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Citologia: Técnicas a Fresco Para Aulas Práticas · morte das células, ajudando na manutenção do tamanho dos tecidos e órgãos. ... Os organismos multicelulares, como os da

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CÉLULA-TRONCO HEMATOPOÉTICA

Autor: Flávio Pires Gonçalves1

Orientadora: Rose Meire Costa Brancalhão2

Resumo

A ciência e a tecnologia são conhecimentos produzidos que interferem no contexto de vida da humanidade e em especial, no ambiente escolar, onde é crescente o interesse sobre temas biotecnológicos, como o de células-tronco (CT). A complexidade no entendimento de CT necessita do uso de recursos didáticos adequados para o trabalho em sala de aula, que explorem os sentidos e criem uma ação motivadora. Dentro deste prisma, o lúdico se apresenta como um instrumento didático bastante atrativo e que atende a grande parte dos parâmetros necessários. Neste sentido, foi desenvolvida uma unidade didática sobre CT hematopoéticas, que pode ser utilizada por professores e alunos de ensino médio. A unidade didática foi implementada e executada em sua totalidade, em sala de aula, com alunos do ensino médio, apresentada para a direção, professores da área e coordenação pedagógica do Colégio Estadual Padre Anchieta, e, por último, submetida à análise de professores do grupo de trabalho em rede. Os resultados revelaram que as atividades motivaram alunos e professores no ensino e na aprendizagem dos conteúdos abordados. Além disso, foi verificado que durante o desenvolvimento dos trabalhos os alunos demonstraram atitudes de respeito, de cooperação e iniciativa pessoal. Espera-se que este trabalho possa servir de fundamentação para professores que queiram inovar suas práticas, incentivando-os na busca de alternativas pedagógicas com conteúdo significativo, que somado ao livro didático, possibilitem aos alunos desenvolverem suas habilidades intelectuais, sociais e físicas, de forma descontraída, lúdica e participativa. Palavras-chave: Sangue; diferenciação celular; metodologia de ensino; ludicidade. Abstract

Science and technology knowledge are produced that interfere in the context of life of humanity and especially in the school environment, where there is growing interest in biotechnology issues like stem cell (CT). The complexity in understanding CT requires the use of educational resources for the job in the classroom, to explore the senses and create a motivating action. Within this perspective, the play is presented as a very attractive and educational tool that meets most of the required parameters. In this sense, we developed a teaching unit on hematopoietic CT, which can be used by teachers and high school students. The teaching unit was implemented and

1 Professor graduado em Biologia, especializado em Biologia, PDE em Biologia, lotado no Colégio

Estadual Chateaubriandense – EMP – Assis Chateaubriand – Paraná. 2 Professora Doutora orientadora da UNIOESTE – Campus Cascavel – Paraná.

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executed in its entirety, in the classroom with high school students, presented for leadership, area teachers and pedagogical coordination of the Padre Anchieta State College, and finally subjected to analysis of teachers workgroup network. The results showed that activities motivated pupils and teachers in teaching and learning of content covered. Furthermore, it was found that during development of the work students showed attitudes of respect, cooperation and personal initiative. It is hoped that this work can serve as a foundation for teachers who want to innovate their practices, encouraging them to find alternatives to teaching meaningful content, which added to the textbook, allow students to develop their intellectual, social and physical, so relaxed, playful and participatory. Key-words: Blood, cell differentiation, teaching methodology, playfulness. 1 INTRODUÇÃO

O corpo humano é formado por células e produtos celulares, que se

organizam constituindo os diversos tecidos, órgãos e sistemas. Na manutenção

desta organização multicelular, novas células são originadas a todo o instante, uma

vez que células são frequentemente perdidas por acidentes, infecções e apoptose3.

A origem de novas células em um corpo adulto depende da presença de um tipo

celular com capacidade de divisão e diferenciação, as células-tronco (Alberts et al.,

2009).

A abordagem do conteúdo células-tronco com alunos do ensino médio

permite perceber como a aplicação do conhecimento biológico interfere e modifica o

contexto de vida da humanidade, e requer a participação crítica de cidadãos

responsáveis pela vida.

Na escola verifica-se o interesse crescente de conhecimentos sobre estes temas biotecnológicos, como o de células-tronco, que vêm apresentando um número crescente de aplicações práticas na medicina, agricultura e biotecnologia, que incluem o desenvolvimento de novas drogas especificamente direcionadas a interferir no crescimento de células e no uso potencial de células-tronco para substituir tecidos danificados e tratar pacientes que sofrem de doenças como diabetes, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, lesões na coluna vertebral e doenças cardíacas (GEOFFREY, 2007).

3 É um tipo de morte celular programada que possui importante papel durante o processo de

diferenciação, crescimento e desenvolvimento de tecidos. A apoptose atua diretamente na homeostase, de forma a proporcionar um equilíbrio entre a taxa de proliferação e degeneração, com morte das células, ajudando na manutenção do tamanho dos tecidos e órgãos.

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A complexidade no seu entendimento requer o uso de recursos didáticos

adequados para o trabalho em sala de aula. Os recursos didáticos são múltiplos e

sua escolha envolve vários parâmetros, como adequação ao conteúdo, fidelidade

científica e ação motivadora. Dentro deste prisma, segundo (MACEDO, 2000), o

lúdico se apresenta como uma ferramenta didática bastante atrativa e que atende a

grande parte dos parâmetros necessários.

2 DESENVOLVIMENTO

Os avanços da Biotecnologia trouxeram grandes progressos para a ciência e

enormes benefícios para a humanidade, uma vez que permitem, de certo modo, o

controle da vida, desde sua concepção, conservação, correção, qualidade e fim.

Dentre estes progressos destacam-se aqui as pesquisas com células-tronco, em

especial as hematopoéticas, que ocupam o foco da imprensa em todo o mundo. Na

escola afloram inúmeros questionamentos sobre o tema: O que são células-tronco?

De onde se originam? Para que servem? Quais os tipos? Como são classificadas?

Quais as suas características? O que são células-tronco hematopoéticas? Onde

encontramos? Como elas podem ser usadas? Como tratar as questões ciência

versus ética, lícita ou ilícita, moral ou imoral? Como explicar a questão religiosa,

política e jurídica? Como concentrar todas essas informações em nível escolar,

tendo como base o livro didático? Como tratar esses conhecimentos usando o

laboratório de Biologia da escola, sem infringir os dispositivos legais vigentes? Como

relacionar o lúdico com a aprendizagem de células?

As pesquisas com células-tronco hematopoéticas trazem à tona a possibilidade e a esperança concreta de cura para inúmeras doenças, que até pouco tempo atrás eram consideradas incuráveis, a partir de terapias que possibilitem o reparo de tecidos ou órgãos danificados. (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/celulas_tronco/02.html - acesso em 15/05/2012).

Em razão de tais considerações, foi que se escolheu o presente tema, sendo

que a proposta deste trabalho é analisar e refletir sobre os questionamentos

advindos dos avanços nas ciências biomédicas, partindo das pesquisas com células-

tronco, com enfoque especial nas células-tronco hematopoéticas.

