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A eletroconvulsoterapia é um tipo de tratamento efetivo para certos indivíduos que sofrem de doenças mentais graves como transtornos depressivos graves, catatonia, mania e, ocasionalmente, esquizofrenia. Em que casos é indicado; com qual frequência deve ser utilizado; que outros tratamentos combinados podem surtir efeito; quais são os riscos; as indicações e as contraindicações. Acesse www.psiquiatraportoalegre.com.br para saber mais.
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Eletroconvulsoterapia: critérios e recomendações da Associação Mundial de PsiquiatriaRevista de Psiquiatria Clínica vol 33 ano 2006 Mohamed Abou Saleh1 Ioannis Papakostas2 Ioannis Zervas3 George Christodoulou4
1-Professor de Psiquiatria Hospital de Londres-George’s2-professor de Psiquiatria Universidade de Atenas, Grécia3-Professor de psiquiatria Universidade de Atenas4- Membro Conselheiro da Associação Mundial de Psiquiatria
Leandro Ciulla
Introdução A ECT é um tratamento efetivo para
certos grupos de indivíduos que sofrem de doenças mentais graves
Subgrupos: transtornos depressivos graves, catatonia, mania e ocasionalmente esquizofrenia
Introdução A ECT deve ser sempre administrada
seguindo informações válidas, com o consentimento do paciente e em concordância com os procedimentos de sua administração
Introdução Objetivo deste artigo: Mostrar a evidente eficácia e a
segurança da ECT Determinar o uso combinado à
farmacoterapia Estabelecer recomendações para a sua
prática
Desordens Depressivas Intervenção dramática Tratamento mais eficiente para
depressões graves Tão seguro quanto o TTO
farmacológico
Depressão e ECT Introdução 1930 Desenvolvimento Tratamento de eleição: Austrália, Nova
Zelândia, Reino Unido e EUA
Terapêutica da Depressão Fase aguda: 6 a 8 semanas → remissão
dos sintomas Fase de manutenção: 16 a 20
semanas→manutenção estado de remissão Manutenção em longo prazo: depende
da freqüencia de episódios depressivos → reduzir probabilidade de recidiva futura
Avaliação do paciente Avaliação diagnóstica Avaliação de segurança → riscos Avaliação de comprometimento
funcional Avaliação do ambiente de tratamento→
garantir segurança. Papel da família
Tratamento Agudo
Escolha do tratamento farmacológico Técnicas psicológicas e a combinação com ECT
Indicação na Depressão Avaliar: Intensidade Duração dos sintomas Manifestações psicóticas ou
catatônicas Risco de suicídio Nescessidade urgente de melhora ECT primeira escolha de TTO
Evidência Básica
Conforme metanálise sobre a ECT nos transtornos depressivos foi relatado os seguintes achados:
ECT X farmacoterapia
ECT foi mais eficiente
Eletrodos bilateral X unilateral Bilateral mais efetiva → para sint.
Deprssivos apesar do compromentimento da memória
Freqüência 1, 2, ou 3 vezes por semana →
efeitos similares
Intensidade do estímulo Altas doses → maior redução dos
sintomas embora compromete memória anterógrada
Forma de onda Pulsos breves igualmente eficaz,
mas restabelecimento cognitivo mais rápido
Depressão e ECT Depressão psicótica: fator preditivo de
melhor resposta Em idosos: em comparação a
farmacoterapia ECT apresentou mair remissão dos sintomas
Efeitos adversos Comprometimento cognitivo
autolimitado: máximo de 6 meses Neuroimagem: não mostra dano
cerebral Não há limitação para idade avançada Não há registro de complicação na
gravidez → balancear riscos, evitar antidepressivos
Farmacologia após ECT Altas taxas de recidivas da depressão
depois de atingida remissão com ECT
Cinco estudos controlados demonstram eficácia na manutenção do tratamento com antidepressivos ou lítio.
