econômica já! Dia 11 tem Festival dos Metalúrgicos Confraternização Pág.3 Pág.3 Depois de muita pressão, governo assina Astros 2020 Avibras Vereadores de São José se dão aumento de 55,13% Pouca vergonha! Pág.4 Pág.3 Convocada pela CSP-Conlutas e outras entidades, a Jornada Nacional de Lutas promoveu mobilizações em todo o país, de 17 a 26 de agosto. Trabalhadores, estudantes, aposen- tados e movimentos sociais foram às ruas e realizaram várias atividades, como passeatas, atos públicos, para- lisações nas fábricas, etc. No último dia 24, Brasília foi tomada por cerca de 20 mil pessoas numa grande ma- nifestação. Aqui em nossa região, 19 toma as ruas e leva 20 mil a Brasília Jornada Nacional de Lutas Pág.2 Tanda Melo

Chega de choradeira dos patrões É ora de amentar a ... · Chega de choradeira dos patrões ... nunca no último período e agora com o ... de agosto foi um dia de luta, com

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Chega de choradeira dos patrões É ora de amentar a ... · Chega de choradeira dos patrões ... nunca no último período e agora com o ... de agosto foi um dia de luta, com

Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Ano 28 - nº 960www.sindmetalsjc.org.br

De 30 de agosto a 5 de setembro de 2011

É muita cara de pau. Mas todo ano é a mesma coisa. É só chegar a época da

Campanha Salarial que as empresas co-meçam com choradeira nas negociações.

Em todos os grupos patronais já teve reunião, mas até agora é só enrolação.

Chega de choradeira dos patrões

O fato é que os patrões lucraram como nunca no último período e agora com o papo da crise internacional querem conti-nuar lucrando ainda mais nas nossas cos-tas, impondo arrocho e ataques aos direi-tos. Mas não vamos cair nesse papo furado.

A luta vai é aumentar! Na Jornada Nacional de Lutas, os me-

talúrgicos da GM fizeram uma grande passeata, intensificando a luta da Cam-panha Salarial. E vem mais por aí. Fique ligado no que rola na Campanha!

É hora de aumentar amobilização!

de agosto foi um dia de luta, com passeatas e até bloqueio da Dutra.

Nas manifestações, a defesa dos direitos e um recado claro ao gover-no: queremos a mudança na política econômica já!

Dia 11 tem Festival dos Metalúrgicos

Confraternização

Pág.3

Pág.3

Depois de muita pressão, governo assina Astros 2020

Avibras

Vereadores de São José se dão aumento de 55,13%

Pouca vergonha!

Pág.4

Pág.3

Convocada pela CSP-Conlutas e outras entidades, a Jornada Nacional de Lutas promoveu mobilizações em todo o país, de 17 a 26 de agosto. Trabalhadores, estudantes, aposen-tados e movimentos sociais foram

às ruas e realizaram várias atividades, como passeatas, atos públicos, para-lisações nas fábricas, etc. No último dia 24, Brasília foi tomada por cerca de 20 mil pessoas numa grande ma-nifestação. Aqui em nossa região, 19

toma as ruas e leva 20 mil a BrasíliaJornada Nacional de Lutas

Pág.2

Tand

a M

elo

Page 2: Chega de choradeira dos patrões É ora de amentar a ... · Chega de choradeira dos patrões ... nunca no último período e agora com o ... de agosto foi um dia de luta, com

Campanha Salarial

Vamos preparar a luta: sábado tem reunião do Comando Geral de MobilizaçãoContra a choradeira e enrolação dos patrões, vamos intensificar a mobilização. Neste sábado, vamos definir os rumos da luta em cada fábrica

Jornal do Metalúrgico2

Os trabalhadores podem ir se preparando para a luta con-

tra a enrolação dos patrões e para conquistar nossas reivindicações.

As negociações da Campanha Salarial ainda não chegaram às cláusulas econômicas, mas a cho-radeira da patronal já começou.

Em todos os grupos patronais, a conversa é uma só: utilizar a crise internacional, que ainda nem chegou ao Brasil, para impedir que os trabalhadores tenham sua parte no crescimento dos lucros e faturamento das empresas.

