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CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS

CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS · pequenas (9,5 ha ) produzindo uma ampla variedade de produtos. Há aproximadamente 43.700 hectares de16 terras agrícolas na AMP, que

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CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS

 

CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS • PORTO, PORTUGAL 

 

ÍNDICE  RESUMO EXECUTIVO  

1. ATIVOS EXCLUSIVOS DO PORTO  

2. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS URBANA E PERIURBANA  

3. CONSUMO URBANO DE ALIMENTOS  

4. RESÍDUOS ORGÂNICOS E COPRODUTOS ALIMENTARES  

5. INVESTIGANDO OS BENEFÍCIOS DE UMA ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS NO PORTO 

 APÊNDICE    

                                   

 

CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS • PORTO, PORTUGAL 

RESUMO EXECUTIVO 

Porto, Portugal Situada próxima ao mar, ao longo do rio Douro, Porto é a segunda maior cidade de Portugal. Com uma diversa gama de produção de alimentos na Área Metropolitana do Porto (AMP), um perfil inovador e uma abordagem já ativa para melhorar o sistema de alimentos, a cidade do Porto ocupa uma posição singular para iniciar a transição rumo a uma economia circular de alimentos. Ao estabelecer políticas favoráveis, promover colaborações ao longo de toda a cadeia de valor de alimentos e assumir suas próprias iniciativas, a cidade do Porto pode implementar a visão de economia circular e criar benefícios econômicos, de saúde e ambientais significativos.  A CIDADE DO PORTO PODE PODE ATUAR NAS TRÊS ÁREAS DE AMBIÇÃO DESCRITAS NO RELATÓRIO CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS: 

1) Adquirir alimentos cultivados de forma regenerativa e, quando fizer sentido, localmente 2) Aproveitar os alimentos ao máximo 3) Desenvolver e comercializar produtos alimentícios mais saudáveis 

 OS ATIVOS A SEGUIR PODEM SER UTILIZADOS PARA CRIAR UM PRÓSPERO SISTEMA CIRCULAR DE ALIMENTOS NO PORTO: 

Forte perfil de inovação e ambiente 

fértil para startups 

Produção regional de alimentos diversa e uma estratégia nacional de agricultura biológica 

Parte de um aglomerado vibrante 

de 2 milhões de pessoas 

Plano de ação de economia circular 

incluindo ações relativas ao sistema alimentar 

Projetos que conectam consumidores à produção 

de alimentos, e uma crescente separação e 

valorização de orgânicos 

 UM REDESENHO DE ECONOMIA CIRCULAR NO PORTO REPRESENTA UMA OPORTUNIDADE DE MAIS DE US$60 MILHÕES PARA CRIAR UM SISTEMA ALIMENTAR REGENERATIVO, DISTRIBUÍDO E SOCIALMENTE INCLUSIVO. Os benefícios a seguir podem ser alcançados em um cenário em que métodos regenerativos de cultivo sejam adotados na produção periurbana de alimentos , 50% do 1

desperdício de alimentos seja evitado, e todos os resíduos orgânicos sejam tratados separadamente e valorizados. , ,  

2 3 4

         

ECONOMIA US$ 12.8 milhões 

em desperdício de alimentos evitado 

através de redistribuição e 

prevenção 

SAÚDE US$ 28.5 milhões  

em gastos de saúde evitados devido ao 

menor uso de pesticidas com ampla adoção de 

práticas agrícolas regenerativas 

SAÚDE DO SOLO US$ 11.8 milhões 

em degradação evitada, por conta da adoção de práticas regenerativas 

de cultivo e menor desperdício de 

alimentos 

MEIO AMBIENTE 67.000 toneladas  de emissões de gases 

do efeito estufa evitadas, que custam  

US$ 7 milhões à sociedade, e  

22 milhões m3 de água doce 

economizados 

DIVERSIDADE DE CULTURAS 

Os agricultores cultivam 

uma variedade mais ampla de culturas, 

ampliando a biodiversidade, criando resiliência a mudanças 

climáticas e diversificando fluxos de 

receita. 

1 Área periurbana definida para o Porto como sendo a Área Metropolitana 2 Todos os benefícios foram calculados pela Ellen MacArthur Foundation, consulte o Apêndice para obter mais detalhes 3 Consulte a seção de benefícios abaixo para ver a lista completa de benefícios 4 Todos os benefícios foram calculados pela Ellen MacArthur Foundation, consulte o Apêndice para obter mais detalhes. Como o foco deste estudo é a Cidade do Porto, os benefícios correspondem à cidade. No entanto, os benefícios estimados para a Área Metropolitana do Porto estão disponíveis no apêndice.  

 

CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS • PORTO, PORTUGAL 

 

 

 

   

1. ATIVOS EXCLUSIVOS DO PORTO 

 LOCALIZAÇÃO DO PORTO  DADOS DEMOGRÁFICOS DA CIDADE DO PORTO E DA AMP  5

  

Fonte: Cidade do Porto 

População do Porto  214.587 

População da Área Metropolitana do Porto (AMP) 

1.719.002 

Trabalhadores pendulares na AMP  1.260.185 

Trabalhadores pendulares no Porto  164.886 

Densidade demográfica no Porto  5.181 pessoas/km2 

PIB da AMP  € 29.074 milhões 

PIB per capita do Porto  € 12.257  

Área de cultivo periurbana  43.689 ha 

 

Porto é a segunda maior cidade de Portugal. Localizada na região norte, próxima ao mar, Porto é uma comunidade de renda média, global e com muitas conexões. A cidade, que existe desde a época dos romanos, é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial e é rodeada por outros 16 municípios que juntos formam um 

5 Dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) português, através da cidade do Porto. População: INE, 2017. Dado online - População residente (No.) por local de residência (NUTS - 2013); Trabalhadores pendulares na PMA e no Porto: INE, 2017. Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, 2017; Densidade: Cálculo com dados do INE, 2017; PIB da Área Metropolitana: INE, Dado online, 2016; Renda per capita: INE - Relatório anual de estatísticas, 2015; Área agrícola na Área Metropolitana do Porto: INE, 2009, Censo Agrícola 

 

CIDADES E ECONOMIA CIRCULAR DOS ALIMENTOS • PORTO, PORTUGAL 

conjunto exclusivo de ativos, desde indústrias e universidades até terras agrícolas, que podem viabilizar a transição para uma economia circular de alimentos.  

Os ativos exclusivos do Porto e da Área Metropolitana do Porto incluem:  

FORTE PERFIL INOVADOR: Porto foi eleita a cidade mais favorável da Europa para startups, estimulada por 6

organizações, como a ScaleUp Porto , que combinam desenvolvimento local, inovação e meio ambiente. 7

 

PLANO DE AÇÃO DE ECONOMIA CIRCULAR: Recentemente, a Prefeitura do Porto desenvolveu um plano de ação de economia circular com a ambição de se tornar uma cidade circular até 2030, seguindo o plano de ação 

8

nacional e o impulso que vem se formando na Europa. O plano de ação inclui ações relativas ao sistema de 9

alimentos.  

