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Claudia Matarazzo
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frescurafrescurafrescurafrescura
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Matarazzo, Claudia
Etiqueta sem frescura / Claudia Matarazzo ;
organizao e redao Edilson Cazeloto.
So Paulo : Companhia Melhoramentos, 1995.
ISBN 85-06-02048-4
1.Etiqueta I. Cazeloto, Edilson. II. Ttulo.
94-4648 CDD-395
ndices para catlogo sistemtico:
1. Boas maneiras : Costumes 395
2. Etiqueta : Costumes 395
Criao de capa e ilustraes: Fbio Piscioto
Fotografia da capa: Fernando Arellano
Diagramao: Srgio Dassie Genciauskas
Organizao e redao: Edilson Cazeloto
1995 Claudia Matarazzo
1995 Cia Melhoramentos de So Paulo
Ano: 2000 99 98 97 96 95
Edio: 10 9 8 7
ISBN: 85-06-02048-4
Impresso no Brasil
Orelha do Livro
Quem j no se viu apavorado ao enfrentar uma situao
desconhecida social ou profissional naquelas horas em que a gente s
pode contar com a nossa prpria desenvoltura e capacidade de
improvisar? Mas, como encontrar desenvoltura num momento de
deciso? Como improvisar num momento solene? E, principalmente,
como transitar pela vida com elegncia, sem atropelar nossos
sentimentos e, ainda assim, expressando bem nossos objetivos?
Acredite: o conhecimento bsico de etiqueta j meio caminho
andado.
Na verdade, etiqueta no um conjunto de regras sem sentido
que existem para complicar a nossa vida. A maioria dos seus preceitos
est fundamentada em costumes testados e aprovados atravs de
sculos, sempre baseados no bom senso.
A etiqueta um cdigo de relacionamento, e, como tal, o seu
conhecimento (e uso) s pode melhorar o nosso dia-a-dia.
Porque etiqueta, no fundo, isto: gestos de bom senso,
sinceridade e carinho agrupados de forma a facilitar e embelezar a
nossa vida. Pode apostar.
Organizao e redao:
Edilson Cazeloto
SUMRIO
INTRODUO
QUEM PRECISA DE ETIQUETA?
CAPTULO 1
POSTURA E ELEGNCIA
Postura corporal
Afabilidade e cortesia
Visual
CAPTULO 2
QUANDO VOC NO EST EM CASA
Na rua
Cinemas, teatros e concertos
Escadas e elevadores
Trnsito
nibus, metr e txi
Cabeleireiro
Compras
Restaurantes
CAPTUL0 3
COMUNICAO
Apresentaes
Cumprimentos
Conversao
Correspondncia
Cartes de visita
Convites impressos
CAPTULO 4
FESTAS E RECEPES
Convite irresistvel
Tipos de recepo
A mesa
Festas
Natal
Ch de cozinha
Casamento
Igreja
Batismo, comunho e bodas
CAPTULO 5
VELRIOS, FUNERAIS E MISSA DE STIMO DIA
CAPTULO 6
VIAGENS
Bagagens
Avio
nibus e trens
Hotis e navios
Encomendas
CAPTULO 7
HSPEDES
Como receber
Deveres do anfitrio
Deveres do hspede
CAPTULO 8
AMIZADES E RELACIONAMENTOS
Amigos
Namoro
Etiqueta sexual (vale tudo, mas...)
Quando o amor vira "ex"
CAPTUL0 9
CRIANAS
Educao x div
Crianas mesa
Festinhas
CAPTULO 10
APARELHOS ELETRNICOS
Telefone
Secretria eletrnica
Pager
Celular
Fax
Televiso
CAPTULO 11
NO TRABALHO
Novo emprego
Quando voc o chefe
Carto profissional
CAPTULO 12
EMPREGADA DOMSTICA
GLOSSRIO
QUEM PRECISA DE ETIQUETA ?
H dez anos fazendo televiso, natural que, at por obrigao
profissional, eu tenha ficado mais atenta ao que as pessoas definem
como "imagem pessoal".
No entanto, sempre me surpreendo quando recebo cartas ou
elogios dos telespectadores comentando a minha espontaneidade e o
que eles chamam de "elegncia natural". A espontaneidade se explica:
sou completamente apaixonada pelo que fao, e provavelmente essa
paixo facilite a comunicao.
Assim, incentivada pelo carinho do pblico e pela insistncia de
alguns amigos, resolvi escrever este livro.
Mas, pensando bem, como ser que cheguei a entender dessas
coisas? No foi to simples, veja s: minha me, descendente de
libaneses, a personificao da naturalidade no h nada que ela
pense que no diga na lata. explosiva, impulsiva, esportiva e
estranhamente dotada de um bom senso esmagador.
