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y,:^/^ SOB OS AUSPÍCIOS DO EX.'"" E 11.'»• SENHOR JlS^^A^i iltóÉ ANTÔNIO M SE1X48, Víf-*^ st Unum gesfit: ne igíiórãtn damneiur. Terliiliúnó; Apolúg. cap- l1. ANNO IH. REDACTORES íiAiuo Maiuan.no de Santa Roza de Lima. Coneco ViGAi.io José Joaquim da Fonseca Lima. N. 110. CHQhd^BKBa» PASTORAL. 1). R0MCAI.D0 ANTÔNIO DE SEIXAS, por MliUCK Dli iVliOS, E DA SANTA APOSTÓLICA, ARCEBISPO DA BAHIA, METROPOLITANO E PlU- MAZ DO MIASIL, DO CONSELHO DE S. M. O IM- PEUADOll, GHANDE DIGNITAKIO DA ORDEM DA UOZA, GUAM-CiUJZ DA DE CHIUSTO, &C. Ao Clero, e mais Fieis da Nossa Diocese Saúde, Paz e. Benção ern Jesus Christo nos- so Divino Salvador. (CoiUmuaçSo do numero 100.) O Filosofismo, porem, não podia ver na união conjugai senão um fado pura- mente humano, e o resultado do instineto da propagação da Espécie, porque elle não via no homem senão um composto ou mas- sa organisada e sensivel, oue recebe a vi- da de tudo que o cerca, e de suas precisoes. (I) Ecom uma lão aviltante doutrina, que íaz das sensações a única regra dos deve- res, seria possivel sentir as vantagens <le uma Religião toda celeste, que procura levantar o homem acima dos sentidos, su- jeitándo a carne ao espirito, e este à Ra- zão Infinita e Soberana de Deos? não: o Baptismo, quesantifica o berço do mortal, e o colloca sob os auspícios e tutela da Di- viadade, foi despresado, como uma cere- monia vãa, ou contestada sua necessida- de; a educação tísica ou do corpo, e a cultura da intelligencia, que em ultima analyse não era para estes Sofistas se não o produeto dos órgãos, ou de não sei que protuberancias do cérebro (2) absorverão (1) Cathechisme de moralc par S. Lâinbert, ri) 0 famoso svsiema do ür.Gall, vigorosamente ata- do , loso que app ircceo, pelos mesmos pnnc.pios SABBADO 1*2 DE OUTUBRO DE lboO. todos os cuidados; c a instruecão moral e religiosa oufoi abandonada, ou, o que imporia o mesmo, reservada para uma época, cm que ella se torna illusoria, quando os prazeres e as paixões, de que ella devia ser o preservativo, se tem apoderado dc todas as avenidas do cora- ção. Vio se então, disse um grande Fito.- solo Christão, Naturalistas de oito annos, e alheos de vinte! Julgai agora, Amados Filhos, qual des- les systemas vos parece mais próprio para conseguir a felicidade de vossos filhos, se o da indillereuça, que deixa sua primeira idéia sem nenhuma defesa contra as mil seducções, que em breve os devem assai- lar, eexpor a um triste naufrágio sua in- nocencia c costumes, ou ode uma educa- ção fundada uo temor de Deos, e no co- nhecimento c observância da sua Lei, que couslitue toda a grandeza do homem? De- um time et mandata ejus observa, hoc est énim omnis homo. (3) Sendo applicavel aos Escravos tudo o dWnatomia, e que acaba de ser refutado com novo» e victoriosos argumentos por M. Klourens, Secretario perpetuo ^Academia das Seiencias, condtmo o ceie- bre A. da Çraneologia de absurdo em absurdo at* pretender, qoe os melhoramentos da educação depeu, dião do progresso das seiencias físicas, de sorte que- em quanto a historia natural não estiver completa r. aperfeiçoada, não he posnvel dar uma direcção se- mira á 'educação, nem um impulso conveniente asdi/- ferentes paixõesV. Por esta forma, diz um judicioso critico, no Século de Luiz Mu e com mais razão nos séculos anteriores, cm que as seiencias naturaes esta- vão apenas no berço, não era possivel bem dirigir a educação.e uma tal vant.igem era reservada ao beeuiov que visse nascer a rrancolot/ia!! (3) Eccles. cap, í% v. 13.

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y,:^/^ SOB OS AUSPÍCIOS DO EX.'"" E 11.'»• SENHOR

JlS^^A^i iltóÉ ANTÔNIO M SE1X48,Víf-*^

st

Unum gesfit: ne igíiórãtn damneiur.Terliiliúnó; Apolúg. cap- l1.

ANNO IH.

REDACTORESíiAiuo Maiuan.no de Santa Roza de Lima.

Coneco ViGAi.io José Joaquim da Fonseca Lima. N. 110.

CHQhd^BKBa»

PASTORAL.1). R0MCAI.D0 ANTÔNIO DE SEIXAS, por

MliUCK Dli iVliOS, E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA,

ARCEBISPO DA BAHIA, METROPOLITANO E PlU-

MAZ DO MIASIL, DO CONSELHO DE S. M. O IM-

PEUADOll, GHANDE DIGNITAKIO DA ORDEM DA

UOZA, GUAM-CiUJZ DA DE CHIUSTO, &C.

Ao Clero, e mais Fieis da Nossa DioceseSaúde, Paz e. Benção ern Jesus Christo nos-so Divino Salvador.

(CoiUmuaçSo do numero 100.)

