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CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

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CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL

Arnaldo Lemos Filho

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EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo.

DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica acerca destes episódios. Filmes selecionados : O Golpe de 64, Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de Sangue..

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS –- Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar- Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes- Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves

CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃOA visão crítica deste período da nossa historia é fundamental para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de nível superior que vai atuar na sociedade.brasileira. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica.

. METODOLOGIA Exibição e análise de filmes que discutam o período da

Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos do período, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP

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A DITADURA MILITAR NO BRASIL

1964 - 1984

Arnaldo Lemos Filho

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I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

Castelo Branco(1964-1967)

Costa e Silva (1967-1969

II 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO

OS ANOS DE CHUMBO

Médici 1969/1074

III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE

A ABERTURA

Geisel (1974-1978)

IV 1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO

Figueiredo (1979-1985)

ETAPAS DA DITADURA MILITAR

ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro

O governo Jango (1961-1964)

A noite do Golpe

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DÉCADA DE 60

Debate entre dois projetos políticos que começou no governo Getulio

Projeto Nacional-Desenvolvimentista

Projeto Desenvolvimentista

ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro

modernização conservadora

alinhamento aos interesses norte-americanos repressão a participação

popular.

desenvolvimento autônomo e soberano do país

Papel do Estado

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ANTECEDENTES : O debate sobre o desenvolvimento brasileiro

1962

Reformas de base

Governo João Goulart

UNE CPC (Centro Popular de Cultura)

Teatro Música

Canção do Subdesenvolvido, Carlos Lira e Francisco de Assis

Critica à dependência cultural, política e econômica do pais desde o “Descobrimento”

Para ouvir acesse :

http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A

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“O Brasil é uma terra de amores,Alcatifada de flores,Onde a brisa fala amores,Nas lindas tardes de abril.Correi pras bandas do Sul.Debaixo de um céu de anil,Encontrareis um gigante deitado:Santa Cruz, hoje o Brasil.

Mas um dia o gigante despertou (ooaahhh!).Deixou de ser gigante adormecido.E dele um anão se levantou.Era um país subdesenvolvidoSubdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido (bis)

E passado o período colonial,O país passou a ser um bom quintal.E depois de dada a conta a PortugalInstalou-se o latifúndio nacional .. (Ai)Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido

Então o bravo brasileiro (iehéé),Em perigos e guerras esforçados (iehéé),Mais que prometia a força humanaPlantou couve, colheu banana.Bravo esforço do povo brasileiroMandou vir capital lá do estrangeiro.Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido.

As nações do mundo para cá mandaramSeus capitais tão desinteressados.As nações coitadas só queriam ajudar, não é?Aquela ilha velha não roubou ninguém,País de poucas terras só nos fez um bemUm Big BenUm big ben , bom, bem, bomNos deu luz (ah)Tirou ouro (oh)Nos deu trem (ah)Mas levou o nosso tesouro

Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido

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Mas data houve em que se acabaram os tempos duros e sofridosPorque um dia aqui chegaram os capitais dos países amigos.País amigo, desenvolvido,País amigo, país amigo,Amigo do subdesenvolvidoPaís amigo, país amigo.E os nossos amigos americanosCom muita fé, com muita fé,Nos deram dinheiro e nos plantamosSó café, só café.É uma terra em que se plantando tudo dá.Pode-se plantar tudo que quiserMas eles resolveram que nos devíamos plantarSó café, só café

Bento que bento o frade, frade.Na boca do forno, forno.Tirai um bolo, boloFareis tudo que seu mestre mandar?Faremos todos, faremos todos, faremos todos.Começaram a nos vender e nos comprar.Comprar borracha, vender pneu.Comprar minério, vender navio.Pra nossa vela, vender pavio.Só mandaram o que sobrou de lá:Matéria plástica, que entusiástica,Que coisa elástica, que coisa drástica,Rock balada, filme de mocinho,Ar refrigerado e chiclete de bola (pop)E coca cola.Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido.

