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1ª Aula: Direito da Personalidade, capacidade, incapazes, emancipação e fim da personalidade jurídica. 1. Direito da Personalidade Das pessoas: espécie de sujeito de direito e possuem um atributo específico (personalidade), é alguém que pode titularizar uma relação jurídica. a) Naturais b) Jurídicas Pessoa Natural (art.2º CC) é o ser humano. Direito do Nascituro: direito sucessórios; pode receber doação; pleitear alimentos (representado pela mãe). Direito da personalidade: atributo da pessoa em que define a sua titularidade de direito e deveres na ordem civil, sendo a aptidão genérica para ser titular de direito de deveres. Inicia-se com nascimento + vida. Garante a titularidade de direitos. Personalidade Formal: adquirido a partir da concepção do nascituro. Personalidade Material : a partir do nascimento com vida, para aquisição dos direitos patrimoniais. OBS: Para a OAB o nascituro só tem direito a partir do nascimento com vida (Teoria Naturalista). Direito do Nascituro: direito sucessórios; pode receber doação; pleitear alimentos (representado pela mãe). 2. Capacidade É a medida de extensão da personalidade (é a ação da pessoa). Capazes: idade igual ou superior a 18 anos. (Art. 5º), capacidade de fato e de direito. a) Relativamente Capazes: Art. 4º, CC - Idade igual ou superior a 16 anos e inferior a 18 anos; b) Absolutamente incapazes: Art. 3º, CC.

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1ª Aula: Direito da Personalidade, capacidade, incapazes, emancipação e fim da personalidade jurídica.

1. Direito da Personalidade

Das pessoas: espécie de sujeito de direito e possuem um atributo específico (personalidade), é alguém que pode titularizar uma relação jurídica.a) Naturaisb) Jurídicas

Pessoa Natural (art.2º CC) é o ser humano.

Direito do Nascituro: direito sucessórios; pode receber doação; pleitear alimentos (representado pela mãe).

Direito da personalidade: atributo da pessoa em que define a sua titularidade de direito e deveres na ordem civil, sendo a aptidão genérica para ser titular de direito de deveres. Inicia-se com nascimento + vida. Garante a titularidade de direitos.

Personalidade Formal: adquirido a partir da concepção do nascituro.Personalidade Material: a partir do nascimento com vida, para aquisição dos direitos patrimoniais.

OBS: Para a OAB o nascituro só tem direito a partir do nascimento com vida (Teoria Naturalista).

Direito do Nascituro: direito sucessórios; pode receber doação; pleitear alimentos (representado pela mãe).

2. CapacidadeÉ a medida de extensão da personalidade (é a ação da pessoa).Capazes: idade igual ou superior a 18 anos. (Art. 5º), capacidade de fato e de direito.

a) Relativamente Capazes: Art. 4º, CC - Idade igual ou superior a 16 anos e inferior a 18 anos;

b) Absolutamente incapazes: Art. 3º, CC.

Capacidade de Direito (Gozo): é a aptidão para ter direito e contrair deveres.Capacidade Jurídica: é um exercício potencial de direitos. Decorre da personalidade e da Lei, garante ao indivíduo o exercício potencial de todos os atos da vida civil, somente autoriza atos que estejam expressos na norma.

Capacidade de Fato (de Exercício): é a aptidão para exercer pessoalmente esses direitos, ação, ou seja, tem que existir discernimento.

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--- A Diferença entre Capacidade e Legitimação, é que a Legitimação é para a idoneidade para o exercício dos direitos.

3. Incapazes (Art. 3º do CC)Pode praticar alguns atos da vida civil

--- Absolutamente Incapaz: tem que ser representado pelo responsável legal.

--- Relativamente Incapaz: tem que ser assistido pelo seu representante legal.OBS: Os Índios possuem uma legislação especial (Lei 6001/73) - Estatuto do Índio (são assistido pela FUNAI).

4. EmancipaçãoÉ a antecipação da capacidade civil. Podendo ser:

a) Voluntária: através dos pais por escritura pública, não precisa ser homologada judicialmente.

b) Judicial: homologado pelo juiz, se houver divergência entre os pais.

c) Legal (automático): derivado por lei, podendo ser: através do casamento; por aprovação em concurso público efetivo; por colação de grau superior, estabilidade civil, comercial, relação de emprego (acima de 16 anos) que comprove economia própria.

5. Fim da Personalidade Jurídica (Art. 6º CC)Ocorre com a Morte, sendo que esta poderá ser real ou presumida. Término da capacidade: morte encefálica. Há a morte presumida quando não for possível atestar o óbito natural.

a) Morte Real: basta o atestado de óbito

b) Presumida: por justificação ou ausência (Art. 7º CC). Por exemplo: Calamidade, desastre.Em caso de Guerra – até 2 anos ao final da guerra.

* No caso de ausência: que é o desaparecimento, onde não se tem notícia da pessoa (Art. 22 CC) são necessários três fases:

1ª Fase: Ausência presumida: há uma curadoria provisória do ausente – art. 26 CC (1 a 3 anos);

2ª Fase: Ausência Declarada: abre-se a sucessão provisória (10 anos);

3ª Fase: Morte Presumida: ocorre a sucessão definitiva - Art. 37 CC (após 10 anos).

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QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/SP 125º) São absolutamente incapazes os menores de:a) 15 anos; os ausentes; os que não puderam exprimir sua vontade, em razão de causa permanente.b) 18 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento para os atos da vida civil; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.c) 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram necessário discernimento para os atos da vida civil; os que, mesmo por causa transitória, não puderam exprimir sua vontade.d) 16 anos; os ébrios habituais, os pródigos; os toxicômanos.

2. (OAB/SP 121o) Assinale a alternativa FALSA.a) No Brasil é inadmissível que pessoa, em pleno gozo de suas faculdades mentais, mas portadora de deficiência física, tenha seu patrimônio administrado por curador.b) Como não há mais obrigatoriedade de hipoteca legal dos bens do tutor, a inscrita em conformidade com o inciso IV do art. 827 do Código Civil de 1916 poderá ser cancelada.c) A tutela terminará em relação ao pupilo se ele atingir a maioridade, for emancipado, cair sob o poder familiar em caso de reconhecimento ou adoção, se alistar ou for sorteado para serviço militar ou falecer.d) Aquele que tiver em seu poder mais de três filhos poderá, se o quiser, escusar-se à tutela testamentária, legítima ou dativa.

3. (OAB/MG. Mar 02) Assinale a opção INCORRETA:b) Os pródigos são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

4. (OAB/GO. Ago. 02) Assinale a alternativa CORRETA:d) uma vez concedida a emancipação, por qualquer meio, é irrevogável e definitiva.

2ª Aula: Personalidade Jurídica, Fatos Jurídicos, Negócio Jurídico, Validade do Negocio e Invalidade

do Negócio Jurídico.1. Personalidade JurídicaÉ todo ente formado pela coletividade de pessoas ou bens que adquire personalidade jurídica própriapor força de disposição legal.a) Personalidade Jurídica: subjetiva.Ex.: Associações, sociedade.b) Personalidade Jurídica de Bens: patrimôniosEx.: Simples, empresária1.2 Inicio da Personalidade Jurídica

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Regra: Princípio do Direito Público, ou seja, a partir da vigência da lei que a institui.* Personalidade Jurídica de Direito Privado (art.45, CC): A partir da inscrição dos seus atos constitutivos.1.3 Desconsideração da Personalidade JurídicaÉ medida de exceção (art. 50 CC)Quando houver abuso da personalidade no CC e juiz não pode desconsiderar de ofício a personalidade.No CDC o juiz desconsidera de ofício.2. Fatos JurídicosQualquer acontecimento natural ou humano previsto em uma norma (art.104, CC).Fatos jurídicos: lícitos (são permitidas e autorizadas por lei) e ilícitos (terá uma sanção trazida por lei,para coibir o agente de praticar- art.186 e 187, CC)Classificação (segundo Pontes de Miranda):a) Fato jurídicoa.1) em sentido estrito (ordinário ou extraordinário)São acontecimentos naturais, cuja importância e efeitos não são determinados pelos homens.Ex.: a vida, morte, decurso do tempo (prescrição e decadência)a.2) ordinários: tem ocorrência freqüente;a.3) extraordinário; não tem ocorrência freqüente.Ex.: Caso fortuito, força maior, origem natural.b) Atos- fatos jurídicosSão comportamentos humanos avolutivos (sem vontade), querendo ou não.Ex.: Invenção, pagamento, achar tesouro.c) Atos jurídicos (atos jurídicos em sentido estrito e negócio jurídico).È um comportamento voluntário.Tem previsão expressa no Código Civil - art. 185c.1) Atos jurídicos em sentido estrito: é um comportamento humano voluntário, cujo os efeitos são determinadosna lei e as partes que o praticam não podem altera-los.Ex.: Reconhecimento de filhos, em geral tosos os atos de Direito de Família ( o Estado que determina).c.2) Negócio Jurídico: No plano de existência ou de não existência e plano de validade (requisitos devalidade- Art. 104, CC).3. Negócio JurídicoArt. 104/ 184 CC3.1 Elemento Essências: Plano de Existência, Plano de Validade e Plano de Eficácia.3.2 Existência:a) partes;b) objeto;c) vontade;d) forma4. Validade do Negócio Jurídicoa) Agente capaz;b) Objeto lícito, possível, determinado ou indeterminável;

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c) Forma prescrita ou não defesa em lei;d) Vontade isenta de vícios;e) Manifestação de vontade (expressa ou tácita);Eficácia: exceção da eficácia imediata:* Condição: suspensiva e resolutiva* Termo: futuro e incertoCerto: correrá e sabe quando;Incerto: ocorrerá e não sabe quando;* Modo ou encargo: consiste na prática de uma liberdade subordinada a um ônus.5. Vícios ou Manifestação de vontadea) Consentimento: interessam única e exclusivamente as partes;1. Erro: falta de percepção sobre determinada pessoa, objeto, negócio ou próprio direito.2. Dolo: induzimento de um indivíduo para a prática de um negócio que o prejudique;Dolo “mallus”Dolo “Bônus” (publicidade enganosa)3. Coação: pressão física, psíquica para a prática de um determinado ato;4. Estado de perigo: necessidade de salvar-se ou salvar alguém;5. Lesão (patrimônio)b) Sociais: atinge interesses de terceiros e não das partes.1. Simulação: existe um negócio aparente que não corresponde a realidade (fingir determinada realizaçãode negócio). Podendo ser:1.1) Absoluta: alguém celebra negócio jurídico com o objetivo de que produza efeitos jurídicos característicosdeste negócio, mas na prática não quer nenhum efeito;1.2) Relativa: alguém celebra negócio jurídico com objetivo de que produza efeitos jurídicos característicosdeste negócio, mas na prática pretende que sejam produzidos os efeitos característicos de outronegócio jurídico.2. Fraude contra credores: Ocorre quando o credor aliena o seu patrimônio com o objetivo de se levar auma situação de insolvência, prejudicando seus credores.6. Invalidade do Negócio Jurídicoa) Nulidade: o negócio nulo atinge o interesse do Estado;b) Anulidade: o negócio jurídico atinge somente o interesse das partes.* O negócio nulo não convalida, porém ele pode ser transformado em um outro válido, desde que existauma identidade na substância negocial.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/AL 04) Assinale a alternativa correta, dentre as abaixo enumeradas, no que se refere àclassificação dos negócios jurídicos.I. Os negócios jurídicos típicos são apenas aqueles disciplinados pelo Código Civil.II. Os negócios jurídicos onerosos podem ser comutativos ou aleatórios.

