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CIDADES SUSTENTÁVEIS 2020 ABRIL 2015 1 CIDADES SUSTENTÁVEIS 2020 ABRIL 2015

Cidades Sustentáveis 2020 - Relatório

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O documento Cidades Sustentáveis 2020 apresenta a estratégia de desenvolvimento urbano sustentável de Portugal para o período 2014-2020. http://www.dgterritorio.pt/ordenamento_e_cidades/projetos_em_curso/cidades_sustentaveis_2020/processo_de_consulta_publica/

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    CIDADES SUSTENTVEIS 2020

    ABRIL 2015

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    Ministrio do Ambiente, Ordenamento do Territrio e Energia

    Abril de 2015

    Equipa Tcnica da Direo-Geral do Territrio

    Cristina Cavaco (coordenao)

    Elisa Vilares Fernando Rosa Margarida Tavares Marta Magalhes Nuno Esteves

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    ndice

    1. Introduo .............................................................................................. 5

    2. Diagnstico territorial e desafios fundamentais .................................................. 7

    3. Cidades Sustentveis 2020 .......................................................................... 10

    3.1. O objeto: a cidade nas suas mltiplas dimenses .......................................... 11

    3.2. O mbito: Desenvolvimento Urbano Sustentvel ........................................... 12

    4. Viso e Ambio ...................................................................................... 13

    5. Princpios Orientadores .............................................................................. 16

    6. Eixos Estratgicos .................................................................................... 18

    Eixo 1 - Inteligncia & Competitividade ............................................................. 19

    Eixo 2 - Sustentabilidade & Eficincia ............................................................... 22

    Eixo 3 - Incluso & Capital Humano .................................................................. 27

    Eixo 4 - Territorializao & Governana ............................................................. 30

    7. Implementao, acompanhamento e monitorizao ............................................ 32

    7.1. Instrumentos de operacionalizao .......................................................... 33

    7.1.1. Fontes de financiamento para o desenvolvimento urbano sustentvel .............. 33

    7.1.2. Abordagens territoriais integradas ......................................................... 35

    7.2. Frum Cidades Sustentveis 2020: ferramentas de conhecimento para o

    desenvolvimento urbano sustentvel ................................................................ 41

    7.2.1. Barmetro Cidades Sustentveis 2020 .................................................. 43

    7.2.2. Cidades Analticas ......................................................................... 45

    7.2.3. Rede Portuguesa de Cidades Sustentveis ............................................. 48

    ANEXO I Diagnstico territorial

    ANEXO II Fontes de financiamento

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    Siglas

    AD&C Agncia para o Desenvolvimento e Coeso

    AIDUS Ao Integrada de Desenvolvimento Urbano Sustentvel

    AM rea Metropolitana

    CCDR Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional

    CIM Comunidade Intermunicipal

    DGT Direo-Geral do Territrio

    DLBC Desenvolvimento Local de Base Comunitria

    IHRU Instituto da Habitao e da Reabilitao Urbana

    INE Instituto Nacional de Estatstica

    ISU ndice de Sustentabilidade Urbana

    ITI Investimento Territorial Integrado

    PI Prioridade de Investimento

    PEDU Plano Estratgico de Desenvolvimento e Coeso

    PNPOT Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio

    PROT Planos Regionais de Ordenamento do Territrio

    PO Programa Operacional

    POR Programa Operacional Regional

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    1. Introduo

    As cidades portuguesas e europeias concentram hoje a maioria da populao, das atividades

    econmicas e da riqueza, constituindo os lugares de maior potencial para a dinamizao do

    crescimento econmico e do emprego, da competitividade e da inovao. No obstante, so

    simultaneamente os lugares onde mais se verificam complexos problemas ambientais e

    fenmenos de excluso e polarizao social, com consequncias severas para a qualidade de

    vida dos seus cidados e a coeso do tecido social.

    Nas ltimas dcadas, o investimento nas cidades e no territrio foi essencialmente marcado

    pela superao de significativos dfices infraestruturais a diversas escalas, com clara

    preferncia pelo investimento em infraestruturas. O objetivo era melhorar a

    infraestruturao bsica, as condies de acessibilidade e a integrao logstica, fatores

    essenciais internacionalizao da economia portuguesa e integrao do pas nos mercados

    internacionais. Contudo, este investimento, no acompanhado com um investimento no

    sector transacionvel, veio promover um peso excessivo do sector da construo na economia

    e um modelo de expanso urbana extensivo, desfasado das reais dinmicas demogrficas e

    societais.

    O padro de ocupao urbano extensivo originou srios problemas de eficincia e

    sustentabilidade, o que constitui agora um dos principais desafios para as polticas urbanas.

    Terminado este ciclo, importa aprofundar o conhecimento e aprender a gerir melhor, de

    modo mais eficiente e integrado, os recursos territoriais existentes; importa tornar o

    territrio mais resiliente, promovendo a sua adaptao face crescente exposio das

    dinmicas da globalizao e aos choques externos, sejam eles econmicos ou climticos;

    importa prosseguir um modelo de desenvolvimento territorial mais sustentvel, centrado na

    reabilitao e regenerao dos territrios existentes, na conteno dos permetros urbanos e

    na promoo de uma estruturao territorial policntrica; importa criar condies para que

    as cidades portuguesas ganhem escala e competitividade no reforo, crescimento e

    internacionalizao da economia portuguesa.

    Integradas no espao europeu, as cidades portuguesas participam numa rede constituda por

    muitas cidades de mdia dimenso e algumas grandes metrpoles, num padro de distribuio

    que, culturalmente ancorado na histria europeia, contribui de modo crucial para a

    construo e identidade do espao europeu, e para a qualidade de vida das suas populaes.

    A valorizao e o fortalecimento do sistema urbano nacional, decorrentes de uma

    estruturao urbana do territrio eficiente, equilibrada e hierarquizada, so pois condies

    fundamentais para prossecuo desse desgnio, bem como para a prossecuo dos objetivos e

    prioridades estabelecidos por Portugal e pela Europa, inerentes Estratgia 2020 e ao Acordo

    de Parceria 2014-2020: promover a competitividade da economia nacional, a coeso social e o

    desenvolvimento sustentvel do pas.

    Neste quadro, a estratgia Cidades Sustentveis 2020 que aqui se expe, procura reforar a

    dimenso estratgica do papel das cidades nos diversos domnios da Estratgia 2020.

    Ancorado no paradigma do desenvolvimento urbano sustentvel, o documento Cidades

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    Sustentveis 2020 dever ser entendido como um documento orientador para o

    desenvolvimento territorial, sendo o envolvimento e compromisso de uma multiplicidade de

    agentes e nveis de governao diferenciados condio fundamental para que o enfoque das

    intervenes no se resuma apenas dimenso fsica do espao urbano, mas antes v ao

    encontro de desgnios mais altos como so o desenvolvimento econmico, a incluso social, a

    educao, a participao e a proteo do ambiente.

    Neste sentido, o desenvolvimento territorial do pas por intermdio do reforo da

    estruturao urbana do territrio nacional e a melhoria da qualidade de vida das populaes

    em meio urbano so as principais finalidades da proposta de desenvolvimento e

    sustentabilidade que se apresenta neste documento.

    Este documento destina-se principalmente aos agentes pblicos que intervm na cidade e no

    sistema urbano nacional, com destaque para os municpios, mas tambm as comunidades

    intermunicipais, que vm o seu papel cada vez mais reforado, e a administrao central.

    Todavia, dirige-se tambm sociedade civil, s empresas e aos cidados em geral, cujo

    contributo crucial para se atingir a sustentabilidade urbana. Comeando por evidenciar os

    desafios que se colocam s cidades no perodo 2014-2020, este documento foca-se nos

    diferentes domnios que influenciam a sustentabilidade urbana, e em relao aos quais ser

    avaliado o desempenho das cidades portuguesas, atravs do ndice de Sustentabilidade

    Urbana.

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    2. Diagnstico territorial e desafios fundamentais

    A anlise crtica das principais dinmicas territoriais que tiveram lugar nas ltimas dcadas

    em Portugal e a ponderao sobre as tendncias mais relevantes que se vm esboando

    constituem um exerccio indispensvel para se compreender o estado atual do territrio e

    alicerar as opes a adoptar, em matria de cidades, no perodo 2014-2020, pelos agentes

    pblicos, com o necessrio envolvimento dos privados e dos cidados em geral. com este

    objetivo que o diagnstico territorial, desenvolvido no Anexo I, observa as transformaes

    demogrficas, as assimetrias regionais, as trajetrias de conectividade interna e externa, o

    crescimento das reas urbanas, os seus padres de ocupao e de expanso, as conexes

    urbano-rurais, e a evoluo da utilizao dos recursos, desde o solo, gua e energia.

    O diagnstico descreve as principais transformaes positivas e negativas ocorridas,

    confrontando os maiores avanos e recuos. Assim se constatam os esforos de um pas antes

    fortemente ruralizado, com carncias mltiplas, designadamente ao nvel das infraestruturas,

    do saneamento bsico, do acesso habitao, escolaridade e sade, e o registo de uma

    significativa melhoria nestes domnios, em aproximao aos padres europeus de

    desenvolvimento econmico, social, cultural e ambiental. No reverso deste progresso,

    reconhecem-se as vrias patologias que afetam o territrio, entre as quais relevam as

    distores que se verificam no mercado fundirio e imobilirio, a necessidade de se

    estabilizar o crescimento urbano, de repensar adequadamente os seus permetros e de criar

    novos equilbrios nas reas edificadas, contrariando o esvaziamento dos centros das cidades,

    a degradao das suas periferias, a urbanizao avulsa, a edificao dispersa, a fraca

    dinmica do mercado de arrendamento e a elevada percentagem de fogos devolutos e em

    estado de runa, promovendo a regenerao urbana e fomentando o correto remate das

    interfaces urbano-rurais.

    Observam-se tambm problemas territoriais e societais agravados ou emergentes, sobretudo

    decorrentes dos processos de transformao estrutural e da conjuntura difcil de crise que o

    pas presentemente enfrenta, e que se traduzem, nomeadamente, em fenmenos agravados

    de desigualdade, pobreza e excluso social e em novas situaes de degradao urbana.

    Transversais a estes, manifestam-se carncias importantes em termos de governana, aspeto

    especialmente crtico no prximo ciclo de programao comunitria, que consubstancia

    exigncias acrescidas capacidade de resposta, de articulao e de coordenao dos recursos

    e dos agentes que operam sobre o territrio.