O Filosofismo, porem, não podia verna união conjugai senão um fado pura-mente humano, e o resultado do instinetoda propagação da Espécie, porque elle nãovia no homem senão um composto ou mas-sa organisada e sensivel, oue recebe a vi-da de tudo que o cerca, e de suas precisoes.(I) Ecom uma lão aviltante doutrina, queíaz das sensações a única regra dos deve-res, seria possivel sentir as vantagens<le uma Religião toda celeste, que procuralevantar o homem acima dos sentidos, su-

jeitándo a carne ao espirito, e este à Ra-zão Infinita e Soberana de Deos? não: oBaptismo, quesantifica o berço do mortal,e o colloca sob os auspícios e tutela da Di-viadade, foi despresado, como uma cere-monia vãa, ou contestada sua necessida-de; a educação tísica ou do corpo, e acultura da intelligencia, que em ultimaanalyse não era para estes Sofistas se nãoo produeto dos órgãos, ou de não sei queprotuberancias do cérebro (2) absorverão

(1) Cathechisme de moralc par S. Lâinbert,ri) 0 famoso svsiema do ür.Gall, vigorosamente ata-

do , loso que app ircceo, pelos mesmos pnnc.piosSABBADO 1*2 DE OUTUBRO DE lboO.

todos os cuidados; c a instruecão moral ereligiosa oufoi abandonada, ou, o queimporia o mesmo, reservada para umaépoca, cm que ella se torna illusoria,quando os prazeres e as paixões, de queella devia ser o preservativo, se tem jáapoderado dc todas as avenidas do cora-ção. Vio se então, disse um grande Fito.-solo Christão, Naturalistas de oito annos,e alheos de vinte!

Julgai agora, Amados Filhos, qual des-les systemas vos parece mais próprio paraconseguir a felicidade de vossos filhos, seo da indillereuça, que deixa sua primeiraidéia sem nenhuma defesa contra as milseducções, que em breve os devem assai-lar, eexpor a um triste naufrágio sua in-nocencia c costumes, ou ode uma educa-ção fundada uo temor de Deos, e no co-nhecimento c observância da sua Lei, quecouslitue toda a grandeza do homem? De-um time et mandata ejus observa, hoc esténim omnis homo. (3)

Sendo applicavel aos Escravos tudo o

dWnatomia, e que acaba de ser refutado com novo»e victoriosos argumentos por M. Klourens, Secretario

perpetuo ^Academia das Seiencias, condtmo o ceie-bre A. da Çraneologia de absurdo em absurdo at*

pretender, qoe os melhoramentos da educação depeu,dião do progresso das seiencias físicas, de sorte que-em quanto a historia natural não estiver completa r.aperfeiçoada, não he posnvel dar uma direcção se-mira á

'educação, nem um impulso conveniente asdi/-

ferentes paixõesV. Por esta forma, diz um judiciosocritico, no Século de Luiz Mu e com mais razão nosséculos anteriores, cm que as seiencias naturaes esta-vão apenas no berço, não era possivel bem dirigir aeducação.e uma tal vant.igem era reservada ao beeuiov

que visse nascer a rrancolot/ia!!(3) Eccles. cap, í% v. 13.

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158 O NOTICIADOR CATHOLICO,

que até aqui temos ponderado sobre anecessidade da instrucção religiosa, bastara dizer, que o próprio interesse dosSenhores deveria excitar o seo zelo, paranão privar de tão grande beneficio a estesinfelices, que p Filosolismo pagão degra-dou, até contal-os entre os animaes do-mestiços, mas que o Christianismo pro-clamou como nossos irmãos, e filhos domesmo Pai celestial; sendo certo, que oEscravo, à medida que for guiando pelosentimento religioso, será mais obediente,e resignado, porque conhece, que foi De-os quem lhe destinou esta dura sorte, quesó elle a pode adocar, e que o suicídio, arevolta, e outros crimes são condemnadospela Lei Divina, e punidos com eternossupplicios.

Não se conclua do que á pouco observa-mos, que temos por inútil a illustração ouo desenvolvimento das faculdades inlelle-ctuaes pelo estudo das letras e sciencias:ao contrario Nòs continuamos a formarardentes votos, para que a instrucção nãosó se propague, mas que se torne mais so-lida e profunda. O que desejamos sim heque a sua acquisiçâo não seja consideradacomo fim, mas como meio de sermos me-lhores e mais perfeitos, ou, como diz o ini-mitavel Autor da Imitação de Christo. quesempre lhe prefiramos uma consciênciapura o uma vida virtuosa, (l\) Queremosque a Fé Christãa seja a reguladora da in-telligencia, e como a réroora, que a emba-race de tansppr os limites, que lhe forãomarcados.Queremos,quea Mocidade, ávi-da de conhecimentos, não os vá bebernesses livros e brochuras luciferinas, que,á despeito das verdadeiras luzes, que asrepellem, consta-Nos, ainda serem impor-tadas em grande copia, e expostas á ven-da, onde se bebe a longos sorvos o atheis-mo e a corrupção, e se mel e a ridículo oque ha de mais santo e venera vei, os Mys-terios, os Preceitos, e as praticas doCuítoCatholico; nessas producçoesanti-clirisiãsonde se proclama a soberania da razão,nega-se e ataca-se o Dogma, epoem-se emduvida a existência mesmo de Jesus Chris-to! (5) nesses romances voluptuosos, ou,

(h) Liv. JU* cap. 3.(ò) Eslas idéias, que da celebre Escola dos li-vres pensadores da Inglaterra passarão á Kscola sce-

ptica da França nos fins do ultimo século, pare-cem querer hoje reviver debaixo do nome de Pan-thctsmo ou Eclcctismo, e na Alemanha existe umafcscoia Mosodca, cujo Cheíey.HegeMevpu suas es-peculações ate* declarar guerra aberta conlra os do--mas de qualquer igreja Cbiistãa. A sua Chri<t0Jo-gia tem por fim desnudar a Jesus Christo do seocaracter Divino, provar que tudo aquillo que formavaames a tranqüilidade de milhões de Iwaiens, não

