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Sociologia da Conflitualidade na América Latina Professor Responsável: José Vicente Tavares dos Santos (UFGRS) Aluno: Mestrando Paulo Sérgio Lisboa Cavalcante (UECE) Trabalho apresentado no curso de férias Chile Este trabalho tem como objetivo uma introdução aos estudos sociológicos na perspectiva latino americano com foco no Chile. Apresentado quanto critério de avaliação do curso de férias com o objetivo de conclusão do mesmo. Um continente em grande evoluções de ciclos políticos de riqueza imensuráveis, em que ideologias de centro-esquerda e esquerda mantêm-se no poder e de forma que vemos na mesma perspectiva em que ascenderam, caem em descredito. Aqui procuraremos de forma sucinta retratar, ou melhor responder, a questões levantadas pelo ministrador da disciplina sobre determinados Estados nacionais do continente americano. Entre os anos de 2003 a 2010 o Chile experimentou um crescimento sustentável no PIB do país, com uma queda de -1,7% no ano de 2009, com uma balança comercial em alta de 2010 à 2012. 38% do PIB corresponde a exportação de bens e serviços. O Estado conta com 21 acordos comerciais vigentes com 58 países, dados do Diretório de Relações Econômica Internacionais (DIRECON) do Ministério das Relações do Exterior. É considerado um dos países mais livre e menos corruPTos da região, equiparados ao Japão, Irlanda e Áustria. Apesar de possuir o maior índice de desigualdade de renda, concentração de terras, etc., dos países que compõe a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, sendo o único representante sul americano. Consequência da elevada concentração de renda que assola os países latinos americanos. Segundo dados da ONU a taxa de homicídio é de 4,8 por 100 mil habitantes. Com uma perspectiva de vida de 79 anos. A taxa de alfabetização de adultos chega de 91 a 99%. “… que fatores de violência social não funcionam da mesma maneira culturalmente em países no continente. Se pensarmos na Bolívia, com um alto nível de exclusão

Chile Confitos Sociais

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CHILE, TRABALHO SOCIAL SOBRE O...

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Page 1: Chile Confitos Sociais

Sociologia da

Conflitualidade na América LatinaProfessor Responsável: José Vicente Tavares dos Santos (UFGRS)Aluno: Mestrando Paulo Sérgio Lisboa Cavalcante (UECE)

Trabalho apresentado no curso de férias

ChileEste trabalho tem como objetivo uma introdução aos estudos sociológicos na perspectiva latino americano com foco no Chile. Apresentado quanto critério de avaliação do curso de férias com o objetivo de conclusão do mesmo.

Um continente em grande evoluções de ciclos políticos de riqueza imensuráveis, em que ideologias de centro-esquerda e esquerda mantêm-se no poder e de forma que vemos na mesma perspectiva em que ascenderam, caem em descredito. Aqui procuraremos de forma sucinta retratar, ou melhor responder, a questões levantadas pelo ministrador da disciplina sobre determinados Estados nacionais do continente americano.Entre os anos de 2003 a 2010 o Chile experimentou um crescimento sustentável no PIB do país, com uma queda de -1,7% no ano de 2009, com uma balança comercial em alta de 2010 à 2012. 38% do PIB corresponde a exportação de bens e serviços. O Estado conta com 21 acordos comerciais vigentes com 58 países, dados do Diretório de Relações Econômica Internacionais (DIRECON) do Ministério das Relações do Exterior. É considerado um dos países mais livre e menos corruPTos da região, equiparados ao Japão, Irlanda e Áustria. Apesar de possuir o maior índice de desigualdade de renda, concentração de terras, etc., dos países que compõe a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, sendo o único representante sul americano. Consequência da elevada concentração de renda que assola os países latinos americanos. Segundo dados da ONU a taxa de homicídio é de 4,8 por 100 mil habitantes. Com uma perspectiva de vida de 79 anos. A taxa de alfabetização de adultos chega de 91 a 99%.

“… que fatores de violência social não funcionam da mesma maneira culturalmente em países no continente. Se pensarmos na Bolívia, com um alto nível de exclusão social, ou de um populismo saturada Argentina, Chile está em um pólo diferente, mas não mais confiável ou melhor do que os vizinhos com o qual é comparado”. p.100

Por isso, é possível afirmar que a tranquilidade social rendeu às manifestações não só porque há uma crise de representação, mas porque as respostas do sistema político em quase duas décadas expuseram contradições vitais da sociedade chilena que são evidentes na redistribuição diferenças de riqueza e renda resultantes de um deficit para muitos na educação.Todos os índices no modelo capitalista encontram-se aparentemente em conformidade no Chile. A exemplo dos anos 60, a população se manifesta e a sociedade civil avança mais levados pela globalização. Encontram-se os serviços essenciais entregues ao livre mercado (eletricidade, água, educação, terra, etc.) O que gera descontentamento social pela ausência de controle do Estado e a evidente ganancia dos conglomerados econômicos.Enquanto os manifestos dos anos 60/70 era a precarização do trabalho que assolava, hoje é a desigualdade de renda expressa no PIB e renda nacional, em nível familiar. Um Estado em que a crença nas suas instituições e na legitimidade das mesmas, o maior desafio é acelerar mudanças enquanto a maior fraqueza reside na lenta implementação de políticas públicas.

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debate nacional.O levante dos estudantes nos últimos anos tinham como demanda de alunos focadas na desmunicipalização do ensino primário e secundário, a educação gratuita e universal, o fim do lucro e do aumento dos gastos com educação.O governo investe 0,3% do PIB em IES. Recentemente criou-se o credito para a financiamento educacional no país com um potencial de endividamento de 28 vezes o valor. Investe apenas 3,14% do PIB em educação menos um ponto em média da América Latina, segundo Centro de Estudos de Economia Aplicada , 2011. A exclusão social nas escolas é fator preponderante nos números de diferença social, levando o Chile no ranking internacional de 2009 testes do PISA, quanto o segundo maior em segregação social no mundo (Waissbluth, 2011).Outro foco das desigualdades chilena encontra-se mais histórico nas reivindicações dos povos mapuche e a dificuldade por parte do governo do reconhecimento de um Estado plurinacional. Ao ponto de na prática aplicar leis condenáveis do período do governo de exceção, como a lei antiterrorista 18.314, equiparado ao recentemente discutido no Brasil de criminalização e restrição ao direito de manifestação pública. Lei essa que qualifica quanto terrorista manifestações de caráter reivindicativo social.No fim de 2008 houve um suspiro de avanço ao fechar o acordo, empurrado para o final do governo, “Re-conocer: Pacto social por la Multicuturalidad”, que visa promover várias mudanças no sistema político, com vista a integrar os povos indígenas.Apesar dos avanços propostos a reação contraria é a violência policial, que continuamente denunciada em organismos internacionais, a militarização do conflito, a aplicação da lei antiterrorismo de justiça militar e planos de restituição de terras que não se cumprem, são fatores que emperram o processo e continua ser um dilemas entre os casos de violência.