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Metodologia do Trabalho Científico

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Metodologia do Trabalho Científico

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Adélia cristina tortoreli

Mestrado em Educação - UEM.

Pós-graduação em Docência do Ensino Superior - Unicesumar.

Graduação em Pedagogia - UEM

Eu sou a professora Adélia Cristina Tortoreli. Mestre pelo programa de

Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá –

linha de pesquisa Formação de Professores – Departamento de Teoria e

Prática (2011). Graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de

Maringá (2007). Especialização em Docência no Ensino Superior pelo

Centro Universitário de Maringá (UniCesumar) (2008). Sou professora

de Pós-graduação Lato-sensu em Cursos de Educação. Coordenado-

ra de Pós-graduação Lato-sensu Docência no Ensino Superior Centro

Universitário de Maringá (UniCesumar). Atualmente, sou professora dos

cursos de Artes Visuais e Música no Centro Universitário de Maringá

(UniCesumar). Professora dos anos iniciais do ensino fundamental, da

prefeitura Municipal de Maringá. Tutora a distância do Núcleo de Edu-

cação a Distância (NEAD) da Universidade Estadual de Maringá, no

curso de Licenciatura em Pedagogia.

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Olá, caro(a) aluno(a)!

É com grande satisfação que entregamos a você o livro METODOLOGIA DO TRA-

BALHO CIENTÍFICO. O nosso objetivo é apresentar um compilado de informações e

conhecimentos que auxiliarão na compreensão dos métodos e metodologias aqui apre-

sentados, assim como identificar os principais tipos de pesquisa. Estas e outras informa-

ções adicionais permitirão a construção de um pré-projeto ou projeto de pesquisa, culmi-

nando na elaboração do trabalho de conclusão de curso.

Temos ciência da incompletude do nosso trabalho em função da quantidade significa-

tiva de livros e trabalhos já publicados na área. Todavia, o fizemos com toda a responsa-

bilidade que o limite de páginas permitiu.

Esclarecemos, ainda, que devido à grande produção acadêmica, trouxemos para o di-

álogo alguns autores e estudiosos, os quais alicerçaram a nossa caminhada metodológica

e teórica. Isso não significa que os não eleitos por nós não dispõem da mesma enverga-

dura teórica e que não contribuíram de forma significativa e qualitativa para a condução

do nosso trabalho. A escolha e opção foram feitas tão e somente pelas limitações das

páginas desse compilado.

Gostaríamos de acrescentar, ainda, que é imperativo que você consulte as referências

originais que foram utilizadas neste livro. Procuramos ser fiéis aos conceitos e orientações

aqui apresentados. Todavia, a construção do saber é sempre uma transposição didática.

Nesse sentido, existe espaço para aprofundamento e análise.

Destarte, gostaríamos que este livro servisse como um apoio para os seus estudos. Nesse

sentido, não hesite em fazer anotações, grifar ou grafar termos ou expressões que podem

aparecer tanto para elucidar as suas dúvidas quanto para sugerir leituras mais aprofundadas.

Por fim, desejamos que a sua caminhada na pesquisa científica possibilite encontros teóricos

e práticos. E, como último recado, permita-nos uma sugestão: siga sempre as orientações e as

normas acadêmicas e adote uma postura de diálogo com o seu(sua) orientador(a).

Foi um prazer escrever este livro para você!

Um abraço carinhoso.

Professora Adélia

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicosunidade 1

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicosAdélia Cristina Tortoreli

Olá, caro(a) aluno(a)!

Nesta unidade, intitulada “Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos”, aborda-

remos as questões iniciais e introdutórias que contribuirão para a futura construção do projeto de pesquisa e

a elaboração do projeto e do Trabalho e Conclusão, que serão discutidos em unidades posteriores.

Neste momento, o nosso objetivo é que você perceba a Ciência enquanto uma resposta sempre pro-

visória para a resolução de problemas complexos. Para fazer pesquisa é necessário conhecer diferentes

métodos e delineamentos de pesquisa.

Para o alcance desses objetivos iniciais, apresentaremos, no primeiro momento, os diferentes tipos

de conhecimento, a saber: conhecimento empírico, conhecimento científico, conhecimento filosófico,

conhecimento teológico e conhecimento sócio-jurídico. Cada um desses conhecimentos apresenta obje-

tivos distintos entre si e procuram responder a realidade de forma muito particular.

Na sequência, comunicaremos a evolução histórica do método científico, como forma de perceber o

pensamento vigente de cada período histórico e os principais pensadores de cara período.

No momento seguinte, serão apresentados os métodos gerais mais adotados nas ciências humanas

e nas ciências sociais, a partir da elaboração de Gil (2002). Cada desses métodos têm as suas próprias

regras de investigação e explicação dos fatos, a fim de oferecer soluções para os problemas epistemo-

lógicos da investigação científica.

Por fim, apresentaremos alguns tipos de pesquisa e os seus delineamentos. A pesquisa possibilita uma

aproximação e um entendimento da realidade a seguir investigada. O pesquisador tem à sua disposi-

ção uma variedade de formatos de pesquisas.

Esperamos que essa unidade propicie momentos de conhecimento e reflexão.

Um abraço!

Professora Adélia.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Figura 1.1 - Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Fonte: Dotshock, 123RF.

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Ao longo desta unidade apresentaremos algumas definições, critérios, conheci-

mentos e métodos científicos que auxiliarão na compreensão do objetivo da ciência,

enquanto entendimento essencial para a formulação do projeto de pesquisa e a

elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, que serão abordados em unidades

posteriores. Para melhor compreensão, procuramos elaborar perguntas e quadros

que sintetizam as informações.

Vamos começar?

Os diferentes tipos de conhecimento O que é conhecimento ?

Na definição de Fonseca (2002, p. 10), o homem apropria-se do conhecimento

de diferentes formas, num permanente esforço para interpretar o universo.

[...] o homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage

com a natureza e os objetos à sua volta, interpretando o universo a partir das

referências sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do conheci-

mento através das sensações, que os seres e os fenômenos lhe transmitem. A

partir dessas sensações elabora representações. Contudo essas representa-

ções, não constituem o objeto real. O objeto real existe independentemente

de o homem o conhecer ou não. O conhecimento humano é na sua essência

um esforço para resolver contradições, entre as representações do objeto e a

realidade do mesmo.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Para Castilho, Borges e Pereira (2011, p. 15-16), o conhecimento pode ser

classificado, de modo geral, em cinco níveis de conhecimento, a saber:

Figura 1.2 - Cinco níveis de conhecimento

Fonte: a autora.

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Atividade

1. Antes de realizar uma pesquisa é preciso que o pesquisador conheça os diferentes

tipos de conhecimento. “O homem se apropria do conhecimento de diferentes for-

mas, num permanente esforço para interpretar o universo”. (FONSECA, 2002, p.

10). Em nossos estudos, comentamos sobre o conhecimento filosófico. Com base

nesse conhecimento, leia as assertivas e assinale a correta.

a. O conhecimento filosófico pauta-se em ideias, conceitos, observações, reflexões e

experiências.

b. Caracteriza-se pela sua capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar,

de induzir, de aplicar leis e de predizer com segurança eventos similares futuros.

c. Baseia-se na relação dos fatores sociais e políticos com a ordem normativa, ou seja, o

liame entre a ordem jurídica e a ordem sociopolítica.

d. Exige a comprovação científica no âmbito das ciências sociais. Apoia-se em doutrinas e

no conhecimento revelado.

e. É o modo comum, espontâneo e pré-crítico que o homem tem de conhecer tudo o que

acontece ao seu redor. Não exige comprovação científica.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Método científicos

Figura 1.3 - Os método científicos

Fonte: Wang Shih-wei, 123RF.

Caro(a) aluno(a), o objetivo fundamental da ciência é chegar à veracidades

dos fatos. Nesse sentido:

Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se neces-

sário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibili-

tou chegar a esse conhecimento. [...] Considerando esse grande número de

métodos científicos, surge o interesse em classificá-los (GIL, 2002, p. 27).

Mas antes de iniciarmos os nossos estudos referentes aos diferentes métodos,

vamos conhecer de forma introdutória a evolução histórica do método científico.

Muitos pensadores e filósofos de um passado que remonta do século IV ao XX

manifestaram interesse em definir um método universal, aplicável e que atendesse

aos diferentes ramos do conhecimento. Pode-se dizer que, em cada período histó-

rico, os homens tentaram buscar métodos que respondessem às inquietações de seu

tempo. E, atualmente, a ciência dispõe de uma variedade de métodos.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Figura 1.4 - Metodologia Científica

Fonte: Keith Bell, 123RF.

Com base na compilação de Prodanov e Freitas (2013, p. 25), apresentaremos

a evolução histórica do método científico.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Período histórico Pensadores Principal contribuição

Grécia Antiga Euclides, Platão,

Aristóteles, Arquimedes, Tales, Ptolomeu

Além das chamadas questões metafísicas, trataram também da geometria, da matemática, da física, da

medicina etc., imprimindo uma visão totalizante às suas interpretações.

Séculos IV – XIIISanto Agostinho, São

Tomás de Aquino

Transformação dos textos bíblicos em fonte de autoridade científica e, de modo geral, a existência de

uma atitude de preservação/contemplação da natureza, considerada sagrada.

Séculos XVI – XVIICopérnico, Kepler, Galileu

e Newton

Ruptura com a estrutura teológica e epistemológica do período medieval e início da busca por uma

interpretação matematizada e formal do real. O método acontecendo em dois momentos: a indução e a

educação

Séculos XVI – XVIIBacon, Hobbes, Locke,

Hume e MillAprofundamento da questão da indução, lançamento

das bases para o método indutivo-experimental.

Séculos XVI – XVII Descartes Método dedutivo.

Século XVIII KantSujeito como ordenador e construtor da experiência: só

existe o que é pensado.

Século XVIII Hegel “O processo histórico.”

Século XIX Marx

Explicações verdadeiras para o que ocorre no real não vão se verificar através do estabelecimento de

relações causais ou relações de analogia, mas sim no desvelamento do “real aparente” para chegar no “real

concreto”.

Século XX Popper

Propõe que o indutivismo seja substituído por um modelo hipotético-dedutivo, ressaltando que o que deve ser testado não é a possibilidade de verificação, mas sim

a de refutação de uma hipótese.

Século XX Kuhn

O método em dois momentos: a ciência trabalha para ampliar e aprofundar o aparato conceitual do

paradigma, ou, num momento de crise, trabalha pela superação do paradigma dominante.

Quadro 1.1 - Evolução histórica do método científico.

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013, p. 25).

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Mas, quais são as características básicas dos métodos gerais?

“Os métodos gerais procuram garantir ao pesquisador a objetividade necessária

ao tratamento dos fatos [...]. Oferecem normas bastante gerais destinadas a esta-

belecer a ruptura dos objetos científicos com os do senso comum” (GIL, 2002, p. 28).

Mediante esses métodos, qual a atitude do pesquisador?

Segundo Gil (2002, p. 28):

[...] o pesquisador pode decidir acerca do alcance da investigação, das

regras de explicação dos fatos e da validade das generalizações. Pode-se

dizer que os métodos gerais têm como objetivo fundamental oferecer solu-

ções para os problemas epistemológicos da investigação científica .

De acordo com Gil (2002), os três métodos gerais mais adotados nas ciências

humanas são:

Método hipotético dedutivo - método dialético - método fenomenológicoMétodo dedutivo

O método dedutivo é proposto pelos racionalistas Leibniz, Spinoza e Descartes.

Esse método encontra vasta aplicação na matemática e na física. Nas ciências

sociais, seu método é restrito, em razão da dificuldade em obter argumentos gerais.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

O método dedutivo, de acordo com a acepção clássica, é o que parte do

geral e, a seguir, desce ao particular. O raciocínio dedutivo parte dos princí-

pios considerados como verdadeiros e indiscutíveis para chegar a conclusões

de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica

(GIL, 2002, p. 28).

Para Prodanov e Freitas (2013, p. 25): “[...] O raciocínio dedutivo tem o objetivo

de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em

ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão”.

O raciocínio dedutivo é constituído de duas premissas, uma maior e outra menor.

A terceira decorrente das duas primeiras é chamada de conclusão. Exemplo de

raciocínio indutivo, com base em Gil (2002, p. 28):

Todo homem é mortal (premissa maior)

Pedro é homem. (premissa menor)

Pedro é mortal (conclusão)

Método indutivoO método indutivo procede inversamente ao método dedutivo. É responsável

pela generalização. Parte-se do particular para o generalizado, em outras pala-

vras para uma questão mais ampla e geral. O raciocínio indutivo influenciou o

pensamento científico. Passou a ser considerado o método das ciências sociais. Esse

reconhecimento ocorreu a partir dos trabalhos de Francis Bacon (1521-1526).

Para Lakatos e Marconi (2011, p. 86):

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados

particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argu-

mentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do

que o das premissas nas quais se basearam.

Gil (2002, p. 29) apresenta um exemplo clássico de aplicação do método indutivo.

[...] Um exemplo clássico de aplicação desse método é o dos cisnes: somente

depois de se verificar os casos particulares dos cisnes é que se pode emitir a

conclusão geral que todos os cisnes são brancos. De acordo com o raciocí-

nio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas

constatada a partir da observação de um número de casos suficientemente

confirmadores da suposta realidade.

No método indutivo parte-se das observações dos fatos ou fenômenos cujas cau-

sas queremos conhecer. Procede-se à generalização, com base na relação entre dois

fatos ou fenômenos. Verifiquemos o exemplo, citado por Prodanov e Freitas

(2013, p.28):

Antônio é mortal.

João é mortal.

Paulo é mortal.

...

Carlos é mortal.

Ora, Antônio, João, Paulo ... e Carlos são homens.

Logo, (todos) os homens são mortais.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Com base em Lakatos e Marconi (2011, p. 91), seguem mais dois exemplos de

argumentos dedutivos e indutivos.

DEDUTIVOMamífero tem um coração.

Ora, todos os cães são mamíferos.Logo, todos os cães têm um coração.

INDUTIVOTodos os cães que foram observados tinham um coração.

Logo, todos os cães têm um coração.

Quadro 1.2 - Exemplos de argumentos dedutivos e indutivos

Fonte: Lakatos e Marconi (2011, p. 91).

Observemos as principais diferenças entre os argumentos dedutivos e indutivos:

DEDUTIVOS INDUTIVOS

I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira.

I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente

verdadeira.

II. Toda a informação ou o conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.

II. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.

Quadro 1.3 - As diferenças entre argumentos dedutivos e indutivos

Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (2011, p. 91).

Na concepção de Lakatos e Marconi (2011, p. 92), esses dois tipos de argumen-

tos têm finalidades distintas: “[...] o dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo

das premissas; o indutivo tem o objetivo de ampliar o alcance dos conhecimentos.”

O método indutivo, apesar do seu reconhecimento, recebeu várias críticas, no

século XVIII. Karl Popper ”[...] e outros autores propõem que a ciência se construa a

partir do método hipotético-dedutivo” (GIL, 2002, p. 30).

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Método hipotético-dedutivoO método hipotético-dedutivo, proposto por Karl Popper, consiste no seguinte

raciocínio:

[...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insu-

ficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar

explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou

hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deve-

rão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências

deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo

custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, pro-

curam-se evidências empíricas para derrubá-la (GIL, 2002, p. 12).

É preciso reconhecer que nem sempre é possível fazer uma distinção clara e obje-

tiva do método hipotético-dedutivo, isso porque ambos baseiam-se na observação.

O esquema a seguir, proposto por Galtung (1967, p. 453) e citado por Gil

(2007), esclarece essas diferenças:

a) Uma hipótese é dita sustentável se for confirmada: é chamada de

proposição;

b) Uma hipótese é dita válida se for dedutível: é chamada teorema;

c) Um sistema de hipóteses sustentáveis é chamado sistema indutivo;

d) Um sistema de hipóteses válidas é chamado de sistema dedutivo;

e) Um sistema indutivo-dedutivo (hipotético-dedutivo), ou teoria científica,

é um sistema no qual determinadas hipóteses válidas são sustentáveis e

nenhuma (ou quase nenhuma) insustentável (GIL, 2002, p. 31)

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Atividade

2. Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário

identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou,

em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conheci-

mento. [...] Considerando esse grande número de métodos científicos, surge o inte-

resse em classificá-los (GIL, 2002, p. 27). ^p^Com base no exposto e no método,

leia as assertivas e assinale a correta.

a. O método indutivo, de acordo com a acepção clássica, é o que parte do geral e, a seguir,

desce ao particular.

b. O método dedutivo parte do particular para o generalizado. O raciocínio dedutivo

influenciou o pensamento científico.

c. No método dialético os eventos não são isolados, ao contrário, são ligados entre si e

sofrem dependência um do outro.

d. No método dialético, para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são

formuladas conjecturas ou hipóteses.

e. No método dedutivo, se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente

verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

Como se inicia a pesquisa científica com a abordagem hipotético-dedutiva?

