14
1 Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos Darcy Vargas CIÊNCIAS Reinos: Protista - Monera - Fungi - Plantae

CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

1

Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos

Darcy Vargas

CIÊNCIAS

Reinos:

Protista - Monera - Fungi - Plantae

Page 2: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

2

REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo individualizado, envolvido por membrana. Possuem

também organelas membranosas diversas. Nesse grupo incluem-se os protozoários e as algas unicelulares.

1. Protozoários Protozoário é uma palavra de origem grega que significa "animal primitivo". Os protozoários receberam esse nome porque, no

passado, alguns deles, ao serem estudados, foram confundidos com animais. Os protozoários são seres heterótrofos. Podem viver isolados ou formar colônias, ter vida livre ou associar-se a outros organismos, e

habitam os mais variados tipos de ambiente. Algumas espécies são parasitas de seres diversos, até mesmo do ser humano.

Tipos de locomoção dos Protozoários: Existem várias espécies de protozoários, e elas podem ser classificadas em vários grupos. O critério mais utilizado pelos cientistas

para essa classificação é o tipo de locomoção: Sarcodíneos ou Rizópodes- são protozoários que se locomovem estendendo pseudópodes, expansões em sua célula que atuam

como "falsos pés". As amebas são um exemplo de sarcodíneo.

Flagelados - são os que "nadam" com auxílio de flagelos (longos filamentos que vibram e permitem a locomoção). Um exemplo de

flagelado é a giardia.

Protozoários flagelados do gênero Leishmania causam a leishmaníase, doença que afeta 12 milhões de pessoas no mundo Ciliados - são seres que utilizam cílios (pequenos filamentos ao longo do corpo) na locomoção, como o paramécio.

Page 3: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

3

Esporozoários- são protozoários que não possuem estruturas de locomoção. Eles são todos parasitas e causam doenças. Entre eles está o plasmódio, causador da malária.

Para um organismo que não tem estruturas de locomoção para capturar alimento, o parasitismo é uma adaptação importante, pois lhe permite sobreviver retirando do ser parasitado os nutrientes de que necessita.

Reprodução dos protozoários

A maioria dos protozoários apresenta reprodução assexuada, principalmente por cissiparidade. Mas algumas espécies podem se reproduzir sexuadamente.

Observe, no esquema abaixo, a reprodução assexuada de um paramécio:

Um paramécio dividindo-se em dois, reprodução assexuada por cissiparidade.

Doenças Causadas por Protozoários:

Doenças causadas por protozoários parasitas envolvem, basicamente, dois locais de parasitismo: o sangue e o tubo digestório. No entanto, a pele, o coração, os órgãos do sistema genital e os sistemas linfáticos também constituem locais em que os parasitas podem se instalar. Essas doenças envolvem, em seu ciclo, hospedeiros, isto é, organismos vivos em que os parasitas se desenvolvem.

Caso o agente parasitário utilize dois hospedeiros para completar o seu ciclo de vida, considera-se como hospedeiro definitivo aquele local no qual o parasita se reproduz assexuadamente. Hospedeiro intermediário é aquele no qual o parasita se reproduz assexuadamente.

Quase sempre o homem atua como hospedeiro definitivo; na malária, no entando, a reprodução sexuada dos parasitas ocorre nos pernilongos que são, então, considerados hospedeiros definitivos, sendo o homem o hospedeiro intermediário.

Malária: É uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do

mosquito Anopheles. A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e

semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. O mosquito da malária só sobrevive em áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C, e só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da doença em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e umidade alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante.

Os sintomas é febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo, que podem se manifestar a cada 48 horas;

Para confirmar a presença do parasita no sangue, a análise é feita por meio de uma pequena amostra, geralmente retirada da ponta do dedo do paciente (teste de gota espessa). O tratamento é feito com o uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rapidamente possível, para evitar complicações como anemia, icterícia e mau funcionamento dos órgãos vitais.

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a malária.

Page 4: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

4

Amebíase A amebíase é uma infecção do intestino causada pelo parasita Entamoeba histolytica. Os sintomas mais comuns da amebíase são: disenteria aguda com muco e sangue nas fezes; náuseas; vômitos e cólicas intestinais.

Existem casos em que a ameba pode passar a parasitar outras regiões do organismo causando lesões no fígado, pulmões e mais raramente no cérebro.

A contaminação e por via direta, não envolvendo um vetor. Ocorre pela ingestão de cistos, forma de resistência dos protozoários, adquirida como maneira de proteger-se de condições desfavoráveis do ambiente) juntamente com água e alimentos contaminados.

A prevenção consiste em só ingerir alimentos bem lavados e/ou cozidos; lavar as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro; construção de fossas e redes de esgoto; só ingerir alimentos bem lavados e/ou bem cozidos.

