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SÃO PAULO, 15 a 17 DE JUNHO DE 2013.

clipping 15 a 17 junho - prefeitura.sp.gov.br · Esse procedimento vem sendo adotado nas concessões de áreas de exploração de petróleo e poderá ser estendido para a concessão

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SÃO PAULO, 15 a 17 DE JUNHO DE 2013.

O Dia – SP

17/06

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16/06

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Paulistanos passam a usar praças e parques para aniversários e piqueniques

NATÁLIA ALBERTONI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A publicitária Ximena Buteler decidiu comemorar seu 26º aniversário com um piquenique. Escolheu o parque Buenos Aires, na região central de São Paulo, como cenário.

No dia marcado, um sábado, cobriu o gramado com toalhas coloridas e posicionou cestas com comidinhas. No cardápio, quitutes familiares e sanduíches feitos sob encomenda em uma padaria 24 horas.

O publicitário João Paulo Porto comemora o aniversário de 1 ano do filho Jonas

"Quis fazer isso porque meu apartamento é minúsculo e nem minha família caberia", afirma.

Ximena driblou, assim, um problema comum para aniversariantes na cidade: a escassez de lugares baratos para alugar e de bares ou casas noturnas que não cobram entrada.

Para se ter uma ideia: um espaço para cem pessoas varia de R$ 3.000 a R$ 8.000, segundo a agência de eventos The Front. Outros endereços requisitados, como o Galpão Cabaret, na Vila Leopoldina (zona oeste), cobram por volta de R$ 7.000.

Já prédios costumam pedir porcentagem do salário mínimo ou do condomínio para reservar o salão de festas.

"Falam da Europa, que lá as pessoas ocupam as ruas, têm opção ao ar livre, e a gente inveja... Olha este lugar, é um privilégio", diz Ximena.

'ALGO DESCOMPROMISSADO'

Mas nem tudo são flores para quem busca alternativas a céu aberto. Tempo fechado, por exemplo, pode ser um banho de chuva fria.

No aniversário de Ximena, em maio, o clima virou no fim de semana. "O plano B era o salão do edifício do meu namorado." Não precisou acioná-lo: o sol acabou saindo.

A alguns metros dali, outra comemoração, com bexigas coloridas e bolhas de sabão. O jornalista Thiago Perin, que apagava 25 velinhas, queria "algo descompromissado". "Acho um absurdo meus convidados pagarem entrada para o meu aniversário."

Natureza e sossego são outro chamariz dos lugares públicos.

Os publicitários João Paulo Porto, 25, e Rebecca Kelch, 25, fizeram o aniversário de um ano do filho Jonas no Jardim Botânico, na zona sul. O pai confessa: "Para ser bem sincero, o aluguel do salão de festas é muito caro. E aqui a criançada fica com pé no chão, no meio do mato".

A estilista Fernanda Cannalonga, 24, também queria fugir do caos urbano. E o parque Alfredo Volpi (zona sul) tinha estrutura: mesas, banheiros próximos e estacionamento gratuito.

"Moro do lado do Ibirapuera, mas aqui é mais calmo. Se fizesse num barzinho não teria sagui [os macaquinhos apareceram durante o piquenique], e as pessoas estariam mexendo nos celulares."

Ela acredita, porém, que os insetos e a localização atrapalharam. "Não é perto do metrô, alguns convidados tiveram que vir de táxi. Também foi difícil explicar onde eu estaria exatamente dentro do parque."

REGRAS DO JOGO

Às vezes o biólogo Cesar Pegoraro, 40, administrador do Alfredo Volpi, precisa estragar a festa: já vetou uma para 500 pessoas (quase ninguém pede autorização formal, mas em eventos grandes é melhor consultar antes).

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente não sabe precisar quantas confraternizações acontecem nos 97 parques sob sua responsabilidade.

Algumas restrições são comuns a todos eles. Por exemplo: é proibido distribuir brindes e usar bexigas, para evitar que animais comam o material (norma descumprida pela maioria).

Cada canto possui, ainda, normas específicas. No Jardim Botânico, produções mais elaboradas, nem pensar: só piqueniques simples. Já o Ibirapuera tem um documento de mais de 20 páginas com limitações para eventos.

As praças oferecem mais liberdade. Nelas, dá para pôr música até 22h. Mas há entraves como falta de iluminação, de segurança e de estrutura.