A pesquisa científica, com abordagem hipotético-dedutiva, inicia-se com a

formulação de um problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

facilitar a obtenção de um modelo simplificado e a identificação de outros

conhecimentos e instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o pes-

quisador em seu trabalho. Após esse estudo preparatório, o pesquisador

passa para a fase de observação. Na verdade, essa é a fase de teste do

modelo simplificado. É uma fase meticulosa em que é observado deter-

minado aspecto do universo, objeto da pesquisa (PRODANOV; FREITAS,

2013, p. 32).

O método hipotético-dedutivo é bem aceito no campo das ciências naturais.

Nos círculos neopositivistas, chega mesmo a ser considerado como o único

método rigorosamente lógico. Nas ciências sociais, no entanto, a utilização

desse método mostra-se bastante crítica, pois nem sempre podem ser dedu-

zidas consequências observadas das hipóteses (GIL, 2002, p. 13).

O método dialéticoO conceito já foi utilizado por Platão, que o concebeu enquanto diálogo, com

base na força da argumentação. Na Antiguidade e no período medieval, o termo

designava “lógica”. O seu ápice confirmado com Friedrich Hegel e depois formu-

lado por Karl Marx. Para Lakatos e Marconi (2011, p. 101), “[...] o fim de um

processo é sempre o começo de outro.” Os eventos não são isolados, ao contrário, são

ligados entre si e sofrem dependência um do outro.

Observemos os postulados de Hegel e Marx:

Hegel – desenvolve uma filosofia cujo ponto de partida são as ideias, ini-

cialmente heterogêneas, e por isso confusas. Para torná-las claras, deve-se

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

considerar o vir a ser; ou seja, o objeto feito. “Todo dado racional é real e

todo dado real é racional”.

Marx – constrói o materialismo dialético e materialismo histórico, que defende

a tese de que as contradições existem na Natureza. Portanto, dispõe-se a

interpretar essas realidades que, se são contraditórias, são concretas. A sua

metodologia considera os seguintes itens, próprios ao sistema: a matéria, o

trabalho e a estrutura econômica (THIOLLENT, 1988, p. 32).

Nas palavras de Gil (2002, p. 32):

[...] a dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totali-

zante da realidade, uma vez que estabelece que os fatos sociais não podem

ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influ-

ências políticas, econômicas, culturais etc.

Na concepção de Gil (2002, p. 32), a dialética é compreendida de diversas for-

mas e por diferentes estudiosos. Todavia, é possível identificar três princípios dessa

abordagem:

a) Princípio da unidade e luta dos contrários. Todos os objetivos e fenômenos

apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e cons-

tituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não se apresentam

simplesmente lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. Da

luta dos opostos se constitui a fonte do desenvolvimento da realidade.

b) Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas,

quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos

e fenômenos e estão inter-relacionadas. No processo de desenvolvimento,

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas, e esta

transformação se opera por saltos.

c) Princípio da negação. O desenvolvimento processa-se em espiral, com

a repetição em estágios superiores de certos aspectos e traços dos estágios

inferiores.

Qual a conclusão metodológica que deriva desses princípios?

Destes princípios deriva uma conclusão metodológica: para conhecer real-

mente um objeto é preciso estudá-lo em todos os seus aspectos, em todas as

suas relações e todas as suas conexões. Fica claro também que a dialética é

contrária a todo o conhecimento rígido. Tudo é visto em constante mudança:

sempre a algo que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega e se

transforma (GIL, 2002, p. 32).

Os encaminhamentos metodológicos com base no método dialético privilegiam

a contradição, o movimento e constante mudança e transformação.

O método fenomenológicoO método fenomenológico foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938). “[...]

propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de pressuposições, para todas as

ciências. Para Husserl, as certezas positivas que permeiam o discurso das ciências

empíricas são ‘ingênuas’” (GIL, 2002, p. 33).

Com base no exposto, qual é a primeira e fundamental regra do método fenomenológico?

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

[...] avançar para as próprias coisas. Por coisa entendemos simplesmente o

dado, o fenômeno, aquilo que é visto diante da consciência. A fenomenolo-

gia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se encontre atrás do

fenômeno; só visa o dado, sem querer decidir se esse dado é uma realidade

ou uma aparência: haja o que houver, a coisa está aí (GIL, 2002, p. 33).

Gil (2002, p. 34) apresenta algumas definições do método fenomenológico:

Não é dedutivo nem empírico.

Consiste em mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado.

Não explica mediante leis.

Não deduz a partir de princípios

Considera imediatamente o que está presente à consciência, o objeto.

Tendência orientada para o objetivo.

Não interessa o conceito subjetivo, nem uma atividade do sujeito, mas aquilo que é sabido, posto em dúvida, amado, odiado etc.

Quadro 1.4 - Definições do método fenomenológico

Fonte: Adaptado de Gil (2002, p. 34).

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Os métodos específicos das ciências sociais

Figura 1.5 - Os métodos específicos das ciências sociais

Fonte: Bimdeedee, 123RF.

Até o presente momento nos dedicamos a conhecer os métodos de abordagem.

Para continuarmos os nossos estudos, trataremos, agora, dos métodos de proce-

dimentos. Esses são chamados de métodos específicos que “[...] têm por objetivo

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a

precisão no estudo dos fatos sociais (GIL, 2002, p. 34)”.

Pode ser observada uma variedade de métodos nas ciências sociais. Numa investigação

podem ser adotados, com frequência, dois ou mais métodos. “[...] Isto porque os métodos espe-

cíficos de que dispõem as ciências sociais nem sempre são suficientes para orientar todos os

procedimentos a serem desenvolvidos ao longo da investigação” (GIL, 2002, p. 35).

Apresentaremos, agora, os métodos específicos mais adotados nas ciências sociais,

que são: o método experimental, o método observacional, o método comparativo,

o método estatístico e o método clínico, que foram elaborados por Gil (2002, p.

33-34). Para efeito deste trabalho, optamos por sintetizar esses métodos em um

quadro, conforme exposto.

Método experimental

O método experimental consiste em submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis, em condições controladas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto.

Método observacional

O método observacional, por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais. Nos experimentos do método observacional, o cientista toma providências para que alguma coisa ocorra, a fim de observar o que segue.

Método comparativo

O método comparativo procede pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles. Possibilita o estudo comparativo de grandes agrupamentos sociais, separados pelo espaço e pelo tempo, pesquisa envolvendo padrões de comportamento familiar ou religioso de épocas diferentes.

Método estatístico

O método está fundamentado na aplicação da teoria estatística da probabilidade. A utilização desse método torna possível determinar, em termos numéricos, a probabilidade de acerto de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor obtido, com razoável grau de precisão.

Método clínicoRelação profunda entre pesquisador e pesquisado. Muito utilizado na pesquisa psicológica. O pesquisador que adota esse método deve cercar-se de alguns cuidados ao propor generalizações, visto que apoia-se em casos individuais e envolve experiências subjetivas.

Quadro 1.5 - Métodos específicos da Ciências Naturais

Fonte: Adaptado de Gil (2002, p. 33-34).

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Atividade

3. “Podem ser observados variados métodos nas ciências sociais. Numa investigação

podem ser adotados, com frequência, dois ou mais métodos. [...]” (GIL, 2002, p.

35). Com base no exposto, leia as assertivas com relação aos métodos experi-

mental, o método observacional, o método comparativo, o método estatístico e o

método clínico e assinale a alternativa correta.

a. O método observacional consiste em submeter os objetos de estudo à influência de certas

variáveis, em condições controladas pelo investigador.

b. O método comparativo, por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e,

consequentemente, o mais impreciso.

c. O método estatístico está fundamentado na aplicação da teoria estatística da

probabilidade.

d. O método relação superficial entre pesquisador e pesquisado. Muito utilizado na pes-

quisa psicológica.

e. O método comparativo torna possível determinar, em termos numéricos, a probabilidade

de acerto de determinada conclusão.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Quadros teóricos de referência

Figura 1.6 - Quadros teóricos de referência

Fonte: Matriyoshka, 123RF.

Começaremos o nosso diálogo acerca dos quadros teóricos de referência com as

seguintes perguntas: Por que as teorias são importantes? Porque elas se constituem

como processo de investigação nas ciências sociais.

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Pense nisso

O que as teorias proporcionam? Segundo Trujillo Ferrari (1982, apud GIL, 2002), elas definem

conceitos, além de determinar sistemas conceituais; indicar lacunas no conhecimentos; contribuir com a

criação de hipóteses; explicam, generalizam e condensam os conhecimentos, e também indicam qual

é a pesquisa mais adequada para determinado objeto de estudo.

Fonte: Adaptado de Trujillo Ferrari (1982).

Para Gil (2002), uma parte significativa das teorias são denominadas “teorias

de médio alcance”, outras ambicionam-se a ser “quadros de referência” “[...] Alguns

desses “quadros de referência” ou “grandes teorias” chegam mesmo a ser designados

como métodos” (GIL, 2002, p. 37).

Funcionalismo – estruturalismo - compreensão

O funcionalismo tem os principais expoentes em Hebert Spencer (1820-

1903) e Émile Durkheim (1858-1917).

Ênfase nas relações e o ajustamento entre os diversos comportamentos de

uma cultura ou sociedade. O funcionalismo procurava estabelecer analo-

gias entre as formas de organização cultural e social dos organismos. Se os

homens têm necessidades contínuas como uma consequência de sua com-

posição biológica e psíquica, então essas necessidades irão requerer forma-

ções sociais que satisfaçam tais necessidades (GIL, 2002, p. 38).

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O estruturalismo tem seu precursor em Levy-Strauss. De acordo com Gil (2002,

p.39), para merecer o nome de “estrutura”, é preciso satisfazer quatro condições.

a. O modelo deve oferecer um caráter de sistema, isto é, consistir em elementos

tais que qualquer modificação, num de seus elementos, acarrete modificação

em todos os outros;

b. Todo modelo deve pertencer a um grupo de transformações, cada uma das

quais corresponderão a um modelo da mesma família, de modo que o con-

junto dessas transformações constitua um grupo de modelos;

c. As propriedades exigidas por essas duas condições devem permitir prever de

que modo reagirá o modelo, em caso de modificação de um dos elementos; e

d. É necessário que o modelo seja construído de tal modo que seu funciona-

mento possa explicar todos os fatos observados.

A compreensão de Max Weber (1864-1920) propõe:

[...] a apreensão empática do sentido finalista de uma ação, parcial ou

inteiramente oriunda de motivações irracionais. Esse procedimento a que

ele chama de compreensão envolve uma reconstrução no sentido subjetivo

original da ação e o reconhecimento da parcialidade da visão do observa-

dor (GIL, 2002, p. 40).

Weber distingue, ainda, a compreensão atual da compreensão explicativa,

apresentando o exemplo do caçador e da espingarda:

Compreensão atual:

“[...] Compreende-se pela primeira maneira, [...], o sentido do comporta-

mento de um caçador que aponta sua espingarda. [...] Compreende-se pela

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

segunda maneira, [...], o sentido do comportamento do caçador que se

entrega a esse esporte por motivo de saúde” (GIL, 2002, p. 41).

De acordo com Gil (2002, p. 41), as duas formas de compreensão podem ser

racionais ou irracionais.

É racional, por exemplo, a compreensão do sentido de uma operação aritmética

ou do comportamento de um caçador que dispara contra uma caça. É irracional,

por exemplo, a compreensão dos motivos de uma pessoa que se vale de uma espin-

garda com o objetivo de se vingar. Entretanto, todas essas formas de compreensão

implicam em captar a evidência do sentido de uma atividade.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

A diversidade das pesquisas

Figura 1.7 - A diversidade das pesquisas

Fonte: Tele52, 123RF.

Caro(a) aluno(a), dando continuidade aos nossos estudos, abordaremos a pes-

quisa. Para tanto, no primeiro momento traremos a definição de pesquisa e os

níveis de pesquisa. O nosso objetivo é que você as conheça e se aproprie de acordo

com as suas necessidades acadêmicas e perceba as várias possibilidades de condu-

zir uma pesquisa.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Iniciaremos, então, pela seguinte pergunta: o que é pesquisa?

De acordo com as contribuições de Gerhardt e Silveira (2009, p. 31):

A pesquisa é a atividade nuclear da Ciência. Ela possibilita uma aproxima-

ção e um entendimento da realidade a investigar. A pesquisa é um processo

permanentemente inacabado. Processa-se por meio de aproximações suces-

sivas da realidade, fornecendo-nos subsídios para uma intervenção no real.

Na concepção de Gil (2002, p. 43),

Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de desenvol-

vimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é des-

cobrir respostas para os problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos.

A partir das citações, percebemos que a pesquisa exige uma aproximação com

a realidade que se quer investigar. Em outras palavras, exige do pesquisador um

exercício teórico-prático que o leve à escolha de um tema para defender e de uma

pergunta para responder.

Todavia, a pesquisa deve ser realizada com base em procedimentos científicos

e métodos científicos. São esses métodos e procedimentos que validarão a pesquisa,

tanto para a comunidade acadêmica quanto para a comunidade científica.

Entende-se que a pesquisa é um processo permanentemente inacabado, pois a

ciência está em constante estado de desenvolvimento, a fim de atender a deman-

das e complexidades da realidade social.

Podemos dizer que os resultados de uma pesquisa são sempre abstratos e ina-

cabados, na medida em que entendemos que a realidade circundante também se

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

modifica, exigindo sempre um esforço da comunidade acadêmica e científica em

compartilhar e atualizar os seus resultados.

Cada pesquisa possui um objetivo específico. Para efeitos deste trabalho, vamos

entender em primeiro lugar os conceitos de pesquisa qualitativa e pesquisa

quantitativa.

A pesquisa qualitativa está preocupada com os aspectos da realidade. O seu

objeto de estudo são as crenças, os valores, sempre buscando o aprofundamento

das relações. “[...] A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade

numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de

uma organização etc.” (PORTELA, 2004, p. 2).

Corroborando a discussão a respeito da pesquisa quantitativa, esclarece Fonseca

(2002, p. 20):

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quanti-

tativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes

e consideradas representativas da população, os resultados são tomados

como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa.

Todavia, para Fonseca (2002, p. 20): “A utilização conjunta da pesquisa qua-

litativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conse-

guir isoladamente” .

Para se desenvolver uma pesquisa, é indispensável selecionar o método de

pesquisa a utilizar. De acordo com as características da pesquisa, poderão

ser escolhidas diferentes modalidades de pesquisa, sendo possível aliar o

qualitativo ao quantitativo (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 6).

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

A partir dos conceitos e das especificidades das pesquisas quantitativas e quali-

tativas, é possível classificá-las em três grupos, a saber: a) Pesquisa exploratória, b)

Pesquisa descritiva e c) Pesquisa explicativa.

a. Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória, segundo Gil (2002, p. 44): “[...] tem como principal fina-

lidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formula-

ção de problemas mais precisos ou hipóteses, pesquisáveis para estudos posteriores

[...]”.

A pesquisa exploratória, em sua maioria, envolve, segundo Gil (2002, p. 45):

• Levantamento bibliográfico e documental;

• Entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema

pesquisado;

• Análise de exemplos que estimulem a compreensão;

• Proporcionar visão geral;

• Quando o tema é pouco explorado;

• Quando o tema é genérico, exige-se revisão de literatura, discussão com

outros especialistas e outros procedimentos.

b. Pesquisa descritiva

Na concepção de Gil (2002, p. 45), a pesquisa descritiva tem: “[...] como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno

ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.

As possibilidades de estudo a partir da pesquisa descritiva são inúmeras. Entre

as suas características principais estão as técnicas para a coleta de dados. São

exemplos de pesquisa descritiva:

• Características de um grupo;

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• Distribuição do grupo por sexo, idade, nível de escolaridade, estado de saúde

física, etc.

• Condição de habitação,

• Índice de criminalidade

• Levantar opiniões, atitudes, crenças de uma população;

• Associações entre variáveis, ex: pesquisas eleitorais que indicam a relação

entre política partidária e nível de escolaridade ou rendimentos.

O objetivo é descrever os fatos, as características de uma população, os fenôme-

nos de uma dada realidade. São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso,

análise documental, pesquisa ex-post-facto (GIL, 2002).

c. Pesquisa explicativa

A preocupação basilar da pesquisa explicativa é identificar os fatores que con-

tribuem ou determinam para a ocorrência de fenômenos.

Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade,

porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais

complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravel-

mente (GIL, 2002, p. 46).

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Atividade

4. A pesquisa é a atividade nuclear da Ciência. Ela possibilita uma aproximação e

um entendimento da realidade a investigar. A pesquisa é um processo permanente-

mente inacabado. Processa-se por meio de aproximações sucessivas da realidade,

fornecendo-nos subsídios para uma intervenção no real. Com base no exposto e

sobre a diversidade de pesquisas, leia as assertivas e assinale o que for correto.

a. A pesquisa qualitativa está preocupada com os aspectos da realidade. O seu objeto de

estudo são as crenças, os valores, sempre buscando o aprofundamento das relações.

b. Para se desenvolver uma pesquisa, é indispensável selecionar um único método de pes-

quisa a utilizar. Não se pode aliar o qualitativo ao quantitativo.

c. A pesquisa exploratória tem como objetivo primordial a descrição das características de

determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

d. A preocupação da pesquisa exploratória é identificar os fatores que contribuem ou deter-

minam para a ocorrência de fenômenos.

e. Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa não

podem ser quantificados.

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

O delineamento da pesquisa

Figura 1.8 - O delineamento da pesquisa

Fonte: Aniwhite, 123RF.

O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa. É a etapa em que o pes-

quisador passará a utilizar os métodos particulares.

O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o

procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos

dois grandes grupos de delineamentos; aqueles que se valem das chamadas

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No

primeiro grupo estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No

segundo estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o levan-

tamento e o estudo de caso (GIL, 2002, p. 71).

Vamos conhecer um pouco dessas pesquisas e seus delineamentos?

• Pesquisa Bibliográfica

Para Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de livros e arti-

gos científicos; ou seja, de material já elaborado por outros pesquisadores. Um dos

pontos positivos desse tipo de pesquisa é que o pesquisador tem à sua disposição

uma vasta gama de fenômenos já pesquisados e muito maior do que se ele fosse

pesquisar diretamente.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teó-

ricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,

artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-

se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer

o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas

que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referên-

cias teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conheci-

mentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta

(FONSECA, 2002, p. 32).

No entendimento de Gil (2002), não existem regras fixas para a realização da

pesquisa bibliográfica, mas devem ser observadas algumas experiências já realiza-

das anteriormente:

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

• A pesquisa deve ser realizada com fontes fidedignas em livros, artigos, dis-

sertações, teses;

• Consultar uma biblioteca especializada física ou digital;

• Leitura seletiva e essencial a partir dos materiais pesquisados;

• Fichamentos: resumo de ideias e parágrafos;

• Manter os objetivos estabelecidos no início da pesquisa (projeto).

• Pesquisa Documental

A pesquisa documental encontra similaridade com a pesquisa bibliográfica.

[...] A única diferença entre ambas, está na natureza das fontes. Enquanto

a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de

diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-

se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que

ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos de pesquisa (GIL,

2002, p. 73).

Exemplos de pesquisa documental:

• Fotografias;

• Programas de televisão;

• Filmes;

• Documentos oficiais;

• Reportagens de jornal;

• Gravações;

• Cartas;

• Contratos;

• Diários

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

• Relatórios de empresa;

• Tabelas de estatística, entre outras.

• Pesquisa Experimental

A pesquisa experimental exige planejamento rigoroso e deve ser submetida a

teste para assegurar a sua eficácia em laboratório – ambiente artificial, campo,

organizações, comunidades – onde são criadas as condições de manipulação de

sujeitos, grupo experimental etc. (GIL, 2002).

De acordo com Gil (2002, p. 75), entre os diversos modelos de delineamento

experimental, três são mais comuns:

Experimentos “apenas depois”

Neste caso são constituídos dois grupos, denominados “grupo experimental” e “grupo de controle”, estes dois grupos devem apresentar a maior homogeneidade em relação a todas as características relevantes que possam ser controladas. Como os grupos foram previamente homogeneizados, infere-se que toda variação significativa entre eles será decorrente do estímulo aplicado.

Experimentos “antes-depois” com um único

grupo

[...] É constituído por um grupo geralmente reduzido, previamente definido quanto a suas características fundamentais.

Experimentos “antes-depois” com dois grupos

No caso, o grupo experimental e de controle são medidos no início e o fim do período experimental. O estímulo é introduzido apenas no grupo experimental. Como o grupo de controle e o experimental são submetidos à mensuração inicial e às influências contemporâneas, a diferença entre os resultados nos dois grupos constitui medida da influência do estímulo introduzido. [...].

Quadro 1.6 - Modelos de experimentos

Fonte: Gil (2002, p. 75).

Para Severino (2007, p. 13):

[...] o pesquisador seleciona determinadas variáveis e testa suas relações

funcionais, utilizando formas de controle. Modalidade plenamente ade-

quada para Ciências Naturais é mais complicada no âmbito das Ciências

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Humanas, já que não se pode fazer manipulação das pessoas.

• Pesquisa Ex-Post-Facto

A pesquisa ex-pos-facto é realizada depois do evento ocorrido.

Basicamente neste tipo de delineamento são tomadas como experimen-

tais situações que se desenvolveram naturalmente e trabalha-se sobre elas

como se estivessem submetidas a controles. Por exemplo, se em determinada

região existem duas cidades com aproximadamente o mesmo tamanho, o

mesmo tempo de fundação e características sócio-culturais semelhantes e

numa delas se instala uma indústria, as modificações que aí se produzirem

poderão ser atribuídas a esse fato, já que a presença da indústria constitui

o único fator relevante observado numa cidade e não na outra (GIL, 2002,

p. 76).

• Pesquisa de Levantamento

A pesquisa de levantamento é caracterizada pela interrogação direta das pes-

soas, com a finalidade de conhecer seu comportamento. Solicita-se algumas infor-

mações para um determinado grupo de pessoas, na sequência esses dados quanti-

tativos são analisados, a fim de verificar se as conclusões correspondem aos dados

coletados.

Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do uni-

verso pesquisado, tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envol-

vem sua realização, os censos só podem ser desenvolvidos pelos governos ou

por instituições de amplos recursos. São extremamente úteis, pois proporcio-

nam informações gerais acerca das populações, que são indispensáveis em

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

boa parte das investigações sociais (GIL, 2002, p. 76).

As principais vantagens das pesquisas de levantamento são:

• a) Conhecimento direto da realidade.

• b) Economia e rapidez.

• c) Quantificação.

• As principais limitações das pesquisas de levantamento são:

• Percepção subjetiva das pessoas em relação a si mesmas.

• Percepção subjetiva pode gerar dados distorcidos.

• Existe uma diferença entre os que as pessoas sentem, fazem e o que dizem

a esse respeito.

• Pouca profundidade no estudo.

• Estudo de caso

Este delineamento de pesquisa é caracterizado pelo estudo exaustivo e profundo,

com a finalidade de um conhecimento detalhado e amplo. Muito utilizado nas

ciências biomédicas e sociais, pesquisa pessoas, programas, unidades sociais, siste-

mas educativos, eventos.

Este delineamento se fundamenta na ideia de que a análise de uma uni-

dade de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade

do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de bases para uma investi-

gação posterior, mais sistemática e precisa.[...] Se, por exemplo, um pes-

quisador está interessado em conhecer a estrutura e o funcionamento das

comunidades eclesiais de base, ao escolher uma para investigação, supõe

que todas as comunidades apresentam algumas características comuns que

naturalmente estarão presentes naquela que foi tomada para estudo. Não

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

terá, porém, esse pesquisador a garantia plena de que a comunidade esco-

lhida seja representativa do universo (GIL, 2002, p. 79).

Para Segundo Ludke e André (1986, p. 17):

[...] o estudo de caso [...] é sempre bem delimitado, devendo ter seus contor-

nos claramente definidos no desenrolar do estudo. O caso pode ser similar a

outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singu-

lar. O interesse, portanto, incide naquilo que ele tem de único, de particular,

mesmo que posteriormente venham a ficar evidentes certas semelhanças

com outros casos ou situações.

• Pesquisa-Ação

A pesquisa-ação é caracterizada por envolver ação e resolução de um problema

coletivo. Pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo.

A pesquisa-ação é definida por Thiollent (1988, p. 48):

A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é

concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a reso-

lução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo coo-

perativo ou participativo.

Para Fonseca (2002, p. 34), a pesquisa-ação pressupõe participação e planeja-

mento por parte do pesquisador. Exige metodologia sistematizada.

A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador

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Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa recorre

a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades

observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso

para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa.

E, acrescenta que o objeto da pesquisa-ação não é analisar as variáveis isoladas.

O objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e

não um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar indepen-

dentemente do resto. Os dados recolhidos no decurso do trabalho não têm

valor significativo em si, interessando enquanto elementos de um processo

de mudança social. O investigador abandona o papel de observador em

proveito de uma atitude participativa e de uma relação sujeito a sujeito com

os outros parceiros (FONSECA, 2002, p. 35).

Por fim, conclui que o pesquisador traz conhecimentos prévios que, em contato

com a realidade, modificam a sua forma de conhecimento.

[...] quando participa na ação traz consigo uma série de conhecimentos que

serão o substrato para a realização da sua análise reflexiva sobre a reali-

dade e os elementos que a integram. A reflexão sobre a prática implica em

modificações no conhecimento do pesquisador (FONSECA, 2002, p. 35).

• Pesquisa Etnográfica

A pesquisa etnográfica apresenta várias características e pode ser entendida

como o estudo de um povo ou grupo.

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

[...] o uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise

de documentos;

a interação entre pesquisador e objeto pesquisado;

a flexibilidade para modificar os rumos da pesquisa;

a ênfase no processo, e não nos resultados finais;

a visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências;

a não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado;

a variação do período, que pode ser de semanas, de meses e até de anos;

X a coleta dos dados descritivos, transcritos literalmente para a utilização no

relatório (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35).

Para Appolinário (2011, p. 75), a pesquisa ou estudo etnográfico tem como

objetivo:

[...] descrever e analisar práticas, crenças e valores culturais de uma comuni-

dade. É um tipo de estudo comum na Antropologia, Sociologia e Psicologia,

no qual os dados são coletados normalmente, através da observação parti-

cipante do cotidiano da comunidade.

Saiba mais

Para conhecer um pouco mais sobre o desenvolvimento da Ciência, eu indicamos o documentário

“Luz, Trevas e o método científico”:

www.youtube.com

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Atividade

5. O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa. É a etapa em que o pes-

quisador passará a utilizar os métodos particulares. O elemento mais importante

para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta

de dados. Com base no exposto, leia as assertivas e assinale a alternativa correta.

a. A pesquisa documental é desenvolvida a partir de livros e artigos científicos, ou seja, de

material já elaborado por outros pesquisadores.

b. A pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analí-

tico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos de pesquisa.

c. A pesquisa documental exige planejamento rigoroso e deve ser submetida a teste para

assegurar a sua eficácia em laboratório – ambiente artificial, campo, organizações,

comunidades.

d. A pesquisa ex-pos-facto é caracterizada pela interrogação direta das pessoas, com a

finalidade de conhecer o comportamento das pessoas.

e. O estudo de caso envolve ação e resolução de um problema coletivo. Pesquisadores e

participantes estão envolvidos de modo cooperativo.

O nosso objetivo nesta primeira unidade, caro(a) aluno(a), é que você perceba

que as definições, critérios e conhecimentos do método científico são essenciais para

um bom planejamento de pesquisa, que será o nosso próximo assunto.

Um abraço!

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Metodologia do Trabalho Científico

Definições, critérios, conhecimentos, pesquisas e métodos científicos

Indicação de leitura

Nome do livro: Construindo o saber - metodologia científica: fundamentos e técnicas

Editora: Papirus

Autor: Maria Cecília M. de Carvalho.

ISBN: -10: 8530809114

ISBN: -13: 978-8530809119

O objetivo do livro é a aproximação dos iniciantes para o mundo da pesquisa acadêmica. Promove,

por meio da metodologia adotada, uma reflexão filosófica sobre o homem e o saber científico.

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referênciasunidade 2

Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referênciasAdélia Cristina Tortoreli

Olá, caro(a) aluno(a)!

Na Unidade II, intitulada “Projeto de pesquisa: Lei nº 9.610/98 – Direito autoral, plágio acadêmico,

citações e referências”, estabelecemos alguns objetivos, que serão apresentados, a seguir:

A nossa intenção será apresentar um modelo de pré-projeto ou projeto de pesquisa, a fim de que você

compreenda que esse é o momento que antecede a elaboração do trabalho de conclusão do curso. Com-

preender todas as etapas do projeto de modo relacional é a primeira atitude a ser observada pelo orientador.

No segundo momento, abordaremos a Lei nº 9.610/98 – Direito autoral. Todo pesquisador precisa

conhecê-las, a fim de não ofender os direitos de quem produziu uma ideia, autoria, imagem. Todavia,

a intenção é que você compreenda que atendendo um direito autoral, você poderá compreender a sua

responsabilidade no momento da escrita do trabalho acadêmico e evitar o plágio Acadêmico.

Nesse sentido, o próximo assunto será o plágio acadêmico e suas implicações na escrita acadêmica.

Conceituaremos e também veremos a opinião de alguns autores sobre essa prática considerada ilegal

no meio acadêmico e científico.

Para finalizar esta unidade, apresentar-se-á como fazer citação e referências, de acordo com as

Normas Brasileiras de Técnicas e Pesquisa - ABNT. Já que o objetivo será construir um texto dentro das

normas, é necessário conhecê-las.

Por fim, espero que você compreenda que esta unidade terá o objetivo de esboçar a sua efetiva par-

ticipação e responsabilidades que o meio acadêmico exige de um pesquisador.

Desejo bons estudos!

Um abraço,

Professora Adélia

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Projeto de pesquisa : lei 9.610/98 – Direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Figura 2.1 - Projeto de pesquisa: Lei nº 9.610/98 – Direito autoral, plágio acadêmico, citações

e referências

Fonte: Ming (123RF)

Olá, caro(a) aluno(a)!

O pré-projeto ou o projeto de pesquisa é a etapa que antecede o trabalho cien-

tífico, seja ele o artigo, a monografia, a resenha, o ensaio, a dissertação ou a tese.

A construção desse projeto deve ser cuidadosamente elaborada pelo pesquisador,

mas sempre de acordo com as orientações e correções do orientador (comentaremos

sobre o papel dele na próxima unidade).

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Você sabia que mesmo sem nos darmos conta, ao longo de nossa vida, ela-

boramos vários projetos? É isso mesmo! Antes de decidirmos pela compra de um

carro, a construção de uma casa, escolher um roteiro de férias, decidir por um curso,

planejar um casamento, dentre outras coisas, fazemos um planejamento mental e

colocamos em prática o nosso projeto. Durante essa etapa, investimos em tempo,

organização e recursos financeiros, a fim de que os objetivos e a probabilidade de

sucesso sejam alcançados.

Diante do breve exposto, você sabia que para a elaboração do projeto de pesquisa

é necessário igual percurso? Ao iniciar a elaboração do seu projeto de pesquisa,

algumas perguntas deverão ser respondidas internamente. Eu elenquei algumas

para te ajudar.

Figura 2.2 - Perguntas para refletir acerca do projeto de pesquisa

Fonte: Takehana (123RF)

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

1. O que me motivou a fazer essa pesquisa?

2. Terei o tempo necessário para realizá-la? Será uma pesquisa bibliográfica

ou de campo?

3. Estarei sozinho(a) nessa etapa ou terei alguém para me orientar?

4. Essa pesquisa pode contribuir para resolver os problemas de um determi-

nado grupo ou da sociedade?

Ao iniciar um projeto de pesquisa, todas essas dúvidas surgirão, o que é perfei-

tamente aceitável diante da elaboração de um projeto científico, mas você não

estará sozinho. Nessa etapa, você terá um orientador que lhe acompanhará nesse

processo. A caminhada fica mais fácil e segura.

Vamos conhecer as etapas de um projeto de pesquisa? Em primeiro lugar, é

importante que você saiba que não existe um modelo único de projeto. Todavia,

é possível apresentar um modelo que esteja em consonância com as Normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Na sequência, apresentaremos as partes essenciais para a elaboração de um

projeto de pesquisa, assim como alguns exemplos de cada etapa. Você vai perceber

que não é tão difícil assim. Venha comigo!

