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Grupo de Comunicação
CLIPPING 28 de maio 2019
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Placa de proibição de pets é instalada no Horto Florestal .................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 5
Com Aval da Cetesb, Catanduva Terá Novo Contorno Ferroviário ......................................................... 5
DAEE libera obras para ampliar Avenida Florindo Cibin ....................................................................... 6
Pesquisadores da UMC estudam repovoamento de peixes do Alto Tietê ................................................ 7
Super Debate - 2ª Bloco ................................................................................................................. 8
Debates sobre a cava subaquática da Vale esfriam, mas população pode estar em risco ......................... 9
Economia paulista recuou 0,9% entre fevereiro e março .................................................................. 11
Sabesp coleta esgoto de bairros da zona norte e joga no rio Tietê sem tratamento .............................. 12
Relatórios da Cetesb indicam que áreas contaminadas triplicaram em 13 anos .................................... 13
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 14
Agricultura estuda medida para que agricultor reforce cuidados na aplicação ...................................... 14
Estudo revela altas concentrações de antibióticos em rios do mundo todo .......................................... 15
Prefeito cria fundo para prevenir enchentes e conter deslizamentos ................................................... 16
Possível tragédia em Barão de Cocais afetaria novamente o Rio Doce ................................................ 17
Braskem faz acordo de leniência com CGU e AGU e vai pagar mais R$410 mi ..................................... 19
STF suspende venda de rede de gasodutos da Petrobras .................................................................. 20
Novo modelo de preço de energia no mercado à vista não é consenso ............................................... 21
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 23
Painel: Partidos dizem que governo age contra centrão e desconfiam de pacto ................................... 23
Doria é stalinista ao dizer que quem não concorda deve sair, diz tucano de esquerda .......................... 24
Braskem faz acordo de leniência e vai pagar mais R$ 410 mi ............................................................ 26
Mônica Bergamo: Mourão não inspira confiança, e impeachment está fora da agenda de Maia .............. 27
ESTADÃO ................................................................................................................................... 29
‘Criminal Compliance’ em tempos da Lava Jato ............................................................................... 29
É hora de governar ...................................................................................................................... 31
Moradores de Barão de Cocais já duvidam de queda da barragem ..................................................... 33
'Tudo está em aberto', diz governo sobre uso do Fundo Amazônia ..................................................... 35
Ibama avisa antecipadamente onde fará operações contra desmatamento na Amazônia ...................... 37
Papa Francisco recebe líder indígena Raoni no Vaticano .................................................................... 38
Como esvaziar barragens e fazer cimento ....................................................................................... 40
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 43
Supremo proíbe venda de estatal sem licitação ............................................................................... 43
STF veta venda da TAG pela Petrobras ........................................................................................... 44
Crise da Pemex e da PDVSA favorece estatal brasileira .................................................................... 46
Petrobras propõe novo estatuto para BR ........................................................................................ 49
Alemanha e Noruega precisam dar aval para mudanças no Fundo Amazônia, diz ministro .................... 51
RJ e SC dão apoio à MP do Saneamento ......................................................................................... 52
3
Grupo de Comunicação
Manifestações não compensam a falta de articulação política ............................................................ 53
Produção de trigo começa a ganhar fôlego no Cerrado ..................................................................... 55
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Data: 28/05/2019
Veículo: Jornal SP Norte
Placa de proibição de pets é instalada no
Horto Florestal
Lucas Abreu Antonio
Foi instalado nesta segunda-feira, dia 20 de
maio, uma placa de proibição de entrada de
animais domésticos no Parque Estadual
Alberto Lòfgren, conhecido como Horto
Florestal. O motivo da medida de restrição é por
conta dos ataques de cães aos animais
silvestres.
O Horto Florestal atrai visitantes da cidade
inteira. Além de ser um espaço de convivência,
também é uma unidade de conservação, sujeito
por uma série de restrições impostas pela Lei
Federal 9.985/2000, entre elas a entrada de
animais domésticos no parque. Por conta disso, a
entrada de pets nunca foi permitida, o que
acontecia é que a gestão da unidade era
permissiva como esse comportamento.
Nas redes sociais os usuários comentam sobre a
restrição dos animais domésticos “Já vi cachorro
pulando dentro do lago para pegar os gansos.
Em menos de um mês já enterrei uns 5 gansos".
Outro comentário reforça essa situação “Eu,
infelizmente, muitas vezes tive que pegar
animais mortos por cachorros !!! Inclusive uma
vez, que nunca tinha visto um tatu no Parque. e
quando vi estava sendo morto por cachorros”.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e
Meio Ambiente (Cetesb) afirma que, além dos
riscos dos ataques aos animais silvestres, o
Horto Florestal possui transmissores nocivos à
saúde dos animais domésticos.
http://cloud.boxnet.com.br/y56umolt
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5
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: O Regional
Data: 28/05/2019
Com Aval da Cetesb, Catanduva Terá
Novo Contorno Ferroviário
- O REGIONAL
Com aval da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb), Catanduva
terá novo contorno ferroviário. A Cetesb
emitiu a Licença Prévia Ambiental para a obra.
Foi aprovada a localização e a concepção do
novo traçado viário, seguindo a viabilidade
ambiental.
O projeto prevê a retirada do trecho
ferroviário que passa pelo perímetro urbano
de Catanduva, com a implantação de nova
linha com aproximadamente 17,8 quilômetros.
A obra é estimada em R$ 162 milhões e para
viabilizar os recursos, Macchione se reuniu
com três ministros dos Transportes, desde
2005, além de estar no Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) para solicitar a retirada dos trilhos do
centro da cidade.
A partir da etapa de licença prévia, será
necessário levantar recursos junto ao atual
Ministério da Infraestrutura, ou que a obra
seja incluída como investimento para a
renovação da concessão ferroviária.
Recentemente, a equipe de O Regional até
questionou a Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), mas não obteve resposta.
A movimentação para a retirada dos trilhos
começou há 14 anos. Isso porque, no primeiro
ano da administração do prefeito Afonso
Macchione Neto, em 2005, foi feito o
encaminhamento de sete ofícios ao Dnit. Ainda
em 6 de janeiro daquele ano, foram solicitados
recursos para intervenções pontuais, com o
objetivo de solucionar os conflitos causados
pela passagem da linha férrea pelo perímetro
urbano.
“Tais solicitações motivaram a visita técnica
realizada pelo órgão federal em 9 de abril de
2006 que, em 2007, resultou no Relatório de
Inspeção Técnica. Em ofício assinado no
mesmo ano, o diretor de Infraestrutura
Ferroviária apontava como solução para os
conflitos a construção de um novo contorno, o
que demandaria estudo de viabilidade”,
informou a prefeitura à reportagem de O
Regional.
A prefeitura elaborou o estudo, obteve a
aprovação em 2010 e na sequência dois anos
mais tarde, o Governo Federal contratou o
projeto técnico para traçar o novo contorno.
“Em 2017 e 2018, Macchione foi ao Dnit e na
Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT) várias vezes para acompanhar o
andamento do projeto e apresentar registros
dos últimos acidentes ferroviários,
demonstrando de forma insistente a
importância da retirada dos trilhos da área
central da cidade. Tal obra garantiria a
segurança viária da população e a fluidez do
trânsito”, finalizou.
Cíntia Souza
Da Reportagem Local
https://oregional.com.br/cidades/com-aval-
da-cetesb-catanduva-tera-novo-contorno-
ferroviario/
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6
Grupo de Comunicação
Veiculo: O Liberal - Americana
Data: 27/05/2019
DAEE libera obras para ampliar Avenida
Florindo Cibin
O DAEE (Departamento de Águas e
Energia Elétrica) concedeu outorga à
Prefeitura de Americana para a transposição
do córrego da gruta, visando o prolongamento
da Avenida Florindo Cibin. A decisão foi
publicada no Diário Oficial, edição de 17 de
abril. O pedido foi protocolado pela prefeitura
junto ao órgão em 4 de abril, quase três
meses após o início da obra.
Segundo despacho do DAEE, o município está
autorizado a interferir em recursos hídricos
superficiais e a executar duas travessias
aéreas com aduelas de concreto. A instalação
das aduelas ainda não teve início. Uma
travessia será para o córrego e a outra para
permitir a passagem de animais de um lado a
outra da avenida.
Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal_30.04.2019
O pedido foi protocolado pela prefeitura junto
ao órgão em 4 de abril, quase três meses após
o início da obra
A obra vem sendo executada numa parceria
público-privada. A rua está sendo prolongada
cortando a área da Gruta Dainese, ligando os
bairros Morada do Sol e o Parque da
Liberdade. O trecho prolongado possui perto
de 600 metros e passa por uma área verde
formada por mata e nascentes.
O argumento da prefeitura é de que a obra é
necessária para melhorar o sistema viário e a
mobilidade urbana no município, encurtando a
distância até o Parque da Liberdade e
aliviando o tráfego na Avenida da Amizade. Os
trabalhos na gruta foram iniciados em janeiro,
com o desmatamento do trecho que receberá
a avenida.
Inquérito
O promotor do Meio Ambiente, Ivan Carneiro
Castanheiro, informou ontem manterá o
inquérito que investiga a obra, mesmo após a
liberação da outorga pelo DAEE. O processo
foi instaurado no final de abril, após
reportagem do LIBERAL mostrar que até então
a obra não tinha a outorga do DAEE. “Irei
aguardar a vinda de todas as informações
para verificar se a questão está ou não bem
equacionada”, disse.
Ele explicou que aguarda a chegada de
documentos que solicitou à prefeitura, DAE
(Departamento de Água e Esgoto) e Cetesb
para então decidir o futuro do inquérito. A
Gruta Dainese é a maior área verde do
município. Além do córrego, possui nascentes
e fragmentos de biomas em extinção.
O local abriga espécies de insetos, aracnídeos,
pequenos mamíferos e aves. O parque
também possui formação de fendas, uma
gruta e quedas d’água envoltas por paredões
com estratificação de arenito e diversas
nascentes.
https://liberal.com.br/cidades/americana/daee
-libera-obras-para-ampliar-avenida-florindo-
cibin-1016375/
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7
Grupo de Comunicação
Veiculo: O Diario de Mogi
Data: 27/05/219
Pesquisadores da UMC estudam
repovoamento de peixes do Alto Tietê
Há dois anos, um mapeamento por imagens
da Bacia Hidrografia do Alto Tietê Cabeceiras
mostra a existência de remanescentes ainda
consideráveis da mata ciliar em Mogi das
Cruzes. O estudo está sendo feito pela
estudante de Biologia Fabiana Luques, com
orientação do professor Ricardo Sartorello, do
Laboratório de Mapeamento e Análise da
Paisagem (LabMAP) da Universidade de Mogi
das Cruzes.
A pesquisa está em andamento, mas já
conseguiu identificar a existência de
fragmentos da mata ciliar do Tietê na região
urbana em Mogi das Cruzes – uma situação
oposta do que se vê na trajetória do rio,
sobretudo a partir de Itaquaquecetuba.
O estudo Repovoamento de peixes do Alto
Tietê (Cabeceiras): análise e identificação de
áreas estratégicas para a reintrodução de
espécies de ictiofauna com base em
parâmetros hidrológicos e da paisagem amplia
as expectativas sobre o aumento da
reintrodução de espécies na região urbana – já
que o processo acontece há alguns anos nas
represas do Sistema Alto Tietê, numa
contrapartida ambiental pelo alagamento da
bacia do principal manancial da Região.
“Com o alagamento das barragens, a vida dos
peixes foi diretamente impactada porque eles
perderam o espaço que possuíam para se
movimentar. E uma pergunta que se faz é:
onde é possível repovoar?”, explica Sartorello.
Pesquisas como a de Fabiana apontam
algumas respostas. “Ao analisar algumas
variáveis ambientais, como a qualidade da
mata ciliar encontrada em determinados
trechos, nós podemos encontrar meios de
fazer o repovoamento, lembrando que os rios
e córregos menores também perderam
espécies”, acrescentou o professor.
Apesar do cenário, Sartorello aponta como um
fator positivo, em Mogi, a existência de alguns
remanescentes de mata ciliar, entre César de
Souza e a divisa com Suzano. O mesmo já não
ocorre a partir da cidade vizinha.
A mata ciliar abriga condições necessárias
para a sobrevivência dos peixes e de outras
espécies. As árvores servem de alimentos,
com a dispersão de sementes e frutas. E os
peixes, por sua vez, ajudam em processos
como a filtragem da água.