Doença de Chagas É uma doença infecciosa causada por um protozoário parasita chamado Trypanosoma cruzi, nome dado por seu descobridor, o

cientista brasileiro Carlos Chagas, em homenagem a outro cientista, também, brasileiro, Oswaldo Cruz. O contágio se dá através da entrada do Trypanosoma no sangue dos humanos a partir do ferimento da “picada” por triatomas, os

populares barbeiros ou chupões, como são conhecidos no interior do Brasil. Estes barbeiros, alimentam-se de sangue e contaminam-se com o parasita quando sugam sangue de animais mamíferos infectados,

que são os reservatórios naturais (bovinos, por exemplo) ou mesmo outros humanos contaminados. Uma vez no tubo digestivo do barbeiro, o parasita é eliminado nas fezes junto ao ponto da “picada”, quando sugam o sangue dos humanos que por aí infectam-se.

Febre, mal-estar, falta de apetite, dor ganglionar, inchaço ocular e aumento do fígado e baço são alguns sintomas que podem aparecer inicialmente (fase aguda), embora existam casos em que a doença se apresenta de forma assintomática.

Em quadro crônico, o mal de Chagas pode destruir a musculatura dos órgãos atingidos (principalmente a do coração e do cérebro), provocando o aumento destes, de forma irreversível. Em muitos casos, somente essa fase é percebida pelo paciente, sendo que ela pode se manifestar décadas depois do indivíduo ter sido infectado pelo parasita.

O diagnóstico pode ser feito via exame de sangue do paciente na busca do parasita no próprio material coletado (microscopia) ou pela presença de anticorpos no soro (através de testes sorológicos). O tratamento, visando à eliminação dos parasitas, é satisfatório apenas no estágio inicial da doença, quando o tripanossoma ainda está no sangue. Na fase crônica, a terapêutica se direciona para o controle de sintomas, evitando maiores complicações.

O controle populacional do barbeiro é a melhor forma de prevenir a doença de Chagas.

Giardíase A giardíase é uma parasitose intestinal mais frequente em crianças do que em adultos e que tem como agente etiológico a Giardia

lamblia. Este protozoário flagelado tem incidência mais alta em climas temperados. Ao gênero Giardia pertence o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. Sua descrição e atribuída a Leeuwenhoek que notou 'animais minúsculos móveis' em suas próprias fezes.

A giardíase se manifesta por azia e náusea que diminuem de intensidade quando ocorre ingestão de alimentos, ocorrem cólicas seguidas de diarréia, perda de apetite, irritabilidade. Raramente observa-se muco ou sangue nas fezes do indivíduo com giardíase que no entanto possuem odor fétido, são do tipo explosiva e acompanhadas de gases. Em alguns casos o estado agudo da doença pode durar meses levando à má absorção de várias substâncias inclusive vitaminas como as lipossolúveis, por exemplo.

A contaminação ocorre quando os cistos maduros são ingeridos pelo indivíduo. Os cistos podem ser encontrados na água (mesmo que clorada), alimentos contaminados e em alguns casos a transmissão pode se dar por meio de mãos contaminadas.

Basicamente, para se evitar a giardíase deve-se tomar as mesmas medidas profiláticas usadas contra a amebíase, já que as formas de contaminação são praticamente as mesmas. Portanto deve-se:

Só ingerir alimentos bem lavados e/ou cozidos; Lavar as mãos antes das refeições e após o uso de sanitários; Construção de fossas e redes de esgotos; Só beber água filtrada e/ou fervida; Tratar as pessoas doentes.

2. Algas Unicelulares As algas são importantes para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas aquáticos, pois são os principais produtores do alimento que

nutre direta ou indiretamente os demais seres vivos aquáticos. Além disso, as algas são os grandes fornecedores do gás oxigênio que abastece a vida aeróbia no planeta. Na atmosfera ou

dissolvido na água, esse gás se origina principalmente da atividade fotossintetizante das algas, sobretudo das algas unicelulares marinhas. Elas são responsáveis por 70% da fotossíntese realizada no planeta. A proliferação excessiva de algas vermelhas pirrófitas - também

chamadas de dinoflagelados - provoca o fenômeno chamado maré vermelha, que ocorre naturalmente ou por lançamento de esgotos na água do mar. Essas algas liberam substâncias tóxicas que podem afetar os seres vivos que habitam a água e até mesmo os banhistas nas praias.

Na água doce, se a reprodução for intensa e em reduzido tempo, as algas podem acabar se tornando um grande problema. Quando há despejo de produtos químicos de indústrias e esgotos não tratados, os resíduos adicionam à água uma quantidade exagerada de sais minerais, favorecendo a rápida multiplicação desses seres. As algas se reproduzem de tal forma na superfície da água que podem impedir a passagem de luz para as camadas mais profundas. Dessa forma, as algas que ali existem não podem fazer fotossíntese, e grande quantidade delas acaba morrendo, apodrecendo, acumulando no fundo e liberando substâncias tóxicas. A queda na quantidade de oxigênio dissolvido na água acaba também por matar animais como os peixes, cujos corpos ficam boiando na superfície.