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III. O seguro de vida é um negócio jurídico mortis causa.IV. A fiança não é um negócio jurídico acessório.a) Somente II está correta.b) Todas estão corretas.c) Somente I e II estão corretas.d) Somente III está correta.2. (OAB/CESPE – 2006.2) A respeito das pessoas naturais e jurídicas, assinale a opção incorreta.a) Havendo dissolução da pessoa jurídica, ela subsistirá até o término do procedimento de liquidação ea averbação da dissolução no registro em que ela estiver inscrita.b) Em caso de desacordo entre os genitores quanto a emancipação do filho, é assegurado a qualquerum deles, mediante escritura pública devidamente registrada no cartório de registro civil, conceder aemancipação voluntária ao filho do casal.c) As pessoas jurídicas, validamente constituídas, respondem somente com seu patrimônio pelos atospraticados por seus administradores, desde que esses atos sejam praticados sem abuso da personalidadejurídica.d) Nas sociedades de pessoas, quando um sócio morre, os remanescentes podem impedir o ingressona sociedade do sucessor ou dos sucessores do de cujus, por meio da resolução da sociedade, com aliquidação da quota do sócio falecido em favor de seus herdeiros.3. (OAB/RS. Mar 04) Considerando a matéria sobre invalidade do negócio jurídico no Código Civilde 2002, assinale a assertiva correta.a) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação pelas partes.b) Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,o prazo será de 4 anos, a contar da data da conclusão do ato.c) O negócio jurídico simulado é anulável.d) Os casos de defeito do negócio jurídico configuram hipóteses de nulidade. A alternativa correta estádescrita no artigo 169 do Código Civil vigente, determinando que o mesmo além de não ser suscetívelde confirmação, não convalesce pelo decurso de tempo.Gabarito: 1. A; 2. B; 3. A.

3ª Aula: Obrigações, Modalidades de Obrigações, Descumprimento e Transmissão.1. ObrigaçõesEspécie de relação jurídica de natureza pessoal. Sempre há dois sujeitos (credor e devedor).a) credor: é titular do crédito (um direito subjetivo);

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b) devedor: é titular de um dever jurídico. Nesta relação eles estabelecem um objeto.* Nas relações obrigacionais, o Devedor deve satisfazer o Credor através de um comportamento queinteressa a ele, estabelecendo um objeto (um prestação) que deve ser acordada na relações obrigacional* Direito real é o direito sobre a coisa, ou seja, tem-se um direito entre a pessoa e a coisa, o poder emque a pessoa exerce sobre a coisa.2. Modalidades de Obrigaçõesa) Obrigação de dar: entrega da coisa, forma de transmissão ou de transferência de uma coisa. Podehaver a transmissão da posse; da propriedade; ou de qualquer outro direito real.A coisa objeto da obrigação é especifica.Ex: locação transmite posse, é obrigação de dar. Classificação quanto à coisa:a.1) Obrigação de dar coisa certa: é a coisa individualizada (especificada) pelo interesse do credor. Ocredor não é obrigado a aceitar prestação diversa ainda que mais valiosa.Se a coisa não puder ser entregue com culpa do devedor, converte-se a obrigação em perdas e danos.a.2) Obrigação de dar coisa incerta: identificação do gênero e da quantidade do bem objeto da relação,onde o devedor realiza concentração obrigacional, é um ato de escolha.A obrigação de dar coisa incerta se transforma numa obrigação de dar coisa certa a partir da concentração(escolha do devedor), mas a concentração só terá efeitos com a cientificação do credor (art. 245,CC).b) Obrigação de Fazer: o devedor se vincula a determinado comportamento, consiste em praticar ato,ou realizar uma tarefa, onde decorre uma vantagem para o credor. É a prestação de fazer algo. A essênciaesta na pessoa.b.1) Fungível: a prestação pode ser realizada pelo devedor ou por um terceiro (art. 249, CC);b.2) Infungível:apenas o devedor pode indicado no título da obrigação pode satisfaze-lo (obrigação personalíssimaou “intuito persona”). Só pode ser cumprida por certa e determinada pessoa*Caso deixe de realizar acarreta multa pecuniária (astreinte).* A Obrigação de Dar e de Fazer: são obrigações positivas (ação).c) Obrigação de Não-Fazer: o devedor assume o compromisso de se abster a um fato, que poderiapraticar se não fosse o vinculo que o prende.A essência também esta na pessoa, mas esta deixou de fazer (realizar) uma obrigação da qual estavavinculada. A conduta é omissiva (é uma conduta negativa).2.2 Obrigações Cumulativas, Alternativas e Facultativas.a) Obrigação Cumulativa (conjuntiva): o devedor só alcança a quitação cumprindo todas as prestações

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a que se comprometeu.b) Obrigação Alternativa: quando envolve mais de uma prestação, em que todas devem ser cumpridasé a obrigação cumulativa. Duas ou mais prestações que são independentes e autônomas e o devedorcumpre apenas uma delas.Como regra geral, a escolha é do devedor.c) Obrigações Facultativas: possui apenas um objeto, mas concede-se ao devedor a faculdade desubstituir a prestação devida por outra natureza. È conferida apenas ao devedor com objetivo de facilitaro cumprimento da obrigação.2.2 Obrigações Divisíveis, Indivisíveis e Solidárias.a) Divisíveis: é aquele que pode ser fracionado em partes menores, que manterão as mesmas característicasdo todo, e o valor proporcional a esse todo;b) Indivisível: não pode ser fracionado, porque não terão as mesmas características. Existe uma impossibilidadejurídica ou material de se dividir o objeto.* O devedor esta obrigado ao cumprimento total da obrigação, em virtude da impossibilidade física oujurídica de se dividir o objeto.Ex.: boi, vestido, carro etc.Obs.: A prestação que é Divisível ou Indivisível, não o objeto, mas se a coisa é indivisível a obrigaçãonecessariamente é indivisível. No entanto, se a Obrigação Indivisível se converte em perdas e danos, amesma se transforma em Obrigação Divisível.2.3 Obrigações SolidáriasArt. 264 do CC: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou maisde um devedor, cada um com um direito, ou obrigado, à vida toda”.Há créditos ou débitos distintos, mas que estão unidos em uma mesma relação jurídica, impondo deveresa todos, mesmo que na prática eles têm deveres distintos.Cabe regresso do devedor que pagou pelo outro. Principais características:1- A obrigação solidária não se presume, é resultante da lei ou de disposição expressa no contrato;2- Pode-se ter situações distintas para as partes, apesar de não ser o usual.Ex: obrigação pura para um e obrigação condicional para outro; ou, obrigação a vista para um, obrigaçãoa prazo para outro;* A Solidariedade pode ser:a) ativa: vários credores e cada um deles tem o direito de exigir o cumprimento da prestação por inteirodo devedor;b) passiva: vários devedores e cada um deles obriga-se ao cumprimento da prestação por inteiro juntoao credor.

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Todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que não tenham dado causa a ele.* O credor pode renunciar a solidariedade de forma total ou parcial em benefício de um ou mais devedores.2.4 Obrigação Propter RemSão as obrigações próprias da coisa, ou seja, aquelas em que o devedor fica sujeito a determinadasprestação que não derivou de sua manifestação de vontade, expressa ou tacitamente, mas provem dofato ser titular de um direito sobre a coisa.2.5 Obrigação de dar coisa futura: A coisa ainda não existe.Espécies:Uma das espécies de dar coisa futura é uma condição resolutiva (condicional), que necessariamentetem que expressa.Ex. compro 5 toneladas, não tem 5 toneladas me devolve o dinheiro;2.6 Obrigação de Resultado: o devedor se obriga a atingir certo e determinado resultado e não teráque cumprir a obrigação se esse resultado não for atingido3. Descumprimento da ObrigaçãoConseqüências:a) Clausula Penal: ai vem uma sanção (pena) pelo descumprimento, incidiu em mora dolosamente –art. 408 do CC;b) Astreintes: são as multas pecuniárias diárias.Obs.: Inadimplemento Absoluto é diferente de MoraA Mora esta caracterizada pela impontualidade ou pelo cumprimento imperfeito da obrigação. Respondendomesmo em caso fortuito e força maior.O devedor que esta em mora se ele não cumpre no tempo, lugar e modo, presume-se a culpa.Já o Inadimplemento Absoluto, ocorre quando não é mais possível ou não interessa ao credor o cumprimentoda obrigação.4. Transmissão da Obrigaçãoa) Cessão de créditos: é lícito ao credor ceder seu credito, se isto não opuser a natureza da obrigação,a lei, ou convenção com o devedor (devendo ser notificado), salvo em escrito público ou particular odevedor tiver declarado ciente da cessão feita.b) Assunção de Dívidas: é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimentoexpresso do credor. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito com todas assuas garantias, salvo as prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.Obs.: a cessão de crédito só comunica – art. 303 do CC.Exceção: No caso de crédito hipotecário, o devedor pode notificar o credor para se manifestar em 30dias, caso o credor não se manifeste a anuência foi dada. (art. 300 do CC).