Em Mogi das Cruzes, avalia ele, não houve
uma retificação no percurso do rio – um fator
positivo para a conservação e proteção desse
recurso hídrico. A grande questão, no entanto,
é avançar nas políticas de despoluição e
assegurar o cumprimento de legislações
ambientais, na ocupação futura dos trechos
ainda desabitados. “Nós conseguimos incluir
no Plano Diretor a criação do Corredor
Ecológico, uma maneira de planejar o futuro
sem degradar ainda mais o rio”, completa ele,
acrescentando, no entanto, que a participação
popular será decisiva para o cumprimento de
normas como as descritas na APA (Área de
Proteção Ambiental) do rio Tietê.
Um caminho defendido pelo pesquisador é
vitaminar a educação ambiental. “As pessoas
precisam entender que o rio é um patrimônio
de todos. Ele é fonte de recursos valiosos
como a água para o consumo humano. E se
todos voltam as costas para ele e jogam ainda
mais lixo dentro dele, ele continuará sendo
ignorado”, afirma.
Um exemplo conhecido e muito citado está em
Guararema. “Lá, nas visitas às ilhas, as
pessoas têm orgulho do Paraíba do Sul limpo.
A relação entre o morador e o visitante com o
rio limpo, bem cuidado, é diferente”, compara
Sartorello.
http://cloud.boxnet.com.br/yycwkrrz
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8
Grupo de Comunicação
Veiculo: Super Rádio 1150 AM SP
Data: 27/05/2019
Super Debate - 2ª Bloco
Com vereador André Santos
Data Veiculação: 27/05/2019 às 18h29
Duração: 00:25:38
Transcrição
Questão da coleta de lixo, campanha,
participação do secretário Marcos Penido
http://cloud.boxnet.com.br/yxb46cw8
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9
Grupo de Comunicação
Veiculo: PortoGente
Data: 28/05/2019
Debates sobre a cava subaquática da Vale
esfriam, mas população pode estar em
risco
Reportagens, encontros entre parlamentares e
audiências públicas sobre as ameaças
ambientais representadas pela cava
subaquática localizada no estuário entre os
municípios de Santos e Cubatão, no litoral de
São Paulo, se disseminaram nas primeiras
semanas de 2019. Motivos para essa
repercussão não faltavam. A cava é um
depósito de resíduos tóxicos oriundos do Polo
Industrial de Cubatão, com aproximadamente
25 metros de profundidade e 400 metros de
largura. No entanto, a navegabilidade do local
foi aprofundada a partir de um processo de
dragagem que beneficiou o terminal da VLI,
pertencente à Vale, a mesma empresa que
administrava a barragem em Brumadinho
(MG), cujo rompimento causou centenas de
mortes e vasta destruição em janeiro deste
ano no território de Minas Gerais.
Desde o mês de março, entretanto, os debates
sobre os perigos à saúde e à segurança da
população da Baixada Santista ficaram
adormecidos. Para contribuir com as
discussões acerca do tema, Portogente
entrevistou o membro do Movimento Contra a
Cava Subaquática e especialista em Gestão
Pública, Leandro Silva de Araújo. Ele criticou a
disposição de sedimentos altamente tóxicos e
cancerígenos na cava, lembrando que a Vale
reproduz em todo território nacional uma série
de ataques ao meio ambiente, incorrendo
"sistematicamente em crimes ambientais,
como foi o caso de Brumadinho".
Em editorial publicado em fevereiro deste ano,
Portogente ressaltou que todo o material
tóxico "deveria ter sido tratado, em vez de
enterrado como está". Com a cava, há risco de
contaminação por metais pesados e
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que
são cancerígenos, além de dificultar
monitoramentos ambientais, ameaçar a pesca
artesanal nas redondezas e abrir precedentes
para que novas cavas, um método de descarte
praticamente medieval, sejam instaladas em
todo o Brasil.
A Cetesb e a direção do Terminal Integrador
Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam),
instalação da operadora logística VLI, por
várias vezes defenderam que a Cava não
oferece riscos à população. No entanto, Araújo
disse que o Movimento defende a retirada do
material contaminado da cava, já que o
EIA/RIMA da obra apresentava soluções com
menor potencial de prejudicar à sociedade. O
Relatório de Qualidade das Águas
Costeiras do Estado de São Paulo publicado
pela Cetesb em 2017 observa que naquele
ano (ver página 107) foram executadas
operações de dragagem de recuperação do
canal de navegação e foram notadas
"alterações importantes na qualidade dos
sedimentos em relação a metais e HPAs na
região e em relação a nutrientes tanto em
água quanto em sedimento através de
monitoramentos próprios e oriundos de
licenciamento". Esse trecho do documento,
portanto, permite concluir que a atividade de
dragagem realizada pela VLI ocasionou
impactos sensíveis ao ecossistema local.
Na avaliação de Araújo, o órgão ambiental
falhou ao conceder a licença para dragagem
até 12 metros, já que a licença prévia foi
emitida com a promessa de que o Canal de
Piaçaguera estaria limpo quando a dragagem
atingisse essa profundidade. "Os
contaminantes ficaram expostos no ambiente
estuarino com o agravante de que a sociedade
não foi alertada para os riscos desta situação,
considerando que os compostos químicos
acumulados no Canal são cancerígenos e
mutagênicos".
Em entrevista ao jornal A Tribuna de Santos
no mês de abril, o presidente da Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
na Assembleia Legislativa do Estado de São
10
Grupo de Comunicação
Paulo (Alesp), Caio França, afirmou que o
assunto será tratado com transparência entre
os parlamentares com o objetivo de equilibrar
desenvolvimento econômico com
sustentabilidade. O pedido para a criação de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
sobre a cava já foi protocolada na Assembleia.
"Para nós do Movimento, a morte, a
destruição e as agressões ambientais
representadas pela cava representam um
modelo de desenvolvimento que não é mais
aceito pela nossa sociedade. Os lucros são
privados e os prejuízos são socializados",
finalizou Araújo.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24205684&e=577
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11
Grupo de Comunicação
Veiculo: DCI online
Data: 28/05/2019
Economia paulista recuou 0,9% entre
fevereiro e março
Embora o PIB tenha avançado 1,1% no
acumulado de 12 meses, o cenário ainda é de
um crescimento lento puxado, principalmente,
pelo setor de comércio
O Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo
recuou 0,9% entre fevereiro e março de 2019,
na comparação livre dos efeitos sazonais,
reflexo dos desempenhos na indústria (-
0,1%), nos serviços (-0,5%) e no setor
agropecuário (0,5%).
No acumulado de 12 meses, porém, o PIB
paulista avançou 1,1%, com crescimento nos
serviços (1,9%) e variações negativas da
agropecuária (-2,3%) e indústria (-0,2%). As
informações foram divulgadas pela Fundação
Seade na segunda-feira (27).
Segundo a pesquisadora do Seade, Regina
Marinho, considerando toda a situação
econômica de São Paulo nos últimos meses, o
cenário é de desaceleração. 'Levando em
consideração o período anual, temos
observado números positivos, mas com
setores demorando para crescer', afirma.
Regina considera que esse crescimento mais
lento vai se estender para os próximos meses
de 2019. Isso porque, segundo a
pesquisadora, o setor industrial - que
costumava puxar os bons resultados no
Estado - está desacelerando, o que contribui
para os resultados mais baixos.
A pesquisadora explica que o que está
sustentando esse crescimento, mesmo que em
um ritmo mais lento, é o setor de comércio.
'Mesmo desacelerado, o comércio tem os
melhores números no PIB. Serviços também
não está tão ruim', diz.
Para o setor industrial, em contrapartida, a
pesquisadora não projeta um cenário tão
positivo nos próximos meses. 'O segmento até
já apresentou taxas negativas nesse
trimestre', afirma.
Em comparação com igual mês do ano
anterior, a atividade econômica paulista
recuou 1,4%. O resultado negativo foi puxado
pelos setores agropecuário (-0,8%), industrial
(-5,9%) e de serviços (0,2%). 'A projeção
daqui para a frente é de um crescimento mais
modesto, sem tanta consistência', diz.
Primeiro trimestre
Entre janeiro e fevereiro de 2019, o PIB
paulista havia crescido 1%, na comparação
livre dos efeitos sazonais, segundo o Seade.
No período, os segmentos industriais, de
serviços e agropecuário apresentaram
melhores resultados em relação ao período
entre fevereiro e março.
A projeção da Fundação Seade, divulgada em
fevereiro, considerava uma expansão de cerca
de 1,3% no PIB paulista em 2019. O cenário
seria puxado, principalmente, pela expectativa
de melhora no desempenho de serviços. Os
bons resultados esperados para este ano
seguem o otimismo com a situação econômica
em nível nacional.
Emprego
No último sábado (25), em um encontro do
Conselho de Integração Sul e Sudeste
(Cosud), consórcio entre sete Estados, o
governo reforçou que pretende investir em
medidas de fomento à geração de emprego e
em iniciativas que melhorem a situação
econômica de São Paulo.
Para reavivar os ânimos da economia paulista,
o governador João Doria defendeu mais uma
vez a desestatização de empresas públicas e a
busca por parcerias público-privadas (PPP).
Principalmente em relação à Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp).
Já com o segmento industrial, o Estado
também está trabalhando para manter a
atratividade. Na última semana, a Scania
anunciou um investimento de R$ 1,4 bilhão
entre 2021 e 2024 na fábrica de São
Bernardo.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24211128&e=577
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12
Grupo de Comunicação
Veiculo: Jornal SP Norte
Data: 28/05/2019
Sabesp coleta esgoto de bairros da zona
norte e joga no rio Tietê sem tratamento
Lucas Abreu Antonio
A partir do Mapa do Saneamento em SP de
2017, obtido pelo grupo “Água, Sua Linda”,
mostra que os esgotos coletados nos bairros
de Tremembé, Tucuruvi, Brasilândia e Jaçanã
não são tratados e jogados direto no Rio Tietê.
Apesar desta situação, a Sabesp cobra em
conta a taxa de esgoto equivalente ao valor da
água. Em nota, a empresa explica que a
cobrança da tarifa de esgoto é “realizada pelo
conjunto de serviços prestados, como coleta,
afastamento, investimento na ampliação e
manutenção das redes, administração e
gerenciamento do sistema de esgotamento
sanitário”.
O grupo “Água, Sua Linda”, criado durante a
escassez hídrica em São Paulo, questiona a
cobrança da taxa de esgoto na conta “
Pagamos por um serviço que não é feito,
todos os meses”. Segundo eles “ Mesmo
assim, sem que a prestação do serviço pago
seja feita, a tarifa de esgoto tem sido
considerada obrigatória na conta. Há quem
questione sua legalidade e
constitucionalidade".
O que diz a Sabesp
Em nota, a Sabesp confirma que a cobertura
na coleta de esgoto é de 89,3% e de 75% no
tratamento do esgoto coletado no município
de São Paulo. No mesmo texto a empresa
coloca que os bairros da Brasilândia e Tucuruvi
contam com o serviço realizado pela Estação
de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri.
A empresa ressalta que outras obras estão em
fase final de implantação pelo Projeto Tietê,
com previsão de conclusão ainda neste
semestre. Tais obras vão ampliar o tratamento
de esgoto na região. Outras regiões Essa
situação não é exclusiva da zona norte, os
bairros de Perus, Anhanguera, Jaguará,
Pirituba, Jabaquara, Vila Formosa,
Sapopemba, São Mateus, Itaquera, Cidade
Tiradentes, Cursino, Sacomã, Capão Redondo
e Cidade Ademar também não recebem
tratamento de esgoto.
O Mapa aponta que as cidades da Grande São
Paulo como Osasco, Barueri, Jandira, Cotia,
Taboão da Serra, Santana do Parnaíba,
Carapicuiba, Francisco Morato, Franco da
Rocha, Caieiras, Itaquaquecetuba e Diadema
são os municípios que não possui 100% do
tratamento de esgoto.
http://cloud.boxnet.com.br/y4lbjds9
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13
Grupo de Comunicação
Veiculo: O Liberal - Americana
Data: 28/05/2019
Relatórios da Cetesb indicam que áreas
contaminadas triplicaram em 13 anos
Documentos mostram que existem 22 locais
afetados em Americana atualmente; em 2006
eram apenas seis identificados
Marina Zanaki
O número de áreas contaminadas triplicou em
Americana nos últimos 13 anos. Relatórios da
Cetesb (Companhia Ambiental do Estado
de Sâo Paulo) mostram que os locais com
contaminação ambiental passaram de seis
para 22 entre 2006 e 2018. O documento
mais recente indica ainda que há 11 áreas que
já foram recuperadas.