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3 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DE INTERVENÇÃO

A fim de subsidiar os questionamentos advindos das pesquisas com células-

tronco, elaborou-se o Projeto de Intervenção Pedagógica, o qual foi aplicado na

escola em toda sua totalidade e abrangendo todos os tópicos previstos e outros

mais que tivemos que revisar.

O objetivo do projeto era desenvolver um ambiente de aprendizagem com

maior facilidade de compreensão, tanto por parte dos professores quanto pelos

alunos. Seria então preciso desenvolver uma ferramenta de apoio pedagógico que

propiciasse o envolvimento dos mesmos num processo de compreensão e reflexão

critica acerca dos conceitos abordados no tema Células-Tronco Hematopoéticas.

Desta forma, a Unidade Didática desenvolvida contemplou alunos e

professores com diversas atividades didáticas lúdicas de fácil compreensão,

contribuindo assim com o processo de ensino aprendizagem.

No projeto foram pormenorizados alguns conceitos importantes para a

compreensão e desenvolvimento do tema. Como ponto de partida era preciso definir

o conceito de células-tronco.

Podem ser definidas como um tipo de célula capaz de se dividir mitoticamente e se diferenciar em diferentes tipos celulares no organismo, que se organizam nos inúmeros tecidos (sangue, músculos, nervos, ossos, etc.); além de manter sua característica indiferenciada. Logo, são células primordiais que apresentam grande potencial de auto-renovação e de diferenciação em pelo menos um tipo especializado e funcional. (ZATZ, 2004).

Na implementação do projeto foi preciso revisar conteúdos de embriologia

para definir a origem e a classificação das células-tronco.

Os organismos multicelulares, como os da espécie humana, originam-se de uma única célula, a célula-ovo ou zigoto, que durante o desenvolvimento embrionário, passa por uma série de divisões e diferenciações celulares controladas e sucessivas, de forma a constituir, segundo estimativas, 100 trilhões de células do corpo humano, organizadas em tecidos, órgãos e sistemas. Desta forma, todos já fomos uma célula, resultante da fusão de um espermatozóide e de um ovócito. Esta primeira célula já tem no seu núcleo o DNA (ácido desoxirribonucléico) com toda a informação genética para gerar um novo ser (ZAGO, 2006).

Foi muito importante estabelecer critérios de como as células-tronco podem

diferenciar-se pela origem da sua localização, sendo identificadas como células-

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tronco do cordão umbilical, células-tronco da medula óssea, células-tronco fetais e

células-tronco dos tecidos, sendo que cada uma dessas células tem indicação para

tratamentos específicos.

As células-tronco fetais são encontradas nos tecidos de fetos abortados, principalmente nos tecidos germinativos, ou seja, nos testículos e nos ovários. A característica principal dessas células é o baixíssimo risco de rejeição. Todavia, a forma de obtenção é extremamente polêmica, pois envolvem questões éticas, morais e religiosas. As células-tronco em tecidos são encontradas, por exemplo, no cérebro, na pele, no coração, nos olhos, nos dentes, no intestino, no músculo, na gordura, e no sangue. Entretanto, o uso dessas células é mais restrito, por serem de difícil multiplicação e pela dificuldade de se transformarem em outros tipos celulares. Já as células-tronco embrionárias são encontradas apenas nos embriões, os quais podem ser obtidos a partir de técnicas de reprodução humana, criopreservados

4 em

clínicas, ou então, a partir de clonagem terapêutica5. (ZATZ, 2004).

Por meio dos conceitos acima também foi possível estabelecer as diferenças

principais entre as células-tronco adultas e as células-tronco embrionárias, com

destaque especial para as células-tronco hematopoéticas.

Dentre as células-tronco adultas, destacam-se as hematopoéticas, que são pluripotentes e encontradas em vários tecidos, como medula óssea, sangue, fígado, polpa dentária de crianças e adultos, e também na placenta e no cordão umbilical. Estas são as mais fáceis de serem obtidas e preservadas por longos períodos. É a partir das células-tronco hematopoéticas que ocorre a formação da porção celular do sangue, através do processo de hematopoese, onde as células-tronco são capazes de seguir qualquer linhagem hematológica, seja mielóide ou linfóide. Sendo assim, elas possuem um papel fundamental em nosso organismo (VERFAILLIE, 2002, p.

502).

As células-tronco hematopoéticas obteve destaque na elaboração da Unidade

Didática por apresentar uma melhor caracterização de cura para doenças de origem

hematológica, congênitas, metabólicas e imunológicas, através de transplantes de

medula óssea.

Esse projeto contemplou também os avanços na tecnologia de obtenção e

manipulação das células-tronco hematopoéticas, bem como a maior compreensão

4 Criopreservação: processo onde células ou tecidos biológicos são preservados através do

congelamento a temperaturas muito baixas, tipicamente – 196 graus. 5 Clonagem terapêutica: procedimento cujos estágios iniciais são idênticos à clonagem para fins

reprodutivos, mas que difere no fato da blástula (segundo estado de desenvolvimento do embrião) não ser introduzida no útero: esta é utilizada em laboratório para a produção de células estaminais a fim de produzir tecidos ou órgãos para transplante.

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da histocompatibilidade6, o aprimoramento do condicionamento do paciente, por

quimio ou radioterapia e melhorias na terapia de suporte, a qual tem contribuído com

os resultados positivos dos transplantes autólogos ou alogênicos.

4 METODOLOGIA

A pesquisa qualitativa foi conduzida em duas etapas, na primeira houve o

desenvolvimento da unidade didática, onde se utilizou como referencial teórico,

referências bibliográficas da área de Biologia (ABDELHAY et al., 2009; ALBERTS et

al., 1997; BEÇAK e PAULETE, 1976; BRANCALHÃO, 2010; GEOFFREY e

ROBERT, 2007; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004; PARANÁ, 2008; ZAGO, 2006;

ZATZ, 2004; entre outros), além de diversos sites de pesquisa do gênero.

Em concordância com a Diretriz Curricular do Ensino de Biologia, a

abordagem do conteúdo permitiu uma integração dos quatro conteúdos

estruturantes no ensino de Biologia, de modo que, ao introduzir a Manipulação

Genética, o trabalho pedagógico fosse permeado por uma concepção metodológica

que permitisse de forma simplificada, a análise sobre as implicações dos avanços

biológicos, principalmente no uso das CT hematopoéticas para transplante.

Ao utilizar a problematização como uma abordagem metodológica no desenvolvimento dos quatro conteúdos estruturantes, parte-se do principio da provocação e mobilização do aluno na busca por conhecimentos necessários para resolver problemas. Estes problemas relacionam os conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para que ele busque compreender e atuar na sociedade de forma critica (PARANÁ, 2008, p. 65).

A Unidade Didática desenvolvida foi apresentada em 03 (três) fases distintas,

com públicos diferentes: para os alunos do ensino médio; para a equipe pedagógica,

direção e professores do Colégio Estadual Padre Anchieta, da cidade de Assis

Chateaubriand, Paraná; e para um grupo de professores cursistas do Grupo de

Trabalho em Rede (GTR)7, foco do trabalho em epígrafe.