Entre as algas unicelulares, destacaremos três grupos: o das euglenófitas, o das bacilariófitas e o das pirrófitas.

Page 5: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

5

Euglenófitas: também conhecidas como euglenas, são algas unicelulares que se locomovem por meio de um flagelo e vivem principalmente em água doce, mas também em água salgada. A Euglena viridis é um exemplo desse grupo de algas, possui predominantemente o pigmento verde da clorofila. Ela se reproduz por cissiparidade e, quando sua reprodução é intensa, a água pode adquirir uma coloração esverdeada.

Bacilariófitas: vivem na água doce ou salgada. Em sua maioria, são representadas pelas diatomáceas, algas unicelulares dotadas de uma carapaça protetora formada de sílica e que geralmente se reproduzem por cissiparidade. Os restos da parede celular das diatomáceas mortas podem se depositar no fundo do ambiente aquático e, com o tempo, formar uma material rico em sílica conhecido como diatomito. Esse material pode ter várias aplicações comerciais, como: confecção de certos cosméticos e pastas de dente; abrasivo fino para polimento de objetos de prata, por exemplo; fabricação de tijolos usados em construção civil.

Pirrófitas: também conhecidas como dinoflagelados, por serem dotadas de dois flagelos, as pirrófitas são algas unicelulares geralmente marinhas. Elas têm coloração esverdeada ou parda, na maioria das vezes, e reproduzem-se principalmente por cissiparidade; algumas têm a capacidade de emitir luz, fenômeno conhecido como bioluminescência.

REINO MONERA O reino monera é formado por bactérias e cianobactérias, todos seres muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem

núcleo diferenciado).

1. Bactéria: As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para a

saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos seres vivos.

Exemplos da importância das bactérias: Na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente; Agentes que provocam doença no homem; Em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do leite em coalhada; No ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas; Em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o hormônio de crescimento.

Se há um grupo de seres que apresenta grande diversidade metabólica, certamente é o das bactérias. Existem espécies heterótrofas

e espécies autótrofas. Dentre as primeiras, destacam-se as parasitas, as decompositoras de matéria orgânica e as que obtêm matéria orgânica de outros seres vivos, com os quais se associam sem prejudicá-los. Dentre as autótrofas, existem espécies que produzem matéria orgânica por fotossíntese e outras que produzem por quimiossíntese.

Bactérias Heterótrofas:

As bactérias parasitas são as que, por meio de inúmeros mecanismos, agridem outros seres vivos para a obtenção de alimento orgânico e causam inúmeras doenças. As decompositoras (frequentemente denominadas sapróvoras, saprofíticas ou saprofágicas) obtêm o alimento orgânico recorrendo à decomposição da matéria orgânica morta e são importantes na reciclagem dos nutrientes minerais na biosfera.

As que são associadas a outros seres vivos são denominadas de simbiontes, e não agridem os parceiros. É o caso das bactérias encontradas no estômago dos ruminantes (bois, cabras), que se nutrem da celulose ingerida por esses animais, fornecendo, em troca, aminoácidos essenciais para o metabolismo protéico do mesmo.

Muitas bactérias heterótrofas são anaeróbias obrigatórias, como o bacilo do tétano. São bactérias que morrem na presença de oxigênio. Nesse caso a energia dos compostos orgânicos é obtida por meio de fermentação. As anaeróbicas facultativas, por outro lado, vivem tanto na presença como na ausência de oxigênio.

Outras espécies só sobrevivem em presença de oxigênio - são as aeróbias obrigatórias. Um curioso grupo de bactérias é o que realiza a respiração aeróbia. Nessa modalidade de metabolismo energético existem todas as etapas típicas da respiração celular. Muda apenas o aceptor final de elétrons na cadeia respiratória. No lugar do oxigênio, essas bactérias utilizam nitrato, nitrito ou sulfato, obtendo no final, praticamente o mesmo rendimento energético verificado na respiração celular aeróbia. É o que ocorre com as bactérias desnitrificantes que participam do ciclo do nitrogênio na natureza. Nelas o aceptor final de elétrons é o nitrato.

