Classificação Medica de Drogas

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CLASSIFICAÇÃO MEDICA DE DROGAS.doc

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http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.phphttp://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/web/noticia/ler_noticia.php?id_noticia=107947Existe uma classificao de interesse didtico que se baseia nas aes aparentes das drogas sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), conforme as modificaes observveis na atividade mental ou no comportamento da pessoa que utiliza a substncia. So elas: DrogasDepressoras, Estimulantes e Perturbadorasda Atividade Mental.

DROGAS DEPRESSORAS DA ATIVIDADE MENTALincluem uma grande variedade de substncias, que diferem muito em suas propriedades fsicas e qumicas, mas que apresentam a caracterstica comum de causar uma diminuio da atividade global ou de certos sistemas especficos do SNC. Como consequncia dessa ao, h uma tendncia de ocorrer uma diminuio da atividade motora, da reatividade dor e da ansiedade, e comum um efeito de melhoria do bem estar em geral.

ALCOOL:O lcool etlico um produto da fermentao de carboidratos (acares) presentes em vegetais, como a cana-de-acar, a uva e a cevada. Suas propriedades so conhecidas desde tempos pr-histricos e praticamente, todas as culturas tm ou tiveram alguma experincia com sua utilizao. de longe a droga psicotrpica de maior uso e abuso sendo amplamente disseminada em um grande nmero de pases na atualidade.

BARBITRICOS:Pertencem ao grupo de substncias sintetizadas artificialmente desde o comeo do sculo XX, que possuem diversas propriedades em comum com o lcool e com outros tranquilizantes (benzodiazepnicos). Seu uso inicial foi dirigido ao tratamento da insnia, porm a dose para causar os efeitos teraputicos desejveis no est muito distante da dose txica ou letal.

BENZODIAZEPNICOS:Esse grupo de substncias comeou a ser usado na Medicina durante os anos 60 e possui similaridades importantes com os barbitricos, em termos de aes farmacolgicas, com a vantagem de oferecer uma maior margem de segurana, ou seja, a dose txica, aquela que produz efeitos prejudiciais sade, muitas vezes maior que a dose teraputica, ou seja, a dose prescrita no tratamento mdico. Atuam potencializando as aes do GABA (cido gama-amino-butrico), o principal neurotransmissor inibitrio do SNC o que leva a diminuio da ansiedade; induo do sono; relaxamento muscular; reduo do estado de alerta.

OPIIDES:Grupo que inclui drogas naturais, derivadas da papoula do oriente (Papaver somniferum), sintticas e semi-sintticas, obtidas a partir de modificaes qumicas em substncias naturais. As drogas mais conhecidas desse grupo so a morfina, a herona e a codena, alm de diversas substncias totalmente sintetizadas em laboratrio, como a metadona e meperidina.

SOLVENTES E INALANTES:Esse grupo de substncias, entre os depressores, no possui nenhuma utilizao clnica, com exceo do ter etlico e do clorofrmio, que j foram largamente empregados como anestsicos gerais. Solventes podem tanto ser inalados involuntariamente por trabalhadores quanto ser utilizados como drogas de abuso, por exemplo, a cola de sapateiro. Outros exemplos so o tolueno, o xilol, o n-hexano, o acetato de etila, o tricloroetileno, alm dos j citados ter e clorofrmio, cuja mistura chamada, frequentemente, de lana-perfume, cheirinho ou lol.

DROGAS ESTIMULANTES DA ATIVIDADE MENTAL:So includas nesse grupo as drogas capazes de aumentar a atividade de determinados sistemas neuronais, o que traz como consequncias um estado de alerta exagerado, insnia e acelerao dos processos psquicos.

ANFETAMINAS:So estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC) e muito utilizada por pessoas que desejam fazer regimes para emagrecer ou pessoas que querem ficar acordadas e ligadas por mais tempo no respeitando os limites fisiolgicos. So substncias sintticas, ou seja, produzidas em laboratrio. Existem vrias substncias sintticas que pertencem ao grupo das anfetaminas. So drogas anfetamnicas: o fenproporex, o metilfenidato, o manzidol, a metanfetamina e a dietilpropiona. Atuam aumentando a liberao e prolongando o tempo de atuao de neurotransmissores utilizados pelo crebro, como a dopamina e a noradrenalina o que permite uma maior viglia e estimulao.