como lhes chamava um antigo—historiasqueensinão apeccar (6)—não menos offen-sivas do gosto, que do pudor e da Moral,que hão dado a morte a muitas almas mlnocentes. Queremos, que a sçiencia se ba-sêe na caridade sem a qual ella não passade uma vãa ostentação -scientia inflat, ca-ruas vero cedificat (7), e que se restabele^ça e consolide essa feliz alliança do gênioe do talento com a Fé e a piedade christãa,que immortalisou os Descartes,os Bossuet,'os Fenélon, osCorneille, os Racine, assimcomo o grande século, de que elles forãoo ornamento, alliança que altqrada.e rotapela impia mão do Filosofismo, reappare-ce hoje com tanto maior brilho, quanto hemais gloriosa a homenagem, que as scien-cias humanas tribulão à Religião do Cru-cificado, confessando, que a não hostilisá-rão, como inimiga, se não porque aindaincertas e quasi na infância ellas não ti-nhào conhecido as intimas e profundas re-laçôes, qne ligão e harmonisão suas lheo-rias e descobertas com as verdades revê-ladas, convertendo em sua defesa as pro-prias armas, com que as tinhão antes com-batido (8); e, para dizermos tudo deuma vez, queremos que a educação, quedecide do futuro do homem, comprehen-da também todo o ser do homem, o seoespirito pelo ensino do que elle deve sa-ber, conforme oeslado ou profissâo,a quese destina, o seo coração pela regra im-mutável dos costumes, que he a Lei deDeos, e o corpo pelo regimen ou exerci-cios, que énfretem a saúde e o vigor, oupelas artes, que contribuem á satisfaçãodas necessidades ecommoilidades da vida.He do concurso e reciproco auxilio des.tes diflerentes ramos de educação, queresulta sua benéfica influencia. A piedadefecunda, rectifica e preserva a sçiencia,para que se nào corrompa, ou extravie; asçiencia esclarece a piedade, para que não

lie mais que uma serie de myíhoí ou alleeorias.duvidar em fi,n da pr0f)rh exisle^cia .'histórica dVWM e,n

#W m>:ne f«™o l>H|>tÍ7.ados.- Assim seexp.i.ne um illustre Sábio daquelle l>aiz,nosso ÁhtlèLnZ ^yKCVe° ", ''sle rcsPfiil°- acerescentando,que os Governos observào e comprimem com ener-gia este systnna, que se pôde chamar um culto dogento. h bade consentir-se no Império da Santap li" M nl)'"rs <le l"n 0"P"is> lle '">' V»lney,e outios, que professào iguaes opiniões seiâo im-punemcu.e lidas pcia no&a MorílaT c fl aomesmo passo que se lou.âo medidas sanitárias con-ditirn. íiT'

°" Par;, ?",bi"-aS»r q"e se vemlão oudistribuao venenos, so se deixe vender e correr li-vremente a impiedade!M pecara docentes historias. Hor.(7) I, Corintb. cap. 8. v. i

laçoes en re a Scieiicja e a tteligiào revelada, tomo-i. u\sc. 1, ou Introducção geral.

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O NOTICIADOI. CAXHOLICO. 159

focrwere cm fanatismo e illusão; ambas,e sobretudo a ultima, regulão o uso dossentidos, e reprimem os vicios, que nas-cem da iniemperança da ociosidade,e dos

prazeres.Se com tudo fosse preciso escolher en-

tre a educação intellectual e a moral, nãose deveria hesitar um só momento em pre-ferir esta como a essencial, ou antes uni-ca verdadeira educação, pois que aquella,segundo um celebre Escriptor, que já ci-tanios e que deo elle mesmo um deplora-vel exemplo desta verdade (9), não he porsi só se não um instrumento ulil, quandobem dirigido, c damnoso,quando abando-nado ás paixões. . . Um Estado pode pas-sar facilmente sem Academias e Universi-dades , mas nenhum pode passar, aomenos por muilo tempo , sem eos-tumes e sem Religião.« A sociedade naovive se não de deveres: o ensino dos devo-res forma pois toda a educação social »

A face destas breves considerações,fácil he de conhecer o Nosso pensamentoacerca dos Preceplorcs ou Instituidoresda puericia e da mocidade nas Escolas,e Casas de educação publicas ou parti-culares. Não Nos oecuparemos, nem heda Nossa competência, como Pastor, jui-gar do methodo do ensino, c da ordem e

policia das Classes, objectos estes ja em

grande parte providenciados por váriosRegulamentos, e pela saudável Lei Pro-vincial de 25 de Maio do anno passadoque, a exemplo das mais cultas Naçõesda Europa , deo um nobre impulso acdocac/o publica , exi-gindo. antes detudo. a instrucção moral c religiosa. Mcsobre este ultimo ponto, e sobre elle só q ,de acordo com as intenções dos Legisla-dores c em observância do que Nos in-entubem o Sagrado Concilio Trldenlinona Sess. 2fi de lVcformat. cap. h, c aConstituição Diocesana no Liv. 1 tt . -n. 5, Nos cumpre lembrar a estes Ire-ceptorese Instituidores, que eollocando-se no lugar dos próprios Pais de família,elles recebem, diz S. João Chrysostomo,um grande c melindroso deposito Mtifjrnum habetis depositam pucros. Que dis-velo, assiduidade c perseverança naodeve merecer-lhes o cultivo deslas ten-

ras plantas, que fazem as esperanças daPátria? que idea tão alta não devem ellesfazer da sua honrosa missão, vendo comofechadas em suas màos os futuros des-tinos do seo Paiz? Quanto a não rebai-xào aquellés, que longe de verem nellauma verdadeira dedicação, nào enxergãomais do que uma industria mercenária?

