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25/01/14 A palavra sangrada de Civone Medeiros em livro tribunadonorte.com.br/noticia/a-palavra-sangrada-de-civone-medeiros-em-livro/print 1/2 Divulgação Livro de Civone Medeiros reúne poemas divididos em duas partes A palavra sangrada de Civone Medeiros em livro Por Michelle Ferret Com sua inquietude latente ela oferece o café amargo para o leitor distinguir o agridoce de suas ideias. E faz mais... Reúne em si as quatro estações, os loucos, os becos, a realidade e um infinito de delírios. Quase sempre em primeira pessoa, os poemas do livro “Escrituras Sangradas” se dividem em duas partes. “Escrituras Sangradas - Toscas Fatias de Escrevinhaduras”, de 1999, com 45 poemas e o Livro 2 – “Ave de Arribaçã ou a Propósito de Viena e Outros Ondes”. Ambos lançados na última quinta-feira para o mundo em poucas edições, apenas 100. Ler cada poema é viajar na insensatez absoluta de uma mulher revirada ao avesso. Ela que se auto define “uma velha de mais de trinta anos/E uma criança de milhões de eras”, consegue imprimir em versos, afora o próprio corpo, a essência da vida. São vísceras expostas de letras embriagadas e outros ondes compondo versos verdadeiros. Inspirada em Hilda Hilst, Frida Kalho e Bispo do Rosário, ela costura suas ideias nos mantos imaginários. E assim se recompõe, reinventando a própria literatura. Talvez sua vida de artista tenha dado todos os ondes desses escritos. Ela que faz intervenções urbanas e humanas ainda consegue escrever em muros seus desejos mais antigos. É assim que Civone se escreve e se despe, vestindo-se de mundo. Da impureza e pureza dele. Como reza o título de seu poema, “A felicidade não me inspira”. Talvez a transpire ou a faça correr léguas. Longe dos parâmetros e dos métodos sociais, ela se desfaz amarras e consegue escrever palavras tão densas quanto o tempo. “Viscerais Entranhas De mente e coração Sem canto neste mundo Me canto imunda Sideral Pólibo sem rumo Pensante nessa terra Mal-passada Revelo-me Desencanto Desenovelo-me Por pântanos e Edens e

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25/01/14 A palavra sangrada de Civone Medeiros em livro

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Divulgação

Livro de Civone Medeiros reúne poemas divididos em duas partes

A palavra sangrada de Civone Medeiros em livro

Por Michelle Ferret

Com sua inquietude latente ela oferece o café amargo para o leitor distinguir o agridoce de suas ideias.

E faz mais... Reúne em si as quatro estações, os loucos, os becos, a realidade e um infinito de delírios.

Quase sempre em primeira pessoa, os poemas do livro “Escrituras Sangradas” se dividem em duas

partes. “Escrituras Sangradas - Toscas Fatias de Escrevinhaduras”, de 1999, com 45 poemas e o Livro

2 – “Ave de Arribaçã ou a Propósito de Viena e Outros Ondes”. Ambos lançados na última quinta-feira

para o mundo em poucas edições, apenas 100.

Ler cada poema é viajar na

insensatez absoluta de uma

mulher revirada ao avesso. Ela

que se auto define “uma velha

de mais de trinta anos/E uma

criança de milhões de eras”,

consegue imprimir em versos,

afora o próprio corpo, a

essência da vida. São vísceras

expostas de letras embriagadas

e outros ondes compondo

versos verdadeiros. Inspirada

em Hilda Hilst, Frida Kalho e

Bispo do Rosário, ela costura

suas ideias nos mantos

imaginários. E assim se

recompõe, reinventando a

própria literatura. Talvez sua

vida de artista tenha dado todos os ondes desses escritos. Ela que faz intervenções urbanas e

humanas ainda consegue escrever em muros seus desejos mais antigos. É assim que Civone se

escreve e se despe, vestindo-se de mundo. Da impureza e pureza dele. Como reza o título de seu

poema, “A felicidade não me inspira”. Talvez a transpire ou a faça correr léguas. Longe dos parâmetros

e dos métodos sociais, ela se desfaz amarras e consegue escrever palavras tão densas quanto o

tempo.

“Viscerais Entranhas

De mente e coração

Sem canto neste mundo

Me canto imunda

Sideral

Pólibo sem rumo

Pensante nessa terra

Mal-passada

Revelo-me

Desencanto

Desenovelo-me

Por pântanos e Edens e

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raro me encontro

Século vinte passantes

Sinto-me sem era e sem surpresas com o devir...

Que venham passadas vidas outras

E m´atentem à incógnita filosofia

Amoral que de mim brota – e que nem tenho ainda!” (Poema Canto do Livro 2).

São com versos cortantes como este apresentado aqui que os livros ganham ritmo. Um ritmo ora

alucinado, ora devagar, parando nos recantos de quem lê. É assim o jeito que Civone encontra para

escrever a própria realidade. Como escreveu o também poeta João da Rua, apresentando a poeta no

segundo volume. “O texto escrito, sangrado na página, dialoga com a performance, com o corpo solto

no texto das ruas, do cotidiano, do beco, do mundo”.

Ela não tem medo de se revelar e já nasceu com o espelho quebrado dentro de si. Atira-se, atina-se e

brinca de escrever contos e cartas no meio dos poemas. Como o conto “E...”, quando a saudade é

personagem principal. Outro achado interessante na obra são os fragmentos do Livro de Theta,

quando encontramos pérolas como “Fixação”:

A retina retilínea

Entorta ventos

E

Brados marítimos

Cruza

Terras e ilhas

E

Te enxerga

Meu ninho

Natal

São com poemas, contos, escrituras sangradas e lavadas em água de chuva o liquido escorrido em

Civone. Como ela escreveu em seu epigrama, no poema chamado “Humana Ambição”. “Não quero uma

obra que tenha valor de mercado. Quero que tenha valor

de expressão”. E assim assina-se embaixo, ao lado, por dentro. São expressões humanas retratadas

como quem vive intensamente, como poucos. Sua palavra sangra.

Serviço

ler: http://www.escriturasangradas.blogspot.com/

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