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O povo brasileiro tem personalidade.Não se impressiona com facilidadeEmbora pense como americano“Uuuuuuu, I’m going to kill that indian before he kills me (pinim...)Embora dance como americanoTa-ta-ta-ta, ta-ta-ta-taEmbora cante como americanoEh boi, lá, lá, lá,Eh roçado bão, lá, lá, lá,O melhor do meu sertão, lá, lá, láComeram o boi.

O povo brasileiro, embora pense, cante e dance como americanoNão come como americano,Não bebe como americano,Vive menos, sofre maisIsso é muito importanteMuito mais do que importantePois difere o brasileiro dos demaisPersonalidade, personalidade, personalidade sem igual,Porém,Subdesenvolvida, subdesenvolvida,Essa é que é a vida nacional.”

Para ouvir acesse :

http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A

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Projeto Nacional-Desenvolvimentista

População Distribuição de Renda

50%

30%

15%

5%

17,91%

27,92%

26,66%

27,69%

80% dos consumidores

saláriosMercadoria de bens não duráveis

sindicatos greves

alimentos

Para isso: lei - eleições - partidos

Pequenas propriedades

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Projeto Desenvolvimentista

20% dos consumidores

Modernização do país

2ª abertura dos portos

Brasília

Indústria automobilística

JK

Mercado exterior

Latifúndio

exportaçãomecanização

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Para isso

Ideologia do automóvel

Estradas de rodagem

Dinheiro do Estado

Emissão Empréstimo externo

InflaçãoAumento da dívida

20% dos consumidores Aumentar o salário da classe

media

Achatar o salário dos 80%

Imobilizar politicamente os 80%

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ProjetosProjetos

Aliados ideológicos do Aliados ideológicos do 1º projeto1º projeto

80%80% SindicatosSindicatos TrabalhadoresTrabalhadores Movimentos SociaisMovimentos Sociais ISEBISEB

Aliados ideológicos Aliados ideológicos da 2º projetoda 2º projeto

Classe média e alta Classe média e alta (20%)(20%)

Adeptos da ordem e Adeptos da ordem e segurançasegurança

Forças Armadas Forças Armadas (ESG)(ESG)

AnticomunistasAnticomunistas Povo: inimigo Povo: inimigo

internointerno IBAD - IPESIBAD - IPES

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Golpe de 31 de março de 1964

13 de março

19 de março

vitória do segundo projeto

comício pelas reformas ou Comício da Central, organizado pela CGT

Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada pela União Cívica Feminina, IPES e com as bênçãos da Igreja Católica

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30 de março : discurso de Jango no Automóvel Clube do Rio

31 de março: tropas do General Olimpio Mourão Filho( 4ª região militar- MG) movimentam-se para o Rio

“Não admitirei o golpe das reacionários”

“O exercito dormiu janguista. O exercito acordou revolucionário” (Elio Gaspari)

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1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

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Atos

Ins

titu

cio

nais

Legitimação e legalização das ações políticas dos militares.

De 1964 a 1969 são decretados 17 atos institucionais regulamentados por 104 atos complementares.

O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão”

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1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos), cassação de direitos políticos de centenas de pessoas

AI-2 – após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB)

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AI- 3 determinava eleições indiretas para governadores e nomeação dos prefeitos das capitais.

AI-4 – Convocação do Congresso Nacional para a votação e promulgação do projeto de Constituição, que revogava definitivamente a Constituição de 1946.

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Lutas com criatividade (encontros da UNE)

Subversão, clandestinidade.

Festivais de música (tratado político)

Reação estudantil

Um grupo do CCC(Comando de Caça aos Comunistas) invade o teatro Galpão em São Paulo, em 1968, e espanca o elenco da peça Roda Viva

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Tem dias que a gente se senteComo quem partiu ou morreuA gente estancou de repenteOu foi o mundo então que cresceu...A gente quer ter voz ativaNo nosso destino mandarMas eis que chega a roda vivaE carrega o destino prá lá ...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...A gente vai contra a correnteAté não poder resistirNa volta do barco é que senteO quanto deixou de cumprirFaz tempo que a gente cultivaA mais linda roseira que háMas eis que chega a roda vivaE carrega a roseira prá lá...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...