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QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) Assinale a opção correta com relação ao direito das obrigações.a) Havendo pluralidade de devedor, o inadimplemento da obrigação indivisível não altera os direitos docredor nem a obrigação perde esse caráter, podendo, assim, o credor demandar a obrigação por inteiro,mais perdas e danos, de qualquer dos devedores.b) A dação em pagamento constitui acordo entre o credor e devedor, por meio do qual o credor consenteem receber objeto distinto do previsto no título constitutivo da obrigação, com o fito de extinguir a obrigação.c) Com a assunção de dívida, subsiste o débito originário, com os seus acessórios e garantias especiais,assumindo o terceiro a posição de devedor, independentemente da concordância do credor ou dodevedor originário.d) O devedor de várias dívidas ainda não vencidas a um mesmo credor, diante da insuficiência de condiçõesfinanceiras para o pagamento de todo o débito, poderá propor quitá-lo antecipadamente, pormeio da imputação do pagamento.2. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) Ainda a respeito das obrigações e dos contratos, assinale a opçãocorreta.a) A morte do devedor provoca o vencimento antecipado da obrigação, por ela respondendo, solidariamente,os herdeiros, salvo quando se tratar de obrigação personalíssima, pois, nesse caso, a morte dodevedor é causa da extinção da relação obrigacional.b) Ocorrendo a evicção, se o evicto desconhece o risco, ou, se dele informado, não o assuma, não obstantea cláusula que exclui a garantia contra a evicção, ele tem direito de recobrar o preço que tenhapago pela coisa perdida.c) Qualquer crédito poderá ser cedido, conste ou não do título, esteja vencido ou por vencer, se a issonão se opuserem a natureza da obrigação, a convenção com o devedor ou a lei, porém o cedente nãoresponde pela solvência do devedor.d) O terceiro interessado que paga dívida pela qual seja ou possa ser obrigado, pode cobrar o total dadívida, mesmo que o seu desembolso seja menor, visto que se sub-roga nos direitos e ações do credor3. (OAB/CESPE – 2006.1) A respeito do direito das obrigações, assinale a opção correta.a) Na hipótese de o devedor firmar contrato de renegociação de dívida prescrita, constituindo nova —com a peculiaridade de fornecer nova garantia do pagamento da dívida —, qual seja: ao título de crédito

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no valor integral da dívida, não ocorrerá novação, pois a obrigação assumida pelo devedor é origináriade dívida prescrita.b) A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algumfato que poderia praticar livremente se não se tivesse obrigado, para atender interesse jurídico do credorou de terceiro. Entretanto, se essa obrigação se impossibilitar, sem culpa do devedor, que não poderáabster-se do ato, em razão de força maior ou de caso fortuito, o devedor será exonerado do cumprimentodesta, considerando-a resolvida.c) Na assunção de dívida, ocorre a substituição do sujeito passivo da relação de crédito, extinguindo-seo vínculo obrigacional, os acessórios e as garantias do débito, exceto as garantias do crédito que tiveremsido prestadas por terceiro.d) Se ocorrer a confusão, ou seja, a reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor deuma mesma relação obrigacional, extingue-se totalmente a obrigação, sendo irrelevante tratar-se deobrigação solidária ou obrigação em que ocorra a confusão de parte da dívida.4. (OAB/CESPE – 2006.3) Em conformidade com o direito das obrigações, assinale a incorreta.a) A obrigação alternativa ou facultativa tem natureza complexa porque possui prestações e objetosmúltiplos, exigíveis cumulativamente, em que o devedor se libera prestando integralmente todas asprestações pactuadas, salvo em razão do perecimento de uma ou de algumas das prestações em razãode caso fortuito ou por força maior.b) Se a obrigação for solidária, e houver novação entre credor e um dos devedores solidários, somentesobre os bens do que contraiu a nova obrigação remanescem todas as garantias do crédito novado,ficando, por esse fato, exonerados os outros devedores.c) Nas obrigações de meio, o devedor satisfaz a obrigação desde que demonstre que todas as possibilidadesforam utilizadas para atingir o objetivo pretendido, mas não necessário.d) O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, mesmo sendo mais valiosa. O devedorsó se desonera da obrigação após entregar ao credor exatamente a coisa que prometeu dar. Docontrário, a obrigação converte-se em perdas e danos.Gabarito: 1. B; 2. C; 3. B; 4. A.

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OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 4/9Professor: Brunno GiancoliData: 28/09/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA4ª Aula: Obrigações, Modalidades de Obrigações, Descumprimento, Transmissão e Pagamento.1. ObrigaçõesEspécie de relação jurídica de natureza pessoal. Sempre há dois sujeitos (credor e devedor).a) credor: é titular do crédito (um direito subjetivo);b) devedor: é titular de um dever jurídico. Nesta relação eles estabelecem um objeto.* Nas relações obrigacionais, o Devedor deve satisfazer o Credor através de um comportamento queinteressa a ele, estabelecendo um objeto (um prestação) que deve ser acordada na relações obrigacional* Direito real é o direito sobre a coisa, ou seja, tem-se um direito entre a pessoa e a coisa, o poder emque a pessoa exerce sobre a coisa.2. Modalidades de Obrigaçõesa) Obrigação de dar: entrega da coisa, forma de transmissão ou de transferência de uma coisa. Podehaver a transmissão da posse; da propriedade; ou de qualquer outro direito real.A coisa objeto da obrigação é especifica.Ex: locação transmite posse, é obrigação de dar. Classificação quanto à coisa:a.1) Obrigação de dar coisa certa: é a coisa individualizada (especificada) pelo interesse do credor. Ocredor não é obrigado a aceitar prestação diversa ainda que mais valiosa.Se a coisa não puder ser entregue com culpa do devedor, converte-se a obrigação em perdas e danos.a.2) Obrigação de dar coisa incerta: identificação do gênero e da quantidade do bem objeto da relação,onde o devedor realiza concentração obrigacional, é um ato de escolha.A obrigação de dar coisa incerta se transforma numa obrigação de dar coisa certa a partir da concentração(escolha do devedor), mas a concentração só terá efeitos com a cientificação do credor (art. 245,CC).b) Obrigação de Fazer: o devedor se vincula a determinado comportamento, consiste em praticar ato,ou realizar uma tarefa, onde decorre uma vantagem para o credor. É a prestação de fazer algo. A essênciaesta na pessoa.b.1) Fungível: a prestação pode ser realizada pelo devedor ou por um terceiro (art. 249, CC);

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b.2) Infungível:apenas o devedor pode indicado no título da obrigação pode satisfaze-lo (obrigação personalíssimaou “intuito persona”). Só pode ser cumprida por certa e determinada pessoa*Caso deixe de realizar acarreta multa pecuniária (astreinte).* A Obrigação de Dar e de Fazer: são obrigações positivas (ação).c) Obrigação de Não-Fazer: o devedor assume o compromisso de se abster a um fato, que poderiapraticar se não fosse o vinculo que o prende.A essência também esta na pessoa, mas esta deixou de fazer (realizar) uma obrigação da qual estavavinculada. A conduta é omissiva (é uma conduta negativa).2.2 Obrigações Cumulativas, Alternativas e Facultativas.a) Obrigação Cumulativa (conjuntiva): o devedor só alcança a quitação cumprindo todas as prestaçõesa que se comprometeu.b) Obrigação Alternativa: quando envolve mais de uma prestação, em que todas devem ser cumpridasé a obrigação cumulativa. Duas ou mais prestações que são independentes e autônomas e o devedorcumpre apenas uma delas.Como regra geral, a escolha é do devedor.c) Obrigações Facultativas: possui apenas um objeto, mas concede-se ao devedor a faculdade desubstituir a prestação devida por outra natureza. È conferida apenas ao devedor com objetivo de facilitaro cumprimento da obrigação.2.2 Obrigações Divisíveis, Indivisíveis e Solidárias.a) Divisíveis: é aquele que pode ser fracionado em partes menores, que manterão as mesmas característicasdo todo, e o valor proporcional a esse todo;b) Indivisível: não pode ser fracionado, porque não terão as mesmas características. Existe uma impossibilidadejurídica ou material de se dividir o objeto.* O devedor esta obrigado ao cumprimento total da obrigação, em virtude da impossibilidade física oujurídica de se dividir o objeto.Ex.: boi, vestido, carro etc.Obs.: A prestação que é Divisível ou Indivisível, não o objeto, mas se a coisa é indivisível a obrigaçãonecessariamente é indivisível. No entanto, se a Obrigação Indivisível se converte em perdas e danos, amesma se transforma em Obrigação Divisível.2.3 Obrigações SolidáriasArt. 264 do CC: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou maisde um devedor, cada um com um direito, ou obrigado, à vida toda”.Há créditos ou débitos distintos, mas que estão unidos em uma mesma relação jurídica, impondo deveresa todos, mesmo que na prática eles têm deveres distintos.Cabe regresso do devedor que pagou pelo outro. Principais características:

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1- A obrigação solidária não se presume, é resultante da lei ou de disposição expressa no contrato;2- Pode-se ter situações distintas para as partes, apesar de não ser o usual.Ex: obrigação pura para um e obrigação condicional para outro; ou, obrigação a vista para um, obrigaçãoa prazo para outro;* A Solidariedade pode ser:a) ativa: vários credores e cada um deles tem o direito de exigir o cumprimento da prestação por inteirodo devedor;b) passiva: vários devedores e cada um deles obriga-se ao cumprimento da prestação por inteiro juntoao credor.Todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que não tenham dado causa a ele.* O credor pode renunciar a solidariedade de forma total ou parcial em benefício de um ou mais devedores.2.4 Obrigação Propter RemSão as obrigações próprias da coisa, ou seja, aquelas em que o devedor fica sujeito a determinadasprestação que não derivou de sua manifestação de vontade, expressa ou tacitamente, mas provem dofato ser titular de um direito sobre a coisa.2.5 Obrigação de dar coisa futura: A coisa ainda não existe.Espécies:Uma das espécies de dar coisa futura é uma condição resolutiva (condicional), que necessariamentetem que expressa.Ex. compro 5 toneladas, não tem 5 toneladas me devolve o dinheiro;2.6 Obrigação de Resultado: o devedor se obriga a atingir certo e determinado resultado e não teráque cumprir a obrigação se esse resultado não for atingido3. Descumprimento da ObrigaçãoConseqüências:a) Clausula Penal: ai vem uma sanção (pena) pelo descumprimento, incidiu em mora dolosamente –art. 408 do CC;b) Astreintes: são as multas pecuniárias diárias.Obs.: Inadimplemento Absoluto é diferente de MoraA Mora esta caracterizada pela impontualidade ou pelo cumprimento imperfeito da obrigação. Respondendomesmo em caso fortuito e força maior.O devedor que esta em mora se ele não cumpre no tempo, lugar e modo, presume-se a culpa.Já o Inadimplemento Absoluto, ocorre quando não é mais possível ou não interessa ao credor o cumprimentoda obrigação.4. Transmissão da Obrigaçãoa) Cessão de créditos: é lícito ao credor ceder seu credito, se isto não opuser a natureza da obrigação,