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Etapas do projeto de pesquisa

Figura 2.3 - Etapas do Projeto de Pesquisa

Fonte: Peshkova (123RF)

A elaboração de um projeto de pesquisa exige o cumprimento de algumas eta-

pas. O projeto não deve ser pensado como partes separadas, mas que se completam

umas às outras. Para cada etapa, trouxe exemplos do meu projeto de pesquisa,

apresentado para o ingresso no Mestrado em Educação. O meu projeto foi alterado

posteriormente pelo meu orientador. Por isso, eu o considero um pré-projeto. Vamos,

então, conhecê-las?

• Tema e Introdução

• Justificativa

• Problema de Pesquisa

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• Hipótese

• Objetivos Geral e Específicos

• Referencial Teórico ou Revisão Bibliográfica

• Procedimentos Metodológicos

• Cronograma

• Referências

1. Formule o Tema da pesquisa

Ao formular um tema para a pesquisa, a pergunta que deve ser respondida é:

o que pesquisar?

Ao longo da sua trajetória acadêmica no Ensino Superior, você estudou várias

áreas de conhecimento e disciplinas. A partir dessas áreas, você escolherá um tema,

seja por interesse em aprofundar o conhecimento adquirido ou, ainda, pesquisar

alguma temática que lhe inquietou e gostaria de conhecer mais. Ao escolher o

tema, você escolhe o assunto a ser pesquisado que é, ainda, muito abrangente.

Assim sendo, o primeiro passo para a elaboração do projeto de pesquisa é a esco-

lha do tema, por exemplo: Educação a Distância, Evasão Escolar, Políticas Públicas,

Planejamento e Estratégica, Gestão Ambiental, Gestão de Pessoas, Saúde Pública,

Trânsito e Cidadania, Violência Escolar, Violência Doméstica etc. A escolha do

tema vai depender da sua área de conhecimento.

Feito isso, é importante considerar que você terá dedicação exclusiva para a

elaboração do pré-projeto ou projeto por um período de tempo, o qual demandará

investimento e esforço pessoal. Além disso, é preciso medir o tamanho das nossas

pernas para a investigação do tema, as circunstâncias circundantes; como tempo

disponível, recursos financeiros, instrumentos empíricos, assumindo pesquisa biblio-

gráfica ou de campo (esses diversos tipos de pesquisa foram discutidos na Unidade

I). Ademais, o tema deve ser interessante, ter boas referências de pesquisa e, é claro,

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ter relevância social (DEMO, 2008). O seu orientador te orientará em todas as eta-

pas do projeto.

Com o tema escolhido, é importante que você faça uma introdução, ou seja;

apresente o assunto que será abordado. Não precisa ser algo muito extenso, em

alguns casos, uma página é suficiente para você se localizar na temática.

2. Elabore a Justificativa do seu projeto

Ao definir o seu tema de pesquisa, é preciso justificar essa escolha. Assim como

na vida, às vezes, temos de escolher entre uma coisa ou outra. Essa decisão sempre

vem acompanhada de uma justificativa. Com o problema de pesquisa é a mesma

coisa. Quando justificamos, refletimos o porquê da nossa escolha. Além disso, a jus-

tificativa convence o leitor da sua proposta. Mas como formular essa justificativa?

De modo geral, os seus argumentos podem ser apresentados em três parágrafos:

• no primeiro, mencione os motivos pessoais;

• no segundo, apresente os motivos profissionais ou acadêmicos;

• no terceiro, argumente com os motivos científicos ou sociais.

3. Formule o Problema da sua pesquisa

Definido o tema e apresentada a justificativa, é chegada a hora de formular o

problema de pesquisa. Mas o que é um problema de pesquisa? “O problema é uma

dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real impor-

tância, para a qual se deve encontrar uma solução” (MARCONI; LAKATOS, 2011,

p.143).

Posicionando o problema de modo adequado, a pesquisa terá maior probabili-

dade de sucesso. Problemas muito amplos podem prejudicar o encaminhamento da

pesquisa.

Elabore um problema que tenha a ver com o tema, com a justificativa e com

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os demais elementos do projeto. “[...] A formulação do problema deve ser inter-

rogativa, clara, precisa e objetiva; possuir solução viável; expressar uma relação

entre duas ou mais variáveis, ser fruto de revisão de literatura e reflexão pessoal”

(PRODANOV; FREITAS, 2013, pp.121-122).

Pense nisso

Toda vez que mudamos o problema de pesquisa, as conclusões também são alteradas. Se você

tiver dúvidas sobre qual o melhor problema, formule dois ou três e discuta com o orientador, ele é a

pessoa mais indicada para lhe ajudar nesse processo.

Não existe uma regra única para a elaboração do problema de pesquisa. No

entanto, a minha dica é que você organize esse problema em forma de pergunta

e com ponto de interrogação ao final. Fica mais fácil para quem elabora e para

quem lê.

4. Formule a Hipótese do seu projeto

O que é uma hipótese?

No Dicionário Online de Português: “Suposição; possibilidade considerada válida

antes de sua confirmação. Conjectura; [...] através da qual algo pode ser compro-

vado ou demonstrado: hipótese científica”.

Para Marconi e Lakatos (2011, p.32), “[...] As hipóteses, respostas possíveis e

provisórias em relação às questões de pesquisa tornam-se também instrumentos

importantes como guias na tarefa de investigação”.

Digamos que a hipótese é uma suposição que tem por objetivo explicar o pro-

blema de pesquisa. Essa hipótese deve ser clara, objetiva e sem julgamentos com

base em valores morais. O mais importante da hipótese é que as suas afirmações

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deverão ter como base uma teoria que a sustente.

[...] Mediante uma proposição, ou seja, uma expressão verbal suscetível de

ser declarada verdadeira ou falsa. A essa proposição dá-se o nome de hipó-

tese. Assim, a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução

do problema. [...] (GIL, 2002, p.31).

As hipóteses podem ser confirmadas ou não, portanto, elas podem estar sujeitas

à negação.

Saiba mais

Para saber mais sobre a construção de hipóteses, você poderá acessar o site: <https://professores.

faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_projeto_de_

pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf>.

Fonte: GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

professores.faccat.br

5. Formule os Objetivos Geral e Específicos (para quê?)

Os objetivos posicionam o pesquisador quanto às metas que ele deve perseguir

ao longo do trabalho; em outras palavras, eles são o resultado que se pretende che-

gar com a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso.

A essa altura, você deve estar se perguntando: quantos objetivos eu preciso ela-

borar? Devo elaborar primeiro o objetivo geral ou os específicos?

• Objetivo geral: para o trabalho científico, você deve elaborar primeiro o obje-

tivo geral. Ele é único e muito amplo. Nas palavras de Oliveira (2010, p.36):

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O objetivo geral precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa,

devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo

uma possível distorção na interpretação do que se pretende pesquisar.

Com base no objetivo geral, elaboram-se os objetivos específicos.

• Objetivos específicos: agora que você sabe que o objetivo geral é único,

é importante perceber que esse deve ser desmembrado em tantas partes

quantas forem necessárias, a fim de responder o seu problema de pesquisa.

Na concepção de Oliveira (2010, p.37), “os objetivos específicos fazem o

detalhamento do objetivo geral”.

Então, vamos detalhar o objetivo geral? Com base no exemplo de objetivo geral

formulado anteriormente, apresentarei os objetivos específicos.

Exemplo:

• compreender a história da Educação a Distância;

• conhecer o Ambiente Virtual de Aprendizagem;

• identificar o perfil do professor e do aluno na Educação a Distância;

• analisar as interações ocorridas no Ambiente Virtual de Aprendizagem

entre professor e aluno.

Acredito que, nesse momento, você percebeu que eu desmembrei o objetivo geral

em quatro objetivos específicos. Não seria possível equilibrar o projeto e responder

ao problema de pesquisa sem a construção desses objetivos.

Atenção: Para cada objetivo específico você deve elaborar uma seção no seu

trabalho de conclusão de curso.

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6. Elabore o Referencial Teórico ou Revisão Bibliográfica

Todas as etapas do projeto de pesquisa são importantes, mas o referencial teórico

ou a revisão bibliográfica é o que garantirá cientificidade para a sua pesquisa.

É comum na nossa comunicação verbal afirmar, refutar, levantar hipóteses,

compartilhar uma informação sem a necessidade de citarmos as fontes originárias

ou confirmar tais afirmações.

Na pesquisa científica, todas as informações e afirmações trazidas para o tra-

balho devem ser citadas e referenciadas (você saberá como fazer isso, utilizando

os conhecimentos da Unidade I e as formas de citação e referência, que vão ser

abordadas mais adiante).

Um problema bastante recorrente na pesquisa é que, muitas vezes, encontra-

mos opiniões baseadas e apoiadas no senso comum e na opinião pessoal. A partir

do momento que construímos um trabalho científico, devemos nos subordinar aos

pesquisadores e autores que se dedicaram a pesquisar determinada temática antes

de nós.

Para Marion, Dias e Traldi (2002, p.38), “o referencial teórico deve conter um

apanhado do que existe de mais atual na abordagem do tema escolhido, mesmo

que as teorias atuais não façam parte de suas escolhas”.

O caminho certo para iniciar a revisão bibliográfica é a biblioteca. Procure livros

e autores que sejam renomados na área de sua pesquisa. Uma boa dica é relacionar

os conceitos do tema de pesquisa com o problema de pesquisa. Faça fichamentos e

anotações. Afunile sua pesquisa lendo artigos científicos, dissertações de Mestrado

e tese de Doutorado.

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Pense nisso

Ao escolher artigos científicos para a produção do seu trabalho de conclusão de curso, faça a

opção por aqueles com, no máximo, três anos de publicação. A produção do conhecimento muda

constantemente e as pesquisas acompanham esse movimento. Dê preferência para as pesquisas que

estão nos repositórios das Universidades.

Agora você deve estar se perguntando: se no trabalho científico eu devo ultra-

passar o senso comum, o juízo de valor e as minhas opiniões, de que forma poderei

fazer isso?

É muito simples: buscando autores de renome da área de pesquisa, citando-os

no corpo do texto, a fim de fundamentar teoricamente a sua pesquisa. Ao final do

texto, você deverá referenciá-las (a maneira correta de referenciar as citações serão

apresentadas ainda nesta unidade).

7. Formule os Procedimentos Metodológicos ou a Metodologia

Afinal, o que é metodologia?

Nesta parte, descrevem-se os procedimentos a serem seguidos na realiza-

ção da pesquisa. Sua organização varia de acordo com as peculiaridades

de cada pesquisa. Requer-se, no entanto, a apresentação de informações

acerca de alguns aspectos (GIL, 2002, p.162).

A metodologia requer a informação de alguns aspectos, tais como: tipo de pes-

quisa, população e amostra, coleta de dados e análise de dados. Deve-se observar

se a pesquisa será:

a. pesquisa experimental;

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b. estudo de caso;

c. pesquisa bibliográfica;

d. população e amostra;

e. técnicas utilizadas para a coleta de dados;

f. modelos de questionário;

g. entrevista ou observação;

h. teste de hipótese etc.

Algumas dessas metodologias foram tratadas na Unidade I. O orientador é a

pessoa mais indicada para, junto com você, escolher a metodologia e o tipo de pes-

quisa mais adequado.

8. Formule um Cronograma (quando?)

Uma pesquisa deve ser dividida em partes. Geralmente, começa por leitura,

fichamento de livros e outros materiais indicados pelo orientador. Esse momento

exige algumas tarefas simultâneas; ao mesmo tempo em que você está lendo um

referencial teórico (livro, artigos, dissertação, tese etc.), você estará fazendo o ficha-

mento, esboçando as primeiras ideias no papel, enviando o trabalho para a corre-

ção do orientador.

O cronograma ajuda a manter uma relação de confiabilidade entre orientador e

aluno e, ao mesmo tempo, estabelece um gerenciamento de tempo que é necessário

para o sucesso do trabalho de conclusão de curso.

O cronograma deve levar em conta se a pesquisa será bibliográfica, documental

ou de campo. No caso do último tipo de pesquisa é preciso verificar se envolverá

pesquisa com seres humanos e animais; nesse caso, o projeto deverá ter a aprova-

ção do Conselho de Ética. Todas essas etapas do projeto deverão ser discutidas com

o orientador.

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Não existe um único modelo de cronograma, mas geralmente, ele é organizado

em meses. Apresento um modelo que poderá ser adaptado de acordo com a neces-

sidade e junto com o orientador.

ATIVIDADES jan. fev. mar. abr. maio jun. jul./dez.

Projeto de Pesquisa para

o orientador

Elaboração do

Referencial teórico

(leitura e escrita do TCC)

Pesquisa de campo (se

houver)

Levantamento de dados

(se houver)

Análise e interpretação

dos dados (se houver)

Formatação e entrega

do Trabalho Final

Apresentação final

(BANCA)

Fonte: Elaborado pela autora

Saiba mais

De acordo com a NBR 6023:2002, todos os meses são abreviados por ponto, com exceção do

mês de (maio). As iniciais são apresentadas em letra minúscula.

Depois que você elaborar o projeto de pesquisa e tiver o aval do orientador

para iniciar o trabalho de conclusão de curso, é importante que você o imprima

e tenha-o sempre à mão. Visualizar o projeto por completo, inclusive os objetivos

geral e específicos, asseguram o caminho a ser percorrido.

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Metodologia do Trabalho Científico

Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Depois do projeto pronto é o momento de você começar a pensar na escrita do

seu trabalho de conclusão de curso. Mas antes é preciso que você saiba o que são

direitos autorais. Esse será o nosso próximo assunto.

Lei nº 9.610/98 – Direito autoral

Figura 2.4 - Lei nº 9.610/98 – Direito Autoral

Fonte: Phartisan (123RF)

Caro(a) aluno(a)! Ao realizamos a escrita de um trabalho científico ou de con-

clusão de curso, é preciso atentar-se para alguns cuidados que envolvem conteúdo

e forma. Você sabia que existe uma lei que protege os direitos autorais?

Garantir e preservar o direito autoral de quem criou uma ideia ou uma obra

está protegido por Lei e deve ser rigorosamente observado no momento da elabo-

ração de um trabalho acadêmico, seja na graduação ou pós-graduação.

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Metodologia do Trabalho Científico

Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, tem como objetivo resguardar o direito

da produção e reprodução de ideias. Essa Lei altera, atualiza e consolida a legisla-

ção acerca dos direitos autorais.

Para ajudá-lo(a) a compreender a relevância do direito autoral e suas implica-

ções na escrita do trabalho acadêmico, disponibilizamos algumas perguntas com

respostas e apresentaremos algumas partes da Lei nº 9.610.

Pense nisso

Para efeitos desse trabalho não trouxemos, na íntegra, todas as informações do direito autoral. Para

conhecer, na totalidade, a Lei do Direito Autoral, Lei nº 9.610, www.planalto.gov.br.

Fonte: BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da

Independência e 110º da República. www.planalto.gov.br.

Em primeiro lugar, precisamos entender a definição de Propriedade Intelectual,

dando destaque para o item (b).

Propriedade Intelectual é a parte do Direito que aborda a proteção con-

ferida a todas as criações decorrentes do espírito humano de caráter: cien-

tífico, literário, artístico ou industrial. Esta propriedade divide-se em três

grandes áreas:

a) Propriedade Industrial: que trata de patentes de invenção, modelos de

utilidade, desenhos industriais, indicações geográficas, registro de marcas e

proteção de cultivares.

b) Direito Autoral: que trata de obras literárias, artísticas e científicas.

c) Proteção sui generis: concerne a Programas de Computador, topografias

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Metodologia do Trabalho Científico

Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

de circuito integrado, domínios na Internet e cultura imaterial (DUARTE;

PEREIRA, 2009, p.27).

O que é direito autoral?Entende-se por direito o poder que o autor, o criador, o tradutor, o pesquisa-

dor ou o artista tem de controlar o uso que se faz de sua obra. Basicamente,

os direitos autorais trabalham com a imaterialidade, sendo esta, a princi-

pal particularidade da propriedade intelectual (DUARTE; PEREIRA, 2009,

p.27).

A Lei nº 9.610/98 altera e consolida a legislação acerca dos direitos autorais.

Observemos os artigos 1º e 7º.

Art. 1º: Esta lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denomi-

nação os direitos de autor e os que lhes são conexos.

Art. 7º: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas

por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível,

conhecido ou que se invente no futuro [...] (BRASIL, 1998, on-line).

Atenção especial deve ser dada para as Obras Protegidas, constantes no Art. 7º.

Leia-as com muito cuidado e atenção.

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Quadro 2.1 - Art. 7º da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998

Art. 7º - São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

I- os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;II- as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; III- as obras dramáticas e dramático-musicais;IV- as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;V- as composições musicais, tenham ou não letra;VI- as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;VII- as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;VIII- as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;IX- as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;X- os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;XI- as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova;XII- os programas de computador;XIII- as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a respeito dos dados ou materiais contidos nas obras.§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial

Fonte: Brasil (1998, on-line)

Conheceremos, agora, o Art. 24, que trata dos direitos morais do autor. Para

efeito deste trabalho, abordaremos somente os parágrafos I e II. Leia, com muita

atenção, o que se refere aos direitos morais.