    Ainda que a superao dos problemas e fragilidades identificados seja rdua e complexa, a

    sistematizao dos principais constrangimentos e oportunidades que se colocam a um

    desenvolvimento urbano mais inteligente, sustentvel e inclusivo tem a virtude de constituir o

    primeiro passo para a identificao correta de solues.

    Assim, a estratgia Cidades Sustentveis 2020 baseia-se na resposta a um conjunto de

    desafios que decorrem deste diagnstico territorial preliminar. Estes desafios exigem

    abordagens integradas, adequadas s condies particulares de cada territrio, devendo

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    enraizar-se nas polticas nacionais de desenvolvimento econmico-social, e numa perspetiva

    consistente de mdio e longo prazo:

    Competitividade e crescimento

    Afirmao das cidades atravs da valorizao do seu capital humano, do investimento em

    criatividade, inteligncia e inovao e da capitalizao das empresas que permitam gerar

    novos e qualificados empregos e criao de condies para a sua manuteno e

    estabilidade, com nfase nos setores de bens e servios transacionveis.

    Incluso e coeso social

    Inverso de processos de excluso social e pobreza em contexto urbano, promovendo a

    qualificao, o emprego e o acesso habitao, aos servios e equipamentos,

    contrariando o afastamento para as periferias e as tendncias de segregao dos

    habitantes segundo a origem, estrato social ou etnia.

    Transformaes demogrficas

    Equao das tendncias de perda de populao nos centros urbanos, com enfoque em

    particular nos jovens qualificados, tendo em vista uma distribuio geogrfica mais

    equilibrada e uma resposta mais eficaz s necessidades e procuras especficas dos idosos,

    crianas, jovens e famlias, combatendo a discriminao e promovendo a classe criativa.

    Governana estratgica

    Envolvimento e capacitao dos agentes urbanos de base nacional, regional,

    sub-regional e local desenvolvendo os seus recursos tcnicos, organizativos, materiais e

    financeiros, a sua capacidade de agenciamento e de coordenao estratgica e

    operacional e as suas rotinas de trabalho em rede, de monitorizao e de avaliao.

    Disciplina do uso do solo

    Estabilizao dos usos do solo, corrigindo os efeitos desordenadores do territrio gerados

    pela previso excessiva e virtual de reas urbanizveis, procurando a redistribuio

    equitativa de benefcios e encargos associados urbanizao, a afetao social das mais-

    valias gerais decorrentes das opes de planeamento e a definio clara dos permetros

    urbanos, bem assim como a sua conteno e regresso ponderada.

    Viabilidade financeira

    Priorizao do investimento no desenvolvimento urbano sustentvel e subsequente

    capacitao financeira, institucional e procedimental, potenciando o poder de

    alavancagem dos fundos estruturais e de coeso, designadamente atravs da

    identificao de prioridades de investimento e da seleo de territrios-alvo prioritrios,

    e procurando fontes alternativas de financiamento e capitalizao dos seus agentes.

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    Regenerao urbana

    Valorizao integrada do conjunto do suporte fsico urbano (parque edificado,

    infraestruturas, condies ambientais e paisagsticas) e promoo do desenvolvimento

    funcional, cultural, social e econmico das reas urbanas, procurando alcanar solues

    de compromisso estratgico e operacional entre os diversos agentes territoriais (pblicos,

    privados e associativos).

    Sustentabilidade e resilincia

    Reforo da sustentabilidade do modelo de desenvolvimento urbano, potenciando a base

    de recursos endgenos, promovendo a eficincia dos seus subsistemas (energia,

    mobilidade, gua e resduos) e melhorando a capacidade de resposta aos riscos e aos

    impactes, nomeadamente os relacionados com as alteraes climticas.

    Integrao urbano-rural

    Promoo de relaes de interdependncia, complementaridade e mtuo benefcio dos

    centros urbanos com o meio no-urbano sob a sua influncia funcional, nomeadamente as

    reas agrcolas do hinterland, os espaos florestais envolventes das cidades e os

    interfaces rurais e periurbanos.

    Integrao no espao internacional

    Fomento da atratividade, da projeo e da conectividade das reas metropolitanas e das

    cidades portuguesas nos contextos europeu e mundial, fortalecendo a cooperao

    territorial, potenciando complementaridades funcionais e produtivas e favorecendo o

    acesso aos principais territrios e mercados internacionais.

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    3. Cidades Sustentveis 2020

    A estratgia Cidades Sustentveis 2020 configura-se como uma proposta de mbito nacional,

    aplicvel ao nvel local, para um futuro mais sustentvel das nossas cidades, articulando uma

    Viso com um conjunto de Princpios Orientadores e quatro propostas de Eixos Estratgicos de

    interveno.

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    3.1. O objeto: a cidade nas suas mltiplas dimenses

    As cidades assumem uma relevncia crescente, concentrando a maioria da populao, das

    atividades econmicas e da riqueza. So os lugares de maior potencial para a dinamizao do

    crescimento econmico e do emprego, da competitividade e da inovao, mas tambm

    aqueles onde se concentram complexos fenmenos de excluso social e graves problemas de

    sustentabilidade ambiental que constituem ameaas qualidade de vida da populao .

    Para mais, as cidades so hoje realidades muito dspares e heterogneas, seja do ponto de

    vista morfolgico e espacial, seja do ponto de vista demogrfico e funcional, o que torna

    particularmente complexa a sua delimitao e concetualizao.

    Enquanto sistemas abertos e dinmicos, sobre os quais interagem mltiplos agentes, em

    distintas escalas temporais e espaciais, as cidades contemporneas apelam a novas leituras e

    entendimentos, bem como ao estabelecimento de novas fronteiras e dimenses de anlise e

    de interveno. Por um lado, h que ultrapassar a referncia nostlgica do espao urbano no

    seu sentido clssico, ainda muito toldada pelo imaginrio da cidade antiga, compacta e

    limitada. Por outro lado, mais do que os limites impostos por uma jurisdio poltico-

    administrativa, a cidade contempornea conforma-se e carateriza-se a partir de um conjunto

    de relaes funcionais que se estabelecem com a regio e os diferentes hinterlands que a

    envolvem, incluindo o martimo e o rural, bem como com outras cidades e centros urbanos,

    constituindo redes urbanas sustentadas em lgicas de complementaridade e

    interdependncia. Nesta tica, determinam-se trs dimenses territoriais estratgicas para a

    interveno nas cidades:

    Dimenso intraurbana, relativa aos ncleos urbanos e aos

    espaos urbanos edificados, tendo em considerao o seu

    papel no funcionamento social, econmico, cultural e

    ambiental da cidade, bem como os seus territrios-

    comunidade de base local.

    Dimenso cidade-regio, relativa s reas de influncia

    funcional das cidades, s interaes e interdependncias

    econmicas e sociais entre os centros urbanos e a regio

    urbano-rural onde se inserem.

    Dimenso interurbana, relativa s redes de relaes entre

    cidades e aos fluxos entre elas gerados numa base de

    polarizao, de complementaridade, de diferenciao e

    hierarquia urbana, cujo potencial sistmico depende da

    qualidade das sinergias encontradas e das associaes

    estabelecidas.

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    3.2. O mbito: Desenvolvimento Urbano Sustentvel

    A sustentabilidade uma orientao europeia de referncia e com especial relevncia para o

    perodo de programao 2014-2020, sendo que a estratgia de crescimento Europa 2020

    ambiciona que a Unio Europeia se torne numa economia inteligente, sustentvel e

    inclusiva. Ao longo da ltima dcada tem vindo a decorrer uma reflexo sobre a evoluo

    das polticas pblicas na direo da sustentabilidade urbana. Neste sentido, a Carta de

    Leipzig (2007) e a Declarao de Toledo (2010) contriburam para que a formulao da

    Poltica de Coeso 2014-2020 assumisse o desenvolvimento urbano sustentvel integrado como

    uma das suas prioridades.

    Os conceitos de desenvolvimento urbano sustentvel e de desenvolvimento sustentvel esto

    fortemente ligados, implicando uma perspectiva ampla que abrange os domnios

    fundamentais do desenvolvimento: econmico, social, ambiental, cultural e de governana.

    Tendo em conta que uma proporo cada vez maior da populao portuguesa vive em reas

    urbanas, as cidades encontram-se numa posio privilegiada para contribuir para o

    desenvolvimento sustentvel. O desenvolvimento sustentvel est, portanto, inexoravelmente

    dependente do desenvolvimento urbano sustentvel.

    Considerando em particular a complexidade intrnseca dos sistemas urbanos, o

    desenvolvimento urbano sustentvel constitui uma abordagem de integrao por excelncia,

    que atenta em particular nas inter-relaes que se estabelecem entre os vrios domnios da

    sustentabilidade e do desenvolvimento, e que observa as diferentes dimenses territoriais

    estratgicas da poltica de cidades (intraurbana, cidade-regio e interurbana).

    A estratgia Cidades Sustentveis 2020 pretende evidenciar um caminho para o

    desenvolvimento territorial, centrado nas cidades e no papel crtico que estas desempenham

    na estruturao dos territrios, no seu desenvolvimento e coeso. Assim, focada no

    desenvolvimento urbano sustentvel, a proposta aqui apresentada para as cidades:

    Sustenta-se nas opes estratgicas de base territorial estabelecidas no quadro da

    Poltica de Ordenamento do Territrio e Urbanismo e seus instrumentos de referncia,

    designadamente o modelo territorial e o sistema urbano vertidos, respetivamente

    escala nacional e escala regional, no Programa Nacional da Poltica de Ordenamento

    do Territrio (PNPOT) e nos Planos Regionais de Ordenamento do Territrio (PROT);

    Estrutura-se de acordo com os princpios de uma abordagem integrada de

    desenvolvimento territorial, considerando a incorporao das diferentes polticas

    setoriais (ambiente, emprego, transportes, educao, sade, etc.) a diversas escalas e

    nveis organizacionais (nacional, regional, sub-regional, local), e defendendo a

    participao e cooperao coordenada de diferentes agentes, pblicos e privados.

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    4. Viso e Ambio

    A criao de um documento orientador para as cidades e avaliao da sua implementao

    resulta do reconhecimento que o desenvolvimento sustentvel, integrado e harmonioso do

    territrio portugus depende, de forma crucial, da capacidade das suas cidades se afirmarem

    como seus agentes centrais, catalisadores do desenvolvimento ambiental, social e econmico,

    lderes na promoo da equidade, da coeso social e da salvaguarda e potenciao dos

    recursos territoriais e do patrimnio natural e cultural.