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a lei, ou convenção com o devedor (devendo ser notificado), salvo em escrito público ou particular odevedor tiver declarado ciente da cessão feita.b) Assunção de Dívidas: é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimentoexpresso do credor. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito com todas assuas garantias, salvo as prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.Obs.: a cessão de crédito só comunica – art. 303 do CC.Exceção: No caso de crédito hipotecário, o devedor pode notificar o credor para se manifestar em 30dias, caso o credor não se manifeste a anuência foi dada. (art. 300 do CC).6. PagamentoÈ o cumprimento da obrigação, também chamado de adimplemento, sendo a forma natural de extinçãoda obrigação.6.1 Quem deve pagara) pagamento por terceiros: qualquer interessado pode pagar;b) pagamento por terceiro não interessado: pode pagar a dívida, se o fizer em nome e á conta do devedor,ou se pagar a dívida em seu próprio nome, tem direito de ser reembolsado do que pagou.6.2 A quem se deve pagar: o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente.6.3 Lugar do Pagamento: em regra domicilio do devedor.O credor poderá escolher o local do pagamento se as partes podem convencionarem, ou por imposiçãolegal.6.4 Pagamento IndiretoTrata-se de formas especiais de extinção da obrigação em que, apesar de não ocorrer o cumprimentovoluntário da prestação por parte do devedor, há extinção:a) Consignação em pagamento;b) doação em pagamento;c) Novação;d) Compensação;e) Confusão;f) Da remissão das Dívidas.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) Assinale a opção correta com relação ao direito das obrigações.a) Havendo pluralidade de devedor, o inadimplemento da obrigação indivisível não altera os direitos docredor nem a obrigação perde esse caráter, podendo, assim, o credor demandar a obrigação por inteiro,mais perdas e danos, de qualquer dos devedores.b) A dação em pagamento constitui acordo entre o credor e devedor, por meio do qual o credor consente

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em receber objeto distinto do previsto no título constitutivo da obrigação, com o fito de extinguir a obrigação.c) Com a assunção de dívida, subsiste o débito originário, com os seus acessórios e garantias especiais,assumindo o terceiro a posição de devedor, independentemente da concordância do credor ou dodevedor originário.d) O devedor de várias dívidas ainda não vencidas a um mesmo credor, diante da insuficiência de condiçõesfinanceiras para o pagamento de todo o débito, poderá propor quitá-lo antecipadamente, pormeio da imputação do pagamento.2. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) Ainda a respeito das obrigações e dos contratos, assinale a opçãocorreta.a) A morte do devedor provoca o vencimento antecipado da obrigação, por ela respondendo, solidariamente,os herdeiros, salvo quando se tratar de obrigação personalíssima, pois, nesse caso, a morte dodevedor é causa da extinção da relação obrigacional.b) Ocorrendo a evicção, se o evicto desconhece o risco, ou, se dele informado, não o assuma, não obstantea cláusula que exclui a garantia contra a evicção, ele tem direito de recobrar o preço que tenhapago pela coisa perdida.c) Qualquer crédito poderá ser cedido, conste ou não do título, esteja vencido ou por vencer, se a issonão se opuserem a natureza da obrigação, a convenção com o devedor ou a lei, porém o cedente nãoresponde pela solvência do devedor.d) O terceiro interessado que paga dívida pela qual seja ou possa ser obrigado, pode cobrar o total dadívida, mesmo que o seu desembolso seja menor, visto que se sub-roga nos direitos e ações do credor3. (OAB/CESPE – 2006.1) A respeito do direito das obrigações, assinale a opção correta.a) Na hipótese de o devedor firmar contrato de renegociação de dívida prescrita, constituindo nova —com a peculiaridade de fornecer nova garantia do pagamento da dívida —, qual seja: ao título de créditono valor integral da dívida, não ocorrerá novação, pois a obrigação assumida pelo devedor é origináriade dívida prescrita.b) A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algumfato que poderia praticar livremente se não se tivesse obrigado, para atender interesse jurídico do credorou de terceiro. Entretanto, se essa obrigação se impossibilitar, sem culpa do devedor, que não poderá

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abster-se do ato, em razão de força maior ou de caso fortuito, o devedor será exonerado do cumprimentodesta, considerando-a resolvida.c) Na assunção de dívida, ocorre a substituição do sujeito passivo da relação de crédito, extinguindo-seo vínculo obrigacional, os acessórios e as garantias do débito, exceto as garantias do crédito que tiveremsido prestadas por terceiro.d) Se ocorrer a confusão, ou seja, a reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor deuma mesma relação obrigacional, extingue-se totalmente a obrigação, sendo irrelevante tratar-se deobrigação solidária ou obrigação em que ocorra a confusão de parte da dívida.4. (OAB/CESPE – 2006.3) Em conformidade com o direito das obrigações, assinale a opção incorreta.a) A obrigação alternativa ou facultativa tem natureza complexa porque possui prestações e objetosmúltiplos, exigíveis cumulativamente, em que o devedor se libera prestando integralmente todas asprestações pactuadas, salvo em razão do perecimento de uma ou de algumas das prestações em razãode caso fortuito ou por força maior.b) Se a obrigação for solidária, e houver novação entre credor e um dos devedores solidários, somentesobre os bens do que contraiu a nova obrigação remanescem todas as garantias do crédito novado,ficando, por esse fato, exonerados os outros devedores.c) Nas obrigações de meio, o devedor satisfaz a obrigação desde que demonstre que todas as possibilidadesforam utilizadas para atingir o objetivo pretendido, mas não necessário.d) O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, mesmo sendo mais valiosa. O devedorsó se desonera da obrigação após entregar ao credor exatamente a coisa que prometeu dar. Docontrário, a obrigação converte-se em perdas e danos.Gabarito: 1. B; 2. C; 3. B; 4. A.

OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 5/9Professor: André BarrosData: 19/10/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA5ª Aula: Modalidades de Obrigações (continuação), Responsabilidade Civil e Hipóteses de Responsabilidade

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Objetiva, Culpa, Dano Material e Dano Moral.1. Modalidades de Obrigações1.1 Obrigação de DarEntrega da coisa, forma de transmissão ou de transferência de uma coisa. Pode haver a transmissão daposse; da propriedade; ou de qualquer outro direito real.A coisa objeto da obrigação é especifica.Ex: locação transmite posse, é obrigação de dar. Classificação quanto à coisa:a.1) Obrigação de dar coisa certa: é a coisa individualizada (especificada) pelo interesse do credor. Ocredor não é obrigado a aceitar prestação diversa ainda que mais valiosa.Se a coisa não puder ser entregue com culpa do devedor, converte-se a obrigação em perdas e danos.O objeto é determinado.Regras: o credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa ainda que muito mais valiosa.O acessório segue o principal.* Em caso de descumprimentoa) com culpa: tem responsabilidadeb) sem culpa: não tem responsabilidadeObs. “Rest Perit Domino” é a coisa perece para o dono.a.2) Obrigação de dar coisa incerta: identificação do gênero e da quantidade do bem objeto da relação,onde o devedor realiza concentração obrigacional, é um ato de escolha.A obrigação de dar coisa incerta se transforma numa obrigação de dar coisa certa a partir da concentração(escolha do devedor), mas a concentração só terá efeitos com a cientificação do credor (art. 245,CC).Aqui o objeto determinável, podendo ser:a) Indicação: gênero e quantidade;b) Qualidade: no silêncio do contrato a escolha é do devedor.* Em caso de descumprimento, tanto em casos de culpa, quanto sem culpa, há responsabilidade quantoa entrega do objeto, mas o gênero nunca pereceObs. “Principio do Meio Termo”, tudo é colocado dentro dos limites.1.2 Obrigação de Fazer: o devedor se vincula a determinado comportamento, consiste em praticar ato,ou realizar uma tarefa, onde decorre uma vantagem para o credor. É a prestação de fazer algo. A essênciaesta na pessoa.b.1) Fungível: a prestação pode ser realizada pelo devedor ou por um terceiro (art. 249, CC);b.2) Infungível:apenas o devedor pode indicado no título da obrigação pode satisfaze-lo (obrigação personalíssimaou “intuito persona”). Só pode ser cumprida por certa e determinada pessoa* Caso deixe de realizar acarreta multa pecuniária (astreinte).* A Obrigação de Dar e de Fazer: são obrigações positivas (ação).Obs. A obrigação de fazer é um dever de abstenção, como por exemplo; contrato de exclusividade.

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1.3 Obrigação de Não-Fazer: o devedor assume o compromisso de se abster a um fato, que poderiapraticar se não fosse o vinculo que o prende.A essência também esta na pessoa, mas esta deixou de fazer (realizar) uma obrigação da qual estavavinculada. A conduta é omissiva (é uma conduta negativa).2. Responsabilidade CivilÉ a conseqüência jurídica e patrimonial do descumprimento da obrigação (do direito)2.1 Fontesa) Contratual: quando descumprida a obrigação prevista em contrato (art. 389 e seguintes do CC);b) Extracontratual: conhecida também como responsabilidade Aquiliana (culpa Aquiliana), a pessoaresponde tal qual o dano causado.* Surge quando descumpre a obrigação prevista na lei (art. 186 a 188/927 e seguintes do CC)3. Responsabilidade Civil SubjetivaÉ a regra - “Teoria da culpa”, onde deve ser provado o Fato + Nexo + Dano + Culpa.4. Responsabilidade Civil ObjetivaÉ a exceção no Código Civil – “Teoria do Risco“ deve ser provado o Fato + Dano + Nexo Causal.* Não se discute culpa, ou seja, não precisa ser provada.4.1 Hipóteses de Responsabilidade Objetivaa) Do Estado: em regra a responsabilidade é objetiva, excepcionalmente é subjetiva no caso de omissão,como no caso da “Teoria do Risco Administrativo” - art. 43 do CC e art. 37, § 6º da CF;b) Do Código de Defesa do Consumidor (CDC);c) Do LPNMA: “Princípio poluidor pagador”;d) Dos Danos Nucleares;e) Do Art. 927, parágrafo único do CC: são os casos especificados na Lei;f) Do Abuso de Direito: art. 187 do CC;g) Do Fato do Produto: art. 931 do CC;h) Da Responsabilidade dos Atos de Outrem: art. 932 do CC;i) Da Responsabilidade pelos Fatos Provocados por Animais: art. 936 do CC;j) Da Ruína de Prédio (parte do prédio): art. 937 do CC.* Objetos Lançados do Prédio: art. 938 do CC - Responsabilidade do Ocupante.5. CulpaDeve ser provado o dolo, ou a culpa stricto sensu, imprudência, negligência e imperícia;5.1 Graus de Culpaa) culpa lata: é a culpa grave;b) culpa leve: é a culpa média;c) culpa levíssima: é a culpa quase inexistente;6. Dano MaterialÉ todo prejuízo patrimonial. Podendo ser dividido em:a) dano emergente: é o que a pessoa que sofreu o dano perdeu, é a diminuição do patrimônio da vítima;