A General Motors, por exem-plo, apresentou, na maior cara de pau, uma proposta que só retira direitos. Em nenhum momento, a montadora se lembra do quanto os trabalhadores suaram nas linhas

Sindicatos do ABC e Taubaté fecham acordo nas montadoras

Dia 10, tem reunião do Conselho de Representantes

Metalúrgicos da Ford rejeitam trabalho aos sábados

PRAZO DE PLRELEIÇÃO DE CIPA EMERSON

SINDICALIZAÇÃO

RápidasOs trabalhadores da Emerson,

em Jacareí, estão em luta pela PLR. Eles reivindicam R$ 3 mil e já ele-geram a comissão de negociação. Os trabalhadores também exigem a efetivação de todos os trabalha-dores terceirizados, garantindo di-reitos iguais para todos. A primeira reunião de negociação será nesta terça-feira, dia 30.

Fique atento ao calendário das eleições de CIPA em sua fábrica. Na Wireflex, a eleição será nesta terça-feira, dia 30. Na C&D e Thyssenkur-pp, as inscrições terminam dia 31. Já as eleições serão dias 5 (C&D) e 6 (Thyssenkurpp). Lembre-se: eleger candidatos de luta é fundamental para fortalecer a organização dos trabalhadores!

A data-limite para pagamen-to da primeira parcela de PLR das fábricas da Assecre foi nesta segunda-feira, dia 29. Aquelas que já fecharam acordo, mas ainda não fizeram o pagamento terão de se mexer para acertar a situação imediatamente. O Sindicato está de olho, e se o pagamento não sair vai ter mobilização!

O Sindicato realiza, nos pró-ximos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a campanha de sindicalização na Latapack Ball, em Jacareí. Fique sócio (a) e ajude a fortalecer a luta da categoria metalúrgica!

A Usimoren ultrapassou todos os limites do desrespeito aos tra-balhadores. Um companheiro que teve parte de sua mão decepada, há anos na fábrica, agora está sen-do assediado pelo encarregado Fa-brício para que esconda essa grave lesão dos novos contratados. Tudo para não tornar público o quanto é perigoso trabalhar por lá.

ASSÉDIO NA USIMOREN

As estratégias dos trabalha-dores para a Campanha Salarial também estarão em discussão no próximo dia 10, sábado, às 9h, na reunião do Conselho de Representantes do Sindicato.

No encontro, conselheiros de cada região irão apresentar a realidade dos trabalhadores nas fábricas e, dessa forma, ajudar a construir as lutas da categoria.

No último encontro, os con-selheiros formaram os coman-dos de mobilização e deram iní-

cio à organização nas fábricas.Durante a Campanha Salarial,

as reuniões do Conselho passam a ser mensais, e não bimestrais como no restante do ano. Afinal, este é um período que exige muita discussão e organização de toda a categoria. “As reuniões do Con-selho são fundamentais para a preparação das lutas. Por isso, chamamos todos os trabalhado-res a participarem do encontro do dia 10”, afirma o diretor do Sindicato, Adilson dos Santos.

Metalúrgico sofre acidente ao tentar conter fogo na ItalspeedRisco à segurança

Wendell Marques

Um trabalhador da Italspeed sofreu queimaduras no rosto e braços ao tentar apagar o incên-dio que, desde o dia 18, consome sucatas de magnésio, num depó-sito da fábrica de Caçapava.

O acidente com o empilhadei-rista José Augusto é consequência da irresponsabilidade da Italspe-ed, que vem usando trabalhado-res para apagar as chamas que nem mesmo os bombeiros conse-guiram conter.

A fábrica não possui brigadis-tas e afastou irregularmente, em 2010, todos os cipeiros.

Os demitidos estão com pro-cesso judicial para reintegração e

o julgamento ocorrerá nesta ter-ça-feira, dia 30.

“A Italspeed agiu de forma to-talmente irregular e não respei-tou as normas de segurança para preservar a saúde dos trabalhado-res”, afirma o diretor do Sindicato Edmir da Silva.

Ato da VitóriaO histórico de irregulari-

dades da Italspeed é bastante conhecido. Recentemente, a empresa tentou emplacar em Caçapava a liberação de pro-cessamento de chumbo no bairro da Germana.

Mas os trabalhadores e a po-

pulação foram pra cima e impedi-ram essa afronta com uma grande mobilização popular.

A Lei do Chumbo, que che-gou a ser aprovada, foi derrubada após pressão popular.