    A estratgia Cidades Sustentveis 2020 ambiciona responder s debilidades e necessidades de

    estruturao urbana do territrio e atuar no sentido de fortalecer e consolidar a viso de

    desenvolvimento territorial partilhada entre os agentes do territrio, contribuindo para a

    promoo das condies necessrias competitividade, sustentabilidade e coeso nacional.

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    Assim, ambicionam-se Cidades Sustentveis, que so:

    Cidades prsperas

    Cidades que oferecem elevados padres de qualidade de vida e de qualificao funcional, que

    atraem e fixam investimento, pessoas e conhecimento, e que promovem oportunidades

    qualificadas de trabalho e de produo de valor.

    Cidades que acolhem e favorecem a inovao e a criatividade, dotadas da inteligncia

    territorial e da organizao institucional que potencia os talentos e as capacidades dos

    indivduos, das empresas e das comunidades.

    Cidades resilientes

    Cidades capazes de desenvolver mecanismos flexveis de resposta a cenrios de maior

    incerteza e de adaptar o seu tecido social e econmico a contextos de maior variabilidade e

    imprevisibilidade.

    Cidades que conhecem e valorizam as condies e capacidades endgenas dos territrios onde

    se inserem e se comprometem com as geraes futuras na salvaguarda do seu patrimnio

    comum.

    Cidades saudveis

    Cidades mais favorveis ao fomento de padres de vida saudvel, que oferecem um ambiente

    urbano e espaos pblicos de qualidade, e se ajustam s necessidades dos diferentes grupos

    populacionais, tirando partido dos recursos locais e promovendo lgicas de proximidade.

    Cidades que assumem o seu papel central no compromisso nacional com o paradigma

    emergente de ecoeficincia e de reduo da sua pegada ecolgica e carbnica, e a liderana

    nos processos de diminuio e qualificao do consumo e da reduo do desperdcio.

    Cidades justas

    Cidades que constituem os espaos primordiais do exerccio da cidadania e do fortalecimento

    da identidade cultural e da autenticidade, comprometidas com processos de participao e

    envolvimento ativo dos cidados e das comunidades, onde todos os indivduos e grupos de

    interesse so reconhecidos e integrados na formulao dos problemas e na apropriao da

    responsabilidade pelas solues.

    Cidades que permitem responder, de modo mais eficiente, aos novos desafios da procura

    urbana por servios de interesse geral, assegurando as condies objetivas e adequadas para

    o exerccio dos direitos e oportunidades de acesso habitao, educao, sade, segurana e

    justia, numa base de diversidade e diferenciao.

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    Cidades conectadas

    Cidades ligadas ao mundo, capazes de potenciar a integrao da economia local com os

    mercados internacionais e de desenvolver relaes de complementaridade entre

    especializaes de diferentes centros em rede e o compromisso estratgico entre os seus

    agentes.

    Cidades ligadas com o seu territrio envolvente e palco privilegiado de cooperao entre os

    seus agentes, e que funcionam como as ncoras das abordagens de base territorial,

    assegurando as complementaridades mais sustentveis entre os espaos que compe a cidade-

    regio.

    Cidades cognitivas

    Cidades tecnologicamente equipadas para o conhecimento, monitorizao e gesto eficiente

    do seu desempenho, problemas e potencialidades, a partir de uma base permanente, aberta e

    especializada de produo, partilha, integrao e aplicao da informao urbana.

    Cidades abertas ao envolvimento ativo dos seus cidados e instituies na inovao, desenho

    e implementao de instrumentos e iniciativas de sustentabilidade urbana, fomentando uma

    governao transparente, participada e centrada na qualidade de vida dos cidados.

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    5. Princpios Orientadores

    A prossecuo da Viso descrita, e em resposta aos desafios identificados, sustenta-se em 8

    princpios orientadores, que devero nortear a poltica e as decises de investimento, com

    vista ao desenvolvimento urbano sustentvel.

    1. Estruturao urbana do territrio, promovendo o reforo do Sistema Urbano Nacional

    e assumindo-o como referncia transversal e critrio ordenador na implementao das

    polticas pblicas, para a estruturao equilibrada e eficiente do territrio nacional e

    para a coordenao estratgica das regies e cidades;

    2. Territorializao das polticas, fomentando abordagens integradas de base territorial,

    que assegurem a aplicao das polticas pblicas atravs de uma adequao s

    especificidades dos lugares;

    3. Coordenao horizontal, promovendo a convergncia estratgica e operacional das

    polticas sectoriais e das polticas de desenvolvimento urbano e territorial, mediante a

    coordenao e articulao entre os diversos agentes institucionais;

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    4. Coordenao vertical, promovendo a coordenao das intervenes de poltica

    pblica com expresso territorial entre os nveis de governao nacional, regional e

    local, assegurando um quadro estratgico e operacional multinvel e a coerncia e

    programao otimizada das aes;

    5. Contratualizao, assegurando que as estratgias de desenvolvimento urbano so

    construdas com o envolvimento e participao ativa de um quadro representativo de

    agentes urbanos, que garanta a apropriao, responsabilizao e compromissos de

    todos os parceiros, focando essas mesmas estratgias na obteno de resultados;

    6. Coerncia estratgica, assumindo uma perspetiva de longo prazo para as trajetrias

    de sustentabilidade dos sistemas urbanos, e assegurando a coerncia entre os

    instrumentos de gesto estratgica disponveis;

    7. Conhecimento do territrio, promovendo a produo sistemtica, integrada e

    atualizada de informao sobre as cidades, designadamente do seu potencial de

    recursos, das capacidades, das suas relaes funcionais e das dinmicas urbanas sob

    um quadro de referncia comum do desenvolvimento urbano sustentvel;

    8. Capacitao coletiva, promovendo a inovao e aprendizagem coletiva, mediante a

    divulgao e disseminao de experincias e boas prticas, atravs de plataformas

    loca, nacionais e internacionais de cooperao entre os agentes pblicos, privados e a

    sociedade civil, e entre os governos e os cidados.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    18

    6. Eixos Estratgicos

    A prossecuo da Viso e a resposta aos desafios identificados no diagnstico territorial

    realiza-se mediante 4 Eixos de Estratgicos, alinhados com os grandes objetivos da Europa

    2020 e com os objetivos temticos e prioridades de financiamento no mbito do novo quadro

    comunitrio relativo aos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento. Assim, apresenta-se

    um conjunto de medidas organizadas por estes Eixos Estratgicos, cuja aplicao integrada

    contribuir para a transformao das nossas cidades em cidades mais sustentveis.

    Nota: As orientaes estratgicas que de seguida se apresenta devem ser entendidas como um

    quadro de referncia orientador, sendo as cidades livres de optar pelo conjunto de diretrizes

    e orientaes estratgicas que considerem prioritrias, selecionadas de acordo com as

    especificidades prprias dos seus territrios, com as opes polticas locais e com a estratgia

    de desenvolvimento urbano sustentvel que venham a consolidar.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    19

    Dimenso intraurbana

    Dimenso cidade-regio

    Dimenso interurbana

    Eixo 1 - Inteligncia & Competitividade

    A Conectividade e internacionalizao

    1. Investir no papel estruturante dos centros urbanos,

    mediante a oferta concentrada de equipamentos e

    servios de interesse geral e em formas de

    complementaridade funcional e produtiva entre

    centros urbanos que assegurem as condies de

    massa crtica institucional, convergncia de recursos

    e dimenso de mercado que melhor sustentem

    processos de inovao, crescimento,

    internacionalizao e atratividade econmica;

    2. Articular as estratgias de localizao empresarial e

    industrial com os investimentos realizados e

    previstos no mbito da logstica e conectividade

    internacional, potenciando as suas sinergias.

    3. Fortalecer a cooperao territorial entre cidades

    transnacional, transfronteiria e inter-regional de

    modo a potenciar as sinergias funcionais, robustecer

    os perfis de especializao partilhados e participar

    em processos conjuntos de aprendizagem e

    disseminao de boas prticas;

    B Emprego e valorizao empresarial e institucional

    4. Promover a reduo dos custos de contexto das

    empresas e outras instituies sediadas na cidade,

    quer ao nvel da localizao, incluindo a otimizao

    do uso das infraestruturas e dos recursos, e a

    reduo dos custos de instalao, mobilidade e

    logstica, quer ao nvel administrativo, assegurando

    maior celeridade e eficincia nos processos de

    licenciamento;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    20

    5. Reforar, a partir das estratgias de atrao e apoio

    localizao empresarial e institucional, a

    diversidade e vitalidade econmica urbanas,

    fortalecendo a qualificao funcional, social e

    ambiental dos centros urbanos e a sua capacidade

    de fixao de populao jovem e qualificada;

    C Inovao urbana

    6. Fomentar e apoiar a constituio de redes e nichos

    de empreendedorismo e inovao urbana,

    dinamizando territrios-piloto de teste e

    demonstrao, laboratrios vivos urbanos,

    incubadoras de negcios e ninhos de empresas, e

    promovendo a integrao urbana de parques

    empresariais e tecnolgicos;

    7. Fortalecer a ligao entre as cidades e as suas

    frentes martimas e ribeirinhas e ncleos

    piscatrios, contribuindo para a economia azul das

    reas urbanas costeiras, em vrias vertentes, de que

    se destacam a energia azul, a aquicultura, o

    desporto e o recreio azul e o turismo martimo

    costeiro e de cruzeiros;

    8. Apostar na economia verde como forma de

    operacionalizao do desenvolvimento sustentvel e

    no papel que a contratao pblica tem neste

    contexto, incentivando a adoo, pelas empresas e

    instituies sediadas na cidade, de estratgias de

    baixo carbono, proteo do ambiente e eficincia no

    uso dos recursos, e potenciando a inovao, a

    investigao e o desenvolvimento de modelos de

    negcio, de processos de produo e produtos mais

    sustentveis;

    9. Incentivar a adoo de solues urbanas inovadoras

    aplicadas ao espao urbano, de carcter social e

    tecnolgico, promovendo, em parceria com a

    sociedade civil, a proviso de bens e servios melhor

    ajustados procura local;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    21

    D Identidade e atratividade

    10. Promover aes de marketing urbano que assegurem

    a visibilidade, na Europa e no Mundo, das cidades,

    destacando os fatores diferenciadores de identidade

    e competitividade, incluindo a capacidade

    institucional e funcional, os valores urbansticos,

    arquitetnicos, paisagsticos, histricos e

    socioculturais e as amenidades climticas,

    gastronmicas, de segurana e de qualidade de

    vida;