A roda da saia mulataNão quer mais rodar não senhorNão posso fazer serenataA roda de samba acabou...A gente toma a iniciativaViola na rua a cantarMas eis que chega a roda vivaE carrega a viola prá lá...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...O samba, a viola, a roseiraQue um dia a fogueira queimouFoi tudo ilusão passageiraQue a brisa primeira levou...No peito a saudade cativaFaz força pro tempo pararMas eis que chega a roda vivaE carrega a saudade prá lá ...Roda mundo, roda giganteRoda moinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração...(4x)

Roda Viva – Chico Buarque

Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c

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Rebelião da juventude – Paris, Alemanha, México

1968

Movimento Hippie Poder Negro Marcuse

Brasil – passeatas morte de Edson Luis

FIC (Vandré: Para não dizer que não falei de flores)

7 de setembro – Marcio Moreira Alves

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A repressão proporcionou uma riqueza cultural imensurável devido à atmosfera de tensão vivida pelo povo.

Sem outra opção, era preciso encontrar uma maneira de protestar através da arte.

Dentre toda a produção musical do período ditatorial, “ Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, foi um hino de resistência ao regime militar.

1968

Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ztdjgXBXt_Y&feature=related

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Caminhando e cantandoE seguindo a cançãoSomos todos iguaisBraços dados ou nãoNas escolas, nas ruasCampos, construçõesCaminhando e cantandoE seguindo a canção...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fomeEm grandes plantaçõesPelas ruas marchandoIndecisos cordõesAinda fazem da florSeu mais forte refrãoE acreditam nas floresVencendo o canhão...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)

Pra Não Dizer Que Não Falei Das FloresGerComposição: Geraldo Vandré aldo Vandré

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=PDWuwh6edkY

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Há soldados armadosAmados ou nãoQuase todos perdidosDe armas na mãoNos quartéis lhes ensinamUma antiga lição:De morrer pela pátriaE viver sem razão...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(2x)Nas escolas, nas ruasCampos, construçõesSomos todos soldadosArmados ou nãoCaminhando e cantandoE seguindo a cançãoSomos todos iguaisBraços dados ou não...

Os amores na menteAs flores no chãoA certeza na frenteA história na mãoCaminhando e cantandoE seguindo a cançãoAprendendo e ensinandoUma nova lição...Vem, vamos emboraQue esperar não é saberQuem sabe faz a horaNão espera acontecer...(4x)

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AI-5

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AI-5

Recesso Parlamentar : fechamento do Congresso

Plenos poderes para o Presidente arbitrariamente intervir em estados e municípios

Prerrogativa presidencial: suspender direitos políticos e cassação de mandatos

Ficava extinto, em caso de crimes políticos ou contra a economia, o habeas corpus.

O presidente poderia decretar, a qualquer momento, estado de sitio,

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AI-5

Decreto 477

Lei da Segurança Nacional

SNI (futuros presidentes)

Ciex – DÓI-CODI Cenimar Cisa Dops

200 mil dedos-duros Oban Esquadrão da Morte Fleury

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Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural

Caça às bruxas

Universidade de Brasília

USP

Federal do Rio

Colégio Vocacional

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1969/1973

O MILAGRE ECONÔMICO

OS ANOS DE CHUMBO

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1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

Delfim Neto

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Período de intenso crescimento econômico e de grande endividamento.

O PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano,

acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política

Grande concentração de renda, com redução dos salários reais

1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

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1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

1970: Renda 50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 05% = 34,86

Supermercados Shoppings

Indústria -------- mercadoria ------- consumidor

Repressão X euforia dos consumidores Ideologia Brasil, ame-o ou deixe-o Ninguém segura este país.