Para comemorar o fim da lei e exigir emprego de qualidade na cidade, o “Fórum das Entidades Chumbo Nunca Mais” realizou um ato da vitória, dia 16, na Praça da Bandeira.

Durante o ato, o Fórum ga-nhou caráter permanente, para impedir que a Lei do Chumbo vol-te à pauta e para lutar por empre-gos e melhores condições de vida para a população.

Os metalúrgicos das mon-tadoras do ABC, Taubaté e São Carlos já fecharam acordo para 2011 a 2013.

Sem chamar os trabalhado-res para mobilização, os sindica-tos filiados à CUT priorizaram o pacto assinado com os patrões.

O acordo prevê aumen-to real de 2,5% mais abono de R$ 2.500 para este ano e o mesmo acordo no ano que vem. Isto significa que, mesmo

que as montadoras vendam mui-to mais em 2012, o aumento dos salários será o mesmo deste ano.

Se houvesse luta, seria possível arrancar mais. Este índice é menor do que tudo o que conquistamos nos últimos anos. No ano passado, conseguimos em nossa região um aumento real de 4,6% mais abono.

Tudo isso, na verdade, já é resul-tado do Pacto Social assinado em maio entre CUT, Força Sindical e os patrões da Fiesp. A parceria propõe

medidas para defender a compe-tividade das indústrias, sacrifican-do os trabalhadores e esquecen-do que são essas empresas que exploram e atacam direitos.

O nosso Sindicato e a CSP-Conlutas são totalmente contra esse Pacto Social e já divulgaram um manifesto para denunciar essa parceria vergonhosa entre sindi-catos e empresários. Em nossa re-gião, a ordem é lutar por aumento real de salário e acordo anual!

Dia 30General MotorsAutopeçasTrefilação/Refrigeração/LaminaçãoEstamparia

Dia 31AutopeçasEletroeletrônicos e Máquinas

Dia 2General MotorsEletroeletrônicos e MáquinasFundição

Calendário de negociações

de produção para garantir as en-tregas de veículos.

Portanto, é hora de ir pra cima. Neste sábado, dia 3, às 9h, vai ter uma reunião do Comando Geral de Mobilização da Campanha Salarial. Vamos nos organizar, por região, para preparar a luta e der-rotar as manobras dos patrões.

É muito importante que todos os comandos compareçam à reunião para fortalecer a nossa or-ganização. Todos os metalúrgicos (as) também estão convidados.

“A hora é de realizar assem-bleias nas fábricas, organizar a categoria e ir pra cima dos patrões. Só com luta, vamos garantir a nossa parte nesse bolo”, afirma o presidente do Sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.

Até agora, nenhum grupo pa-tronal avançou nas negociações das cláusulas sociais. A enrolação está geral.

Este ano, nossa prioridade será a conquista de eleição para Delegados Sindicais. E disso não abriremos mão.

Os delegados sindicais são representantes dos trabalhadores dentro das fábricas, fundamen-tais para fortalecer a organização e a luta por direitos.

Por isso mesmo, os patrões

Delegados sindicais sãoprioridade nesta Campanha

vão fazer de tudo para barrar mais essa conquista dos metalúrgicos. Por isso, para garantir esse direito, será necessário lutar muito.

Em Jacareí, já conquistamos, nesta Campanha, o direito à eleição de Delegado Sindical na Emerson. Os trabalhadores terão direito a um delegado, que será eleito após o dia 30.

“Vamos seguir o exemplo dos companheiros da Emerson e exigir eleição em todas as fábricas”, afir-ma o diretor José Mendonça.

Os metalúrgicos da Ford, em Taubaté, rejeitaram a propos-ta que o Sindicato da CUT e a montadora queriam empurrar para a categoria.

A proposta previa transfor-mar os sábados em dias normais de trabalho. Se fosse aprovado, os trabalhadores deixariam de receber hora extra.

Mas é claro que os compa-nheiros de Taubaté deram um chega prá lá nessa história e re-jeitaram a proposta absurda.

O argumento usado pela Ford é aumentar a competivi-dade com as empresas chinesas, que nem chegaram ainda.

Para tentar enganar os traba-lhadores, eles vieram ainda com uma conversinha de abono, que não enganou ninguém.

