Upload
trancong
View
248
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
Classe AvesMorfologia e
Anatomia
Prof. Marcio Frazão
Zoologia dos Vertebrados
2
Introdução Diápsidas Cerca de 9000 espécies maior classe de tetrápodes Ocorrem em todos os continentes, incluindo o litoral da
Antártida, e mesmo nas ilhas mais remotas. Grupo mais especializado dos vertebrados (mais que os
mamíferos)1. vôo;2. metabolismo alto (esforço muscular intenso)3. temperaturas corporais elevadas4. sistema respiratório único (não há mistura do ar que entra com o que sai dos pulmões)
O vôo apareceu cedo em sua história evolutiva, mesmo as espécies que perderam a capacidade de vôo ainda possuem muitas estruturas residuais e forte condicionamento morfológico/fisiológico
O vôo consome grande quantidade de energia Capacidade de vôo e endotermia propiciaram altíssima
mobilidade que refletiu na ampla distribuição das aves
3
Sinapomorfias Penas (presentes em alguns dinosauros) Apêndices peitorais em forma de asas (asas de pterosauros e
morcegos possuem estrutura diferente) Ossos pneumáticos (presentes em pterosauros e alguns
dinosauros) Fúrcula (osso da sorte) formada pela fusão das clavículas e
interclavícula. (ossos não fundidos em aves que não voam e presentes em dinosauros?)
Crânio diapsida modificado (avidiapsida): fenestras temporais unidas às órbitas
4
Características gerais Características derivadas (apomorfias)
compartilhadas com Mamíferos:– endotérmicos– vilosidades presentes no intestino
delgado
5
Plesiomorfias (características primitivas dos répteis):–escamas córneas retidas nos
pés–ovíparas. Somente um ovário e
um oviduto–glândulas cutâneas ausentes
(exceto uropigeana)
6
Características ausentes nas primeiras aves:– vértebras caudais fundidas
(pigóstilo)– mandíbulas formam um bico, sem
dentes Características perdidas em aves que
não voam:– Esterno grande e geralmente em
forma de quilha, para inserção dos músculos peitorais
7
Tegumento pele fina e móvel, flexível, frouxamente
presa à musculatura sem glândulas epidérmicas
(lubrificantes), somente glândula uropígeana (secreção oleosa impermeabiliza penas e evita bico quebradiço)
escamas nas partes distais da pernas (metatarso e dedos)
8
penas: – Originadas a partir das escamas dos
répteis. Não há estruturas intermediárias entre escamas e penas nas espécies atuais
– Evidências:penas são formadas, como as
escamas de répteis, nas papilas dérmicas
penas e escamas possuem betaqueratina
9
Nos pés de galinhas, o bloqueio da BMP (Bone Morphogenetic Protein) causa o desenvolvimento de escamas ao invés de penas
10
PenasEstruturas da pena: a pena se divide em:
– cálamo (base), – ráquis (eixo), e – vexilo (lâmina da
pena) Na lâmina da pena
encontramos:– barbas, – bárbulas e – hâmulos (ganchos de
fixação entre bárbulas, que as mantém unidas)
11
PenasTipos de penas: Penas de contorno
(bárbulas interligadas) revestimento externo e vôo. Existem subtipos:– Retrizes penas da
cauda função aerodinâmica
– Remiges penas da borda da asa função aerodinâmicaPrimárias
presas aos dedosSecundárias
presas ao braço
12
Plumas e semiplumas bárbulas não unidas entre si, cálamo e ráquis reduzidos, e bárbulas curtas, sem hâmulos. Função: isolamento térmico
13
PenasTipos de penas: Filoplumas minúsculas,
filiformes, com poucas barbas ocorrência localizada e esparsa sensoriais
Cerdas modificadas em pêlos, sem barbas, localizada,(Ex. bacurau) Função: sensorial, proteção e filtragem de poeira
Plumas pulverulentas barbas das extremidades se pulverizam formando pó fino que impermeabiliza outras penasFunção: impermeabilização. Ex.: garças, gaviões e papagaios
14Bacurau
Nyctidromus albicollis
15
Vista lateral
Pterilografia de LaniusPenasDistribuição das penas: Ptérilas regiões
determinadas onde crescem penas de contorno