COCANA: uma substncia extrada de uma planta originria da Amrica do Sul, popularmente conhecida como coca (Erythroxylon coca). A cocana pode ser consumida na forma de p (cloridrato de cocana), aspirado ou dissolvido em gua e injetado na corrente sangunea, ou sob a forma de uma pedra, que fumada, o crack. Existe ainda a pasta de coca, um produto menos purificado, que tambm pode ser fumado, conhecido como merla. A cocana um potente estimulador do Sistema Nervoso Central (SNC)

DROGAS PERTUBADORAS DA ATIVIDADE MENTAL:Nesse grupo de drogas, classificam-se diversas substncias cujo efeito principal provocar alteraes no funcionamento cerebral, que resultam em vrios fenmenos psquicos anormais, entre os quais destacamos os delrios e as alucinaes. Por esse motivo, essas drogas receberam a denominao de alucingenos. Em linhas gerais, podemos definir alucinao como uma percepo sem objeto, ou seja, a pessoa v, ouve ou sente algo que realmente no existe. Delrio, por sua vez, pode ser definido como um falso juzo da realidade, ou seja, o indivduo passa a atribuir significados anormais aos eventos que ocorrem sua volta. H uma realidade, um fator qualquer, mas a pessoa delirante no capaz de fazer avaliaes corretas a seu respeito. Por exemplo, no caso do delrio persecutrio, nota em toda parte indcios claros embora irreais de uma perseguio contra a sua pessoa. Esse tipo de fenmeno ocorre de modo espontneo em certas doenas mentais, denominadas psicoses, razo pela qual essas drogas tambm so chamadas psicotomimticos.

MACONHA:H na Cannabis sativa (= p de maconha) muitas substncias denominadas de canabinides. Desse vegetal as folhas e inflorescncias secas podem ser fumadas ou ingeridas. H tambm o haxixe, pasta semi-slida obtida por meio de grande presso nas inflorescncias, preparao com maiores concentraes de THC (tetrahidrocanabinol), uma das diversas substncias produzidas pela planta, principal responsvel pelos seus efeitos psquicos. H uma grande variao na quantidade de THC produzida pela planta conforme as condies de solo, clima e tempo decorrido entre a colheita e o uso, bem como na sensibilidade das pessoas sua ao, o que explica a capacidade de a maconha produzir efeitos mais ou menos intensos.

ALUCINGENOS:Designao dada a diversas drogas que possuem a propriedade de provocar uma srie de distores do funcionamento normal do crebro, que trazem como consequncia uma variada gama de alteraes psquicas, entre as quais alucinaes e delrios, sem que haja uma estimulao ou depresso da atividade cerebral. Fazem parte deste grupo a dietilamida do cido lisrgico (LSD) e o Ecstasy. H tambm diversas plantas com propriedades alucingenas como, por exemplo, alguns cogumelos (Psylocibe mexicana, que produz a psilocibina), a jurema (Mimosa hostilis) e outras plantas eventualmente utilizadas na forma de chs e beberagens alucingenas.

DIETILAMADA DO CIDO LISERGICO:LSD Substncia alucingena sintetizada artificialmente e uma das mais potentes com ao psicotrpica que se conhece. As doses de 20 a 50 milionsimos de grama produzem efeitos com durao de 4 a 12 horas. Seus efeitos dependem muito da sensibilidade da pessoa s aes da droga, de seu estado de esprito no momento da utilizao e tambm, do ambiente em que se d a experincia.

ECSTASY(3,4-metileno-dioxi-metanfetamina ou MDMA) uma substncia alucingena que guarda relao qumica com as anfetaminas e apresenta, tambm, propriedades estimulantes. Seu uso est associado a certos grupos, como os jovens freqentadores de danceterias ou boates. H relatos de casos de morte por hipertermia maligna, em que a participao da droga no completamente esclarecida. Possivelmente, a droga estimula a hiperatividade e aumenta a sensao de sede ou, talvez, induza um quadro txico especfico.