“Nosso Sindicato parabeniza os companheiros da Ford de Tau-baté, que souberam dizer não aos patrões e não caíram nessa arma-dilha fajuta”, afirma o diretor Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Assembleia sobre a Campanha Salarial na Sadefem, em Jacareí

Fábrica da Italspeed teve explosão no dia 18

Page 3: Chega de choradeira dos patrões É ora de amentar a ... · Chega de choradeira dos patrões ... nunca no último período e agora com o ... de agosto foi um dia de luta, com

teve início. Moradores da Ocupação Pinheirinho percorreram 18 km numa Grande Marcha pela Dignidade da Moradia. A manifestação chegou a parar a Dutra por 20 minutos.

No Jardim Paulista, metalúrgicos, petroleiros e outras categorias saí-ram em passeata da Praça da Igreja São Judas Tadeu até o Centro. Tam-bém marcharam ativistas do Movi-mento Regularize Já, que saíram das regiões leste e norte.

Todas as passeatas se encontra-ram na Praça Afonso Pena, onde aconteceu um grande ato, que teve apoio da Defensoria Pública do Es-tado de São Paulo, Comissão de Direitos Humanos da OAB, CSP-Conlutas, PSTU, além de diversos sindicatos, movimentos populares e estudantis e representantes de as-sociações de moradores.

Os manifestantes foram em marcha até a Prefeitura, para exigir a legalização de 94 bairros e o fim das demolições e do confisco de materiais de construção.

Dia 19, em São José, teve passeata na GM, bloqueio da Dutra e marcha com 2 mil pessoas

Como parte da Jornada Nacio-nal de Lutas, dia 19, foi dia de luta em São José. Houve várias mani-festações de trabalhadores e movi-mentos sociais, durante todo o dia.

Por volta das 5h da manhã, fo-ram os trabalhadores do 1º turno da GM que fizeram uma grande passeata. A entrada do 1º turno foi atrasada em cerca de uma hora, intensificando a mobilização em meio a Campanha Salarial.

Ainda de manhã, em outro pon-to da cidade, outra manifestação

Jornal do Metalúrgico 3

Jornada Nacional de Lutas

Trabalhadores exigem mudanças na política econômica do governo DilmaDe 17 a 26, paralisações, passeatas e atos em todo o país marcaram a Jornada Nacional de Lutas. No dia 24, mais de 20 mil pessoas ocuparam Brasília

Foi a primeira manifestação no go-verno Dilma e uma das maiores

já realizadas em Brasília nos últimos anos. Cerca de 20 mil pessoas ocu-param as ruas da capital federal no último dia 24, em uma grande pas-seata, como parte das atividades da Jornada Nacional de Lutas.

Unidade e representatividade Em Brasília, reuniram-se todos

que vêm lutando no país. Participaram da passeata, várias

categorias em Campanha Salarial e setores em luta como metalúrgicos, servidores públicos, professores, mi-neradores, operários da construção civil, trabalhadores dos Correios, bancários, sem terra, sem teto, estu-dantes e aposentados.

Cada setor levou para Brasília suas reivindicações, mas o que mar-cou a manifestação foi a unidade dos trabalhadores da cidade e do campo, do movimento sindical, popular e es-tudantil.

O objetivo da CSP-Conlutas, que convocou a Jornada, foi unifi-car nacionalmente as lutas e exigir da presidente Dilma que mude a política econômica a favor dos tra-balhadores.

Jornada vitoriosaA marcha a Brasília fechou com

chave de ouro dez dias da Jornada Nacional de Lutas. Entre 17 e 26 de agosto, aconteceram atividades em vários locais do país, como Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Rio de

Os metalúrgicos de São José e região tiveram participação com uma animada coluna na passeata em Brasília. O Sindicato também protocolou uma pauta de reivindicações no Ministério do Trabalho, exigindo o atendimento de reivindicações, como a redução da

jornada, estabilidade no emprego, gatilho salarial e diminuição da taxa de juros, entre outras.

Governo libera R$ 45 mi para AvibrasPrograma Astros

O governo federal finalmente liberou R$ 45 milhões para a Avibras, recursos que serão empregados no programa As-tros 2020, desenvolvido pela empresa para equipar o Exército Brasileiro.

O recurso, que foi liberado através de crédito suplementar para o Ministério da Defesa, aparece em decreto da presi-dente Dilma Rousseff (PT) publicado dia 25, no Diário Oficial da União, e foi am-plamente divulgado pela imprensa.

