Circular nº 10 - aprha.pt · NIF 503194689 Endereço postal : Apartado 559 - 2820 Charneca da Caparica - Email : [email protected] - Tlm : 964 914 060 Por maioria de razão,

NIF 503194689 Endereço postal : Apartado 559 - 2820 Charneca da Caparica - Email : [email protected] - Tlm : 964 914 060

Circular nº 10

Assunto: Procedimentos a adotar relativamente aos lotes sem edificações, na Herdade da Aroeira (H.A)

Caros Associados, Por constatação direta e comunicação de residentes, sem pretendermos generalizar, verifica-se que alguns lotes de tereno sem edificações apresentam uma imagem degradante, de aparente abandono, que não dignificando os respectivos proprietários, prejudicam a qualidade de vida que deverá ser apanágio da Herdade da Aroeira. Mais grave do que a má imagem que projetam, são, objetivamente, um perigo latente de risco de incêndio, de geração de pragas de roedores, carraças, etc., que os tornam nefastos para a saúde pública, que urge eliminar. Tais riscos começam por dever-se ao volume e tipo de mato que, naturalmente, desenvolveram e à consequente falta de desmatação e limpeza por parte dos respectivos proprietários que, a juntar à falta de identificação dos mesmos, dá uma imagem errada de baldio, tornando-os assim sujeitos a indevidos despejos de lixos diversificados, a descargas de entulhos de obras locais e a todo o tipo de invasões (abusivos cortes de árvores, por ex.), lesivas do interesse dos legítimos proprietários. Tudo isto considerado e no âmbito das ações que a APRHA se propôs levar a cabo, desta vez relativamente aos lotes de terreno sem edificações, existentes na Herdade da Aroeira, em articulação com a Silgolf, pretende-se estabelecer e promover com as entidades competentes, nomeadamente com a CMA, Dep. de Fiscalização e Protecção Civil, a Autoridade Florestal Nacional(AFN) e o SEPNA-Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, da Guarda Nacional Republicana (GNR), a divulgação interna sobre um conjunto de procedimentos e ações aplicáveis a tais lotes. A finalidade essencial é contribuir para a minimização dos riscos atrás enunciados. Ao fazê-lo, estamos implicitamente a defender e a valorizar os legítimos interesses de todos os proprietários e residentes na Herdade da Aroeira, incluindo os dos lotes em apreço.

Realizadas como foram as reuniões que se mostraram necessárias com tais entidades, divulgamos seguidamente as conclusões mais relevantes: 1. Limpeza de terrenos (v. legislação aplicável em anexo) A limpeza ou desmatação de terrenos não contempla o corte de árvores estando os procedimentos aplicáveis sob a alçada do Departamento de Fiscalização da CMA. Não há obrigatoriedade de existência de empresas autorizadas ou licenciadas para execução do trabalho de desmatação e limpezas, no entanto, cabe ao produtor (proprietário do terreno) e ao cortador / transportador a responsabilidade de acautelarem o destino apropriado dos resíduos, nomeadamente depositando-os em aterro sanitário.


A eventual queima dos resíduos, carece de licença emitida pela CMA, com base na qual o Dep. de Protecção Civil, para além de garantir que se realizem nos períodos legalmente estabelecidos, decide se deve ou não haver a intervenção do corpo de bombeiros, para assistir à queima. Esta solução, porém, deve ser evitada pelo impacte ambiental que provoca e incómodo a terceiros, vizinhos ou não da zona de queima. Perante a verificação de situações que potenciem flagrantemente o risco de incêndios ou ponham em causa a saúde pública, sem que da parte do proprietário sejam tomadas medidas que eliminem tais riscos, autonomamente ou a pedido de terceiros, podem estes recorrer formalmente ao Dep. Fiscalização da CMA, ao qual incumbe, a partir daí: i) notificar o proprietário para que realize a limpeza dentro de determinado prazo; ii) mantendo-se a recusa ou havendo dilação do prazo estabelecido, levantar auto; iii) se ainda assim se verificar uma situação de perigo, o município avança com os trabalhos necessários, aplicando a coima respectiva, cumulativamente com o custo da limpeza. 2 – Cortes de árvores (v. legislação aplicável em anexo) O corte de árvores está sob jurisdição da Autoridade Florestal Nacional (AFN). A existência de árvores contaminadas com nemátodo, obriga o proprietário do lote ao respectivo corte, a expensas suas. Tratando-se de terreno público, tal incumbência é da CMA, mediante a participação que lhe seja remetida. Tanto a madeira cortada, como as ramagens obedecem a tratamentos próprios, não podendo em circunstância alguma ser deixadas no terreno, sob o risco de contaminação de outras árvores, mesmo que distantes do local de corte. Nos termos legais, compete ao SEPNA atuar neste âmbito, o qual, mediante conhecimento próprio ou participação que receba, poderá mandar executar aos proprietários as medidas que se justifiquem. A decisão do proprietário em mandar cortar árvores contaminadas só deve ser feita após comunicação prévia ao SEPNA, devendo o corte ser exclusivamente efetuado por empresa devidamente licenciada, a qual dará cumprimento aos formalismos estabelecidos. 3 – Despejos de aparas de jardim e descargas de entulho Os despejos ou mesmo o amontoado provisório de aparas de jardim em terrenos sem edificações não só não é permitido, como é ética e moralmente reprovável, conferindo ao respectivo proprietário o direito de agir contra quem assim proceder em terreno alheio, havendo que ter em conta que na Herdade da Aroeira todos os lotes sem edificações têm proprietário, ao qual incumbe a responsabilidade de o manter em estado de limpeza que não colida com o interesse coletivo.