Mas esla nobre funeção não poderiaprchencher seos gloriosos (ins, se porventura se limitasse ao mecânico ensinoda leitura e escripta, ou ainda a oulrosestudos elementares, despresando, oucumprindo, se não perfuncloriamente acssencialissima obrigação de instruir osseos alumnos nos principios c máximasdo Christianismo, velar sobre seos coslu-mes, ensinallos a orar e praticar oulrosactos religiosos proporcionados as suasidades, unir e identificar cm seos cora-ções, conforme odictame do Príncipe dosApóstolos, os sentimentos do temor deDeos, e de respeito ao Monarcha (10), efinalmente fãzer-lhcs contrahir hábitos desubordinação, amor do trabalho, proluu-da veneração as couzas santas,e exacta ti-delidadea' Iodos os seos deveres; de sorte

que o tyrocinio da Escola ou Collegio sejacomo o ensaio das virtudes christâas esociaes, que devem um dia apparecer ebrilhar no theatro do grande mundo.

lista parte da educação hc hoje tantomais necessária, quanto a organisação po-lilica, dividindo o Poder no seo exerci-cio, o chamando todos os membros doEstado a participar da Soberania, e a in-tervir nos negócios públicos, põe em jogotodas as paixões, que sem as garantiasreligiosas converlerião a Sociedade emum vasto campo de batalha. (11) Ai do

(9) O /Xbbade de La Mennais, cujos raros talentos,c ardente selo paredão destinaUo a »ser o Oracii o

e o Padre do Século 19, mas qtie pelo mais funesíoabuso de suas I«i7.es só desafiou os gemidos e ana-lhemas «Ia Igreja, por vários escriptos c Mbretado

pelo sedicioso livrinho minhdtírPalavras deunCrente-, onde com razão se disse, quc * *°?""nha o doutrina de Babccuí na linguagem de Izaias.

(10) be.ií.m timeié, IVegcm honorificate 1. Pctr.cap. 2. v. 17.

(11) lístc pensamento he hoje dominante enlre osmaiseminent'* homens da Kuropa. O Abbade Osur.

Professor dMiloípiencia sagrada na Sorbona, no seo

Discurso (Pabcrtura, desenvolvendo admira vel menteosta mesma idéia, e mostrando, que as novas ms-

tiluicões sociaes podem elevar sem medida um ovo

religioso, mas arrastarão a uma mina certa o P'>vo.oue o não for, exclama entre os applausos do seo

numeroso auditório-Seja religiosa a nova geração,oue sua grandeza be certa; faltando; porém ella a

sua Fé, lodo o seo destino lhe escapa, sua coroase quebra em suas mãos, e a gloriosa (ilha do passa-do começa um fuluro de decadência. »> Mas com»a apologia dos principios.religiosos, quindo feita porum Ecclesiastico. embora hábil, pode ter, diz p (.ondede Maisire, para homens preocupados o ar de umadefeza da própria Causa, parecendo menos suspeitoo que hc dilo por um homem do mundo, naoduvidamos juntar aqui alguns trechos inleressan, les

do Kelatorio apresentado o anno passado por \ m

membro da Commissão do Conselho Geral deumdos Departamentos da França « rten.cta-se bem.

diz M. de Corcellc, que a educação do Cidadão

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73ÊVi ' ¦"

160 O NOTICIADOR CATIIOLICO.

Paiz, onde o mocidade não for preparada

começa pela do menino. As instituições livres, de

que com razão nos ufanamos, não podem durar,se esia educação não ligar desde os primeiros annos

-o exercicio futuro dos nossos direitos a deveresinvariavelmente ensinados. Quanto mais as Leis cons-Ütucipnes ad mi item a generosa paiticipação dos Cida-dãos nos negócios públicos, tanto mais imporia, queelles sejão sem cessar preparados por uma moralsuperior a todos os abalos. Quando todas as existenci-as, e opiniões se íornão mais volúveis e movediças;he tambem mais necessário reunir e fortalecer pelaHeligião homens individualmente muito fracos, que'lamas sugestões de partidos e de interesses diver-sos podem dividir ou corromper.' Nunca nenhumVovó conservou os seos direitos fora destas supre-vias garantias, qne perecem q laudo reduzidas arccommendação banal do Legislador, em lugar davida continua, e da inspiiação unanime dos costu-mes nacionaes. Ile pois aos amigos apaixonados dahumanidade e da liberdade, que compeliria parti-cuiarmente elevar nossas escolas ale as garantiasreligiosas, sem as (/unes ô ensino o mais pródigonão he senão uma perigosa instrucção, . . Esta proveimperfeitamente a educação das inielligencias. \Só aheligião abraça con) força a educação das vontades,as reguh e dirige para um (im commum: sò ellaíorma nos corações o desejo de um aperfeiçoamentomoral e sem limites , que lie o mobil de iodaa gloria. » Tal lie o espirito da educação, (pie hojeprevalece na França e alguns oulros Paizes Catlioli-cos da Europa,

Parece portanto, que não foi muito exacto um dis-tineto Membro da nossa Câmara temporária, quandoexaltando o florescente estado das liscolas dWlema-nha protestante altribue principalmente esle elleiioao enthuaiasmo religioso dos Chefes du Reforma, eá Bíblia interpretada a* seo modo. Si; a este res»peito se pode dar credito ao que allirmão os prolprios Lscriptores daquella comunhão, eu não vejo.que a bandeira da Bíblia, eritregue á discrição decada um , guiasse, os primeiros Sectários a outracousa, senão a perigosissimos erros, extravagância^e. criveis atrocidades, de (pie dão triste e sobejo tes.(ê.huhiio as guerras dos Campoiiezes da Suabia, dogAnabaplisias de Munster, da Liga de Smalealdc con-tra Carlos 5." e outras, donde concluiu o niaior Pa-nagirisla d,\ l.elurrha iVl. Villers, (pis o império f,,itniüláflo -por cilas em uni vasto veòiiUrio, onde jo"ã0en gélidas duas gerações, onde as Cidades não erãose não minas fumegantes, c montões de cinzas, oslÀuvIds desertas e se.n Mestres, a agricultura destrui-da, as manufacturas incendiadas' e sobre tudo aspropriedades invadidas c deslocadas. ,, husa-qui oque produzio a IViblia interpretada po • Munci-r, Joãode Leyde, e outros. Houve mesmo seitas, que lir-madas im l.ivo Sagrado eundeinnar.io e proscreve-rão as sciencias como uma invenção pagãa, as Uni-versid.tdes como seminários da impíedacte anlicliris-tãa, e a própria insiruccão primaria como nociva,asseverando que, para ser salvo, era mister não sa-ber ler, nem escrever. Ksie ramo de AnabaptistasConhecidos com o nome de Abrcduriaoos cxlendeo-se,segundo o Abbade Pluquei, por ioda a Allemanha!Que dizemos Nós? lerão alguns visionários na Hjblia,une David tinha dança Io diante da Arca, (pie o SantoPrecursor de Jesus Christo sallara no ventre materno,e que o coixo curado por S. Pedro cí«ira pulos de ale-gri»; eis que apparece, di/.u nosso ern lilo Couego LuizOonsalves, uma seita úeSaUàdores {.lumper) a dar sal-tos e a grilar gloria e amcii; ensinando, que, secundoU Fscriplura, o salio lie signal de Vredestinado\\ jlojesão mais raras eslas scenas burlescas de eulhusiasmo,ou fanatismo exaltado, sem duvida porque o Proles':antismo ferido da indilíerença leliuiosa, (pie lhe vali-dilâra Bossuèl, e levado às derradeiras conseípienciasdos seos principios, se aclia em dissolução, e quasi mmiivida, lorçadoou a tornar ao Catholicismo, como feliz-«mente vai acontecendo, on a resolver-se no puro deis-