Os contaminantes identificados variam,
passando por metais, solventes, combustíveis
automotivos, Hidrocarbonetos Aromáticos
Policíclicos (uma família de compostos com
potencial poluente), entre outros. Além disso,
investigam se a contaminação está no solo
superficial, subsolo, águas superficiais,
subterrâneas, sedimentos e ar.
A Cetesb só inclui no relatório os locais com
contaminação comprovada. A partir disso,
exige do responsável legal a recuperação da
área. Em caso de descumpri mento, está
sujeito a autuação.
O período de recuperação, contudo, varia de
acordo com o contaminante, a concentração e
a matriz ou seja, onde ocorreu a
contaminação. Para se ter uma noção, das
seis áreas que constam no relatório de 2006,
apenas metade está em processo de
monitoramento para encerramento,
considerada a penúltima fase antes da
reabilitação. As outras três seguem
contaminadas.
Houve apenas duas inclusões no relatório de
2018 em relação a 2017 uma área da Cal
Construtora no Santo Antonio e outra da
Evonik na Rua Florindo Cibin. Esta última
informou que não mede esforços para atender
os requisitos legais e exigências de
autoridades. Já a Cal Construtora não
comentou o assunto.
Professora do curso de Engenharia Ambiental
no Unisal (Centro Universitário Salesiano de
São Paulo) de Americana, Denise Santos da
Silva destacou a importância da prevenção,
que ocorre por meio do processo para alcançar
o licenciamento ambiental. Em relação ao
aumento de áreas, ela credita ao aumento na
fiscalização.
“Se pensar antigamente, não se tinha tanta
preocupação com meio ambiente. Se pensar,
por exemplo, em posto de combustível, está
tudo enterrado no solo, não está vendo nada.
Então esses tanques podiam com 0 tempo
sofrer vazamento e só ia conseguir identificar
depois de um certo tempo, podendo causar
riscos à saúde humana e ao meio ambiente”,
avaliou a especialista, que trabalha na área de
contaminação há mais de dez anos e já
participou de projetos de remediação de áreas
na cidade.
Setor. Das 22 áreas contaminadas em
Americana, 14 são postos de combustíveis. A
predominância desses empreendimentos
ocorre em todo o Estado de São Paulo e se
explica por conta da legislação ambiental, que
determina 0 licenciamento de postos desde os
anos 2000.
O Recap (Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo) avalia de forma
positiva as fiscalizações ao setor. “Apesar de
aparecer como a maior fatia das
contaminações, é área que de fato faz a
remediação desses problemas, reforçando o
compromisso socioambiental da revenda. O
Sindicato também espera que essa fiscalização
se estenda para todos os setores, para que se
tenha o real cenário e se faça mais ações
visando a sustentabilidade”, finalizou.
http://cloud.boxnet.com.br/y5hgfkkc
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Data: 28/05/2019
14
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo1: Portal Terra
Veículo2: Dinheiro Rural
Data: 27/05/2019
Agricultura estuda medida para que
agricultor reforce cuidados na aplicação
São Paulo, 27 - A ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira, 27,
que o governo está preparando uma medida
legislativa para, em parceria com as entidades
do setor, redobrar os cuidados com os
agricultores que aplicam os defensivos no
Brasil. "Eles precisam de informação e de
equipamentos adequados de proteção; é
inaceitável que haja contaminação, não
podemos mais permitir isso", afirmou em
nota. "É aqui que verdadeiramente ocorre o
problema - e não na mesa do consumidor."
A ministra abriu nesta segunda em Brasília a
Semana Nacional dos Orgânicos.
Segundo ela, assim como ocorre com os
agroquímicos, os biodefensivos também
precisam ser aplicados com uma série de
cuidados para não haver riscos de
contaminação. O Brasil bateu recorde de
aprovação de biodefensivos nos últimos meses
e, segundo a ministra, a demanda por eles só
cresce.
Tereza Cristina disse que os defensivos que
vêm sendo liberados no Brasil são genéricos
que já estão no mercado e produtos que
aguardavam registro há anos. Segundo ela,
todos os produtos brasileiros são testados e
aprovados e "ficam muito abaixo do que é
permitido para eventuais resíduos de
insumos". "Nem nós, nem o Ibama, nem a
Anvisa, envenenamos o prato de ninguém",
afirmou. "Aliás, eu quero informar que não
assino nenhuma dessas aprovações; elas
passam por um longo processo e são
verificadas por várias equipes técnicas."
http://cloud.boxnet.com.br/yyld3ah8
https://www.dinheirorural.com.br/agricultura-
estuda-medida-para-que-agricultor-reforce-
cuidados-na-aplicacao/
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Data: 28/05/2019
15
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Natureza
Data: 27/05/2019
Estudo revela altas concentrações de
antibióticos em rios do mundo todo
Níveis de antibióticos detectados nas água
ultrapassam as quantidades consideradas
aceitáveis, adverte estudo apresentado nesta
segunda-feira (27).
Moradores retiram lixo do rio Sabarmati, na cidade indiana de Ahmedabad — Foto: Sam Panthaky/AFP
Uma equipe de pesquisadores da universidade
de York, Inglaterra, analisou amostras
tomadas em 711 locais de 72 países em cinco
continentes, e detectou ao menos um dos 14
antibióticos rastreados em 65% de casos,
informou a instituição acadêmica em um
comunicado.
Os cientistas, que apresentaram os resultados
de sua pesquisa nesta segunda-feira durante
uma conferência em Helsinki, compararam
estas amostras com os níveis considerados
aceitáveis, estabelecidos pela associação da
indústria farmacêutica AMR Industry Alliance,
que variam segundo a substância.
Por exemplo, o metronidazol, utilizado para
tratar infecções na pela e na boca, é o
antibiótico que mais ultrapassa este nível
aceitável, com concentrações de até 300
vezes este limite em um local em Bangladesh.
Este nível também é superado no Tâmisa, que
atravessa Londres.
A ciprofloxacina é a substância que ultrapassa
com mais frequência o limite de segurança
(detectada em 51 locais), enquanto a
trimetoprima, utilizada para o tratamento de
infecções urinárias, é a mais detectada.
"Até agora, o trabalho sobre os antibióticos
(nos rios) foi realizado em sua maior parte na
Europa, América do Norte e China. Com muita
frequência sobre apenas um punhado de
substâncias", apontou o doutor John
Wilkinson.
Segundo este novo estudo, os níveis
aceitáveis são ultrapassados com maior
frequência na Ásia e África, mas os outros
continentes tampouco estão salvos da
contaminação, o que revela um "problema
global", ressalta o comunicado, que detalha
que os locais mais problemáticos ficam em
Bangladesh, Quênia, Gana, Paquistão e
Nigéria.
Descobertos na década de 1920, os
antibióticos salvaram dezenas de milhões de
vidas ao combater de forma eficaz doenças
bacteriológicas, como pneumonia, tuberculose
e meningite.
Mas ao longo das décadas as bactérias se
modificaram e se tornaram resistentes a estes
remédios, a tal ponto que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) advertiu que o
mundo não contará no futuro com antibióticos
eficazes.
As bactérias podem se tornar resistentes
quando os pacientes consomem antibióticos
que não precisam, ou quando não completam
o tratamento indicado, o que permite a estas
sobreviver e desenvolver uma imunidade às
substâncias.
Mas os pesquisadores de York também
destacam um vínculo com sua presença no
Meio Ambiente.
"Os novos cientistas e dirigentes (políticos)
começam a reconhecer o papel do Meio
Ambiente no problema da resistência aos
antibióticos. Nossos dados demonstram que a
poluição dos rios poderia fazer uma
contribuição importante", indicou outro dos
autores do estudo, Alistair Boxall,
mencionando resultados "preocupantes".
"Resolver este problema é um desafio
monumental e necessitará um investimento
em infraestruturas de gestão dos resíduos e
das águas residuais, assim como regras mais
rigorosas e uma limpeza dos locais já
contaminados", acrescentou.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/0
5/27/estudo-revela-altas-concentracoes-de-
antibioticos-em-rios-do-mundo-todo.ghtml
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Data: 28/05/2019
16
Grupo de Comunicação
Veículo: Web Diário
Data: 27/05/2019
Prefeito cria fundo para prevenir
enchentes e conter deslizamentos
Prefeito Elvis Cesar de Santana de Parnaíba, divulgou a
criação do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (Foto: Divulgação)
O prefeito Elvis Cesar divulgou na imprensa
oficial de Santana de Parnaíba, a criação do
Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e
Infraestrutura – FMSAI, destinado a apoiar e
suportar ações de saneamento básico no
município.De acordo com o texto da Lei, os
recursos do fundo deverão ser aplicados no
custeio de obras e serviços relativos a
intervenções em áreas ocupadas
predominantemente por população de baixa
renda, visando à regularização urbanística e
fundiária de assentamentos, além degarantir
limpeza, despoluição e canalização de
córregos.
Segundo Elvis Cézar, a entidade poderá ainda
financiar a abertura ou melhoria das vias
principais e secundárias da cidade, bem como,
vielas, escadarias e congêneres, e também
drenagem, contenção de encostas e
eliminação de riscos de deslizamentos. “Todo
esse processo será possível porque também
estamos sancionando a lei que nos autoriza
celebrar contratos e convênios com a Arsesp e
a Sabesp, empresas responsáveis e pela
regulação e o saneamento no Estado de São
Paulo, respectivamente. Em breve estaremos
celebrando esses contratos”, argumentou o
prefeito.
Os repasses de recursos para a provisão do
fundo terão origem nas dotações
orçamentárias municipais a ele
especificamente destinadas, por meio de
créditos adicionais, e também por rendimentos
obtidos com a aplicação de seu próprio
patrimônio. O FMSAI terá contabilidade
própria e deverá manter registro de todos os
atos administrativos a ele pertinentes,
promovendo total transparência e liberando ao
pleno conhecimento e acompanhamento da
sociedade em meios eletrônicos de acesso
público, informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira do Fundo,
bem como das ações financiadas pelo órgão.
http://webdiario.com.br/noticia/25059/prefeit
o-cria-fundo-para-prevenir-enchentes-e
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Data: 28/05/2019
17
Grupo de Comunicação
Veículo: Época Negócios
+ 52 veículos
Data: 27/05/2019
Possível tragédia em Barão de Cocais
afetaria novamente o Rio Doce
Secretaria Estadual de Meio Ambiente de
Minas Alerta para riscos
De acordo com Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de
Minas Gerais (Semad), um eventual
rompimento da barragem Sul Superior da
Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais
(MG), pode acarretar em nova contaminação
na bacia do Rio Doce. A pasta avalia que a
nova onda de lama suprimiria cerca de 383
hectares de mata atlântica e poderia causar
até impactos energéticos, pois atingiria a
Usina Hidrelétrica de Peti, em São Gonçalo do
Rio Abaixo (MG).
Quatro córregos seriam impactados pelos
rejeitos, que posteriormente alcançariam o Rio
Santa Bárbara, afluente do Rio Piracicaba, que
por sua vez é afluente do Rio Doce. A água
desses mananciais se tornaria imprópria para
consumo humano. "Pode ocorrer ainda
redução do oxigênio dissolvido, com
consequente mortandade de peixes e outras
espécies aquáticas. Os cursos d'água podem
ter redução da vazão decorrente do
assoreamento da calha principal e deposição
do rejeito", acrescenta a Semad em
comunicado sobre os possíveis impactos.
A bacia do Rio Doce foi afetada em novembro
de 2015 na tragédia de Mariana (MG), quando
foram liberados no ambiente 39 milhões de
metros cúbicos de rejeito após a ruptura de
uma barragem da mineradora Samarco,
controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A
lama escoou até o litoral causando impactos
em dezenas de municípios de Minas Gerais e
do Espírito Santo.
O risco de uma nova tragédia está relacionado
à iminente ruptura do talude de uma cava da
Mina de Gongo Soco. Talude é um plano de
terreno inclinado que limita um aterro e tem
como função garantir a estabilidade da área. A
Vale admite a possibilidade de que as
vibrações provocadas pelo rompimento do
talude funcionem como um gatilho para a
ruptura da barragem Sul Superior. A distância
entre as duas estruturas é de 1,5 quilômetro.