Tem também a reclamação dos vizinhos. Moradores próximos à praça do Pôr do Sol, na Vila Madalena (zona oeste), criticam o som alto e a sujeira deixada para trás. Para o professor Roberto Moisés, 50, que reside nos arredores, "tem que respeitar o que o outro quer ouvir, fazer, sentir".

Aí sim, continua, "teremos o espaço de convívio que um dia já existiu".

16/06

16/06

Despolitizar o ambiente

A administração petista já anunciou várias mudanças nos procedimentos para simplificar e acelerar o processo de licenciamento ambiental de obras de infraestrutura, sem que isso tivesse produzido efeitos práticos de monta. As mudanças conhecidas agora podem dar algum resultado. Como o governo Dilma tem urgente necessidade de apresentar resultados concretos à população - para dar ao eleitorado a impressão de que é competente -, pode desta vez tornar efetiva pelo menos parte das providências anunciadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Entre elas estão a realização de estudos ambientais prévios de obras rodoviárias ou ferroviárias, a simplificação do processo de licenciamento de terminais portuários e a atuação mais eficiente dos órgãos ambientais.

"O que precisamos é acabar de vez com a politização do licenciamento", disse a ministra ao jornal Valor (10/6). É preciso, de fato, limpar as decisões nesse campo das influências ideológicas que as retardam e distorcem, prejudicando não apenas os que solicitam licenças ambientais para a execução de algum empreendimento, mas todo o País, como tem ocorrido com o atraso de obras de infraestrutura essenciais. O licenciamento é uma questão de natureza essencialmente técnica e que envolve procedimentos administrativos conhecidos - e assim tem de ser tratado pelo poder público.

Mesmo que, contrariando parte do partido, consiga despolitizar a atuação dos órgãos ambientais, o governo do PT terá de dispor de uma capacidade administrativa que ainda não demonstrou, se quiser acelerar as decisões nessa área, assegurando o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. Impasses nem sempre de natureza técnica entre órgãos ambientais e outras áreas do governo retardaram as obras.

Um dos exemplos mais clamorosos dos prejuízos para o País causados por esses impasses é a demora na duplicação da BR-116, a principal ligação rodoviária do Sul com o resto do País, no trecho de 19 quilômetros na Serra do Cafezal, entre os municípios de Juquitiba e Miracatu. Projetada em 1990, já com traçado detalhado, a obra só começou a ser executada em abril deste ano, por causa da demora na concessão da licença ambiental.

Para reduzir os focos de divergências entre órgãos públicos, o governo federal, com a cooperação dos Estados e dos municípios, deverá definir quais os tipos de obras que requerem licenciamento e qual a competência de cada órgão ambiental (federal, estadual ou municipal).

Na esfera federal, o processo de licenciamento deverá ser acelerado. O quadro de pessoal do Ibama encarregado do licenciamento ambiental vem sendo ampliado para acelerar o exame dos projetos de obras de infraestrutura.

Quanto a procedimentos, o governo pretende condicionar a abertura do processo de licitação de concessões de rodovias ou ferrovias à existência de um termo de referência, que é um estudo ambiental prévio feito pelo Ibama. O estudo dará aos interessados na concessão informações ambientais indispensáveis para orientá-los nessa questão. Esse procedimento vem sendo adotado nas concessões de áreas de exploração de petróleo e poderá ser estendido para a concessão de terminais portuários.

Nos portos, o governo pretende adotar o que a ministra Izabella Teixeira chama de "licenciamento por polígonos". Essa forma de licenciamento abrange uma área ampla, como os portos públicos. Concedida essa licença ampla, os terminais que vierem a funcionar na área licenciada precisarão apenas de licenças específicas, como a de instalação e a de operação. Isso eliminará a necessidade de cada terminal obter previamente uma série de licenças, a mais difícil das quais é justamente a ambiental.

Para que essas mudanças funcionem, caso elas sejam aprovadas, é preciso que o governo comece a atuar de maneira articulada. Sem abrir mão de seu importante papel, a área ambiental não pode agir como opositora do restante do governo, como agiu em diversas oportunidades.

