Claudio Batalha

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  • VI sao de que a consciencia de c1asse acabe por se sobrepor aos empccilhos existentes ao seu desenvolvimento. Entretanto, quando confrontado com 0 paradigma da c1asse openiria t{pica - ou seja, industrial, conscicntc e organizada - dos paises da Europa ocidental, 0 proletariado brasileiro parece engatinhar aos olhos de seus organizadores.

    o P ARADIGMA EUROPEU

    Ao ressaltar os elementos "ambientais" e a sociol6gica do proietariado no Brasil como fatores explicativos para a sua "apatia" e 0 discurso da militancia openiria supoe a inexistencia desses fatores no verdadeiro operariado europeu. Este ultimo a

  • Mas, 0 embarayo nao para por af. A propalada homogeneidade etnica e idiomatica do proletariado nos paises europe us, como fatar explicativo para seu espfrito de solidariedade e propensao para a organizayao, tambem pode ser situada na categoria dos mitos. No caso frances, desde 0 infcio do seculo XIX relatos de reay6es do operariado local contra os trabalhadores estrangeiros, vistas nao s6 como concor-rentes no mercado de trabalho, mas tambem como ameaya por serem part adores de uma cultura distinta. Essas reay6es - muitas vezes violentas - voltam-se, num primeiro momento, contra os ingleses, os migrantes de origem alema e, ate, os pr6prios franceses, vindos das regi6es mais perifericas, como os auvernianos ou os saboianos; mais tarde, sera a vez dos italianos, dos poloneses, dos belgas; e, de certo modo, as reay6es aos trabalhadores alienfgenas perdu ram ate hoje atraves da discriminayao aos origimirios do Maghreb ou da Africa Negra. ls

    Por outro lado, se a imprensa operciria ressalta a divisao entre os imigrantes italianos no Brasil, - como vemos na seguinte frase:

    "A Italia e. unificada, livre e independente; mas eu sou piemontes, voce toscano, v6s sois sicilianos, calabreses, venetos, lombardos e nao nos entendemos entre n6s.',16

    Nao parece provavel que os militantes, que esereviam nos jornais operarios, nao tivessem ebnsciencia de que essa divisao ja existia na Italia. Portanto, tudo leva a crer que 0 recurso a classe operaria europeia para fins comparativos e, antes de mais nada, 0 recurso a urn paradigma idealizado.

    As diversas correntes atuantes no meio operario, no Brasil da Primeira Republica, procuravam "model os" justificadores e legitimadores de suas opy6es ideol6gicas e suas estrategias sindicais: para os socialistas o Partido Social Democrata Alemao (SPD); ja os partidarios da ayao direta tinham por inspirayao 0 sindicalismo revolucionario da Confe-derayao Geral do Trabalho (CGT) francesa; e outros, ainda, preferiam 0 sindicalismo ingles. Neste ultimo caso encontra-se, par exemplo, em 1913, 0 ex-anarquista Mota AssunyaO que, ao analisar as resoluy6es do 2 Congresso Operario Brasileiro, critica a manutenyao das formulay6es do 10 Congresso de 1906, inspiradas na po)(tica da CGT francesa, que, segundo ele, eram responsaveis pela fraqueza das associac;6es operarias. Como alternativa, Mota Assunyao prop6e a adoc;ao de urn sindicalismo,

    15 Cf Lbid., p. 64; JEANNENEY, Jean Noel, "La Gauche, ses ltaliens et ses Maliens", Le Monde, 24/07/87, p. 2. Sobre este terna ver igualrnente 0 ntirnero especial "Etrangers, immigres. fran~ais" de Vingtieme Siecle: revue d 'histoire, 2 (7). juLlset.1987 . 16 II Pugnolo, Sao Paulo. 1/05/1909, apud. HALL e PINHEIRO, op. cit., p. 100.