O rompimento do talude é dado como certo
tanto pela mineradora como pela Agência
Nacional de Mineração (ANM). Estimativas da
Vale divulgadas na semana passada indicavam
que ele ocorreria até o último sábado (25), o
que não se confirmou. Na véspera do fim
desse prazo, a Defesa Civil de Minas Gerais
afirmou que não havia como prever o
momento exato da ruptura. 'O talude pode
ceder amanhã? Pode. Como também pode não
se romper. Ele pode ceder depois de amanhã,
daqui a uma semana', disse, na ocasião, o
coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas
Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho.
As operações em todas as estruturas da Mina
de Gongo Soco estão interditadas seguindo
determinação da ANM. No caso da Barragem
Sul Superior, a paralisação está em vigor
desde 8 fevereiro, quando seu nível de
segurança foi elevado para 2, obrigando a
Vale a evacuar a zona de autossalvamento,
isto é, aquela área que seria alagada em
menos de 30 minutos ou que está situadas a
uma distância de menos de 10 quilômetros da
estrutura.
Mais de 400 moradores foram abrigados em
quartos de pousadas e hotéis custeados pela
mineradora. Em 22 de março, a Barragem Sul
Superior se tornou a primeira a atingir o nível
3, que é considerado o alerta máximo e
significa risco iminente de rompimento. Desde
Data: 28/05/2019
18
Grupo de Comunicação
que a tragédia de Brumadinho, em 25 de
janeiro deste ano, levou mais de 200 pessoas
à morte, mais de 30 barragens da Vale em
todo o estado de Minas Gerais foram
interditadas e quatro delas já alcançaram o
alerta máximo.
Reivindicações
A prefeitura de Governador Valadares (MG),
um dos maiores municípios atingidos pela
tragédia de 2015, já se movimenta diante dos
riscos de uma nova tragédia. Na última
semana, ela encaminhou um ofício ao
presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no
qual apresenta reivindicações. O documento
informa que o Rio Doce é o único manancial
utilizado para o abastecimento da cidade e
solicita à mineradora a aquisição, em caráter
preventivo, de pelo menos 30 mil litros do
Polímero da Acácia Negra, produto utilizado no
tratamento de água muito turva.
"Tal substância é essencial para garantir os
padrões de potabilidade da água tratada pelo
Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e
distribuída à população", diz nota divulgada
pelo município. Outra demanda elencada no
ofício é a disponibilização de 500 mil litros de
água mineral para garantir o abastecimento da
população, a cada dia em que a captação e
distribuição de água estiver interrompida.
Também foi reivindicada celeridade na
construção das novas estruturas para
captação de água no Rio Corrente, reduzindo
assim a dependência do Rio Doce. Essas obras
estão sendo realizadas pela Fundação Renova,
que assumiu a gestão de todas as ações de
reparação dos danos causados na tragédia de
Mariana. A entidade, que desenvolve as
medidas necessárias utilizando recursos da
Samarco, da Vale e da BHP Billiton, foi
fundada conforme acordo firmado em 2016
entre as três mineradoras, o governo federal e
os governo de Minas Gerais e Espírito Santo. A
Vale confirma ter sido notificada, mas não se
posicionou diante das demandas
apresentadas.
Estudos de impacto
A mineradora também reconhece que um
eventual rompimento da barragem Sul
Superior afetariam afluentes do Rio Doce. "A
Vale está comprometida com o
desenvolvimento de ações de minimização dos
impactos e contenção dos rejeitos", informa
em nota. Na última terça-feira (21), a
mineradora entregou ao Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) novos estudos de dam
break [do inglês, rompimento de barragem]
que preveem os possíveis impactos de um
rompimento e estabelecem rotas de fuga e
pontos de abrigo. Os relatórios também foram
disponibilizadas cópias para a Defesa Civil e
para as prefeituras de Barão de Cocais, Santa
Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.
A entrega dos novos estudos havia sido
determinada pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais três dias antes. A mineradora teve
prazo de 72 horas para o cumprimento da
ordem judicial, sob pena de multa de R$300
milhões. A decisão atendeu pedido do MPMG,
que apontou insuficiências nas análises
apresentadas até então. O estudo de dam
break apresentado até então não teria
considerado todos os cenários e não previa as
consequências em caso de vazamento de
100% das estruturas do complexo minerário
que armazenam líquidos e rejeitos.
A juíza Fernanda Chaves Carreira Machado,
que assinou a decisão, lamentou a falta de
informação. "Não é possível que a cidade, que
suportará prejuízos de ordem material
inimagináveis, ainda tenha que ser submetida
a situação capaz de por em risco milhares de
vidas. Atualmente, a população está em
pânico e desinformada. Os bancos da cidade
foram fechados. Caminhões com água foram
enviados a Barão de Cocais, para garantir o
abastecimento das casas em razão da morte
iminente do rio que abastece a população. O
comércio está vazio, eis que localizado às
margens do Rio e passível de alagamento,
reflexo do terror vivido pelos moradores',
escreveu ela em seu despacho no dia 17 de
maio.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?c=0&n=241
76861&e=577 Voltar ao Sumário
Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: Época Negócios
Data: 27/05/2019
Braskem faz acordo de leniência com CGU
e AGU e vai pagar mais R$410 mi
Unidade de Camaçari da Braskem (Foto: Paulo Fridman/Divulgação)
A Braskem informou nesta segunda-feira que
concluiu com a Controladoria Geral da União
(CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU)
tratativas para assinatura de acordo de
leniência, o que foi aprovado pelo conselho de
administração da petroquímica, resultando em
um desembolso adicional de R$ 410 milhões.
Em fato relevante, a Braskem explicou que o
acordo trata do mesmo acordo global firmado
em dezembro de 2016 com o Ministério
Público Federal (MPF), o Departamento de
Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, a Securities
and Exchange Commission (SEC) e a
Procuradoria Geral da Suíça.
No acordo de dezembro de 2016, a Braskem
prometeu pagar quase um bilhão de dólares
para encerrar investigações pelo seu
envolvimento nas investigações da operação
Lava Jato.
O desembolso adicional ocorrerá em função
dos cálculos e parâmetros utilizados pela
CGU/AGU. O valor será pago em duas
parcelas, nos anos de 2024 e 2025, diz o
documento.
A Braskem foi alvo de ação coletiva nos EUA
alegando que a empresa fez declarações falsas
ou deixou de divulgar pagamentos ilícitos. Em
março de 2015, a Braskem foi citada em
alegações de supostos pagamentos indevidos
em contratos de matéria-prima com a
Petrobras.
(Por Aluísio Alves)
https://epocanegocios.globo.com/Empresa/not
icia/2019/05/epoca-negocios-braskem-faz-
acordo-de-leniencia-com-cgu-e-agu-e-vai-
pagar-mais-r410-mi.html
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Data: 28/05/2019
20
Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo Economia
Data: 28/05/2019
STF suspende venda de rede de
gasodutos da Petrobras
Em liminar, ministro Fachin suspende compra
da subsidiária pela francesa Engie, anunciada
em maio por us$ 8,6 bilhões
Carolina Brígido e Ramona Ordonez
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal (STF), suspendeu ontem, por liminar,
decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
que permitiu a venda de 90% das ações da
Transportadora Associada de Gás (TAG),
subsidiária da Petrobras, por US$ 8,6 bilhões.
Dessa forma, o negócio não poderá ser
concluído até que o plenário da Corte julgue o
mérito. Fachin pediu urgência na inclusão do
processo na pauta.
Em maio, a Petrobras acertou a venda de 90%
das ações da TAG, que controla gasodutos no
Norte e Nordeste, para um consórcio liderado
pela francesa Engie. Em janeiro, o presidente
do STJ, João Otávio Noronha, permitiu a
venda sob o argumento de que o impedimento
significaria grave risco à economia pública. O
negócio é um dos principais já firmados até
agora pela Petrobras em seu plano de venda
de ativos para reduzir endividamento e
concentrar investimentos na produção de
petróleo. Também é parte da estratégia do
governo para reduzir os custos do gás natural
no país. A estatal planeja vender os 10%
restantes da TAG.
Na análise do recurso apresentado pelo
Sindicato dos Petroleiros do estado de São
Paulo, Fachin destacou a necessidade de o
plenário do STF decidir se esse tipo de
operação deve ser precedido de "procedimento
licitatório e autorização legislativa". Ele
lembrou que, em junho de 2018, o ministro
Ricardo Lewandowski decidiu, também em
liminar, que a venda de ações de empresas
públicas, sociedades de economia mista ou de
suas subsidiárias ou controladas exige
autorização do Congresso sempre que isto
significar transferência de controle acionário. E
outra liminar que deve ser avaliada em breve
no plenário do STF.
INSEGURANÇA JURÍDICA
"Não vejo espaço para, à míngua de expressa
autorização legal, excepcionar do regime
constitucional de licitação a transferência do
contrato celebrado pela Petrobras ou suas
consorciadas", escreveu Fachin. A decisão
ainda cita estratégia anterior da Petrobras, de
vender fatia de 60% em ativos de refino no
Nordeste e no Sul do país. Em abril, a
Petrobras atualizou o plano: quer vender oito
refinarias.
Em comunicado, a Petrobras informou ontem
que não foi intimada da decisão de Fachin e
que, após análise, tomará "as medidas
cabíveis em prol dos seus interesses e de seus
investidores". A Engie não se manifestou.
O Sindipetro Unificado-SP, um dos sindicatos
que recorreram ao STF, comemorou a liminar
como "mais uma vitória" em seu movimento
contra privatizações na Petrobras. A entidade
aponta irregularidades nos processos de
vendas, como dispensa de licitação.
Para advogados, é preciso uma decisão
definitiva do STF para que a insegurança
jurídica não atrapalhe investimentos,
sobretudo em petróleo e gás. Para o advogado
José Del Chiaro, ex-secretário nacional de
Direito Econômico, a lei indica a necessidade
de aval do Congresso para venda da estatal,
mas observa que é preciso melhorar o
relacionamento Para advogados, é preciso
institucional entre os três Poderes para
viabilizar negócios e não prejudicar a
Petrobras.
Os especialistas Felipe Feres, do Mattos Filho
Advogados, e Ali El Hage Filho, do Veirano
Advogados, destacam que o artigo 64 da Lei
do Petróleo (9.478/97) autoriza a Petrobras a
criar subsidiárias. Portanto, na interpretação
deles, também poderia vendê-las sem ouvir o
Congresso.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24199799&e=577
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Data: 28/05/2019
21
Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Braziliense
Data: 27/05/2019
Novo modelo de preço de energia no
mercado à vista não é consenso
Com implementação marcada para janeiro de
2020, sistema de precificação diária gera
desconfiança entre agentes do setor elétrico
durante consulta pública no MME
Simone Kafruni
Consulta pública realizada nesta segunda-feira
(27/5), no Ministério de Minas e Energia
(MME), deixou claro que os agentes do setor
têm muitas desconfianças em relação ao novo
sistema de precificação do mercado à vista. O
chamado preço horário está previsto para ser
implementado em janeiro de 2020, mas ainda
não é consenso entre as associações setoriais.
A Comissão Permanente de Programas
Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP)
precisa validar o novo modelo que vai
viabilizar a implementação do preço horário
em 2020 até 31 de julho. A ideia é que o
preço da energia à vista, conhecido como
Preço de Liquidação das Diferenças (PLD),
deixe de ser calculado em patamares e
semanalmente, para ser definido diariamente
e com um peso maior durante o dia.
Objetivo é que o programa computacional
Dessem, que está sendo desenvolvido pela
CPAMP, utilize cálculos matemáticos para
precificar, em base horária, o custo real da
energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).
O secretário de Energia Elétrica do MME,
Ricardo Cyrino, ressaltou que é preciso
agilidade na implementação. “O que é
diferente de pressa”, destacou.
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O presidente do Conselho de Administração da
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), Rui Altieri, explicou que existe a
necessidade de aproximar o cálculo do preço
da operação de venda de energia. “Hoje, a
precificação está descolada da operação física
do sistema”, justificou. Segundo ele, os
sistemas e os profissionais estarão preparados
para implementação em janeiro de 2020.
Contudo, Altieri lamentou o pouco
engajamento do mercado. “Tivemos poucos
acessos mensais de consulta. O mercado não
está reagindo como nós esperávamos. Não
chegam a mil acessos por mês, o que é muito
pouco para um setor que tem 8 mil associados
e que está a seis meses de uma mudança
radical”, disse.
