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Ciência Política Engenharia Civil - 2014 4º Período Prof. Ms. Ednardo Nascimento

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Ciência Política

Engenharia Civil - 20144º PeríodoProf. Ms. Ednardo Nascimento

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• POLÍTICA–Origem do Grego polis (“cidade-

Estado”);–Designa o campo da atividade

humana que se refere à cidade, ao Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos.

• Quando Aristóteles definiu o HOMEM como animal político é porque, na sua concepção, a própria razão é, essencialmente, política.

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• Integra a TEMÁTICA BÁSICA DA FILOSOFIA POLÍTICA as reflexões em torno:– Do poder;– Do Estado;– Dos regimes políticos e formas de

governo;– Da participação dos cidadãos na vida

pública;– Da liberdade.

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• A obra de Aristóteles intitulada Política é considerada um dos primeiros tratados sistemáticos sobre a arte e a ciência de governar a pólis.

• Para Aristóteles, a política era uma continuação da ética, só que aplicada à vida pública.

• Aristóteles investigou em Política as instituições públicas e as formas de governo capazes de propiciar uma melhor maneira de viver em sociedade.

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Conceito antigo e moderno de política

• O filósofo político italiano Norberto Bobbio, o conceito moderno de política está estreitamente ligado ao de poder.

• Haroldo Dwight Lasswell e Abraham Kaplan:

“Política é o processo de formação, distribuição e exercício do poder”.

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O fenômeno do poder• PODER– Vem do latim potere, posse, “poder, ser

capaz de”.–Refere-se basicamente à faculdade,

capacidade, força ou recurso para produzir certos efeitos.

• Exemplos:–O poder da palavra;–O poder do remédio;–O poder da polícia;–O poder da imprensa;–O poder do presidente.

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• Bertrand Russell:– “Poder é a posse dos meios que levam

à produção de efeitos desejados”.

• O fenômeno do poder costuma ser dividido em duas categorias: o poder do homem sobre a natureza e o poder do homem sobre outros homens.

• A filosofia política investiga o

poder do homem sobre outros homens, isto é, o poder social.

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• Levando-se em conta o meio do qual se serve o indivíduo para conseguir os efeitos desejados, podemos encontrar três formas básicas de poder social:–Poder Econômico;–Poder Ideológico;–Poder Político.

As três formas do poder social

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Até aqui

Recapitulando a última aula

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MAQUIAVEL:os fins justificam os meios

• É considerado o fundador do pensamento político moderno, porque desenvolveu a sua filosofia política em um quadro teórico completamente diferente do que se tinha até então.

• Maquiavel observou que havia uma distância entre o ideal de política e a realidade política de sua época.

• Por isso escreveu o livro O príncipe com o propósito de tratar da política tal como ela se dá, ou seja, sem pretender fazer uma teoria da política ideal, mas, ao contrário, compreender e esclarecer a política real.

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• Centrou sua reflexão na constatação de que o poder político tem como função regular as lutas e tensões entre os grupos sociais.

• Conforme ele, eram basicamente dois:

poderosos e o povo.• Essas lutas e tensões existiriam

sempre, de tal forma que seria uma ilusão buscar um bem comum para todos.

• Mas, se a política não tem como objetivo o bem comum, qual seria o seu objetivo então?

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• A política tem como objetivo a manutenção do poder político do Estado.

• E, para manter o poder, o governante deve lutar com todas as armas possíveis, ficando sempre atento às correlações de forças que se mostram a cada instante.

• Isso significa que a ação política não cabe nos limites do juízo moral.

• O governante deve fazer aquilo que, a cada momento, se mostra interessante para conservar o seu poder. (Maquiavélico!!!!!!!!!!)

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• Não se trata de uma decisão moral, mas sim de uma decisão de que atende à lógica do poder.

• Para ele, na ação política não são os princípios morais que contam, mas os resultados.

• É por isso que, para Maquiavel, os fins justificam os meios.

O mérito de Maquiavel é ter compreendido que a política, no início da Idade Moderna, se desvinculava das esferas da moral e da religião, constituindo-se em uma esfera autônoma.

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BODIN:a defesa do governo nas mãos de um só

• Jurista e filósofo francês, Jean Bondin defendeu em sua obra A república (1576)o conceito de soberano perpétuo e absoluto, cuja autoridade representa “a imagem de Deus na Terra”.

• Teoria do direito divino dos reis.• República é usado aqui em seu sentido

etimológico de coisa pública (do latim res, “coisa”).

• # de forma de governo oposta à monarquia.

• Na mesma linha de pensamento de Tomás de Aquino, afirmava ser a monarquia o regime mais adequado à natureza das coisas.

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• Argumentava que a família tem um só chefe, o PAI;

• O céu tem apenas um sol;• O Universo, só um Deus criador.• Assim, a soberania do Estado só

podia se realizar plenamente na monarquia.

• Dentre as leis naturais, destaca o respeito que o Estado deve ter em relação ao direito à liberdade dos súditos e às suas propriedades materiais.

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HOBBES:a necessidade do Estado soberano

• Outra questão que ocupou bastante os filósofos dos séculos XVII e XVIII foi a justificação racional para a existência das sociedades humanas e para a criação do Estado.

• Essa questão apresentou-se da seguinte forma:• Qual a natureza do ser humano? Qual é o seu estado

natural? Chegaram em geral a conclusão básica de que os homens são, por natureza livre e iguais.

• Como explicar então a existência do Estado e como legitimar seu poder? Em um dado momento, os homens se viram obrigados a abandonar essa liberdade e estabelecer entre si um acordo, um pacto social.