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  • que diz ser inspirado no modelo ingles, onde haveria Jugar para 0 mutualismo, 0 cooperativismo e, ate, a luta parlamenlar (meios de atua-,

  • nao diferencia trabalhadores de desocupados, mendigos, contraventores e criminosos. Os habitantes do Morro de Santo AntOnio, do Morro do Castelo e dos cOftic;:os descritos por Luiz Edmundo,19 bem como os moradores das hospedarias baratas vistos por Joao do Rio,20 fazem parte daquelas que, no seculo XIX, eram chamadas de "classes pobres e vi-ciosas". 0 vlcio sendo associado ao nao trabalho, ao ocio?1 Esses moradores das habitac;:6es populares do infcio do seculo eram atingidos pelo mesmo estigma a que hoje estao sujeitos os favelados.22

    E, portanto, em torno da noc;:ao de trabalho que se inicia a distinc;:ao entre "bons cidadaos" e "classes perigosas" nas sociedades capitalistas . 0 trabalho vern impregnado de uma conotac;:iio positiva, associada aquele que incorpora a etica do trabalho: 0 "born openirio", laborioso, poupador, enquadrado numa perspectiva de ascensao social e, sobretudo, ordeiro. Na Paris da Revoluc;:ao de 1830 esse trabalhador pode sel' corporificado pelo personagem do jovem oficial serralheiro, Isidore, no vaudeville (teatro cantado) La Coalition, escrito naquele mesmo ano - analisado por Robert Paris - , personagem que, depois das jornadas de julho ("As Tres Gloriosas"), retoma "tranqililamente" seu trabalho na oficina.23 No Rio de Janeiro da virada do seculo, e 0 imigrante portugues, identificado como portador da ideologia de ascensao social e como fura-greves, que encarna a imagem do "born openirio", ainda que a docilidade e a falta de combatividade atribufda a esse trabalhador possa ser !1uestionada.z.~

    "Sao todos eles portugueses. Gente simples. Gente traba-Ihadora. E com esta qualidade altamente simpatica .. . ,,?5

    A etica do trabalho, presente no discurso das classes dominantes, tam bern encontra ressonancia no movimento operario entre as mais

    19 1b'd . I .. passIm.

    20 RIO, Joao do (pseud. de Joao Paulo Barreto), A Alma Encantadora das Ruas, reed., Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cullura, Dep. Geml de Doc. e Inf. Cultural, 1987, pp . 119-24.

    21 Cf. CHALHOUB, Sidney, "A Guerra contra os Corti,o: Cidade do Rio de Janeiro, 1850-1906", Campinas. IFCH/UNICAMP, 1990, mimeo. (Col. "Primeira Versao" , no 29), pp . 9-II. 22 CHAUI. Marilena, Conformismo e resistencia: aspectos da cullura popular no Brasil , Slio Paulo. Brasiliense. 1986, p. 57 . '1 -- PARIS , "A Imagem ... ", op. cit , pp . 70-7 .

    24 Sobre este tema ver Gladys Sabina RIBEIRO, Mata Galegos: Os portugueses e as conflitos de trabalho na Republica Velha, Sao Paulo, Brasiliense (Col. "Tudo e Hist6ria", no 129), 1990. 25 EDMUNDO. op. ciL. p. 38.

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    marxperienceHighlightmarxperienceHighlightmarxperienceHighlight em torno da noo de trabalho que se inicia a distino entre "bons cidados" e "classes perigosas" nas sociedades capitalistas.marxperienceHighlightmarxperienceHighlightImigrantes portugueses encarnando o papel de bom operrio.
  • diversas correntes: do anarquismo ao positivismo com forte heranc,:a saint-simoniana de urn Sadock de S . Por exemplo, no programa do Partido Openirio Brasileiro, lanc,:ado em 1906, 0 combate ao Dcio figura ao lado do combate a outro "vlcio", 0 a1coolismo; e essas tarefas parecem se equivaler no esforc,:o de conscientizac,:ao do operariado. 26 Afinal de contas 0 trabalho e urn fator de forte legitirnac,:ao social nurna sociedade que nega qualquer legitimidade as classes subalternas. Nesse contexto, 0 lema corntiano "a incorporac,:ao do proletariado a sociedade moderna" propagado pelos partidarios do "Culto do Trabalho" de Sadock de S , ganha contornos de luta pela cidadania do proletariado.27