Por maioria de razão, a descarga de entulhos e resíduos de obra, incluindo-se aqui o depósito de areias provenientes de escavações para início ou necessidades decorrentes da obra é liminarmente proibida em todos os terrenos da Herdade da Aroeira, independentemente de os lotes exibirem ou não tal aviso de proibição, havendo que salvaguardar situações excecionais, previamente autorizadas pela SILGOLF e por períodos delimitados. É da responsabilidade moral de cada proprietário e residente na H.A. zelar para que os procedimentos lesivos daqueles princípios sejam impedidos, alertando para os casos de incumprimento. Estes casos são igualmente passíveis da intervenção da CMA-Fiscalização, a qual elabora participação e contacta as partes. 3. Ações a realizar 1ª Desenvolver uma acção de sensibilização e esclarecimento junto dos P&R, através de circular informativa,

competindo à APRHA a divulgação junto dos respectivos Associados e à SILGOLF aos proprietários de lotes de terrenos sem edificações;

2ª Em função da adesão manifestada pelos mesmos proprietários às ações de desmatação e limpeza de

terrenos, bem como ao corte de pinheiros contaminados, caso se verifiquem situações de perigo sem qualquer ação dos respectivos proprietários, SILGOLF comunicará com os mesmos no sentido de tomarem medidas urgentes. Se as mesmas não forem adotadas em prazo razoável, a mesma SILGOLF fará a respectiva participação à entidade com competência para atuar:

- CMA-Fiscalização no caso da limpeza; - SEPNA, no caso de corte de pinheiros ou remoção de ramas deixadas no terreno,

os quais procederão de acordo com o que se encontra legislado.

3ª Também em função da adesão e desejo manifestado pelos proprietários interessados, a APRHA propõe-se encetar iniciativas junto das entidades competentes, no sentido de avaliar e desenvolver a aplicação do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) para, no âmbito dos seus subprogramas Sustentabilidade do Espaço Rural - Gestão do Espaço Florestal e Agro-Florestal-Defesa da Floresta Contra Incêndios e Minimização de Riscos Bióticos Após Incêndios (pragas, doenças e espécies invasoras lenhosas, que habitualmente surgem após a ocorrência de incêndios, se realizar uma ação sistematizada e célere de limpeza dos terrenos, suscetível de ser cofinanciada através dos programas oficiais de financiamento disponíveis.

Como sempre, acolheremos todas as sugestões que possam melhorar o que tentámos estabelecer com a finalidade acima expressa.