e fortalecida pela fe e pelos costumes,para não ser agitada, como versátil cana,de todo o vento de doutrina, e fascinadados prestígios de uma seduclora, e malcomprehetvdida liberdade! Que outro IVder será capaz de refrear a licença, imporsilencio as ondas embravecidas d'anar-chia, conter a ambição, extinguir os ódiose rivalidades, e reunir os ânimos no uni-co sentimento do amor e interesse dobem publico?

[Continua )

0 NOTICIADOR CATHOLICO

No dia 5 do corrente leve lugar a ul-tima conferência de Thcologia moral no

mo ou racionalismo. \a sua prolongada agonia elle lan-ça ainda mãi» da bandeira da Bíblia, mediante a em-preza de numerosas Sociedades l.iblieas, donde temsabido para cima de \ò milhões dVxemplares; mas osuccesso não lemeorrespondido a tantos esforços e sa-cnlieios, sendo quasi nenhum o fructo de suasdispen-diosas missões, ou mui limitado o numero dos seos pro-seiiytos, como demonstrou victoriosamente por factossem replica e aulhoridades irrecusáveis, o sábio D.\\ isemau nas suas Conteiencias sobre o Proleslanlismotomo 1." (V Conferência, pag. 337. Assim permitia-nos o elor.picnte Deputado continuar a crer qne, seexiste alguma .superioridade' nas Kseólas protestantes,ou se lie tão admirável o espectaculo que dá ao mun-liocivMisado o norte d-A llcma.nl'ia , Hollaiula &'é,f,elle não é de certo devido a inlluencia da lliblia, con-forme a regra estabelecida pelos Chefes e Aniesi-gnanos da reforma. Outras couzas enumeradas porMr, Cousin (líàpjjmk sur Velai de Clnslrudiou. l>u-blii/ue), sendo as principaes a accão legai do Clero,e uma Legislação apropriada e bem executada, bastão,a nosso ver. para explicar essa tão apregoada dilíeren-ça, sem ser necessário recorrer à bandeira da Uiblia,(pie no systema protestante é tão favorável á educaçãodo Povo, (ptanio seria ã segurmça e felicidade de umPaiz o melhor Código do mund'* deixado ao senso par-lieulai- ou inM.'tpreiacão década indivíduo! Mas se étao saudável a intervenção do Clero protestante comoseo pretendido enthusiasmo religioso, ipianlo o nãodeverá s.;r*ii do Sacerdócio Catholico com a sublimededicação da Caridade, que faz o seo caracter e a suagloria? Compare-se uma das melhores escolas de SaxeWciniar ou da Prússia collocada soba vigilância doPastor protestante, com nma de Franca ou da Üelgicapresidida por uni desses humildes Irmãos da Donlri-na Christã, procurados hoje de toda a parle para re-gerem as cseolas, e decida o imparcial observador,qual dellas inspira maior confiança, ou prometle mais.sólidas vantagens, Fazemos todavia justiça as .interi-coesdo illustre Deputado, tanto mais quanto elle mos-tra desejar, que lambem entre nós reviva esle feliz con-curso do Clero com o Co verno, na direccão das Lsco-Ias concurso que o liberalismo da época deslíuio. se-cularisando absolutamente a instrucção publica, e an-nulando a ingerência, que oulrora exercia a Autorida-de Lcclesiastica. A Bélgica ja reconheceo esta grandealta, e acaba de reparal-a sotemnem mte por uma sa-biae importante Lei; graças ao movimento religioso,que se manifesta em toda a Europa.

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O NOTICIADOR CATHOLICO. 161ru_

seminário Archiepiscopal, sendo seo ob-jecto o oitavo preceito do Decalogo acer-ca do falso testemunho. O Sr. CustodioJosé dc Miranda que foi o defendente,satisfez a todos os argumentos, e objec-ções, e fora por isso dispensado por S.Ex.a Revm. do exame, que linha ainda defaser no (im do anno lectivo. ü Exm.Prelado, que sabe aproveitar toda a op-portunidade para exhortar o seo Clero apratica das virtudes, e aos sentimentos-dc mansidão c piedade, que devem dis-tingiiir os ministros do altar, fez, comodesenvolvimento da matéria da conferen-cia, algumas rellexõcs sobre os terríveiseííeiíos da calumnia, da detractação, cdos juisos lemerarios; e com expressõesde religioso zelo, e profunda magoa la-montou os tristes meios que infelizmentese costumão empregar, mesmo entre osccclesiasticos, em oceasiões de concursospara as freguesias c mais benefícios, pro-curando se denegrir pelos manejos da in-Iriga, e falsos testemunhos as mais illi-badas reputações. Sentimos não poderreprodusir aqui as próprias palavras deS. Ex.% nas quaes á par da summa brau-dura que sempre o caraeterisa, respira-ya a mais justa e santa indignação contraaquelles que assim se esquecem da digni-dade do sacerdócio, e de sua missão. Harealmente tanta facilidade cm dctraliir, cacreditar em caltimnias que parece estarinteiramente ignorado o oitavo preceitodo Decalogo, e muita gente está pelomenos persuadida qüe o falso testemu-nho nem he pòccádo veniatf. Suspende-mos aqui a pena porque longe iríamos,se quiséssemos escrever algumas palavras

•a semelhante respeito.

