citologia sebenta

Embed Size (px)

Citation preview

PATOLOGIA GERAL CITOLOGIA BOM I VESTIME TO DE CO HECIME TO

O exame citolgico vantagens sobre a bipsia

Fcil colheita, rpida, barata Invasividade mnima Sem efeitos hemorrgicos Sem espalhamento de tumores Poucos riscos ou nenhum para o animal Alguns estudos concluem que a PAAF chega a ser mais fidedigna do que as recolhas por agulha de bipsia, com riscos muito menores

INTRODUO A interpretao citolgica importante

No estabelecimento de um diagnstico Na identificao do processo da doena No direccionamento da terapia No estabelecimento de um prognstico Na determinao do procedimento diagnstico seguinte

No substitui a histopatologia, -lhe complementar A concordncia entre o Dx citolgico e o histopatolgico varia de 63 a 97% Aplicaes:

Leses cutneas: massas, quistos, abcessos, etc. rgos Fluidos: efuses pleurais e abdominais, LCR, urina, lquido sinovial Aspirados de medula ssea

Limitaes:

Nem sempre diagnstico Amostra no representativa Amostras representativas com informao insuficiente (ex. qd se deixa coagular a amostra)

Deficiente colheita Situaes que exigem avaliao de outros parmetros 1

PARTE I: OBTE O E PREPARAO DE AMOSTRAS PARA EXAME CITOLGICO: TC ICAS GERAIS

I. RECOLHA E PREPARAO DE ESFREGAOS

ESFREGAOS POR IMPRESSO RASPAGENS ZARAGATOA PUNES ASPIRATIVAS POR AGULHA FINA A tcnica usada depende do tecido a ser examinado, das suas caractersticas e localizao anatmica e das caractersticas do animal

1.1 ESFREGAOS POR IMPRESSO Leses externas +++ Tecidos removidos por durante a cirurgia ou necrpsia, seguido de corte, secagem por aposio num papel (para remover os fluidos que impedem as clulas de aderir lmina) e impresso numa lmina So fceis de executar com conteno mnima Contm menos clulas do que as raspagens So mais contaminadas do que as punes aspirativas Em algumas infeces por Dermatophilus congolensis, Streptothricosis e Coccidiooides immitis, as impresses feitas a partir de leses no limpas, contm mais organismos do que as amostras colhidas por puno AAF lceras: impresso na lmina antes e depois de limpar a lcera com esponja cirrgica embebida em SF

1.2 RASPAGENS Leses externas Tecidos removidos por durante a cirurgia ou necrpsia Colhe muitas clulas dos tecidos, o que importante em leses firmes Desvantagem de serem de colheita mais difcil e s superficial, por vezes s reflectem infeces bacterianas 2 e/ou displasia secundria a inflamao MATERIAL/TCNICA:

lmina de bisturi perpendicular superfcie da leso previamente limpa A lmina puxada no nosso sentido sobre a superfcie vrias vezes 2

1.3 ZARAGATOA Indicada quando no se podem fazer impresses ou raspagens ou PAAF Ex. tractos fistulosos, citologias vaginais A zaragatoa deve ser humedecida em fluido isotnico estril para minimizar a destruio celular e facilitar a preparao do esfregao (excepto de a leso for muito hmida) Rolar levemente a zaragatoa sobre a superfcie de uma lmina

1.4 PUNO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA - PAAF A TCNICA DE ELEIO para a obteno de amostras de massas slidas Vantagem:

evita a contaminao superficial Permite a colheita de clulas de vrias reas da leso maior representatividade

TCNICA ASPIRATIVA:

+ Usada em leses pequenas em que no possvel avanar a agulha a uma distncia suficiente para colher amostras

TCNICA NO ASPIRATIVA: Permite um melhor controlo da ponta da agulha, o que especialmente importante em punes ecoguiadas, sendo tambm recomendada em colheitas de leses ou rgos muito vascularizados, permitindo colher amostras limitando a contaminao com sangue

1.4.1- SELECO DA SERINGA E AGULHA

Agulhas de 21-25 G, agulhas presso -) Quando no se sabe o que usar, seringa de 10ml e agulha de 23G

3

1.4.2- PREPARAO DO LOCAL DE COLHEITA Preparao cirrgica, se se invadir uma cavidade corporal (abdominal, torcica, etc) Se so necessrios testes microbiolgicos Nos outros casos a preparao idntica de uma venipunctura simples (tricotomia e desinfeco com lcool ou clorhexidina) 1.4.3- TCNICA ASPIRATIVA

Segurar firme/ a massa a ser aspirada, p/ ajudar a introduo da agulha na pele e direccion-la

A agulha com a seringa introduzida no centro da massa e aplicada presso negativa puxando o mbolo at do volume da seringa