Herdade da Aroeira, 14 de Maio de 2012 A Direção da APRHA


Anexo à Circular n.º 10

1. Limpeza de terrenos - Legislação e regulamentos aplicáveis - Regime Legal de Protecção de Florestas Contra Incêndios - DL 124 / 2006, alterado pelo DL 17 / 2009, que determinam a obrigação de limpeza dos terrenos confinantes com qualquer edificação, abrangendo, no mínimo, uma faixa de 50 metros, cabendo aqui destacar os art.º 15º, n.º 2 e art.º 38º, n.º 1, que passamos a transcrever: DL 124/2006 - art.º 15º, n.º 2: Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edificações, designadamente habitações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros equipamentos, são obrigados a proceder à gestão de combustível numa faixa de 50 m à volta daquelas edificações ou instalações medida a partir da alvenaria exterior da edificação, de acordo com as normas constantes no anexo do presente decreto-lei e que dele faz parte integrante.… DL 124/2006 - art.º 38º, n.º 1: Contra-ordenações e coimas : As infracções ao disposto no presente decreto-lei constituem contra-ordenações puníveis com coima, de 140 a 500 euros, no caso de pessoa singular, e de 800 a 60 00 euros, no caso de pessoas colectivas, nos termos previstos nos números seguintes. - Nemátodo da Madeira do Pinheiro – DL 95 / 2011, de 8 Ago; Portaria n.º 553-B/2008 de 27 de Junho (art.º 8º A, n.º 1 e 2 -Medidas urgentes): Portaria n.º 553-B/2008, art.º 8º A, n.º 1 e 2 - Medidas urgentes: alteração do art 8.º -A da Portaria n.º 103/2006, de 6 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pela Portaria n.º 305 -A/2008, de 21 de Abril, que passa a ter a seguinte redacção: 1 — Sempre que seja detectada a presença de coníferas identificadas como infestadas pelo NMP, os respectivos proprietários, usufrutuários e rendeiros são notificados para procederem ao abate e remoção dos exemplares afectados ou com sintomas de declínio, ficando ainda obrigados ao cumprimento das demais exigências estabelecidas nos anexos IV, V e VII da presente portaria. 2 — O abate e remoção das árvores referidas no número anterior são considerados de interesse público e têm carácter urgente, devendo ter lugar no prazo máximo de 10 dias a contar da notificação para o efeito, substituindo -se o Estado ao responsável se ele nada fizer, não for conhecido ou não puder ser notificado, aplicando -se, nestes casos, com as devidas adaptações, o disposto nos n.os 4, 6 e 7 do artigo 3.º Artigo 11.º -A. - Regulamento Municipal Sobre Limpeza e Imagem Urbana (RMSLIU), destacando-se os, art.º 4º, art.º 5º, alíneas a), b), art.º 6º e art.º 7º, que se transcrevem:

Artigo 4.º - Limpeza pública: Constituem contra -ordenação, punível com coima, as seguintes infracções: a) Lançar, despejar, ou abandonar quaisquer resíduos sólidos urbanos fora dos recipientes destinados à sua deposição; b) Desrespeitar as indicações que constam das placas de informação de proibição de deposição de Resíduos Sólidos Urbanos ou entulho, colocadas pelos serviços municipais competentes em determinados locais; Artigo 5.º - Limpeza e manutenção de terrenos, logradouros e prédios: Constituem contra -ordenação, punível com coima, as seguintes infracções:


a) Manter os terrenos, logradouros e prédios não habitados em condições de manifesta insalubridade e em estado que potencie o perigo de incêndio; b) Manter terrenos e logradouros em mau estado de conservação ou vedados com materiais não adequados para o efeito. Artigo 6.º - Fiscalização: 1 — Compete ao Município e às autoridades policiais a fiscalização, investigação e participação de quaisquer factos susceptíveis de constituírem contra -ordenação nos termos da presente postura. 2 — De igual modo, todos os funcionários autárquicos que desempenham funções nestas áreas, sempre que constatarem a prática por parte de algum agente de uma infracção nos termos da presente postura, deverão participar a mesma às entidades indicadas no número anterior ou remeter àquelas a competente participação escrita, relatando os factos constatados. Artigo 7.º - Contra – ordenações: 1 — Independentemente da responsabilidade civil ou criminal que no caso concreto for imputável ao agente pelos eventuais danos patrimoniais produzidos pela sua conduta, constitui contra -ordenação punível com coima, qualquer violação do disposto na presente Postura. 2 — A negligência e tentativa são sempre puníveis; 3 — Dentro da moldura prevista, a concreta medida das coimas a aplicar é determinada em função da gravidade da infracção, da culpa e da situação económica do infractor e do benefício económico retirado com a prática do ilícito.

2. Corte de árvores - Legislação aplicável - Nemátodo da Madeira do Pinheiro – DL 95 / 2011, de 8 Ago; Portaria n.º 553-B/2008 de 27 de Junho (art.º 8º A, n.º 1 e 2 -Medidas urgentes): Portaria n.º 553-B/2008, art.º 8º A, n.º 1 e 2 - Medidas urgentes: alteração do art 8.º -A da Portaria n.º 103/2006, de 6 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pela Portaria n.º 305 -A/2008, de 21 de Abril, que passa a ter a seguinte redacção: 1 — Sempre que seja detectada a presença de coníferas identificadas como infestadas pelo NMP, os respectivos proprietários, usufrutuários e rendeiros são notificados para procederem ao abate e remoção dos exemplares afectados ou com sintomas de declínio, ficando ainda obrigados ao cumprimento das demais exigências estabelecidas nos anexos IV, V e VII da presente portaria. 2 — O abate e remoção das árvores referidas no número anterior são considerados de interesse público e têm carácter urgente, devendo ter lugar no prazo máximo de 10 dias a contar da notificação para o efeito, substituindo -se o Estado ao responsável se ele nada fizer, não for conhecido ou não puder ser notificado, aplicando -se, nestes casos, com as devidas adaptações, o disposto nos n.os 4, 6 e 7 do artigo 3.º Artigo 11.º -A

Herdade da Aroeira, 14 de Maio de 2012

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