Na Ley do Orçamento geral n. 555 de15 de Junho do corrente anno, que hade•vigorar de 1851 a 1852 authorisa-sc o Co-Veriío no artigo 2.° §.° Ü.° a mandar fazerdesde jà os necessários reparos no PalácioArchiepiscopal da Bahia. Graças a Deos quetemos de ver acabada essa vergonha do paiza vista dos Estrangeiros, que coslumavão vi-silar o Ex. Prelado; c já o Metropolitano

c Primaz do Brasil terá uma decente habi-tacão.

No Domingo 0 do corrente houve, reuniãoda Meza de S. Vicente de Paulo, e assigna-rão-se as cartas que devem ser dirigidas aParis para a vinda das Irmãas da caridade.O llev. Snr. IV Gabet fez uma pequena ai-locução ao Ex. e llev. Provedor, e a Mesaagradecendo o acolhimento que tem recebi,do, c o empenho, eom que a Irmandadeprocura transplantar para a Bahia as Irmãasda caridade, e alguns Padres dc sua congre-gação. S. Ex. Rev. respondeo que todas osempenhes feitos para esse iim erão fundadosnos méritos de pessoas tão úteis , e quetanto a vinda do Sr. IV Gabet, como asdas Irmãas da caridade erão de summo in-tèrésse para sua Diocese. Manifestou tam-bem S. Ex. llev. desejos de que os PadresLasãristas, q' hão de vir, fossem empregadosa dirigir um collegio de educação, onde,alem de todos os que quisessem, estudas-sem os preparatórios os aspirantes ao estadoEcciesiastico: e que para isso tratava já deempregar os seus esforços, e bem assim paraque se rea Usasse seo pensamento sem pe-sar sobre a Irmandade. Essa feliz lembrançafoi aplaudida por toda a Meza com geralsatisfação pela utilidade que delia resultaráao clero, e a toda a mocidade Bahiaiià,assim como do outro collegio que devemestabelecer para meninas as Irmãas da ca-r idade.

Do discurso do Sr. Deputado Paula Caií-(lido sobre salubridade publica na Sessão de:\ de setembro de 1850 extrabimos o seguiií-le trexo acerca das Irmãas da caridade ,como mais um argumento para convenceros incrédulos da utilidáae dessa intituicão.

O Sr. Paula Cândido ....—Quanto as me-didas du primeira ordem, áquellas que s«devem executar quando uma população qualquer se achar já alíectada desta epidemia,ou de outra qual (píer, estas üinilão-so aossoecorros prestados aos enfermos e aosmeios de diminuir a intensidade da epidemia.Não repitirei aqui os argumentos oITcrccidosa casa para provar que o systema únanibU-landas \u) preferível ao systema eílectivamen-te executado no Rio de Janeiro (apoiados)julgo ter convencido a câmara, quando distome oecupei, que assim se gastara meuos, e

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<c> soccorria maior numero de desgraçados,

principalmente seria mui efficaz o soccorro

prestado. .O Snr. Mello Franco;—Apoiado.O Snr. Pflirtá Candido:-Ea agradeço ao

nobre deputado o apoiar os meos raciocíniose acradeço tanto mais cordialmente quantoreconheço suas habilitações em outros ra-

mos, e principalmente neste.Um çomplimento mui valioso destes soe-

corros he o estabelecimento de irmãas de ca-

cidades. Senhores, quem tem sido, como eu

fui durante a epidemia do cholera em Iam,

testemunha dos relevantes serviços dessa or-

(lem religiosa.de sua dedicação mais que nu-

mana no leito dos moribundos, não pode,sememoção profunda,faliar dessa instituição qna-zedivina. Alli, quando o espectaculo da morte,

quando centenares de homens nas angustiasda morte erão o lugubre aspecto que se apre-sentava por toda a parte, anjos de candura

C de piedade, eu as via juntas ao leito da mi-

seria e da morte, nos hospitaes, nas pobreshabitações, prodiga.lis.andn consoloçoes detoda sorte, prestando-se da maneira a maistocante aos infelizes que gemiàoü Nos hor-roresda morte, o rico como o pobre, a hu-inamdade encontrava a virtude e a dedica-

ção sempre presentes nessas doiuellas! Hon-ra a tão santa instituição!! Eu a quisera verestabelecida em meu paiz , custasse 100,500, 4,000 contos: a nação não se agás-taria com *K dispesa, ella faria com sa-tisfação c vantagem pelo exemplo das vir-tudes professadas por essa maneira, e nãocom fins de especulação. Dizem que lia irmásde caridade nesta capital!!.. Onde estãoellas? epie não apparccerão quando a huma-nidãcie reclamou; nos luetuosos dias da epi-clemia nunca as encontrei, junto ao leitocio pobre desvalido, nem em parte alguma.(•) Km Minas, na cidade de Mariannà, en-cpntrei, lia um anno a mesma dedicação, osmesmos sentimentos religiosos , a mesmacaridade dessas irmãas junto a cabeceira dodesgraçado enfermo!

O Snr. Cruz Macfwdo: —Essas são ver-dadeiras irmãas de caridade

O Snr, Paula Cândido:—Snn duvida:gratidão e gloria a tão santa instituição!