As áreas ptérilas sofrem mudas em épocas distintas (seqüencialmente) para que a ave não fique totalmente sem penas
Aptérilas regiões sem penas de contorno, somente plumas e semiplumas
16
PenasColoração das penas: pigmentos (melanina ou xantofila)
reflexão da luz tons de amarelo, laranja, vermelho, marrom e preto
microestrutura – arranjo celular permite a passagem de determinados comprimentos de onda branco e azul
17
Cores físicas – refração da luz azul, verde, tons iridescentes. Beijaflores
Uma ou duas mudas anuais – perda e reposição periódica das penas. Coloração pode variar (inverno/verão; acasalamento)
18
Aves que não voam
Em diversas linhagens de aves ocorreu a perda da capacidade de vôo
Isto é comum em pequenas ilhas (ausência de grandes predadores)
Várias delas tornaramse grandes e algumas tornaramse predadoras
A maioria dos Paleognathae não voam
Penas simplificadas
19
Esqueleto Ossos pneumáticos (ôcos, com
câmaras de ar ligadas aos sacos aéreos – mais leves)– O esqueleto de uma fragata, com 2
m de envergadura, pesa apenas 115g, menos que o peso total de suas penas
20
Crânio diapsida modificado (avidiapsida): fenestras temporais unidas às órbitas
Maxilares ósseos, recobertos por bico córneo
Crânio articulado por apenas 1 côndilo occipital com a coluna vertebral
21
Esqueleto coluna vertebral:
Cerca de 16 vértebras cervicais
Vértebras toráxicas unidas e pouco móveis
Vértebras sacrais e caudais fundidas com cintura pélvica formando sinsacro
Vértebras caudais proximais livres e as caudais terminais formam o pigóstilo
22
asa: ossos modificados para inserção de penas
Ossos da mão fundidos
Pernas: tarso e metatarso com diferentes graus de fusão
23
Esqueleto Costelas apresentam processo uncinado Esterno achatado e largo, com quilha
mediana Clavículas unidas formando a fúrcula
(“ossodasorte”)
24
Cinese do crânio e maxilas de gaivota (Larus argentatus) visando a deglutição
Esqueleto
25
Comprimento relativo dos elementos proximal, mediano e distal dos ossos das asas de beijaflor (vôo batido no alto), fragata (no meio) e albatroz (vôo planado embaixo), desenhados do mesmo tamanho
Esqueleto
26
Rêmiges primárias– Inseridas na mão– Propulsão– Vôo batido
Rêmiges secundárias– Inseridas no
antebraço– Sustentação– Vôo planado
27
28
A fragata, espécie especializada tanto para vôo potente quanto para vôos planados– Três segmentos são iguais em comprimento
Os albatrozes, planadores de altitude, possuem as asas mais longas– Pode ter até 32 rêmiges secundárias
29Fragata Fregata minor
30
Albatroz Diomedea exulans
31
Patas
Pés de aves que caminham em superfícies movediças
neve areia
Vegetação flutuante
Pés de aves predadoras [(a) gavião; (b) corujãoorelhudo] comparados com (c) galinha do mesmo porte
A forma das patas revela muito sobre os hábitos das aves
32
Pés de aves corredoras: (a) avestruz, (b) ema, (c) serpentário e (d) roadrunner (“bipbip”)
33
Musculatura Os músculos são ricos em fibras
aeróbicas vermelhas (muita mioglobina, conversão de energia lenta) em aves que voam muito
Os músculos são ricos em fibras anaeróbicas glicolíticas esbranquiçadas (conversão de energia rápida) em aves que não voam bem, batendo as asas rápida e intermitentemente (galinhas)
34
MusculaturaMusculatura toráxica desenvolvida: Os músculos peitorais são responsáveis pelo movimento das asas para baixo Os músculos supracoracóideos são responsáveis pelo movimento para cima Estes dois pares de músculos juntos correspondem a de 25 a 35% da massa muscular
35
Musculatura
Os músculos supracoracóideos são responsáveis pelo movimento para cima, mesmo estando posicionados abaixo da asa. O tendão do músculo ligase à cabeça do úmero após passar pelo canal triósseo (úmero, escápula e coracóide)
36
Sistema Digestivo Alimentação variada e
energética (artrópodes, pequenos vertebrados, frutas, sementes, folhas etc...)