PRODUTOR DE UMA AMPLA VARIEDADE DE PRODUTOS E TIPOS DE ALIMENTOS: situadas em uma área geográfica diversa e próxima ao mar, as terras agrícolas e peixarias ao redor do Porto produzem ampla variedade de frutas, vegetais, laticínios, carnes e frutos do mar.  

10

 

DIVERSAS INICIATIVAS EM ANDAMENTO: desde hortas urbanas e telhados verdes até a separação de orgânicos na fonte, restaurantes solidários e influência sobre os tamanhos das porções, diversas iniciativas alinhadas aos princípios de uma economia circular já estão em andamento no Porto 

 AMPLO SETOR DE TURISMO: eleita em 2017 como o melhor destino turístico na Europa, o Porto recebe 

11

aproximadamente 1,2 milhão de visitantes por ano, gerando valor e demanda adicional para o sistema de 12

alimentos local.  

 

   

6 Porto. Porto vence o prestigiado World Excellence Award para a cidade europeia mais amiga das startups: http://www.porto.pt/noticias/porto-vence-o-prestigiado-world-excellence-award-para-a-cidade-europeia-mais-amiga-das-startups-. Acesso em 10 de setembro de 2018 7 ScaleUp Porto: http://scaleupporto.pt/about-scaleup-porto/. Acesso em 21 de novembro de 2018 8 Prefeitura do Porto, http://www.cm-porto.pt/economia-circular, acesso em fevereiro de 2018. 9 República Portuguesa, Ambiente. Liderando a transição – Plano de ação para uma economia circular em Portugal: 2017:2020. https://circulareconomy.europa.eu/platform/sites/default/files/strategy_-_portuguese_action_plan_paec_en_version_3.pdf. Acesso em 21 de novembro de 2018 10 Consulte a seção de produção de alimentos para obter mais informações 11 European Best Destinations (2017). https://www.europeanbestdestinations.com/best-of-europe/european-best-destinations-2017/. Acesso em 21 de novembro de 2018 12 PWC (2017). Standing out from the crowd. European cities hotel forecast for 2017 and 2018. https://www.pwc.ch/en/publications/2017/european-hotels-forecast-report-2017-2018-web.pdf 

 

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3. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS URBANA E PERIURBANA 

Porto é reconhecida há muito tempo por sua produção de vinhos e, de fato, grandes quantidades são processadas e armazenadas às margens do Douro. Entretanto, a produção de alimentos da Área Metropolitana 

13

do Porto é extensa e inclui uma ampla variedade de produtos, desde frutos do mar, carnes e laticínios até frutas e vegetais (consulte a Figura 2 para ver os principais produtos).   Em termos de contribuição para o PIB local, a produção primária de alimentos na AMP representa apenas 1,5%. No entanto, outros setores relacionados a alimentos, como processamento de alimentos (peixe enlatado, mistura de 

14

uvas para produção de vinho do Porto etc.), serviços de buffet, hotelaria e processamento de resíduos orgânicos também contribuem de forma significativa para as categorias de serviços e manufatura do PIB.   15

Produção periurbana de alimentos 

O cenário de produção de alimentos é bastante diversificado, com unidades agrícolas locais relativamente pequenas (9,5 ha ) produzindo uma ampla variedade de produtos. Há aproximadamente 43.700 hectares de 

16

terras agrícolas na AMP, que poderiam suprir as necessidades dietéticas de aproximadamente 20% dos cidadãos 17

(Figura 1)  18

 Laticínios, carne bovina e horticultura dominam a produção de alimentos na área periurbana (Figura 2). A produção agrícola acontece principalmente por meio de ranchos intensivos com fortes vínculos com o setor agroalimentar, tanto no início como no fim da cadeia de suprimento. A AMP também conta com três portos marítimos de pesca - Leixões em Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa do Varzim - e os frutos do mar são uma das principais fontes de proteína para os habitantes da cidade.    Figura 1. A área agrícola periurbana  poderia alimentar quase um quinto da população  A horticultura também é uma indústria relevante na região, especialmente na faixa costeira entre Mindelo e Apulia, cobrindo uma área de aproximadamente 15.000 ha.  Em nível organizacional, diferentes estruturas ajudam a coordenar os produtores. Por exemplo, a produção de leite geralmente segue uma estrutura do tipo cooperativa (Agros é a união de cooperativas da área), ao passo que muitas peixarias são coordenadas por Organizações de Produtores. A Docapesca, uma agência governamental, regula o desembarque e as vendas primárias.         

13 Encyclopedia Britannica. Porto, Portugal. https://www.britannica.com/place/Porto-Portugal. Acesso em 22 de novembro de 2018. 14 Veja, por exemplo, as conservas Ramirez, com sede em Matosinhos: http://ramirez.pt/en/company/#company 15 Anuário estatístico da região norte, Instituto nacional de estatística (INE), 2016. P. 246 16 Tamanho médio das fazendas, de uma amostra de 67. Fonte: Pesquisa de estruturas agrícolas, DRAPN, 2017 17 Censo agrícola, Instituto nacional de estatística (INE), 2009 18 Estimativa baseada em van Dijk, W., et al., Closing the life cycle of phosphorus in an urban food system: the case Almere (NL) (2017), Premissas do estudo: 1. A cesta de alimentos inclui carne e laticínios, que representam 90% da necessidade de terra (ração animal), 2. É necessário apenas 300 km² de terra para produtos de base vegetal (65% para cereais, 15% para beterraba-sacarina, 10% para frutas, 10% para batatas e vegetais), 3. 15% da cesta de alimentos ainda é importada (por exemplo, café, frutas exóticas). Para mais informações sobre volumes de produção, consulte o anexo – produção de alimentos 

 

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Figura 2: Principais produtos agrícolas da região Norte  19

 

Produto  Toneladas/ano 

Carne (gado, aves e outros)  76.766.000 

Laticínios e ovos  9.884.845 

Uvas  20 316.227 

 

Práticas e produção de alimentos periurbana 

Embora os padrões dos fluxos de alimentos não sejam claros, iniciativas como a Prove, estão conectando 21

fabricantes a consumidores, com a intenção de criar um sistema de alimentos mais integrado localmente, e outras, como a AMAP, também estão procurando diversificar as práticas agrícolas e transitar para métodos de produção 

22

mais regenerativos.  Embora a produtividade das terras seja alta, mudar as práticas de produção para um método que mantenha os ecossistemas saudáveis é particularmente importante diante da mudança climática e da degradação do solo, que são preocupações crescentes em Portugal.   

23 24

 Nesse contexto, a Área Metropolitana do Porto exibe uma ampla variedade de fazendas e tipos de produção. Com base em uma pesquisa feita com 67 fazendas, 13 tipos diferentes de fazendas estiveram presentes e 10% 

25

indicaram que produzem uma variedade de culturas agrícolas por meio da policultura ou mistura de culturas agrícolas e gado.  