Esquizofrenia Eficácia da ECT isoladamente é inferior
à dos medicamentos antipsicóticos Associação ECT + antipsicóticos:
benefício superior que somente antipsicóticos
(Cochrane Review, Tharyan e Adams, 2002)
Esquizofrenia O estudo de revisão da NICE (2003),
com dados de 25 studos randomizados, indica que a ECT pode ser efetiva no tratamento de episódios agudos de certos tipos de esquizofrenia, reduzindo a ocorrência de recaídas
Mania Útil no controle rápido dos sintomas da mania
e da catatonia (NICE 2003)
Evidências de benefícios no transtorno bipolar resistente a medicação (Vaidya et al, 2003)
Outras indicações Catatonia: emegência psiquiatrica Síndrome neuroléptica maligna (Trollor e Sachdev 2000) Mania grave e prolongada Recusa alimentar Pensamentos suicidas
Outras indicações Episódios de doença mental grave
durante a gravidez Idosos com saúde frágil Adultos jovens e crianças resistentes
ao tratamento farmacológico
Outras indicações Ocasionalmente utilizada: Alcoolismo Anorexia nervosa Transtorno obcessivo-compulsivo Distúrbios da personalidade Demências Doença de Parkinson ( McCall,2000)
Riscos Taxa de mortalidade: 1:100000 casos
tratados → complicações cardíacas Ocorrência de complicações como
infarto do miocárdio, fibrilação ventricular, aneurisma → é raro, até mesmo em pacientes com doença cardíaca
Riscos Amnésia retrógrada, anterógrada e confusão
mental → reversíveis Estudos controlados de neuroimagem não
apresentaram qualquer evidência de que a ECT possa causar danos cerebrais
(NICE, 2003)Obs: Disfunções cognitivas associadas ao tratamento
contínuo ou de manutenção com ECT ainda devem ser estudadas de maneira apropriada.
Outras indicações Ocasionalmente utilizada: Alcoolismo Anorexia nervosa Transtorno obcessivo-compulsivo Distúrbios da personalidade Demências Doença de Parkinson ( McCall,2000)
Contra-indicações Tumor ou infarto cerebral Histórico:IAMArritmias cardíacasAneurismaDeslocamento de retina } conições perigosas
FeocromocitomaDoenças pulmonares
Considerações práticas Episódio depressivo: 6 a 12 aplicações Manuia aguda: 8 a 16 aplicações Prática nos EUA: 3 X semana Prática Européia: 2 X semana
Estímulo elétrico Eletrodos bilaterais: melhores
resultados Ondas de pulso breve
ECT de manutenção
Uma aplicação a cada 2 ou 4 semanas durante 4 a 6 meses → pode sustentar por mais tempo a resposta positiva ao tratamento inicial
Psicotrópicos e ECT Antidepressivos e ECT: controvérsias sobre o
uso concomitante → suspensão pode piorar os sintomas (McCall, 2001)
ECT + neurolépticos → sinergismo ECT+benzo ou anticonvulsivante → antagonismo ECT+lítio → confusão mental e toxicidadade ECT+IMAO → complicações cardiovasculares
Psicotrópicos e ECT
Hormônios tireoideanos ou cafeína como estratégia de potencialização da ECT ainda não alcançou um consenso geral.
Perspectivas A definição dos parâmetros ótimos para
a continuação e a manutenção do tratamento deve ter prioridade nas pesquisas futuras
A elucidação dos mecanismos de ação da ECT é esperada com o avanço do nosso conhecimento
Guias e recomendações A ECT deve ser considerada somente
depois de uma avaliação intensa e cuidadosa do diagnóstico
Mensurar risco-benefício Obtenção do consentimento informado
do paciente ou responsáveis
Recomendações finais ECT fortemente recomendada como
tratamento inicial para doença depressiva severa, em especial com sintomas psicóticos, depressão com alto risco de suicídio, de ferir os outros ou a si próprio e de negligência e deterioração física.