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b) lucros cessantes: é o dano certo ou incerto;c) indenização por perda da chance: certa, deixou a pessoa de ganhar por não ter a chance;Obs. O Dano Hipotético não é indenizado.7. Dano MoralÈ toda e qualquer ofensa a um direito da personalidade, como: a dor, a tristeza, o sofrimento (são conseqüênciasdo dano moral).7.1 Dano Moral Pessoa FísicaDireito a honra, seja ela objetiva (o que você pensa de você), ou subjetiva (o que as pessoas vão pensarde você).7.2 Dano Moral Pessoa JurídicaEsta pode sofrer dano moral, para a maioria dos autores, é posição majoritária (também é entendimentodo STJ que entende que a pessoa jurídica tem direito a honra objetiva, ou seja, o que as pessoas pensamdela).7.3 Dano Moral MortoSofre o chamado dano moral reflexo, também conhecido como dano moral em ricochete.7.4 Dano EstéticoÉ toda agressão a beleza de alguém* Responsabilidade do cirurgião estético e reparador.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2006.3) No que concerne à responsabilidade civil, assinale a opção correta.a) Para o reconhecimento da responsabilidade civil, exige-se a plena capacidade de discernimento dapessoa a quem se imputa a prática do ato danoso. Quem não pode entender o caráter ilícito de suaconduta não incorre em culpa e não pode ser responsabilizado civilmente. Portanto, pelos absolutamenteincapazes respondem subsidiariamente os seus representantes legais.b) A responsabilidade objetiva funda-se na idéia de culpa que deve ser provada pela vítima ou na teoriado risco, isto é, orienta-se para o fato de que a criação de risco é fonte de lucro ou de comodidade paraos seus criadores.c) Quando se compromete a conduzir um passageiro a determinado lugar sem qualquer imprevisto, otransportador assume uma obrigação de resultado e responde objetivamente pelos danos a ele causados,bem como à sua bagagem, exceto se o evento resultar de força maior.d) Se o credor demandar o devedor antes do vencimento da dívida ou por dívida já paga fica obrigado àrepetição do indébito por valor igual ao dobro do que recebeu, mais os acréscimos legais. Nesse caso,configura-se na conduta do credor a prática de ato abusivo de direito, e ele responderá objetivamente

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pelos danos materiais e morais sofridos pelo devedor.2. (OAB/CESPE – 2006.1) A respeito da responsabilidade civil, assinale a opção correta.a) A fixação judicial do valor da indenização a título de danos morais está vinculada estritamente aovalor do prejuízo efetivamente experimentado e demonstrado pela vítima. Para a adequada fixação dodano moral, há de se levar em conta o poder econômico das partes e o caráter educativo da sanção.b) Não se admite a cumulação de indenização por danos morais e estéticos, em parcelas quantificáveisautonomamente, decorrentes do mesmo fato, por configurar um indevido bis in idem (duas vezes sobrea mesma coisa), porque no dano estético está compreendido o dano moral.c) Contratada a realização de uma cirurgia estética embelezadora, o cirurgião assume uma obrigaçãode resultado, sujeitando-se à obrigação de indenizar pelo não-cumprimento do resultado pretendidopela outra parte contratante, ou decorrente de eventual deformidade ou de alguma irregularidade, demodo que o insucesso importa em responsabilidade civil pelos danos materiais e morais que acarretar.d) Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, desaparece a responsabilidade doagente causador, deixando de existir a relação de causa e efeito entre o ato e o prejuízo experimentadopela vítima.3. (OAB/CESPE – 2004. ES) Acerca da responsabilidade civil, assinale a opção correta.a) Se houve o dano, mas a sua causa não está relacionada com a conduta do agente, não há relaçãode causalidade nem obrigação de indenizar.b) Dano emergente compreende aquilo que a vítima efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixoude ganhar com a ocorrência do fato danoso.c) O ato praticado com abuso de direito, mesmo se não houver causado dano à vítima ou ao seu patrimônio,resulta em dever de indenizar em virtude da violação a um dever de conduta.d) O dano patrimonial atinge os bens jurídicos que integram o patrimônio da vítima. Por patrimônio deve-se entender o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis em dinheiro, bem comoaqueles direitos integrantes da personalidade de uma pessoa.4. (OAB/CESPE – 2007.3) No que concerne ao ato ilícito e à responsabilidade civil, assinale a opçãocorreta.a) A responsabilidade por ato de terceiro é objetiva e permite estender a obrigação de reparar o dano apessoa diversa daquela que praticou a conduta danosa, desde que exista uma relação jurídica entre o

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causador do dano e o responsável pela indenização.b) A concorrência de culpas do agente causador do dano e da vítima por acidente de trânsito, por exemplo,no caso de colisão de veículos, acarreta a compensação dos danos, devendo cada parte suportaros prejuízos sofridos.c) Quando inúmeras e sucessivas causas contribuem para a produção do evento danoso, todas essascausas são consideradas como adequadas a produzir o acidente e a gerar a responsabilidade solidáriapara aqueles que o provocaram. Nessa situação, cabe à vítima escolher a quem imputar o dever dereparar.d) Os atos praticados em legítima defesa, no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade,que provoquem danos morais ou materiais a outrem, embora sejam considerados como atos ilícitos,exoneram o causador do dano da responsabilidade pela reparação do prejuízo causado.Gabarito: 1. C; 2. C; 3. A; 4. A.

OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 6/9Professor: João AguirreData: 25/10/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA6ª Aula: Contratos, Vício Redibitório, Extinção Contratual, Evicção, Direitos Reais, Superfície eServidão.1. ContratosÉ uma relação jurídica, um negócio jurídico.Todo e qualquer contrato é um negócio jurídico bilateral.Obs. O negócio bilateral não se confunde com a classificação de contrato bilateral. Negocio bilateral éaquele que possui duas vontades para a sua formação; já o contrato bilateral é aquele que possui duasprestações envolvidas.1.1 Fases de FormaçãoMomento da formação contratuala) Negociações Preliminares: é uma aproximação (uma tentativa) de vontades, estão ajustando os interesses,são apresentados mais ainda não existe um ajuste definido, há apenas uma expectativa contratual.Também há outra nomenclatura chamada fase de pontuação.* Se a expectativa contratual criada for violada de maneira abusiva e abrupta é possível cogitar em responsabilidade

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civil do negociante.* O contrato preliminar (é facultativo);b) Proposta (contrato definitivo): é o negócio unilateral de vontade.Característica: o proponente fixa o conteúdo que poderá ser negociado. Tendo força obrigatória e forçavinculante ao proponente, isso também para as pessoas presentes ou para as pessoas ausentes.c) Aceitação: ato unilateral e tem a formação do contrato.Proposta + aceitação = contrato.* O momento da celebração pode ser realizado entre presentes, havendo uma comunicação direta (exatomomento); ou entre ausentes, que haverá um intervalo na comunicação, com a resposta positiva ocontrato será formalizado.Obs. Oblato é apenas o aceitante.2. Vício RedibitórioVício ou defeito oculto que torna impróprio o uso a que se destina.2.1 ConseqüênciasO Código Civil trás as opções de desfazimento do negócio e do abatimento no preço. Mas poderá acumularpedidos de perdas e danos se comprovada a má-fé.Já o Código de Defesa do Consumidor que cuida das relações de consumo, as opções podem ser odesfazimento do negócio, o abatimento no preço e o novo produto. Nestes casos, poderão cumular perdase danos sem provar a má-fé.2.2 Prazosa) Código Civila.1) bem móvel:No vício aparente: são 30 dias;No vício oculto: são 180 dias.a.2) bem imóvel:Vício aparente: 1 ano;Vício oculto: 1 ano* Se o adquirente já estava na posse do bem, o prazo de fácil contratação será reduzido pela metade.b) Código de Defesa do Consumidorb.1) produto duráveis: 90 dias;b.2) produto não durável: 30 dias4. Extinção Contratuala) Normal (regular): pelo cumprimento do objeto da prestação (pagamento).b) Fatos Anteriores: por invalidade contratual ou cláusula de arrependimento;c) Fatos Posteriores (irregulares):c.1) Rescisão: é gênero, podendo ser de várias maneiras, entre elas por decisão judicial;c.2) Resolução: são as hipóteses de inadimplemento;* Pode haver cláusula resolutória expressa (está expresso no contrato) ou tácita (está subentendido).c.3) Recilição: decorre do interesse na continuidade da relação contratual, na vontade de não quer mais

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continuar o contrato. Podendo ocorrer de forma:c.3.1) Bilateral: distrato;c.3.2) Unilateral: revogação e renúncia. Decorre de lei expressa ou implicitamente (uma das partes nãotem mais interesse no contrato).Ex. Resilição unilateral implícita: Contrato por prazo indeterminadoc.4) Morte: no caso de contratos personalíssimos;c.5) Cessação5. EvicçãoPerda do direito de um bem por força de decisão judicial fundada em motivo anterior que o conferem aoutrem.A responsabilidade pela evicção (art. 449 do CC):a) aumentada: o limite pode ser até o dobro;b) diminuída ou excluída: mesmo havendo cláusula de exclusão de responsabilidade pela evicção, seesta ocorrer, o evicto terá direito ao menos ao preço pago pelo bem.* A exclusão somente será total se a cláusula informar o adquirente do risco concreto e este assumir.a) Alienante: vendedorAs Responsabilidades do alienante estão no art. 450 do CC e entre elas são:a.1) devolver o bem pago;a.2) indenização pelos frutos restituídos;a.3) despesas do contrato;a.4) prejuízos diretamente vinculados à evicção;a.5) custas judiciais e honorários advocatíciosb) Evicto: é quem perdeu o bem;c) Evictor: é quem ficou com o bem.6. Direito ReaisOs direitos reais consistem no poder jurídico que uma pessoa (titular do direito) exerce sobre uma coisa.O rol taxativo esta previsto no art. 1225 do CC, que são: a Propriedade, a Superfície, as Servidões, oUsufruto, o Uso, a Habitação, o Direito do promitente comprador do imóvel, o Penhor, a Hipoteca, aAnticrese, a Concessão de uso especial para fins de moradia, a Concessão de direito real de uso.6.1 Classificação dos Direitos Reaisa) Direito Reais Sobre Coisa Própria: propriedade;b) Direito Reais Sobre Coisa Alheia, que são:b.1) direito reais de gozo ou fruição: superfície, servidão, usufruto, uso, habitação;b.2) direito reais de garantia: penhor, hipoteca, anticrese e propriedade fiduciária;b.3) direito reais de aquisição: direito do promitente comprador de imóveis.7. SuperfícieConsiste no direito de plantar ou de construir em imóvel alheio.8. ServidãoConsiste na restrição ao uso e ao gozo de um imóvel em benefício do imóvel vizinho.