Durante a consulta pública, vários
representantes de associações do setor
elétrico apresentaram suas dúvidas sobre o
preço horário e sua implementação já em
2020. Apesar de garantir não ser contra o
novo modelo, a Associação Brasileira de
Energia Eólica (Abeeólica) defendeu que falta
cuidado e aprofundamento sobre os impactos
em energia de reserva. Isso porque algumas
eólicas geram mais à noite e vão passar a
contribuir com o menor preço, da madrugada.
Atualmente, é pelo preço médio.
Paulo Sehn, da Associação Brasileira dos
Investidores em Autoprodução de Energia
(Abiape), disse que a entidade apoia o preço
horário, mas alerta para os riscos do uso de
média ponderada. “O ganho de qualidade do
sinal econômico não vai ser percebido com
essa proposta”, afirmou.
Para a Associação Brasileira das Empresas
Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), o
tempo é relativamente pequeno para testar a
funcionalidade do modelo. “Se forem
necessários ajustes, o prazo ficará ainda mais
curto. Deveria ser testado pelo ciclo
hidrológico completo, pois trará reflexos
diários nas rotinas dos agentes, com efeito
ainda não totalmente identificado por eles, o
que demanda tempo”, argumentou o
representante.
O presidente da Associação Brasileira dos
Geradores Termelétricos (Abraget), Xisto
Vieira Filho, sustentou que a implementação
não deveria ser prioridade no momento. “O
nosso pleito é adiar a entrada em vigor”,
disse. Ele elencou outras prioridades, como o
aprimoramento nos leilões de energia,
planejamento da expansão, inadimplência na
CCEE.
Eduardo Picolo, da Associação Brasileira de
Energia Solar (Absolar), defendeu que ainda é
necessário estudar alguns pontos. “O modelo
não está pronto para entrada em operação.
Para a Absolar, em simulações, seria favorável
devido ao período diário de geração. Mas, da
forma que a proposta está, vai trazer mais
insegurança. Há vários riscos que podem gerar
judicialização do setor”, ressaltou.
Data: 28/05/2019
22
Grupo de Comunicação
Luiz Eduardo Barata Ferreira, diretor geral do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),
argumentou que, quando se faz o despacho de
30 em 30 minutos com um preço da semana
passada, o setor admite o descolamento.
“Queremos preços justos, dentro da realidade.
Do jeito que nós fazemos hoje, há um baita de
um gap. O trabalho que está sendo feito é
sério. Queremos avançar. É um processo
evolutivo”, destacou.
https://www.correiobraziliense.com.br/app/no
ticia/economia/2019/05/27/internas_economi
a,757951/novo-modelo-de-preco-de-energia-
no-mercado-a-vista-nao-e-consenso.shtml
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Data: 28/05/2019
23
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Partidos dizem que governo age
contra centrão e desconfiam de pacto
Desconfiança é o meu nome O dia seguinte de
Jair Bolsonaro e do PSL às manifestações pró-
governo despertou em siglas de centro e centro-
direita a certeza de que o presidente age para
desmontar o bloco conhecido como centrão. Por
isso, todas tentativas de compor com o Planalto
estão sendo vistas com extremo ceticismo.
Aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ressaltam que,
mesmo sendo fiador das reformas, ele não foi
poupado pelos bolsonaristas que foram às ruas
defender mudanças na Previdência.
Dono da bola Os ataques ao democrata foram
vistos como prova de que Bolsonaro não está
disposto a dividir louros e nem valorizar gestos
do Congresso em direção à pauta de sua equipe
econômica.
Vem comigo Maia foi aconselhado a chamar os
presidentes de partidos para uma atitude de
solidariedade. Segundo um interlocutor, ele não
pode ser o único a pagar por defender a
autonomia do Parlamento.
Eterno retorno Os sinais de que o governo está
disposto a investir contra partidos como PP, PL
(ex-PR) e PRB provocou reação nas cúpulas das
três bancadas. Não houve, porém, decisão de
ação uníssona. Há quem pregue dar tempo à
acomodação e quem diga que, neste cenário, o
melhor a fazer é “não votar mais nada”.
Rebote Já os militares temem que os atos
tenham reforçado a oposição, provocando
insatisfeitos com o governo a medirem força nas
ruas. A consequência, avaliam, seria um clima de
instabilidade, com risco de conflitos.
Minha pauta Enquanto o governo trabalha para
preservar o texto da medida provisória que
reorganiza a Esplanada, o ministro Sergio Moro
(Justiça) continua no esforço para tentar retomar
o Coaf. Conversou com senadores no final da
semana passada e conseguiu até virar votos.
Vacina Integrantes da centro-direita embarcaram
na ideia de devolver o Coaf a Moro como
precaução a eventual resposta de Bolsonaro.
Calculam que o presidente vai baixar decreto
entregando o órgão ao ministro, vendendo-se
como “herói” e jogando o Congresso novamente
na “lama”.
Vacina 2 Como o risco é de a medida que trata
do tema caducar, o discurso será o de que a
redução de pastas não produziu a economia
propalada por Bolsonaro.
De dentro para fora A direção nacional do MDB
apresenta na quarta-feira (29) nova minuta de
estatuto partidário e de reestruturação de seu
conselho de ética. Entre as regras propostas está
a desfiliação automática de condenados pela
Justiça em segunda instância.
De dentro para fora 2 A ideia é incorporar à sigla
a dinâmica da lei da Ficha Limpa. O novo
estatuto também prevê a criação de estrutura de
auditoria de contas dos diretórios da legenda. A
esse grupo caberia apontar a necessidade de
apurações e suspeitas de mau uso dos recursos
públicos.
Agora é que são elas O partido vai propor que
seus dirigentes sejam escolhidos para mandato
de quatro anos, sem direito à reeleição. Haverá
ainda a garantia de que, nos primeiros oito anos
de vigência do novo estatuto, 20% das vagas de
direção da sigla sejam reservadas a mulheres.
Depois, o índice subiria para 30%.
Olho grande Os bancos preparam resposta a
projeto que tramita na Comissão de Assuntos
Econômicos e que visa aumentar a carga
tributária do setor financeiro. A CSLL, atualmente
em 15%, subiria para 20%. O argumento é que
fará aumentar a taxa de juros.
Olho grande 2 No Congresso, há incômodo com
os lucros bilionários do setor. Um senador sabia
de pronto quanto um dos maiores bancos do país
distribuiu a acionistas no ano passado. Ainda
assim, parlamentares temem o efeito que o
aumento da CSLL pode ter na economia já
debilitada.
Tempo urge Em reunião com dirigentes do PDT e
do PSB na semana passada, o ex-presidente Lula
falou sobre a construção de uma rede de
esquerda de oposição a Bolsonaro, mas também
iniciou conversas sobre alianças com o PT nas
capitais, já de olho nas eleições de 2020.
TIROTEIO
Vimos uma democracia que respira sem
aparelhos. As pautas são legítimas, o extremismo
a gente pinça e ignora
Do deputado Marco Feliciano (Pode-SP), sobre a
manifestação de grupos contra o Supremo e o
Congresso nos atos de domingo (26)
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/05/28/
partidos-dizem-que-governo-age-contra-centrao-
e-desconfiam-de-pacto/
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Data: 28/05/2019
24
Grupo de Comunicação
Doria é stalinista ao dizer que quem não
concorda deve sair, diz tucano de esquerda
Carolina Linhares
Na última sexta (24), quando o governador João
Doria (PSDB) afirmou que está construindo um
novo partido e que quem discorda deve pedir
para sair, ele fazia referência implícita a
Fernando Guimarães (PSDB).
O sociólogo está à frente da corrente Esquerda
pra Valer (EPV), que existe no partido desde
1993, e constrói o movimento Direitos Já, Fórum
pela Democracia, que reúne dez partidos,
incluindo o PT e siglas de esquerda, em oposição
ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Dirigentes tucanos ligados a Doria afirmam que
Guimarães assumiu sua posição pessoal como a
do partido ao organizar o movimento e iniciaram
processo que pode levar a sua expulsão. O
governador chegou a parabenizar os dirigentes
pela atitude "corajosa e altiva". "Esquerda pra
Valer não tem mais espaço no PSDB", disse.
Em entrevista à Folha, Guimarães responde que
não pedirá para sair do PSDB, onde começou a
militar aos 13 anos. Classifica a atitude de Doria
como stalinista e diz que o partido será uma
legenda apequenada se for sequestrada por ele.
Na próxima sexta (31), os rumos do PSDB serão
definidos em uma convenção nacional que deve
consolidar o poder de Doria. O nome apoiado
pelo governador para a presidência do partido, o
ex-deputado federal Bruno Araújo, é o único
colocado na disputa até agora.
"É como Franco Montoro dizia: não podemos
deixar cair nossas bandeiras", afirma Guimarães
ao defender a social-democracia frente ao projeto
de Doria.
O EPV tem hoje 3.200 membros e apoiou
Fernando Haddad (PT) no segundo turno em
2018. Aliados de Doria, como o presidente do
PSDB-SP, Marco Vinholi, e o prefeito Bruno
Covas, já foram parte da corrente.
Como recebe o processo de uma eventual
expulsão do partido? Com muita surpresa. Ao se
filiar a um partido, busca-se ampliar o seu
horizonte de participação política e não ter a sua
liberdade como cidadão restringida, receber um
cabresto. Esse [Direitos Já] é um movimento cuja
bandeira é nada mais do que a defesa da
Constituição, na qual o PSDB teve um papel
fundamental.
O argumento é que o sr. falou em nome do
PSDB. Em nenhum momento eu ou qualquer
outra liderança falou em nome do partido. É uma
caça às bruxas.
A EPV tinha espaço no PSDB? É a primeira vez
que um líder diz que a corrente não espaço? É a
primeira vez. Sempre tivemos um amplo diálogo
com nossos líderes. Doria vem falando em nome
do partido, apontando quais rumos o partido irá
tomar, desrespeitosamente. O presidente
nacional é Geraldo Alckmin. O que se vê quando
Doria diz que descontentes devem pedir para sair
é uma afirmação stalinista. Contraria o princípio
fundamental do PSDB, que é a democracia
interna.
Se ele quer um novo PSDB, se ele não se
identifica com os valores progressistas do
partido, onde nunca existiu extrema esquerda ou
extrema direita, mas sim compromisso com
democracia e com direitos humanos, por que ele
escolheu se filiar ao PSDB?
Mas no PSDB tinha espaço para pautas de
esquerda? Para ser contra o impeachment de
Dilma, por exemplo? No processo do
impeachment, os principais líderes tucanos se
posicionaram contra por um longo tempo. Mas a
gente sempre teve diálogo. Democracia dá
trabalho. O Doria não pode tratar o PSDB como
se fosse uma das suas empresas. Não tem como
ele vir dizer "isso é extrema esquerda". Quem
apoiou o extremo foi ele, ao apoiar Bolsonaro,
que é extrema direita, antes de qualquer
deliberação do partido liberando seus filiados.
Vai pedir para sair do PSDB? De forma alguma.
Eu dediquei a minha vida à construção desse
partido. Não só eu, mas milhares de militantes
históricos que vão seguir fazendo a defesa da
social-democracia. A nossa escola foi Mário
Covas, Franco Montoro. O governo FHC assentou
mais de 1 milhão de famílias com reforma
agrária. É isso que Doria chama de esquerda que
tem ser apagada?
Data: 28/05/2019
25
Grupo de Comunicação
O PSDB é um partido de centro-esquerda,
sempre foi. Nós somos tucanos. Não é o fato de
ser filiado que te faz tucano. Essa é a dificuldade
do Doria diante das figuras históricas do partido:
ele não se sente tucano. E por isso essa
hostilidade e essa dificuldade de ter pluralidade.
Quais críticas o sr. tem a esse processo no
conselho de ética? Há uma hipocrisia da
burocracia partidária. Se ela entende que o PSDB
não pode dialogar com o PT, por que ela não agiu
quando o PSDB foi buscar uma aliança com o PT
para viabilizar a eleição do presidente da
Assembleia Legislativa de São Paulo [Cauê
Macris]?
É estranho quando eu vejo um pedido de
encaminhamento à comissão de ética assinado
pelo secretário-geral do partido no município,
que é o chefe de gabinete de Doria. Está ali a
digital do governador. O primeiro líder que não
reconhece a separação do que é ser chefe do
Executivo e o que é o papel do partido.
