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Devarim Devarim 1:1 3:22 Nesta porção da Torá, Moisés narra episódios dos israelitas durante sua caminhada nos seus 40 anos no deserto. Moisés encoraja os israelitas em sua próxima conquista da terra de Canaã. Moisés encoraja Josué para que ele não temesse enfrentar os ocupantes da Terra de Canaã. Terça-feira é Tisha beAv O dia 9 de Av é um dia de luto do calendário judaico, quando se lembra a data de destruição do Primeiro e do Segundo templo, a consequente perda de soberania nacional e o exílio da Terra Santa. Tisha BeAv é a culminação de período de três semanas de luto, que se iniciou dia 17 de Tamuz. Nove de Av marca outros momentos de dor de nosso povo como a derrota de Bar Kochba, a expulsão dos judeus da Espanha em 1492 e o início da deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia. A origem dessa data como data de desgraças estaria no relato dos observadores que foram a Canaã e voltaram dia 9 de Av com relatos pessimistas, levando o acampamento ao choro e a revolta. Deus teria sentenciado: “hoje, vocês choram sem motivo, mas no futuro lhes darei as razões suficientes para que vocês chorem nessa data”. Observa-se jejum de 25 horas, e são lidos textos de luto entoados com melodias tristes entre as quais se destacam a meguilá Eichá. Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: José Luiz Goldfarb Chazan: David Kullock Musicista: Beto Borger Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz CJ EW Ano XV nº 662 13 de Julho de 2013 5 de Av de 5773 Shabat Devarim Shabat Chazon Shabat da Visão

CJ News 38 - Devarim

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Devarim Devarim 1:1 – 3:22

Nesta porção da Torá, Moisés narra episódios dos israelitas

durante sua caminhada nos seus 40 anos no deserto.

Moisés encoraja os israelitas em sua próxima conquista da terra

de Canaã. Moisés encoraja Josué para que ele não temesse

enfrentar os ocupantes da Terra de Canaã.

Terça-feira é Tisha beAv

O dia 9 de Av é um dia de luto

do calendário judaico, quando

se lembra a data de

destruição do Primeiro e do

Segundo templo, a

consequente perda de soberania nacional e o exílio da Terra

Santa. Tisha BeAv é a culminação de período de três semanas

de luto, que se iniciou dia 17 de Tamuz.

Nove de Av marca outros momentos de dor de nosso povo como

a derrota de Bar Kochba, a expulsão dos judeus da Espanha em

1492 e o início da deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia.

A origem dessa data como data de desgraças estaria no relato

dos observadores que foram a Canaã e voltaram dia 9 de Av com

relatos pessimistas, levando o acampamento ao choro e a

revolta. Deus teria sentenciado: “hoje, vocês choram sem

motivo, mas no futuro lhes darei as razões suficientes para que

vocês chorem nessa data”.

Observa-se jejum de 25 horas, e são lidos textos de luto

entoados com melodias tristes entre as quais se destacam a

meguilá Eichá.

Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: José Luiz Goldfarb

Chazan: David Kullock Musicista: Beto Borger

Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz

CJ EW

Ano XV nº 662 13 de Julho de 2013 5 de Av de 5773

Shabat Devarim Shabat Chazon – Shabat da Visão

Ah, se a vida tivessse a tecla “undo”!

Diante dos muitos erros que fazemos ao longo de nossas vidas,

uma coisa que muitos dizem é “Ah, como seria bom se a vida tivesse a

tecla ‘undo’ (‘desfazer’)!”. São incontáveis as situações que vivenciamos

sobre as quais dizemos que poderíamos ter passado sem, mas,

entretanto, sem realmente nos questionarmos se estaríamos na situação

em que estamos hoje se esses erros ou essas situações indesejadas não

tivessem ocorrido.

Na parashá desta semana, Devarim, Moshe Rabenu começa seu

grande discurso de despedida do povo de Israel. Nesse discurso, nosso

grande líder relembra os bene israel do seu passado no deserto, dos

milagres vivenciados e, também, dos grandes erros cometidos pelo povo.

Um dos erros mais conhecidos, lembrado por Moshe, é a história

dos espiões que foram mandados para trazer um relato sobre Eretz Israel

e voltaram pessimistas, levando todo o povo a se amedrontar, chorar e

desistir de entrar na terra. D’us, diante da falta de confiança do povo

Nele, mesmo depois de tantos milagres realizados, fica furioso com o

povo e ameaça abandoná-lo. Depois disso, o povo se arrepende de ter

chorado e resolve voltar atrás, pegando seus utensílios de guerra e

partindo para conquistar a terra. D’us, entretanto, é muito claro em não

dar uma segunda chance nesse caso: “Não subam e não guerreiem, pois

eu não estou no meio de vocês!” (Devarim 1:42).

A pergunta, nesse caso, então, é: por que D’us não deixou o povo

usar a tecla ‘undo’? Se eles se arrependeram e reconheceram o erro, por

que D’us não permitiu que voltassem atrás e fizessem como se nada

tivesse acontecido? Não seria melhor fazer assim? Teriam conquistado a

terra, não precisariam ficar 40 anos no deserto esperando uma geração

inteira morrer, etc... Muito mais fácil, não? Então por que D’us não

permitiu que um erro aparentemente tão pequeno fosse desfeito?

Acredito que a resposta para esse caso é justamente o motivo de

não existir ‘undo’ na vida de maneira geral; se pudéssemos simplesmente

voltar atrás quando tomamos uma decisão errada, se pudéssemos voltar

e refazer tudo quantas vezes quiséssemos depois de ver os resultados,

com toda certeza nossas escolhas seriam muito diferentes. A perspectiva

de que nossas decisões não são reversíveis fazem com que elas sejam

muito mais significativas.

Em um mundo onde não existe ‘undo’, como o nosso, devemos

nos lembrar de que cada momento importa, de que cada decisão faz

uma diferença para sempre e que, mesmo que um dia nos arrependamos

e mudemos de ideia sobre o que fizemos, nossas novas atitudes sempre

serão tomadas em cima das que vieram antes, seja para confirmar ou

para mudar o que fizemos.

A grande lição que devemos levar de tudo isso, em especial nessa

próxima semana de Tishá B’Av, em que lembramos com tristeza da

destruição do Bet Hamikdash, é que os erros do passado não podem ser

refeitos. Pensar em coisas do tipo “ah, e se o templo não tivesse sido

destruído”, ou “ah, e se eu tivesse feito tal e tal coisa” não adianta

absolutamente nada. O que adianta é reconhecer os erros do passado e

tentar agir e mudar a partir deles.

Shabat shalom! Tsom kal!

David Rosenberg Krausz

Cultura Judaica News

Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro

Cultura Judaica News (CJ EW é de responsabilidade do Depto. de

Cultura Judaica de A Hebraica.

Horários Kabalat Shabat: 6ª f. 19h30

Schacharit: Sab 10 hs Mincha, Maariv e Havdalá: sab 17h30

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