    H:i tambem uma etica do trabalho na defesa do oficio e da qualidade do trabalho realizado por certas categorias artesanais ou de trabalhadores qualificados, que tambem - e claro - constitui uma tentativa de assegurar mercado de trabalho, como faz 0 marmorista que, em 1907, publica urn artigo deplorando 0 "rebaixamento" daquele que exerce 0 oflcio a condic,:ao de mero trabalhador brac,:al, e perde, assim, a qualidade de "artista". 28

    Na valorizac,:ao do trabalho feita pelo discurso dominante e naquela presente no discurso oper rio, convem ressaltar que ha aspectos que nao podem ser omitidos, nem confundidos. No primeiro caso, 0 trabalho legitima socialmente 0 indivfduo; no ultimo, e 0 grupo ou 0 conjunto da classe que encontram sua propria legitimidade.

    A construc,:ao de uma legitimidade de grupo pressupoe 0 estabelecimento de uma identidade, ainda que mfnima. Quem comp6e a classe openiria e quais sao as suas fronteiras? As respostas a essas perguntas variarao conforme os momentos hist6ricos em que forem formuladas. Precisamente nisso reside 0 grande merito de A Noite dos Proletarios de Jacques Ranciere:29 0 de mostrar que nem sempre a identidade dos trabalhadores au, pelo menos, a de todos os trabalhadores se constmiu necessariamente em torno do orgulho do trabalho, caso, por exemplo, dos offcios menos qualificados de meados do seculo XIX.

    Entretanto, 0 que parece certo e que, a partir de determinado momenta e, particularmente, para algumas categorias de trabalhadores,

    26 Partido Operario Brazilciro". Gazeta Operaria. Rio de Janeiro. 1 (7) . 23/12/1906. p. 4.

    27 A respeito de Francisco Juvencio Sadock de S. ver BA TALHA. Claudio H. de Moraes. Le Syndicalisme "amarelo' a Rio de Janeiro (l906-1930), These de Doctoral de l'Universite de Paris 1. Paris. Universite de Paris I (PantMon-Sorbonne), 1986. mimeo .. pp. 176-77 . 28 ANDRADE. Mario de, "Pobr' Arte", 0 Marrnorista, Rio de Janeiro. 2 (6), 10/0411907. p. 2. 29 RANCIERE. Jacques, A Noite dos Proletarios: Arquivos do Sonho Openirio, Slio Paulo. Companhia das Lctras, 1988. Ver tambem do mesmo autor "The Myth of the Artisan". in: KAPLAN. Steven Lawrence e J. KOEPP. Cynthia (orgs.). Work in France. Representations, meaning . organization and practice. Ithaca (N . Y .). Corne ll University Press . 1986.

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  • o trabalho exerce urn peso fundamental na formar;;ao da identidade de classe. Creio ser diffcil encontrar exemplos, a partir de fins do seculo XIX, de uma identidade de trabalhadores que nao se estruture em torno do trabalho. Nesse processo de e1aborar;;ao dessa identidade e no seu desdobramento natural, que e a separa~ao do operariado do conjunto dos pobres, hii categorias de trabalhadores que parecem levar nftida vantagem sobre outras. Os trabalhadores qualificados, orgulhosos do seu .saber de offcio, adquirido ap6s um perfodo - muitas vezes iirduo - de aprendizagem, precisam de menor esforr;;o para demonstrar sua condigao do que aquele necess rio aos trabalhadores sem qualificagao. Isso tambem vale para 0 trabalhador regularmente empregado, cumprindo uma jornada de trabalho, que corre menos riscos de confusao com 0 ocioso do que 0 trabalhador ocasional, que alterna perfodos de trabalho intenso com longos perfodos de inatividade. Do mesmo modo, 0 trabalhador que mora numa vila operiiria tern menos dificuldades de diferenciayao das "classes perigosas" do que enfrenta aquele que mora num cortigo.