Figura 3. Consumo médio de fertilizantes em Portugal e no mundo (2016)  

26

            

Portugal começou a implementar recentemente uma estratégia nacional para agricultura biológica, que combina 27

muitos dos princípios da agricultura regenerativa. Isso ocorre em um momento em que foi reportado que a demanda nacional por produtos biológicos equivale ao dobro do suprimento de Portugal. Embora o uso de 

28

19 INE, Instituto nacional de estatística – Dados online, 2017. Produção por localização geográfica (NUTS – 2013) 20 Inclui vinhos e uvas de mesa 21 Prove, acesse o site: http://www.prove.com.pt/www/english.T9.php 22 Associação para a manutenção da agricultura de proximidade – https://amap.movingcause.org/ 23 Tribunal de contas europeu (2018). Desertification in the EU – Monografia. Disponível em: https://www.eca.europa.eu/Lists/ECADocuments/BP_DESERTIFICATION/BP_DESERTIFICATION_EN.pdf  24 The Independent (2018) https://www.independent.co.uk/environment/land-degradation-deserts-farming-agriculture-cattle-world-atlas-eu-europe-a8411856.html 25 DRAPNorte "Direção regional de agricultura e pescas do norte" (2017) – dados locais e metropolitanos – Esses dados se referem apenas a uma amostra de 67 fazendas na área metropolitana e uma amostra de 728 fazendas na região norte, que responderam essa pesquisa de estruturas agrícolas de 2017 26 Consumo de fertilizante*, [kg/ha de terra arável], 2019. Fonte: Banco Mundial. https://data.worldbank.org/indicator/AG.CON.FERT.ZS?end=2016&start=2002&view=chart. Acesso em fevereiro de 2019. 27 DGADR – Direção-geral de agricultura e desenvolvimento rural. Boletim informativo – Estratégia nacional para a agricultura biológica e plano de ação. https://www.dgadr.gov.pt/estrategia-nacional-para-a-agricultura-biologica. Acesso em 22 de novembro de 2018. 28 Público (2018). Portugal importa 50% dos produtos biológicos que consome 

 

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fertilizantes em Portugal esteja acima da média mundial (Figura 3), a nova regulamentação busca expandir a área agrícola biológica, aumentar a oferta de produtos biológicos no mercado, aumentar a aquisição desses produtos e expandir a base de conhecimento no nível de produção e negócios.  

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Produção urbana e inovação 

A Cidade do Porto é uma área densa e vibrante, ainda assim encontrou-se espaço para desenvolver 13 hortas municipais que cobrem uma área cultivável combinada de 4 ha produzindo alimentos em pequena escala, desde 2003 (Figuras 4 e 5). Essas hortas são monitoradas pela Prefeitura em combinação com Lipor , e não apenas 30

atendem as necessidades domiciliares de vegetais mas também foram equipadas por 400 composteiras que, juntas, devolvem 120 toneladas de material orgânico ao solo todos os anos. No entanto, elas representam 

31

apenas uma fração dos 62,5 ha de terras agrícolas da Cidade do Porto, destacando o potencial para a produção 32

urbana para receber material orgânico e suprir as necessidades locais.  33

   

Figura 4. Localização das  13 hortas na Cidade do Porto.  

Fonte: Cidade do Porto       

  

   

Figura 5. Horta municipal  Condomínia.  

A horta foi estabelecida em 2004.  Fonte: Cidade do Porto 

       

 E a produção de alimentos pode atingir níveis mais altos em breve: o Projeto Quinto Alçado (PQAP) está 

34

explorando como incluir telhados verdes na agenda de desenvolvimento urbano. Telhados verdes, que já abrangem uma área de 11 ha, não só aumentariam a área cultivável da cidade, mas também criariam uma série 

35

de benefícios adicionais, incluindo a resiliência da cidade à mudança climática (Figura 6).     

https://www.publico.pt/2018/11/13/economia/noticia/portugal-importa-50-produtos-biologicos-consome-1850958. Acesso em 22 de novembro de 2018 29 Diário da República, 1ª série — Nº 144 — 27 de julho de 2017. Resolução do Conselho de ministros nº 110/2017. Disponível em: https://dre.pt/application/file/a/107761804 30 LIPOR é a Associação Municipal responsável pela coleta, gestão e tratamento dos resíduos municipais produzidos no Porto. Ela possui um Programa de Educação Ambiental completo que inclui a agricultura urbana em diversos projetos, em especial a “Horta à Porta” 31 Cidade do Porto 32 INE, 2009, Censo agrário 33 Riscos de contaminação por poluentes atmosféricos devem ser considerados na produção urbana de alimentos 34 Cidade do Porto e Associação nacional de coberturas verdes. Acesse o link para obter mais informações: http://www.greenroofs.pt/en/pqap 35 Cidade do Porto 

 

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Figura 6. Projeto Quinto Alçado. Os telhados verdes podem produzir uma ampla variedade de benefícios, desde a redução do consumo de energia em edifícios até a resiliência à mudança climática e a produção local de alimentos. Fonte: ANCV (Associação Nacional de Coberturas Verdes – Portugal). 

 

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QUADRO A: CONSUMO E PRODUÇÃO DE PEIXES EM PORTUGAL 

Portugal é o maior consumidor de frutos do mar da Europa e o terceiro maior do mundo, com um consumo de 61,5 kg por pessoa, quase três vezes a média global de consumo per capita.  

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  Embora a produção mundial de frutos do mar tenha aumentado nas últimas décadas, a de Portugal diminuiu por 37

várias razões, incluindo questões geopolíticas e sobrecapacidade da frota de pesca nos anos 70 e 80. Isso levou a um desequilíbrio comercial ilustrado pelo Bacalhau (bacalhau salgado), um ícone da cozinha portuguesa. Representando aproximadamente 40% do consumo, o peixe não está presente em águas locais e é majoritariamente importado, correspondendo à maior parte das importações de peixe do país.  Mas nem tudo é tão sombrio, e há importantes lições na tradição e produção portuguesa de peixes. O povo português consome uma variedade muito ampla de frutos do mar, representando quase 200 espécies comerciais, incluindo peixe, cefalópodes, crustáceos e moluscos, e tradicionalmente o peixe inteiro é preparado, até os 

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ossos, diferente de muitos países que consomem apenas filés de peixe. Ao mesmo tempo, a maior parte dos frutos do mar é consumida ainda fresca (83%), 6% são salgados e 11% são processados congelados, defumados ou enlatados.  