( Ha um aparte ).Fallei desta instituição por julgar ser meio

de extrema vantagem quando se trata da

população aííectada pela epidemia, he nestesentido que ousei chamar >ossa attençâo

para as irmãas de caridade.

lorcs, e principalmente para o clero a se-

gninte seccão do novo regulamento do

scllo nacional relativamente aos negócios

ccclesiaslicos, e por isso passamos a

transcrevel-a.

Seccão 8 â — Bullas, breves e dispensas,

Artigo i7.Bulla ou breve de couíirmação de

Arcebispo ou Bispo. . , . • •Dita de Bispo in partibus. • • • •Dita de Prelado doméstico de Sua

Santidade ' ; *Dita conferindo honras a Clérigo

secular ou regularDita de secularisação ou mudança.Dita não especificadaDispensa de interstícios para or-

clens ou de idade ••:•Dita de lapso de tempo concedida

pelos Bispos < • •Bulla de impedimento de matri-

monio, salvo sendo a favor de

pobresDita de pregão, salvo no casamen-

to de consciênciaDita ou supplementos de idade ou

emancipação • •Dita ou dito de consenso de pais,

tutores c curadores para casa-mento

Dita de fianças de banhos, aschamadas de têmporas, irregu-laridades, ác., quando dadaspelo ordinário, não sendo dasespecificadas n'este artigo. . .

Ditas de illegitimidade para o pro-vimento de benefícios ecclesias-ticos

As dispensas e licenças sobre ob-

jectos ecclesiasticos, especiti-cadosou não especificados n'esteartigo, são subjeitos ao sellofixo declarado no dito artigo,ou sejam concedidas pelos Bis-posou peloSumnro Pontífice,ou por quaesquer outras auto-ridades maiores ou menores,que poder tenham para as con-ceder « * • •

Julgamos de interesse para nossos lei-

M)No lUo de Janeiro nãohà Irmãas de Caridade; es-«ascongregadas Allemães, que alli existem são Irmãasda Instituição do Coração de Maria, cujo fim £ di-

Da Redacção*

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RELAÇÃO METROPOLITANA.

SESSÁO DE 8 DE OCTÜBUO DE 1850.

Presidência do Rcv.'"° Sr, Dr. ProvizorSouza Cardozv.

Rclatarâo-se os autos de appellação,\indos do Bispado de Marianoa, entre

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O NOTICIÀDOR CATHOLICO.

partes D. Francisca dos Reis Miranda, eo réo seo marido Antônio Manoel de Mo-raes Mesquita Pimentel; forão despresa-dos os embargos e confirmado o accor-dão que concede o divorcio,

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DA RELIGIÃO.

Religião (acto externo, ou a crença queos homens lem da Divindade:) culto quese rende a Deos; e como só ha um Deosverdadeiro que he o autor e creador detudo que existe, segue-se que sò ha umareligião verdadeira, a qual he incontesta-velmente a Catholica Romana, isto he tãoevidente que a igreja catholica ou a igrejaromana, achou escripto nos seos livros,que são o órgão da palavra de Deos, oprincipio: um só aSenhor, uma só le, nmsó baptismo: Vnus Dominns, unafides.tógo he uni grande absurdo pertender-se que todas as religiões sejam boas paraa salvação, e que seguindo cada um a deseo paiz ou a de seos pais, deve estarcer'o queagradará a Deos. A religião ca-tholica tem por autor J. C., e por isso hecila a fonte de esperanças divinas, que nosexcita a fixarmos unicamente as nossasvistas no céo (que he nossa verdadeirapátria, e não aterra onde vivemos dester-rados), he a única que sendo observadareligiosamente conforme seos dogmas, seconseguirá a bemaventurança. FÍnalmen-te a igreja catholica possue a verdade quelhe ensinou o seu Divino fundador J. C.,elle a trouxe do seio do seu Eterno Pai áterra, isto he a religião de J. C. he divi-na e que todo o principio de nossos dog-mas nos veio là de cima do Senhor doscéos: (1) a evidencia que acompanha o

(t) O CéoJ que nome tão glorioso! O zu-nulo só desta voz move o coração do homeme o eleva como por instineto a buscar nelle oseu creador e olha-lo como o único logar don-de pode achar repouso e felicidade; só a pala-vra Céo infunde em nossas mente?, idéas tãomimeusasquc todas as potências d'alma ficamcomo perdidas em sua contemplação! O Céo,aquelle império sacrosanto onde está a cortebestial, o throno do Altíssimo rodeado denobres gerarchias de anjos, cherobins, será-«ns, thronos, virtudes, etc. com os mais es-pintos beiuavcuturados !!!

evangelho, nos convence destas verdades*Logo todas as outras igrejas estão emerro crasso ; conseguinteniente fora daigreja catholica não pode haver salvação;porque he claro qi.e só devem ter direi-tos aos bens de urna casa aquelles que sãooriundos delia.

DAS DIFFKaENTKS KELKUÓES.

1/ Religião Catholica—{vú\^\o queemana de Deos, e por isso única verda-deira, e a que deve ser pregada e ensina-da por toda a extenção do Universo): arevelada e ensinada por J. C., pregadapor seus apóstolos, e observada conformao symbolo da igreja que tem por chefe opapa.

2.a Religião Grega:—he aquella cujossectários não reconhecem a supremacia dopapa, e regeitam alguns dogmas c muitosartigos disciplinares da igreja catholica.