É como se ele dissesse: eu indico as pessoas e
elas farão aquilo que eu determino. Isso não é
um partido político, isso é uma legenda
apequenada, sequestrada.
Nos discursos, os tucanos que fundaram o PSDB
falam em volta às origens e Doria fala em
renovação. Há uma tensão? Permanentemente.
Há uma tensão, há um constrangimento. O PSDB
tem nos fundadores, como Alckmin, Serra, Tasso
e FHC, o DNA tucano, esse compromisso com a
social-democracia, que é uma corrente de
centro-esquerda.
E essa velha guarda está resistindo? Porque só o
indicado de Doria, Bruno Araújo, está
concorrendo à presidência. Restam cinco dias e
há uma expectativa de que nossos líderes
consigam cumprir o papel de defesa do PSDB. Se
eles não agirem nesse momento, depois vai ser
tarde demais. É preciso que nossos líderes se
manifestem publicamente. Porque se for para
levar o PSDB para direita, que se mude o nome,
porque não é honesto carregar o nome de social-
democracia e levar o PSDB para um
neoliberalismo extremado.
Já não é tarde demais? O processo de
convenção, enquanto não ocorre, sempre tem
esperança. O nome que está colocado não foi
fruto de um processo que contemple todas as
lideranças amplamente. A expectativa é que a
composição da executiva, com outros cargos,
possa equilibrar isso.
Doria fala que o PSDB será de centro, concorda?
Absolutamente. O Doria é um liberal, é um
neoliberal, o posicionamento dele é bem à
direita. Estrategicamente, do ponto de vista de
quem pretende disputar uma eleição para
presidente da República, se apresenta de centro
para ter mais facilidade de conseguir trazer o
eleitor. Mas o conteúdo do que ele defende não é
centro. Ele não é uma figura moderada. Se fosse,
ele não estava fazendo essa caça às bruxas,
estava dialogando conosco.
Acha que o problema é o PT estar no Direitos Já?
Participar de um movimento cívico não torna
ninguém petista. É preciso ter grandeza,
precisamos de estadistas. Precisamos de
lideranças que tenham compromisso acima das
disputas eleitorais. Doria faz um discurso
contraditório. Diz que ele está disposto a dialogar
e, ao mesmo tempo, diz que não haverá espaço
para aqueles que discordem.
A eleição mostrou que a esquerda está
demonizada. Vale a pena defendê-la? Todas as
nossas principais lideranças se posicionaram no
campo progressista. O PSDB sempre se colocou
como uma esquerda que dialoga com a
sociedade, que reconhece o livre-mercado. Uma
democracia pressupõe partidos que tenham um
campo ideológico claro e compromissado. Partido
não pode ficar surfando pelas circunstâncias.
Podem perder ou podem ganhar eleições, mas
eles têm que ter coerência ideológica.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/d
oria-e-stalinista-ao-dizer-que-quem-nao-
concorda-deve-sair-diz-tucano-de-
esquerda.shtml
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Data: 28/05/2019
26
Grupo de Comunicação
Braskem faz acordo de leniência e vai pagar
mais R$ 410 mi
Beto Barata
A Braskem informou nesta segunda-feira que
concluiu com a CGU (Controladoria Geral da
União) e a AGU (Advocacia Geral da União)
tratativas para assinatura de acordo de leniência,
o que foi aprovado pelo conselho de
administração da petroquímica, resultando em
um desembolso adicional de 410 milhões de
reais.
Em fato relevante, a Braskem explicou que o
pagamento trata do mesmo acordo global
firmado em dezembro de 2016 com o Ministério
Público Federal (MPF), o Departamento de Justiça
dos Estados Unidos, a SEC (Securities and
Exchange Commission) e a Procuradoria Geral da
Suíça.
No acordo de dezembro de 2016, a Braskem
prometeu pagar quase US$ 1 bilhão (cerca de R$
4 bilhões) para encerrar investigações pelo seu
envolvimento nos desvios apurados pela
operação Lava Jato.
O desembolso adicional ocorrerá em função dos
cálculos e parâmetros utilizados pela CGU/AGU.
O valor será pago em duas parcelas, nos anos de
2024 e 2025, diz o documento.
A Braskem foi alvo de ação coletiva nos EUA
alegando que a empresa fez declarações falsas
ou deixou de divulgar pagamentos ilícitos. Em
março de 2015, a Braskem foi citada em
alegações de supostos pagamentos indevidos em
contratos de matéria-prima com a Petrobras.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/braskem-faz-acordo-de-leniencia-e-vai-pagar-
mais-r410-mi.shtml
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Data: 28/05/2019
27
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Mourão não inspira
confiança, e impeachment está fora da
agenda de Maia
Os debates sobre eventual impeachment de Jair
Bolsonaro, que ganharam impulso na semana
passada, começaram a arrefecer.
ORELHA
As razões principais são duas: o vice-presidente,
Hamilton Mourão, não inspira confiança suficiente
no universo político para ganhar apoio e assumir
o cargo —situação oposta à de Michel Temer
quando era vice de Dilma Rousseff.
PELA LEI
Mourão assumiria nos seguintes casos:
impeachment, renúncia ou morte do presidente.
Ele só não ocuparia a Presidência caso o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) casasse a chapa que
concorreu à eleição em 2018— Bolsonaro como
presidente e ele como vice.
DIRETAS JÁ
Caso isso ocorresse antes de Bolsonaro e Mourão
completarem dois anos de mandato, seriam
convocadas eleições diretas. Depois de dois anos,
eleições indiretas.
FORA DESSA
A segunda razão de bloqueio do impeachment é
que o tema está, neste momento, fora da agenda
do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ).
NO CAMINHO
Sem a anuência dele, que comanda a pauta do
parlamento, propostas de impedimento não
conseguem prosperar.
NO CAMINHO 2
Maia já afirmou a interlocutores que, se os
deputados pregam o fortalecimento das
instituições, não podem recorrer a atalhos
antidemocráticos, tentando criar um ambiente
“sem base” para o impeachment.
NEGATIVO
Ele tem se posicionado também contra as
propostas de semipresidencialismo, que
limitariam o poder de Bolsonaro.
COBRANÇA
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) vai julgar
nesta terça-feira (28) o recurso de uma família
que foi proibida de usar a área de lazer do prédio
em que mora por atraso no pagamento do
condomínio.
JUROS
A dívida aproximada é de R$ 300 mil, em valores
de 2012.
A ação foi julgada improcedente em primeira e
segunda instâncias.
COMEÇO, MEIO E FIM
O jornalista Mino Carta foi ao lançamento do livro
“Meus Começos e Meu Fim”, do também
jornalista Nirlando Beirão, no domingo (26), em
SP. Os escritores Mario Prata, Marcelo Rubens
Paiva e Antonio Prata, o editor Luiz Schwarcz, o
médico Drauzio Varella e o ator Gabriel Braga
Nunes, acompanhado da filha Maria, também
compareceram.
BATUTA
O ministro Osmar Terra, da Cidadania, deve
lançar, neste ano, o Museu Digital de Villa-Lobos,
60 anos depois da morte do maestro. A ideia é
disponibilizar na internet todo o acervo do músico
brasileiro.
MILHAS
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner,
foi para a Europa para tentar recursos e apoios
para a recuperação da instituição, que foi
destruída em um incêndio em setembro de 2018.
CAIXA
Kellner se reuniu com a ministra das Relações
Exteriores da Alemanha, Michelle Müntefering. O
país deve liberar na próxima semana a segunda
parcela de cerca de R$ 4,5 milhões em doações
para a reconstrução do museu brasileiro.
INTERCÂMBIO
Kellner e Müntefering fecharam uma agenda de
atividades de aproximação entre pesquisadores e
cientistas dos Brasil e da Alemanha.
DIFERENÇA
O gestor da Santa Casa de Barretos, Henrique
Prata, vai entrar com um mandado de segurança
contra a Caixa Econômica Federal. Segundo ele,
a instituição cobra 1,1% de juros mensais sobre
os empréstimos enquanto bancos privados
cobram 0,8%.
DISTORÇÃO
“É um juro extorsivo, abusivo e em cima do
segmento mais importante do serviço público do
país, que é a saúde pública”, diz ele. Prata afirma
Data: 28/05/2019
28
Grupo de Comunicação
que a Santa Casa deve R$ 30 milhões à CEF e
que já pagou cerca de “R$ 10 milhões de juros,
abatendo menos de um milhão do capital”.
CASO A CASO
Ele diz que só não migrou ainda para a iniciativa
privada porque teria que pagar uma multa de
10%.
A CEF diz que busca adequar as condições das
operações à realidade de cada uma das
entidades, “em observância às normas de
governança aplicáveis”.
SOLTA O SOM
O multi-instrumentista Hermeto Pascoal, as
cantoras Alice Caymmi e Marina de La Riva e o
grupo Samuca e a Selva são algumas das
atrações musicais do Centro Cultural São Paulo
no mês de junho.
TEMPO
O envelhecimento da população LGBT será o
tema da 6ª edição da mostra de arte e
diversidade Todos os Gêneros, promovida pelo
Itaú Cultural nos dias 11 a 16 de julho. A cantora
Angela Ro Ro fará o show de abertura do evento.
PALAVRA CANTADA
A MC Laura Conceição, e as atrizes Luiza Romão
e Roberta Estrela D’Alva estiveram no
lançamento do livro “Querem nos Calar: Poemas
para Serem Lidos em Voz Alta”, realizado no
sábado (25), no Centro Cultural São Paulo. A
poeta Ryane Leão também passou por lá.
CURTO-CIRCUITO
A mostra “Somos sua Luz”, de Alexandre Mazza
inaugura na terça (28) na Luciana Caravello Arte
Contemporânea, no Rio.
A exposição individual do artista Samico abre na
terça (28). Às 19h, na Galeria Estação.
A U.Clinic será inaugurada na terça (28) na av.
República do Líbano, 192.
O cirurgião plástico Paulo Muller abriu consultório
em SP.
com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi E Victoria
Azevedo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/05/impeachment-de-bolsonaro-
esta-fora-da-agenda-de-rodrigo-maia.shtml
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Data: 28/05/2019
29
Grupo de Comunicação
ESTADÃO
‘Criminal Compliance’ em tempos da Lava
Jato
Ricardo Ribeiro Velloso
Talvez uma das características mais marcantes
na área empresarial, desde o final do século 19,
seja o surgimento de grandes empresas
transnacionais que, devido ao grande volume de
recursos movimentados, tem a possibilidade de
influenciar políticas públicas, tanto de seus
governos, como de governos nos quais se
instalem.
Durante muito tempo essas grandes empresas,
focavam seus esforços na obtenção de lucros a
qualquer custo, muitas vezes fazendo uso de
ferramentas ilícitas como a corrupção.
Já na década de 70 do século passado, em
decorrência de vários fatores conjunturais, como
maior controle social e governamental (1),
responsabilidade perante conselho de acionistas
e, até mesmo criminalização de condutas, as
empresas passaram a se preocupar com suas
políticas mercadológicas.
Diante desse novo panorama as empresas
passaram a criar normas que garantissem maior
transparência e qualidade nas informações
prestadas ao mercado, além de preservar
conselheiros, administradores e funcionários,
adequando suas condutas às legislações
vigentes.
Surgiu o departamento de compliance, atuando
preventivamente na fiscalização do cumprimento
das normas internas, além de promover a cultura
institucional minimizando riscos inerentes à
própria atividade da empresa.
No Brasil, o Banco Central, como órgão executivo
central do sistema financeiro, em aproximação ao
Acordo da Basiléia, assinado pelos Bancos
Centrais do “G-10” seguindo as recomendações
do Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia,
através da Resolução n. 2.554, de 24/09/98,
estabeleceu a necessidade de implementação de
políticas de controle interno para as instituições
financeiras, dando margem para que cada uma
adotasse o modelo mais adequado para sua área
de atuação.
Em 2002, os EUA, criaram a Lei Sarbanes-Oxley,
visando recuperar a confiança dos investidores,
em razão de escândalos envolvendo grandes
empresas americanas, como o caso da Enron
Corporation. O objetivo da lei é de garantir a
criação de mecanismos confiáveis de governança
corporativa, afetando não só as empresas
americanas, mas todas aquelas que mantêm
ADRs (American Depositays Receipts).
Portanto, a função da política de criminal
compliance, muito mais do que estabelecer
normas de boa gestão da instituição,
administrando o risco de imagem que poderia ser
abalada por uma eventual má conduta, com a
consequente publicidade negativa e perda de
valor de mercado, visa administrar o risco legal,
de possíveis processos criminais por
envolvimento em casos de corrupção, fraude,
lavagem de dinheiro, dentre outros.