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Brasil Ilha de tranquilidade3ª abertura dos portos

petrodólares

Aumento da dívida externaConstrução de infra-estrutura

Polo químico da Bahia

Indústria de base

Grandes projetos

Transamazônica

Rio-Niteroi

Usinas

Energia Nuclear

Ferrovia do aço

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1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO

A expressão “anos de chumbo” foi aplicada inicialmente a um fenômeno da Europa Ocidental, relacionado com a Guerra Fria e com a estratégia de tensão.

Anos 70/80: anos marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo dos Estados democráticos da Europa Ocidental.

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Anos de Chumbo

do AI-5 em 13 de dezembro de 1968 [retiraria: daquele ano], até o final do governo Médici, em março de 1974

Feroz combate entre a extrema-esquerda de um lado e, de outro, o aparelho repressivo policial-militar do Estado.

O governo é apoiado por organizações paramilitares e grandes empresas.

Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=J5T9wj_IRMo&feature=related

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Durante esse período, houve "desaparecimento" e morte de milhares de militantes, políticos e estudantes de esquerda.

A liberdade de imprensa, a de expressão e a de manifestação foram cerceadas.

Por outro lado, alguns noticiários, como o Jornal Nacional, tentavam transmitir a imagem de um Brasil democrático e retratavam o evidente “desenvolvimento” nacional.

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1969

Operação Bandeirante (OBAN)

Sequestro do Embaixador Americano [colocaria: estadunidense ou dos EUA]Esquadrão da Morte

Assassinato de Marighela (ALN)

1970Guerrilhas contra o regime militar espalham-se na cidade e no campo

Copa do Mundo

Veja o vídeo sobre a Guerrilha do Araguaia:

http://www.youtube.com/watch?v=dOyVzikahnk&feature=related

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Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo “Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu “Apesar de você”:

A música foi adotada como hino de resistência aos militaresquando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”,

na verdade, era o general Médici.

Apesar De VocêChico Buarque

Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma mulher muito mandona, mas não colou. A música foi proibida de ser executada e todos os compactos recolhidos e queimados. [escreveria: quebrados]

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Apesar De VocêChico BuarqueComposição: Chico Buarque

(Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x 3Hoje você é quem mandaFalou, tá faladoNão tem discussão, não.A minha gente hoje andaFalando de lado e olhando pro chãoViu?Você que inventou esse EstadoInventou de inventarToda escuridãoVocê que inventou o pecadoEsqueceu-se de inventar o perdão(Coro) Apesar de vocêamanhã há de ser outro diaEu pergunto a você onde vai se esconderDa enorme euforia?Como vai proibirQuando o galo insistir em cantar?Água nova brotandoE a gente se amando sem pararQuando chegar o momentoEsse meu sofrimento

Vou cobrar com juros. Juro!Todo esse amor reprimido,Esse grito contido,Esse samba no escuroVocê que inventou a tristezaOra tenha a finezade "desinventar"Você vai pagar, e é dobrado,Cada lágrima roladaNesse meu penar(Coro2) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia.Ainda pago pra verO jardim florescerQual você não queriaVocê vai se amargarVendo o dia raiarSem lhe pedir licençaE eu vou morrer de rirE esse dia há de virantes do que você pensa

Apesar de você(Coro3) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro diaVocê vai ter que verA manhã renascerE esbanjar poesiaComo vai se explicarVendo o céu clarear, de repente,Impunemente?Como vai abafarNosso coro a cantar,Na sua frente.Apesar de você(Coro4) Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia.Você vai se dar mal, etc e tal,

Para ouvir acesse:http://www.youtube.com/watch?v=R7xRtSUunEY

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"Cálice" é uma canção escrita e interpretada por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973.

Cálice – Chico Buarque e Gilberto Gil

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q

Na canção percebe-se um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar. A palavra-título, por exemplo, é cantado pelo coral que acompanha o cantor de forma a soar como um raivoso "Cale-se!".

A canção teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Na versão, Milton Nascimento canta os versos de Gil.