Aves atuais (Neornithes) não possuem dentes
Grupos extintos possuiam dentes tecodontes (Archaeornithes, Enantiornithes Odontornithes)
37
O aparelho digestivo é compacto e eficiente, reduzindo peso e ampliando espaço disponível para o alimento
Glândulas salivares presentes, apenas sublinguais
Língua geralmente pequena, pontiaguda, com revestimento córneo (picapaus possuem grande língua protrátil; beijaflores possuem sifão extensível)
38
A grande variedade de formas de bico reflete a variedade de dietas das aves
Sistema digestivo
39
Aparelho digestivo Papo presente nos
granívoros e onívoros (grande), carnívoros (pequeno) (armazenamento temporário de alimento) – amolecimento dos grãos, permitindo a ação da saliva ingerida com o alimento
Nos pombos, há glândulas produtoras de “leite” – controladas pela prolactina – o leite é regurgitado para os filhotes
40
Estômago dividido (químico – proventrículo e mecânico – e moela, onde há grãos de areia e pedras propositalmente ingeridos para triturar o alimento)
A moela é maior nos granívoros e onívoros, que nos carnívoros
Intestino delgado – enrolado com 1 ou 2 cecos, próximos ao intestino grosso, que é curto e termina em cloaca
41
Circulação Circulação dupla completa não há
mistura de sangue venoso e arterial Coração com 4 cavidades: 2
ventrículos e 2 aurículas Muitas aves são pequenas, coração
bate 400 500 vezes por minuto Hemácias não muito grandes, elípticas
e nucleadas
42
Respiração A traquéia, com
anéis cartilaginosos parcialmente ossificados, bifurcase em dois brônquios, separados pela siringe
A siringe, produz sons pela vibração de membranas produzida pela passagem de ar
43
Aves possuem dois pulmões pequenos, pouco flexíveis. Neles, os brônquios dividemse em parabrônquios e capilares aéreos
Dos parabrônquios saem 9 sacos aéreos que não realizam trocas gasosas, mas participam do processo respiratório. Conectamse às cavidades dos ossos longos(pneumáticos)
44
Aves possuem vários sacos aéreos que promovem um fluxo contínuo de ar (narinas > brônquios > sacos aéreos posteriores > pulmões > sacos aéreos anteriores > narinas)
Fluxo unidirecional através da superfície de trocas gasosas
Sacos aéreos – posteriores: 2 abdominais e 2 torácicos
posteriores– anteriores: 2 cervicais, 2 torácicos
anteriores e 1 interclavicular
Respiração
45
Sistema de contracorrente para trocas gasosas (capilares aéreos e capilares sangüíneos com fluxos em sentidos contrários)
A transferência do oxigênio do meio para o sangue é gradual e mais eficiente
46
Respiração sacos aéreos
47
Respiração a freqüência cardíaca (e o tamanho
relativo do coração) em aves é o dobro da freqüência cardíaca de mamíferos
o sistema respiratório mais eficiente permite que a relação freqüência cardíaca / freqüência respiratória em aves seja muito maior (7,5) que em mamíferos (2,9). Ou seja, aves respiram menos vezes
48
Aves conseguem respirar em grandes altitudes (ar rarefeito)
Função dos sacos aéreos:– respiratória– contribuem para a diminuição do
peso da ave – dissipação do calor corporal, uma
vez que possuem uma grande superfície de evaporação de água
– podem estar relacionados à flutuação
49
Excreção Um par de rins metanéfricos –
acomodamse no sinsacro – um par de uréteres ligamnos à cloaca
Retém água, excretam ácido úrico, junto com as fezes, numa mistura esbranquiçada (guano)
A água é reabsorvida nas alças de Henle dos rins e na cloaca
50
Sem bexiga urinária Aves marinhas costumam possuir
alças de Henle mais desenvolvidas e também glândulas excretoras de sal na cabeça
51
Sistema Reprodutor Fêmeas com ovário e oviduto direito
atrofiados (exceto em falconiformes), podem tornarse funcionais, em caso de perda da porção esquerda
Fecundação interna, na porção superior do oviduto
Ovíparos, desenvolvimento direto
52
Apenas patos, gansos e avestruzes machos possuem pênis (semelhantes ao dos crocodilianos)
ovos amnióticos– vitelo (gema) é adicionado ao sair
do ovário– albumina (clara) é adicionada por
glândulas na porção média– membrana da casca e casca
calcária acrescentadas pela glândula da casca ou “útero”
