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http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2014/12/08/fas-de- series-na-ccxp-fogem-de-spoilers-e-evitam-a-internet.htm Citações Os sitcoms não visam, basicamente, [a] fazer o público rir. É uma forma de o escritor passar a um grande público suas idéias e opiniões sobre a sociedade em que está inserido. A graça, o riso fácil, é conseqüência de um texto bem escrito e personagens bem elaborados dentro de um contexto bem apresentado. Os sitcoms, retratando o cotidiano de uma família típica de uma sociedade, trazem drama, humor, aventura, ficção e todas as demais abordagens imagináveis, mas acabam, também, assumindo a obrigação de fazer rir. De forma satírica, ele diz a verdade sobre questões sociais, políticas e familiares de uma determinada cultura. (FURQUIM, 1999, p. 8). “assuntos corriqueiros de uma forma aparentemente superficial e cômica.” (MESSA, 2006, p.2). Mas, quando os Estados Unidos chegaram aos anos 70, o mundo da fantasia e da família ideal já havia acabado. Com a guerra do Vietnã, a geração hippie dos anos

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http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2014/12/08/fas-de-series-na-ccxp-fogem-de-spoilers-e-evitam-a-internet.htm

Citaes Os sitcoms no visam, basicamente, [a] fazer o pblico rir. uma forma de o escritor passar a um grande pblico suas idias e opinies sobre a sociedade em que est inserido. A graa, o riso fcil, conseqncia de um texto bem escrito e personagens bem elaborados dentro de um contexto bem apresentado. Os sitcoms, retratando o cotidiano de uma famlia tpica de uma sociedade, trazem drama, humor, aventura, fico e todas as demais abordagens imaginveis, mas acabam, tambm, assumindo a obrigao de fazer rir. De forma satrica, ele diz a verdade sobre questes sociais, polticas e familiares de uma determinada cultura. (FURQUIM, 1999, p. 8). assuntos corriqueiros de uma forma aparentemente superficial e cmica. (MESSA, 2006, p.2).

Mas, quando os Estados Unidos chegaram aos anos 70, o mundo da fantasia e da famlia ideal j havia acabado. Com a guerra do Vietn, a gerao hippie dos anos 60 e os ndices de criminalidade aumentando, tornou-se evidente que as abordagens televisivas ao estilo de vida americana estavam ultrapassadas. Nessa poca, comeam a surgir sitcoms que retratavam abertamente questes polticas, sociais e familiares, como so vistas em M*a*s*h*, Mary Tyler e Tudo em Famlia. (Furquim, 1999, p. 26).

INICIO 1,3 A televiso desenvolveu formas estticasdistintas para se adequar s circunstnciasde assistncia. Vrios autores (Fiske, 1987;Ellis, 1992; Mittell, 2004) sinalizam comoas especificidades tcnicas do aparelho conformamum regime de representao naproduo para TV. A sua domesticidadeadvm do fato de ela estar dentro de casa,o que traz implicaes para a sua audinciapresumida: famlias nucleares isoladasem seus ambientes domsticos (Ellis, 1992;Fiske; Hartley, 1978).3Dado este ambiente e suas mltiplas distraes,a transmisso televisiva tem desenvolvidoformas especficas de narrao e deorganizao. Ela se apresenta em segmentosque seriam um conjunto coerente de sons eimagens, de durao relativamente curta. Omodo de narrar da fico estruturado na3 Esta concepo vista em comerciais, na interpretao de estatsticasfeitas nos noticirios (para a mdia das famlias issoquer dizer...), nas famlias selecionadas para programas de jogose brincadeiras, nas famlias mostradas em representaesficcionais variadas. Contudo, para Ellis apenas uma minoria dapopulao da Gr-Bretanha, por exemplo, vive de acordo comtal concepo. J em 1992 a unidade familiar nuclear clssica,do pai trabalhador, me dona de casa e crianas dependentes eem idade escolar respondiam por menos de 5% da populao,cf. Ellis, 1992.forma das sries ou dos seriados que, a partirde uma problemtica de fundo, criam tramase enredos em torno da mesma, sempre adiandosua resoluo final. As imagens transmitidasestabelecem uma forte relao de dependnciacom o som. Ademais, ao se apresentarcomo um acontecimento que ocorre no instantemesmo em que est sendo assistido, estaimediaticidade tende a codificar os eventoscomo representaes de um mundo cotidianocuja percepo dada a partir do olharque o telespectador delega TV.Sries e seriados so organizados dentrode uma programao estruturada sobre oque seria a rotina diria de uma famlia. Aexibio dos programas feita de modo acriar certas expectativas de reconhecimentoe identificao daquilo que passa em horriosdeterminados.4 Uma caractersticacentral que contribui na identificao dasdiversas narrativas televisivas seria sua definiogenrica como uma categoria culturaldefinida de acordo com prticas discursivas econtextos scio-histricos especficos.

A fico televisual possui ampla penetrao nas grades horrias dos canais,inclusive no horrio nobre. Isto porque a repetio vista nas obras ficcionais provocaum prazer que invoca um sentimento infantil similar ao que acontece quando acriana quer ouvir sempre a mesma histria, assinala Jost (2007). Uma srie policialcom episdios modulados de forma igual toda semana aproxima o espectador destesentimento. Alm disso, os heris so idealizados para nos serem familiares, muitosdeles so retratados como solitrios que precisam de acolhimento, marcando umencontro todos os dias ou toda semana no mesmo horrio.O que, em nenhum momento, pode nos ocultar que o relato telenovelescoremete tambm longa experincia do mercado para captar, na estruturarepetitiva da srie as dimenses ritualizadas da vida cotidiana e, juntando osaber fazer contas com a arte de contar histrias, conectar com as novassensibilidades populares para revitalizar narrativas miditicas gastas.(MARTN-BARBERO, 2004, p. 115)