Art. 24. São direitos morais do autor:

I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;

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II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado,

como sendo o do autor, na utilização de sua obra (BRASIL, 1998, on-line).

O que garante o Direito Moral?

Garante ao criador o direito de ter seu nome impresso na obra, respeitando a

integridade dela, bem como, assegura os direitos de modificá-la ou mesmo

de proibir sua veiculação. É um direito inalienável e irrenunciável (DUARTE;

PEREIRA, 2009, p.27).

Quais são os Direitos Morais do autor?

Os Direitos Morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis visto que, a

qualquer tempo, o autor pode reivindicar a autoria da obra e ter seu nome,

pseudônimo ou sinal convencional indicado, como sendo o autor na utiliza-

ção desta. Esta pessoa possui o direito de conservar a obra inédita e garantir

a integridade desta, opondo-se a qualquer alteração que prejudique ou

atinja o autor em sua reputação (DUARTE; PEREIRA, 2009, p.30).

Por que é caracterizado crime copiar obras intelectuais?

Porque a Lei nº 9.610/98, Lei do Direito Autoral, especifica que é uma forma

de apropriação indébita, utilizar o que é do outro, sem consentimento. A

obra é propriedade intelectual do autor que aufere percentual sobre a venda

de exemplares de sua obra e, um bem produzido pelo editor. Portanto, fazer

cópias de obras sem autorização do autor e do editor é um crime, um roubo

(DUARTE; PEREIRA, 2009, p.32).

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No Capítulo IV, das limitações aos Direitos Autorais, encontramos o que não é

preciso proteger, observando a Lei dos Direitos Autorais.

• Ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos

matemáticos.

• Esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios.

• Formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo

de informação.

• Textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões

judiciais e atos oficiais.

• Calendários, agendas etc.

• Aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras

(DUARTE; PEREIRA, 2009, p.34).

O que não constitui ofensa aos Direitos Autorais?

Artigos de periódicos. A reprodução de notícia, artigo informativo, dis-

cursos proferidos em reuniões públicas veiculadas em jornais ou revistas,

desde que se cite o autor ou a publicação de onde foram transcritos. [...]

Citação: Pode-se mencionar em livros, jornais e revistas ou qualquer outro

meio de comunicação, trechos de obra, para fins de estudo, porém, é pre-

ciso indicar o autor e as fontes bibliográficas da obra (DUARTE; PEREIRA,

2009, p.43).

Não é nossa intenção que você decore todas as informações a respeito da Lei nº

9.610 do Direito Autoral, mas que as consulte, quando for necessário, a fim de não

incorrer no Plágio Acadêmico.

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A Lei do Direito Autoral e o Plágio Acadêmico devem ser entendidos de forma

relacional. É preciso concebê-los como parte inseparável ao produzir um trabalho

científico. Então, vamos conhecer o que é Plágio Acadêmico?

Atividade

1. A Lei nº 9.610/98 – do Direito Autoral, foi criada para dar proteção àqueles que

criaram uma ideia ou uma obra. Esta Lei trata, ainda, das obras literárias, artísti-

cas e científicas. Com base nesta Lei e no que diz respeito às obras citadas, leia as

alternativas e assinale a correta.

a. A Lei nº 9.610/98 considera direitos autorais somente as obras intelectuais protegidas as

criações do espírito.

b. É direito moral ter o pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como

sendo o autor, na utilização da sua obra.

c. É estendido o direito autoral para as criações de espírito, quando essas forem patenteadas.

d. Os programas de computador fazem parte dos direitos autorais e se enquadram nas

mesmas regras.

e. Os Direitos Morais do autor são alienáveis e renunciáveis, visto que, a qualquer tempo, o

autor pode reivindicar a autoria da obra e ter seu nome.

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Plágio acadêmico

Figura 2.5 - Plágio Acadêmico

Fonte: Funwayillustration (123RF)

Caro(a) acadêmico(a), daremos continuidade às nossas reflexões abordando um

assunto muito importante para a comunidade acadêmica e a sociedade como um

todo, que é o plágio acadêmico. Podemos dizer que esse tema está diretamente

relacionado aos direitos autorais.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

(2011), recomenda:

com base em orientações do Conselho Federal da Ordem dos Advogados

do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e privadas brasilei-

ras adotem políticas de conscientização e informação sobre a propriedade

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intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a prática

do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros textos

por parte de alunos e outros membros de suas comunidades (on-line).

Diante do exposto, fica evidente que tanto as instituições públicas quanto as

privadas devem ofertar meios para que os acadêmicos estejam cientes de que essa

prática é considerada ilegal e que pode ser punida administrativamente e, em

última instância, pelas vias legais existentes em nosso país.

E acrescenta:

A OAB recomenda o uso de softwares que fazem a leitura eletrônica

do texto (artigo, monografia, dissertação ou tese). Em seguida, realizam

rastreamento comparativo em vários sites de busca na internet e em base

de dados, verificando se o autor copiou frase ou parágrafo, por exemplo,

identificando a base de dados e o texto copiado (ORIENTAÇÕES…,

2011, on-line).

Existem vários mecanismos para a identificação do plágio acadêmico. A tecno-

logia oferece às instituições e orientadores uma gama de programas que auxiliam

no processo de busca do plágio acadêmico.

Todavia, a nossa intenção neste texto é conceituar o plágio acadêmico, assim

como conscientizar e instrumentalizar você, caro(a) aluno(a), a fim de evitar essa

prática considerada ilegal, mas que é muito presente no meio acadêmico e que

ofende a moral e os direitos protegidos por lei.

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Pense nisso

De acordo com a OAB é considerado plágio cópia de frases, parágrafos e textos por completo.

Com base no breve exposto, podemos fazer alguns questionamentos: quem perde

com o plágio? Perdem as instituições educacionais, os professores, os alunos, os que

geram as ideias e o próprio país.

Para conhecermos um pouco mais sobre o assunto, a pergunta seguinte é: o que

é plágio acadêmico?

O plágio acadêmico se configura quando um aluno retira, seja de livros ou

da Internet, ideias, conceitos ou frases de outro autor que as formulou e as

publicou, sem lhe dar o devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa

(NERY et al., 2017, s.p.).

Para Phitan e Vidal (2013, p.78), “o plágio trata-se de uma questão ética, antes

do que jurídica. É de grande importância a função educativa da universidade

para o desenvolvimento de pesquisas científicas com integridade ética”.

Segundo o professor Lécio Ramos, citado por Garschagen (2006), o plágio pode

ser identificado a partir de três maneiras:

• Plágio integral: refere-se a um trabalho copiado integralmente sem citar a

fonte.

• Plágio parcial: pode ser chamado de colchas de retalho ou colagem de

frases, parágrafos de autores diferentes entre si, ou iguais, sem citar o autor

que gerou a ideia.

• Plágio conceitual: é o uso da obra, de uma teoria, distinta do original.

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Exemplos de texto com plágio acadêmico

Caro(a) aluno(a), o texto acadêmico pode conter plágio parcial ou integral, ou

seja: frases, parágrafos e textos na totalidade. Muitos desses casos são encontrados

diretamente na internet.

Para título de informação e conhecimento encaminho, a seguir, dois exemplos de

textos com plágio. Os nomes dos alunos foram retirados para que sejam preservados.

Em alguns casos, os estudantes nos perguntam: mas eu citei as referências ao

final ou indiquei o site de onde tirei as informações, mesmo assim é considerado

plágio? A resposta é sim.

Para que não seja considerado plágio acadêmico é preciso fazer a citação no

corpo do trabalho e referenciar ao final do texto. Você saberá como fazer isso, no

final desta Unidade.

Exemplo 1:

O exemplo, a seguir, foi retirado de um texto acadêmico. Observe que não existe

citação de nenhum autor. As palavras em vermelho foram encontradas na inter-

net. É um plágio de frase. A referência do site foi trazida ao final do texto.

“O preconceito social está relacionado ao direito aquisitivo, ao acesso à renda,

à posição social, ao grau de escolaridade, ao padrão de vida, dentre diversos. O

Preconceito Social está relacionado ao fato de que as pessoas com melhores condi-

ções de vida discriminam os mais pobres. Os Ricos discriminam pessoas de baixa

classe social, com frases do tipo: ‘isso é coisa de pobre’”.

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Exemplo 2:

Caso idêntico ao exemplo 1. O acadêmico não trouxe nenhuma citação de autor.

Plágio total, destacado em vermelho.

“Histórico: O ditado tem origem na Inglaterra. Lá, antigamente, não havia

espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tira-

dos e encaminhados para o ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz.

Só que, às vezes, ao abrir os caixões, os coveiros percebiam que havia arranhões

nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade,

tinha sido enterrado vivo (catalepsia – muito comum na época). Assim, surgiu a

ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que

passava por um buraco no caixão e ficava amarrada em um sino. Após o enterro,

alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo

acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Desse modo, ele seria salvo pelo

gongo”.

Saiba mais

Estudos indicam que existem algumas causas para o fenômeno do plágio acadêmico: facilidade

de acesso à informação; falta de capacidade para parafrasear; incentivo de plágio no Ensino

Fundamental e no Médio; desconhecimento da Lei de Direito Autoral, acesso facilitado a trabalhos

prontos; desconhecimento das normas da ABNT.

Por isso, é importante que você saiba cada uma dessas partes, ao elaborar o seu trabalho de

conclusão de curso.

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Atividade

2. A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e a

OAB - Ordem dos Advogados do Brasil orientam que as instituições de ensino

públicas e privadas do Brasil adotem políticas de conscientização e informação

sobre a prática do plágio, conscientizando e informando sobre a propriedade inte-

lectual. Com base no exposto e no que diz respeito ao plágio acadêmico, leia as

alternativas e assinale a correta.

a. É considerado plágio acadêmico quando o autor copiou um parágrafo, seja do livro ou

da internet.

b. O plágio acadêmico se configura quando um aluno retira, seja de livros ou da Internet,

ideias, conceitos ou frases de outro autor que as formulou e as publicou, sem lhe dar o

devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa.

c. A Lei nº 9.610/98, Lei do Direito Autoral, não especifica que é uma forma de apropria-

ção indébita utilizar o que é do outro, sem consentimento.

d. Plágio acadêmico não é considerado uma questão ética, pois deve ser algo tratado pri-

meiramente pela administração das instituições superiores, sejam elas públicas e privadas.

e. Constitui ofensa aos Direitos Autorais, a reprodução de notícia, artigo informativo, discur-

sos proferidos em reuniões públicas veiculadas em jornais ou revistas, desde que se cite o

autor ou a publicação de onde foram transcritos.

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Tendo o conhecimento sobre o que é direito autoral e plágio acadêmico, a per-

gunta final desse tópico é: como evitar o plágio acadêmico? Essa pergunta será

respondida no tópico a seguir.

Citação e referências

Figura 2.6 - Citação e Referências

Fonte: Arzamasova (123RF).

Caro(a) aluno(a), agora que você já conhece os direitos autorais e o plágio aca-

dêmico, vamos aprender a maneira correta de fazer as citações e referências no seu

trabalho científico. Vamos lá?

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Para que o seu trabalho científico não entre em conflito com os direitos auto-

rais e não incorra em plágio acadêmico, você precisa seguir duas orientações da

Associação Brasileira de Normas e Técnicas - ABNT.

• NBR 10520:2002 (Citação);

• NBR 6023:2002 (Referências).

Conheceremos, neste primeiro momento, o que é uma citação. A NBR 10520:2002

– trata da Informação e Documentação – Citações em Documentos e apresenta três

tipos de citação, a saber: citação direta, citação indireta e citação de citação.

Quais são as regras gerais para apresentação?

Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição res-

ponsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e

minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras mai-

úsculas (ABNT, NBR 10520: 2002, on-line).

Vamos conhecer alguns exemplos de citação, retirados diretamente da NBR

10520: 2002?

Exemplos:

A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, con-

forme a classificação proposta por Authier-Reiriz (1982).

“Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise

da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p.293).

Especificar no texto a(s) página(s), volume(s), tomo(s) ou seção(ões) da fonte

consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por

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vírgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Nas

citações indiretas, a indicação da(s) página(s) consultada(s) é opcional.

Exemplos:

A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em 1928 (MUMFORD,

1949, p.513).

Oliveira e Leonardos (1943, p.146) dizem que a “[...] relação da série São

Roque com os granitos porfiróides pequenos é muito clara”.

Meyer parte de uma passagem da crônica de “14 de maio”, de A Semana:

“Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei,

que a regente sancionou [...] (ASSIS, 1994, v.3, p.583).

• Citações diretas de até três linhas

As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas

duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.

Exemplos:

Barbour (1971, p.35) descreve: “O estudo da morfologia dos terrenos [...]

ativos [...]”.

“Não se mova, faça de conta que está morta” (CLARAC; BONNIN, 1985, p.72).

Segundo Sá (1995, p.27), “[...] por meio da mesma ‘arte de conversação’ que

abrange tão extensa e significativa parte da nossa existência cotidiana [...]”.

As citações de até três linhas devem ficar junto ao corpo do parágrafo, entre

aspas duplas, conforme o exemplo:

No entendimento de Moran (2010, p.1), a EAD pode ser concebida como “[...]

processo de ensino-aprendizagem, mediada pelas tecnologias, onde professores e

alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. Podemos dizer que esse é o

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conceito clássico da EAD e o mais visível para aqueles que conhecem ou desconhe-

cem essa modalidade de ensino.

• Citação direta acima de três linhas

As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas

com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utili-

zado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se observar

apenas o recuo.

Exemplo:

A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou

regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de

teleconferência incluem o uso da televisão, telefone, e computador. Através

de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal

de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão (NICHOLS,

1993, p.181).

As citações diretas devem ser indicadas por:

a. supressões: [...]

b. interpolações, acréscimos ou comentários: [...]

c. ênfase ou destaque: grifo, negrito ou itálico.

• Citação direta longa com mais de três linhas com supressão

Deve ser apresentada com o sinal [...], significa que foi retirado ou excluído um

trecho do original. A supressão pode ocorrer no início, no meio e/ou no fim da cita-

ção direta.

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Exemplo:

A apreciação crítica desses 15 anos de história da educação a distância no

ensino superior brasileiro comprova, sem sombra de dúvidas, que a modali-

dade está consolidada como uma poderosa ferramenta de inclusão social e

de melhoria de qualidade da educação [...] (TORRES, 2009, p.41).

• Enfatizar trechos da citação

Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração

com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da citação, ou grifo

do autor, caso o destaque já faça parte da obra consultada.

Exemplo:

“[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer

moraes, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade” (SOUTO, 1916, p.46, grifos

nosso).

• Citação com texto traduzido

Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor, deve-se incluir, após a cha-

mada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses

Exemplo:

“Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode

julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado” (RAHNER, 1962, v.4, p.463, tra-

dução nossa).

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• Citação com apud

A expressão latina apud significa: citado por, conforme, segundo. Evite esse tipo

de citação. Procure, sempre que possível, a obra original.

Exemplo:

“[...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura polí-

tica de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946” (VIANNA, 1986,

p.172 apud SEGATTO, 1995, pp.214-215).

No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve

um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosse-

guindo da esquerda para a direita de forma linear.

• Citação indireta ou paráfrase

Nessa citação, você analisa e interpreta a ideia original do autor com as suas

palavras. Essa é uma citação que requer um cuidado muito especial para não

incorrer no plágio acadêmico. Na citação indireta, apresente somente o sobrenome

do autor e o ano da publicação do livro.

Exemplo:

A Educação a Distância deve ser entendida não apenas para atender às neces-

sidades do indivíduo de modo particular, mas para a sociedade como um todo; ou

seja, atendendo ao coletivo que prima por uma educação que promova sua parti-

cipação na sociedade com democracia e igualdade de direitos (NETO, 2006).

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Saiba mais

Caro(a) aluno(a), para acesso completo à NBR 10520:2002, veja o link: www.usjt.br.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: citação de textos.

Rio de Janeiro, 2002. www.usjt.br.

Caro(a) aluno(a), respeitando as formas de citação elencadas anteriormente, no

corpo do texto acadêmico, você ficará isento(a) do plágio acadêmico. Para um bom

texto acadêmico, sugere-se que as citações diretas e indiretas sejam alternadas.