    11. Apoiar o desenvolvimento turstico numa perspetiva

    de sustentabilidade e mitigao da sazonalidade,

    atravs da aposta nos segmentos urbanos, como as

    escapadelas culturais, o turismo de negcios, de

    sade ou associado ao mar, e atravs da

    estruturao dos servios urbanos de apoio

    atividade turstica da regio urbana funcional;

    E Tecnologias de Informao e comunicao

    12. Conceber e implementar sistemas inteligentes de

    monitorizao e gesto integrada dos subsistemas

    urbanos que potenciem ganhos de equidade,

    eficincia e fiabilidade;

    13. Desenvolver solues eletrnicas orientadas para

    uma melhor governao e desempenho das funes

    urbanas, incluindo plataformas de informao e

    acesso aos servios pblicos, participao dos

    cidados e colaborao entre agentes urbanos, e

    novos modelos de relao laboral e comercial,

    garantindo o seu alinhamento com as necessidades e

    capacidades especficas das diversas camadas da

    populao;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    22

    Eixo 2 - Sustentabilidade & Eficincia

    A Regenerao e reabilitao urbana

    14. Conter a expanso dos permetros urbanos,

    estruturando e requalificando as frentes urbanas e

    protegendo os terrenos rsticos envolventes da

    urbanizao avulsa e descriminando positivamente a

    ocupao dos vazios urbanos existentes, sem

    prejuzo da possibilidade de eventuais e excecionais

    necessidades de crescimento, devidamente

    enquadradas e programadas;

    15. Promover aes de reabilitao urbana nos centros

    histricos e em reas urbanas e periurbanas com

    carncias multidimensionais, fomentando a

    recuperao, beneficiao e reconstruo do

    edificado, a requalificao e reconverso de zonas

    industriais abandonadas e a qualificao do espao

    pblico e das infraestruturas, garantindo condies de

    conservao, segurana, salubridade, esttica,

    paisagem e ambiente;

    16. Fomentar a regenerao urbana na perspetiva da

    valorizao integrada do territrio, incluindo, no

    apenas a valorizao fsica e a diversificao

    funcional, mas aes materiais e imateriais

    complementares de revitalizao econmica, social,

    cultural e ambiental, em especial em territrios

    urbanos desfavorecidos;

    B Habitao

    17. Promover e dinamizar o mercado de arrendamento,

    privilegiando intervenes no parque habitacional j

    existente ou associadas a operaes de regenerao

    urbana;

    18. Reestruturar a oferta de habitao social ajustando

    o valor das rendas aos rendimentos do agregado

    familiar, erradicar as situaes de alojamento

    precrio e encontrar solues sustentveis para

    resposta aos sem-abrigo;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    23

    C Ambiente Urbano

    19. Reforar a sustentabilidade ambiental, econmico-

    financeira e social dos subsistemas de

    infraestruturao urbana, com relevo para a gua,

    saneamento, energia, resduos e mobilidade,

    desenvolvendo solues conjuntas com os servios e

    fornecedores e assegurando a adequao matriz

    de uso e ocupao do solo;

    20. Fomentar a qualificao, integrao e legibilidade

    dos espaos exteriores urbanos, constituindo

    sistemas de espaos coletivos, nomeadamente

    praas, passeios arborizados, reas pedonais, zonas

    de acalmia de trfego, hortas, jardins, quintas e

    parques, valorizando as suas funes enquanto reas

    livres de recreio, lazer, cultura e desporto,

    potenciando o seu papel no equilbrio

    microclimatolgico, dos ecossistemas, dos ciclos

    biogeoqumicos, da biodiversidade e da paisagem, e

    contribuindo para a infraestrutura verde;

    21. Limitar a presso urbana sobre os recursos hdricos,

    promovendo a melhoria do balano hdrico urbano, a

    gesto do stress hdrico, a racionalizao dos

    consumos pblicos, domsticos e industriais, a

    reutilizao das guas cinzentas e a requalificao

    ambiental dos efluentes industriais;

    22. Incrementar a eficincia do metabolismo urbano,

    assumindo a prioridade de reduo e valorizao do

    resduo como um recurso, ampliando o quadro de

    solues de reutilizao, reciclagem e valorizao

    energtica e orgnica dos resduos e fomentando o

    consumo de produtos locais e o combate ao

    desperdcio;

    23. Assegurar a informao atualizada e fidedigna da

    qualidade do ar e do rudo nas cidades,

    identificando zonas crticas de interveno e

    promovendo a conciliao das atividades poluidoras

    com o direito a um ambiente de qualidade para a

    sade humana, os modelos de mobilidade limpa e a

    melhoria do envelope acstico dos edifcios e

    espaos pblicos;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    24

    D Baixo carbono

    24. Reduzir a intensidade energtica das cidades,

    assumindo respostas diferenciadas de gesto da

    procura, reduo do consumo e promoo da

    eficincia energtica dos distintos agentes urbanos

    e, em particular, dos sectores pblico, empresarial

    e residencial, assim como dos subsistemas de

    iluminao, mobilidade, gesto da gua e de

    resduos, incluindo a integrao e a utilizao de

    fontes de energia renovvel, assegurando a

    transio para um modelo de baixo carbono e a

    reduo da pegada carbnica dos sistemas urbanos;

    25. Mitigar a vulnerabilidade energtica das cidades por

    via da oferta endgena, fomentando a produo

    descentralizada para autoconsumo tanto renovvel

    como atravs de sistemas de elevada eficincia, a

    gesto inteligente do sistema electroprodutor e da

    rede de distribuio, e a ampliao do mix

    energtico, atravs da adoo de tecnologias custo-

    eficientes;

    26. Diminuir a intensidade carbnica da mobilidade

    urbana, incluindo mercadorias e passageiros,

    desincentivando o transporte individual motorizado,

    promovendo a intermodalidade e reforando a

    adequao, cobertura, conectividade, servio,

    informao e sustentabilidade do transporte

    coletivo, incrementando o peso e a diversidade das

    opes de mobilidade baixo carbono na repartio

    modal, incluindo a mobilidade suave e eltrica

    renovvel, e promovendo a integrao funcional e

    tarifria da rede intermodal urbana, suburbana e

    interurbana;

    27. Estimular a mobilidade sustentvel nos processos de

    regenerao urbana, promovendo a diversificao

    da oferta de proximidade, a atratividade das reas

    urbanas com bons nveis de acessibilidade, as

    respostas de mobilidade dirigidas a crianas, jovens,

    famlias e idosos, a logstica urbana residencial,

    comercial, empresarial e industrial e a

    reestruturao do espao canal em favor do

    transporte coletivo e da segura mobilidade suave e

    condicionada;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    25

    E Alteraes climticas e riscos

    28. Moderar a vulnerabilidade dos sistemas urbanos,

    aumentando a sua resilincia aos riscos econmicos,

    naturais, tecnolgicos e mistos, incluindo aqueles

    que resultam das alteraes climticas e de

    fenmenos climatricos extremos, e estimulando a

    emergncia de uma cultura urbana de gesto da

    incerteza e preveno e reduo de riscos;

    29. Melhorar o conhecimento e sensibilidade ao quadro

    de riscos relativamente sua tendncia, prospetiva,

    localizao, impacto, monitorizao e alerta,

    introduzindo mecanismos estruturados de

    preveno, reduo, adaptao e reao,

    introduzindo a componente risco na gesto urbana e

    articulando a cartografia de riscos com as opes de

    planeamento territorial;

    30. Implementar estratgias de adaptao das cidades

    s alteraes climticas em funo das suas

    vulnerabilidades especficas, perfil climatolgico e

    caractersticas fsicas e funcionais (composio

    atmosfrica, circulao do vento, balano hdrico e

    ilha de calor), assegurando a resilincia dos seus

    subsistemas urbanos e potenciando as interaes

    com as suas zonas costeiras e ribeirinhas, com a

    envolvente rural e natural;

    F Integrao urbano-rural

    31. Estimular a articulao entre as cidades e a sua

    envolvente rstica, incluindo reas agrcolas e

    florestais do hinterland e dos interfaces urbano-

    rurais, explorando as complementaridades

    econmicas, sociais e culturais que resultam dessa

    relao de proximidade, melhorando as condies

    de transporte e logstica e promovendo a oferta de

    produes regionais nomeadamente no sector

    hortofrutcola;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    26

    32. Obviar proliferao indiscriminada da edificao

    dispersa nos solos rsticos periurbanos,

    especialmente para habitao, precavendo

    deseconomias urbanas, e promover a afetao

    desses solos a atividades produtivas, nomeadamente

    agrcolas e florestais, desmotivando o seu abandono

    e ajudando a neutralizar procuras e interesses

    adventcios;

    33. Potenciar espaos silvestres periurbanos e

    metropolitanos, criando ou requalificando parques

    de recreio e lazer, parques florestais de uso

    mltiplo e redes de percursos nas reas de

    influncia das cidades, aumentando a sensibilizao

    da populao urbana para os valores naturais;

    34. Impulsionar a valorizao econmica e social do

    patrimnio natural, das reas protegidas e

    classificadas para efeitos de conservao da

    natureza, promovendo em meio urbano os produtos

    e servios associados a estas reas e reforando o

    seu papel fundamental na defesa da biodiversidade

    e na afirmao da cidade-regio;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    27

    Eixo 3 - Incluso & Capital Humano

    A Incluso social

    35. Promover a incluso, a equidade e a coeso social,

    procurando reverter os processos associados

    excluso social, como a pobreza, as dificuldades no

    acesso habitao, a equipamentos e a servios, e o

    afastamento para as periferias, garantindo o direito

    cidade e incentivando trajetrias residenciais

    centrpetas;

    36. Assegurar a adequada extenso, intensidade e

    qualidade das redes de infraestruturas urbanas e de

    equipamentos e servios sociais, aravs de uma

    perspetiva funcional e no to s administrativa, de

    forma a responder s procuras e necessidades

    especficas e emergentes dos idosos, crianas,

    jovens, famlias e cidados com mobilidade

    reduzida;

    37. Garantir a segurana de pessoas e bens, prevenindo

    e combatendo a criminalidade urbana, com

    particular enfoque nas zonas urbanas crticas e na

    criminalidade violenta que mais afeta o sentimento

    de segurana dos cidados, e fomentar a preveno

    social e o apoio s vtimas, especialmente crianas,

    idosos e mulheres;

    B Capacitao e iniciativa

    38. Valorizar o capital humano das cidades, promovendo

    a capacitao de potenciais empreendedores,

    empresrios e gestores empresariais, nomeadamente

    nas PME, e a adequao da qualificao dos

    trabalhadores ao mercado de trabalho, visando a

    (re)integrao laboral dos jovens e desempregados;