6 Capacidade de aceitar transplantes entre indivíduos. É utilizada para determinar se um tecido ou

órgão transplantado será aceito pelo receptor. A histocompatibilidade é determinada pelas moléculas do MHC – Complexo de Histocompatibilidade Principal. 7 O Grupo de Trabalho em Rede - GTR – constitui-se numa atividade do Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE - e caracteriza-se pela interação virtual entre o Professor PDE e os demais professores da rede pública estadual, e busca efetivar o processo de Formação Continuada promovido pela SEED/PDE.

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O GTR foi formado através de inscrição prévia sendo constituído por 15

(quinze) professores. O GTR foi desenvolvido on line8, no período de 10/10/2011 à

07/12/2011; havendo a desistência de 04 (quatro) professores, sendo que 11 (onze)

professores concluíram o trabalho de análise da unidade didática.

5 RESULTADO E DISCUSSÕES

A unidade didática produzida apresenta um embasamento teórico sobre as

CT, em especial as hematopoéticas, contendo sua definição, características da

medula óssea vermelha, CT hematopoética para transplante, transplante autólogo e

alogênico, uso de CT hematopoéticas e seu potencial terapêutico; além de

atividades didáticas lúdicas de estímulo aos processos de formação de memória,

usando os sentidos e o lúdico para facilitar a aprendizagem, abrangendo

cruzadinhas, caça-palavras, palavras cruzadas, construção, montagem e colagem

de órgãos no corpo humano. (conteúdo disponível no site Dia a Dia Educação:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/index.html).

Na apresentação da unidade didática aos alunos do ensino médio, foi

constatada a real necessidade de se fazer uma revisão dos conteúdos estruturantes

do ensino de Biologia, previstos nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

tendo em vista as informações diferenciadas que emanavam do grupo de alunos.

Desta forma, foi preciso que eles tivessem conhecimentos básicos do estudo das

células, de divisão celular, das técnicas de reprodução humana, dos mecanismos de

desenvolvimento embriológico, de genética, de histologia, de anatomia, morfologia e

fisiologia, os quais, apesar de serem integrados e interdependentes, são abordados

em séries diferentes, de modo que podem ser facilmente “esquecidos” da memória

do educando.

A pesquisa com células-tronco, por se tratar de tema polêmico, foi abordada

de forma ampla e sequencial, iniciando pelo estudo da origem e evolução da célula,

suas organelas e funções e a constituição do material genético para a formação da

espécie humana. Foi importante ressaltar os processos de divisão celular por meiose

8 “online" ou “on line” ou "estar em linha" significa "estar disponível ao vivo". No contexto de um web

site, significa estar disponível para acesso imediato a uma página de Internet, em tempo real. Na comunicação instantânea, significa estar pronto para a transmissão imediata de dados, seja por meio falado ou escrito. No contexto de um outro sistema de informação, significa estar em plena operação, de acordo com as funções desempenhadas nessa rede ou sistema.

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para mostrar como o número de cromossomos da espécie se mantém constante, e

por mitose para mostrar como uma única célula originada pela fecundação, passa

por constantes divisões e se diferenciam para constituir os diversos tecidos que vão

constituir o organismo (JUNQUEIRA, 2005).

Relembramos que a espécie humana tem cerca de 100 trilhões de células e

que são encontrados em torno de 250 tipos celulares diferentes, derivadas de

células-tronco.

Todas as células e produtos celulares encontrados no corpo humano, derivam de células precursoras, denominadas células-tronco. O processo de diferenciação que gera células especializadas – de pele, ossos e cartilagens, do sangue, dos músculos, do sistema nervoso e dos outros órgãos e tecidos humanos é regulado, em cada caso pela expressão de genes específicos nas células-tronco, não se sabendo, contudo, com detalhes como isso ocorre e que outros fatores estão envolvidos. Compreender e controlar esse processo são grandes desafios da ciência na atualidade (CARVALHO, 2001, p. 26).

Relembramos ainda os mecanismos de desenvolvimento embrionário,

abordando as formas de obtenção do zigoto através de métodos de fertilização

natural ou por técnicas de reprodução assistida por meio de inseminação artificial e

inseminação in vitro, cujas fases de desenvolvimento embrionário ocorrem

extracorporeamente em laboratórios especializados ( SCARPARO, 1991).

Mostramos aos alunos que são por meio dessas técnicas modernas de

reprodução assistida que se obtém embriões em fase de blastocisto, que, se

descartados, poderão ser utilizados em pesquisas com células-tronco (BRASIL,

1992).

Como forma de fixar ainda mais o conteúdo celular para nossos alunos,

realizamos aulas práticas no laboratório de microscopia da Faculdade

UNIMEO/CETSOP de Assis Chateaubriand, onde eles puderam obter técnicas de

manuseio de microscópio binocular e trinocular com imagens em tela de TV. Os

alunos puderam visualizar lâminas preparadas e receberam orientações sobre

preparação de lâminas a fresco dentro de técnicas que permitam visualização

perfeita de organelas citoplasmáticas de diversas células, entre elas: célula vegetal,

células de sangue, células em divisão celular por mitose, células da mucosa bucal,

células de tecido epitelial, ósseo, adiposo e espermatozoides bovinos obtidos junto

ao departamento de agricultura da Prefeitura Municipal de Assis Chateaubriand.

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Enquanto ramo dinâmico da biologia, os conhecimentos da estrutura e funcionamento celular estiveram e ainda estão atrelados ao desenvolvimento e aplicação de uma série de técnicas bioquímicas e microscópicas, cujos conhecimentos são básicos na formação dos profissionais ligados às áreas de Ciências Biológicas e da Saúde. A difusão das informações advindas do emprego destas técnicas deve ser efetuada de forma didática, tanto aos alunos, quanto aos profissionais ligados à área educacional. Neste sentido, o uso de esquemas didático-pedagógicos, fotomicrografias, eletromicrografias e experiências são fundamentais no entendimento da função celular. As práticas de biologia celular aplicadas em cursos de graduação e pós-graduação e, também, como parte do conteúdo programático no ensino médio são importantes no processo de aprendizagem do aluno (BRANCALHÃO, 2010).

Para o êxito dessas atividades práticas de laboratório, os alunos receberam

um manual de procedimentos técnicos no preparo de lâminas a fresco, com fotos

ilustrativas de diversas experiências de laboratório. Assim, de posse desses

conceitos foi entregue aos alunos uma cópia da Unidade Didática onde foram

pormenorizados e discutidos.

Na socialização dos assuntos acima, as questões, éticas, sociais, morais,

religiosas e jurídicas que envolvem o tema, geraram enormes divergências entre os

alunos e foi preciso discuti-los de forma mais cautelosa, tendo em vista as

diversidades religiosas e morais existentes. Uma das atividades disponibilizada na

Unidade Didática tratava justamente desse assunto e despertou enorme interesse

na resolução da mesma pelos alunos, uma vez que eles puderam discutir os

princípios da religião e da ciência, articulando com o Artigo 5˚ da Lei de

Biossegurança n˚ 11.105.

Não é a primeira vez, nem decerto será a última, que dogmas religiosos se

opõem a pesquisa cientifica. As religiões nasceram com uma maneira de explicar a

natureza aos homens e responder perguntas difíceis. Porém, as respostas da

religião não costumam mudar com o tempo, e ainda nos dias atuais, continuam

influenciando o desenvolvimento da ciência. A consequência lógica desse

descompasso é que muitas questões passaram a ter no mínimo duas respostas: a

religiosa e a científica, que muitas vezes são conflitantes.