Os Estados têm se utilizado da criação de leis
penais que visam a antecipação da proteção do
bem jurídico tutelado, adotando como política
criminal de combate a essa criminalidade
econômica-empresarial, a utilização de agentes
privados.
Para tanto, são impostas aos particulares
diversas obrigações de conduta, investigação e
comunicação, segundo as quais, os Estados
poderiam tornar mais efetiva a luta contra a
lavagem de dinheiro, corrupção e outras fraudes.
Assim, as empresas tiveram que se adaptar para
dar pleno cumprimento às novas determinações,
harmonizando seus procedimentos internos às
imposições legais, criando mecanismos de
controle e investigação internos.
Depois de passadas algumas décadas, como se
viu com o que foi revelado pela “Operação Lava
Jato”, não há uma percepção exata da eficácia
desse tipo de política, não obstante os grandes
custos envolvidos na sua execução.
Tanto a esfera pública, como a esfera privada
tiveram que suportar numerosos custos com
relação a implementação das normas preventivas
ao crime de lavagem, corrupção e outras fraudes.
Os estudos que se prestaram ao tema não
conseguiram chegar a conclusões definitivas,
contudo, alguns pontos podem ser citados:
comparando-se o custo direto e indireto da
política de prevenção com o volume estimado da
Data: 28/05/2019
30
Grupo de Comunicação
delinquência organizada, percebe-se que as
vitorias são poucas e os custos elevados (2).
Por outro lado, a falta de controles adequados
também podem gerar prejuízos às empresas,
principalmente com relação a multas impostas
pela autoridade administrativa, além do impacto
negativo na marca e na reputação da empresa,
sem contar com o risco de serem elas e seus
gestores acusados criminalmente.
Portanto, não obstante os custos impostos às
empresas com a implementação de controles e
normas de condutas, e o fato de que o criminal
compliance, não tenha o condão, de por si
próprio afastar a responsabilização penal, a única
forma do empresário de minimizar sobremaneira
os riscos de uma eventual imputação criminal é a
implantação de uma competente e eficaz política
de governança, que incorpore aspectos da
legislação criminal.
(1) Nesse contexto foi criada nos EUA a Lei sobre
a Prática de Corrupção no Exterior – FCPA,
depois que, “em 1977, após as investigações
governamentais terem revelado que mais de 400
empresas americanas admitiram fazer
pagamentos ilegais ou questionáveis da ordem
de US$300 milhões ou mais a autoridades
governamentais estrangeiras, políticos e partidos
políticos.” UROFSKY, Philip. Fomento da
Transparência Corporativa Global in
Transformando a Cultua da Corrupção. Questões
de Democracia. Vol. 11, n. 12 – Revista
eletrônica do Bureau de Programas de
Informações Internacionais do Departamento de
Estado dos USA, p. 19.
http://www.sel.eesc.usp.br/informatica/graduaca
o/material/etica/private/transformando_a_cultur
a_da_corrupcao.pdf
(2) CORDERO, Isidoro Blanco. Eficacia del
sistema de prevención del blanqueo de capitales
estudio del cumplimiento normativo (compliance)
desde una perspectiva criminológica. Eguskilore..
Cuaderno del Instituto Vasco de Criminología San
Sebastián, n 23 – 2009, p. 134.
*Ricardo Ribeiro Velloso, advogado criminalista,
especialista em direito penal pela Escola Superior
do Ministério Público de São Paulo (ESMP). Pós-
graduado em Direito Penal Econômico e Europeu
pela Universidade de Coimbra – Portugal /
IBCCRIM
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/criminal-compliance-em-tempos-da-
lava-jato/
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Data: 28/05/2019
31
Grupo de Comunicação
É hora de governar
Editorial
Após as manifestações do último domingo, Jair
Bolsonaro deveria aproveitar essa segunda
oportunidade que seus eleitores lhe deram para,
enfim, fazer política e governar o País.
As manifestações de domingo passado em defesa
do governo ocorreram de maneira ordeira, sem
incidentes de maior gravidade e, principalmente,
sem a radicalização que tanto se temia. O
discurso predominante não foi o da minoria
extremista que, às vésperas das passeatas,
pregava o fechamento do Supremo Tribunal
Federal e do Congresso. Foram às ruas
brasileiros interessados em reafirmar a
importância das pautas que decidiram as eleições
do ano passado, tais como a moralização da
política e o combate ao crime. Houve ainda forte
defesa da reforma da Previdência, o que é fato
raro de ver em manifestações populares.
Espera-se que o presidente Jair Bolsonaro não
tome esses protestos como uma espécie de carta
branca para ampliar sua força na tumultuada
relação com o Congresso, até porque o
comparecimento não foi tão estrondoso como
seus seguidores mais radicais esperavam. Mas é
inegável também que essas passeatas, cuja
afluência não foi nada desprezível, podem
funcionar como uma espécie de confirmação da
legitimidade de Bolsonaro obtida nas urnas no
ano passado.
Nesse sentido, o presidente deveria aproveitar
essa segunda oportunidade que seus eleitores lhe
deram para, enfim, fazer política e governar o
País.
Há toda uma agenda de reformas e de
modernização à espera de um governo que,
malgrado as limitações naturais da conjuntura e
os gigantescos obstáculos gerados pela grave
crise nacional, tenha a capacidade de articular as
forças políticas necessárias para a resolução dos
muitos problemas do País. Os milhões de votos
depositados nas urnas para eleger Bolsonaro e
mesmo os milhares de manifestantes que foram
às ruas no domingo para defendê-lo não bastam
para que os projetos do governo sejam
aprovados no Congresso – cujos integrantes
gozam da mesma legitimidade eleitoral do
presidente.
Bolsonaro cometerá grave erro se, no embalo
das ruas, continuar considerando que aos
parlamentares só cabe chancelar o que o Palácio
do Planalto lhes encaminha, sem a necessidade
de diálogo. Deve o presidente convencer-se,
rapidamente, de que discursos inflamados e
xingatórios pelas redes sociais não são fatores de
articulação de políticas governamentais.
É preciso que o presidente se recorde de que, há
poucos dias, houve outra ampla manifestação
nas ruas, esta contra o governo, e tais vozes são
tão importantes quanto aquelas que lhe
prestaram homenagens no domingo passado. Do
mesmo modo, se há parlamentares e partidos
que fazem objeções aos projetos governistas
submetidos à Câmara e ao Senado, estes não
podem ser tratados como inimigos ou tachados
como interessados somente em auferir lucros
pecuniários e políticos na negociação com o
governo.
Poucas vezes a política foi tão necessária na
história recente do País. Nunca é demais lembrar
que a reforma da Previdência, malgrado sua
urgência, deve ser apenas o início de um amplo
processo de mudanças com vista a ensejar uma
retomada do crescimento que, finalmente,
comece a tirar o Brasil da sua persistente
mediocridade. Nada disso será alcançado sem
contrariar as corporações que capturaram o
Estado para a satisfação de seus interesses, e
para isso será preciso arregimentar
democraticamente as forças dispostas à
articulação de um consenso mínimo.
Bolsonaro precisa estar à altura desse desafio. O
presidente não pode se contentar apenas em
passar à história como aquele que derrotou o PT;
essa condição era necessária para o saneamento
da economia e a moralização da política, mas
está longe de ser suficiente. Se Bolsonaro está
realmente tão interessado em defender o
interesse público e modernizar o País, deve
ajudar a restituir à política a relevância que os
anos de malfeitos e demagogia lulopetistas
tiraram.
Para começar, deve parar de dividir o País entre
“nós” e “eles” – isto é, deve parar de estimular a
hostilidade contra os que dele discordam, como
faziam os petistas. A essência da política é
alcançar consensos em favor do interesse
público, e isso implica fazer concessões e aceitar
as divergências. Acima de tudo, porém, fazer
política significa trabalhar duro, concentrar
Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
energias na negociação com o Congresso e juntar
forças para formar uma boa base governista,
capaz de aprovar as reformas – pois a multidão
pode até impressionar, mas só em ocasiões
revolucionárias aprova ou rejeita projetos em
curso no Congresso.
https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-
paulo/20190528/textview
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Data: 28/05/2019
33
Grupo de Comunicação
Moradores de Barão de Cocais já duvidam
de queda da barragem
- Brasil - Estadão
BARAO DE COCAIS (MG) - O aposentado Carlos
Leal, de 69 anos, ficou a maior parte da última
noite acordado, pintando faixas de protestos
contra a Vale, a proprietária da mina do Gongo
Soco, em Barão de Cocais (MG). Desde fevereiro,
ele ouve que a estrutura está prestes a desabar,
mas até agora não aconteceu. "Honestamente,
no início eu achei até prudente nos retirar da
chamada área de risco", afirma. "Mas agora não
acredito que a barragem vá cair."
Morador de um sítio na Vila do Gongo, um dos
quatro distritos que poderiam ser soterrados pela
lama em poucos minutos, Leal foi removido pela
Vale para um apartamento alugado fora da área
de risco. Está vivendo em Santa Bárbara, cidade
vizinha, longe da sua horta e dos passarinhos
que costumavam pousar na janela de casa. "Eu
queria passar meus últimos dias ali, mas olha o
que está acontecendo... Eles vão destruindo
nossa vida."
O aposentado não é exceção. Em Barão de
Cocais (MG), o número de moradores que
acreditam estar diante de um suposto "alarme
falso" cresce a cada dia, mesmo com as
autoridades reforçando o perigo de a barragem
vir abaixo.
Na semana passada, a cidade parou com a
notícia de que a parede de contenção da mina (o
talude) está condenada. Segundo auditoria
contratada pela Vale, a estrutura romperia até
domingo, com risco entre 10% e 15% de
derrubar junto a barragem Sul Superior,
localizada a cerca de 1,5 quilômetro.
A data limite passou, mas a estrutura, embora
escorregue cada vez mais rápido, segue de pé -
aumentando a situação de incerteza entre os
moradores. Já para os envolvidos no plano de
emergência, a queda do talude continua sendo
certa, mas ninguém se arrisca mais a informar
prazo.
Nesta segunda, o ponto mais crítico do talude
voltou a acelerar e chegou a avançar cerca de 22
centímetros por dia. Em média, a estrutura
escorregou 18 cm - no dia anterior esse avanço
havia sido de 17 cm na parte inferior e de 14 cm
na superior. Para comparação, a estrutura
costumava ceder 10 cm por ano, segundo a
Agência Nacional de Mineração (ANM).
À espera do mar de lama que ainda não veio, o
prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos
Santos (PV), já demonstra preocupação com o
aumento de "descrentes". "A cidade, aos
pouquinhos, infelizmente, está começando a se
acostumar com essa situação (de incerteza)",
diz. Para ele, o grupo pode dificultar a execução
do plano de emergência, que prevê evacuar parte
da cidade, se for necessário ser posto em prática.
"Quando você determina que o talude vai cair em
uma data, e não cai, pode ter certeza que
aumenta a comunidade que não acredita mais
em nada", afirma o prefeito. "Eu temo que isso
possa atrapalhar. As pessoas têm de ficar
atentas para que a gente consiga salvar todas as
vidas."
Antes de portas fechadas por causa da previsão
de rompimento da barragem, agências bancárias
e dos Correios voltaram a atender o público.
Escolas e o hospital também funcionaram. "Até
os parentes estavam com medo de vir aqui fazer
visita", diz Santos.
"Já dá uma comodidade maior. Na semana
passada, a gente precisava ir até Santa Bárbara
para resolver problemas simples", comenta o
técnico de almoxarifado Adão Miranda, de 41
anos, que foi ao banco nesta segunda. "Muita
gente fala que a barragem não vai romper, mas
quem sabe? A gente fica desnorteado."
Outro morador da Vila do Gongo, o aposentado
José Sayao, de 79 anos, saiu às pressas de casa
após a sirene tocar no dia 8 de fevereiro, mas já
não acredita nos riscos informados. "Vai fazer
quatro meses que me tiraram de casa e até
agora nada", diz. Segundo conta, o imóvel foi
alvo de saqueadores no período. "Arrombaram a
porta e levaram TV, eletrodoméstico, acabaram
com tudo."