Segundo as matérias publicadas, a execução do orçamento deve ser dire-cionada para compra de munições e si-muladores de treinamentos.

Orçado em R$ 1 bilhão, o programa Astros 2020 era tido como a salvação da Avibras, que demitiu 170 funcionários em janeiro deste ano por falta de contratos

na área militar, carro-chefe da empresa.

Fruto de mobilizaçãoPara o diretor do Sindicato Ademir

Tavares da Paixão, a mobilização dos trabalhadores, desde o início do ano, foi decisiva para a liberação dos recursos.

Desde a demissão dos trabalhado-res, em janeiro, o Sindicato se reuniu três vezes com o Ministério da Defesa, em Brasília, e chegou até a elaborar uma cartilha. Isso sem contar as inúmeras pa-ralisações e mobilizações dos trabalha-dores.

“Agora continua a luta pela recontra-tação dos demitidos, regularização dos pagamentos de salários e direitos e pela estatização da empresa, que é estratégi-ca para o país”, disse.

Dia 11 acontece a 35ª edição do Festival dos Metalúrgicos

O Sindicato realiza no próximo dia 11, a 35ª edição do Festival dos Metalúrgicos. A tradicional festa da categoria rola a partir das 14h, no Clube de Campo da Sabesp.

No salão, o show será com a banda Sun-set e, na parte de fora, a já tradicional Roda de Viola.

Vá e leve a família

Serão sorteados 80 prêmios, sendo 50 prêmios entre os trabalhadores presentes e 30 entre todos os sócios. Entre os prêmios estão um carro e uma moto 0km.

Participe!Estão participando do sorteio geral todos

os sócios que autorizaram o desconto de 1% da PLR. Aqueles que comparecem à festa aumentam suas chances, já que também concorrem aos prêmios sorteados apenas entre os sócios presentes. Mas trabalha-dores de empresas que não autorizaram o desconto de 1% da PLR também podem participar do sorteio. Basta pagar uma taxa de R$ 10! Não fique de fora!

Janeiro, São Paulo e outros.Os trabalhadores foram às ruas

por aumento geral de salário, em defesa da educação e da saúde pú-blicas, pelo fim do Fator Previdenci-ário, por reforma agrária, redução da jornada de trabalho, entre outras.

Fortalecimento das lutasA Jornada chega ao fim com o

fortalecimento de todas as cate-gorias e setores em luta e com um importante recado para o governo federal: o povo está insatisfeito com essa política econômica e continuará na luta por seus direitos.

Segundo um dos membros da Se-cretaria Executiva da CSP-Conlutas, Zé Maria de Almeida, haverá conti-nuidade dessa iniciativa.

“Nas próximas semanas, as enti-dades e organizações que promove-ram a Jornada devem se reunir e dis-cutir os próximos passos de uma luta unificada”, disse.

Para Zé Maria, a continuidade dessa mobilização é fundamental. “Afinal, o governo não está distri-buindo os bônus do crescimento econômico para os trabalhadores. Agora, Dilma está usando a crise in-ternacional para diminuir os inves-timentos nas áreas sociais e reduzir direitos dos trabalhadores”.

Zé Maria lembrou que é esse tipo de política que está levando traba-lhadores do mundo todo a se levan-tarem. “Basta olhar para a Europa e agora mesmo para o Chile que reali-zou uma greve geral de 48 horas”.

Marcha percorreu cerca de 5 km, do estádio Mané Garrincha ao Congresso Nacional. Abaixo, passeata em Belém, também pela Jornada Nacional de Lutas

“É uma marcha muito bonita, democrática, com um grande número de pessoas e entidades de vários setores, que reivindicam o respeito que o governo não está dando aos trabalhadores. Essa manifestação demonstra a unidade que vai fazer o governo atender nossas reivindicações” - pro-fessor Rocha, da Adufes - seção do Andes-SN Vitória/ES

“Estamos aqui contra a corrupção. Tem dinheiro pra corrupção e não tem pras áreas sociais. Estamos aqui pra apoiar a luta dos companheiros por mora-dia e direitos”, Marcelo, do MTST de São Paulo.

“É uma grande manifestação. É um recado pro governo da nossa unidade e força”, Gerônimo, do MTL de MG.

“Muito boa a manifestação. Mostra que não es-tamos sozinhos e todos estão em luta”, Heleno, metalúrgico de Itaúna.