Deve-se evitar a aspirao da amostra para a seringa e a aspirao de tecidos circundantes

Deve-se recolher amostras de vrias reas da massa, por redireccionamento Antes de retirar a agulha da massa aliviar a presso, tirar a agulha, encher a seringa de ar, voltar a montar seringa e agulha e expelir o contedo da seringa para uma lmina com um movimento rpido

1.4.4- TCNICA NO-ASPIRATIVA-

a tcnica mais indicada na maioria das situaes, especialmente em leses muito vascularizadas

-

tcnica aspirativa, mas no se aplica presso negativa Antes de introduzir a agulha aspira-se algum ar para a seringa, insere-se a agulha no tecido e pica-se muitas vezes, depois expele-se o contedo para uma lmina

-

Deve-se colher o material s p/ um esfregao e efectuar vrias colheitas

4

-

a tcnica mais indicada p/ punes ecoguiadas, pq h um controlo melhor sobre o direccionamento e s se usa uma mo

II- PREPARAO DE ESFREGAOS A PARTIR DE ASPIRADOS DE MASSAS SLIDAS

Preparao squash: Se no for bem executada as clulas roturam ou a amostra no bem espalhada importante no aplicar presso, o peso da lmina suficiente para espalhar as clulas

Tcnica de esfregao de sangue Aplicada em aspirados de semi-slidos ou sanguinolentos, ex. Ln

Tcnica combinada

5

Outras tcnicas: A) tcnica de squash modificada

B) arrastar o aspirado com a agulha em forma de estrela

III - PREPARAO DE ESFREGAOS A PARTIR DE FLUIDOS Fluidos colhidos em tubo com EDTA Os esfregaos podem ser preparados directamente a partir do fluido ou atravs do sedimento de uma amostra centrifugada

6

Qq tcnica de espalhamento pode ser usada dependendo da celularidade A tcnica de esfregao linear pode ser usada para concentrar fluidos de baixa celularidade A tcnica mais indicada para concentrar fluidos de baixa celularidade usando a centrifugao: 1000 a 1500 rpm 5 min No caso de fluidos muito pouco celulares como LCR, usa-de uma citocentrfuga ou cytospin

EVITAR OS PROBLEMAS MAIS COMUNS

POUCAS OU NENHUMAS CLULAS MOTIVOS Leses que no esfoliam como os sarcomas No acertar na leso Colheita de necrose ou inflamao numa neoplasia Presso negativa pequena ou poucas picadas Descarga lenta da agulha COMO RESOLVER? Fazer 4 a 6 lminas de 2-3 locais diferentes

CONTAMINAO SANGUNEA

MOTIVOS: Uso de agulha muito grossa Aspirao excessiva ou prolongada

COMO RESOLVER? Usar a tcnica no aspirativa

7

LMINAS MAL PREPARADAS

Mau espalhamento das clulas, o esfregao deve ser feito imediatamente aps a colheita e de seguida deve ser seco ao ar

COLORAES Tipo ROMANOWSKY (Giemsa, Wright, Diff-Quick)

Barata, prtica, fcil de preparar e de manter Bom contraste entre o ncleo e o citoplasma

NOVO AZUL DE METILENO

Excelente detalhe nuclear e nucleolar

PAPANICOLAU

Excelente detalhe nuclear e citoplasmtico (-) Preparao demorada

TERMI OLOGIA - REVISO HIPERTROFIA: tamanho celular e/ou da funo em resposta a 1 estmulo HIPERPLASIA: n celular por mitose e/ou da funo em resposta a 1 estmulo NEOPLASIA: crescimento celular e multiplicao no dependente de 1 estmulo externo METAPLASIA: processo reversvel, no qual um tipo celular maduro substitudo por outro tipo celular maduro do mesmo folheto embrionrio, em resposta a 1 estmulo DISPLASIA: proliferao de clulas irregulares e atpicas, moderada/ reversvel, em resposta a 1 estmulo ANAPLASIA: desdiferenciao de clulas, tecido pouco diferenciado DISCRASIA: desproporo entre as componentes que compem um tecido maduro, por ou de uma ou mais componentes celulares PADRES DE CROMATINA: aparncia microscpica da cromatina nuclear fica + grosseira com o potencial maligno

8

PADRES DE CROMATI A CROMATINA FINA: cromatina uniforme sem agregados FINAMENTE AGREGADA: agregados discretos difusos pelo ncleo RETICULAR: cromatina uniforme com cadeias de tamanho mdio, sem agregados significativos GROSSEIRO: cadeias de cromatina grossa AGRUPADA: agregados grandes em todo o ncleo. Pode coexistir com uma cromatina reticular ou grosseira MANCHA: no se distinguem os limites dos agregados de cromatina