ANTICOLINRGICOS:So substncias provenientes de plantas ou sintetizadas em laboratrio que tm a capacidade de bloquear as aes da acetilcolina, um neurotransmissor encontrado no SNC e no Sistema Nervoso Perifrico (SNP). Produzem efeitos sobre o psiquismo quando utilizadas em doses relativamente grandes e tambm provocam alteraes de funcionamento em diversos sistemas biolgicos, portanto, so drogas pouco especficas.

OUTRAS DROGAS:Voc j tem uma idia de que as drogas podem ter vrios tipos de classificao, entretanto, h drogas cujos efeitos psicoativos no possibilitam sua classificao numa nica categoria (depressoras, estimulantes ou perturbadoras da atividade mental).

Todas as drogas descritas a seguir so lcitas, ou seja, so comercializadas de forma legal.

Tabaco:Um dos maiores problemas de sade pblica em diversos pases do mundo, o cigarro uma das mais importantes causas potencialmente evitveis de doenas e morte. Efeitos: doenas cardiovasculares (infarto, AVC e morte sbita); doenas respiratrias (enfisema, asma, bronquite crnica, doena pulmonar obstrutiva crnica); diversas formas de cncer (pulmo, boca, faringe, laringe, esfago, estmago, pncreas, rim, bexiga e tero). Seus efeitos sobre as funes reprodutivas incluem reduo da fertilidade, prejuzo do desenvolvimento fetal, aumento de riscos para gravidez ectpica e abortamento espontneo.

A nicotina a substncia presente no tabaco que provoca a dependncia.

Embora esteja implicada nas doenas cardiocirculatrias, no parece ser esta a substncia cancergena.

As aes psquicas da nicotina so complexas, com uma mistura de efeitos estimulantes e depressores. Mencionam-se o aumento da concentrao e da ateno e a reduo do apetite e da ansiedade.

A nicotina induz tolerncia e se associa a uma sndrome de abstinncia com alteraes do sono, irritabilidade, diminuio da concentrao e ansiedade.

Gravidez extra-uterina, fora do tero. Fumantes passivos existem evidncias de que os no-fumantes expostos fumaa de cigarro do ambiente (fumantes passivos) tm um risco maior de desenvolver as mesmas patologias que afetam os fumantes.

Cafena estimulante do SNC menos potente que a cocana e as anfetaminas. O seu potencial de induzir dependncia vem sendo bastante discutido nos ltimos anos. Surgiu at o termo cafeinsmo para designar uma sndrome clnica associada ao consumo importante (agudo ou crnico) de cafena, caracterizada por ansiedade, alteraes psicomotoras, distrbios

do sono e alteraes do humor.

Esterides anabolizantes:Embora sejam descritos efeitos euforizantes por alguns usurios dessas substncias, essa no , geralmente, a principal razo de sua utilizao. Muitos indivduos que consomem essas drogas so fisioculturistas, atletas de diversas modalidades ou indivduos que procuram aumentar sua massa muscular. Podem desenvolver um padro de consumo que se assemelha ao de dependncia.

Efeitos adversos diversas doenas cardiovasculares; alteraes no fgado, inclusive cncer; alteraes musculoesquelticas indesejveis (ruptura de tendes, interrupo precoce do crescimento).

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www.aed.one2one.com.brlcool e Drogas Sem Distoro. , do Ncleo de Estudos do lcool & Outras Drogas

NEAD do Hospital Albert Einstein

http://www.brasilescola.com/drogas)

Jorge Luiz Barbosa da Silva professor de Qumica do Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina, professor do Cursinho Pr- Vestibular S Exatas, de Florianpolis (SC), professor de ps-graduao da Faculdade Luterana de Teologia (FLT SC), farmacutico, bioqumico, Presidente do Conselho Municipal sobre Drogas COMEN (Florianpolis) e Membro do Frum Parlamentar sobre Drogas da Cmara Municipal de Florianpolis (SC).