Na conclusão dos trabalhos com os alunos, foram desenvolvidas as

atividades 01 a 14, dispostas na Unidade Didática, correspondentes aos temas

trabalhados, as quais despertaram grande interesse na resolução dos mesmos,

mostrando-se muito receptivos e motivados durante as apresentações do material

elaborado. As atividades apresentadas aos alunos eram em forma lúdica com jogos,

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palavras cruzadas, caça palavras, confecção e colagem de células, tecidos e órgãos

no corpo humano, entre outras.

As atividades lúdicas proporcionam uma aprendizagem descontraída e ao mesmo tempo proveitosa, sendo que a educação através do lúdico, propõe-se a uma nova postura existencial, cujo modelo é um novo sistema de aprendizagem inspirado numa concepção de educação para além de apenas ensinar (SANTOS, 2001).

Percebeu-se que foi fundamental trabalhar a ludicidade com os educandos,

pois aprenderam o conteúdo de uma forma gostosa e prazerosa, sendo que o jogo

do quebra-cabeça, caça-palavras e palavras cruzadas, apresentaram vários desafios

estimulando a atenção e a concentração dos alunos.

Ao propor uma atividade lúdica, o professor deverá analisar as possibilidades de utilização em sala de aula e também adotar critérios para analisar o valor educacional das atividades que deseja trabalhar, para a obtenção do sucesso desejado (MACEDO, 2000).

Quando aplicamos atividades lúdicas em sala temos que ter a consciência de

que não há possibilidade de dar receitas, uma vez que a atividade proposta estará

envolvida com múltiplos fatores sociais, os quais irão variar de acordo com o grupo.

Cabe então ao professor fazer adequação e modificação no que se pretende

ensinar. Com isso, a articulação de sua teoria/prática será inteiramente

responsabilidade do docente.

Na discussão da unidade com a coordenação pedagógica do NRE, os

professores, coordenadores pedagógicos, direção do colégio e demais professores

do quadro PDE/2010 presentes, foi apresentado uma síntese da implementação dos

trabalhos do PDE/2010 sobre células-tronco hematopoéticas com o objetivo de

avaliar as atividades do projeto de implementação no estabelecimento, bem como

sua utilização futura aos alunos do Ensino Médio, expondo o conteúdo de maneira

sucinta, de forma que os mesmos pudessem compreender o objetivo do projeto e as

estratégias de ação na implementação aos alunos. A apresentação despertou

grande interesse dos professores da área de Ciências e Biologia e houve

repercussão positiva pela equipe pedagógica do NRE, da escola e pela direção do

estabelecimento, conforme os critérios disposto no parecer de acompanhamento da

implementação do projeto de intervenção na escola.

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A coordenação pedagógica do estabelecimento e os professores da área de

ciências e biologia presentes solicitaram a aplicação da aula prática em laboratório,

nos mesmos moldes da que foi aplicada aos alunos, o qual foi atendido de imediato,

tendo sido efetuada no dia 10/12/2011, no laboratório da UNIMEO/CETSOP de

Assis Chateaubriand, para um grupo de 12 professores, atingindo os objetivos

propostos.

A análise da unidade didática com os professores do GTR possibilitou uma

série de discussões, contribuindo para ampliação das ideias relacionadas à temática

proposta. Uma pergunta norteadora sobre as questões éticas e morais na pesquisa

com células-tronco foi lançada nesta temática para o debate, tendo em vista a

polêmica que envolve o assunto. Os conceitos da religião e da ciência, bem como o

contido no Art. 5˚ da Lei de Biossegurança n˚ 11.105, foram debatidos e assim os

professores GTR puderam manifestar suas opiniões, debater na sala de aula com

seus alunos, e por fim manifestar suas impressões sobre o projeto, nos diários

correspondentes do GTR.

Sobre as questões éticas e morais na pesquisa com células-tronco, segue

abaixo o depoimento de alguns professores GTR/2010:

Depoimento de NORMA LUCIA MARQUES:

“Particularmente penso que o interesse sobre células-tronco é bilateral. De um lado cientistas obviamente tentando achar a cura para doenças, restauração de tecido e órgãos lesados e com isso o meio científico ficaria fortalecido. Por outro lado se isso acontecesse, mais pessoas se curariam, recorreria menos às igrejas e estas ficariam mais fragilizadas. Acredito muito nas pesquisas e como bióloga gostaria que muitas curas fossem descobertas para amenizar o sofrimento de quem passa por algum problema e independentemente de qualquer religião, espero que Deus dê sabedoria para o "homem" fazer o melhor para a humanidade. O que temos que abordar sempre é que o meio científico vem desenvolvendo pesquisas para o progresso da humanidade e que nós enquanto educadores e educando temos que nos interar sempre destas pesquisas para criar nossas opiniões e nosso ponto de vista”

Depoimento de EZIQUIEL MARTINIANO:

“O livro didático é mais uma ferramenta a serviço do professor e o que se

concentra no mesmo em quantidade e qualidade dos conteúdos, dentro de uma disciplina que em todo momento, surgem novas teorias, experiências, práticas, enfim, a Biologia não é como matemática que dois mais dois sempre serão quatro, mesmo que célula também sempre será célula, mas a todo momento, os cientistas, pesquisadores, encontram dentro destas células, substâncias, formas, elementos químicos, uma gama de material que acaba se tornando mais do que uma simples célula. Um maquinário tão inexplicável que acreditamos jamais será desvendado pelo homem. Portanto não devemos utilizar apenas o livro didático como suporte para transmissão de um conteúdo que está em constante descobertas. A

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utilização do laboratório para tantas pesquisas já não nos cabe controlar ou até mesmo averiguar o quanto cientistas inescrupulosos burlam as leis e regras vigentes para satisfazer seu próprio ego ou até mesmo a ganância do poder e do dinheiro. Devemos conscientizar nossos alunos que a responsabilidade, moral, ética, religião e as leis, cabe a cada um de nós fazermos uma reflexão do que realmente é correto e irá beneficiar a quem quer que seja, sem prejudicar quem quer que seja também”

Depoimento de SUELENE BERNARDETE BORNIA MOREIRA:

“Está na mídia a todo o momento os avanços da Biotecnologia e a esperança de cura para diversas doenças. Mas, geralmente é de difícil compreensão para quem ouve e não estuda o tema. Enquanto professores de Biologia, somos chamados a esclarecer questões como as que envolvem as células-tronco: o que são, sua origem, seus tipos, para que servem, onde podem ser encontradas e como elas podem ser usadas. É importante esclarecer tudo o que a ciência é capaz, mas, que a vida só pode ser criada por Deus. O uso das células-tronco, como as hematopoéticas, há 50 anos vem sendo usadas para tratamento de leucemias e outras doenças e o mundo está diante da possibilidade de cura para outras diversas doenças, dando esperança de vida a muitos seres humanos. Um exemplo que podemos citar é o caso de doenças degenerativas em muitos jovens. Como não poder ter a esperança de cura e libertação desses jovens, que se veem morrendo pouco a pouco? É um mérito muito grande da Biotecnologia e esperança para os seres humanos. É importante o debate com os alunos, esclarecendo os princípios éticos e religiosos com relação as células-tronco, principalmente as embrionárias, lembrando que não se pode ceifar uma vida para atender outra, mas que outros métodos de utilização de outras células-tronco é a esperança agora e num futuro próximo. Com apenas o livro didático, não conseguimos informações necessárias para os alunos. Temos que ser curiosos e pesquisadores sobre o assunto, ampliando nosso conhecimento e atendendo as expectativas dos nossos alunos. No laboratório de Biologia, em relação ao tema proposto, pouco ou nada podemos fazer. Mas, uma ferramenta bastante útil é a Internet, mas com análise das informações que são passadas. A vida nos é dada, é preciso ser preservada. Mas, o estudo e avanços em função de melhorá-la, não podem parar”.