I TERPRETAO A interpretao citolgica enquadra-se numa destas 4 possibilidades:- Dx definitivo ex. abcesso, tipo especfico de tumor - Dx morfolgico ex. inflamao sptica, sarcoma pouco diferenciado - Descarta um ou mais Dx clnicos diferenciveis - Sem Dx/interpretao amostra inadequada

9

I FLAMAO (N, E, moncitos, M tissulares, M epitelioides, cel gigantes, mastcitos, L) DURAO: Aguda: > 70% de neutrfilos Subaguda: 50 a 70% N, 30 a 50% M Crnica activa: 50 a 70% N, 30 a 50% M Crnica: > 50% M

NA INFLAMAO A RELAO ENTRE A PROPORO DE CLULAS: NEUTRFILOS E MONONUCLEARES NO PREDIZ A SUA DURAO

TIPO DE PROCESSO INFLAMATRIO: Purulento ou supurativo (sptico ou no sptico) >85% N Granulomatoso: com cel gigantes ou M epiteliides Piogranulomatoso: >15% M, M epitelioides ou cel gigantes , restante N Reaco de hipersensibilidade eosinoflica ou alrgica: >10% E

Usar os adjectivos ligeiro, moderado e grave HIPERPLASIA

Relao N:C aumentada, mas constante Membrana nuclear e cromatina normais Vrios nuclolos pequenos e redondos Figuras mitticas normais

EOPLASIAS BE IG AS Aumento da relao N:C moderadamente varivel Cromatina irregular ou assimtrica Nuclolos pequenos e regulares Figuras mitticas raras, normais

CRITRIOS DE MALIG IDADE Elevada celularidade, s com um tipo celular, mas pleomrfico Clulas grandes ou gigantes

10

Frequentes figuras mitticas, por vezes anormais Relao N:C elevada varivel Multinucleao com anisocariose Ncleos pequenos e ncleos gigantes (macrocariose e anisocariose) Nuclolos evidentes, grandes (macronuclolos), irregulares, atpicos, angulados, anisonucleolose Cromatina irregular e aglomerada Citoplasma basfilo Os critrios do ncleo so mais fiveis do que os do citoplasma Identificao de + de 3 critrios de malignidade uma forte evidncia da presena de um tumor maligno Em situaes intermdias de 1 a 3 critrios no se pode excluir a hiptese de um tumor benigno ou maligno, tornando-se imprescindvel um exame histopatolgico

11

INTERPRETAO NEOPLASIAS CLASSIFICAO PELO TIPO DE CLULAS ENCONTRADAS

EPITELIAIS Esfoliam em agregados ou camadas Clulas grandes ou muito grandes com citoplasma moderado ou abundante ncleo redondo, 1 a 2 nuclolos evidentes Alta celularidade Ex. carcinomas, adenocarcinomas,

MESENQUIMATOSAS Clulas individuais ou pequenos grupos Clulas pequenas a mdias fusiformes ou estreladas Citoplasma claro para um ou dois lados do ncleo tipo caudas, por vezes com contornos indistintos Ncleo redondo a oval Baixa celularidade Ex. fibrossarcomas, osteossarcomas

12

CLULAS REDONDAS Clulas individuais Clulas pequenas a mdias Alta celularidade Ex.

Mastocitoma Histiocitoma Linfoma TVT: tumor venreo transmissvel dos candeos (de origem desconhecidoa)

EFUSES Fluido nas cavidades

Funo: lubrificao

EFUSES

Acumulao anormal de lquido numa cavidade orgnica revestida por clulas mesoteliais, que inclui as cavidades pericrdica, torcica, abdominal

Causas: Trauma, Neoplasia, ICC, Hipoalbuminmia Doenas inflamatrias/infecciosas

IMPORTNCIA DA CLASSIFICAO: cada classificao permite ao clnico elaborar uma lista de DDx

13

Protena total Clulas/ml Transudado Transudado modificado Exsudado no sptico Exsudado sptico hemorrgico 3 g/dl >3 g/dl

Neutrfilos Neutrfilos

>3000

Degenerados Eritrofagocitose/ hemossiderina em M Idntificao de pop neoplsica

>3 g/dl

Varivel

sangue

eoplsico

> 2.5 g/dl

Varivel

Clulas tumorais

Abdominocentese

Linha mdia a 1-2 cm do umbigo (evita a gordura falciforme) em decbito lateral Agulha de 20G Fluido colhido para um tubo com EDTA para exame citolgico, contagem de protenas totais

Toracocentese

7 ou 8 espao intercostal Decbito esternal ou estao Uso de um cateter de 21 a 23G em ces e gatos; 14 a 16G em cavalos Introduo perpendicular em direco ventral no centro do espao intercostal Aplicao de presso negativa