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CáliceChico BuarqueComposição: Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...(2x)Como beberDessa bebida amargaTragar a dorEngolir a labutaMesmo calada a bocaResta o peitoSilêncio na cidadeNão se escutaDe que me valeSer filho da santaMelhor seriaSer filho da outraOutra realidadeMenos mortaTanta mentiraTanta força bruta...Pai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...

Como é difícilAcordar caladoSe na calada da noiteEu me danoQuero lançarUm grito desumanoQue é uma maneiraDe ser escutadoEsse silêncio todoMe atordoaAtordoadoEu permaneço atentoNa arquibancadaPrá a qualquer momentoVer emergirO monstro da lagoa...Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...

De muito gordaA porca já não anda(Cálice!)De muito usadaA faca já não cortaComo é difícilPai, abrir a portaPai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicComo beberDessa bebida amargaTragar a dorEngolir a labutaMesmo calada a bocaResta o peitoSilêncio na cidadeNão se escutaDe que me valeSer filho da santaMelhor seriaSer filho da outraOutra realidadeMenos mortaTanta mentiraTanta força bruta...

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Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...De muito gordaA porca já não anda(Cálice!)De muito usadaA faca já não cortaComo é difícilPai, abrir a porta(Cálice!)Essa palavraPresa na gargantaEsse pilequeHomérico no mundoDe que adiantaTer boa vontade

Mesmo calado o peitoResta a cucaDos bêbadosDo centro da cidade...Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...Talvez o mundoNão seja pequeno(Cale-se!)Nem seja a vidaUm fato consumado(Cale-se!)Quero inventarO meu próprio pecado(Cale-se!)Quero morrerDo meu próprio veneno(Pai! Cale-se!)

Quero perder de vezTua cabeça(Cale-se!)Minha cabeçaPerder teu juízo(Cale-se!)Quero cheirar fumaçaDe óleo diesel(Cale-se!)Me embriagarAté que alguém me esqueça(Cale-se!)

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1973-1979 –A crise: o fim do “milagre”

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1973-1979 –A crise: o fim do milagre

Crise externa A crise do petróleo

Crise interna

Esgotamento da capacidade de consumo da classe média

Sobe o numero de carnets

Fim da ilusãoIndústria

Queima de estoque

Aumento dos preços

Diminui a capacidade produtiva

ociosidade

desemprego

Nova força de trabalho

subemprego

Caos social

marginalidade

polícia violência

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1973-1979 –A crise: o fim do milagre

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Classe MédiaDeixa de consumir

Questiona o modelo

1974: voto na oposição

Governo Duas táticas

Crise política

Crise econômica

Crise econômicaÉ preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa

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Crise econômica

agricultura

Incentivar o latifúndio : “exportar é o que importa”

incentivos fiscais: isenção de impostos

Mão de obra barata: “bóias-frias”

Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo rural

Aumento do preço dos alimentos

Importação de alimentos: aumento da dívida

indústria Isenção de impostos para exportação

Começa a faltar dinheiro para o Estado

Políticas sociais são afetadas

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Crise econômica

solução

Fabricar dinheiro: inflação

Aumento de imposto da classe media:

Letras do Tesouro e ORTN para os ricos comprarem. O rico só compra com juros altos: aumenta a dívida interna

Temos que pagar a dívida externa e a dívida interna

solução

Emprestar mais para pagar juros da dívida externa

Jogar mais letras do Tesouro no mercado

Círculo financeiro da especulação

Cigarro.

Energia eletrica

Imposto de renda

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Crise política

1970

Organização da sociedade civil

Movimentos de reivindicação

Comunidades Eclesiais de Base

Movimento “custo de vida”

Renascimento do movimento estudantil

Sindicatos: ABC – novas liderançasMovimento dos camponeses

Foros políticos de debates

ABI

OAB

SBPC

Igreja

Táticas do governo

76 - Lei Falcão

77 – Pacote de Abril

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Crise política

A repressão se empenha para desarticular a guerrilha urbana, prendendo, matando e torturando.