53
Reprodução Boa parte da atividade das aves é
focalizada na reprodução e cuidado com a prole (ninhos, cantos e plumagens coloridas)
A maioria das aves faz ninhos e choca seus ovos, muitas espécies perdem as penas na região do abdômen para facilitar a transferência de calor
54
Para evitar o grande investimento energético no cuidado parental, algumas aves (como os cucos) parasitam os ninhos de outras espécies, colocando seus ovos junto aos ovos alheios
Os ovos intrusos são chocados em menos tempo e o pequeno cuco elimina os outros ovos, diminuindo a competição pelo alimento ofertado pelos pais adotivos
55
Reprodução
filhotes nidícolas ou de desenvolvimento altricial (tardio), nascem de olhos fechados, sem penas, demandando alimentação e cuidado parental por mais tempo
filhotes nidífugos ou de desenvolvimento precoce, pouco dependentes, nascem de olhos abertos, com penas e capazes de se locomoverem e seguir os pais
56
Órgãos sensoriais Visão:
– Aves são visualmente orientadas, enxergam mais que os mamíferos
– Visão em cores (cones e bastonetes em grande densidade), olhos grandes (até 15% peso da cabeça, contra 1% em humanos)
– Membrana nictitante – terceira pálpebra limpante e umedecedora
57
– Gotículas de óleo coloridas nos cones (fotorreceptores) agem como filtros melhorando ainda mais a visão para determinadas funções: Aves que precisam enxergar através da
água, a partir do céu possuem gotículas vermelhas, aves que precisam enxergar insetos voando, possuem gotículas amarelas
– algumas aves (pombos) enxergam luz UV
58
– Visão binocular (estereoscópica) encontrada em predadores
– Aves noturnas têm: olhos grandes, lente mais próxima da retina, que possui menor área e forma imagem mais nítida, razão cone/bastonete baixa, tapetum lucidum (estrutura interna do olho rica em guanina, que reflete e concentra a luz)
59
Órgãos sensoriais Visão:
– Olhos achatados presentes na maioria das aves (olhos grandes num crânio pequeno), grande campo de visão, grande capacidade de adaptar a visão (perto/longe)
– Olhos tubulares encontrado em aves com grande acuidade visual (têm com maior distância entre cristalino e retina)
60
– Pécten ou pente corpo vascularizado na parte posterior do olho penentrando no humor vítreo, originado da retina. Função incerta: redução da claridade, refletir objetos acima da ave, efeito estroboscópico, ponto de referência
Diferentes tipos de olhos de aves:
(b) achatado, maioria das aves
(c) Globular, falcões(d) Tubular, corujas e
águiasObservar o pécten ou
pente
61
Órgãos sensoriais Audição:
– A audição também é bastante desenvolvida em muitas aves, haja vista a importância dos cantos no comportamento da maior parte dos membros da classe
– Ouvido externo canal auditivo sem orelha
– Ouvido médio com um só ossículo (columela)
Crânio assimétrico de coruja com audição extremamente apurada. A assimetria favorece a localização da fonte sonora.
62
– Ouvido interno (cóclea com desenvolvimento intermediário entre répteis e mamíferos)
– Corujas são as aves mais sensíveis auditivamente Algumas espécies possuem assimetria do
crânio ligada a direcionamento auditivo em eixos distintos.
– Algumas aves percebem infrasons (freqüência muito baixa, sons produzidos por tempestades distantes, por exemplo)
63
Órgãos sensoriais Gustação: botões gustativos na
cavidade bucal e faringe Olfato: Aves têm olfato pouco
desenvolvido (exceto kiwi e urubucaçador), pois passam a maior parte do tempo longe do solo
Tato: Bacurau e kiwi barbas ao redor da bico
Outros sentidos: percepção barométrica, e magnética
64
Classe Aves Sistemática e
Evolução
65
Sistemática Subclasse Saurirae
– Infraclasse Archaeornithes primeiras aves (Archaeopteryx e Confuciornis) 2 ordens extintas várias características reptilianas, maxilas com dentes
– Infraclasse Enantiornithes aves dominantes no Mesozóico 7 ordens extintas maxilas com dentes
66
Subclasse Ornithurae– Infraclasse Odontornithes aves
marinhas sem asas (Hesperornis) 1 ordem extinta possuiam dentes
– Infraclasse Neornithes aves modernasSuperordem Paleognathae aves com