Bactérias Autótrofas (Fotossintetizantes):

Nas bactérias que realizam fotossíntese, a captação da energia solar fica a cargo de uma clorofila conhecida como bacterioclorofila. A partir da utilização de substâncias simples do meio, ocorre a síntese do combustível biológico. De maneira geral, não há liberação de oxigênio. Como exemplo, podemos citar as bactérias sulforosas do gênero Chlorobium, que efetuam esse processo com a utilização de H2S e CO2, segundo a equação:

2H2S + CO2 + luz ------bacterioclorofila------------> (CH2) + 2S + H20

Note que é o gás sulfídrico, e não a água, que atua como fornecedor dos hidrogênios que servirão para a redução do gás carbônico. Não há a liberação de oxigênio. O enxofre permanece no interior das células bacterianas sendo, posteriormente eliminado para o meio em que vivem esses microorganismos, em geral fontes sulfurosas. Nesse processo, CH2O representa a matéria orgânica produzida.

Page 6: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

6

Reprodução das Bactérias:

Cissiparidade: A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma

posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).

Esporulação Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que

origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária.

Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de absoluta assepsia, costumam usar um processo especial, denominado autoclavagem, para esterilizar líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave, utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem.

A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos para eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal.

Reprodução sexuada Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para

outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir.

A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação. Doenças causadas por Bactérias:

As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças, como a tuberculose e a lepra, além de outras que você estudará a seguir.

Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por períodos de tempo incorreto. Isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a cura de várias infecções.

A seguir, as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano:

Tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu

descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Normalmente, associa-se o termo tuberculose com doença pulmonar. Na realidade, apesar de a tuberculose pulmonar ser a mais

comum, ela pode afetar outros órgãos, como rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc. Apesar das inúmeras localizações possíveis da doença, em cerca de 90% dos casos, inicia-se pelos pulmões

Nos adultos, é mais comum a tuberculose pulmonar, contraída pelo sistema respiratório, diretamente (gotículas de escarro) ou pela poeira contaminada.

Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de leite de vaca contaminado, podendo aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a óssea, na pele, etc.

Modo de contágio 1º passo - apesar de também atingir vários

órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver infectado com o bacilo nos pulmões.

2º passo - A disseminação acontece pelo ar. O espirro de uma pessoa infectada joga no ar cerca de dois milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de 3,5 mil partículas são liberadas.

3º passo - Os bacilos da tuberculose jogados no ar permanecem em suspensão durante horas. Quem respira em um ambiente por onde passou um tuberculoso pode se infectar.

Sintomas:

Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias); Febre; Suor noturno (que chega a molhar o lençol) Dor no tórax; Perda de peso lenta e progressiva; Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para nada).

Page 7: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

7

A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as formas mais graves da doença. Se houver a contaminação, o tratamento consiste basicamente na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O tratamento dura em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as medicações corretamente, as chances de cura chegam a 95%. É fundamental não interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.

Hanseníase O Brasil é o segundo país com maior número de casos de Hanseníase do mundo, perdendo apenas para a Índia. Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge principalmente a pele e os nervos (em especial os da face e extremidades, como

braços e mãos; pernas e pés). Ela é causada por uma bactéria, mais conhecida como Bacilo de Hansen. Há registros de Hanseníase desde a Antiguidade. A doença era conhecida como Lepra. As pessoas infectadas eram discriminadas e

obrigadas a viver fora da sociedade, além de sofrer as consequências da própria doença. Na época sem cura e sem tratamento, a Lepra causava deformidades.

Hoje, a situação é muito diferente. Hanseníase tem cura e, se tratada nos estágios iniciais, não deixa sequelas. Além disso, o paciente com Hanseníase, quando tratado precocemente, pára de transmitir a doença já nas primeiras doses dos medicamentos. Por isso mesmo não há mais razão para estigmas ou exclusão social.

A Hanseníase pode ser transmitida por contato físico, mas é normalmente propagada pelas vias aéreas, após contato frequente com a pessoa doente. Ou seja, não basta uma conversa ou um encontro eventual para pegar a doença. É mesmo necessário convívio íntimo e prolongado com os doentes. Para você ter uma idéia, uma pessoa é considerada suspeita de possuir Hanseníase após um contato mínimo de 5 anos com o indivíduo doente. Isso geralmente acontece quando o doente faz parte da família e mora na mesma casa.

Os sintomas frequentes da Hanseníase: formigamento, dor nos nervos e perda de sensibilidade às temperaturas, à dor e aos estímulos táteis, além das manchas brancas ou avermelhadas. Dependendo do nervo afetado, há outros sintomas:perda de visão por lesão da córnea; paralisia da mão, que fica em forma de “garra”, alterações no suor; impossibilidade de flexão do pé (fica “caído”).

Tétano É uma infecção grave causada pela toxina de uma bactéria chamada clostridium que entra no organismo por lesões de pele tais

como cortes, arranhaduras, mordidas de bicho. O tétano não é doença contagiosa. O modo de contágio se dá, devido a bactéria é encontrada nas fezes de animais ou humanos que se depositam na areia ou na terra.