    39. Promover e dinamizar o empreendedorismo e as

    oportunidades de emprego em meio urbano, de

    forma a valorizar os ativos desempregados e a

    criao de novas empresas que permitam gerar

    emprego com sustentabilidade e continuidade;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    28

    C Cultura, cidadania e responsabilidade

    40. Estimular a transparncia e a interveno ativa dos

    cidados no modelo de desenvolvimento urbano

    sustentvel, inovando nos veculos e formatos de

    comunicao da informao, desenvolvendo

    programas de sensibilizao e envolvimento cvico

    na resposta aos desafios urbanos e criando

    plataformas permanentes de participao pblica e

    inovao cidad;

    41. Fomentar as diversas expresses da cultura urbana

    de vizinhana e proximidade, apoiando a dimenso

    comunitria e associativa locais, reforando os laos

    de convvio, solidariedade, tolerncia, proteo,

    responsabilidade e incluso e aprofundando a

    identidade e autoestima coletivas, em particular das

    comunidades em maior risco de excluso social;

    42. Intervir junto dos cidados na dimenso

    comportamental do desenvolvimento urbano

    sustentvel, alertando e responsabilizando-os

    individual e coletivamente para os impactos das suas

    opes e estilos de vida, disponibilizando-lhes as

    oportunidades e condies de ajustamento e

    mobilizando-os em torno de compromissos

    partilhados;

    43. Salvaguardar e valorizar o patrimnio cultural e

    natural existente, material e imaterial, como fator

    de diferenciao dos territrios, potenciar a

    utilizao dos equipamentos culturais existentes

    atravs da criao de parcerias e de redes culturais

    e investir nas atividades culturais enquanto fator

    decisivo de valorizao dos cidados e dos

    territrios, promovendo a expresso, o acesso e a

    pluralidade de culturas locais, tradicionais e

    contemporneas;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    29

    D Comunidades urbanas

    44. Valorizar a escala de proximidade para o

    desenvolvimento de processos inclusivos de

    cidadania e sensibilizao, incentivando abordagens

    inclusivas, inteligentes e sustentveis de base

    comunitria, que tirem partido e reforcem a

    capacidade instalada do tecido associativo e da rede

    de interveno pblica locais;

    45. Apoiar a estruturao de economias de base

    comunitria, promovendo o comrcio de

    proximidade e o emprego local, nomeadamente

    mediante o recurso a sistemas de incentivos que

    promovam a dinmica econmica e o emprego;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    30

    Eixo 4 - Territorializao & Governana

    A Informao e conhecimento

    46. Assegurar uma base local slida e atualizada de

    informao urbana que permita suportar os

    diagnsticos de necessidades, preferncias,

    contextos e custos das intervenes inerentes ao

    desenvolvimento urbano sustentvel, facilitando as

    avaliaes ex-ante e o desenvolvimento de

    respostas inovadoras de poltica pblica, a

    monitorizao e a avaliao das dinmicas urbanas

    resultantes da implementao das estratgias

    definidas;

    47. Desenvolver as matrizes de inteligncia,

    sustentabilidade e incluso dos subsistemas

    urbanos, implementando um sistema de indicadores

    assente no quadro nacional de referncia para as

    cidades sustentveis e assegurando a

    complementaridade com os processos de avaliao

    ambiental estratgica e com os relatrios de estado

    do ordenamento do territrio de mbito municipal e

    regional;

    48. Desenvolver sistemas de informao de base

    urbana, em particular geogrficos, promovendo a

    integrao e interoperabilidade com os sistemas

    existentes e harmonizando-os com a base nacional

    de referncia, disponibilizando publicamente a

    informao e criando regimes abertos para a sua

    produo e partilha;

    49. Desenvolver parcerias estratgicas com as

    universidades e centros de investigao e potenciar

    a articulao do Programa Horizon 2020 com o

    agenciamento e operacionalizao do

    desenvolvimento urbano sustentvel, estimulando

    ganhos recprocos de conhecimento e produo

    cientfica orientados para a resoluo de problemas

    urbanos;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    31

    B Networking e capacitao institucional

    50. Envolver os agentes urbanos no processo de

    desenvolvimento urbano sustentvel, enquadrados

    numa parceria de compromisso estratgico sub-

    regional, aberta, estruturada e permanente, que

    sustente a colaborao pblico-privado-

    conhecimento-sociedade civil para o

    desenvolvimento, implementao e

    acompanhamento de uma viso comum de longo

    prazo;

    51. Capacitar os agentes urbanos vinculados ao

    processo de governana estratgica, desenvolvendo

    instrumentos, ferramentas e destrezas de trabalho

    em rede, inovao e produo de conhecimento,

    gesto da informao, comunicao, gesto de

    projeto, gesto financeira e contratao pblica;

    52. Reforar o trabalho em rede entre cidades do

    sistema urbano e em plataformas nacionais e

    internacionais de cooperao e sistematizao de

    conhecimento urbano, fomentando as iniciativas de

    benchmarking e benchlearning, de recolha e

    sistematizao de boas prticas e de participao

    em fora e eventos ligados ao desenvolvimento

    urbano sustentvel.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    32

    7. Implementao, acompanhamento e monitorizao

    O objetivo final de todas as medidas que conduzem a um desenvolvimento sustentvel o de

    contribuir ativamente para a melhoria da qualidade de vida das populaes. Assim, para uma

    efetiva implementao das polticas de desenvolvimento urbano sustentvel, seguindo em

    particular o preconizado pela estratgia Cidades Sustentveis 2020, essencial estabelecer

    ferramentas teis para a sua implementao, acompanhamento e monitorizao,

    complementando com uma eficaz e construtiva disseminao de boas prticas.

    Sero contributos decisivos para a implementao desta estratgia, designadamente:

    O financiamento para o desenvolvimento urbano sustentvel no mbito do prximo

    ciclo de financiamento comunitrio, o Portugal 2020, com destaque para as

    abordagens territoriais integradas, complementadas pelos fundos disponibilizados

    globalmente s cidades no mbito deste ciclo;

    A criao de um Frum Cidades Sustentveis 2020 que no s constituir um espao

    de partilha de informao e boas prticas e de disseminao de conhecimento sobre

    desenvolvimento urbano sustentvel, mas tambm uma plataforma para efeitos de

    medio e avaliao da performance das cidades em termos de sustentabilidade

    urbana;

    A criao de um barmetro e ndice de Sustentabilidade Urbana, que permita

    imprimir uma competio saudvel entre cidades e que assegure a avaliao dos

    resultados dos investimentos em aes relacionadas com desenvolvimento urbano

    sustentvel;

    A promoo de redes e plataformas de conhecimento e inovao urbana, bem

    como a disseminao de boas prticas nacionais no decorrer deste perodo.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    33

    7.1. Instrumentos de operacionalizao

    7.1.1. Fontes de financiamento para o desenvolvimento urbano sustentvel

    Uma aplicao inteligente e efetiva dos fundos disponveis, com destaque para os fundos

    que sero disponibilizados no mbito do prximo ciclo de financiamento comunitrio

    2014-2020, crucial para o aproveitamento de uma oportunidade nica para a promoo

    da sustentabilidade das cidades portuguesas e dos sistemas urbanos. Vrios so os

    domnios associados ao desenvolvimento urbano sustentvel que a Comisso Europeia

    seleciona como prioritrios para o prximo ciclo, incluindo a promoo de uma economia

    de baixo carbono, a proteo do ambiente e a eficincia no uso de recursos, a gesto e

    preveno de riscos e adaptao s alteraes climticas, a competitividade e inovao,

    a regenerao urbana e a incluso social.

    Os fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) que se encontram previstos neste

    perodo 2014-2020 compreendem, designadamente, o Fundo Europeu de Desenvolvimento

    Regional (FEDER), o Fundo Social Europeu (FSE) e o Fundo de Coeso (FC), sendo retomada

    a lgica do financiamento plurifundo, a qual tinha sido abandonada no anterior perodo

    2007-2013. Dada a importncia do FEDER neste domnio, foi estabelecido

    regulamentarmente que pelo menos 5% deste fundo em todo o quadro ter de ser aplicado

    a aes de desenvolvimento urbano sustentvel, suscitando deste modo a necessidade de

    um quadro de referncia comum certificante dos investimentos nesta tipologia. Os FEEI

    financiam os programas operacionais (PO), abrangendo, nomeadamente, quatro PO

    temticos (Competitividade e Internacionalizao - POCI, Incluso Social e Emprego -

    POISE, Capital Humano - POCH, Sustentabilidade e Eficincia no Uso de Recursos - POSEUR)

    e cinco PO regionais (POR) no continente, correspondentes ao territrio de cada

    Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatsticos (NUTS) II (POR Norte, POR

    Centro, POR Lisboa, POR Alentejo e POR Algarve).

    Apresenta-se na pgina seguinte o quadro-sntese de correspondncia entre os 4 eixos

    estratgicos e respetivos sub-eixos da Estratgia Cidades Sustentveis 2020 anteriormente

    enunciados e as fontes de financiamento mobilizveis previstas nos programas

    operacionais, constituindo a principal base de suporte financeiro para o investimento

    estratgico na sustentabilidade das cidades portuguesas (vide quadro 1). Este esquema

    desenvolvido e desagregado no Anexo II, onde se discriminam tambm as correspondentes

    prioridades de investimento, assim como algumas tipologias de aes elegveis nesses

    mbitos, se bem que apenas a ttulo indicativo, naturalmente no dispensando a consulta

    dos PO e demais instrumentos regulamentares aplicveis.