Depoimento de PATRÍCIA FURLAN DA SILVA:

“Na religião a pessoa começa a existir quando forma um embrião, ocorrendo à fecundação, do óvulo com o espermatozoide, considerado um presente de Deus, por um processo natural, não podendo ser manipulada como técnica de laboratório, a religião condena essa prática utilizada com células tronco embrionária, sendo firme na sua posição de respeito à vida referente aos princípios éticos da bíblia sagrada, mas apoia a pesquisas com CT adultas analisando assim uma forma ética. Mas para a ciência a posição é contraria, pois quando é formado um embrião ainda não é ainda um ser vivo, podendo ser congelados por mais de três anos. Para os cientistas as CT têm a capacidade de se multiplicar em laboratório com possibilidade de transformar, regenerar o corpo humano. Portanto foi aprovada a Lei de Biossegurança, dizendo que está permitida a utilização das CT embrionárias para pesquisas e terapia, não sendo embriões enviáveis e sendo embriões congelados a mais de 03 anos, a partir da data de publicação da lei. Como professora de biologia e ciência, tenho uma opinião contra a lei para a utilização de CT embrionárias, pois a partir do momento que forma um embrião passa a ser considerado um ser vivo, com poucas horas de vida, e ainda ficar armazenado 3 anos congelado, se resulta em dar a vida a uma pessoa e matar outra. Mas sou a favor das pesquisas, por células-tronco

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obtidas a partir de tecidos adultos, uma alternativa para os resultados terapêuticos” .

Depoimento de MÁRCIA OLIVIERA DA COSTA:

“O uso das células-tronco é essencial para a cura. Deus é a favor da vida, pois é o criador da vida. Acredito que é necessário ter conhecimento sobre o que realmente são células-tronco embrionárias. Embriões inviáveis por que não usar? Com certeza se os mesmos fossem gerar uma vida a chance de problemas no feto seria grande. Uma massa de células, como você disse tem a potencialidade de gerar um indivíduo, mas ainda não é uma vida. A problemática com relação a esse tema se deu frente ao desejo do ser humano, mesmo o infértil e estéril, de ter sua própria prole. Para a realização desse sonho surgiram as técnicas de reprodução humana assistida, mas com o complicador de que muitos embriões não têm destino certo, são excedentes. Esses embriões excedentes serão guardados até o prazo segundo a lei de biossegurança e depois descartados, então por que não usá-los para curar? Realmente, o tema é polêmico, mas acredito que a falta de conhecimento sobre o tema é que gera maior atrito ainda”.

Depoimento de ANA POLESELO:

“Penso que a ciência não pode parar, e esta deve evoluir, isto é, os governantes devem investir em pesquisas e achar alternativas para a questão em debate. No filme A Ilha, um dos personagens comenta que o se humano faz de tudo para viver. Refletindo a vida de Jesus, como ele viveu sou contra a pesquisa com células embrionárias”.

Depoimento de ADRIANA ASSIS TOMIN:

“A religião é contra, pois a vida começa a partir da fecundação, segundo eles, os cientistas estão indo longe demais e atravessando uma perigosa fronteira: aquela que divide a vida e a morte de um futuro organismo, para ciências a busca de técnica mais rápidas é essencial para curas de doenças e a formação de órgãos, segundo eles a vida só começa a partir da formação do blastocisto. Eu sou contra pois a vida já começa a partir de uma fecundação em que consiste a união do ovulo com espermatozoide, portanto com a pesquisa CT a vida deste futuro indivíduo esta sendo interrompida”.

Depoimento de ELIANA PELICON PEREIRA “Com relação ao estudo de células-tronco no ensino médio, os livros didáticos trazem conteúdos pouco estruturados a respeito deste tema. Porém, mesmo que este conteúdo seja escasso nos livros didáticos, devemos buscar alternativas para a transmissão de informações que levem em consideração os avanços da biotecnologia para manter os alunos informados a respeito desses avanços. Quando abordamos o tema células- tronco, os alunos já remetem a ideia do uso de embriões para produção de tecidos novos e pouco se especula sobre o uso de células-tronco adultas, talvez por que estes alunos desconheçam a possibilidade do uso delas em alguns casos ou no caso da terapia para algumas doenças. Dessa forma, levando em consideração a importância do uso das células tronco no tratamento ou cura de certas doenças, criamos na sociedade a esperança de uma qualidade de vida para pessoas comprometidas com alguma enfermidade, levando estas pessoas a pensar em cura ou em ter de volta uma vida normal. Porém, em contrapartida, muitos são as especulações e críticas a respeito deste tema, pois várias concepções são postas em prova,

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principalmente quando se adentra na área religiosa. Com base nestas considerações temos que pensar: será que estamos transmitindo, ou mesmo, os alunos estão recebendo as informações corretas sobre o que são células tronco e de onde originam? Pois, levando em consideração que células hematopoéticas podem ser consideradas células-tronco adultas, muitos alunos desconhecem que este tipo de célula, mesmo que com ação limitada, possam também produzir novos tecidos. Assim, a reflexão sobre a opinião de ser a favor ou contra o uso de células tronco só pode ser construída quando se sabe ao fato o que são as células tronco, como são produzidas, como podem ser utilizadas, quais as leis e normas que embasam o uso destas células na terapia de certas doenças. Dessa forma temos claro, a necessidade de se buscar mais informações sobre o conteúdo, o que justifica o uso deste projeto como alternativa de grande valia para o processo de ensino envolvendo o tema células-tronco”

Depoimento de LUCIMAR JANDREY:

“Para a religião, a vida começa no momento da fecundação. A igreja não admite eliminar uma vida para curar outra, porém apoia as pesquisas com células-tronco hematopoéticas. Ela também é contra a manipulação da reprodução assistida em laboratórios. A ciência diz que até cinco dias após a fecundação o embrião não tem sistema nervoso, é apenas um aglomerado de células (blastocistos), ou seja, ainda não é uma pessoa. Os cientistas não pretendem produzir embriões para as pesquisas, mas, sim utilizar os que seriam descartados depois de três anos congelados, com autorização dos pais, pois estes conseguem produzir qualquer uma das 250 diferentes células que existe, coisa que as células-tronco adultas não conseguem. A lei da Biossegurança diz que os embriões fertilizados in vitro que podem ser utilizados são aqueles inviáveis e/ou congelados a mais de três anos, autorizados pelos genitores; por instituições de pesquisas em que seus projetos são aprovados em comitês de ética e sem nenhuma comercialização. A religião não admite a utilização desse tipo de ciência, como também foi contra todas as outras quando se iniciaram, porém a capacidade para realizar todas as ciências é um dom que DEUS nos deu. Se ELE nos deu inteligência para intervir na natureza de inúmeras formas, sou a favor de utilizar dessa tecnologia desde que seja com responsabilidade, ética e consciência. A ciência não é má, na sua essência, o que ocorre é que o ser humano acaba usando a ciência que foi construída para bem, em beneficio de poucos causando mal a muitos. A humanidade não sabe usar o livre arbítrio de forma consciente e responsável, pois se soubesse não haveria tantas guerras e nem tanto sofrimento. Então se DEUS nos deu a capacidade de intervir na natureza, em prol da melhoria da qualidade de vida, por que não utilizá-la? Mas devemos fazê-la com responsabilidade, ética e consciência”.