1971

1973Golpe Militar no Chile: Pinochet

1974

Derrota da Guerrilha do Araguaia

Eleição de senadores de oposição

1975 Morre Vladimir Herzog

1976 Terrorismo de direita

1977Intensificam-se os movimentos da sociedade civil contra a ditadura

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1979-1984: Abertura e transição

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1979-1984: Abertura e transição

Segunda crise internacional

Novo aumento do petróleo

Aumento do juros internacionais

Baixam os preços de matéria prima e produtos agrícolas

Aumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados

Daí – mais empréstimos – aumenta a dívida –aumenta o latifúndio para exportar

Crise econômica

Setembro de 1982

O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundo

FMI – cartas de intenções

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1979: Anistia – movimento de toda a

sociedade civil

Crise

política

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Fim da década de 70. A pressão para uma abertura democrática no Brasil vem de todas as formas, mas é duramente reprimida.

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=6kVBqefGcf4

Havia os exilados, os presos, os torturados e o resto, que não tinha armas com que lutar contra o governo, embora também não pudesse continuar como estava.

Isso só acabaria com a Lei da Anistia, sancionada no mesmo ano de criação da música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc – (a utopia e a esperança) que traz, em cada verso, um pequeno pedaço de cada batalha.

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Caía a tarde feito um viadutoE um bêbado trajando lutoMe lembrou Carlitos...A luaTal qual a dona do bordelPedia a cada estrela friaUm brilho de aluguelE nuvens!Lá no mata-borrão do céuChupavam manchas torturadasQue sufoco!Louco!O bêbado com chapéu-cocoFazia irreverências milPrá noite do Brasil.Meu Brasil!...Que sonha com a voltaDo irmão do Henfil.Com tanta gente que partiuNum rabo de fogueteChora!

A nossa PátriaMãe gentilChoram MariasE ClarissesNo solo do Brasil...Mas sei, que uma dorAssim pungenteNão há de ser inutilmenteA esperança...Dança na corda bambaDe sombrinhaE em cada passoDessa linhaPode se machucar...Azar!A esperança equilibristaSabe que o showDe todo artistaTem que continuar...

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Tô Voltando

Composição: Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós

Pode ir armando o coretoE preparando aquele feijão pretoEu tô voltandoPõe meia dúzia de Brahma pra gelarMuda a roupa de camaEu tô voltandoLeva o chinelo pra sala de jantarQue é lá mesmo que a mala eu vou largarQuero te abraçar, pode se perfumarPorque eu tô voltandoDá uma geral, faz um bom defumadorEnche a casa de florQue eu tô voltando

Pega uma praia, aproveita, tá calorVai pegando uma corQue eu tô voltandoFaz um cabelo bonito pra eu notarQue eu só quero mesmo é despentearQuero te agarrarPode se preparar porque eu tô voltandoPõe pra tocar na vitrola aquele somEstréia uma camisolaEu tô voltandoDá folga pra empregadaManda a criançada pra casa da avóQue eu to voltandoDiz que eu só volto amanhã se alguém chamarTelefone não deixa nem tocarQuero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando!

Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=Ka_l9wyY7vU

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1980: reforma partidária

repressão às greves do ABC

A questão da terra

greve dos professores

Crise

política

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1981: Atentados da direita

Atentado do Rio Centro

Pacote eleitoral

Crise

política

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Crise

política vitoria da oposição:

Tancredo,

Brizola,

Montoro

Greves de inúmeras categorias de trabalhadores

1982

1983

Fundação da CUT

Page 62: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

1984

Crise

política

Diretas Já

MST

1985 Eleição de Tancredo Neves

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O final do governo militar de 1964

O fim do governo militar

Em 8 de maio de 1985, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os últimos vestígios da ditadura.