“A marcha foi positiva, grande participação. É um recado para o governo ver que o trabalhador não tá contente.Voltamos com gás para enfrentar a chora-deira dos patrões e passar esse ânimo pros demais trabalhadores”, Valmir Silva, cipeiro da GM.

“Deu pra perceber que o povo tá indignado e quer mudança, como a reivindicação dos 10% do PIB para a educação e um futuro melhor para os nossos filhos. Essa manifestação nos dá muita força”, Luciano, cipeiro da GM.

Confira a opinião dequem foi a Brasília

Passeata na GM abriu manifestações no dia 19. Acima, marcha do Pinheirinho que parou a Dutra e ato na Praça Afonso Pena

Tanda Melo

Tanda Melo

Page 4: Chega de choradeira dos patrões É ora de amentar a ... · Chega de choradeira dos patrões ... nunca no último período e agora com o ... de agosto foi um dia de luta, com

Patrões querem usar crise para aumentar lucros

Orgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá • Rua Maurício Diamante, 65 - 12209-570- (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected] - São José dos Campos - SP - Responsabilidade: Diretoria do Sindicato - Edição: Ana Cristina Silva - Redação: Ana Cristina da Silva, Douglas Dias, Eliane Mendonça, Rodrigo Correia e Shirley Rodrigues - Editoração Eletrônica e Ilustração: Bruno César Galvão - Fotolito e Impressão: UniSind Gráfica Ltda (11) 2068-8370

Expediente

Jornal do Metalúrgico 4

Na última quarta-feira, dia 24, o governo do presidente chileno Sebastián Piñera en-frentou uma greve geral de 48 horas, convocada pela CUT (Central Unitária de Trabalha-dores), que uniu os estudantes em luta por uma educação pú-blica e gratuita e trabalhadores de diversos setores, contra a política econômica neoliberal de Piñera.

Foram as maiores manifesta-ções desde a queda da ditadura. Segundo a CUT, mais de 600 mil manifestantes saíram às ruas da capital Santiago e de outras cidades do país para participar da paralisação, exigir mudan-ças na legislação trabalhista e uma nova constituição para substituir a que foi deixada pelo ditador Augusto Pinochet, entre outras reivindicações.

Cerca de 500 manifestantes

População derruba ditador Kadafi Greve geral paralisa o ChileApós cerca de cinco meses

de conflitos a população da Líbia conseguiu derrubar o regime do ditador Muamar Kadafi, que esta-va no poder há mais de 42 anos.

No último dia 21, os rebedes entraram na capital, Trípoli, e no dia 23 chegaram ao principal quartel-general do ditador, mas não o encontraram. Em seguida, a população decidiu partir para Sirte, cidade-natal de Kadafi e um dos últimos focos de resistência de seu regime. Embora não se sai-ba onde está Kadafi, a realidade é que o ditador não possui mais o controle do país e, acuado, tenta negociar uma “trégua”.

Seguindo o exemplo de Egito e Tunísia, que também derrubaram governos ditatoriais, a população líbia conquistou uma grande vitória contra um dos regimes mais sangui-nários existentes no mundo.

No início dos conflitos, Kadafi

No limiteO pessoal da Alestis não

aguenta mais o tal do Jean, analista do Departamento

Pessoal. Desde que ele chegou, todo mês é a mesma coisa,

com inúmeros erros de paga-mento. Um total descaso com os trabalhadores. Sem contar a comida servida, de péssima

qualidade. Até marmitex azedo o pessoal já recebeu. O que é isso? Continua abusando da

sorte pra ver o que acontece...

Doente leva suspensãoNa Engeseg, 3ª da GM, está uma palhaçada. Funcionário

que falta ao trabalho por moti-vo de doença, mesmo levando atestado médico no outro dia, leva suspensão. Sabe por quê? Porque não avisou com ante-cedência que ia ficar doente. É ou não é uma palhaçada? Pra piorar a GM sabe, mas é coni-vente. Então vou dar um aviso com antecedência: parem com essa sacanagem, senão é essa

empresinha que vai parar!

Maria FumaçaO supervisor de produção da Heatcraft, o tal do Marastone, não se cansa de pressionar os funcionários para aumentar a

produção. Mas ele mesmo não faz nada. Quando não está en-chendo o pessoal, está fuman-do e tomando cafezinho. Mas que vida mansa, hein senhor

maria fumaça?