    Ressalva-se que nem todas as orientaes associadas ao desenvolvimento urbano

    sustentvel anteriormente expostas sero meramente garantidas por financiamento

    comunitrio, sendo que existem outros fundos que podero contribuir para prosseguir dos

    objetivos estratgicos aqui plasmados, tais como os fundos do Banco Europeu de

    Investimento disponveis para a habitao e reabilitao urbana, o Fundo de Eficincia

    Energtica, o Fundo Portugus de Carbono, entre outros. Contudo, o financiamento

    comunitrio do prximo ciclo ser uma importante alavanca para investimentos que

    permitam concretizar esses desgnios.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    34

    CS2020 Fonte de financiamento

    Eixo 1 - Inteligncia & Competitividade

    1.A Conectividade e Internacionalizao

    FEDER POCI Eixo I; POR Norte Eixos 1 e 2; POR Centro Eixos 1 e 2; POR Lisboa Eixos 1 e 2; POR Alentejo Eixos 1 e 3; POR Algarve Eixos 1 e 2

    1.B Emprego e valorizao empresarial e institucional

    FEDER POCI Eixo II; POR Norte Eixos 2 e 9; POR Centro Eixos 2 e 8; POR Lisboa Eixo 2; POR Alentejo Eixos 1 e 9; POR Algarve Eixos 2 e 8

    1.C Inovao Urbana FEDER

    FSE

    POCI Eixos I e II; POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 1 a 6, 7 e 9; POR Centro Eixos 1 a 5 e 7 a 9; POR Lisboa Eixos 1, 2, 5, 6 e 8; POR Alentejo Eixos 1, 3 a 6 e 7 a 9; POR Algarve Eixos 1 a 6 e 8

    1.D Identidade e atratividade

    FEDER

    FSE

    POR Norte Eixos 2, 4 e 9; POR Centro Eixos 2, 7 e 8; POR Lisboa Eixos 2 e 4; POR Alentejo Eixos 1, 8 e 9; POR Algarve Eixos 2, 4 e 8

    1.E Tecnologias de informao e Comunicao

    FEDER

    FSE

    POCI Eixo II; POR Norte Eixo 9; POR Centro Eixo 8; POR Alentejo Eixo 9; POR Algarve Eixo 8

    Eixo 2 - Sustentabilidade & Eficincia

    2.A Regenerao e Reabilitao Urbana

    FC

    FEDER

    FSE

    POSEUR Eixo 1; POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 3 a 5 e 7; POR Centro Eixos 3, 5, 7 e 9; POR Lisboa Eixos 3, 4, 6 e 8; POR Alentejo Eixos 4 e 6 a 9 Norte Eixo 9 8; POR Algarve Eixos 3, 4, e 6

    2.B Habitao FC

    FEDER

    POR Norte Eixos 3 a 5; POR Centro Eixos 3, 7 e 9; POR Lisboa Eixos 3 e 8; POR Alentejo Eixos 4, 7 e 8; POR Algarve Eixos 3, 4 e 6

    2.C Ambiente Urbano FC

    FEDER

    POSEUR Eixos 1 a 3; POR Norte Eixos 3 a 5; POR Centro Eixos 3, 7 e 9; POR Lisboa Eixos 3 e 8; POR Alentejo Eixos 4 e 8; POR Algarve Eixos 3, 4 e 6

    2.D Baixo Carbono FC

    FEDER

    POSEUR Eixo 1; POR Norte Eixo 3; POR Centro Eixo 3; POR Lisboa Eixo 3; POR Alentejo Eixos 4 e 7; POR Algarve Eixo 3

    2.E Alteraes climticas e riscos

    FC POSEUR Eixo 2

    2.F Integrao urbano-rural

    FC

    FEDER

    FSE

    POSEUR Eixo 3; POR Norte Eixos 4, 5 a 7; POR Centro Eixos 4, 5, 7 e 9; POR Lisboa Eixos 4, 6 e 8; POR Alentejo Eixos 4 a 6 e 8; POR Algarve Eixo 4 a 6

    Eixo 3 - Incluso & Capital Humano

    3.A Incluso Social FEDER

    FSE

    POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 5, 7 e 8; POR Centro Eixos 3, 5 e 9; POR Lisboa Eixos 6 a 8; POR Alentejo Eixos 2, 4 e 6; POR Algarve Eixos 6 e 7

    3.B Capacitao e Iniciativa

    FEDER

    FSE

    POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 2, 6 e 7; POR Centro Eixos 2, 4 e 5; POR Lisboa Eixos 2, 5 e 6; POR Alentejo Eixos 1, 5 e 6; POR Algarve Eixos 2, 5 e 6

    3.C Cultura, Cidadania e Responsabilidade

    FEDER

    FSE

    POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 4 e 7; POR Centro Eixos 5 e 7; POR Lisboa Eixos 4 e 6; POR Alentejo Eixos 6 e 8; POR Algarve Eixos 4 e 6

    3.D Comunidades Urbanas FEDER

    FSE

    POISE Eixo 3; POR Norte Eixos 6 e 7; POR Centro Eixos 4 e 5; POR Lisboa Eixos 5 e 6; POR Alentejo Eixos 5 e 6; POR Algarve Eixos 5 e 6

    Eixo 4 - Territorializao & Governana

    4.A Informao e Conhecimento

    FSE POR Norte Eixo 9; POR Centro Eixo 8; POR Alentejo Eixo 9; POR Algarve Eixo 8

    4.B Networking e Capacitao Institucional

    FEDER

    FSE

    POCI Eixo II; POR Norte Eixos 7 e 9; POR Centro Eixos 5 e 8; POR Alentejo Eixos 6 e 9; POR Algarve Eixos 6 e 8

    Quadro 1. Fontes de financiamento mobilizveis por Eixo Estratgico/sub-eixo CS2020.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    35

    7.1.2. Abordagens territoriais integradas

    No sendo esta via a exclusiva, sobretudo atravs de alguns dos instrumentos

    propostos pela Comisso Europeia para o prximo ciclo de financiamento,

    especialmente orientados para o desenvolvimento e integrao territorial das

    polticas, que o desenvolvimento urbano sustentvel encontra o seu adequado

    enquadramento operativo.

    Assim, a viso e as orientaes preconizadas pela estratgia Cidades Sustentveis 2020

    durante o perodo 2014-2020 tm como ferramentas privilegiadas de concretizao os

    instrumentos de integrao preconizados no mbito do espao europeu em comum

    para todos os Estados-Membros e aplicados ao caso portugus, em particular as

    chamadas abordagens territoriais integradas.

    Neste mbito, enfoque particular dado s Aes Integradas de Desenvolvimento

    Sustentvel (AIDUS), que se destinam a prosseguir estratgias de desenvolvimento

    sustentvel no mbito do Portugal 2020, tendo em considerao a relevncia dos

    sistemas urbanos na dinamizao do crescimento e do emprego, da competitividade e

    da inovao, e tambm da sustentabilidade e promoo da qualidade de vida. As

    AIDUS pretendem assim estruturar operaes fundamentadas e especificadas em

    estratgias de desenvolvimento urbano. De acordo com o Acordo de Parceria assinado

    entre Portugal e a Comisso Europeia para o Portugal 2020, as particularidades dessas

    estratgias e das AIDUS justificam a concentrao dos investimentos numa dupla

    perspetiva:

    O reforo do papel das reas Metropolitanas na estruturao do sistema

    urbano, com particular enfoque nos desafios associados s estratgias de baixo

    carbono (e.g. eficincia energtica e mobilidade sustentvel) e na regenerao

    e revitalizao urbana;

    A promoo da regenerao e revitalizao urbana focalizada nos centros

    urbanos que estruturam o sistema urbano nacional e servem de interface na

    articulao urbano-rural (centros de nvel superior do PNPOT/PROT) e com

    incidncia nas reas de Reabilitao Urbana (tal como definidas no Regime

    Jurdico da Reabilitao Urbana - Decreto-Lei n 307/2009 de 23 de outubro,

    alterado pela Lei n 32/2012 de 14 de agosto). Pretende-se reforar a

    capacidade de regenerar e valorizar as reas construdas, qualificar os espaos

    pblicos, reabilitar a habitao e fomentar novas funes urbanas em reas

    obsoletas ou em risco, sendo privilegiadas operaes integradas de regenerao

    e revitalizao de reas urbanas.

    Neste contexto, a materializao das AIDUS ser prosseguida da seguinte forma:

    Por via dos Investimentos Territoriais Integrados (ITI), instrumentos que,

    igualmente no mbito do Portugal 2020, sero desenvolvidos escala da sub-

    regio NUTS III, vide Quadro 3.) aplicados neste caso s reas Metropolitanas

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    36

    de Lisboa e do Porto, contribuindo para a prossecuo dos objetivos temticos

    e prioridades de investimento1 selecionados para este instrumento, com

    especial nfase na promoo de estratgias de baixa emisso de carbono, e

    estando abrangidas por todos os requisitos estratgicos e operacionais a

    estabelecidos;

    Atravs de um eixo autnomo previsto nos Programas Operacionais Regionais do

    Norte, Centro, Lisboa e Alentejo, dedicado ao desenvolvimento urbano

    sustentvel (vide Quadro 2.), nomeadamente por via da mobilizao das

    prioridades de investimento destinadas reduo das emisses de CO2 e

    promoo de sistemas de mobilidade urbana mais sustentveis (PI 4.5),

    melhoria do ambiente urbano e regenerao e revitalizao das cidades, mais

    focalizada em intervenes que visem a qualificao do espao pblico e do

    edificado (incluindo habitao), como forma de melhorar o ambiente urbano (PI

    6.5), e reabilitao e regenerao fsica, econmica e social das comunidades

    e das zonas urbanas desfavorecidas, mais centrada em intervenes integradas

    com componente fsica (incluindo edificado), econmica e social,

    nomeadamente em bairros sociais ou outras reas urbanas onde residam

    comunidades desfavorecidas (PI 9.8).

    Segundo o Acordo de Parceria, a elegibilidade do montante a executar nos termos das

    disposies previstas no Artigo 7.(2) do regulamento FEDER2, correspondente a

    intervenes tendentes ao desenvolvimento urbano sustentvel, fica condicionada:

    Nos ITI das duas reas Metropolitanas ao reconhecimento da sua Estratgia

    Integrada de Desenvolvimento Territorial, aps avaliao por uma comisso

    constituda por representantes da Agncia para o Desenvolvimento e Coeso

    (AD&C), das Comisses de Coordenao e Desenvolvimento Regional (CCDR) e

    da Direo-Geral do Territrio (DGT) e por peritos externos independentes.

    A seleo dos subsequentes ITI, na figura dos Pactos para o Desenvolvimento e

    Coeso Territorial, incluindo os seus montantes e condicionantes, compete a

    uma comisso integrada por representantes das autoridades de gesto dos PO

    mobilizados, das CCDR, da AD&C, e por peritos externos independentes.

    Nos Eixos Prioritrios dos PO Regionais dirigidos a centros urbanos de nvel

    superior do PNPOT/PROT, elaborao por parte das autoridades urbanas da

    sua estratgia integrada de desenvolvimento urbano, o Plano Estratgico de

    Desenvolvimento Urbano (PEDU).

    As autoridades de gesto dos POR, em articulao com a AD&C e com as

    agncias pblicas com responsabilidade nesta poltica, nomeadamente a DGT e

    o IHRU, selecionam os PEDU a financiar, garantindo uma abordagem coerente e

    focalizada na respetiva regio, bem como assegurando a necessria articulao

    1 Ver Regulamento Geral dos Fundos - Regulamento (UE) N. 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 17/12/2013

    2 Regulamento (UE) N. 1301/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 17/12/2013

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    37

    com os instrumentos de ordenamento do territrio e as restantes abordagens

    territoriais previstas no Acordo de Parceria.