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Vai passar nessa avenida um samba popularCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiarAo lembrar que aqui passaram sambas imortaisQue aqui sangraram pelos nossos pésQue aqui sambaram nossos ancestraisNum tempo página infeliz da nossa história,passagem desbotada na memóriaDas nossas novas geraçõesDormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugazUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,Vai passar nessa avenida um samba popularCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar

Ao lembrar que aqui passaram sambas imortaisQue aqui sangraram pelos nossos pésQue aqui sambaram nossos ancestraisNum tempo página infeliz da nossa história,passagem desbotada na memóriaDas nossas novas geraçõesDormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugazUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,o carnaval, o carnavalVai passar, palmas pra ala dos barões famintosO bloco dos napoleões retintose os pigmeus do boulevardMeu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantarA evolução da liberdade até o dia clarearAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral vai passarAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral... vai passar

Vai PassarChico BuarqueComposição: Chico Buarque e Francis

http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM

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Para ilustrar os acontecimentos da Ditadura Militar, veja os  vídeos da TV Câmara, CONTOS DA RESISTÊNCIA.

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Episódio 1: Estudantes e Igreja

O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar. Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário.

Episódio 2: Congresso O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi, ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época.

Episódio 3: Artes e Imprensa Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos espetáculos culturais de música, teatro, entre outros.

Episódio 4: Movimento Sindical

O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores salários resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e líderes reconhecidos.

Acesse http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=CONTOS-DA-RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90

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Bibliografia sobre a Ditadura Militar no

Brasil

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Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964- 1985   Autor: Imprensa Oficial   Editora: Imprensa Oficial SP 1968: O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura Militar no Brasil   Autor: Vale, Maria Ribeiro do   Editora: Unicamp Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura   Autor: Silva, Marcos   Editora: LCTE Memória Política, Repressão e Ditadura no Brasil   Autor: Ansara, Soraia   Editora: Jurua A Ditadura Militar no Brasil - Repressão e Pretensão de Legitimidade 1964-1984   Autor: Rezende, Maria José de   Editora: Eduel A Ditadura no Brasil - Coleção Por Dentro da História   Autor: Caldevilla, Vinicius; Loconte, Wanderley   Editora: Saraiva

Page 69: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

A Resistência da Mulher à Ditadura Militar no Brasil   Autor: Colling, Ana Maria   Editora: Rosa dos Tempos Desarquivando a Ditadura - Memória e Justiça no Brasil - 2 Volumes   Autor: Santos, Cecilia MacDowell; Teles, Edson; Teles, Janaína de Almeida   Editora: Hucitec Fatos da Ditadura Militar no Brasil - Coleção Temas Brasileiros   Autor: S., Frederico de   Editora: Martins Editora História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985   Autor: Couto, Ronaldo Costa   Editora: Record OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as Instituições Democráticas no Brasil   Autor: Souza Filho, Cid Vieira de   Editora: Quartier Latin

Page 70: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Ditadura militar, esquerdas e sociedade   Autor: Reis Filho, Daniel Aarão   Editora: J. Zahar O fim da Ditadura Militar   Autor: Kucinski, Bernardo   Editora: Contexto Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar   Autor: José, Emiliano   Editora: Sol & Chuva A Caixa-preta do Golpe de 64   Autor: Bastos, Paulo de Mello   Editora: Família Bastos

A Ditadura Militar no Brasil – Coleções Caros Amigos - Doze fascículos

Page 71: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

O Golpe de 64 e a Ditadura Militar - Coleção Polêmica   Autor: Chiavenato, Júlio José   Editora: Moderna O Governo Goulart e o Golpe 64 - Coleção Tudo é História   Autor: Toledo, Caio Navarro de   Editora: Brasiliense Propaganda e Cinema a Serviço Golpe 1962/64   Autor: Assis, Denise   Editora: Mauad

Page 72: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Ação Libertadora Nacional (ALN)

Comando de Libertação Nacional (COLINA)

MNR

Movimento de Libertação Popular - Molipo

Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8]

PCB

Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR)

Partido Operário Comunista (POC)

POLOP

VAR-Palmares

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR, VAR-P ou VAR-PAL)

Organizações armadas contra o regime militar

Page 73: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES)

Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD)