39

   Modelos de negócio emergentes estão permitindo ainda tendências de consumo diversificadas e locais ao fornecer semanalmente "caixas" com peixes e frutos do mar disponíveis sazonalmente. Frequentemente 

40

associadas à pescaria artesanal, essas iniciativas podem levar a uma maior integração entre fabricantes e consumidores, entre outros benefícios sociais e ambientais. Campanhas públicas recentes têm promovido com 

41

sucesso o consumo de espécies de peixe locais e abundantes, como carpa e carapau.  42

 Além do consumo, é importante analisar o modo como os frutos do mar são obtidos, a fim de promover práticas alinhadas à economia circular e desencorajar aquelas que, como a pesca de arrasto pelo fundo, possam ser prejudiciais ao ecossistema. Em toda a Europa, grupos de pescadores locais coordenados por uma Rede de 

43

Zonas de Pesca , estão começando a colocar em prática um conjunto de estratégias para aumentar o uso e a 44

reciclagem de equipamentos de pesca (como redes e caixas) e evitar que sejam descartadas no mar, já que estima-se 46% da Grande Porção de Lixo do Pacífico são ferramentas de pesca descartadas. Essas iniciativas 

45

abarcam o reparo de equipamentos e redes, e a conversão das ferramentas em outros produtos quando não for mais possível consertar, até a substituição do plástico por produtos biodegradáveis. As comunidades locais de 

46

pescadores também estão transformando em recurso o que é geralmente considerado resíduo de peixe. Os 

36 Codis (2018), ‘How much fish do we consume? Firstglobal seafood consumption footprint published’, https://m.phys.org/news/2018-09-fish-consume-global-seafood-consumption.html 37 Ibid. 38 Tese de PhD de Cheila Almeida, Universidade de Lisboa: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/16023/1/ulsd069914_td_Cheila_Almeida.pdf 39 Cardoso et al. 2013, pela tese de Cheila Almeida 40 Consulte o exemplo de Cabaz do Peixe e Peixinho da Lota: https://www.cabazdopeixe.pt/index.php, https://peixinhodalota.pt/  41 Jacquet and Pauly, 2008. Funding priorities: big barriers to small-scale fisheries. http://www.seas-at-risk.org/images/pdf/archive/Jacquet___Pauly_Barriers_to_Small-Scale_Fisheries.pdf 42 Docapesca: http://www.docapesca.pt/pt/comunicacao/noticias/item/campanha-do-carapau.html 43 Fundação Calouste Gulbenkian, 2017. Trawling in Portugal https://content.gulbenkian.pt/wp-content/uploads/2017/10/24162759/GulbenkianPolicyBrief_Arrasto_ENweb.pdf 44 Para obter mais informações: https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/cms/farnet2/about/at-a-glance/farnet_en 45 National Geographic (2018), ‘The Great Pacific Garbage Patch Isn’t What You Think It Is’. Acesso em novembro de 2018 https://news.nationalgeographic.com/2018/03/great-pacific-garbage-patch-plastics-environment/ 46 Revista Farnet. Outono de 2018. Acesso em novembro de 2018. https://webgate.ec.europa.eu/fpfis/cms/farnet2/sites/farnet/files/publication/farnetmag_16_en.pdf 

 

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exemplos de produtos vão desde "couro" a partir da pele do peixe até farelo de peixe e ração de peixe a partir de captura incidental e coprodutos de peixes.  

47

  Embora a pergunta sobre como seria uma pesca verdadeiramente regenerativa permaneça, iniciativas como a certificação de pesca do Marine Stewardship Council e adoção de modelos inovadores que permitam o 

48

consumo de espécies localmente abundantes e eliminem o desperdício com certeza ajudariam a aproveitar ao máximo nossos recursos naturais.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            

47 Ibid. 48 Marine Stewardship Council. https://www.msc.org/home 

 

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4. CONSUMO URBANO  DE ALIMENTOS  

O consumo de carne e peixe no Porto tem sido tradicionalmente alto, mas tendências atuais de consumo de proteínas vegetais estão ganhando espaço na região. Iniciativas de distribuição de 

alimentos e combate à insegurança alimentar também têm visto os consumidores adotarem uma atitude mais saudável em relação aos alimentos que adquirem e consomem, além de conscientizar 

a população sobre a necessidade de reduzir o desperdício de alimentos. 

 

QUE VOLUME E QUAIS TIPOS DE ALIMENTOS AS PESSOAS CONSOMEM NO PORTO? Quase 2 kg de alimentos são consumidos por pessoa por dia em Portugal, resultando em mais de 150 mil toneladas de alimentos por ano em toda a Cidade do Porto. O consumo de carne e frutos do mar permanece alto, representando o 

49

dobro ou triplo da média mundial, com 93 kg de carne e 57 kg de frutos do mar consumidos por ano. No 50

entanto, as tendências atuais apontam para uma redução no consumo de carne e busca de fontes alternativas de proteínas, com o número de vegetarianos tendo quadruplicado em apenas uma década.  

51

 A crescente conscientização sobre alimentação saudável é um dos principais condutores das atuais tendências de alimentos, resultando em uma maior demanda por pratos vegetarianos e produtos frescos, especialmente entre consumidores mais velhos. A preocupação em relação a alimentos saudáveis levou a um número cada vez maior 52

de consumidores que optam por produtos orgânicos e biológicos, o que incentiva investimentos de varejistas nessa área.  A crescente conscientização sobre alimentação saudável também está elevando a demanda por produtos menos processados, livres de ingredientes artificiais e que também usem o produto alimentício integralmente na preparação.  Um resumo detalhado do consumo de diferentes tipos de alimentos pode ser encontrado no anexo.  ONDE AS PESSOAS COMPRAM SEUS ALIMENTOS? Em Portugal, os supermercados detêm 90% de participação no mercado, o que evidencia a sua importância na transformação do sistema de alimentos. Na Área 

53

Metropolitana do Porto, outros pontos de venda, como os mercados, incluindo o Mercado do Bolhão e o 54

Mercado do Matosinhos, ainda atraem um grande número de pessoas.  Outras plataformas estão focando na conexão entre produtores e consumidores. Por exemplo, a Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade busca conectar os consumidores aos produtores locais que 

55

seguem princípios agroecológicos em suas práticas. De forma similar, na área da pesca, Capaz do Peixe e Peixinho da Lota não apenas estão conectando diretamente os consumidores aos pescadores, como também 

56

estão aumentando a diversidade de frutos do mar consumidos.    

49 Estimativa baseada em estatísticas nacionais: Fonte: INE, 2017. Balança Alimentar Portuguesa https://ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0009116&contexto=bd&selTab=tab2 50 Cheila Almeida, Vanja Karadzic, Sofia Vaz (2015). The seafood market in Portugal: Driving forces and consequences. Marine Policy 51 ‘Number of vegetarians in Portugal rises by 400 percent in 10 years’. The Portugal News Online. Acesso em novembro de 2018 http://theportugalnews.com/news/number-of-vegetarians-in-portugal-rises-by-400-percent-in-10-years/43482 52 Monteiro, Ana Caterina. ‘O ABC do retalho em 2017;. Acesso em novembro de 2018. http://www.hipersuper.pt/2017/03/29/tendencias-no-retalho-de-z/ 53 Consumers International, 2012. The relationship between supermarkets and suppliers: what are the implications for consumers? Disponível em: https://www.law.ox.ac.uk/sites/files/oxlaw/the_relationship_between_supermarkets_and_suppliers.pdf 54 Mercado do Bolhão: http://www.mercadobolhao.pt/pt/bolhao 55 Associações para a manutenção da agricultura de proximidade – https://amap.movingcause.org/ 56 Cabaz do peixe, https://www.cabazdopeixe.pt/index.php, https://peixinhodalota.pt/ 

 

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  Figura 7. Localização de restaurantes solidários planejados e existentes. Espera-se que os três restaurantes sejam capazes de sustentar a maior parte da população carente. Fonte: Cidade do Porto    

 FOOD INSECURITY ISSUES: Outras iniciativas, como os restaurantes solidários, estão focando na redistribuição para combater a insegurança alimentar. O restaurante solidário Batalha oferece 200 refeições completas por dia para pessoas sem condições financeiras, proporcionando a essa população o acesso a uma dieta balanceada e saudável. A inauguração de dois novos restaurantes solidários está planejada para ocorrer em breve. Eles são administrados por uma parceria que inclui ONGs, hotéis, nutricionistas profissionais, um hospital e a Prefeitura do Porto, evidenciando a importância da cooperação. De forma semelhante, doações de alimentos, que previnem a perda de alimentos em perfeito estado, estão reduzindo o desperdício de alimentos em 11% por ano. Há mais de 30 organizações operando em Porto, como a ReFood, que reportou a distribuição de 20 mil refeições em 2015.  