    Os PEDU selecionados so implementados pelas autoridades urbanas, incluindo

    a seleo de operaes que do concretizao estratgia. Porm, antes de

    implementar a estratgia, devero estar definidos:

    - O Plano de Mobilidade Urbana Sustentvel, definido ao nvel de

    NUTIII (PI 4.5);

    - Os Planos de Ao para a Regenerao Urbana para as reas

    especficas selecionadas (PI 6.5);

    - Os Planos de Ao Integrados para as Comunidades Desfavorecidas

    objeto de interveno (PI 9.8)

    As entidades responsveis pela implementao das AIDUS nas duas abordagens

    anteriormente descritas sero as autoridades urbanas, respetivamente:

    As reas Metropolitanas de Lisboa e Porto, no caso da implementao dos

    respetivos Pactos para o Desenvolvimento e Coeso Territorial;

    Os Municpios que dinamizam e implementam as propostas integradas que

    venham a ser apoiadas no mbito dos eixos prioritrios dos PO Norte, Centro e

    Alentejo, e que, ao proporem o contedo especfico dos planos de ao,

    participam na seleo das operaes, tal como enunciado no art. 7. (4) do

    regulamento FEDER.

    Em sntese, a concretizao das AIDUS ser executada pelos ITI das duas reas

    Metropolitanas, complementadas pelos eixos autnomos dos POR do Continente na sua

    componente de operaes de valorizao da estruturao urbana dos territrios de

    incidncia e de promoo da atratividade e da competitividade das cidades, atravs

    de operaes destinadas melhoria do ambiente urbano e da revitalizao das cidades

    e de operaes de reabilitao e regenerao fsica, econmica e social das

    comunidades e das zonas urbanas desfavorecidas, sempre que implementadas em

    centros urbanos de nvel superior.

    De salientar que a concentrao destas intervenes nestes centros urbanos de nvel

    superior, que visa o cumprimento do requisito regulamentar de 5% de FEDER nas AIDUS

    (Artigo 7.(4) do regulamento FEDER) no invalida o quadro de desenvolvimento

    urbano sustentvel prosseguido pelos ITI nas restantes NUT III do Continente, nem

    compromete a possibilidade de aes de regenerao e revitalizao em centros

    urbanos de outras regies do pas (Algarve, Aores e Madeira), nem em centros

    urbanos de nvel inferior nas regies Norte, Centro e Alentejo (sendo que nesses casos

    no contribuem para a referida percentagem de 5%).

    No estando prevista a mobilizao, ao nvel das AIDUS, de prioridades de

    investimento integradas nos OT 1 (Reforar a investigao, o desenvolvimento

    tecnolgico e a inovao), OT 3 (Reforar a competitividade das PME e dos

    sectores agrcola, das pescas e da aquicultura) e OT 5 (Promover a adaptaes s

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    38

    alteraes climticas e a preveno e gesto de riscos), tendo em conta a sua

    elevada importncia ao nvel da promoo da atratividade e competitividade das

    cidades, aspetos essenciais ao desenvolvimento urbano sustentvel, e considerando

    que parte das orientaes preconizadas no presente documento se relaciona com estas

    reas temticas, a mobilizao dos apoios nesta rea ter de ser realizada

    autonomamente, com a devida integrao por parte dos agentes do territrio

    responsveis pelas intervenes.

    As propostas apresentadas por cada autoridade urbana no mbito deste instrumento

    devero ser coerentes e compatveis com a estratgia nacional para as cidades contida

    no presente documento, consubstanciando a execuo dos objetivos estratgicos nela

    consagrados.

    Paralelamente, sero mobilizadas outras abordagens territoriais integradas que

    podero tambm contribuir para o desenvolvimento urbano sustentvel,

    designadamente as abordagens de Desenvolvimento Local de Base Comunitria

    (DLBC), com uma perspetiva de iniciativa local (bottom-up) orientadas, no caso das

    cidades, para territrios urbanos, visando envolver as comunidades e organizaes

    locais na prossecuo de objetivos polticos especficos, contribuindo para fomentar a

    coeso territorial.

    O DLBC configura o instrumento que atende s especificidades dos territrios ao nvel

    da comunidade na conceo das polticas pblicas, mediante a constituio de

    parcerias, nomeadamente atravs de grupos de ao local (GAL) compostos por

    representantes dos interesses socioeconmicos pblicos e privados locais.

    Consubstancia-se, por isso, em iniciativas bottom-up de dinamizao da economia

    local em zonas urbanas, rurais e costeiras.

    No caso especfico das reas urbanas, o territrio comunitrio de referncia dever

    necessariamente corresponder a um territrio urbano desfavorecido, nomeadamente

    em que haja particular incidncia dos fenmenos de excluso social, pobreza ou risco

    de pobreza, onde se localizem comunidades econmica e socialmente fragilizadas, ou

    onde intervenham organizaes do sector social.

    Ainda que no de forma exclusiva, as iniciativa bottom-up e respetivos territrios

    comunitrios de referncia podero resultar de experincias comunitrias anteriores,

    incluindo as intervenes de cariz social e/ou de regenerao urbana inclusiva

    desenvolvidas designadamente por Grupos de Apoio Local no mbito do Programa

    URBACT III.

    Em meio urbano, pretende-se que estes grupos desenvolvam iniciativas de promoo

    da incluso social, combate pobreza e excluso, bem como desenvolvimento da

    inovao social.

    Neste quadro, cada parceria prepara a sua Estratgia de Desenvolvimento Local e os

    correspondentes programas de ao, que, segundo o previsto no Acordo de Parceria,

    ser aprovada por um comit, institudo para este efeito por todas as autoridades de

    gesto dos programas financiadores.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    39

    Tambm a avaliao das propostas apresentadas no mbito deste instrumento dever

    ser realizada, no caso dos DLBC urbanos, luz da presente estratgia nacional (vide

    quadros 2 e 3).

    Prioridades de investimento

    EIXO AUTNOMO POR3 (FEDER)

    Norte Centro Lisboa Alentejo

    4.5. a promoo de estratgias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territrios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoo da mobilidade urbana multimodal sustentvel e medidas de adaptao relevantes para a atenuao

    5 9 8 4

    6.5. a adoo de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconverso,), a reduzir a poluio do ar e a promover medidas de reduo de rudo

    9.8. a concesso de apoio regenerao fsica, econmica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais

    Quadro 2. Prioridades de Investimento mobilizveis por via do Eixo Prioritrio de Desenvolvimento Urbano.

    PO TEMTICOS PO REGIONAIS

    Prioridades de investimento PI POT Fundo Fundo N C L Ale Alg4

    ITI

    2.3. o reforo das aplicaes de TIC para a administrao em linha, a aprendizagem em linha, a infoincluso, a cultura em linha e a sade em linha

    2c POCI FEDER FEDER 9 8 9 8

    4.3. a concesso de apoio eficincia energtica, gesto inteligente da energia e utilizao das energias renovveis nas infraestruturas pblicas, nomeadamente nos edifcios pblicos, e no setor da habitao

    4iii, 4c

    POSEUR FC FEDER 3 3 3 7 3

    5.2. a promoo de investimentos para fazer face a riscos especficos, assegurar a capacidade de resistncia s catstrofes e desenvolver sistemas de gesto de catstrofes

    5ii POSEUR FC

    6.1. investimentos no setor dos resduos para satisfazer os requisitos do acervo ambiental da Unio e atender s

    6i POSEUR FC

    3 No obstante a inexistncia de um eixo autnomo destinado implementao dos Planos Estratgicos de Desenvolvimento Urbano, o POR Algarve prev apoiar

    de forma significativa o investimento em desenvolvimento urbano sustentvel, pese embora a no elegibilidade destas verbas para efeitos de contabilizao do

    requisito regulamentar de 5% de FEDER nas AIDUS (Artigo 7.(4) do regulamento FEDER). 4 Na NUTS II Algarve estas PI no foram objeto de ITI, sendo prosseguidas diretamente no POR. Foi desenvolvido pela Associao de Municpios do Algarve um Plano

    de Alinhamento Intermunicipal com a Estratgia Algarve 2020.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    40

    PO TEMTICOS PO REGIONAIS

    Prioridades de investimento PI POT Fundo Fundo N C L Ale Alg4

    necessidades de investimento identificadas pelos Estados-Membros que vo alm desses requisitos

    9.7. investimentos na sade e nas infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, a reduo das desigualdades de sade, a promoo da incluso social atravs da melhoria do acesso aos servios sociais, culturais e recreativos, e da transio dos servios institucionais para os servios de base comunitria

    9a FEDER 7 5 6 6 6

    10.5. desenvolvimento das infraestruturas educativas e formativas;

    10a FEDER 8 3 7 2 7

    ITI e DLBC

    6.3. a conservao, proteo, promoo e o desenvolvimento do patrimnio natural e cultural

    6c FEDER 4 7 4 8 4

    8.3. criao de emprego por conta prpria, empreendedorismo e criao de empresas, incluindo micro, pequenas e mdias empresas inovadoras

    8iii FSE 6 4 5 5 5

    8.8. a concesso de apoio ao desenvolvimento dos viveiros de empresas e o apoio atividade por conta prpria, s microempresas e criao de empresas

    8a FEDER 6 4 5 5

    9.1. incluso ativa, incluindo com vista promoo da igualdade de oportunidades e da participao ativa e a melhoria da empregabilidade

    9i POISE FSE FSE 7 5 6 6 6

    10.1. reduo e preveno do abandono escolar precoce e promoo da igualdade de acesso a um ensino infantil, primrio e secundrio de boa qualidade, incluindo percursos de aprendizagem formais, no formais e informais para a reintegrao no ensino e na formao;

    10i POCH FSE FSE 8 3 7 2 7

    DLBC

    9.6. estratgias de desenvolvimento local de base comunitria

    9vi FSE 7 5 6 6 6

    9.10. investimentos no contexto de estratgias de desenvolvimento local de base comunitria

    9d FEDER 7 5 6 6 6

    Quadro 3. Prioridades de Investimento mobilizveis por ITI e/ou DLBC.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    41

    7.2. Frum Cidades Sustentveis 2020: ferramentas de

    conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentvel

    As cidades so sistemas complexos e dinmicos, cujo funcionamento dirio envolve um

    conjunto vastssimo de fluxos de recursos, pessoas e informao, cuja capacidade

    permanente e sistemtica de (re)conhecer, operar, inovar e acompanhar essas dinmicas

    afigura-se crtica na promoo da sua sustentabilidade.