Atividade

3. A NBR 10520:2002 – trata da Informação e Documentação – Citações em

Documentos e apresenta três tipos de citação, a saber: citação direta, citação indi-

reta e citação de citação. Com base nesta NRB, leia as alternativas e assinale a

correta.

a. Na citação direta posso utilizar outras palavras, sinônimos ou significados, desde que não

altere o sentido ou os conceitos originais do texto.

b. Na paráfrase eu posso utilizar outras palavras, sinônimos ou significados, desde que não

altere o sentido ou os conceitos originais do texto e faça o recuo de 4 cm, à esquerda do

parágrafo.

c. As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas.

d. As citações diretas acima de 5 linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

esquerda.

e. Citação direta longa com mais de três linhas com supressão: deve ser apresentada com o

sinal (...).

Referências

Figura 2.7 - Referências

Fonte: Beaucroft (123RF)

Antes de iniciarmos as nossas reflexões sobre as referências, é preciso que você

saiba que todas as citações utilizadas no corpo no texto, obrigatoriamente deverão

constar no campo referências. Não poderá sobrar ou faltar nenhuma referência ou

citação.

Atente-se: insira nas referências somente as obras citadas no corpo do texto.

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Obras lidas e consultadas não devem ser apresentadas. Você mesmo pode conferir

as citações e referências.

Todas as informações, a seguir, foram retiradas da NBR 6023:2002.

Qual o objetivo da NBR 6023:2002?

Esta Norma estabelece os elementos a serem incluídos em referências.

Esta Norma fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece con-

venções para transcrição e apresentação da informação originada do docu-

mento e/ou outras fontes de informação.

Esta Norma destina-se a orientar a preparação e compilação de referências

de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em

bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros.

Esta Norma não se aplica às descrições usadas em bibliotecas, nem as

substitui (NBR 6023:2002, on-line).

A localização da referência pode aparecer:

a. no rodapé;

b. no fim de texto ou de capítulo;

c. em lista de referências;

d. tecedendo resumos, resenhas e recensões.

Os elementos essenciais para as referências são: autor(es), título, edição, local,

editora e data de publicação. Preferencialmente, mencionamos as referências ao

final do trabalho de curso. Editorias de revista, anais, congressos, podem solicitar as

referências, nas formas anteriormente apresentadas.

A NBR 6023:2002 apresenta todas as regras para as referências. Trata-se de

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um documento de 24 páginas, com um detalhamento completo para cada tipo

de material. Por falta de espaço neste trabalho, mencionaremos somente as mais

utilizadas.

As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de

forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples

e separadas entre si por espaço duplo. Quando aparecerem em notas de

rodapé, serão alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referência,

abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expo-

ente e sem espaço entre elas (ABNT, NBR 6023, 2002, on-line).

Os elementos essenciais são: autor(es), título, edição, local, editora e data de

publicação.

Exemplo:

• 1 autor (título em negrito):

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998.

• 2 autores (quando houver título e subtítulo, o negrito é somente no título):

BARBOT, M.; CAMATARRI, G. Autonomia e aprendizagem: a inovação na

formação. Porto: Rés-Editora, 2001.

• Com o organizador do livro e o capítulo do livro:

ARNOLD, E. B. T. Planejamento em educação a distância. In: GIUTA, A. S.;

FRANCO, L. M. (Org.). Educação a Distância: uma articulação entre teoria e

prática. Belo Horizonte: PUC Minas; PUC Minas Virtual, 2003.

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• Revista em meio eletrônico:

BEHAR, P. A.; PASSERINO, L.; BERNARDI, M. Modelos Pedagógicos para edu-

cação a distância: pressupostos teóricos para a construção de objetos de aprendiza-

gem. Revista Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre, v.5 n.2, dez. 2007.

www.cinted.ufrgs.br.

• Legislação em meio eletrônico:

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases

da Educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1.

www.planalto.gov.br.

• Imagens em movimento:

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de

Clermont-Tonnerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marilia

Pera; Vinicius de Oliveira; Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaele e

outros. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior.

[S.l.]: Le Studio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica

(106 min), son., color., 35 mm.

• Documento sonoro no todo (discos, CD, rolo, dentre outros):

ALCIONE. Ouro e cobre. Direção artística: Miguel Propschi. São Paulo: RCA

Victor, p.1988. 1 disco sonoro (45 min.), 331/3 rpm, estéreo., 12 pol.

• Documento tridimensional:

MARCEL, P. Escultura para viajar. 1918. 1 escultura variável.

Saiba mais

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Você terá acesso na íntegra a todos os exemplos de referência consultando a NBR 6023: 2002,

www.usjt.br.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: referências. Rio de

Janeiro, 2000.

Atividade

4. Um dos objetivos da NBR 6023:2002 é fixar a ordem dos elementos das refe-

rências e estabelecer convenções para transcrição e apresentação da informação

originada do documento e/ou outras fontes de informação. Com base no exposto,

leia as alternativas e assinale a correta.

a. A localização da referência pode aparecer no fim do texto ou capítulo, em listas de refe-

rências e no rodapé.

b. As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se

identificar individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por

espaço duplo.

c. Nas referências não apresentamos os nomes do organizador ou organizadores do livro.

d. Nas referências, quando a fonte utilizada no texto foi retirada da internet, é opcional

apresentar a data de acesso.

e. Nas referências, eu devo apresentar as obras utilizadas, consultadas e lidas.

Atividade

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5. A NBR 10520:2002 (citação) e NBR 6023:2002 (referências) têm como uma das

suas finalidades atender as exigências da ABNT – Associação Brasileira de Normas

e Técnicas, assegurando o direito autoral de quem produziu as ideias ou as obras

intelectuais. Desde que utilizadas de modo adequado no trabalho científico, o pes-

quisador está garantindo que o seu trabalho esteja livro do plágio acadêmico. Com

base no exposto, leia as alternativas e assinale a correta.

a. No trabalho acadêmico, o pesquisador utilizará a citação no corpo do texto, prevenindo-

se do plágio acadêmico.

b. No trabalho acadêmico, o pesquisador apresentará, ao final do texto, todas as referên-

cias utilizadas. Esta prática impedirá o plágio acadêmico.

c. O plágio acadêmico é configurado quando o aluno faz uso das normas das ABNT, de

forma correta.

d. A única forma de garantir que não ocorra o plágio acadêmico é fazer uso correto das

Normas 10520:2002 e NBR 6023:2002.

e. O plágio acadêmico são as citações com mais de três linhas.

Indicação de leitura

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Projeto de pesquisa: lei nº 9.610/98 – direito autoral, plágio acadêmico, citações e referências

Nome do livro: Metodologia Científica

Editora: Cengane

Autor: João Almeida Santos e Domingos Parra Filho

ISBN: ISBN-10: 8522112142 / ISBN-13: 9788522112142

o objetivo é auxiliar o(a) acadêmico(a) da graduação e pós-graduação a elaborar um trabalho

científico. O autor tem a preocupação de levar ao leitor todas os tipos de raciocínio e métodos utilizados

na pesquisa.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)unidade 3

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)Adélia Cristina Tortoreli

Olá, caro(a) aluno(a)!

Na Unidade III, abordaremos, no primeiro momento, “A COMUNICAÇÃO ENTRE ORIENTAN-

DOS(AS) E ORIENTADORES(AS)”. O reconhecimento dos papéis de cada um desses agentes é

essencial para o caminhar da pesquisa e primordial para o alcance dos objetivos de um trabalho cien-

tífico.

Na sequência, em “ DIFERENTES ESTILOS DE ESCRITA ACADÊMICA”, apresentaremos algu-

mas informações a respeito do ensaio, resenha e artigo científico. Esses diferentes estilos de escrita pos-

suem objetivos e normatizações distintas que podem ser utilizados na produção de um texto científico.

No título “ A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA”, entenderemos que, em geral, as comunicações cien-

tíficas devem levar em consideração alguns elementos tais como: abordagem, informações, estrutura,

preocupação, preparação do autor e finalidade. Apresentaremos, ainda, algumas considerações sobre

os aspectos da Introdução, Desenvolvimento e Conclusão de um texto.

Por fim, apresentaremos “A ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO”,

composta por três elementos: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais, con-

forme a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).

Esperamos que você se aproprie dos conhecimentos iniciais propostos nesta unidade e busque pes-

quisar mais sobre a temática.

Um abraço e bons estudos!

Professora Adélia Cristina

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Figura 3.1 - A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Fonte: Ssstocker, 123RF.

Caro(a) aluno(a),

A comunicação entre orientandos e orientadores é essencial para a pesquisa

acadêmica. Essa questão deve ser abordada de forma delicada, mas ao mesmo

tempo exige uma conscientização e responsabilidade de ambas as partes. Desde

a elaboração do projeto de pesquisa até a conclusão do trabalho científico, os dois

vão caminhar juntos, a fim de que cumpram todos os passos de um trabalho

acadêmico.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Diante de todas as informações apresentadas na Unidade I e Unidade II e as que

você verá, ainda nesta última unidade, é perceptível que a figura do orientador é

de extrema importância e, por consequência, a relação que ocorrerá entre você e

ele(a).

Todavia, em minha experiência enquanto professora de Trabalho de Conclusão

de Curso (TCC), tenho ouvido reclames tanto da parte dos acadêmicos quanto dos

orientadores, o que comprova que essa comunicação, por vezes, pode ser conflituosa.

A comunicação e a interação entre os seres humanos é baseada em conflitos, mas

esses últimos podem ser perfeitamente contornáveis se cada agente dessa comu-

nicação souber, efetivamente, qual é o seu papel nesse processo de comunicação,

afinal passamos um longo período juntos.

Diante do exposto, a nossa intenção é que você conheça algumas responsabili-

dades que cabem tanto a você, como pesquisador(a), quanto ao seu(ua) futuro(a)

orientador(a). Observe que ambas as responsabilidades estão relacionadas, afinal

pesquisa é diálogo.

Vamos ler, agora, o entendimento de Severino (2007, p. 77-78), acerca da res-

ponsabilidade do orientador. Observe que as palavras diálogo, autonomia, expe-

riência e educador são o norte da citação a seguir. Você o perceberá falando da

função do orientador, mas à contrapartida do orientando(a) e o que ele(a) pode

esperar dessa relação educativa.

A função do orientador deveria ser aquela de um educador, cuja experiên-

cia, mais amadurecida, ele compartilha com o orientando, num processo

conjunto de construção de conhecimento. Duas partes interagindo, num pro-

cesso de diálogo, respeitando-se a autonomia e a personalidade de cada

uma das partes. O orientador não é nem pai, nem tutor, nem advogado

de defesa, nem analista, mas também não é feitor, coronel ou coisa que o

valha. Ele é um educador, estabelecendo com seu orientando uma relação

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

educativa, com tudo o que isso significa no plano da elaboração científica

(2007, p. 77-8).

Agora, vamos observar as responsabilidades conjuntas de orientando(a) e

orientador(a):

Elaborar um texto e entregar no prazo acordado é responsabilidade do

orientando, como é responsabilidade do orientador fazer uma leitura atenta

e antecipada do texto antes do encontro de orientação. Se isso não acon-

tece e sequer acontece o encontro, cria-se um enorme problema que passa

a ter desdobramentos negativos no processo de orientação e na qualidade

do trabalho do orientando (VIANA; VEIGA, 2010, p. 224).

Uma queixa recorrente tanto dos orientandos(as) quanto dos orientadores(as) é

a falta de cumprimento de etapas no processo de escrita científica. Por isso, a neces-

sidade de um cronograma de pesquisa (já estudado na Unidade I). A procrastina-

ção é um dos problemas que, na maioria das vezes, atrapalha o desenvolvimento

da pesquisa. Cabe ao orientando(a) cumprir com o cronograma de leitura e escrita

do trabalho científico, assim como a responsabilidade do orientador(a) em ler esse

trabalho, a tempo de que uma intervenção seja para ajustes ou mudanças que

forem necessárias.

Na citação a seguir, encontramos uma questão muito importante, que é refazer

o texto acadêmico. Algumas vezes é preciso refazer o texto, sempre sob a orienta-

ção do orientador(a). Muitas pesquisas e a realidade demonstram que os alunos

entendem essas intervenções como algo negativo, acreditando que o seu trabalho

nunca está bom.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Alguns orientandos até reconhecem a sua dificuldade em produzir um texto

acadêmico [...] Nesta situação é indispensável o empenho do orientando

em procurar superar suas fragilidades, refazer quantas vezes for necessário

o texto, sem se sentir incomodado com essa solicitação do orientador, como

acontece com alguns (VIANA; VEIGA, 2010, p. 224).

E as autoras continuam:

Na construção de um texto acadêmico é comum ensaios e tentativas para

lapidar o texto. Isso faz parte da humildade acadêmica que precisamos ter

ao reconhecer que o conhecimento se constrói em idas, vindas e retomadas

para que a nossa produção seja a melhor possível (VIANA; VEIGA, 2010,

p. 224).

Todavia, é preciso compreender que a escrita de um trabalho científico é total-

mente diferente das atividades acadêmicas feitas até então. Portanto, a organiza-

ção do pensamento, a escolha da metodologia, o diálogo entre os autores, a própria

construção dos parágrafos precisam de várias orientações. É preciso ter humildade

para reconhecer os nossos limites e o quanto podemos avançar com a ajuda de uma

pessoa mais experiente.

A falta de tempo é mencionada tanto para os reclames dos orientandos(as)

quanto dos orientadores(as). Veja a importância do cumprimento do cronograma.

O cronograma é responsabilidade de ambos. Cada um com seus direitos

e deveres. Nesse sentido, se os orientadores se apresentam como sempre

disponíveis ao atendimento do orientando, indicando até que precisam insis-

tir com telefonemas, e-mails, recados, para que alguns deles apareçam,

por sua vez, os orientandos afirmam que, apesar de muitos orientadores

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

realmente serem acessíveis e disponíveis, outros são muito sobrecarrega-

dos de trabalho, o que acaba por comprometer o atendimento ao aluno

(VIANA; VEIGA, 2010, p. 224).

Diante do breve exposto, creio que você deve ter percebido que a relação entre

orientando(a) e orientador(a) é uma relação de mão-dupla, que indica a respon-

sabilidade de ambos no processo de escrita acadêmica.

[...] Organização, disponibilidade, interesse, satisfação por parte do orien-

tador são aspectos que se reforçam quando o compromisso e a responsa-

bilidade do orientando correspondem à dedicação do orientador (VIANA;

VEIGA, 2010, p. 224).

Atividade

1. Na pesquisa científica, o diálogo entre orientadores e orientandos é algo que deve

ser observado com cuidado e cautela. Por vezes, esse relacionamento vem acompa-

nhado de conflitos que são manifestados de ambos os lados. Tais manifestações exi-

gem responsabilidade de ambas as partes, a fim de que essa relação contribua de

forma positiva para a condução dos trabalhos acadêmicos. Com base no exposto,

leia as assertivas e assinale o que for correto.

a. A função do orientador deveria ser aquela de um educador, cuja experiência, mais ama-

durecida, deve ser acatada pelo orientando. O orientando deve ouvir o seu orientador e

ser guiado por ele.

b. Elaborar um texto e entregar no prazo acordado é responsabilidade do orientando, par-

tindo como pressuposto que o orientador deverá ler o seu trabalho a qualquer tempo.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

c. O orientador pode ou não ler o texto do aluno antes do encontro de orientação.

d. Elaborar um texto e entregar no prazo acordado é responsabilidade do orientando, como

é responsabilidade do orientador fazer uma leitura atenta e antecipada do texto antes do

encontro de orientação.

e. Na construção de um texto acadêmico temos alguns exageros na tentativa de lapidar o

texto. Por vezes, o orientador exige um conhecimento para além do que o aluno é capaz

de alcançar.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Diferentes estilos de escrita acadêmica

Figura 3.2 - Diferentes estilos de escrita acadêmica

Fonte: Anna Miloslavova, 123RF.

Ao elaborarmos um TCC, podemos utilizar vários estilos de escrita acadêmica,

como: a resenha, a monografia, o artigo e o ensaio. Vamos começar estudando a

resenha.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

ResenhaAfinal, o que é resenha?

Atentemo-nos para a explicação de Medeiros: “Resenha é, portanto, um relato

minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo

de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração

e dissertação” (MEDEIROS, 2012, p. 145).

De que forma a resenha está estruturada?Descreve as propriedades da obra (descrição física da obra);

Relata as credenciais do autor;Resume a obra;

Apresenta conclusões e metodologia;Expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou;

Apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina;Desenvolvimento da capacidade de síntese, interpretação e crítica.

Quadro 3.1 - A estrutura da resenha

Fonte: Adaptado de Medeiros (2012, p. 145-146).