3a. Religião Protestante:—(certa ema-nada dos homens em 1517, c por issoerrônea), subdividida em luthcranismo,calvinismo e igreja anglicana, compostade muitas seitas, taes são: osanabalistas,mennonitas, quakeres, unitários rnelho-distas, moravios, etc. Da primeira foiautor Luthcro, frade prussiano, nascidoem 1483. em Eisleben na provincia deSaxe. o qual tendo dedicado a sua vida aoaltar e ao claustro, profanou estes sagra-,dos votos e postergou todos os princípiosde moral, vivendo amancebado publica-mente com uma freira.—A 2/que sequalifica com titulo de igreja reformada,foi estabelecida por Calvino, de Noyon[nascido em 1500 na Picardia (por 50° N.Io. E.) indo depois para Genebra em 1539alli morreo cm 1564, e que tão falsas eabsurdas doutrinas e herezias propalou naEuropa, até ter a insolencia de negar aexistência de Deos: declarando que omundo não fora obra de sua creação; &us-tentando ser proveniente da substancia,da matéria e do accaso!! Gahio, e envol-vido nestes erros esquecido pela cegueiraem que o conservava o materialismo desua illüsoria opinião.— A 3.a igreja an-glicana, que não (lidere do calvinismo,senão porque mantém a jerarchia episco-pai. Eis-aqui as qualidades moraes e ca-paridade mental dos dois principaes heri-siarchas corypheos de cultos dessidentes,que com seus sophismas sò poderam naEuropa alhear da luz evangélica, e illudirpor isso uns 40,000.000 de habitanteseparando-os do grêmio da igreja roman

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164 O NOTICIADOR CATHOLICO.

para trilharem o caminho do erro. Quantoporem a integridade dos outros chefes dereligiões heterodoxas, não merece a penade mencionar-se porjseu diminuto pres-tipo.

l\.A Mahometana: —Subdividida emdifferentes seitas, sendo as mais seguidas,a de Ornar e de Ali; religião fundada em622; por Mahomet, natural de Meka, eadoptada por povos bárbaros.

5.a Idolatria ou paganismo:-—adoraçãode Ídolos ou estatuas de divindades pagas:estas seitas pertencem a nações selvagens.

A religião catholica (religião augusta,as tuas provas só poderão ser desconhe-cidas pela ignorância, ou contestadas pelaspaixões, e somente não observada nospaizes catholicos, pelos escandolosos erelaxados, e por isso verdadeiramentedignos da comtniseraçào divina e huma-na), he professada por uns 180,000.000de habitantes (impossivel he diser coisaalguma positiva sobre o numero dos queadoplam qualquer das religiões), em cujonumero figura a maioria e o mais illus-trado povo da Europa, e que tem locadoo pinaculo da inslrucção lal como o daAllomanha , França, Itália, etc. (2) : aigreja grega-orienlai com todos os seusramos, terá 63,000.000 de almas: ás pro-testantes e todas as seitas que lhes refe-rem ou á Polymathia 70,000.000 entreas quaes se conta 60 milhões de Etiro •péos c o menos instruído; o que produzpara o christianismo, (religião estabeleci-da à mil coito centos annos) 315,000.000de habitantes: o restante da população doglobo como nações selvagens, barbaras escmi-civilisadas,e por issoestranhos à di-vina luz do christianismo e ás luzes doséculo, as nossas conjecturas nos conduzaos seguintes resultados. O boudhis-mo com suas sub-divisões he adoptada

(2) O único argumento que muita a favordos dogmas heréticos, é que sendo o lem to-rio prussiano o foco da civilisação allemã, epor conseguinte de todo o mundo, a maioriada sua população é a que aterrou das doutri-nas orthodoxas, ou da verdadeira religião :i_as esse fado com quanto soja verdadeiro, étodavia uma excepção da regra geral, e nãodeixa de fazer verq' a maioria dos prussianosvivem entre as sombras do erro e da mentira.Ocatholecismoalèmde nos conduzir aoascé-terioe encaminhar-nos por isso a mansãodos justos faz induzir geralmente os seus sec-tarios ao gozo do direito mais precioso doshomens, que é incontestavelmente a liberda-de, esse dom divino, esse dom do Céo.

por 180*000.000 de indivíduos: a reli-gião de Confucios, o magismo e o feli-chismo por 150 milhões; o mahomecis-mo ou isianismo com suas ramificações,por 112,000.000: o brahmanismo, por 67milhões; e o indahismo, que he a religiãodada por Deos a Moysés 1,500 annosantes de Jesus Christo, por 3,000.000 dealmas. D'onde resulta que nenhuma dasdifferentes religiões chega ao numero desectários da catholica romana; o que assazprova o (jiianto sao incontestáveis e edifi-cantes . s verdades da sua doutrina e ex-ceüencia de suas máximas, e por isso hetão grande o numero de prosely'os q'con-segue onde quer que apparecem os seuspropagadores. Por estes ponderosos mo-tivoseliã he considerada como única everdadeira.

Francisco Nunes de Souza.

[Do Porto^Alegrense.)

NOTICIAS DIVERSAS.

Por decreto de 26 de Setembro passadofoi S Mageslade o Imperador servido con-ceder as honras de Conego da Sé Metropo-litana ao Snr Reverendo Vigário da Fre-guesia de Santa Anna desta Cidade JoaquimCajueiro de Campos. Era evidente que semuma nova graça Imperial, não podia S.S.continuar a üzar daquellas honras, e admi-ra que podesse isto entrar em questão.

Por decreto da mesma data, foi a presen-tado o Rev. Snr conexo Mestre-Escola Ma-

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noel Joaquim d'Almeida na dignidade deChantre da Sé Metropolitana.

Por decreto de 30 do mesmo mez findo foiapresentado o Snr Reverendo Manoel Ri-beiro Pontes na Igreja Paroehial de SantoAmaro das Brotas na Provincia de Sergipe.

EXPEDIENTE.

A redação roga a todos os seos assignantesque tenhão a bondade de reclamar quandonão lhes forem a tempo entregues os nume-ros do Noticiador, e bem assim de parle*cipar logo que não queirão continuar com assuas assignaturas para o mesmo: e agradeceaos Rev dog Srs. vigários João Velho Pereirade Oliveira, e Manoel dos Santos Vieira acoadjuvação, que prestarão com suas assig-naturas, ficando certa de nâo poderem con-tinuar, como lhe foi communicado.

typ. dc E. Pedroza.—ltoQ.