57 58

 Fruta Feia é outra organização que contribui para a redução do desperdício de alimentos ao coletar frutas e vegetais disformes de fazendeiros e comercializá-los. Esses produtos, que de outra forma os fazendeiros não conseguiriam vender, são oferecidos por meio de quatro estabelecimentos diferentes na Área Metropolitana do Porto. Em nível nacional, a iniciativa evitou o desperdício de quase 1,4 mil toneladas de frutas e vegetais.  

59

 

57 Re-food, https://www.re-food.org/pt 58 Prefeitura do Porto 59 Fruta Feia, https://frutafeia.pt/en 

 

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5. RESÍDUOS ORGÂNICOS E COPRODUTOS ALIMENTARES 

 O sistema de gerenciamento de resíduos de Porto está em desenvolvimento. A coleta seletiva de 

resíduos orgânicos residenciais começou em julho de 2018 e ainda não foi aplicada a todas as residências. No entanto, um programa bem-sucedido para estabelecimentos comerciais está em 

vigor há mais de uma década.   A LIPOR é responsável pelo gerenciamento, pela recuperação e pelo tratamento dos resíduos municipais produzidos na Cidade do Porto e em oito dos 17 municípios da Área Metropolitana de Porto (PMA). Alinhada aos objetivos nacionais e europeus, o planejamento da coleta seletiva de orgânicos prevê a abrangência de mais de 40 mil residências, ou 30% da cidade, em curto prazo.  O atual método de valorização de orgânicos coletados é o tratamento e a conversão desses resíduos em Nutrimais, um tipo de adubo que contribui para a saúde e a nutrição do solo. A Figura 8 mostra as toneladas de Nutrimais produzidas anualmente e a área potencial de terras agrícolas que poderiam ser abrangidas atualmente.  Figura 9. Valorização dos resíduos orgânicos na Área metropolitana do Porto (2017)  60

 

Produto  Tratamento  Toneladas de Nutrimais produzido/ano 

Porcentagem de cobertura de terras agrícolas potencial  

61

Proporção de tratamento circular na PMA   

62

Produto derivado de composto – Nutrimais  

63

Separação na fonte e sistema fechado de compostagem 

12.000  15,3%  11% 

  Figura 9. Exemplo de um sistema de vermifertilização utilizado no Porto.  Os resíduos orgânicos residenciais também podem ser compostados de maneira descentralizada, e isso está sendo desenvolvido por meio de compostagem e vermicompostagem nas hortas municipais (consulte a Figura 10). Fonte: Cidade do Porto    

 

60 Aplicável aos oito municípios em que os resíduos orgânicos são tratados pela Lipor; outros municípios ou não separam os resíduos orgânicos ou usam tratamento biológico mecânico; dados sobre resíduos orgânicos do Observatório para resíduos LIPOR – https://portal.lipor.pt/pls/apex/f?p=2021:1:0: 61 A produção atual de Nutrimais poderia abranger até 15,3% das terras agrícolas da Área metropolitana do Porto 62 Proporção de resíduos orgânicos separados na fonte e fluxos para os processos de compostagem. As taxas variam. Na Cidade do Porto, a taxa é de 15,3%. 63 LIPOR, https://www.lipor.pt/pt/residuos-urbanos/valorizacao-organica/nutrimais/ 

 

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A produção de produtos de adubo, como o Nutrimais, não apenas gera valor em termos de regeneração de solos agrícolas, mas também cria valor econômico e pode ajudar a cobrir os custos de ampliação da coleta seletiva de orgânicos. Embora o preço de mercado do Nutrimais seja de 55 euros por tonelada e o custo de produção seja de 53 euros por tonelada de resíduos orgânicos (taxa de conversão de resíduo orgânico para composto de 23%) indiquem que, isoladamente, isso não seria lucrativo, quando o custo do tratamento alternativo para conversão de resíduo em energia de 53 euros por tonelada (mais imposto de gerenciamento de resíduos) é considerado, torna-se rentável de forma líquida. Benefícios adicionais de uma redução de resíduos molhados, que são prejudiciais à combustão, não foram considerados nessa análise.  É importante salientar que a compostagem domiciliar e de bairro pode desempenhar um papel importante para dar escala à separação de orgânicos, especialmente quando as instalações centralizadas estiverem trabalhando aproximadamente ao máximo de sua capacidade. De forma semelhante, os custos e desafios da separação de orgânicos devem ser considerados.  

O PAPEL DO DESIGN 

É importante enfatizar o papel do design na economia circular, pelo qual se evita que alimentos se tornem resíduos orgânicos. Enquanto algumas iniciativas estejam desviando os alimentos que seriam descartados para que sejam doados à população carente, a Lipor está trabalhando em dois outros projetos: Embrulha , que fornece 

64

embalagens biodegradáveis para que as pessoas levem consigo as sobras de seus pratos em restaurantes, e Dose Certa , que envolve cantinas, restaurantes e atores do sistema alimentar para definir refeições balanceadas 

65

e saudáveis em porções dos tamanhos corretos.  O design também se aplica à criação de receitas que utilizam coprodutos ou alimentos que seriam descartados. Exemplos disso são os produtos Panana e chutney do Continente e as receitas fornecidas pela LIPOR para uma 

66

culinária sem resíduos e que envolvem produtos tradicionalmente considerados residuais.  Por fim, de forma ainda mais ampla, o design se aplica também a sistemas e métodos usados por varejistas a fim de garantir que os produtos próximos à validade ou à data limite de consumo sejam vendidos a tempo.  Mais informações sobre a massa de resíduos orgânicos coletados e os tipos podem ser encontradas no anexo.   