A resenha apresenta duas divisões, a saber: a resenha descritiva e a resenha

crítica.

• Resenha descritiva

Na prática, a resenha é um resumo que pode ou não ser crítico. No entanto, é

mais abrangente que um resumo.

De acordo com Medeiros (2012, p. 149), “[...] o que apresentar numa resenha

depende da finalidade que se tem em vista, ou mesmo dos tipos de leitores que se

pretende atingir”.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Medeiros (2012, p. 150) cita o exemplo do treinamento de atletas para uma

copa mundial de futebol. Observe que, dependendo da finalidade do texto e do

leitor, a resenha seguirá caminhos distintos. Para a coluna esportiva seria uma, já

para o departamento médico seria outra.

Enquanto o jornalista salientaria as qualidades de um atleta, as jogadas,

os gols, a resenha do departamento médico se ocuparia de outros fatos e

simplesmente desprezaria os pormenores jornalísticos citados.

De acordo com Fiorin e Platão (apud MEDEIROS, 2012, p. 150), a estrutura da

resenha descritiva de um texto está configurada da seguinte maneira:

Nome do autor ou dos autores;Título e subtítulo da obra (livro, artigo de um periódico);

Se tradução, nome do tradutor;Nome da editora;

Lugar e data da publicação da obra, número de páginas e volumes;Descrição sumária de partes, capítulos, índices;

Resumo da obra, salientando objeto, objetivo, gênero (poesia, prosa, dramaturgia, ensaio literário, político;Métodos utilizados (como o autor construiu sua obra;

Ponto de vista que defende.

Quadro 3.2 - Resenha descritiva

Fonte: Adaptado de Medeiros (2012, p. 150).

• Resenha crítica ou científica

O que o leitor espera de uma resenha crítica? De que forma o autor deve se

posicionar nesse tipo de resenha?

Na resenha crítica, o leitor espera um posicionamento do resenhista; ela

não pode ser fria e distante, temerosa de comprometimento, sob pena de

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

tornar-se um texto indigesto, desinteressante.

Todavia, os juízos avaliativos precisam apoiar-se em fatos, em provas, em

argumentos consistentes.

Afirmações genéricas pouco acrescentam, ou revelam desinteresse em

aprofundamento da análise.

[...] Deve ficar claro para o leitor se o resenhista adota como positivos ou

negativos os posicionamentos, os conceitos, as ideias da obra resenhada

(MEDEIROS, 2012, p. 154).

Para finalizar a resenha crítica, pontuamos alguns requisitos necessários. Observe

e leia com atenção as seguintes palavras: conhecimento, independência, justifica

e fidelidade.

Conhecimento

completo do artigo ou da obra, não ficando limitado à leitura do índice, do prefácio e de um ou outro capítulo, mas exigindo um aprimorado estudo analítico de todo artigo

ou da obra; do assunto a ser criticado: caso o leitor não tenha tal conhecimento, aconselhamos buscá-lo, pois um julgamento superficial transforma o trabalho do

crítico em apreciação sem fundamento.

Independência de juízopara ler, expor e julgar com isenção de preconceitos, simpatias ou antipatias. O que

importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente.

Justiça ao apreciar: mostrar tanto os aspectos positivos quanto as deficiências do trabalho.

Fidelidadeao pensamento do autor, não descaracterizando suas opiniões, mas assimilando com exatidão as suas ideias, para examinar, cuidadosamente e com acerto, sua posição.

Quadro 3.3 - Requisitos necessários para a resenha crítica

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013, p. 152).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Atividade

2. Para Medeiros (2012, p. 145), “[...] resenha é, portanto, um relato minucioso das

propriedades de um objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação

técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração e disserta-

ção.” Com base no exposto, leia as assertivas e assinale a correta.

a. Na resenha crítica, o leitor não espera um posicionamento do resenhista; a crítica deve ser

vista de modo imparcial e distante.

b. Deve ficar claro para o leitor que o resenhista não adotou nenhum posicionamento posi-

tivo ou negativo. Ele apenas comunicou os fatos na resenha elaborada.

c. A apresentação de uma resenha depende da finalidade que se tem em vista, ou mesmo

dos tipos de leitores que se pretende atingir.

d. A estrutura de uma resenha não contempla lugar e data da publicação da obra; número

de páginas e volumes; Descrição sumária de partes, capítulos, índices etc.

e. Afirmações genéricas acrescentam ou revelam interesse em aprofundamento da análise.

EnsaioO trabalho científico pode assumir o formato de ensaio. Exige alto nível de

interpretação e julgamento pessoal. Para Prodanov e Freitas (2013), é preciso

atentar-se para algumas orientações.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Exposição metódica dos estudos realizados e das conclusões gerais;Maior liberdade, por parte do autor, no sentido de defender determinada posição;

Não dispensa o rigor lógico e a coerência de argumentação;Exige grande informação cultural e maturidade intelectual;

É problematizador e deve sobressair o espírito crítico do autor e a originalidade

Quadro 3.4 - Orientações para o ensaio

Fonte: Adaptado de Prodanov e Freitas (2013, p.163).

Artigo científicoO artigo científico tem por objetivo abordar e tratar de problemas científicos.

Todavia, a sua extensão é pequena. Pode ser publicado em jornais, revistas ou

outros periódicos. Os artigos não têm a finalidade de pesquisar algo original ou

ainda não pesquisado (isso ficaria a cargo das teses), entretanto abordam questões

atuais ou pouco pesquisadas. O seu objetivo final é contribuir para pesquisas futu-

ras. É importante ressalvar que na construção de um artigo é necessário seguir as

orientações das normas da ABNT, por isso é necessário seguir todas as orientações

e normas, assim como a estética do trabalho. O papel do(a) orientador(a) é fun-

damental no processo de orientação e correção. Mas lembre-se: o(a) orientador(a)

não escreverá o trabalho para você. Essa é uma tarefa do(a) pesquisador(a).

Neste sentido, o artigo exige uma estrutura que será abordada na última parte

desta seção: pré-textuais, textuais e pós-textuais. Vamos considerar as explicações

e as exigências de um artigo científico, a partir dos estudos de Medeiros (2012),

acerca do conteúdo, plano, redação, motivos e linguagem.

Conteúdo

Em geral apresenta abordagens atuais, às vezes, temas novos. Deve versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta. Pode ser variado. Exemplo: discorrer sobre um estudo pessoal, oferecer soluções para posições controvertidas.

Plano Recomenda-se um plano para que não se repitam ideias, nem se deixe nada de importante de lado.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Redação Deve levar em conta o público a que se destina.

MotivosExistência de aspectos de um assunto que não foram estudados suficientemente ou o foram superficialmente; necessidade de esclarecer uma questão antiga; aparecimento de um erro.

LinguagemDeverá ser gramaticalmente correta, precisa, coerente, simples e, preferentemente, em terceira pessoa.

Quadro 3.5 - Exigências do artigo científico

Fonte: Adaptado de Medeiros (2012, p. 204).

Quanto aos tipos de artigos, esses podem ser: analíticos, classificatórios ou

argumentativos.

Artigos analíticosDescrevem, classificam, definem o assunto e levam em conta a forma e o objetivo que se tem em vista.

Estrutura artigos analíticosDefinem o assunto, apresentam aspectos relevantes e irrelevantes, partes e relações existentes.

Artigos classificatóriosHá uma ordenação de aspectos de determinado assunto e a explicação de suas partes.

Estrutura artigos classificatórios

Definição do assunto, explicação da divisão, tabulação dos tipos e definição de cada espécie.

Artigos argumentativosHá o enfoque de um argumento e depois a apresentação dos fatos que provam ou refutam o fato. Exigem pesquisa profunda do tema.

Estrutura artigos argumentativos

Exposição da teoria, apresentação de fatos, síntese dos fatos, conclusão.

Quadro 3.6 - Estrutura dos artigos (analíticos, classificatórios, argumentativos)

Fonte: Adaptado de Medeiros (2012, p. 204).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Atividade

3. O artigo científico tem por objetivo abordar e tratar de problemas científicos.

Todavia, a sua extensão é pequena. Pode ser publicado em jornais, revistas ou outros

periódicos. Com relação ao artigo, leia as assertivas e assinale a correta.

a. Os artigos científicos não são passíveis de serem publicados em revistas, eventos, jornais

etc.

b. Os artigos científicos podem ou não ser submetidos às normas da Associação Brasileira

de Normas e Técnicas (ABNT).

c. No artigo científico recomenda-se um plano para que não se repitam ideias, nem se deixe

nada de importante de lado.

d. A redação de um artigo pode ou não levar em conta o público a que se destina.

e. Artigos classificatórios descrevem, classificam, definem o assunto e levam em conta a

forma e o objetivo que se tem em vista.

A comunicação científicaPode-se chamar de comunicação científica toda a forma de apresentação de

trabalhos científicos. Os locais são os mais diversos: reuniões, simpósios, academias,

sociedades científicas. Essas comunicações têm a finalidade de apresentar os resul-

tados de pesquisa para toda a comunidade científica e para a comunidade geral.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Pense nisso

Outra finalidade da comunicação científica é a sua publicação em anais e revistas. Pretende-se com

essa comunicação trazer informações e conhecimentos novos e atualizados. Em geral, as apresentações

giram em torno de 10 a 20 minutos, dependendo da organização do evento.

Ao concluir o Trabalho de Conclusão de Curso, seja na graduação ou pós-gradu-

ação, é exigido que o(a) acadêmico(a) apresente o seu trabalho para uma banca

avaliativa. A metodologia adotada fica a cargo da instituição e poderá ser por

meio de banca (com orientador e outros professores), apresentação de banner, entre

outras.

Em geral, as comunicações científicas devem levar em consideração os seguin-

tes elementos: abordagem, informações, estrutura, preocupação, preparação do

autor e finalidade.

AbordagemA forma como um pesquisador interpreta uma situação, como trata os problemas abordados, a posição que toma diante de determinada situação.

Informações Devem ser originais e criativas.

EstruturaIntrodução (formulação do tema, justificativa, objetivos, metodologia, delimitação do problema, abordagem e exposição exata da ideia central).

PreocupaçãoCom a linguagem, cujo vocabulário deverá ser rigoroso, isto é, preciso, claro, não ambíguo.

Preparação do autorEstar apto a responder as questões que serão formuladas, com precisão, sem divagações. A apresentação deve ser feita com clareza (oral ou escrita).

Finalidade Fazer conhecidos a descoberta e os resultados alcançados com a pesquisa.

Quadro 3.7 - Comunicação científica

Fonte: Adaptado de Medeiros (2012, p. 205).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

A organização da escrita do texto científico

A habilidade e a eficácia da escrita de um texto científico, que tem o objetivo de

ser persuasivo e claro, devem ser organizadas em três partes, a saber: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Vamos observar os requisitos de cada etapa de um

texto científico?

Aspectos da introdução do texto De acordo com Medeiros (2012, p. 227), os aspectos são:

• Deve-se evitar o tratamento do tema do trabalho;

• Deve-se preparar o leitor, elucidando uma série de questões;

• Coloca-se a proposição do tema e declara-se o objeto do trabalho;

• Delimita-se o tema, ou seja, explica-se ao leitor os aspectos que serão trata-

dos. Justifica-se por que tais aspectos foram escolhidos;

• Explica-se ao leitor o ponto de vista de quem realiza o trabalho: Que tese

será defendida? Quais são as hipóteses de trabalho?

Aspectos do desenvolvimento do textoSegundo Medeiros (2012, p. 227), os aspectos são:

• O desenvolvimento é um elemento da estrutura do texto que busca exami-

nar fatos extrínsecos e intrínsecos;

• Ao desenvolver ideias, parte-se da investigação de formas externas para o

exame de ideias internas;

• A argumentação utilizada para ambos os exames inclui análise de prós e

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

contras, para que o leitor saia convencido da leitura;

• As opiniões não bastam. É preciso examinar os fatos e interpretá-los;

• Se possível, apresentar farta exemplificação.

Aspectos da conclusãoNa conclusão espera-se que o autor confirme a hipótese inicial ou a tese apresen-

tada. Pode-se, inclusive, apresentar perspectivas futuras. Deve-se evitar, na conclu-

são, citações. Esse deve ser o momento em que o pesquisador apresentará com suas

palavras o resultado a que chegou na pesquisa. Por esse motivo, a conclusão deve

ser clara, concisa (MEDEIROS, 2012).

Atividade

4. A habilidade e a eficácia da escrita de um texto científico, que tem o objetivo de ser

persuasivo e claro, devem ser organizadas em três partes, a saber: INTRODUÇÃO,

DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Com base no exposto, leia as asserti-

vas e assinale a opção correta.

a. Na introdução do texto deve-se levar em consideração que, ao se desenvolver ideias, par-

te-se da investigação de formas externas para o exame de ideias internas.

b. Nos aspectos da introdução deve-se explicar ao leitor o ponto de vista de quem realiza o

trabalho, qual tese será defendida e quais as hipóteses do trabalho.

c. Nos aspectos de desenvolvimento do texto coloca-se a proposição do tema e declara-se

o objeto do trabalho.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

d. Nos aspectos da introdução do texto, o desenvolvimento é um elemento da estrutura do

texto que busca examinar fatos extrínsecos e intrínsecos.

e. Nos aspectos da introdução deve-se inserir todas as etapas do projeto de pesquisa.

Formas de expansão do parágrafoDe acordo com Aquino, a linguagem e a comunicação na pesquisa científica

devem ser técnicas e objetivas.

Não se pode colocar termos subjetivos nem “prosa nem poesia”. A pesquisa,

após sua conclusão, deve – com consequência – ser apresentada à socie-

dade, que seja escrita (papers, livros etc.) ou falada (seminário, palestra

etc.). Em qualquer que seja a modalidade da apresentação (produto final

da pesquisa), a linguagem é a mesma: TÉCNICA e a comunicação é a

mesma: OBJETIVA (AQUINO, 2010, p. 19).

O parágrafo deve ser entendido como um conjunto de frases (sentenças) e uni-

das de forma harmoniosa. Para melhor compreensão dessa harmonia, seguiremos

o exemplo de Aquino (2010).

Quem domina o planeta? Provavelmente, a primeira resposta à pergunta

seria o homem ou, talvez, os peixes, que estão presentes nos rios, lagos,

oceanos Os insetos são as mais abundantes criaturas espalhadas em nosso

planeta A abelha é um inseto muito comum e é um dos mais importantes

animais para o homem: seu grande valor não é apenas por seus produtos:

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

mel, pólen, própolis, geleia real, cera e apitoxina (veneno) mas, principal-

mente, a polinização (AQUINO, 2010, p. 20).

O que Aquino quer nos mostrar com esse exemplo? Que se trata de um pará-

grafo introdutório. Por consequência, as suas sentenças se completam de forma har-

moniosa. De acordo com o autor, a construção deste parágrafo pode ser entendida

como um “cone invertido” ou “triângulo invertido”.

Figura 3.3 - Diagrama de um parágrafo introdutório tipo “cone invertido” ou “triângulo invertido

Fonte: Aquino (2010, p. 21).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

De modo geral, para Aquino, um parágrafo deve possuir:

Figura 3.4 - Elaboração de parágrafo

Fonte: Adaptado de Aquino (2010, p. 19).

Em síntese, ao mudar de assunto, muda-se de parágrafo. Uma boa maneira de

entender a lógica entre as orações e os parágrafos é a leitura de artigos científicos

publicados em revistas de bom conceito. À medida que vamos nos apropriando da

leitura científica, incorporamos esse estilo de escrita.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

A organização da estrutura do trabalho científico

Figura 3.5 - A organização da estrutura do trabalho científico

Fonte: Elenabsl, 123RF.

Caro(a) aluno(a), estamos caminhando para o término do nosso livro. Neste

momento, é importante explicar as partes que comporão o seu Trabalho de

Conclusão de Curso, ou seja, a organização da estrutura do texto científico. O

número de páginas desse texto dependerá da escolha (resenha, artigo, ensaio ou

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

monografia), de acordo com as orientações da instituição e do(a) orientador(a).

Para tanto, é essencial que você conheça essa organização que está estruturada em

três partes:

PRÉ-TEXTUAIS – TEXTUAIS – PÓS-TEXTUAIS

Agora, você deve estar se perguntando: De que lugar é retirado os elementos

anteriores e como organizá-los no trabalho acadêmico?

O órgão responsável pela normalização dos trabalhos acadêmicos é a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que foi fundada em 1940. Para a elabo-

ração de trabalhos acadêmicos é preciso seguir algumas dessas normas. As duas

normas em negrito foram explicadas na Unidade II, mas iremos retomá-las

novamente. Diante da impossibilidade de apresentarmos todas as normas, é pre-

ciso que você saiba, ao menos, conhecer algumas e, por meio do título de cada uma

delas, identificar o assunto.