16/06

Aumenta número de espécies em risco de extinção

Pesquisa mais abrangente da fauna no País vai avaliar 10 mil espécies; 1 em cada 10

pode estar ameaçada

O número de espécies de fauna ameaçadas no Brasil vai aumentar drasticamente na próxima lista oficial que está sendo elaborada pelo governo federal, segundo dados preliminares publicados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A meta é avaliar o status de conservação de 10 mil espécies até 2014. Por enquanto, foram analisadas cerca de 1,8 mil, e o número de animais na categoria "criticamente em perigo" - ou seja, em risco imediato de extinção - já é maior do que o da lista atual.

Na nova análise, 331 espécies são classificadas como ameaçadas em três categorias: 137 criticamente em perigo, 89 em perigo e 105 vulneráveis. Na lista atual, publicada em 2002, esses números são 125, 163 e 330, respectivamente.

O grupo de risco inclui desde borboletas, sapinhos e caramujos até onças, baleias e tubarões. Entre os mais ameaçados estão a toninha (uma espécie pequena de golfinho), o soldadinho-do-araripe (uma ave endêmica do sertão cearense) e várias espécies de tubarão-martelo, que aparecem na lista pela primeira vez. O boto-cor-de-rosa, o periquito-cara-suja e o peixe-boi-marinho estão numa categoria um pouco melhor - apenas "em perigo" -, enquanto que a onça-pintada, a raia-manta e o cervo-do-pantanal aparecem como "vulneráveis".

Em uma comparação preliminar com a lista atual, feita pelo Estado, aparecem boas e más notícias. A baleia-jubarte, que hoje é classificada como vulnerável, deixa de ser considerada uma espécie ameaçada de extinção no Brasil, passando para a categoria de "quase ameaçada"; enquanto que a arara-azul-de-lear melhora duas categorias, passando de "criticamente ameaçada" a "vulnerável".

No sentido oposto, a tartaruga-cabeçuda passa de "vulnerável" a "em perigo"; enquanto que a tartaruga-de-pente dá mais um passo rumo à extinção, passando de "em perigo" para criticamente ameaçada.

Essa lista preliminar, representando 18% do total de espécies que se desejam avaliar, foi publicada online em dezembro, em uma revista institucional do ICMBio, porém retirada do ar pouco tempo depois.

Um novo encontro de especialistas, para validação de outras 2,6 mil espécies, foi realizado em abril, mas os resultados ainda não estão disponíveis. Vários grupos importantes, como o dos primatas, ainda não entraram nas estatísticas. A expectativa do ICMBio é que o número final de espécies ameaçadas chegue próximo de 1 mil, comparado às 618 da lista atual.

O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti, ressalta que os dados publicados pelo ICMBio representam uma "lista candidata", elaborada por cientistas, que ainda precisará ser submetida à Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) e publicada pelo ministério na forma de uma instrução normativa para se tornar "oficial".

"A publicação oficial não será apenas uma lista de nomes, mas uma avaliação de risco acompanhada de um conjunto de ações necessárias para lidar com esses riscos", diz Cavalcanti. "Em cima dos dados científicos tem de haver ações políticas que respondam a esses dados. Senão, cria-se um problema em vez de apontar soluções", afirma o secretário do MMA.

A expectativa, segundo ele, é que os dados sejam submetidos à Conabio em agosto. "A produção da lista é absolutamente essencial para as estratégias de conservação da biodiversidade", enfatiza Cavalcanti.

Metodologias. O agravamento do quadro de ameaças é inegável, mas a comparação com a lista vigente tem de ser feita com cautela. Apesar de os critérios de avaliação individual de cada espécie serem essencialmente os mesmos - adaptados da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), referência mundial na avaliação de espécies ameaçadas -, a representatividade da nova lista é significativamente maior.

Estão sendo avaliadas, de forma inédita, todas as espécies conhecidas de cada grupo animal (aves, mamíferos, anfíbios etc), enquanto que nas listas anteriores era avaliada apenas uma amostra de espécies mais conhecidas de cada um. Rigorosamente falando, as listas não são comparáveis cientificamente ou estatisticamente.

"Pela primeira vez teremos uma lista verdadeiramente completa e representativa da biodiversidade brasileira", diz a bióloga Monica Brick Peres, do MMA, uma das principais responsáveis pelo trabalho. "Nunca isso foi tão bem feito como agora no Brasil, seguindo os protocolos internacionais à risca", afirma Rodrigo Leão Moura, biólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que ajudou a coordenar a avaliação de peixes. "São resultados que refletem a situação real."

15/06

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