Campanha da Mulher pela Democracia (Camde) - financiada pelo IPES

União Cívica Feminina (UCF) - sob orientação do IPES

Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao IPES

Movimento Anticomunista (MAC) - formado por universitários

Frente da Juventude Democrática - formada por estudantes anticomunistas radicais

Comando de Caça aos Comunistas (CCC) - formado por estudantes anticomunistas radicais

Principais movimentos de direita

Page 74: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964

Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)

Pacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical

União Nacional dos Estudantes (UNE)

Ação Popular (católicos de esquerda)

Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) - reunindo intelectuais de esquerda

Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola

União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil Ligas Camponesas

Principais movimentos de esquerda

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Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

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Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar do período

Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.

Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas

Page 77: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar.

Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo.

Araguaya A conspiração do silêncio– A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min.

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Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110

“Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

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Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler

Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos.

"O que é isso companheiro?" de Bruno Barreto

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela.

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Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade

No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira.

O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer

1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.

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“Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho

A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira.

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Hércules 56" de Silvio Da-Rin Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências da luta armada contra o regime militar.

O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de Andrade) – Trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no período. Um cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que esfaqueou o patrão

Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A vida política do ex-presidente, mas com pouca profundidade na análise histórica.

Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio.

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Linha de Montagem (Rento Tapajós, 1982)

Os peões (Eduardo Coutinho, 2004)

Eles não usam Black-tie (Leon Hirszman,1981)

Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional.

Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no período final da campanha presidencial de 2002.

Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai.

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Abc da Greve (Leon Hirszman, 1979)

O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo

Braços Cruzados, Máquinas Paradas, de Roberto Gervitz, Sérgio Toledo,São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país.  Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina.

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Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre menores abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um reformatório e passam a viver com uma prostituta. Um retrato dos menores abandonados das grandes cidades brasileiras

Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre um marginal consciente que, pouco antes de morrer, revelou certos aspectos da corrupção policial. Trata da história de um bandido que exerceu certo fascínio sobre faixas da população carioca nos anos 70.

Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção: John Frankenheimer) – Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram a vida de Chico Mendes (1944-88), o famoso sindicalista e ambientalista de Xapuri (AC

Quase dois irmãos, de Lúcia MuratMiguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.

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Terra para Rose (1987, Brasil, direção: Tetê Morares) – A partir da história de Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento.

O Sonho de Rose (2.000, Brasil, direção: Tetê Morares) – Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores sem-terra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária.

Os anos JK – Silvio Tendler - 1954: suicídio de Getúlio Vargas. 1955: crise política ameaça a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. 1956: JK assume a presidência. Promete democracia e desenvolvimento. Supera crises e crises. Começa a construção de Brasília. Brasil muda de tom. 1960: JK inaugura Brasília. 1961: JK dá posse a seu sucesso Jânio Quadros. Sete meses depois Jânio renuncia. Crise. 1964: Golpe Militar instaura ditadura. JK é cassado. Dez anos de história. Muitas crises. O governo JK é um exercício de democracia. O Brasil ferve. Os anos JK. Ver para não esquecer. Margarida de Prata, CNBB Festival de Gramado - Melhor Montagem, Prêmio Especial do Júri, Associação Paulista de Críticos de Arte - Melhor Montagem

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“Companheiras” - 2010- direção Breno Queirós – vídeo produzido por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-Campinas. Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram assassinados pela ditadura militar.

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FILMES A SEREM EXIBIDOS

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Documentário : O Golpe de 64, de Fernando de Morais

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

Dia 14 – O Golpe Militar

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Exibição e debates do filme “ Batismo de Sangue, de Helvecio Ratton

No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para um presídio em SP, onde encontra seus companheiros vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito estava no grupo de presos políticos trocados pela liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos, se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo suicídio.

Dia 16 - A Tortura

Page 91: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho

Exibição e debates do filme “O que é isso companheiro”, de Bruno BarretoEm 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Dia 10 – A Resistência

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Exibição e debates do filme “Pra frente Brasil”. De Roberto FariasEm 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".

Dia 11 – A Arbitrariedade