 

64 Para obter mais informações: https://www.lipor.pt/pt/educacao-ambiental/horta-da-formiga/desperdicio-alimentar/embrulha/ 65 Para obter mais informações: https://www.lipor.pt/pt/educacao-ambiental/horta-da-formiga/desperdicio-alimentar/dose-certa-2/ 66 Para obter mais informações: https://missao.continente.pt/noticias-eventos/panana-novo-produto-economia-circular e https://missao.continente.pt/noticias-eventos/o-nao-leva-casa-acaba-doces-chutneys 

 

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6. INVESTIGANDO OS BENEFÍCIOS DE  

UMA ECONOMIA CIRCULAR NO PORTO 

 Todos os cálculos dos seguintes benefícios se baseiam em benefícios globais estimados aplicados na região. Consulte o Guia de Análise de Cidades para obter mais detalhes sobre os fatores de cálculo usados.  As prioridades e cenários a seguir que impulsionariam Porto em direção a uma economia circular de alimentos foram elaboradas com base em conversas com a Prefeitura do Porto e outros agentes relevantes. Prioridades da cidade ou próximos passos concretos que a autoridade municipal pode dar em direção ao objetivo também foram definidos para cada cenário. Para obter mais detalhes sobre os cálculos e métodos, assim como benefícios para 

67

o Porto e a Área Metropolitana do Porto, consulte o anexo técnico  

CENÁRIO A .E se práticas regenerativas fossem aplicadas a toda a área cultivada peri-urbana do Porto?  

DESCRIÇÃO DETALHADA A Área Metropolitana do Porto contém uma área agrícola de 43.689 ha, que tem o potencial de produzir um volume significativo e uma variedade relativamente grande em relação às necessidades alimentícias do Porto. Neste cenário, estimamos os benefícios econômicos, ambientais e de saúde que se apresentariam na transição para práticas regenerativas. Se toda a área agrícola da Área Metropolitana do Porto fosse trabalhada usando práticas regenerativas, os seguintes benefícios anuais seriam gerados:  68

 

         

Cidadãos mais saudáveis 

US$ 26.7 milhões em gastos de saúde 

economizados devido à menor exposição a 

substâncias poluentes. 

Degradação do solo evitada: 

US$ 9.9 milhões em degradação evitada. 

Mitigação de mudanças climáticas:  

36,698 toneladas de emissões de CO2 

evitadas, que custam mais de US$ 

4 milhões à sociedade. 

Economia de água:  

18 milhões m3 de água doce preservados, aliviando a pressão 

sobre fontes de água locais 

Culturas e fluxos de renda 

diversificados:  potencial de aumentar 

a diversidade de culturas e construir 

resiliência à mudança climática através da 

produção de alimentos. 

  PRIORIDADES DA CIDADE As seguintes prioridades para iniciar a transição para um sistema regenerativo de produção de alimentos foram identificadas em conversas com a Cidade do Porto e outros atores relevantes: 

● Mapear fluxos de alimentos ● Adquirir alimentos produzidos de forma regenerativa ● Conectar com produtores locais 

67 A Prefeitura do Porto já está ativa em várias dessas áreas 68 Assumindo-se que práticas convencionais sejam utilizadas atualmente. Consulte o apêndice para obter mais detalhes sobre produção regenerativa 

 

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CENÁRIO B .E se 50% do desperdício de alimentos no Porto fosse evitado (conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)?  

DESCRIÇÃO DETALHADA Ainda que diversas iniciativas de redistribuição de alimentos já estejam atuando no Porto, estima-se que mais de 16 mil toneladas de alimentos sejam desperdiçadas todos os anos . Embora a prevenção ao desperdício de 69

alimentos envolva uma série de desafios, os seguintes benefícios destacam a importância de aproveitarmos nossos alimentos ao máximo: 

       

Economias: US$ 12.8 milhões economizados ao 

evitar o desperdício de alimentos. 

Cidadãos mais saudáveis: 

Economia de US$ 1.8 milhões em custos de saúde ao evitar 

os impactos da agricultura. 

Mitigação de mudanças climáticas: 

12,200 toneladas de emissões de CO2 evitadas, que custariam US$ 0.78 milhões à sociedade. 

Economia de água:  3.4 milhões m 3 

de água doce economizados, aliviando a pressão sobre 

fontes de água. 

 

PRIORIDADES DA CIDADE As seguintes prioridades para iniciar a transição para um sistema regenerativo de produção de alimentos foram identificadas em conversas com a Cidade do Porto e outros atores relevantes: 

● Ampliar iniciativas existentes de prevenção ao desperdício de alimentos ● Trabalhar em toda a cadeia de valor dos alimentos para incluir todos os atores relevantes ● Explorar escolhas de alimentos melhores 

 

CENÁRIO C .E se todos os resíduos sólidos orgânicos fossem desviados de aterros sanitários e usados para apoiar a produção local regenerativa de alimentos?  

DESCRIÇÃO DETALHADA O Porto recentemente implementou um esquema de coleta de orgânicos em expansão, que hoje coleta aproximadamente 10.000 toneladas de resíduos orgânicos por ano . Entretanto, essa é apenas uma parte das 70

50.000 toneladas estimadas de resíduos orgânicos produzidas por ano. A coleta e o tratamento separado para transformá-lo em fertilizante orgânico resultaria nos seguintes benefícios: 

     

Novos fluxos de receita e economias: 

O equivalente a USD 1,8 milhões em matéria orgânica para o solo e US$ 0,4 

milhões em nutrientes.  

Fertilizante orgânico rico em nutrientes para terras 

cultivadas: 12,000 toneladas de composto rico em matéria orgânica, suficiente para cobrir 

4.000 ha de área agrícola 

Mitigação de mudanças climáticas: 

18.600 toneladas de emissões de CO2 evitadas, que custariam US$ 

2,1 milhões à sociedade 

 PRIORIDADES DA CIDADE As seguintes prioridades para iniciar a transição para um sistema regenerativo de produção de alimentos foram identificadas em conversas com a Cidade do Porto e outros atores relevantes: 

● Ampliar a coleta separada de orgânicos ● Explorar opções de tratamento descentralizado (por exemplo, compostagem domiciliar e de bairro) ● Valorizar todos os orgânicos 

69 Consulte o anexo para obter mais detalhes e fontes. 70 Observatório de Resíduos da LIPOR, https://portal.lipor.pt/pls/apex/f?p=2021:21:0. 

 

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APÊNDICE 

 PRODUÇÃO REGENERATIVA DE ALIMENTOS  

● Os benefícios foram calculados em relação aos 43.689 hectares de terras agrícolas da área periurbana do Porto (que, nesse caso, corresponde às terras agrícolas da Área Metropolitana do Porto) 

● Consulte o Guia de Análise de Cidades com a tabela de fatores de benefício para obter detalhes ● Os benefícios foram quantificados em comparação às práticas convencionais, conforme definido no 

relatório completo Cidades e Economia Circular dos Alimentos (consulte a Figura 5 abaixo, do relatório)   MAIS INFORMAÇÕES SOBRE PRÁTICAS DE AGRICULTURA REGENERATIVA A figura a seguir exibe os resultados esperados em longo prazo do uso de práticas convencionais em comparação com o uso de práticas de agricultura regenerativa abrangentes. Essa figura é da página 26 do relatório Cidades e Economia Circular dos Alimentos, onde estão disponíveis mais informações sobre práticas regenerativas.  