Só cobrança Na Metinjo, o supervisor Bruno Labinas já passou dos limites. Só sabe cobrar o pessoal, sem dar o mínimo de condições de saúde e segurança no trabalho. Hei, pe-lego, que tal parar um pouco de só tomar cafezinho na diretoria e fazer alguma coisa pra melhorar o ambiente de trabalho, hein?

Megera sem noçãoA engenheira Luana, da Sun

Tech, tá pensando que a fábrica virou escola. A megera, que

não se cansa de humilhar todo mundo, agora tá aplicando

provas para o pessoal, dizendo que quem tirar nota menor que 6 será demitido. Mas, que regra

nova é essa? Tá se achan-do melhor, é? Abre o olho e

coloque-se no seu lugar!

Kaizen no transporteA nova da Embraer é implantar

o Kaizen no transporte. Mas se engana quem pensa que as mudanças são para melhorar a vida dos trabalhadores. Muito pelo contrário! O único objeti-vo é diminuir ainda mais as li-

nhas para que a empresa possa economizar mais, precarizando

o serviço. O resultado todo mundo já viu: mais problema do que solução. Se a empresa

insistir, o caldo vai ferver!

Willy Wonka da GMO Casemiro, supervisor da

manutenção da Powertrain 1, da GM, deve estar passando por uma grave crise de identidade.

Afinal, ele encarnou o Willy Wonka, personagem de Johnny

Depp no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, e anda

distribuindo chocolates na fábri-ca. Ganha quem não faltou, nem

teve atrasos. E isso é feito com toda pompa e cerimônia, pra

constranger aqueles que tiveram algum problema. Que palhaça-da! Isso é assédio moral, pelego!

Foi muita cara de pau e total desrespeito aos trabalhadores e à população. Na

última quinta-feira, dia 25, os vereadores de São José aprovaram um aumento de 55,13% em seus salários.

Os salários passarão dos atuais R$ 8.320 para R$ 12.907 a partir de 2013. A lei segue agora para a mesa do prefeito Eduardo Cury (PSDB) para veto ou aprovação.

Antecipando a inflaçãoÉ um reajuste que não tem qualquer

tipo de justificativa, a não ser a própria ganância e falta de senso moral por parte dos vereadores.

Na tentativa de justificar o injustificável, os vereadores dizem que esse percentual é o índice da inflação acumulada desde o último reajuste, em 2009, até o fim da próxima legislatura, em 2016. Ou seja, os vereadores teriam conseguido “prever” um índice que nem mesmo os mais renomados economis-

Crise internacional

Revolução na Líbia Internacional

Caras de pau

Abaixo o aumento vergonhoso de 55,13% nos salários dos vereadoresNesta quinta-feira, dia 1º, trabalhadores e estudantes realizam novo protesto contra super salários na Câmara de São José

O tema da crise econômica mundial voltou com força aos noticiários nas últimas semanas. Governos estão à beira da falência. Bolsas de valores oscilam dia a dia, deixando os mercados instáveis. É a crise, iniciada em 2007, que se agrava novamente.

Pela primeira vez na história, os Estados Unidos tiveram a nota de

risco de sua dívida pública rebai-xada. Na prática, isso significa que os títulos do país já não são tão confiáveis, com risco de calote.

Na Europa, vários países estão à beira da falência. A Grécia vive a pior situação, com a economia totalmente quebrada, mesmo após a aplicação de dois planos de aus-teridade em menos de um ano e o

tas do país conhecem. Essa iniciativa dos vereadores da cidade é inédita.

Enquanto isso, os médicos da rede pú-blica de saúde de São José seguem em luta para conquistar seu reajuste; nós, metalúrgi-cos, vamos ter de lutar para arrancar nosso aumento e os aposentadores ficarão sem aumento por decisão da presidente Dilma.

Com essa mudança no salário, o gasto da Câmara Municipal com os vereadores aumentará em mais de R$ 1,1 milhão por ano.

Esse dinheiro poderia ser destinado para a construção de moradias, creches, melhorias na saúde e outras áreas sociais.

“Esse aumento dos vereadores é vergo-nhoso e demonstra a falta de respeito com a população que vêm se manifestando há mais de dois meses e já deixou claro que não concorda com esse aumento”, afirmou o diretor do Sindicato, Renato Bento Luiz, o Renatão.