A infecção se dá pela entrada das bactérias por qualquer tipo de ferimento na pele contaminado com areia ou terra. Queimaduras e tecidos necrosados também são porta de entrada para a bactéria.

A toxina da bactéria causa espasmos musculares, inicialmente nos músculos do pescoço e da mastigação (trismo e riso sardônico), causando rigidez progressiva, até atingir os músculos respiratórios.

A prevenção é feita principalmente pela vacinação da população, pela rotina e pelos reforços a cada 10 anos. A população também deve ser ensinada de que todos os ferimentos sujos, fraturas expostas, mordidas de animais e queimaduras

devem ser bem limpos e tratados adequadamente para não proliferar a bactéria pelo organismo.

Difteria A difteria é uma doença provocada pela bactéria Corynebacterium diphteriae que é transmitida por contato físico com um doente ou

por respirar suas secreções. Permanece incubada por até seis dias multiplicando-se na faringe. Apesar de se manifestar o ano todo, a doença ataca principalmente nos períodos de outono e inverno.

A doença pode ser mortal se suas toxinas forem liberadas no sangue, pois provoca a morte celular do fígado, rins, glândulas adrenais, coração e nervos, fazendo com que estes se tornem insuficientes e ainda paralisem. Quando contagia crianças menores de quinze anos, pode matar em cerca de 20% dos casos. Também pode ocorrer em adultos, mas sua maior manifestação ocorre em crianças.

Os sintomas são: náuseas, vômitos, dor de garganta, dificuldade para engolir, calafrio, tosse, fadiga, febre alta, inchaço nos gânglios linfáticos e pressão baixa.

O tratamento contra a doença é feito com medicamentos anti-toxinas e bactericidas. Previne-se a doença através da vacina tríplice dada a bebês a partir do segundo mês de vida. Também pode adquirir imunidade

quando os anticorpos maternos são inseridos no organismo do bebê pela placenta.

Leptospirose A leptospirose é uma doença bacteriana, que afeta humanos e animais, causada pela bactéria do gênero Leptospira. É transmitida

pela água e alimentos contaminados pela urina de animais, principalmente o rato. É uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam sem proteção em águas contaminadas.

Em humanos a leptospirose causa uma vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos, dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal. Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de sangue ou urina.

Coqueluche É uma das mais famosas doenças da infância, causada pela bactéria Haemophilus pertussi, que se instala na mucosa das vias

respiratórias (laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos). A proliferação das bactérias causa forte irritação, com grande produção de muco (catarro). Toxinas produzidas pelas bactérias irritam

terminações nervosas, desencadeando acessos de tosse, típicos da doença.

Page 8: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

8

A coqueluche é prevenida pela vacina tríplice, que protege também contra a difteria e o tétano. Essa vacina é administrada em três doses, uma a cada trinta dias, a partir do segundo mês de vida

Gonorréia Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra no homem e

vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro frequentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e ardência ao urinar. Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos).

A forma de transmissão se dá pela relação sexual. E a forma de prevenção e feita pelo o uso da camisinha.

Sífilis É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida

nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.

A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).

Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto prazo, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.

2. Cianobactérias

Extremamente parecidas com as bactérias, as cianobactérias são também procariontes. São todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas células não possuem cloroplastos. A clorofila, do tipo a, fica dispersa pelo hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes, que são ramificações da membrana plasmática.

Além da clorofila, possuem outros pigmentos acessórios, como os carotenóides (pigmentos semelhantes ao caroteno da cenoura), ficoeritrina (um pigmento de cor vermelha, típico das cianobactérias encontradas no Mar vermelho) e a ficocianina (um pigmento de cor azulada, que originou o nome das cianobactérias, anteriormente denominadas "algas azuis") . Elas vivem no mar, na água doce e em meio terrestre úmido.

Há espécies que possuem células isoladas e outras que formam colônias de diferentes formatos.

A reprodução nas cianobactérias Nas cianobactérias unicelulares, a reprodução

assexuada dá-se por divisão binária da célula.

Nas espécies filamentosas, é comum a ocorrência

de fragmentação do filamento, produzindo-se

vários descendentes semelhantes geneticamente

uns aos outros. A esses fragmentos contendo

muitas células dá-se o nome de homogônios.

Page 9: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

9

REINO FUNGI Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu

(champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.

Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.

Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.

Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

MuitoS fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam a fermentação. Destes últimos, alguns são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de

preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar em álcool etílico e CO2 (fermentação alcoólica), na ausência de O2.

Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort.

Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo. Doenças Causadas por Fungos:

As micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo.

São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta). As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se

manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa. Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave

que ataca os pulmões.