Depoimento de IVETE DE SOUZA DAGUIS

“Nos últimos tempos o estudo das “células-tronco” tem sido muito discutido no meio da ciência, da religião até chegar ao congresso e frequentemente é discutido na mídia e não poderia ficar fora das discussões no interior das escolas. Embora, o uso das células-tronco seja a esperança e a possibilidade de cura para inúmeras doenças no setor da endocrinologia, cardiologia, ortopedia, neurologia e outras mais, a escola enquanto uma instituição que tem a função de transmitir conhecimentos elaborados cientificamente não pode ficar neutra, sem levar para o interior da sala de aula esses discussões. Pesquisar e esclarecer sobre como se adquire essas células, sem negar nenhuma informação, qual é a sua função e como se da à cura das diferentes doenças com o seu uso. O papel da escola é levar o aluno a refletir sobre a ciência enquanto meio de descoberta de novas alternativas no campo da medicina e no que ela se apoia para

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defender o uso dos embriões. Negar a informação não é papel da escola. Ela deve propiciar meios para que a informação chegue aos educandos de forma clara, objetiva e cientificamente elaborada. Em minha opinião, o que não é papel da escola é tomar partido do ponto de vista da igreja, da ciência ou da lei, pois sabemos que o corpo docente de uma escola é constituído de pessoas que professam diferente credo. E por se tratar do uso de embriões, há diferentes opiniões em relação à religião. A escola, ao transmitir o conhecimento do ponto de vista da ciência, deve ter o cuidado para não defendê-la como única verdade e sempre respeitando as crenças individuais”.

Depoimento de FLAVIA CRISTINA DA SILVA:

“As questões a serem abordadas sobre as células-troncos no ensino da biologia e de áreas técnicas como a enfermagem, veem a contribuir em muito para o ensino aprendizado, pois somente com um recurso lúdico e acessível aos nossos alunos explicaremos questões legais sem infringir o contexto ético legal. Sendo assim me mostro favorável a tal temática, pois o conteúdo a ser explanado relata definições importantes a respeito das células-troncos hematopoética. Tendo em base esta fundamentação e argumentos que regulamento o ensino de tal temática na disciplina de biologia e áreas especificas como os cursos da área da saúde, o nosso aluno só tem a ganhar com este jeito diversificado de se ensinar biologia, pois as estratégias de ação, vem de acordo com as diretrizes curriculares. Embora o tema enquadra-se em uma polêmica mundial, os conteúdos a serem explanados aos nossos alunos seria de acordo com os estabelecidos pelas diretrizes de ensino sem entrar em choque com as diversidades culturais e religiosas, ou seja ensinar sim a biologia e os conceitos éticos pertinentes sobre o mesmo. O tema é de grande relevância principalmente nos avanços da biotecnologia e isto vem a contribuir em muito com as patologias consideradas incuráveis, pois trás esperanças a uma população que anteriormente não contava com este inovador avanço da ciência e da tecnologia, desde que estes avanços tecnológicos respeite toda uma diversidade será de bom agrado acompanharmos por estas evoluções nas pesquisas e torcermos pela total efetivação destes avanços na áreas interessadas” .

Na TEMÁTICA II foram apresentadas a Produção Didático-Pedagógica sobre

Células-Tronco Hematopoéticas para que fosse analisada, discutida e gerasse

contribuições. A socialização das atividades da Unidade Didática com os demais

colegas do GTR e, consequentemente, com seus respectivos alunos, foram

importantes para testar o grau de satisfação na elaboração das respectivas

atividades. Nos fóruns e diários dessa temática houve troca de informações entre os

professores do GTR, tecendo comentários e considerações sobre a produção

didático-pedagógica:

“As contribuições pedagógica desta Unidade Didática são de grande importância, para o aprendizado dos alunos. Recentemente fui doadora de medula óssea não aparentada e informações pertinentes e de forma ilustrativa foram de extrema importância para minha maior compreensão. As atividades proposta são bem lúdicas e estimula os alunos, pois eu mesma fiz e levei para a sala de aula, para os alunos do 4˚ período de Técnico em Enfermagem, e eles acharam ótimo”. (FLAVIA CRISTINA DA SILVA – GTR/2010)

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“Gostei muito das atividades, as achei diversificadas, com diferentes graus de dificuldades, fácil, médio e difícil, permitindo um maior aprofundamento no conhecimento do tema até mesmo pra nós professores sobre doenças envolvidas com as células-tronco. Penso que com as atividades e o rico texto que foi montado para acompanhar as atividades, os alunos poderão desenvolvê-las sem nenhuma dificuldade e ainda tratando de um tema atual de grande relevância que pode estar acontecendo com um amigo ou um ente querido”. NORMA LUCIA MARQUES – GTR/2010) “O material é ótimo. Gostei muito, principalmente das atividades 3, 4, 5 e 6. Com certeza estarei aplicando em sala de aula. Este conhecimento mais aprofundado das células-tronco só tem contribuído em somar com aquilo que já sabíamos e agora estar sendo ampliado”. MÁRCIA OLIVIERA DA COSTA – GTR/2010 “Achei seu material riquíssimo e de fácil aplicação. Gostei muito das atividades e da forma como elas foram colocadas e associadas à teoria. Com relação a minha sugestão, acho que poderia também incluir a produção de maquetes ou produção dos mais variados tipos celulares usando massa de modelar”. ELIANA PELICON PEREIRA – GTR/2010 “Li atentamente seu Projeto e aprendi muito com o mesmo. Ele tem uma pesquisa completa, que nos permite conhecer bem o assunto, e com certeza vai despertar o interesse de professores e também dos alunos a serem doadores de medula, que você ilustra demonstrando que é simples e pode ajudar em muito. Você está de Parabéns com todo o trabalho. Acredito que o Projeto ampliou o conhecimento sobre CT de todos nós cursistas. O material é rico em informações, as atividades criativas e sua aplicação será muito importante para nossos alunos”. (SUELENE BERNARDETE BORNIA MOREIRA – GTR/2010 “Gostei muito das atividades propostas, a minha sugestão é que na ATIVIDADE 06 – TRANSPLANTE AUTÓLOGO E ALOGÊNICO, fossem trabalhados os tipos de transplante separados, ficaria mais fácil para o aluno compreender porque o alogênico é mais complexo do que o autólogo”. IVETE DE SOUZA DAGUIS - GTR/2010 “O projeto é rico em informações e veio clarear minhas interrogações. Eu não conheço o professor Flávio, me inscrevi porque o assunto me chamou a atenção. Tenho me questionado sobre um material que viesse de encontro com este conteúdo que o professor Flávio foi feliz em escolher e veio sanar minha dificuldade”. ANA POLESELO – GTR/2010 “Achei maravilhosas as atividades, bem diversificadas tanto em relação a tipos como em relação a graus de dificuldades. Os textos que nos mandou auxiliam na melhor compreensão sobre o assunto (embora o tema não seja tão recente, temos pouco conhecimento a respeito). Nos livros didáticos as referências ao assunto são mínimas, (isso quando têm), em alguns livros, os autores simplesmente não se referem a essa evolução da biotecnologia. E temos que pesquisar para levar respostas e orientações aos educandos, pois os mesmos vêm na mídia reportagens sobre células-tronco e querem mais explicações para melhor compreende-las. Os textos que acompanham as atividades são muito instrutivos (a professores e alunos) o que facilitará na resolução das mesmas e a partir deles podemos realizar bons debates com acréscimos de ambos os lados”. LUCIMAR JANDREY – GTR/2010 “Professor Flavio. A produção de atividades é de grande importância para o entendimento e compreensão do conteúdo trabalhado, pois um momento para que o aluno possa estar verificando se aprendeu algo, tirando dúvidas