O reajuste votado na semana passada, além de imoral, é ilegal. Portanto, vamos dar continuidade às mobilizações para que os vereadores recuem e o prefeito vete a medida.

Nesta quinta-feira, dia 1º, vamos

Vamos ocupara Câmara

nesta quinta

chegou a utilizar aviões contra civis em uma tentativa desespe-rada de se manter no poder.

O Conselho Nacional Tran-sitório, órgão formado por ex-ministros de Kadafi, apoiado pelos EUA e países imperialistas, já afirmou que manterá todos os contratos petrolíferos e que a população precisa se desarmar e voltar a produzir. O povo líbio não pode se deixar enganar. A próxi-ma batalha é colocar o poder, de fato, nas mãos do povo através de suas organizações e impulsionar ainda mais a revolução árabe.

foram detidos e a primeira morte desde o início das manifestações foi registrada. Um adolescente de 14 anos foi baleado e morreu, no último dia 26.

A luta teve início há cerca de três meses, com os estudantes e professores chilenos lutando por uma educação pública, gratuita e de qualidade, já que o Chile foi o primeiro país do mundo a aplicar o plano neoliberal, privatizando áreas importantes como a Pre-vidência Social e praticamente toda a educação do país.

voltar a ocupar a Câmara Municipal para pressionar pelo fim desse au-mento vergonhoso.

Os vereadores já tiveram de recuar do que planejavam inicialmente. Afinal, eles pretendiam votar 80% de reajus-

te no mês de junho. A forte pressão popular no último mês, com protes-tos de trabalhadores e estudantes na Câmara, impediu a votação antes do recesso. Portanto, com luta, podemos barrar esse aumento vergonhoso!

perdão de parte de suas dívidas.Outros países como Espanha,

Portugal, Irlanda e Itália também fizeram seus planos de austerida-de. No entanto, não conseguiram obter os resultados esperados.

Pacotes para garantir lucrosOs tais pacotes de austeridade

anunciados pelos governos nada mais são do que ataques brutais à população desses países.

As medidas vão desde o au-mento da idade da aposentado-ria, cortes de salários, redução de direitos ao sucateamento dos serviços públicos.

São ataques para garantir os lucros das grandes empresas e bancos. Desde o início da crise, os governos do mundo todo já destinaram mais de 30 trilhões de dólares para salvar empresários e

banqueiros. Agora, falidos, cobram a conta dos trabalhadores.

Enquanto isso, os patrões seguem lucrando, seja impondo uma superexploração à classe tra-balhadora, atacando as condições de vida da população ou às custas do dinheiro público.

A luta das massasNesse momento, há uma revol-

ta social na Europa que coloca em xeque os planos de austeridade.

As massivas mobilizações dos “indignados” que tomam conta das ruas da Espanha e da Grécia são provas dessa disposição de luta. Ao mesmo tempo, a revolu-ção árabe segue em curso.

Os trabalhadores e a juventude estão mostrando que não estão dispostos a pagar pela crise dos capitalistas. Esse é o caminho.

No Brasil, a crise ainda não chegou e o últi-mo período foi de forte crescimento econômi-co, em que os patrões lucraram muito.

Segundo a Revista Exame, as 500 maiores empresas do Brasil tiveram, em 2010, um crescimento nos lucros de 31% em relação a 2009, de US$ 86,7 bilhões.

Agora, os empresários estão usando a crise para continuar lucrando e começaram com a

O Brasil continua crescendochoradeira para tentar impor arrocho.

Dilma já aplica um programa para defender os patrões e, enquanto corta gastos sociais, anunciou um pacote bilionário de isenções de impostos aos patrões.

A crise ainda não chegou ao Brasil e se chegar não vamos pagar por ela. Os capi-talistas que paguem pela crise que criaram, reduzindo seus lucros!

Vergonhosamente, as centrais CUT e Força Sindical se aliaram aos patrões e governo e adotaram o discurso das “câmaras setoriais”, do “pacto social”. É preciso repudiar essa pelegagem. Nós, trabalhadores, precisamos ir à luta e exigir do governos, medidas como a mudança na política econômica, estabilidade no emprego, redução na jornada, não pagamento da dívida pública e a estatização dos bancos.

"Indignados" na Espanha lutam contra planos de austeridade