  DADOS DE REFERÊNCIA PARA A VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS 

● Os benefícios foram calculados para a conversão do volume estimado de resíduos orgânicos produzidos na Cidade do Porto (consulte a tabela abaixo para obter mais detalhes), excluindo lodo de esgoto 

● Consulte o Guia de Análise de Cidades com a tabela de fatores de benefício para obter detalhes    

 

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PRODUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NO PORTO E NA PMA (2017)  71

Tipo  Porto (toneladas/ano)  PMA (toneladas/ano) 

Residencial*  N/D  N/D 

Poda  3.977,5  25.207,6 

Comercial  5.357,5  21.700,1 

Total coletado  9.335,3  46.907,8 

Produção total (estimada)**  51.631,0  427.007,8 

* A coleta residencial começou em meados de 2018 ** Estimativa da Ellen MacArthur Foundation com base nos dados do Observatório de Resíduos da Lipor   ABORDAGEM PARA O CÁLCULO DE BENEFÍCIOS DA PREVENÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS  

● Os benefícios foram calculados para 16.276 toneladas de alimentos cujo desperdício pode ser evitado. Consulte a tabela abaixo para obter detalhes e fontes 

● Benefício econômico estimado com base no valor por massa de alimentos e massa total de alimentos desperdiçados 

● Consulte o Guia de Análise de Cidades com a tabela de fatores de benefício para obter detalhes sobre a estimativa de benefícios mais amplos 

 

VALOR E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS 

  Total / ano 

Alimentos excedentes  72 90,0 kg/pessoa 

Desperdício de alimentos evitável 

73 70,2 kg/pessoa 

Toneladas de desperdício de alimentos evitável  16.276 toneladas 

Gasto anual com alimentos  74 1.166 euros/pessoa  

Massa de alimentos consumidos  75 1,94 kg/pessoa 

Valor do kg de alimentos  76 1,65 euro/kg 

Valor dos resíduos de alimentos  77 22,7 milhões de euros 

Valor de evitar 50% dos resíduos  78 11,3 milhões de euros 

   

71A coleta seletiva de resíduos orgânicos residenciais começou em meados de 2018. Dados do Observatório para resíduos Lipor  72 Lipor via Prefeitura do Porto 73 Considerando que 83% e 81% dos alimentos constituem os componentes comestíveis para a produção e a distribuição, respectivamente – Fonte: Prefeitura do Porto 74 Com base nas despesas residenciais, considerando 2,5 pessoas por residência. Fonte: Inquérito sobre orçamento familiar INE, 2017 75 Balança Alimentar Portuguesa 2012-2016 INE 2017 76 Estimativa baseada no gasto anual com alimentos e na massa de alimentos consumidos por ano por pessoa   77 Estimativa obtida ao multiplicar a massa de alimentos cujo desperdício é evitável pelo valor do quilo de alimento 78 Segundo os Objetivos de desenvolvimento sustentável 

 

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TABELA DE BENEFÍCIOS TOTAIS PARA A CIDADE DO PORTO E A ÁREA METROPOLITANA DO PORTO  

POTENCIAIS BENEFÍCIOS DE CENÁRIOS DE ECONOMIA CIRCULAR E PRIORIDADES DA CIDADE 

Cenário  Prioridades da cidade  Benefícios para o Porto 79

Benefícios para a PMA   80

E se todas as terras agrícolas da área periurbana de Porto fossem cultivadas de forma regenerativa? 

● Mapear fluxos de alimentos 

● Adquirir alimentos produzidos de forma regenerativa 

● Conectar com produtores locais 

 ● Economia de 26,7 milhões de dólares em custos 

de saúde, economia equivalente a 4,2 milhões de dólares em gases do efeito estufa  

● 9,9 milhões de dólares ao evitar a degradação do solo 

● 18,3 milhões m3 de água   

E se 50% dos resíduos de alimentos no Porto fossem evitados (conforme os ODSs)? 

● Ampliar as iniciativas existentes de prevenção de resíduos orgânicos 

● Trabalhar ao longo da cadeia de valor de alimentos 

● Explorar melhores opções de alimentos 

● US$ 12,8 milhões em valor de mercado desperdiçados 

● Economia de US$ 1,8 milhão com custos de saúde 

● Economia de US$ 0,8 milhão relacionada à emissão de CO2 

● 3,4 milhões de m3 de água 

● US$ 105 milhões em valor de mercado desperdiçados 

● Economia de US$ 14 milhões com custos de saúde 

● Economia de US$ 5,9 milhões relacionada à emissão de CO2 

● 25,9 milhões de m3 de água 

E se todos os resíduos orgânicos fossem valorizados? 

● Ampliar a coleta seletiva de orgânicos 

● Valorizar todos os orgânicos 

● Biofertilizante para 4.000 ha de terras periurbanas cultivadas 

● US$ 1,8 milhão em matéria orgânica do solo 

● 18.600 toneladas de emissões de CO2 evitadas, que equivalem a US$ 2,1 milhões 

 

● Biofertilizante para 29.000 ha de terras periurbanas cultivadas 

● US$ 13,3 milhões em matéria orgânica do solo 

● 136.800 toneladas de emissões de CO2 evitadas, que equivalem a US$ 15,5 milhões 

 

   

79 Ibid. 80 Todos os benefícios são cálculos feitos pela Ellen MacArthur Foundation; consulte o Anexo para obter mais detalhes. Os benefícios estimados aqui são referentes à Cidade do Porto 

 

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 OBSERVAÇÃO SOBRE ESSE ESTUDO DA CIDADE DO PORTO E O RELATÓRIO COMPLETO  O relatório Cidades e Economia Circular dos Alimentos (2019) foi desenvolvido para iniciar uma exploração mais profunda sobre o papel das cidades e as empresas e governos existentes nelas podem ter na criação de uma economia circular dos alimentos. Ele reconhece as cidades como apenas mais um impulsionador chave da mudança entre muitos outros. Ele defende a economia circular como uma das muitas abordagens que podem apoiar o desenvolvimento de um sistema de alimentos mais saudável e regenerativo.  Os estudos de cidades foco foram desenvolvidos a fim de demonstrar como cidades ao redor do mundo poderiam obter benefícios ao aplicar a visão proposta no relatório. As conclusões se fundamentam em análises extensas sobre o atual sistema alimentar regional e os cálculos de benefícios se baseiam em fatores globais aplicados ao contexto local. Consulte o Guia de Análise de Cidades para obter mais detalhes sobre o processo de pesquisa e os fatores utilizados para estimar os benefícios.  Os autores deste documento coletaram informações em diversos artigos, publicações e relatórios, e consultaram mais de 20 especialistas durante sua preparação. Entretanto, incertezas permanecem no relatório, pois o entendimento científico dos vários componentes de uma economia circular para fornecimento de alimentos continua a evoluir.  Este documento não tem a intenção de fornecer recomendações de dietas ou aconselhamento sobre consumo de alimentos, embora ele destaque o papel que as marcas, fabricantes e fornecedores de alimentos têm ao oferecer alimentos saudáveis com impactos ambientais positivos.   