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e fixando o conteúdo. Observo nas escolas públicas que os alunos gostam de atividades diversificadas, não tendo apenas perguntas e respostas como um método tradicional, não deixando de ser de grande significado no aprendizado. Aulas práticas realizadas em laboratório é também uma atividade cobrada pelos alunos, pois acabam saindo um pouco da rotina de sala de aula, e essencial para relacionar teoria e prática. Na medida do possível, de acordo com o conteúdo, realizo práticas em laboratório, mas tem escolas do mesmo núcleo de educação, que não têm o laboratório, sendo assim questionado pelos mesmos, pois em uma escola tem e outra não tem laboratório, o material todas as escolas tem o mesmo o que falta é o espaço. Como contribuição para o projeto, uma atividade de historia em quadrinhos sobre o conteúdo, sendo uma atividade lúdica, ajudará o aluno. Também poderá contribuir dando introdução no assunto de CT, um vídeo ou uma reportagem de pouca duração, máximo 10 minutos”. PATRICIA FURLAN DA SILVA – GTR – 2010.

“O projeto está muito bem elaborado e de fácil aplicação em sala, podemos trabalhar com qualquer série, principalmente na terceira série quando trabalhamos genética. Como contribuição, acredito que para responder os inúmeros questionamentos sobre o tema, uma atividade que pode ajudar a responder é trabalhar com os alunos no Laboratório de informática para pesquisarem e depois apresentarem em forma de seminário, júri simulado, mesa redonda, etc”. EZIQUIEL MARTINIANO – GTR – 2010.

Na TEMÁTICA III foram apresentadas as ações de implementação

pedagógica do projeto na escola. Esse foi um passo importante, pois foi socializado

com o professor GTR, os avanços e desafios enfrentados durante a fase de

implementação pedagógica com os alunos na escola, solicitando aos mesmos

destacar qual das ações prevista no documento que ele considerava a mais

relevante para a compreensão dos conteúdos propostos. Discutir as experiências e

avaliar os resultados observados no desenvolvimento do projeto na escola, com

todos esses professores, trouxe contribuições importantes para a finalização do

projeto junto aos alunos da escola. A sequência das ações de implementação

desenvolvida aos alunos, foram destacadas pelos professores GTR como uma ação

relevante e necessária para a compreensão do tema proposto. Abaixo segue breves

considerações dos professores GTR às ações de implementação na escola:

“Considero relevante todas as ações de implementação que você fez, pois trabalhou o conteúdo de forma sistematizada, levando à compreensão do mesmo. Achei muito importante a cópia da Unidade Didática para os alunos, pois abrange bem o assunto Células-Tronco Hematopoéticas e doenças que podem ser curadas a partir delas. As atividades foram atrativas e com certeza houve fixação do conteúdo e seus objetivos atingidos”. SUELENE BERNARDETE BORNIA MOREIRA – GTR/2010

“Lendo e relendo seu projeto, observo seu envolvimento com o assunto, pois há uma preocupação desde conceitos básicos preliminares, aos mais complexos como CT hematopoéticas para transplantes. Observo também a preocupação em informações como o uso de CT hematopoéticas bem

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como, mostrar dados referentes a transplantes de medula óssea versus fontes alternativas de CT Hematopoéticas”. ANA POLESELO – GTR/2010

“Lendo e analisando seu projeto percebi que sua preocupação foi de revisar com os alunos desde o conceito de célula, desenvolvimento embrionário até diferenciação celular para que então eles tivessem um melhor entendimento sobre células-tronco, de onde vem, onde estão localizadas, seus tipos e utilizações. Achei muito interessante que foram feitas aulas práticas no laboratório, pois desta forma os alunos aprendem melhor, de forma concreta e visualizando as diferentes células, eles têm uma visão do que pode acontecer com a utilização dessas células-tronco.Sem contar que as diversas atividades são de trivial importância para a fixação e entendimento de todo e qualquer conteúdo”. NORMA LUCIA MARQUES – GTR/2010

“Existem vários pontos de extrema importância na abordagem da temática. Achei que a definição de células-tronco, definição de CT hematopoéticas, o seu uso nos transplantes, medula óssea vermelha e amarela, são conteúdos muito importantes para a compreensão das CT”. ELIANA PELICON PEREIRA – GTR/2010

“Considero importante que o aluno precisa saber o que são CT, sua importância para a cura, aonde elas são produzidas e os tipos de CT. A partir desta análise, ele terá toda a liberdade em decidir qual lado ficar. Trabalhamos na escola com algumas atividades, dentre elas a 03, 04, 05 e 06, e como foi bom o aprendizado dentro de suas limitações, e o parabenizo por disponibilizar estas tarefas, contribuíram muito tanto para somar como para esclarecer e ampliar nossa metodologia”. MÁRCIA OLIVIERA DA COSTA – GTR/2010

“O que considerei mais relevante para que o aluno possa compreender os conteúdos propostos, foi a DEFINIÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO a distribuição do texto que serviu de base para a interpretação dos fundamentos teóricos que definem as CT adultas e embrionárias, bem como sua utilização em pesquisas e terapias, pormenorizando ao educando: O que são células-tronco; Onde elas podem ser encontradas; Para que servem as células-tronco; Os diferentes tipos de células-tronco; Definição de células-tronco embrionárias; Utilização das células-tronco em terapia celular; e o Desenvolvimento das Atividades 03, 08 e 13, dispostas na Unidade Didática”. EZIQUIEL MARTINIANO – GTR/2010

“Professor Flávio...referente ao assunto de células-tronco inseri este conteúdo na disciplina que eu trabalho que chama-se urgência e emergência, trabalhando apenas os conceitos, definição, finalidade e sua aplicabilidade na prática diária a partir de uma intercorrência médica, ainda não realizamos nenhum exercício, ou melhor fizemos a palavra cruzadas, as quais foram muito bem aceitas. Pretendo aplicar todos, pois notei que este assunto desperta muitas dúvidas na classe e é algo extremamente interessante”. FLÁVIA CRISTINA DA SILVA – GTR/2010. “O que considerei mais importante para que o aluno possa compreender os conteúdos foram os textos que serviram de base para a interpretação dos fundamentos teóricos que definem as células-tronco adultas e embrionárias, bem como sua utilização em pesquisas e terapias”. ADRIANA ASSIS TOMIN – GTR/2010.