PREPARAO DA AMOSTRA

ESFREGAOS DIRECTOS PREPARAO SQUASH ENVIAR PARA LABORATRIO

14

TUBO COM EDTA LMINAS J PREPARADAS SECAS AO AR CORADAS E NO CORADAS

CLASSIFICAO DAS EFUSES TRA SUDADOS ETIOLOGIA: Alteraes na dinmica de fluidos com do volume de lquido absorvido na cavidade corporal ou no leito capilar TRA SUDADOS PUROS ASSOCIADOS A HIPOALBUMINMIA

Falncia heptica Malnutrio M digesto M absoro Enteropatias com perda de protena

- atelectasia pulmunar - hrnias diafragmticas - toro aguda rgo - obstruo parcial ou completa da veia cava

(linfandiectasia, enterite plasmocitria) ou da veia heptica - Hemorragia crnica - pericardite restritiva

Parasitismo intestinal Neoplasia intestinal Glomerulonefrites

- hipertenso portal - Amiloidose renal - Sndrome nefrtica

TRA SUDADOS MODIFICADOS ETIOLOGIA: mecanismos transudativos, onde o fluido sai dos vasos normais ou no inflamados Por aumento de presso hidrosttica capilar ou obstruo linftica, IC esq CONSEQUNCIA: ultrafiltrado rico em protena passa para as cavidades corporais Aspecto macroscpico Claros, lmpidos Cor: ligeira/ opaco a rosa, ou opaco e branco, depende da etiologia

15

As protenas so o critrio mais importante para diferenciar transudados de transudados modificados MEDIO DE PROTENAS Refratmetro Espectrofotmetro Tiras de urina A presena de bilirrubina e lpidos no sobrenadante no permitem uma leitura aceitvel EXSUDADOS: resultam da libertao de fluido dos vasos anormais ou alterados, por inflamao ou estmulo quimiotctico dentro da cavidade corporal Aspecto macroscpico: Cor: de branco ambar a rosa, turvos Clula predominante - NEUTRFILO No degenerado no sptico (PIF, CE, pancreatite, esteatite, blis ou urina nas cavidades, toro de rgos internos ou inflamao destes), fagocitose inicial de bactrias Degenerado (piocito) sptico (mordeduras, perfurao GI, migrao de CE, rotura de abcessos, pn ou pleurite) Eosinfilos tambm podem estar presentes em processos de

hiperssensibilidade, ds parasitrias, neoplasia EFUSES HEMORRGICAS Rotura de vasos Fractura de rgos internos: fgado, bao, pulmo, corao Toro de rgos Intoxicao por antagonistas da vitamina K CID coagulao intravascular disseminada Dirofilariose Neoplasias como o hemangiossarcoma Alterao da integridade vascular endotelial

16

DIAGNSTICO O hematcrito destas efuses pelo menos 10 a 25% do sangue perifrico No de encontram plaquetas e no coagula Macrfagos com eritrofagocitose e hemossiderina

EFUSES EOPLSICAS IDENTIFICAR CLULAS NEOPLSICAS, ex.: - LINFOMA: tumor de cel redondas que mais comumente causa efuso torcica no gato.

Citologia: linfoblastos grandes com quantidades moderadas de citoplasma basfilo e ncleos cujo

tamanho varia entre 1,5 a 5x o tamanho de um ery

Hemangiossarcoma: tumor mesenquimatoso que com mais frequncia causa efuso hemorrgica

Citologia: clusters de cel poligonais ou estreladas, com citoplasma claro, podem ter vacolos, ncleo pleomrfico, grande, bizarro, com marcada anisocariose, multinucleao e megalocitose

MESOTELIOMAS ATENO: CLULAS MESOTELIAIS REACTIVAS TM CARACTERSTICAS CITOLGICAS QUE INDICAM MALIGNIDADE

SO TUMORES RAROS

MASTOCITOMA

Redondos com quantidade varivel de grnulos metacromticos Um pequeno n de mastcitos pode ser visto em efuses inflamatrias, mas rara/

EFUSES QUILOSAS Libertao de linfa nas cavidades torcica ou abdominal Macro:

Opaca, branca a rosa, fica transparente com adio de ter Densidade proteica e contagens celulares semelhantes a transudados modificados

Concentrao de triglicerdeos, >100 mg/dl Clulas: linfcitos normais, excepto se vm de linfoma

17

Etiologia: parasitas (gato), neopl mediastnicas, hrnias diafragmticas ou peritoneo-pericrdicas (gato), toro de lobo pulmonar, linfangiectasia intestinal (co), granuloma mediastnico por criptococos ou idioptica

Outras efuses EFUSO FIBRI OSA LQUIDO AMARELO VISCOSO QUE COAGULA AO AR TPICO DE PIF

18