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• Essas explicações ficaram conhecidas como TEORIAS CONTRATUALISTAS.

• Hobbes concluiu que o homem, embora vivendo em sociedade, não possui o instinto natural de sociabilidade.

• Cada homem sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado.

Onde não houver o domínio de um homem sobre o outro, dirá Hobbes, existirá sempre uma competição intensa até que esse domínio seja alcançado.

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• A consequência óbvia dessa disputa infindável entre os homens em estado de natureza foi gerar um estado de guerra e de matança permanente nas comunidades primitivas.

• “O homem é lobo do próprio homem”.• Só havia uma solução para dar fim à

brutalidade social primitiva: a criação artificial da sociedade política, administrada pelo Estado.

• Para isso os homens tiveram que firmar um contrato entre si, pelo qual cada um transferia seu poder de governar a si próprio para um terceiro – o Estado – para que esse Estado governasse a todos.

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LOCKE:a concepção do Estado liberal

• Também refletiu sobre a origem do poder político e sobre sua necessidade para congregar os homens, que, em estado de natureza, viviam isolados.

• Refere-se ao estado de natureza como uma condição na qual, pela falta de uma normatização geral, cada qual seria juiz de sua própria causa, o que levaria ao surgimento de problemas nas relações entre os homens.

• Para evitar esses problemas, é que o Estado teria sido criado.

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• O Estado teria a função de garantir a segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como a liberdade e a propriedade.

• Locke concebe a sociedade política como um meio de assegurar os direitos naturais e não como o resultado de uma transferência dos direitos dos indivíduos para o governante.

• .• E assim nasce a concepção de Estado liberal,

segundo a qual o Estado deve regular as relações entre os homens e atuar como juiz nos conflitos sociais.

• Mas deve fazer isso garantindo as liberdades e direitos individuais, tanto no que se refere ao pensamento e expressão quanto à propriedade e atividade econômica

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MONTESQUIEU:a divisão de poderes

• Charles de Secondat, mais conhecido como barão de Montesquieu.

• Propôs que se estabelecesse a divisão do poder político em três instâncias:

• PODER EXECUTIVO: que executa as normas e decisões relativas à administração pública.

• PODER LEGISLATIVO: que elabora e aprova as leis.

• PODER JUDICIÁRIO: que aplica as leis e distribui a proteção jurisdicional pedida aos juízes.

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ROUSSEAU:a legitimação do Estado pela vontade geral

• Formulou uma teoria contratualista.• OBRA: Discurso sobre a origem da

desigualdade entre os homens.Glorifica os valores da vida natural e

ataca a corrupção, a avareza e os vícios da sociedade civilizada.

Exalta a liberdade que o homem selvagem teria desfrutado na pureza do seu estado natural.

• OBRA: Do Contrato Social, procurou investigar não só a origem do poder político e se existe uma justificativa válida para os homens.

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• Defende a tese de que o único fundamento legítimo do poder político é o PACTO SOCIAL pelo qual cada cidadão concorda em submeter sua vontade particular à vontade geral.

• O compromisso de cada cidadão é com o seu povo.

• Rousseau define o pacto social nos seguintes termos: “Cada um de nós põe sua pessoa e poder sob uma suprema direção da vontade geral, e recebe ainda cada membro como parte indivisível do todo”.

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HEGEL :do Estado surge o indivíduo

• Criticou a concepção liberal do Estado, encontrada tanto em Locke como em Rousseau.

• Não existe o homem em estado de natureza.

• O indivíduo humano é um ser social, que só encontra o seu sentido no Estado.• De acordo com a reflexão política de Hegel,

o indivíduo é parte orgânica de um todo: o Estado.

• O indivíduo é historicamente situado, alguém que fala uma língua e é criado dentro de uma tradição.

• Essas características são anteriores a cada um dos indivíduos isolados

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MARX e ENGELS:o Estado como instrumento de dominação de classe

• A sociedade humana primitiva era uma sociedade sem classes e sem Estado.

• Nessa sociedade pré-civilizada, as funções administrativas eram exercidas pelo conjunto dos membros da comunidade.

• Num determinado estágio do desenvolvimento histórico das sociedades humanas, certas funções administrativas, tornaram-se privativas de um grupo separado de pessoas que detinha força para impor normas e organização à vida coletiva.

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• Teria sido através desse núcleo de pessoas que se desenvolveu o Estado.

• Isso teria ocorrido em certo momento de desenvolvimento econômico em que surgiram as desigualdades de classes e os conflitos entre explorados e exploradores.

• O papel do Estado teria sido o de amortecer o choque desses conflitos, evitando uma luta direta entre as classes antagônicas.

• OBRA de Engels: “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”.

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• Para Engels, embora o estado tenha nascido da necessidade de conter esses antagonismos, nasceu também no meio do conflito e, por isso, acabou sendo sempre representado pela classe mais poderosa.

• Marx e Engels concebem o Estado atuando geralmente como um instrumento do domínio de classe.

• Na sociedade capitalista o domínio de classe se identificaria diretamente com a “proteção da propriedade privada”.

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• Proteger a propriedade privada capitalista implica preservar as relações sociais, as normas jurídicas, enfim, a segurança dos proprietários burgueses.

• Essa concepção do Estado como instrumento de dominação de uma classe sobre a outra, estabelece, portanto, uma relação entre as condições materiais de existência de determinada sociedade e a forma de Estado que ela adota.

• O Estado nasce da desigualdade para manter a desigualdade.