Estrutura

Os fungos são compostos por Hifas, que são filamentos de células que formam uma rede, chamada de micélio. Este, se extende até o alimento, e realiza a absorção de seus nutrientes (veja "Alimentação").

Page 10: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

10

Alimentação:

Os fungos não possuem clorofila, como nas plantas, por isso não podem realizar fotossíntese, e consequentemente, não produzem seu próprio alimento. Eles soltam ao seu redor uma substância chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma enzima digestiva. Essas enzimas digerem moléculas orgânicas do ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento que foi digerido pelas exoenzimas.

Existem dois nichos ecológicos para os fungos: decompositores e parasitas. A diferença entre os dois é que os parasitas se fixam em organismos vivos, enquanto os decompositores se fixam em organismos mortos. Os parasitas ainda podem ser insectívoros ou helmintívoros, respectivamente, comedores de insetos ou minhocas. O primeiro, libera uma substância pegajosa à sua volta, onde moscas e pequenos insetos ficam presos e são digeridos pelas exoenzimas. O segundo, o fungo libera substâncias tranquilizantes que imobilizam as minhocas.

Reprodução

Os fungos terrestres podem se reproduzir sexuada e assexuadamente. Reprodução Assexuada: O Penicillium, um tipo de fungo terrestre, gere através da mitose, células chamadas conidiósporos, que são

jogadas no ambiente. Cada uma dessas células poderá gerar um novo ser, dependendo do local onde cair (como um pão, ou frutas).

Reprodução Sexuada: Um ótimo exemplo de fungo que se reproduz sexuadamente é o champignon, muito utilizada na culinária de

alguns países. Ele é um cogumelo (corpo de frutificação) que produz esporângios com formato de raquete de tênis, que se chamam

basídios. Dentro de cada basídio ocorre uma meiose, originando quatro células, chamadas de basidiósporos. Eles são liberados no

ambiente através do brotamento, a partir do basídio. Os basidiósporos irão se desenvolver em local apropriado, feito pelo criador de

champignons. Ele também irá organizar um micélio haplóide. A junção de hifas haplóides origina um micélio diplóide. Este, irá crescer

e se tornar um cogumelo, completando o ciclo.

REINO DAS PLANTAS (PLANTAE) As plantas são seres pluricelulares e eucariontes. Nesses aspectos elas são semelhantes aos animais e a muitos tipos de fungos;

entretanto, têm uma característica que as distingue desses seres - são autotróficas. Como já vimos, seres autotróficos são aqueles que produzem o próprio alimento pelo processo da fotossíntese.

Utilizando a luz, ou seja, a energia luminosa, as plantas produzem a glicose, matéria orgânica formada a partir da água e do gás carbônico que obtêm do alimento, e liberam o gás oxigênio.

Há cerca de 500 milhões de anos, as plantas iniciaram a ocupação do ambiente terrestre. Este ambiente oferece às plantas vantagens como: maior facilidade na captação da luz, já que ela não chega às grandes profundidades da água, e facilidade da troca de gases, devido à maior concentração de gás carbônico e gás oxigênio na atmosfera. Esses fatores são importantes no processo da respiração e da fotossíntese. Classificação das plantas

As plantas cobrem boa parte dos ambientes terrestres do planeta. Vistas em conjunto, como nesta foto, parecem todas iguais. Mas na realidade existem vários tipos de planta e elas ocupam os mais diversos ambientes.

Você já sabe que para classificar, ou seja, organizar diversos objetos ou seres em diferentes grupos,é preciso determinar os critérios através dos quais identificaremos as semelhanças e as diferenças entre eles.

Vamos ver agora como as plantas podem ser classificadas.

O reino das plantas é constituído de organismos pluricelulares, eucariontes, autótrofos fotossintetizantes.

É necessário definir outros critérios que possibilitem a classificação das plantas para organizá-las em grupos menos abrangentes que o reino.

Em geral, os cientistas consideram como critérios importantes:

a característica da planta ser vascular ou avascular, isto é, a presença ou não de vasos condutores de água e sais minerais (seiva bruta) e matéria orgânica (a seiva elaborada);

ter ou não estruturas reprodutoras (semente, fruto e flor) ou ausência delas. Os nomes dos grupos de plantas

Criptógama: palavra composta por cripto, que significa escondido, e gama, cujo significado está relacionado a gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura reprodutiva escondida". Ou seja, sem semente.

Page 11: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

11

Fanerógama: palavra composta por fanero, que significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva visível". São plantas que possuem semente.

Gimnosperma: palavra composta por gimmno, que significa descoberta, e sperma, semente. Esta palavra significa, portanto, "planta com semente a descoberto" ou "semente nua".

Angiosperma: palavra composta por angion, que significa vaso (que neste caso é o fruto) e sperma, semente. A palavra significa, "planta com semente guardada

1. Briófitas

Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;

cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;

filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

Devido a ausência de vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas são sempre pequenas, baixas.