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Obs. A diferença entre a servidão aparente e a não aparente, é a aparente possui traços visíveis. Asservidões aparentes podem ser adquiridas por usucapião.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) Ainda a respeito das obrigações e dos contratos, assinale a opçãocorreta.a) A morte do devedor provoca o vencimento antecipado da obrigação, por ela respondendo, solidariamente,os herdeiros, salvo quando se tratar de obrigação personalíssima, pois, nesse caso, a morte dodevedor é causa da extinção da relação obrigacional.b) Ocorrendo a evicção, se o evicto desconhece o risco, ou, se dele informado, não o assuma, não obstantea cláusula que exclui a garantia contra a evicção, ele tem direito de recobrar o preço que tenhapago pela coisa perdida.c) Qualquer crédito poderá ser cedido, conste ou não do título, esteja vencido ou por vencer, se a issonão se opuserem a natureza da obrigação, a convenção com o devedor ou a lei, porém o cedente nãoresponde pela solvência do devedor.d) O terceiro interessado que paga dívida pela qual seja ou possa ser obrigado, pode cobrar o total dadívida, mesmo que o seu desembolso seja menor, visto que se sub-roga nos direitos e ações do credor.2. (OAB/CESPE – 2007.3. PR) A respeito dos contratos, assinale a opção correta.a) O contrato preliminar não tem força obrigatória, podendo qualquer das partes dá-lo por desfeito porresilição unilateral.b) Nos contratos onerosos com cláusula de exclusão completa da garantia contra a evicção, por forçado que seja livremente convencionado entre as partes, o alienante é exonerado de qualquer responsabilidade.c) O contrato de abertura de crédito rotativo firmado com instituição financeira, garantido por nota promissóriae acompanhado do demonstrativo do débito, traduz título representativo de dívida líquida, certae exigível, e constitui título executivo extrajudicial.d) O prazo prescricional para a rescisão do contrato de compra e venda de imóvel com base em vícioredibitório é contado a partir da data em que o adquirente tomou conhecimento do vício.3. (OAB/CESPE – 2006.3) A respeito de contratos, assinale a opção correta.a) O contrato preliminar é o compromisso para uma futura declaração de vontade, ou seja, é preparatóriopara um negócio definitivo. Destina-se a dar segurança às partes que querem celebrar o contrato,

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por essa razão é vedada a cláusula de arrependimento, assegurando a qualquer das partes o direitopotestativo de exigir o cumprimento do pactuado.b) No seguro de vida para o caso de morte, se ocorrer o suicídio, ainda que não premeditado, do segurado,o segurador poderá recusar o pagamento do capital segurado, alegando que por ter sido a mortevoluntária, não se encontraria coberta pela apólice de acidentes pessoais.c) Em decorrência da regra de que o acessório segue o principal, a fiança, ainda que limitada, abrangerátoda a dívida, com sua parte principal e todos os acessórios. Assim, se o devedor tornar-se inadimplente,caberá o cumprimento da obrigação principal ao fiador.d) Se o contrato de compra e venda de imóvel não possuir cláusula de arrependimento, no qual foi pagauma determinada quantia como sinal, este deve ser entendido como arras confirmatórias e princípio dopagamento. Logo, o credor as conservará depois de executado o contrato, ao passo que o devedor asdeduzirá da prestação quando do pagamento final.4. (OAB/CESPE – 2004. ES) No que concerne aos contratos, assinale a opção incorreta.a) Havendo alienação de bem imóvel, próprio da empresa, não se faz necessária a outorga uxória oumarital. Se, contudo, essa mesma venda for realizada a um dos filhos dos donos da empresa, então,impor-se-á a dita outorga, bem como o consentimento dos demais descendentes.b) A resolução do contrato em razão de inadimplemento, além de extinguir o contrato, obriga o responsávela pagar perdas e danos.c) Se a resposta de aceitação, dada pelo destinatário da proposta, for extemporânea, não mais subsistiráa proposta e desaparecerá qualquer responsabilidade por parte do proponente, ou qualquer obrigatoriedadede sua parte em sustentar a proposta feita.d) A responsabilidade do alienante por vícios redibitórios deve constar expressamente do contrato, poisa lei, como regra, respeita o que ficar acordado entre os contratantes, sendo certo, no entanto, que talresponsabilidade não subsiste se o alienante ignorava o vício ou o defeito da coisa.Gabarito: 1. C; 2. D; 3. D; 4. D.

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OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 7/9Professor: André BarrosData: 01/11/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA7ª Aula: Direito de Família, Entidade Familiar, Casamento e Dissolução do Casamento.1. Direito de FamíliaArtigos 226 a 230 do CF2. Entidade FamiliarArt. 226 da CFPodendo ser através do:a) Casamento;b) União Estável;c) Família Monoparental;d) Parceria Homoafetiva (o STJ reconheceu esta possibilidade);e) Jurisprudência - Art. 1º, III e art. 3º da CF, que permite o reconhecimento da União.3. CasamentoEstabelece a comunhão plena de vida, com base da igualdade de direitos e deveres dos cônjuges, sendodefeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituídapela família.É um ato civil e um negócio jurídico, realizado no momento em que o homem e a mulher manifestamperante o juiz a sua vontade de estabelecer o vínculo conjugal, e o juiz os declara casados (art. 1514 doCC).* O casamento religioso deve necessariamente cumprir todas as formalidades legais, inclusive as relacionadasas formas do ato.Obs. O CC autoriza efeitos civis jurídicos ao casamento religioso desde que atenda as exigências da Lei(art. 1.515 do CC)3.1 HabilitaçãoÉ o procedimento administrativo tem por objetivo verificar a regularidade de um casamento pretendido

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Prazo é de 90 dias improrrogável.3.2 Plano de Existênciaa) Manifestação de vontade solene (expressa pela forma verbal). Mas a Lei autoriza, em alguns casos,o casamento por procuração;b) Diversidade de sexo (somente homem e mulher podem casar)* Casamento de transexual é inexistente;c) Autoridade competente (Juiz de Paz)3.2 Requisitos de Validadea) Idade mínima: 16 anos (idade núbil)Entre 16 e 18 anos com autorização dos pais.Menor de 16 anos pode ser casar nos casos de gravidez e para evitar a imposição de pena criminalb) Ausência de impedimentos: são as faltas de legitimidade.* Os afins colaterais não são impedidos de casar (cunhados)Obs. Os colaterais de 3º grau estão impedidos de casar pelo CC, porém o Decreto Lei 3200/41 autorizao matrimônio desses parentes mediante prévio exame sanguíneo e autorização judicial.c) Consentimento válido: é aquele com ausência de víciosc.1) Erro (referente a pessoa);c.2) Coação (pressão física e psíquica).* As causas de anulação do casamento são anteriores ao vinculo matrimonial.d) Potência: sexualidade de fato.a) Impotência Generandi: é a Infertilidade, neste caso não gera anulação do casamentob) Impotência Coeundi: é o coito, aptidão para prática sexual, neste é causa de anulação do casamento.Exceções: Casamento de ancião e casamento nuncupativo “extreminus”3.3 Dos ImpedidosNão podem casar - Art. 1.521 do CC:I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;II - os afins em linha reta;III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotanteIV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;V - o adotado com o filho do adotante;VI - as pessoas casadas;VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquerpessoa capaz.Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento,será obrigado a declará-lo.3.4 Inexistência de causas suspensivasNão devem casar - Art. 1.523 do CC:

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I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casale der partilha aos herdeiros;II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depoisdo começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com apessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas asrespectivas contas.Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causassuspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente,para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do incisoII, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.3.5 Eficácia do CasamentoEfeitos:a) Deveres Conjugal: art. 1566 CCFidelidade é restrita a prática sexualInfidelidade virtual é quebra de mútuo respeito não é hipótese de infidelidade.b) Mútua Assistência (Solidariedade)Mútua assistência material: os cônjuges se ajudando financeiramente.Mútua assistência moral: companheirismoc) Mútuo Respeito;d) Domicílio ConjugalExceções: Para cumprimento de deveres ou encargos legais.e) Guarda Sustento e Educação dos Filhos4. Dissolução do Casamentoa) Pela morte de um dos cônjuges (abertura da sucessão);b) Separação: A dissolução da sociedade conjugal se dá pela separação (não pode casar novamente);b.1) Judicial: consensual e litigiosa;b.2) Extrajudicial: consensual (mínimo 1 ano do casamento)c) Divórcio: atinge o vinculo matrimonial e poderá casar novamente.c.1) Direto: poderá ser declarado por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada a separaçãopor mais de 2 anos da ruptura da vida em comum – art. 226, § 6º da CF e art. 1580, § 2º do CC;c.2) Indireto: 1 ano após o trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicialou da decisão concessiva da medida cautelar em separação de corpos – art. 226, § 6º da CF e art.1580, caput do CC).d) Anulação do Casamento