palato primitivo, a maioria não voa (kiwi, ema, inhambu) 5 ordens atuais
Superordem Neognathae aves com palato moderno, 99% das aves atuais 27 ordens atuais
67
Sistemática
Archaeornithes
Enantior
nithes
Odontornithes
Paleognathae
Neognathae
68
Infraclasse Archaeornithes ()
Archaeopteryx lithographica
69
Infraclasse Odontornithes ()
Aves marinhas com dentes e sem asas: Hesperornis,
70
Infraclasse NeornithesSuperordem Paleognathae
Ordem Rheiformes
Ordem Struthioniformes Ordem Tinamiformes Ordem Casuariiformes
Ordem Apterygiformes Ordem Aepyornithiformes () Ordem Dinornithiformes ()
71
Filogenia dos Neognathae
72
Tipos de deslocamento aéreo
1) Paraquedismo (“parachuting”) não existem estruturas especializadas para o deslocamento para frente. Ocorre apenas a redução da velocidade da queda
73
2) Planagem (“gliding”) existem estruturas especializadas (aerofólios ou membranas) para o deslocamento para frente. A energia do vôo é obtida pela gravidade. O animal não consegue ganhar altitude. Há grau limitado de controle da direção e da descida
Tipos de deslocamento aéreo
74
O vôo verdadeiro implica em capacidade de decolar com o uso da própria energia do animal. Permite alta capacidade de controle de direção
Tipos de deslocamento aéreo
75
3) vôo batido (“flight”) – mais complexo e com maior consumo de energia. As asas são movidas para cima e para baixo, com mudanças de inclinação que alteram os vetores de força resultantes e impulsionam e direcionam a ave. A cauda ajuda na sustentação e equilíbrio do vôo. A maioria das aves voa desta forma.
76
Desenhos a partir de fotografias em alta velocidade, mostrando torção e abertura das primárias durante vôo batido
77
4) vôo planado (“soaring”) – tratase de vôo lento e econônico, em que asas grandes permanecem paradas, apenas dando sustentação ao movimento
Tipos de deslocamento aéreo
78
A altitude aumenta por meio de manobras circulares em correntes ascendentes de ar quente (ascensão estática – urubus e gaviões, asas largas) ou devido a diferenças na velocidade do ar com o aumento da altitude (ascensão dinâmica – gaivotas e fragatas, asas longas e estreitas, grande manobrabilidade)
79
5) vôo pairado ou cernido (“hovering”) – custo altíssimo. Beijaflores conseguem pairar no ar, invertendo o movimento das asas (“voando para trás”) em frente às flores das quais se alimentam, mantendo seu corpo praticamente na vertical. Algumas aves (gaviões, martimpescador) realizam movimento semelhante (“peneirar”) a uma altura considerável enquanto localizam sua prováveis presas, que buscarão capturar em mergulhos rápidos
Tipos de deslocamento aéreo
80
Coeficiente de proporcionalidade (“aspect ratio”)
Carga da asa (“wing loading”)
Vôo e características da asa
81
Tipos de asas A) asas de planeio dinâmico –alto coeficiente
de proporcionalidade (longas e estreitas). Ex:aves marinhas (albatrozes e atobás)
B) asas elípticas – arqueadas, características de aves de floresta, que precisam realizar manobras bruscas para desviar de obstáculos. Maior manobrabilidade e vôo lento. Ex. faisão
82
C) asas de alta velocidade – ponta afilada, perfil achatado, aves que se alimentam no ar, migram ou precisam suportar grande carga nas asas, como mergulhos velozes. Maior manobrabilidade e vôo rápido. Ex: andorinhas
D) asas de planeio estático – coeficiente de proporcionalidade intermediário, arqueada, com fendas. Ex. urubus, águias, cegonhas
83
História evolutiva Origem: répteis diapsidas (infraclasse
Archosauria). O grupo específico de arcosauros que deu origem às aves é motivo de acalorado debate:– Maniraptores Dinossauros saurísquios,
terópodes (bípedes carnívoros pequenos), pescoço em S, escamas epidérmicas, fúrcula. Esta é a hipótese aceita pela maioria dos “dinosaurólogos”, particularmente aqueles ligados à escola cladista. Eram formas cursoriais
84
– Arcosauros basais Primeiros arcosauros. Incluiam formas cursoriais e arborícolas. Esta é a hipótese aceita pela maioria dos “ornitólogos”, particularmente aqueles ligados à sistemática tradicional
Surgiram no Jurássico superior Archaeopteryx (Alemanha) e Confuciornis (China)