    Simultaneamente, o quadro integrado de desenvolvimento urbano sustentvel subjacente s

    abordagens territoriais preconizadas no Acordo de Parceria Portugal 2020 exige um sistema

    harmonizado de produo e partilha de informao para sustentar as fases de diagnstico e

    estratgia territorial, os processos de monitorizao e avaliao da implementao dos seus

    instrumentos e os esforos de reconhecimento e divulgao de boas prticas.

    Com a finalidade de disponibilizar a todos os cidados e, em particular, a todos os parceiros e

    atores da Estratgia Cidades Sustentveis 2020, um espao de conhecimento e partilha de

    informao, boas prticas e ferramentas analticas, cria-se o Forum Cidades Sustentveis

    2020, um portal e plataforma multidimensional de suporte CS 2020 que contempla mltiplos

    objetivos e agrega um conjunto de funcionalidades, instrumentos e parceiros.

    Assume-se este, assim, como o instrumento de governao para a implementao da presente

    Estratgia, essencial para promover a convergncia dos agentes da governao setorial e

    territorial, do sistema cientfico e tecnolgico e da sociedade civil, no desenho e dinamizao

    de ferramentas especficas de informao e anlise, monitorizao e avaliao do

    desempenho e trabalho em rede.

    O Frum Cidades Sustentveis 2020 tem os seguintes objetivos:

    Disseminao da CS2020 e das respetivas orientaes estratgicas

    Medio da performance das cidades em termos de sustentabilidade urbana,

    monitorizao e avaliao da CS2020;

    Identificao, seleo, divulgao e repositrio de boas prticas de

    Desenvolvimento Urbano Sustentvel (DUS);

    Disseminao de conhecimento sobre o DUS;

    Constituio, suporte e divulgao de redes de cooperao e envolvimento de

    parceiros urbanos;

    Explorao e dinamizao de ferramentas no campo da analtica urbana e

    orientao atuao dos agentes urbanos;

    Divulgao de fontes de financiamento DUS 2014-2020

    A criao desta plataforma integrada, que no fundo se assume como o instrumento de

    governana por excelncia da CS2020, tem associado um conjunto de benefcios fundamentais

    para assegurar, de uma forma transparente, contnua e sistemtica, a implementao, o

    acompanhamento e a monitorizao da presente poltica.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    42

    De entre esses benefcios destacam-se:

    A capacitao das cidades para conhecer, operar, inovar e acompanhar a

    complexidade e dinmica dos sistemas urbanos;

    A convergncia para um sistema harmonizado de produo e partilha de

    informao:

    o Suporte ao diagnstico e estratgia territorial;

    o Implementao, monitorizao e avaliao dos instrumentos;

    o Reconhecimento e divulgao de boas prticas.

    O desenho e dinamizao de ferramentas especficas de informao e anlise,

    avaliao do desempenho e trabalho em rede;

    A convergncia dos agentes da governao setorial e territorial, do sistema

    cientfico e tecnolgico e da sociedade civil.

    O Frum Cidades Sustentveis 2020 abre portas a um envolvimento amplo de vrios agentes

    parceiros, pblicos e privados, nacionais ou internacionais, que, de acordo com os seus

    interesses e reas de atividade, possam manifestar vontade de se associarem a este espao de

    partilha e conhecimento.

    A coordenao do Frum CS2020 ser assegurada pela DGT, podendo contudo envolver um

    ncleo duro de parceiros que partilham responsabilidades pela sua dinamizao.

    De entre as funcionalidades e reas instrumentais do Frum CS2020, evidenciam-se:

    O Barmetro CS2020 de sustentabilidade urbana, um quadro de benchmarking

    temtico do DUS que permitir s cidades aferirem o seu posicionamento na

    escala de desempenho para um desenvolvimento urbano sustentvel, beneficiando

    da criao de um ndice de Sustentabilidade Urbana (ISU);

    A iniciativa Cidades Analticas, uma rea associada gesto da informao e

    explorao e disponibilizao de ferramentas de analtica urbana, que ter como

    objetivos promover a convergncia para um sistema harmonizado de produo e

    partilha de informao de base municipal e incentivar a criao, o uso e a

    divulgao de mtodos e ferramentas avanadas de processamento de dados,

    como suporte tomada de deciso;

    A Rede Portuguesa de Cidades Sustentveis, a estabelecer em articulao com

    as redes de cidades e living labs urbanos existentes, e com outra redes de cidades

    a nvel europeu e internacional;

    As Boas Prticas, uma coleo e repositrio dinmico de boas prticas, que ter

    como objetivos recolher, identificar, coligir, acompanhar e validar casos de

    sucesso de gesto urbana, designadamente em associao com os municpios e em

    articulao com o Urbact III, Horizon 2020, Interreg, smartcities, entre outros;

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    43

    O Living document das cidades, um espao de reflexo, produo e divulgao de

    conhecimento sobre cidades e polticas urbanas, a partir da disponibilizao de

    conceitos, estudos relatrios, etc.

    O Prmio Cidades Sustentveis, que se consubstanciaria na realizao de um

    evento anual associado ao dia mundial do urbanismo e que seria sustentado pelo

    trabalho a desenvolver no Frum CS2020.

    7.2.1. Barmetro Cidades Sustentveis 2020

    O Barmetro CS2020 visa posicionar as cidades portuguesas em matria de

    sustentabilidade urbana, constituindo um quadro de benchmarking temtico do DUS.

    Como ferramenta de apoio deciso e definio das polticas pblicas com incidncia

    no DUS, o Barmetro CS2020 dever permitir:

    Informar os cidados, especialistas e decisores polticos acerca do perfil e do

    desempenho integrado em matria de sustentabilidade de cada uma das cidades

    e sub-regies classificadas;

    Destacar boas prticas e identificar potenciais casos de estudo mediante a

    identificao de evolues e tendncias positivas relevantes de determinadas

    cidades ou grupos de cidades em domnios especficos da sustentabilidade;

    Compreender quais os pontos de presso crticos em matria sustentabilidade

    que afetam diferenciadamente as distintas cidades e sub-regies portuguesas;

    Acolher a participao ativa dos cidados de forma sistemtica e representativa,

    das suas opinies e sensibilidades em aspetos relacionados com a qualidade de

    vida nas suas cidades.

    O Barmetro CS2020 servir tambm como ferramenta de avaliao dos impactos, nas

    cidades e reas metropolitanas, das aes prosseguidas via AIDUS. Destinar-se-, no

    apenas aos protagonistas de AIDUS, mas a todas as cidades que entendam associar-se

    como parceiros e aferir o seu posicionamento em termos de sustentabilidade urbana.

    O Barmetro CS2020 beneficiar da construo de um ndice de Sustentabilidade

    Urbana (ISU), um ndice sinttico, composto por um conjunto de ndices compsitos

    que medem e caraterizam o estado e evoluo das cidades portuguesas atravs de um

    conjunto de dimenses crticas de sustentabilidade urbana.

    A metodologia a desenvolver na construo do ISU dever permitir salvaguardar os

    seguintes aspetos fundamentais:

    Possibilitar a produo de indicadores consistentes;

    Integrar dados provenientes de fontes estatsticas associadas utilizao de

    recursos como a energia, a gua, a qualidade do ar e do rudo, a qualidade do

    ambiente urbano, etc., ao quadro analtico de desenvolvimento urbano

    sustentvel desenvolvido no mbito das abordagens territoriais integradas, tanto

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    44

    em sede de avaliao ex-ante como ex-post, e, possivelmente, de inquritos aos

    cidados, pela sua relao com o bem-estar e a qualidade de vida;

    Permitir quantificar a importncia e o impacte das vrias reas e dimenses

    consideradas sobre o objetivo global de sustentabilidade;

    Reconhecer de forma representativa e sistemtica a sensibilidade e posio dos

    seus habitantes, atravs de inquritos;

    Assegurar a articulao com outros ndices j desenvolvidos por universidades ou

    consultoras.

    O ISU ser calculado atravs de ndices parcelares, que expressam a pontuao

    agregada das cidades no conjunto de descritores que integram cada domnio, tal como

    exemplificado na figura seguinte. Estes ndices parcelares informam sobre a

    performance em cada um dos domnios de sustentabilidade considerados. A

    caraterizao por domnios de sustentabilidade permite, de uma forma inteligvel, ter

    uma percepo imediata dos benefcios e das fragilidades de cada cidade ou sub-

    regio e informa, adicionalmente, sobre os diferentes perfis urbanos em matria de

    sustentabilidade.

    Exemplificao da estrutura de um ndice de Sustentabilidade Urbana (ISU) desenvolvido com base numa srie de

    descritores, agrupados segundo diferentes domnios

    Pretende-se, atravs da estimativa do valor deste ndice, divulgar anualmente o

    ranking das cidades mais sustentveis, de modo a evidenciar uma diferenciao

    saudvel entre cidades e entre NUTS III no sentido de identificar e projetar os lderes

    temticos do desenvolvimento urbano sustentvel, ao qual se associa o Prmio Cidades

    Sustentveis, uma forma de efetivo encorajamento em prol de iniciativas e

    comportamentos mais sustentveis.

  • CIDADES SUSTENTVEIS 2020 ABRIL 2015

    45

    O desenvolvimento do ISU dever ser promovido pela DGT em articulao com as

    CCDR, a Associao Nacional de Municpios Portugueses e o Instituto Nacional de

    Estatstica (INE) e outros organismos da Administrao Pblica que se considerem

    relevantes. A sua estimativa ser da responsabilidade da DGT, funcionando esta como

    entidade centralizadora dos valores dos indicadores (previamente definidos) obtidos e

    fornecidos por colaborao estreita com os municpios, com o apoio de entidades com

    competncias na rea da estatstica, designadamente o INE. A comunicao regular ao

    pblico dos resultados fundamental para assegurar, em cada territrio, a

    continuidade da aposta numa poltica de desenvolvimento urbano sustentvel.

    Esta ferramenta ser coadjuvada pelo desenvolvimento de redes e plataformas de

    conhecimento e inovao urbana, bem como pela disseminao de boas prticas

    nacionais no decorrer deste perodo, papel igualmente a desempenhar pela DGT, com

    a colaborao de todos os agentes com interveno e/ou responsabilidades de gesto

    do territrio, de que se destacam os municpios, as CIM/AM, as CCDR e todos os

    restantes organismos da administrao pblica com competncias nos domnios mais

    associados sustentabilidade das cidades.

    7.2.2. Cidades Analticas

    O conceito de cida