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e) Declaração de nulidade4.1 Espécies de Separação Litigiosaa) Separação Consensual: mutuo consentimento dos cônjuges se forem casados há mais de um ano eo manifesto perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.b) Separação Sanção ou Litigiosa: quando há uma quebra deveres matrimoniais, tais como: adultério,tentativa de morte, sevícia ou injúria grave, abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo,condenação por crime infamante e conduta desonrosa (art. 1572, caput do CC);c) Separação Falência: separado há mais de 1 ano (art. 1572, §1º do CC, ocorre a ruptura da vida emcomum);d) Separação Remédio: decorre de doença mental grave, cura improvável após 2 anos.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2007.3) Ainda a respeito do direito de família, assinale a opção correta.a) O casamento putativo é nulo, mas produzirá todos os efeitos civis perante os contraentes e terceirosaté o trânsito em julgado da sentença que declarar a sua nulidade. Por se tratar de ação personalíssima,somente o cônjuge inocente poderá requerer a invalidade desse casamento.b) Os nubentes devem fazer opção pelo regime de bens por termo no próprio processo de habilitaçãodo casamento. Quando forem escolher como opção um regime de bens diverso do legal, que é o daseparação de bens, deverão fazê-lo por pacto antenupcial ou por escritura pública.c) O bem de família é inalienável e impenhorável. A sua administração compete a ambos os cônjuges e,com a morte de qualquer um deles, extingue-se automaticamente o patrimônio comum que foi destinadoa garantir a segurança e a moradia do casal.d) Em se tratando de separação judicial fundada na culpa, o cônjuge declarado culpado terá direito aosalimentos indispensáveis à subsistência, se deles necessitar e não tiver aptidão para o trabalho nemparentes em condições de prestá-los.2. (OAB/CESPE – 2006.2) Acerca do direito de família, assinale a opção correta.a) Com a morte presumida extinguem-se a sociedade e o vínculo conjugal, o que permite que os cônjugesse casem novamente. Entretanto, se o morto presumido aparecer, o segundo casamento é declaradonulo.b) Na união estável, assim como no casamento, são deveres dos companheiros a lealdade, o respeito e

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a assistência mútua. Tanto o dever de lealdade quanto o de respeito mútuo provocam injúrias gravesquando descumpridos. Paralelamente à deslealdade está o adultério, quebrando o direito-dever de fidelidadeentre os companheiros.c) O autor da ação investigatória de paternidade tem direito a alimentos provisórios fixados antes dasentença declaratória da filiação, e esses são devidos ainda que a decisão seja objeto de recurso.d) Nas ações desconstitutivas do vínculo do casamento, o curador, o ascendente ou o irmão têm legitimidaderepresentativa para propor ou defender cônjuge sem plena capacidade, dispensando-se, assim,a prévia interdição ou o pedido de substituição do curador para que os parentes eleitos pela lei possamvir a juízo.3. (OAB/CESPE – 2007.3) Relativamente ao direito de família, assinale a opção correta.a) Sobrevindo mudança na situação financeira daquele que presta alimentos ou na daquele que os recebe,é possível a revisão dos alimentos fixados em sentença com trânsito em julgado, por meio doajuizamento de ação rescisória.b) Os maiores de dezoito anos de idade adquirem plena capacidade e, por presunção legal, são aptos apraticar todos os atos da vida civil; no entanto, caso se encontrem impossibilitados de cuidar de seuspróprios interesses, serão representados por um tutor.c) É facultado ao casal judicialmente separado restabelecer a qualquer momento a sociedade conjugal,por meio de petição nos autos da separação judicial, resguardando-se eventuais direitos de terceiros.d) O parentesco em linha reta limita-se até o quarto grau, sendo que, para a contagem do parentesco,adota-se a linha como sendo a vinculação da pessoa ao tronco ancestral comum.4. (OAB/CESPE – 2007.1) Acerca do direito de família, assinale a opção incorreta.a) Nas relações de parentesco na linha reta, extingue-se a afinidade com a dissolução do casamento ouda união estável.b) A verba alimentícia é sempre irrepetível, ainda que o alimentante vença a demanda e a fixação daverba decorra da prática de ato ilícito.c) Havendo herdeiros descendentes, o cônjuge sobrevivente casado sob o regime da separação obrigatóriade bens não é herdeiro necessário do cônjuge falecido.d) Codicilo é negócio jurídico unilateral mortis causa, escrito, mediante o qual o autor da herança dispõe

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de bens de pouco valor ou de particular valor sentimental, de forma menos solene e, portanto, mais singelaque o testamento.Gabarito: 1. D; 2. D; 3. C; 4. A.

OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 8/9Professor: André BarrosData: 22/11/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA8ª Aula: Impedimentos Matrimoniais, Deveres, Impossibilidade da Comunhão de Vida, Regime deBens, Separação e Divórcio.1. Impedimentos MatrimoniaisNão podem casar:a) Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;b) Os afins em linha reta;c) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;d) Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;e) O adotado com o filho do adotante;f) As pessoas casadas;g) O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.2. Deveresa) Fidelidade recíproca;b) Vida em comum, no domicílio conjugal;c) Mútua assistência;d) Sustento, guarda e educação dos filhos;e) Respeito e consideração mútuos.* O casamento válido só se dissolve com o divórcio e com a morte, pois só assim se rompe o vínculo.* A separação judicial ou extrajudicial não extingue o casamento, mas põe fim a sociedade conjugal.Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, nãoestavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso,de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges restabelecer,a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.3. Impossibilidade da Comunhão de Vida

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Pode caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:a) Adultério;b) Tentativa de morte;c) Sevícia ou injúria grave; maus tratos físicos = sevícia.d) Abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo;e) Condenação por crime infamante;f) Conduta desonrosa.g) O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.3.1 SançõesPerda do direito ao uso do nome se o cônjuge inocente expressamente requerer e perda de alimentos.Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado aprestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação deseparação judicial.Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições deprestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz ovalor indispensável à sobrevivência.4. Regimes de BensÉ o estatuto que regula as relações patrimoniais entre pessoas casadas ou que vivam em união estável.4.1 EscolhaA escolha do regime bens, em regra, é possível.No casamento, tal escolha é feita por meio de pacto antenupcial (por escritura pública no cartório denotas).* A falta da solenidade no pacto acarreta nulidade.* O requisito de eficácia do pacto antenupcial é a celebração do casamento (conditio iuris).Obs. Na união estável, a escolha de regime de bens é feita através de contrato de convivência. O contratode convivência não exige solenidade, ou seja, pode ser celebrado através de instrumento particular(escritura particular).Atenção: Para ser oponível perante terceiros, o contrato de convivência deve ser levado à registro noCartório de Imóveis.4.1 Comunhão Parcial de BensQuando caso e não escolho regime. Para se casar em qualquer outro regime celebra-se contrato chamadopacto antenupcial. Trata-se de um contrato solene, ou seja, prescrito em lei, feito por escriturapública de pacto nupcial. Para produzir efeito deve ser registrado no cartório de registro de pessoas naturais

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em que se habilitaram para o casamento, cartório de registro de imóveis dos cônjuges.A eficácia autorizando a mudança de regime será “ex nunc” (não retroage).É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambosos cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.* Diferenças entre os bensa) Bens Comuns: são aqueles que entram na comunhão, ou seja, integram o patrimônio de ambos oscônjuges.b) Bens Particulares: não entram na comunhão, integrando o patrimônio individual de cada cônjuge.c) Bens dos Aquestos: são aqueles adquiridos onerosamente na constância do casamento.4.2 Comunhão ParcialComunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento.Presunção do esforço comum.Não caberá prova em contrário4.3 Contrato de Convivência x Contrato de NamoroO contrato de namoro é o contrato celebrado para afastar a configuração da união estável em um determinadorelacionamento. Como é matéria de direito indisponível não tem validade.Havendo omissão, tanto no casamento quanto na união estável, será aplicado o chamado regime legal,que é a de comunhão parcial.4.4 Alteração no Regime de BensEm regra, vige a mutabilidade do regime de bens, independentemente do casamento ter ocorrido navigência do novo ou antigo código civil.No casamento, a alteração se dá através de procedimento judicial (deve haver absoluto consenso entreas partes).* Na união estável, a alteração se dá mediante novo contrato de convivência.5. SeparaçãoA separação põe fim à sociedade conjugal, cessando os deveres de coabitação e de fidelidade.Não põe fim ao vínculo matrimonial.A separação judicial não permite novo casamento, mas permite a união estável.Também põe fim ao regime de bens.5.1 Tipos de Separaçãoa) Litigiosa: art. 1573 do CC - Deve ser realizada através de procedimento judicial.Pode, ser:a.1) Separação SançãoUm dos cônjuge acusa o outro de grave violação dos deveres conjugais, que torne insuportável a vida

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em comum.* É a única hipótese de separação que não exige qualquer lapso temporal.* O cônjuge declarado culpado, pelo NCC, sofre apenas uma sanção: eventuais alimentos são apenasos alimentos naturais (representam o mínimo necessário para a manutenção da pessoa).Obs.: Os alimentos naturais se contrapõem aos alimentos civis, que visam a manutenção do padrãovida mantida durante o casamento (status quo ante)a.2) Separação RemédioÉ aquela em que um cônjuge acusa o outro de estar acometido de grave doença mental e de cura improvável,que torne a vida em comum insuportável.* A doença deve persistir por, no mínimo, 2 anos.* Nesta separação o cônjuge (são) perde todas as vantagens havidas em razão do casamento.Obs.: Cláusula de Dureza: Vigente no Código Civil de 1919 (não existe mais) estabelecia que se o cônjugedoente tivesse sua condição agravada em razão da separação, o juiz não a concedia.a.3) Separação FalênciaDecorre da ruptura da vida em comum (separação de fato) há pelo menos 1 ano.b) Amigável: É aquela que decorre de consenso entre os cônjuges.Contudo, não basta o acordo de vontades, deve ser atendido o prazo de 1 ano de casamento.Pode ser realizado extrajudicialmente ou judicialmente.a) Extrajudicial: feito no Cartório de Notas, através de escritura pública.b) Judicial: feito em juízo, através de sentença.Obrigatória quando o casal tiver filhos menores ou incapazes (inovação da Lei nº 11.441/07).6. DivórcioO divórcio põe fim ao vínculo matrimonial, permitindo novo casamento.Nunca se discute culpa no divórcio.6.1 Tipos de SeparaçãoExistem 2 tipos de divórcio: direto ou indireto.Qualquer modalidade de divórcio pode ser feita de forma litigiosa (judicial) ou amigável (judicial ou extrajudicial).a) Divórcio Direto: independe de prévia separação, judicial ou extrajudicial.Exige-se apenas que as partes estejam separados de fato há mais de 2 anos.b) Divórcio Indireto ou ConversãoPode ocorrer em 3 hipóteses:b.1) Casal deve comprovar que já decorreu 1 ano do transito em julgado da sentença de separaçãojudicial.b.2) 1 ano da lavratura de escritura pública de separação extrajudicial (interpretação da Doutrina)b.3) 1 ano da decisão liminar da separação de corpos.QUESTÕES SOBRE OS TEMAS