1. NBR 6.032/1989 – Abreviação de títulos de periódicos e publicações seria-

das – Procedimento;

2. NBR 6.023/2002 – Referências;

3. NBR 10.520/2002 – Citação;

4. NBR 6.029/2002 – Apresentação de livros e folhetos – Procedimento;

5. NBR 6.024/2003 – Numeração progressiva das seções de um documento

– Procedimento;

6. NBR 6.027/2003 – Sumários;

7. NBR 6.028/2003 – Resumos;

8. NBR 12.225/2004 – Lombada;

9. NBR 14.724/2011 – Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos

– Apresentação.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

A eficácia na comunicação científica exige um modelo de padronização, na

forma de apresentação. Em função disso, existem normas para a redação de um

trabalho científico, as quais devem ser seguidas tanto para a elaboração de um

projeto de pesquisa quanto para a construção de qualquer trabalho acadêmico.

Vamos conhecer, então, a estrutura do trabalho de conclusão?

Estrutura e organização do texto científico

Os trabalhos acadêmicos, independente de sua finalidade, são compostos de:

• Elementos pré-textuais.

• Elementos textuais.

• Elementos pós-textuais.

Para melhor compreensão desses elementos, elaboramos um quadro dividido por cores.

Figura 3.6 - Elementos que compõem o trabalho acadêmico

Fonte: Adaptada de NBR 14.724 (ABNT, 2001).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Elementos textuaisEstudaremos a diagramação e os recursos de edição de textos que são: papel

e margens, numeração de páginas, capítulos, parágrafos, títulos não numerados,

títulos numerados, tipo e tamanho de letra (fonte), espaços entrelinhas, citações,

referências, ilustrações e tabelas, notas de rodapé, notas de conteúdo.

Papel e margemO papel deve ser de tamanho sulfite A4 (21 cm x 29,7 cm). Deve-se usar apenas

um dos versos da folha. Caso sejam utilizados anverso e verso, as margens são as

mesmas.

• Margem superior do papel: 3,0 cm;

• Margem inferior: 2,0 cm;

• Margem esquerda: 3,0 cm;

• Margem direita:, 2,0 cm.

Figura 3.7 - Papel e Margem

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Numeração da página Deve ser contínua, em algarismos arábicos. A contagem das folhas se dá a

partir da capa. As folhas pré-textuais (folha de rosto, dedicatória, agradecimento,

epígrafe, resumo em vernáculo e resumo em língua estrangeira, lista de quadros,

figuras, tabelas, ilustrações, lista de abreviaturas e siglas e sumário) são contadas,

mas não numeradas (CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 43).

A numeração só deve aparecer no canto superior direito a partir da folha da

introdução ou considerações iniciais. Observe o modelo:

Figura 3.8 - Introdução

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Seções• O título deve ser precedido pelo indicativo numérico (algarismo arábico),

alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere.

• Os títulos das seções primárias devem iniciar em folha ímpar (anverso), na

parte superior da folha, grafados em números inteiros a partir de 1 (um) e

separados do texto que os sucede por 1 (um) espaço entrelinhas de 1,5 cm.

Deve-se limitar a numeração progressiva até a seção quinária.

• Da mesma forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que

os precede e sucede por 1 (um) espaço de 1,5 cm. Títulos que ocupem mais

de uma linha devem, a partir da segunda linha, ser alinhados abaixo da

primeira letra da primeira palavra do título (RIBEIRO, 2016, p. 2).

Figura 3.9 - Seções

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Figura 3.10 - Seções

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

Numeração progressiva1 Seção primária

1.1 Seção secundária

1.1.1 Seção terciária

1.1.1.1 Seção quaternária

1.1.1.1.1 Seção quinária

• CAIXA ALTA e negrito• CAIXA ALTA sem negrito• Início das Palavras em Caixa Alta e negrito• Início das Palavras em Caixa Alta sem negrito• Início das Palavras em Caixa Alta e itálico

Quadro 3.8 - Quadro numeração progressiva

Fonte: Adaptado de NBR-6024

ParágrafosO recuo de início do parágrafo na primeira linha deve ser de 1,25 cm.

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Títulos não numeradosOs títulos a seguir devem ser: centralizados, sem numeração, digitados em negrito

e letras maiúsculas.

AGRADECIMENTOS

DEDICATÓRIA

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ILUSTRAÇÕES (FIGURAS, IMAGENS, ORGANOGRAMA)

LISTA DE TABELAS (QUADROS)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE SÍMBOLOS

SUMÁRIO

REFERÊNCIAS

Quadro 3.9 - Aspectos gráficos

Fonte: Adaptado de Cunha e Ferreira (2009).

Títulos numeradosO número do capítulo (seção) e do subcapítulo (subseção) deve preceder o título

separado por um espaço (equivalente a um caractere) e estar alinhado à margem

esquerda. Os capítulos principais de um texto devem iniciar em folha própria e

devem ser digitados todos em letras maiúsculas e negrito, na mesma fonte e em

tamanho 12, alinhados à margem esquerda (CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 47).

Tamanho e tipo de letra (fonte)A ABNT sugere um tipo de letra arredondada e de bom tamanho. Sugerimos,

então, fonte ARIAL ou TIMES NEW ROMAN, tamanho 12, em todo o corpo do

trabalho, incluindo título, subtítulos. Somente em citações maiores que 3 linhas

adotamos uma fonte menor (10 ou 11) (CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 47).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Espaços entrelinhasO texto deve ser impresso em espaçamento 1,5 cm, do início ao término do

trabalho. Somente resumo, resumo em língua estrangeira, citações maiores que 3

linhas, notas de rodapé, referências são impressas em espaçamento simples (1,0 cm)

(CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 48).

Citações curtas e longas • As citações curtas (até três linhas) são incorporadas ao texto, transcritas

entre aspas duplas. NÃO usando destaque tipográfico, no caso itálico, a

fonte deve ser do mesmo tamanho do corpo do texto (tamanho 12).

• As citações longas (mais de três linhas) são transcritas com espaçamento

entre linhas simples (1,0 cm), em parágrafo próprio, recuadas a 4 cm a par-

tir da margem esquerda, com tamanho da letra menor do que a do corpo do

trabalho (10 ou 11), sem destaque tipográfico (itálico), sem aspas (CUNHA;

FERREIRA, 2009, p. 49).

Referências, ilustrações, tabelasAs referências são ordenadas em:

Rigorosa ordem alfabética;

Espaçamento entre linhas simples (1,0 cm);

Alinhamento à esquerda;

Recurso tipográfico negrito para evidenciar o nome da obra. No subtítulo não

existe destaque em negrito.

Enter duplo para separar uma referência da outra ou 2 enter de espaçamento

entre linhas simples (1,0 cm) (CUNHA; FERREIRA, 2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

As ilustrações e tabelas devem conter um título na parte superior, preferen-

cialmente em letras maiúsculas. A parte inferior deve conter a fonte de onde foi

extraída, de preferência em letras maiúscula e alinhada à esquerda. Quando o

título contiver mais de uma linha, a segunda e as próximas devem iniciar abaixo

da primeira letra do próprio título (CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 50).

Atividade

5. O órgão responsável pela normalização dos trabalhos acadêmicos é a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que foi fundada em 1940. A eficácia na

comunicação científica exige um modelo de padronização, na forma de apresenta-

ção. Com base no exposto, leia as assertivas e assinale a opção correta.

a. Nos elementos pós-textuais, a margem superior do papel deve ter 3,0 cm, a inferior 2,0

cm, a margem esquerda deve ter 3,0 cm, a direita 2,0 cm.

b. A ABNT sugere um tipo de letra arredondada e de bom tamanho. Sugerimos, então, fonte ARIAL

ou TIMES NEW ROMAN, tamanho 12, em todo o corpo do trabalho, incluindo título, subtítulos.

c. Citações longas (mais de três linhas) são transcritas com espaçamento entre linhas simples

(1,0 cm), em parágrafo próprio, recuadas a 3 cm a partir da margem esquerda.

d. O texto é digitado em Fonte ARIAL ou TIMES NEW ROMAN, 10, do início ao final do

trabalho. As exceções ficam para as citações acima de três linhas e as notas de rodapé.

e. O texto deve ser impresso em espaçamento 1 cm, do início ao término do trabalho.

Somente resumo, resumo em língua estrangeira, citações maiores que 3 linhas, notas de

rodapé, referências são impressas em espaçamento simples (1,0 cm).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Notas de conteúdo

Evitam explicações longas dentro do texto.

Notas de referência

Indicam as fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra em que o

assunto foi abordado.

Notas de esclarecimento ou explicativas

São usadas para a apresentação de comentários, explanações ou traduções que

não podem ser incluídas no texto, por interromper a linha de pensamento. Devem

ser breves, sucintas e claras.

Atentemo-nos para o exemplo:

A vida da rainha Isabel, esposa do rei de Portugal D. Dinis (1279-1325)[1], pode ser conhecida por meio de uma vasta literatura construída ao longo de muitos séculos.

____________[1] As datas entre parêntesis que doravante aparecerem indicam as datas cujos reis ocuparam o trono.

Fonte: Exemplo adaptado de Cunha e Ferreira (2009).

Conforme Cunha e Ferreira (2009, p. 52):

• A numeração das notas de referências é feita por algarismos arábicos,

devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte.

• Não se inicia a numeração a cada página.

• A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência

completa.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

• As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de forma

abreviadas, utilizando as seguintes expressões latinas:

Expressões latinas nas notas de rodapé

• apud citado por, conforme, segundo.• idem ou id mesmo autor; mesma obra (mesma página).• ibidem ou ibid na mesma obra (página diferente).• opus citatum, opere citado ou op. cit. obra citada. Indica que a citação é referente a uma obra de autor já

citado no trabalho, sem ser indicada anteriormente• passim aqui e ali (quando foram retirados de intervalos). Indica referências genéricas e várias passagens do texto,

sem identificação de páginas determinadas • loco citato ou loc. cit. no lugar citado. Expressões usadas para mencionar a mesma página de uma obra já

citada, mas havendo intercalações de outras obras.• cf. confira, confronte. Abreviatura usada para recomendar consulta a trabalhos de outros autores ou as notas do

mesmo trabalho.• sequentia ou et seq. seguinte ou que se segue. Expressão usada quando não se quer citar todas as páginas da

obra referenciada.

Quadro 3.10 - Expressões latinas nas notas de rodapé

Fonte: Adaptado de Cunha e Ferreira (2009).

Saiba mais

Atenção! Somente a expressão apud pode ser usada no texto. Já as expressões Id., Ibid. e Cf. só

podem ser usadas na mesma página ou folha da citação a que se referem. Exemplo:

_______

[1] DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de direito público e privado. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 263.

[2] Id., 1987.

Fonte: Adaptado de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Elementos pós-textuaisCaro(a) aluno(a), iniciaremos os elementos pós-textuais que compõem o traba-

lho: glossário, diferenciação, apêndices, anexos, índices, modelos dos itens obrigató-

rios, modelos dos itens opcionais.

GlossárioDe acordo com Cunha e Ferreira (2009, p. 55), o glossário é “[...] elemento

condicionado à necessidade do trabalho, deve conter a relação de palavras acom-

panhada das respectivas definições, com o objetivo de esclarecer o significado dos

termos empregados no trabalho.

A palavra GLOSSÁRIO deve figurar na primeira linha dessa página, com

letras maiúsculas, alinhamento à esquerda, recurso tipográfico negrito, devendo

fazer parte do sumário.

Figura 3.11 - Glossário

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

ApêndicesElemento condicionado à necessidade do trabalho. Deve conter todo material

elaborado pelo(a) próprio(a) aluno(a), por exemplo: tabelas, gráficos, desenhos,

mapas ou outras figuras ilustrativas; técnica de pesquisa utilizada (questionário,

formulário, entrevista, história de vida e semelhantes); organogramas, fluxogra-

mas ou cronogramas.

Deve-se apresentar, inicialmente, uma folha distinta, intitulada APÊNDICE(S),

com as seguintes características: a palavra APÊNDICE(S) deve figurar na primeira

linha dessa página, com letras maiúsculas, alinhamento à esquerda, recurso tipo-

gráfico negrito, devendo fazer parte do sumário (CUNHA; FERREIRA, 2009, p. 55).

Exemplo:

Figura 3.12 - Apêndice

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

AnexosElemento condicionado à necessidade do trabalho, deve conter todo docu-

mento auxiliar não elaborado pelo(a) autor(a), tais como quadros, tabelas,

legislação, estatutos, regimentos, ilustrações etc. A apresentação gráfica dos

anexos deve seguir a mesma padronização utilizada para os apêndices (CUNHA;

FERREIRA, 2009, p. 55).

ÍndiceÉ um elemento pós-textual (opcional) que lista as palavras ou frases, ordenadas

segundo determinado critério, que localiza e remete para as informações contidas

no texto, elaborado conforme a ABNT NBR 6034:2004 (CUNHA; FERREIRA, 2009,

p. 55).

Elementos pré-textuaisCaro(a) aluno(a), segue um exemplo de apresentação de trabalho acadêmico

com os elementos pré-textuais.

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Figura 3.13 - Elementos pré-textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

Figura 3.14 - Resumo-Abstract-Sumário

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Elementos textuaisCaro(a) aluno(a), segue um exemplo de apresentação de trabalho acadêmico

com os elementos textuais.

Figura 3.15 - Elementos textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

Figura 3.16 - Elementos textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Elementos pós-textuaisCaro(a) aluno(a), segue um exemplo de apresentação de trabalho acadêmico

com os elementos pós-textuais.

Figura 3.17 - Elementos pós-textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Modelos opcionais Destacamos os modelos OPCIONAIS que deverão ou não constar no seu traba-

lho acadêmico:

Pré-textuais:1. Dedicatória.

2. Agradecimentos. 3. Epígrafe.

4. Lista de Ilustrações (quadros, tabelas, gráficos, figuras).

5. Lista de Abreviaturas e Siglas.6. Lista de Símbolos.

Pós-textuais:1. Glossário.

2. Apêndices. 3. Anexos.4. Índices.

Pré-textuais

Figura 3.18 - Elementos pré-textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Figura 3.19 - Elementos pré-textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

Pós-textuais

Figura 3.20 - Elementos pós-textuais

Fonte: Adaptada de Cunha e Ferreira (2009).

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Metodologia do Trabalho Científico

A comunicação entre orientandos(as) e orientadores(as)

Indicação de de leitura

Nome do livro: Fundamentos de Metodologia Científica

Editora: Atlas

Autor: Lakatos, Eva Maria / Marconi, Marina de Andrade

ISBN: 9788597010121

O livro Fundamentos de Metodologia Científica esclarece aos iniciantes e pesquisadores experientes

a respeito dos procedimentos, métodos e técnicas de pesquisa nas áreas de Ciências Humanas e

Sociais.

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Olá, caro(a) aluno(a)!

Chegamos ao final do nosso livro METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO.

Com o término, acreditamos ter cumprindo o nosso objetivo que versou sobre os passos

necessários para a pesquisa científica e a conclusão do trabalho acadêmico.

Ao longo deste trabalho, tivemos a preocupação de comunicar a você, por meio de ci-

tações, esquemas, tabelas e texto, as contribuições teóricas de renomados autores na área

da pesquisa e da comunicação científica. É sempre importante pontuar que a conclusão

de qualquer trabalho é sempre uma chegada abstrata, pois novas pesquisas deverão ser

acrescentadas.

É oportuno destacar, ainda, que o trabalho científico exige do pesquisador uma ati-

tude reflexiva e filosófica, assim como perceber que a responsabilidade da elaboração

de um trabalho científico passa obrigatoriamente por normas da Associação Brasileira

de Normas e Técnicas (ABNT) e direitos autorais. Em suma, trata-se uma posição ética

frente ao trabalho acadêmico.

Nesse sentido, ser pesquisador demanda organização, tempo, conhecimento das nor-

mas acadêmicas, cronograma, muita leitura e escrita.

Esperamos que a leitura do livro possa ter contribuído para um conhecimento que tal-

vez você já tenha, ou que possa ser acrescentado na sua vida acadêmica e de pesquisa.

Um abraço e até uma próxima oportunidade!

Professora Adélia

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ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023: 2002.

Informação e documentação: citações em documentos – apresentação. Rio de

Janeiro: ABNT, 2002a.

______. NBR 6034:2004. Informação e documentação: índices – apresenta-

ção. Rio de Janeiro: ABNT, 2004a.

______. NBR 10520: 2002. Informação e documentação: referências – elabo-

ração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002b.

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Palácio do Planalto.

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