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE  Este estudo da cidade do Porto foi produzido por uma equipe da Ellen MacArthur Foundation. Os cálculos de benefícios para a cidade consideraram fatores globais fornecidos pela SYSTEMIQ para análise do relatório global Cidades e Economia Circular dos Alimentos. Eles foram aplicados ao contexto local a fim de estimar os potenciais benefícios para o Porto na transição para um modelo circular para alimentos. A Ellen MacArthur Foundation não faz quaisquer representações e não fornece quaisquer garantias em relação a qualquer aspecto desta publicação, inclusive em relação a recomendações de investimento em qualquer empresa ou fundo de investimento específico ou outro veículo. Embora tenha-se exercido cuidado e atenção na preparação desta publicação e suas análises, confiando em dados e informações que se acredita que sejam confiáveis, nem a Fundação nem nenhum de seus funcionários ou nomeados deverão ser responsabilizados por quaisquer reclamações ou perdas de qualquer natureza relacionadas a informações contidas neste documento, incluindo, sem limitação, lucros perdidos ou danos punitivos ou consequentes.  A Ellen MacArthur Foundation gostaria de agradecer as organizações que contribuíram para este estudo da cidade do Porto (consulte as páginas a seguir) por suas contribuições construtivas. A contribuição para este documento ou qualquer parte dele não deverá ser necessariamente considerada como indicação de qualquer tipo de parceria ou relação institucional entre os colaboradores e a Ellen MacArthur Foundation nem um endosso de suas conclusões ou recomendações.   © Ellen MacArthur Foundation 2019   O estudo completo Cidades e Economia Circular dos Alimentos e o estudo da cidade do Porto estão disponíveis em: https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/programas/systemic-initiative  Para citar este estudo, favor usar a referência a seguir: Ellen MacArthur Foundation, Cidades e Economia Circular dos Alimentos: Porto, Portugal (2019).   

 

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AGRADECIMENTOS  Estamos muito gratos pelo apoio que recebemos para a produção deste estudo. Gostaríamos de agradecer especialmente a nosso Conselho Consultivo e nossas organizações participantes locais por seu envolvimento ativo e também aos muitos especialistas acadêmicos, da indústria, de ONGs e de agências governamentais que forneceram perspectivas inestimáveis.  PARCEIRO PRINCIPAL   

    

PARCEIROS CHAVE   

    

 PARCEIROS FILANTRÓPICOS 

   

    

PARCEIRO DE CONHECIMENTO 

  

EQUIPE DO PROJETO 

ELLEN MACARTHUR FOUNDATION Andrew Morlet, CEO Rob Opsomer, Líder de Iniciativas Sistêmicas Clementine Schouteden, Líder de Projeto Emma Chow, Gerente do Projeto Nick Jeffries, Gerente do Programa de Estudo de Casos Luisa Santiago, Líder da Ellen MacArthur Foundation Brasil Del Hudson, Líder da Ellen MacArthur Foundation América do Norte Aurélien Susnjara, Analista de Pesquisa Camille Gillet, Analista de Pesquisa Marco Meloni, Analista de Pesquisa e Principal Autor Victoria Almeida, Analista de Projetos Brasil  

SYSTEMIQ Martin Stuchtey , Sócio Diretor Jaap Strengers, Colaborador Sênior Lauren Boutillier, Colaboradora Tilmann Vahle, Colaborador Florian Fesch, Estagiário Lisa Griebel, Estagiária Mayra Buschle, Estudante-Trabalhador  

 

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CONTRIBUINTES AO ESTUDO DO PORTO 

 

ALIADOS - THE CHALLENGES CONSULTING Vasco Sousa , Co-fundador e Sócio-Gerente  

LIPOR - SERVIÇO INTERMUNICIPALIZADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DO GRANDE PORTO Susana Lopes , Técnica Sênior, Engenheira Ambiental  

DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL Sara Velho, Técnica Sênior Nuno Morais, Técnico Sênior Pedro Pombeiro, Diretor  

SONAE MC Pedro Lago, Diretor: Sustentabilidade e Economia Circular  

 

OUTROS COLABORADORES  

ELLEN MACARTHUR FOUNDATION Ian Banks , Líder Editorial Joe Iles , Editor Jocelyn Bleriot , Dirigente Executivo; Líder, Instituições Internacionais e Governos Clementine d’Orion , Gerente de Redes Sarah Churchill-Slough , Gerente de Design e Marca Ross Findon , Gerente de Mídia e Redes Sociais, Iniciativas Sistêmicas Katie Schuster , Executiva de Comunicações, Iniciativas Sistêmicas Alix Bluhm , Gerente de Comunicações, Iniciativas Sistêmicas Sebastian Egerton-Read , Gerente de Mídias Sociais Vicky Deegan , Gerente de Projetos Digitais  

CONKER HOUSE PUBLISHING Jo de Vries, Editora Emma Parkin, Editora   

CONSELHO CONSULTIVO DANONE Merijn Dols, Diretor Sênior de Processos Comerciais, Inovação Aberta e Ciclos  

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Catarina Grilo, Gerente do Programa de Sustentabilidade Luis Lobo Xavier, Diretor do Programa de Sustentabilidade 

SUEZ Henry Saint-Bris, Consultor Sênior  

TETRA PAK Mario Abreu, Vice Presidente – Sustentabilidade Sabine von Wirén-Lehr, Diretora de Relações Governamentais  

THE FINNISH INNOVATION FUND SITRA Hanna Mattila, Especialista, Economia Circular  

VEOLIA Gary Crawford, Vice Presidente – Relações Internacionais  

CONSELHO DO PROJECT MAINSTREAM  

AVERDA Malek Sukkar, CEO  

DSM Feike Sijbesma, CEO  

PHILIPS Frans van Houten, CEO  

SUEZ Jean-Louis Chaussade, CEO  

VEOLIA Antoine Frérot, CEO   

 

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INTESA SANPAOLO E INTESA SANPAOLO INNOVATION CENTER Massimiano Tellini, Chefe Global – Economia Circular Luigi Riccardo, Especialista em Inovação – Economia Circular  

PEOPLE’S POSTCODE LOTTERY Will Humpington, Consultor Estratégico dos Programas de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente  

PORTICUS Federico Bellone, Diretor Regional para a América Latina    

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL  Sean de Cleene , Chefe, Iniciativa do Sistema Alimentar Antonia Gawel , Chefe, Iniciativa de Economia Circular  

SOBRE A ELLEN MACARTHUR FOUNDATION   

PRINCIPAIS FINANCIADORES FILANTRÓPICOS 

  

PARCEIROS GLOBAIS   

  A Ellen MacArthur Foundation foi estabelecida em 2010 com a missão de acelerar a transição para uma economia circular. Desde a sua criação, a Fundação se tornou uma líder global de pensamento, inserindo a economia circular na agenda de tomadores de decisão ao redor do mundo. Seu trabalho se concentra em sete áreas chave: pesquisa & análises; empresas; instituições governos & cidades, iniciativas sistêmicas, design circular, aprendizado; e comunicação.  Mais informações: ellenmacarthurfoundation.org/pt | @circulareconomy            

 

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