    Por outro lado, a transformagao do trabalho num elemento central da identidade e uma construr;;ao historicamente determinada, que pode ser observada em algumas categorias - especialmente de trabalhadores qualificados - antes que em outras. Este e 0 caso dos tip6grafos do Rio de Janeiro, estruturados desde 1853 na Associar;;ao Tipogriifica Flumi-nense.

    A pr6pria delimitayao das fronteiras da classe operiiria, de uma nor;;ao mais restrita da classe - os openirios qualificados, para uma mais abrangente - 0 conjunto dos trabalhadores manuais; e historicamente determinada. Vejamos, por exemplo, urn pouco dos esforgos enviados pela militancia operiiria para estabelecer que e a classe operiiria, no Brasil do infcio do scculo:

    "Todos os companheiros pensam que s6 os artistas sao operarios, pois nem 56 os sapateiros, alfaiates, pedreiros, carpinteiros marceneiros, torneiros, ferreiros, serralheiros, e fundidores [sao operarios], pois toda pessoa que diz: - eu yOU trabalhar para comer e comer para viver, (porque seu salario nao the chega para mais), porque todo aquel\e que disser estas palavras you trabalhar, e operario. Nao e s6 0 artista operario, que s6 se pode chamar, mas sim, cocheiro, carroceiro, carregador e ate varredor de rua, sao operarios e os mais explorados como sejam estes que trabalham de dia e de noite, para ganharem urn mesquinho salario, que nao lhes chega a meia viagem ... " .30

    30 RAMOS. J.F .. "Operariado". Semana Operaria. Rio de Janeiro. 1 (4).27/05/1907. p. 3.

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  • Mais adiante, esse artigo enfatiza a necessidade de conscien-lizalYao e de organiza~ao . E nesse ponto que a ruptura, entre a ctica do trabalho defendida peJa burguesia e a concepgao sustentada pelos dirigentes openlrios , se configura: na organizalfao. Se trabaJhar para vi-ver marca a condilYao operaria, e a alUalYao organizada que acaba por Ihe conferir a condi~ao de classe de forma mais evidente. Esse processo e parlicularmente perceptfvel no caso dos estivadores - trabaJhadorcs ocasionais autonomos, freqilentemente associados a violencia e as "classes perigosas" - tal como ve Joao do Rio:

    "Os homens com quem falava tern uma forya de vontade incrfvel. Fizeram com 0 proprio esforlfo uma classe, impu-seram-na. Ha doze an os nao havia malandro que, pegado na Gamboa, nao se desse logo como trabalhador de estiva. Nesse tempo nao havia associalfao, nao havia 0 sentimento de classe e os pobres estrangeiros pegados na Maritima trabalhavam por tres mil n!is dez horas de sol a sol. Os operarios reuniram-se. Depois da revolta, comegou a se fazer sentir 0 clemen to brasileiro e, desde entao, foi uma longa e pertinaz conquista. Urn homem preso, que se diga da estiva, e, horas depois, confrontado com urn socia da Uniao, tern que apresentar 0 recibo do meso Hoje, estao todos Jigados , exercendo uma dupla policia para a moralizalYao da classe. A Uniao dos Open'irios Estivadores consegue, comuns estatutos que a defendem habilmente, 0 seu nobre fim. Os defeitos da raya, as disputas, as rusgas sao consideradas penas; a extin~ao dos tais pequenos roubos, que antigamente eram comuns, merece urn cuidado

    . extremado da Uniao, e todos os s6cios, ( ... ) esforlfam-se, estudam, sacrificam-se pelo bern geraI. 31 .

