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Ki Tetse Devarim 21:10: - 25:19 A parashá desta semana é a mais numerosa em leis, 74 das 613 mitzvot são citadas neste trecho da torá. Moisés fala de leis que envolvem muitos aspectos da vida diária, da justiça, da responsabilidade da família, do trabalho e da sexualidade, entre outros temas. Os toques do shofar Três sons característicos compõem os toques do shofar. O primeiro, Tekiyá, é um som contínuo, como um longo suspiro, e simboliza o amor do Eterno por Israel. Anuncia também a coroação de D'us como Rei do Universo. Os sons entrecortados do shofar - Shevarim e Teruá - lembram suspiros e gemidos abafados que penetram no coração e servem para despertar a pessoa para o arrependimento e o retorno. Além de evocar e expressar sentimentos de profundo pesar pelas más ações que cometemos no passado, seus toques são como um tambor de guerra que confunde nosso inimigo interno e nos estimula a não desistir de nossa batalha espiritual. Há ainda um último som, a Tekiyá Guedolá, o grande toque, é bem longo. Este som não representa soluço, suspiro ou lamento, mas um grito de triunfo e alegria; pois estamos confiantes de que D'us tenha aceito o nosso arrependimento. A Tekiyá Guedolá lembra o grande dia, quando o Grande Shofar será tocado para reunir do exílio todo o povo de Israel, com a chegada do Mashiach. Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: Jean Diamant Chazan: David Kullock Musicista: Beto Borger Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz CJנEW םAno XV nº 667 17 de Agosto de 2013 11 de Elul de 5773 Shabat Ki Tetze

CJ News 43 - Ree

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Page 1: CJ News 43 - Ree

Ki Tetse Devarim 21:10: - 25:19 A parashá desta semana é a mais numerosa em leis, 74 das 613 mitzvot são citadas neste trecho da torá. Moisés fala de leis que envolvem muitos aspectos da vida diária, da justiça, da responsabilidade da família, do trabalho e da sexualidade, entre outros temas.

Os toques do shofar

Três sons característicos compõem os toques do shofar. O primeiro, Tekiyá, é um som contínuo, como um longo suspiro, e simboliza o amor do Eterno por Israel. Anuncia também a coroação de D'us como Rei do Universo.

Os sons entrecortados do shofar - Shevarim e Teruá - lembram suspiros e gemidos abafados que penetram no coração e servem para despertar a pessoa para o arrependimento e o retorno. Além de evocar e expressar sentimentos de profundo pesar pelas más ações que cometemos no passado, seus toques são como um tambor de guerra que confunde nosso inimigo interno e nos estimula a não desistir de nossa batalha espiritual. Há ainda um último som, a Tekiyá Guedolá, o grande toque, é bem longo. Este som não representa soluço, suspiro ou lamento, mas um grito de triunfo e alegria; pois estamos confiantes de que D'us tenha aceito o nosso arrependimento. A Tekiyá Guedolá lembra o grande dia, quando o Grande Shofar será tocado para reunir do exílio todo o povo de Israel, com a chegada do Mashiach.

Shabat na sinagoga de A Hebraica

Prédica: Jean Diamant Chazan: David Kullock Musicista: Beto Borger

Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz

CJנEW ם

Ano XV nº 667 17 de Agosto de 2013 11 de Elul de 5773

Shabat Ki Tetze

Page 2: CJ News 43 - Ree

Um exercício para a liberdade (Especialmente dedicada ao meu querido tio Sérgio Rosenberg, aniversariante da

semana) �א ְתַתֵעב ִמְצִרי ִּכי ֵגר ָהיִיָת ְבַאְרצֹו

“Não odiarás o egípcio, pois estrangeiro foste em sua terra.” (Devarim 23:08) Essa ordem, que provavelmente pareceu uma completa insanidade para os israelitas quando a escutaram pela primeira vez e que ainda parece para nós bastante estranha aparece na parashá desta semana, Ki Tetse, em meio a diversas outras mitzvot.

Essa lei é tão estranha porque parece muito louco que um povo como o nosso, que se define como povo a partir do momento em que deixou a escravidão, não possa sentir ódio por seus antigos opressores! Mais do que isso, se nosso próprio D’us Se apresentou para nós no Monte Sinai com as palavras “Eu sou o Eterno teu D’us, que te tirou da terra do Egito, da casa dos escravos”, como Ele pode exigir que nós não odiemos aqueles que, antes de nossa libertação, nos dominavam? Além de parecer um esforço fora do comum, parece ser incoerente!

Conforme escreve o R. Jonathan Sacks em uma possível resposta para essas perguntas, a proibição de odiarmos os egípcios é justamente o motivo pelo qual fomos tirados do Egito: para que nossa liberdade não fosse apenas uma mudança na nossa condição física, mas, principalmente, uma mudança na nossa perspectiva intelectual. De acordo com o R. Sacks, o grande desafio da liberdade não está em sair do Egito, mas sim em fazer o Egito sair de dentro de nós. E isso é feito por meio da remoção do nosso ódio em relação ao nosso passado escravo.

O caminho natural para alguém que sai de uma situação desagradável ou desfavorável é, uma vez em uma nova posição mais privilegiada, voltar os olhos para o passado com crítica e ódio, esquecendo dos aprendizados que teve com o que se foi e reduzindo todas as experiências a uma somatória de sofrimentos e desgraças.

Infelizmente, na história coletiva do nosso povo, desgraças não faltam e são dificilmente numeráveis; na vida da maioria dos indivíduos, também não faltam sofrimentos e adversidades. A grande questão, na verdade, é como encaramos esse nosso passado negativo.

Se “odiamos o egípcio”, isto é, se nossa análise do passado se limita ao ressentimento e à mágoa em relação às adversidades pelas quais passamos, apesar de já termos saído delas, dificilmente elas terão saído de dentro de nós e não teremos crescido nem aprendido nada a partir do que aconteceu.

Mas se, por outro lado, soubermos trocar nosso ódio em relação ao passado pela auto-crítica e pela busca por crescer, não teremos vivido o que vivemos em vão – nosso passado não será apenas uma coleção de tragédias e de histórias mortas, mas uma fonte eterna de aprendizados e bases para a superação.

Lembramos da amargura da escravidão comendo ervas amargas, não para sofrermos pelo que já foi, o que não adianta nada, e sim para recordar e aprender o que jamais deve se repetir. Se soubermos aprender com nossos próprios erros do passado, teremos nas mãos a melhor ferramenta para encarar e mudar o futuro!

David Rosenberg Krausz

Shabat shalom umevorach! Leshaná tová tikatevu!

Cultura Judaica News Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz

Ilustrações: Rubem Castro Cultura Judaica News (CJנEW ם( é de responsabilidade do Depto. de

Cultura Judaica de A Hebraica.

Horários Kabalat Shabat: 6ª f. 19h30

Schacharit: Sab 10 hs Mincha, Maariv e Havdalá: sab 17h30

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