No Cretáceo, as aves Enantiornithes sofreram uma primeira irradiação (diversificação), aprimorando a capacidade de vôo
85
Extinção da maioria dos grupos no final do Cretáceo
no Cenozóico, nova irradiação evolutiva deu origem à maioria das ordens e famílias modernas (Paleognathae e Neognathae)
os passeriformes surgiram no Mioceno (clima seco, muitas savanas)
86
História evolutiva
87
Primeiras aves Archaeopteryx lithographica
88
Reconstrução artística
Ave mais antiga conhecida. Apenas 6 indivíduos conhecidos (3 completos, 2 incompletos e 1 pena)
Primeiras aves Archaeopteryx lithographica
89
A – dinossauro
B – Archaeopteryx
C – ave moderna
90
Primeiras aves Archaeopteryx lithographica
Comparação de características de dinossauros, Archaeopteryx e aves modernas:
Dinossauros Archaeopteryx Aves modernas
membros braços asas asasanteriores
cauda longa longa curta com vértebrasfundidas
extremidade mão com garras mão com garras carpo e do membro metacarpo
fundidos
pélvis não fundida não fundida sem sinsacro fundida sinsacro
dentes presentes presentesausentes
fúrcula ausente presente presente
esterno ósseo ausente ausente presente
91
Origem do vôo Atualmente há um intenso e ácido debate a
respeito da evolução do vôo:– Hipótese arbórea (“Treedown”): o
ancestral era um animal arborícola que planava de uma árvore para outra, como alguns grupos de animais fazem hoje em dia. Defensores: “ornitólogos” da escola
sistemática tradicional. Ancestrais das aves: arcosauros basais
92
– Hipótese terrestre (“ground up”): mais aceita. O precursor seria um bípede especializado carnívoro/insetívoro, cujas asas serviriam para a captura de presas e para estabilizar a locomoção rápida Defensores: “dinosaurólogos” da escola
cladista Ancestrais das aves: dinosauros
maniraptores
93
Origem do vôo Hipótese terrestre (groundup)
Ancestrais das aves: maniraptores (dinosauros terópodes)
Estágios intermediários: dinosauros cursoriais com penas
Pontos a favor Pontos contraSequência hipotética de formas de transição entre os dinossauros e as aves modernas, segundo a hipótese terrestre
94
(a) As aves ancestrais eram predadores bípedes corredores que capturavam insetos com os membros anteriores com escamas
(b) O aumento dessas escamas (transformadas em penas) nas mãos e cauda teria melhorado a estabilidade e capacidade de captura de insetos
95
Origem do vôo Hipótese arbórea
(treedown) Ancestrais das aves:
arcosauros basais. Estágios
intermediários: répteis com penas planadores
Pontos a favor Pontos contra
96
A planagem é um modo de
locomoção de baixo custo
97
Hipótese arbórea (treedown)•Prováveis estágios intermediários (hipotéticos) na evolução do vôo
98
Proavis ancestral arbóreo
hipotético das aves segundo a hipótese arbórea
99
Aves que caminham no chão (“cursoriais”) e aves que empoleiram em árvores (“arborícolas”) possuem garras com formas diferentes.
Como vivia o Archaeopteryx?
Ave cursorial Ave que se empoleira
100
A forma das garras curvas do Archeopteryx sugere que a primeira ave era “arborícola”
Como vivia o Archaeopteryx?
101
O Archaeopteryx voava ou planava? Penas da asa com forma assimétrica indicam uma função aerodinâmica. Esterno sem quilha sugere que a musculatura de vôo era pouco desenvolvida
Como vivia o Archaeopteryx?
102
✴Posição do Archaeopteryx em um cladograma ✴Análises cladísticas sugerem que as aves divergiram a partir de dinossauros maniraptores
Origem do vôo Fatos
103
Origem do vôo Fatos✴ Contando os dedos das mãos...
✴Os dedos das mãos de dinosauros maniraptores (123) não são homólogos aos dedos das mãos de aves modernas (234)?
104
Outra hipótese... Alguns dinosauros eram aves? Hipótese da perda da capacidade de vôo (Paul)
105
Ancestrais das aves? Protoavis do Triássico superior do Texas possuia
membros longos e esterno com quilha (mais avançado que o Archaeopteryx e 75 milhões de anos mais antigo!). Fóssil muito fragmentado
106
Ancestrais das aves? Microraptor gui
dinossauro (grupo dos maniraptores) arborícola e planador do Cretáceo inferior da China. (mais recente e menos avançado que o Archaeopteryx)