Meu pai, o oposto total, muito calado, s fala a coisa certa e
tem um senso de humor diferente, com sutilezas que escapam aos
interlocutores menos atentos.
Se a vida fosse uma alquimia perfeita, ao nascer, eu j estaria
equipada com todas as qualidades para atravess-la sem o menor
percalo ou dilema.
Mas claro que no assim. Eu nasci questionando
absolutamente tudo e cresci sem entender os contrastes que me
cercavam e que extrapolavam os limites da minha casa, num pas
instvel e exuberante como o nosso.
Para completar, estudei em uma escola britnica onde a maior
parte dos alunos era uma grande mistura de raas; japoneses, indianos,
noruegueses, armnios, chineses e outras nacionalidades conviviam ali
e, de uma forma ou de outra, acabavam se entendendo.
Acho que nesta fase da infncia comecei a desenvolver as
primeiras noes de etiqueta. Era uma questo de sobrevivncia: ou
aprendia a lngua, os costumes e os cdigos de cada grupo (e eles os
meus), ou seria excluda sumariamente.
Transgredindo uma srie de regras, conheo bem aquela
sensao de "nada me obriga a seguir este modelo, posso muito bem ir
pela minha cabea".
Claro que se pode. Mas, no que diz respeito etiqueta, as regras
existem para facilitar nossa vida e no para complicar. So formas de
comportamento testadas e modificadas atravs dos sculos para que o
entendimento entre as pessoas possa fluir com mais naturalidade.
Seguindo algumas diretrizes bsicas, a chance de Vivermos melhor
muito maior do que se inventarmos novos cdigos de comportamento
que s faro comprometer o equilbrio de nossas relaes. Para qu?
Neste livro procuro filtrar as experincias e atitudes dos muitos
grupos que, pela minha profisso, tenho tido oportunidade de observar.
Confesso que nem sempre foi fcil conciliar o que via e vivia com
o modo como eu havia sido ensinada a ser. Nessas horas, algumas
noes dessa etiqueta que nunca deixamos de assimilar pela vida so
muito teis. s vezes mais, s vezes menos.
Como no episdio do prncipe:
Logo que comecei na televiso, surgiu uma reportagem sobre os
quadros raros, verdadeiros tesouros, na casa de um dos prncipes de
Bourbon, que morava em So Paulo.
L fui eu com minha equipe para gravar os quadros e o
depoimento do prncipe em seu belssimo apartamento. Assim que
chegamos, muito compenetrada, apresento minha equipe a ele:
"Prncipe de Bourbon, estes so Capeta, Canalha e Febem".
Assim que pronunciei a frase, percebi o absurdo da situao,
agravada pelo olhar perplexo do prncipe. E pior: eu no tinha a menor
idia dos nomes de batismo dos meus colegas. Fui salva pelo senso de
humor do prncipe, que, refeito da surpresa, comentou: "Puxa, mas com
esta equipe voc est realmente bem protegida!" Pois .
Num pas jovem, sem tradies milenares, como o Brasil, e em
dias como os de hoje, em que a comunicao transforma rapidamente
os conceitos, no se pode esperar um rigor britnico no que diz respeito
etiqueta e ao comportamento.
Mas, se por um lado a vida ficou mais fcil, preciso tomar
muito cuidado mesmo para no nos transformarmos em pessoas
medocres, padronizadas por conceitos de praticidade que muitas vezes
destroem completamente pequenas belezas do nosso cotidiano.
Meu tio Ciccillo Matarazzo era obcecado pela beleza. Essa busca,
que durou enquanto ele viveu, levou-o a espalhar arte por toda a cidade
de So Paulo.
Penso que devemos tentar fazer o mesmo com o nosso dia-a-dia.
Vivendo com harmonia o presente, certamente vamos espalhar conforto
e bem-estar ao nosso redor.
Espero que essas noes de etiqueta ajudem a melhorar a sua
vida. Afinal de contas, a gente merece, no ?
Um grande beijo!
Claudia Matarazzo
CCAAPPTTUULLOO 11
PPOOSSTTUURRAA EE EELLEEGGNNCCIIAA
POSTURA CORPORAL
Costas retas
Viver bem comea por sentir-se bem. E a postura fundamental.
Que tal costas retas, queixo erguido e aquele ar de quem est sempre de
bem com a vida? No melhor aproveitar a paisagem ao redor do que
ficar contando as pedras do caminho? Mas cuidado! No v exagerar.
Deixe as costas confortavelmente retas, que a elegncia e a fluidez no
andar vo surgir naturalmente.
Em p: o que eu fao com essas mos?
Algumas pessoas nunca sabem o que fazer com as mos. Em
geral, so pessoas tmidas, que se sentem inseguras e usam a
gesticulao como forma de esconder essa insegurana. Mas,
perfeitamente possvel treinar e aprender a usar os gestos com