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1. (OAB/GO. Ago. 03) Assinale a alternativa correta, quanto aos regimes de bens é correto afirmar:a) é admissível a alteração do regime de bens, a pedido de qualquer dos cônjuges, desde que fundamentadoe mediante autorização judicial;b) é admissível a alteração do regime de bens, independente da idade dos requerentes, desde que pedidopor ambos os cônjuges, de forma fundamentada, ao juiz competente, mediante participação doMinistério Público na condição de custus legis;c) a falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária, tornará nulo o ato praticado porqualquer dos cônjuges, que terá dois anos para pleitear sua anulação;d) o cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e seus herdeirosresponsável como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador.2. (OAB/GO. Mar 04) Joaquim e Carolina conheceram-se em março de 2003, quando ele acabarade completar 60 (sessenta) anos de idade. Em dezembro, decidiram casar-se. Quanto ao regimede bens desse casamento:a) será de livre escolha dos noivos, bastando, para tanto, que se celebre um pacto antenupcial;b) será, no silêncio dos nubentes, o da separação de bens;c) será, obrigatoriamente, o da separação de bens;d) será, no silêncio dos nubentes, o da comunhão parcial de bens.3. (OAB/GO. Mar 04) Celebrado o casamento, Carolina decide alienar o único bem imóvel de quedispunha, por ela adquirido antes do matrimônio. Essa venda:a) não poderá concretizar-se sem a autorização de Joaquim;b) poderá concretizar-se sem a autorização de Joaquim, mas, nessa hipótese, gerará ato anulável;c) poderá concretizar-se e será válida, independentemente de autorização de Joaquim, porque adquiridoantes do matrimônio;d) poderá concretizar-se e será válida, independentemente de autorização de Joaquim, tendo em vista oregime de bens do casamento.4. (OAB/MG. Ago. 03) Sobre a dissolução da sociedade e do vínculo conjugal é correto afirmar:a) o divórcio direto litigioso pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.b) decorrido 1 ( um) ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial,é automática a conversão em divórcio.c) a separação judicial põe termo a todos os deveres conjugais.d) na separação consensual, sejam quais forem as cláusulas da convenção, o juiz deve homologá-la edecretar a separação judicial.

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5. (OAB/CESPE – 2007.3) Ainda a respeito do direito de família, assinale a opção correta.a) O casamento putativo é nulo, mas produzirá todos os efeitos civis perante os contraentes e terceirosaté o trânsito em julgado da sentença que declarar a sua nulidade. Por se tratar de ação personalíssima,somente o cônjuge inocente poderá requerer a invalidade desse casamento.b) Os nubentes devem fazer opção pelo regime de bens por termo no próprio processo de habilitaçãodo casamento. Quando forem escolher como opção um regime de bens diverso do legal, que é o daseparação de bens, deverão fazê-lo por pacto antenupcial ou por escritura pública.c) O bem de família é inalienável e impenhorável. A sua administração compete a ambos os cônjuges e,com a morte de qualquer um deles, extingue-se automaticamente o patrimônio comum que foi destinadoa garantir a segurança e a moradia do casal.d) Em se tratando de separação judicial fundada na culpa, o cônjuge declarado culpado terá direito aosalimentos indispensáveis à subsistência, se deles necessitar e não tiver aptidão para o trabalho nemparentes em condições de prestá-los.Gabarito: 1. D; 2. C; 3. D; 4. A; 5. D.

OAB 137º 1ª Fase – Extensivo de SábadoDisciplina: Direito CivilAula: 9/9Professor: André BarrosData: 23/11/2008TEMAS ABORDADOS EM AULA9ª Aula: Sucessão, Abertura da Sucessão, Inventário e Ordem de Vocação Hereditária.1. SucessãoSucessão é sinônimo de substituição, portanto, quando uma pessoa substitui a outra em uma determinadarelação jurídica, assumindo os direitos e deveres da anterior, pela sua morte, temos uma sucessão.1.1 Formas de Transmissãoa) Herança: é o conjunto de relações patrimoniais deixadas pelo falecido, compreende bens, direitos,deveres, débitos, créditos, etc.A herança é tratada como um bem imóvel e indivisível até a partilha, tratado como característica a universalidadede direito;

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b) Herdeiro: é que recebe a herança.Se houver um único herdeiro, ele recebe a totalidade da herança. Mas se houver mais de um herdeiro,receberá uma fração da herança, ao final do processo, será feito o formal de partilha, ai receberá a suafração ideal;c) Título ou Sucessão Singular: é um legado, ou seja, um bem específico e determinado que foi individualizadodo restante da herança pelo seu autor;2. Abertura da SucessãoOcorre no momento da morte do de cujus (“princípio da saisine”), sendo imprescindível a determinaçãodo dia e da hora do falecimento na certidão de óbito para que se possa estabelecer o destino da herança.* A transmissão da posse e propriedade indireta da herança é automática2.1 Lei Aplicávela) Direito material: é a lei do exato instante da morte.b) Direito tributário: é a lei do exato instante da morte.c) Direito processual civil: aplica-se imediatamente ainda que o processo esteja em curso.3. InventárioProcesso judicial ou extrajudicial que tem por objetivo verificar a regularidade da transmissão.Podendo ser:a) Inventário Judicial: é obrigatório quando houver interesses de menores ou incapazes e testamentos;b) Inventário Extrajudicial: é feito quando não há interesse de menores ou incapazes e testamento.* Deverá ser feito através de escritura pública, não existe qualquer regra de competência territorial.3.1 AceitaçãoÉ o ato que ordena ao legatário a aceitação da herança.A aceitação pode ser:a) Expressa: ocorre manifestação de vontade por escrito;b) Tácita: é aquela que decorre da prática de atos próprios de herdeiro.Não há aceitação nas seguintes exceções:b.1) guarda ou administração provisória bens;b.2) atos oficiosos;b.3) renúncia pura.c) Presumida: é aquela que decorre do silêncio do herdeiro citado para dizer se aceita ou não a herança.Tem eficácia “ex tunc”.3.2 RenúnciaPor ser ato abdicativo de direito, somente pode ser feita de forma expressa através de escritura públicaou termo judicial, pode ser:a) Renúncia impura ou translativa: que não é renúncia, é a falsa renúncia, é aquela em que o herdeirorenuncia em favor de outro, a mesma importa em um ato de aceitação, ou seja, deve primeiro receber a

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herança para que seja incorporada ao seu patrimônio e após seja feita à transmissão para poder serválido;b) Renúncia pura ou abdicativa – é aquela em que o herdeiro abre mão de seu direito sem se importarcom o destino da herança, a sua parte volta ao “monte mor” ou monte partível, haverá uma única incidênciade imposto, tem eficácia “ex nunc”, a eficácia da renúncia retroage ao momento da morte, ficacomo se a pessoa nunca tivesse recebido a herança;4. Ordem de Vocação HereditáriaArt. 829 do CCÉ a aptidão para que alguém possa ser considerado sucessor de uma pessoa falecida.4.1 Sucessão LegítimaNa sucessão legítima, apenas possuem aptidão as pessoas nascidas ou concebidas no momento daabertura da sucessão.O art. 1829 do CC destaca a seguintes ordens desta sucessão:a) Descendentes em concorrência com o cônjuge* Não concorre quando:a.1) Regime da comunhão universal;a.2) Regime da separação obrigatória de bens: só se for convencional é que poderá concorrer;a.3) Regime da comunhão parcial: o falecido não deixou bens particulares, ou se deixou bens particulares,o cônjuge concorre.b) Ascendentes em concorrência com o cônjuge;c) Cônjuge Sobrevivente;d) Colaterais.Observações Finais: Não havendo descendentes, há concorrência será com os ascendentes se houver,não importando o regime de bens. No caso de não haver descendentes ou ascendentes, o cônjugereceberá sozinho.Não havendo descendentes, ascendentes, cônjuge, a herança vai para os colaterais, receberão primeiro,os irmãos, na sua falta os sobrinhos, na sua falta os tios e por último, colaterais em 4º grau (primo,tio-avô e sobrinho-neto).QUESTÕES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE – 2007.3) Em relação à sucessão legítima e testamentária, assinale a opção correta.a) A renúncia a herança é um ato irrevogável, por isso, se todos os herdeiros, de qualquer classe, renunciaremà herança, esta será, desde logo, declarada vacante.b) O herdeiro necessário é deserdado por seu ascendente quando o testador deixa de contemplá-lo emseu testamento.

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c) No inventário e partilha, a omissão involuntária dos bens da herança pelo inventariante configura sonegaçãode bens e o sujeita a apresentar os bens que omitiu, e a pagar perdas e danos aos demaisherdeiros.d) Ocorre a sucessão por cabeça, ou substituição hereditária, quando outra pessoa é chamada a sucederem lugar do herdeiro, em virtude de pré-morte, deserdação ou indignidade.2. (OAB/CESPE – 2007.3. SP) A sucessão da pessoa natural ocorre coma) o testamento.b) a morte do sucedido.c) a abertura do inventário.d) a finalização do inventário.3. (OAB/CESPE – 2007.2) Com relação a contratos e sucessão, assinale a opção incorreta.a) Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direitode retenção.b) Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se olegado estiver sob condição suspensiva, não se deferindo de imediato a posse da coisa legada nempodendo o legatário nela entrar por autoridade própria.c) Será sempre judicial a partilha se algum herdeiro for incapaz.d) Configura a existência de herança vacante o falecimento de alguém sem deixar herdeiro testamentárioou legítimo notoriamente conhecido.4. (OAB/CESPE – 2006.2) A respeito do direito das sucessões, assinale a opção correta.a) A doação de ascendente para descendente importa em adiantamento da legítima, isto é, uma antecipaçãode suas quotas legítimas necessárias. Desse modo, quando da abertura do inventário, o herdeirocontemplado com a doação é obrigado a trazer à colação, nos autos do inventário, os bens e dotes querecebeu.b) A renúncia de todos os herdeiros da mesma classe em favor do monte impede os filhos desses herdeirosde sucederem por direito próprio ou por cabeça. Serão chamados a sucederem em todos os direitosem que eles sucederiam, por direito de representação, os parentes dos renunciantes.c) Se o autor da herança for casado em regime de separação de bens e, não tendo descendentes, deixarcônjuge e pais sobreviventes, serão chamados à sucessão os ascendentes, que receberão a totalidadedos bens particulares do de cujus.d) É admissível que um indivíduo viúvo, maior e capaz transfira, em doação universal e ainda em vida, atotalidade de seus bens para seu único filho.

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Gabarito: 1. A; 2. B; 3. D; 4. A.