“O mais importante para a compreensão do conteúdo proposto foram os textos das definições de Células-tronco, dos seus tipos e onde são encontrados, das utilidades e da importância das pesquisas para tratamento de inúmeras doenças. As atividades propostas foram ótimas para retomar o

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conteúdo e avaliar o quanto os educandos conseguiram compreender sobre as CT. As atividades nº 9, 10 e 11, contemplam nomes de doenças que os educandos não tinham clareza do que eram e como ocorriam. Aproveitei a atividade para fizermos pesquisa das doenças (como se adquire, sintomas, tratamento, etc.), após fizemos debate de como as pesquisas e tratamento com CT podem curar ou pelo menos amenizar os sintomas das mesmas”. LUCIMAR JANDREY – GTR/2010.

“Penso que a troca de atividades entre professores é essencial para o bom trabalho de ambos, sendo novas se torna melhor, realmente contribuem para a metodologia do professor, agradeço também o professor Flavio, por estar disponibilizando essas atividades, dentre elas também trabalhei a 3, 4, 5, despertando um interesse dos educandos, compreensão do assunto por serem atividades de fácil entendimento”. PATRÍCIA FURLAN DA SILVA – GTR/2010

“Quero parabenizá-lo pelo seu trabalho, você tratou o tema de forma bem ampla, as atividades desenvolvidas foram bem elaboradas. Em minha opinião tudo que você abordou é importante, mas se o educando não souber a origem das células-tronco hematopoéticas e o que são essas células hematopoéticas ele não compreenderá os outros temas. Para o ano que vem quero montar uma oficina na semana cultural com os alunos do Curso Téc. em Enfermagem e utilizar o seu material”. IVETE DE SOUZA DAGUIS – GTR/2010

Analisando os depoimentos dos professores acima, assim como a percepção

dos resultados obtidos, durante a aplicação e execução do projeto e da

implementação do mesmo em sala de aula, pode-se verificar que as atividades

ajudaram a criar um clima de entusiasmo sobre os conteúdos abordados de forma

motivadora e integradora. Ao se aliar os aspectos lúdicos com os cognitivos,

disposto na Unidade Didática, verificou-se que atividades com jogos, palavras

cruzadas, quebra cabeças, caça palavras e outros do gênero, são importantes

ferramentas metodológicas para a aprendizagem de conceitos abstratos e

complexos que favorecem a motivação e a interação entre os alunos e professores.

Concluiu-se através deste trabalho que as atividades lúdicas propiciaram a aquisição

de conhecimentos científicos de forma eficaz e significativa, com atitudes de respeito

ao colega, de cooperação e iniciativa pessoal. Esperamos que este trabalho possa

servir de fundamentação para que os professores, que queiram inovar suas práticas

cotidianas, busquem através dos meios tecnológicos, alternativas modernas de

transmissão de conhecimentos, que venham auxiliar os livros didáticos e os tornem

aliados permanentes, possibilitando aos alunos uma forma de desenvolver as suas

habilidades intelectuais, sociais e físicas, de forma descontraída, lúdica e

participativa.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final deste espaço interativo o qual propiciou momentos de

discussão e aprendizagem sobre células-tronco, com professores e alunos. No

decorrer do desenvolvimento do projeto com alunos, com a coordenação e direção

do colégio e com os professores do GTR, foram abordados três momentos que

julguei necessários para aprofundar ainda mais a compreensão deste polêmico,

porém fascinante tema.

Nós professores de Biologia não podemos ficar de braços cruzados, somente

pensando e repassando os conteúdos propostos nos livros didáticos. Os avanços

tecnológicos são múltiplos. Desta forma temos que buscar fontes alternativas que

auxiliem na compreensão, assimilação e transmissão de conceitos modernos

disponibilizados pelos meios tecnológicos de comunicação, disponíveis para a

grande maioria da comunidade estudantil. Ao abordar o tema células-tronco sabia

que encontraria enormes dificuldades para pesquisa, tendo em vista a evolução

constante da medicina, bem como as questões éticas e religiosas.

No primeiro momento abordamos justamente as questões éticas e morais na

pesquisa com células-tronco. Esse tema envolveu a todos numa discussão saudável

e que nos auxiliou, e muito na implementação do material aos meus alunos. Suas

opiniões foram muito importantes e me fizeram perceber que ninguém pode ser o

dono absoluto da verdade. Somos todos professores de Biologia e procuramos

constante e insistentemente transmitir o fenômeno VIDA, objeto de estudo da

Biologia, em nosso cotidiano com nossos alunos. No entanto podemos ter

pensamentos científicos, religiosos e morais com enfoques diferentes uns dos

outros, em relação aos fenômenos que envolvem os aspectos da vida dos seres

vivos.

No segundo momento, ao apresentar a Unidade Didática, pude perceber,

através de suas opiniões, que percorri o caminho certo no sentido de encontrar a

forma correta de transmitir o entendimento sobre as células-tronco, em especial as

hematopoéticas. Percebi também que as atividades preparadas foram do agrado de

todos e que serviu inclusive para aplicação, em sala de aula para os professores, em

suas respectivas escolas.

Num terceiro momento apresentamos aos professores a forma como foi

desenvolvida as ações de implementação da Unidade Didática na escola, de

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maneira que o aluno possa compreender e entender o que são células-tronco em

todas as suas formas. As ações de implementação é uma atividade pessoal. Cada

um de nos temos uma postura, um pensamento, uma didática e um jeito diferente de

ensinar algum tipo de conteúdo. Esse foi o “jeito” que julguei oportuno para

implementar o meu projeto na escola e que, para minha alegria, foi aprovado por

todos.

Quem sabe ainda podemos ver chegar o dia em que essa frase se torne sem

sentido. “A ciência não terá jamais TODAS AS RESPOSTAS, pois nem sabemos

ainda TODAS AS PERGUNTAS”. (GLEISER, 2003).

7 BIBLIOGRAFIA

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Aos professores que foram comedidos na crítica e generosos nos elogios,

muito obrigado! Gostaria de um dia poder agradecer pessoalmente a cada um de

vocês por terem participado desse Grupo de Trabalho em Rede, com sugestões e

ações, fundamentais para a implementação do projeto com os alunos do ensino

médio.

Ao governo do estado através do PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional, agradecimentos especiais por proporcionar enriquecer ainda mais os

conhecimentos adquiridos bem como dar suporte e sustentação para a aplicação do

projeto para professores e alunos das escolas públicas.