Musgos e hepáticas são os principais representantes das briófitas. O nome hepáticas vem do grego hepathos, que significa 'fígado'; essas plantas são assim chamadas porque o corpo delas lembra a forma de um fígado.

Os musgos são plantas eretas; as hepáticas crescem "deitadas" no solo. Algumas briófitas vivem em água doce, mas não se conhece nenhuma espécie marinha.

Reprodução das briófitas

Em algumas espécies de musgos, as estruturas reprodutivas masculinas e femininas podem ser encontradas conjuntamente em uma mesma planta ou isolada em plantas distintas, com gametófito atingindo de 5 a 10 cm de altura.

Quando maduro, no alto do gametófito se desenvolve um órgão que na planta masculina é denominado de anterídio, e na feminina chamado de arquegônio. No interior do anterídio são produzidos os anterozoides (gametas biflagelados), e no arquegônio, a oosfera.

Em decorrência à chuva ou concentração do orvalho, os anterozoides se deslocam em direção ao arquegônio, para assim fecundar a oosfera. Inicia-se a partir de então a fase esporofítica do ciclo, surgindo, no extremo superior do gametófito feminino, um esporófito diploide cujo ápice possui uma cápsula contendo em seu interior esporos haploides, provenientes de meiose (divisão celular reducional).

Esses esporos, após serem expelidos da cápsula, são dispersos pela água, vento ou animais. Em razão da capacidade latente do metabolismo, são resistentes às intempéries (calor e baixa umidade), germinando apenas quando as condições são propícias, formando um novo gametófito, reiniciando o ciclo.

2. Pteridófitas

Samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas. A palavra pteridófita vem do grego pteridon, que significa 'feto'; mais phyton, 'planta'. Antes da invenção das esponjas de aço e de outros produtos, pteridófitas como a "cavalinha", cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo e tem folhas muito ásperas, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza. Atualmente, a importância das pteridófitas para o interesse humano restringe-se, principalmente, ao seu valor ornamental. É comum casas e jardins serem embelezados com samambaias e avencas, entre outros exemplos.

Ao longo da história evolutiva da Terra, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a apresentar um sistema de vasos condutores de nutrientes. Isso possibilitou um transporte mais rápido de água pelo corpo vegetal e favoreceu o surgimento de plantas de porte elevado. Além disso, os vasos condutores representam uma das aquisições que contribuíram para a adaptação dessas plantas a ambientes terrestres.

Page 12: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

12

Samambaia

Xaxim

O corpo das pteridófitas possui raiz, caule e folha. O caule das atuais pteridófitas é em geral subterrâneo, com desenvolvimento

horizontal. Mas, em algumas pteridófitas, como os xaxins, o caule é aéreo. Em geral, cada folha dessas plantas divide-se em muitas partes menores chamadas folíolos.

A maioria das pteridófitas é terrestre e, como as briófitas, vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

Reprodução das pteridófitas A estrutura reprodutiva destes vegetais apresenta vários arquegônios contendo a oosfera (gameta feminino), e os anterídios

produzindo os anterozoides multiflagelados (gametas masculinos). Em condições adequadas, as paredes do anterídio se rompem, liberando os anterozoides que nadam até o arquegônio, penetrando

por um canal, atingindo a oosfera (este mesmo processo também ocorre nas briófitas). O zigoto germina sobre a planta-mãe, dando origem ao esporófito dominante, que possui esporos contidos nos esporângios reunidos

em soros. Esses esporos, ao germinarem, darão origem a uma nova planta-mãe (o gametófito denominado de protalo).

3. Gimnospermas

As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado. Nesse grupo incluem-se plantas como pinheiros, as sequóias e os ciprestes.

As gimnospermas possuem raízes, caule e folhas. Possuem também ramos reprodutivos com folhas modificadas chamadas estróbilos. Em muitas gimnospermas, como os pinheiros e as sequóias, os estróbilos são bem desenvolvidos e conhecidos como cones - o que lhes confere a classificação no grupo das coníferas.

Há produção de sementes: elas se originam nos estróbilos femininos. No entanto, as gimnospermas não produzem frutos. Suas sementes são "nuas", ou seja, não ficam encerradas em frutos.

Araucárias, tipo de conífera.

Reprodução das gimnospermas No processo de reprodução, os cones masculinos liberam esporos, também de grãos pólen, que se espalham através do movimento

dos ventos até encontrarem os cones femininos, que produzem a oosfera, formando um zigoto. Assim, no interior da pinha são formados os pinhões, produtos dos óvulos fecundados. Normalmente, após um ano, a pinha se abre e deixa cair os pinhões, que levados pelo vento, originarão uma nova planta se acharem condições adequadas.