    E evidente, nesse caso, que a Uniao exerce tamhem uma funlYao disciplinadora sobre a mao de obra, que nao deixa de trazer vantagens para as firmas que operam no porto do Rio de Janeiro. Essas firmas e as autoridades' portuarias acabam por aceitar essa disciplina da organizagao dos trabalhadores como urn mal menor - ja que nao tinham for~a suficiente para impor sua propria disciplina de trabalho -e a contrapartida a esta situagao, foi a imposigao peJa Uniao do closed-shop (monop6lio sindical da contratalYao), que perdurou pelo menos ate o final dos anos 1920. Nesse caso e a criayao da Uniao, em J 903, que confere a categoria uma identidade comum e uma legitimidade como

    31 RIO, op. cit. , p. 110.

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  • trabalhadores. 0 nascimento da consciencia de classe se da no movi-mento que culmina com a criar;lio da UOE, momenta inaugural da incorporar;lio da calegoria ao conjunto da c1asse. Desse modo, a associar;lio openlria e a materializr;lio da experiencia comum no decorrer . da qual se constr6i a identidade coletiva; mas e, ela pr6pria, urn fator de reprodur;ao dessa identidade. Isso nlio significa que 0 surgimento de uma identidade de elasse e da consciencia em determinada categoria ou grupo de trabalhadores 56 possam ser constatadas a partir de sua organizac;lio: elas ja se fazem presentes em toda e qualquer manifeslar;ao de ar;ao coletiva. Ocorre, porem, que no ato de criar;ao da organizar;ao se evidencia a vontade de estabelecer uma identidade coletiva.

    A organizac;lio openiria passa a colocar em outros termos a legitimidade do operariado, cada vez mais distantes da etica do trabalho do "born operario":

    "Na verdade a associac;ao de classe e 0 instrumento por excelencia da soberania popular. Por meio delas as massas proletarias imp5e aos govern os burgueses, representantes diretos do capitalismo, a sua vontade, obrigando-os a decretar reforrnas tendentes a melhorar as condiir;5es economicas e marai s dos que trabalham. S6 perante a fOfc;a organisada dos produtores e que os governos cedem, temendo a luta com grandes sindicatos apesar da forc;a das baionetas em que se apoiam.

    ( ... ) Nlio se torna necessario estudar Karl Marx, Jean Grave e outros sociologos de norneada para compreender a necessidade do principio associativo, e provarn esta assen;:lio os rudes trabalhadores do mar, que sendo em sua maioria iletrados constituem 0 nueleo forte, mais temido e melhor organisado do operariado brasileiro.',32

    A organizar;ao extingue - pelo menos temporariamente - 0 problema inicial colocado pela lideranc;a operaria: 0 da "atipicidade" do proletariado local quando confrontado com 0 paradigma do verdadeiro proletariado. Na medida em que consegue organizar-se, esse proletariado ganha legitimidade polftica, resultado bastante inesperado para urn proletariado "alfpico" e que, de cerlo modo, 0 coloca em terrnos passfveis de comparac;ao com 0 paradigma de inspira~lio.

    :12 "0 Principia Associativo", 0 Graphico. Rio de Janeiro , 2 (30), 16/03/ 1917. p. I.

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  • E claro que nem a identidade de c1asse construfda nem tampouco a organiza~ao classista sao definitivas e irreversfveis, uma vez que esse processo nao evolui Iinearmente. Mas esta ja e outra discussao ...

    RESUMO TOII/alldo pOl' base as experiellcias

    dos operdrios brasileiros no periodo, artigo discute 0 conceito de "atipicidade" do proletariado local, apontalldo, em seu processo de organiza(:(jo, 0 estabelecimento de lima idelllidade coletiva, com a qual gallholl legirimidade politica.

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    ABSTRACT Based on the experiellces of Brazil-

    ian workers during this period, rhe author of this a rticie discusses the COllcept of "atypicality" of rhe iocal proletariat, point-ing (Jut, ill its orgallizational process, the establishment of a collective idellfit)', with which it acquired politiclillegitimacy.