Page 13: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

13

Nos pinheiros, as sementes são chamadas pinhões. Uma vez formados os pinhões, o cone feminino passa a ser chamado pinha. Se espalhadas na natureza por algum agente disseminador, as sementes podem germinar. Ao germinar, cada semente origina uma nova planta.

A semente pode ser entendida como uma espécie de "fortaleza biológica", que abriga e protege o embrião contra desidratação, calor, frio e ação de certos parasitas. Além disso, as sementes armazenam reservas nutritivas, que alimentam o embrião e garantem o seu desenvolvimento até que as primeiras folhas sejam formadas. A partir daí, a nova planta fabrica seu próprio alimento pela fotossíntese.

4. Angiospermas A palavra angiosperma vem do grego angeios, que significa 'bolsa', e sperma, 'semente'. Essas plantas representam o grupo mais

variado em número de espécies entre os componentes do reino Plantae ou Metaphyta.

Flores e frutos: aquisições evolutivas As angiospermas produzem raiz, caule, folha, flor, semente e fruto. Considerando essas estruturas, perceba que, em relação às

gimnospermas, as angiospermas apresentam duas "novidades": as flores e os frutos.

A flor e o fruto do maracujá As flores podem ser vistosas tanto pelo colorido quanto pela forma; muitas vezes também exalam odor agradável e produzem um

líquido açucarado - o néctar - que serve de alimento para as abelhas e outros animais. Há também flores que não têm peças coloridas, não são perfumadas e nem produzem néctar.

Coloridas e perfumadas ou não, é das flores que as angiospermas produzem sementes e frutos.

As partes da flor Os órgãos de suporte – órgãos que sustentam a flor, tais como:

pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo.

receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais. Órgãos de proteção- Órgãos que envolvem as peças reprodutoras propriamente ditas, protegendo-as e ajudando a atrair animais

polinizadores. O conjunto dos órgãos de proteção designa-se perianto. Uma flor sem perianto diz-se nua.

cálice – conjunto de sépalas, as peças florais mais parecidas com folhas, pois geralmente são verdes. A sua função é proteger a flor quando em botão. A flor sem sépalas diz-se assépala. Se todo o perianto apresentar o mesmo aspecto (tépalas), e for semelhante a sépalas diz-se sepalóide. Neste caso diz-se que o perianto é indiferenciado.

corola – conjunto de pétalas, peças florais geralmente coloridas e perfumadas, com glândulas produtoras de néctar na sua base, para atrair animais. A flor sem pétalas diz-se apétala. Se todo o perianto for igual (tépalas), e for semelhante a pétalas diz-se petalóide. Também neste caso, o perianto se designa indiferenciado.

Page 14: CIÊNCIAS - cienciasdv.files.wordpress.com · Protista - Monera - Fungi - Plantae. 2 REINO PROTISTA Os protistas são seres vivos unicelulares e eucariontes; portanto possuem núcleo

14

Órgãos de reprodução folhas férteis modificadas,

localizadas mais ao centro da flor e designadas esporófilos. As folhas férteis masculinas formam o anel mais externo e as folhas férteis femininas o interno.

androceu – parte masculina da flor, é o conjunto dos estames. Os estames são folhas modificadas, ou esporófilos, pois sustentam esporângios. São constituídas por um filete (corresponde ao pecíolo da folha) e pela antera (corresponde ao limbo da folha);

gineceu – parte feminina da flor, é o conjunto de carpelos. Cada carpelo, ou esporófilo feminino, é constituído por uma zona alargada oca inferior designada ovário, local que contém óvulos. Após a fecundação, as paredes do ovário formam o fruto. O carpelo prolonga-se por uma zona estreita, o estilete, e termina numa zona alargada que recebe os grãos de pólen, designada estigma. Geralmente o estigma é mais alto que as anteras, de modo a dificultar a autopolinização. Os frutos contêm e protegem

as sementes e auxiliam na dispersão na natureza. Muitas vezes eles são coloridos, suculentos e atraem animais diversos, que os utiliza como alimento. As sementes engolidas pelos animais costumam atravessar o tubo digestivo intactas e são eliminadas no ambiente com as fezes, em geral em locais distantes da planta-mãe, pelo vento, por exemplo. Isso favorece a espécie na conquista de novos territórios.

BIBLIOGRAFIA: Valle, Cecilia-Coleção Ciências e Sociedade- Editora Positivo-2005 Cruz, Daniel- Coleção tudo é Ciências- Editora Ática -2007 Paula, Maria da c.Ferreira - Vimieiro, Maria das G.Monteiro – Schwenck,Terezinha do Carmo-Coleção Ciência Ação e transformação- Editora do Brasil-2003.

http://www.infoescola.com , http://www.sobiologia.com.br , http://www.webciencia.com