CPI
Deputados federais da CPI de Brumadinho
estiveram nesta manhã na Câmara Municipal de
Barão de Cocais. A comissão foi aberta para
investigar a catástrofe com 242 mortos e 28
desaparecidos, que aconteceu em janeiro, e o
impactado para moradores de áreas de
mineração.
Data: 28/05/2019
34
Grupo de Comunicação
Após sobrevoo na região da mina do Gongo Soco,
os parlamentares colheram reivindicações da
população. Entre elas, apoio psicológico e
pagamento de "renda mínima" aos afetados pelo
risco de rompimento. No fim, ativistas pintados
de lama fizeram um protesto contra a
mineradora.
Cartazes foram colados no salão. Um deles dizia:
"Bento Rodrigues nunca mais? Brumadinho
nunca mais? A Vale segue assassinando". Outro
deixava antever as suspeitas contra a empresa,
que deram o tom da reunião. "Queremos
sondagem da área evacuada para sabermos o
que tem debaixo das nossas terras."
Membro da Comissão dos Evacuados, Carlos Leal
foi o primeiro a discursar e se emocionou ao
final. "Senhores deputados, (...) pedimos que
obrigue a Vale a apresentar laudo sobre o nível
de segurança da barragem Sul Superior, porque
não existe laudo."
Durante as falas, moradores mostraram
documento indicando que a empresa fez
prospecções nos terrenos em 2011. Também
afirmaram que, embora tivessem sido retirados
do local por causa do risco, trens de carga teriam
continuado passando por ali. Até a barreira, em
construção para conter a lama, virou alvo de
suspeitas.
"O muro está sendo construído para comportar
22 milhões de m3 de lama, mas na barragem só
tem 9 milhões de m3", diz Leal. "Para mim, esses
elementos indicam que a Vale está interessada
em continuar a atividade de mineração aqui."
Presidente da CPI, o deputado federal Júlio
Delgado (PSB-MG) afirma que denúncias "de
prospecção em áreas para futura exploração" são
"graves". "Isso tem de ser apurado com
seriedade."
"A Vale está falando que precisa de um ano para
fazer essa (barreira de) contenção, sendo que a
barragem pode romper a qualquer momento", diz
o deputado. "Fica parecendo que realmente tem
um interesse anterior."
Procurada, a Vale não se manifestou.
https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,mora
dores-de-barao-de-cocais-ja-duvidam-de-queda-
da-barragem,70002846124
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Data: 28/05/2019
35
Grupo de Comunicação
'Tudo está em aberto', diz governo sobre
uso do Fundo Amazônia
- Sustentabilidade - Estadão
Programa conta com R$ 3,4 bilhões doados pela
Noruega e Alemanha para combater o
desmatamento
Na região amazônica, predominam os casos de ocupação
irregular por grileiros de terra Foto: TOMMASO GIARRIZZO/
ARQUIVO AG. PARA
BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, disse que ainda não foram definidas quais
mudanças serão efetivamente feitas na gestão e
no uso dos recursos do Fundo Amazônia,
programa que conta com R$ 3,4 bilhões doados
pela Noruega e Alemanha para combater o
desmatamento na região no Brasil.
Na tarde desta segunda-feira, 27, o ministro se
reuniu com os embaixadores da Noruega, Nils
Martin Gunneng, e da Alemanha, Georg Witschel,
para discutir a situação dos recursos que os dois
países doaram ao Brasil. A reunião contou com a
participação do ministro de Secretaria de
Governo, Alberto Santos Cruz.
“Todos os temas estão em aberto. Ainda não
fechamos nada”, disse Salles ao Estado. “O que
posso dizer é que foi uma reunião produtiva.
Vamos apresentar nossas propostas de
mudanças a eles e voltaremos a nos reunir na
próxima semana.” O ministro disse ainda que
pretende garantir a renovação do fundo, que
vencerá no ano que vem. “Essa é a nossa
intenção e é a deles também”, comentou.
Como revelou o Estado no último sábado, o
governo Jair Bolsonaro trabalha na edição de um
novo decreto para alterar as normas do fundo e
permitir que uma parte de seus recursos possa
ser usada para pagar indenizações a donos de
propriedades privadas que vivam em áreas de
unidades de conservação. Hoje essa utilização é
proibida conforme previsto no próprio regimento
do fundo, que é administrado pelo BNDES.
Uma fonte que acompanha as negociações
afirmou que as intenções do governo de mudar
as regras do fundo sem um acordo prévio os dois
países foi mal recebida por seus representantes.
A rigor os recursos já foram doados e cabe ao
Brasil escolher os programas que receberão o
dinheiro. As regras do fundo, porém, são claras
sobre a aplicação direta na proteção das florestas
e não em regularização fundiária. Na região
amazônica, predominam os casos de ocupação
irregular por grileiros de terra.
Ao falar com jornalistas após o encontro, Salles
disse que tratou de "questões mais gerais". "Não
entramos em nenhum detalhe muito específico",
respondeu. Questionado sobre a informação de
que a Embaixada da Alemanha afirmou que,
teoricamente, sua saída do fundo seria uma
possibilidade a ser considerada, Salles se
esquivou. “Eu não posso comentar declarações
da Embaixada da Alemanha."
Uma segunda mudança pretendida pelo governo
vai incluir a redução do número de membros do
Comitê Orientador do Fundo Amazônia. Esse
grupo, responsável por criar as diretrizes e
critérios para aplicação dos recursos, é formado
atualmente por 23 membros, entre
representantes do governo federal, governos dos
Estados da Amazônia e entidades da sociedade
civil.
Ao saírem da reunião, que ocorreu no Palácio do
Planalto, os embaixadores não deram detalhes
sobre o encontro, apenas afirmaram à imprensa
que há um diálogo com o governo, que
esperavam dar continuidade. "Talvez semana que
vem vamos nos reunir mais uma vez", disse o
embaixador da Noruega.
Data: 28/05/2019
36
Grupo de Comunicação
Salles definiu a reunião como "ótima", e que os
embaixadores foram "muito solícitos",
apresentando suas "preocupações,
questionamentos e ponderações", relatou,
acrescentando que o governo também
apresentou seus pontos. "Debatemos muitos
aspectos importantes da gestão do fundo, dos
objetivos, da importância do fundo para a
redução do desmatamento ilegal e, portanto,
também alinhamos as nossas expectativas para
aprimoramento dessas questões", disse.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,governo-diz-que-tudo-esta-em-aberto-
sobre-uso-do-fundo-amazonia-em-
desapropriacoes,70002846092
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Data: 28/05/2019
37
Grupo de Comunicação
Ibama avisa antecipadamente onde fará
operações contra desmatamento na
Amazônia
- Sustentabilidade - Estadão
André Borges, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – O Ibama divulgou na sexta-feira, 24,
um comunicado em que informa que fará
operações de fiscalização contra desmatamento e
garimpo na região sudoeste do Pará. “Estão
planejadas operações de fiscalização contra
desmatamento e garimpo em Terras Indígenas e
Unidades de Conservação no sudoeste do Pará,
região que abriga a Floresta Nacional do
Jamanxim”, diz o texto. Até o ano passado, as
informações sobre os locais de fiscalizações e
operações do instituto eram mantidas em sigilo,
para que não atrapalhassem os resultados das
ações. Desta vez, o texto foi disponibilizado, em
português e inglês.
Na nota, o Ibama também afirma que o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) “trabalha em
uma nova metodologia de alertas de
desmatamento e busca desde o início da atual
gestão uma ferramenta tecnológica que permita
a detecção diária de desmatamentos de até 1
hectare”. Segundo a nota, “o sistema atual
detecta desmatamentos superiores a 6,25
hectares e emite alertas com lapso temporal que
não favorece ações de caráter preventivo”.
Procurados, o Ibama e o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
afirmaram que apenas o MMA se manifestaria
sobre o tema. O Estado também procurou o
MMA, que não se manifestou até as 18h50.
Os dados sobre o desmatamento na Amazônia
foram revelados na semana passada pelo Estado,
com base em informações oficiais, produzidas
pelo próprio Sistema de Detecção do
Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo
Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, órgão do governo federal.
Conforme informado, foram perdidos
oficialmente, em uma quinzena de maio, 6.880
hectares de floresta preservada na região
amazônica, o equivalente a quase 7 mil campos
de futebol. Esse volume ainda está próximo do
desmatamento registrado na soma de todos os
nove meses anteriores, entre agosto de 2018 e
abril de 2019, que chegou a 8.200 hectares. Em
2018, o País registrou os maiores números de
desmatamento na região amazônica de toda a
história. Desde agosto, a devastação ilegal
continua e atinge, em média, 52 hectares da
Amazônia/dia.
Os dados mais recentes, dos primeiros 15 dias de
maio, são os piores no mês em uma década - 19
hectares/h, em média, o dobro do registrado no
mesmo período de 2018.
Alteração. Apesar de não responder ao pedido de
esclarecimento, o Ibama mexeu na declaração de
suas fiscalizações após ser procurado pela
Estado. Ao reeditar o texto, o órgão declarou que
"estão planejadas operações de fiscalização
contra o desmatamento ilegal nas áreas críticas
da Amazônia". Nestas áreas, prosseguiu, estão
incluídas "Terras Indígenas e Unidades de
Conservação no sudoeste do Pará, região que
abriga a Floresta Nacional do Jamanxim".
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,ibama-avisa-antecipadamente-onde-fara-
operacoes-contra-desmatamento-na-
amazonia,70002845783
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Data: 28/05/2019
38
Grupo de Comunicação
Papa Francisco recebe líder indígena Raoni
no Vaticano
- Sustentabilidade - Estadão
CIDADE DO VATICANO - O Papa Francisco
recebeu nesta segunda-feira, 27, no Vaticano, o
líder indígena Raoni, aliado chave na defesa da
Amazônia, um dos grandes desafios do pontífice
latino-americano.
O Vaticano divulgou fotografias e um vídeo com
as imagens do encontro, durante o qual os dois
líderes trocaram presentes e conversaram
amigavelmente. Uma declaração oficial sobre as
questões abordadas não foi divulgada pela Santa
Sé.
O lendário líder indígena brasileiro iniciou uma
turnê européia de três semanas em meados de
maio, quando foi recebido por chefes de Estado,
marchou com jovens em nome do clima e
culminou com o Papa Francisco.
"Com este encontro, o papa Francisco quer
reiterar sua atenção pela população e pelo meio
ambiente da Amazônia e seu compromisso com a
proteção da Casa Comum", disse neste domingo,
26, o porta-voz do papa, Alessandro Gisotti.
Considerado o pontífice mais sensível aos
problemas ecológicos, depois de publicar em
2015 a encíclica "Laudato Sí", o papa argentino
convocou para outubro deste ano um sínodo ou
assembléia dos bispos sobre a Amazônia, a fim
de proteger os povos daquela região que abrange
nove países e é considerado o pulmão do
planeta.
"A audiência com Raoni também faz parte da
preparação para a Assembléia Especial do Sínodo
dos Bispos para a região do Pan, a ser realizada
entre os dias 6 e 27 de outubro, com o tema
'Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para
a Ecologia Integral", disse Gisotti.
O chefe da aldeia Kayapó, acompanhado de
outros três líderes indígenas que vivem no Xingu,
sofreu a devastação de seu vasto território,
ameaçado pelo desmatamento, pelo agronegócio
e pela indústria madeireira.
Um fenômeno que o próprio papa denunciou
quando visitou Puerto Maldonado em janeiro de
2018, uma cidade rural no sudeste do Peru,
cercada pela floresta amazônica, onde milhares
de nativos peruanos, brasileiros e bolivianos
haviam ido para a ocasião.
"Os povos amazônicos nunca foram tão
ameaçados em seus territórios como agora, uma
terra disputada em várias frentes: o neo-
extrativismo e a forte pressão dos interesses
econômicos sobre petróleo, gás, madeira, ouro e
monoculturas agroindustriais", explicou o papa.
A preocupação do papa latino-americano com as
ameaças contra esse santuário da biodiversidade
coincide com a de muitas populações
amazônicas, determinadas a defender sua
identidade e seus costumes.
Questão ambiental
Esta é a primeira vez que a Igreja Católica apoia
oficialmente atividades concretas em favor do
cuidado ambiental, inclusive nas paróquias.
A viagem de Raoni acontece no meio das tensões
com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um
líder de extrema-direita que se mostrou favorável
à exploração de áreas protegidas.
O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, próximo ao
papa, relator geral do Sínodo a ser realizado de 6
a 27 de outubro, reconheceu recentemente em
Roma que a defesa da Amazônia gera muitas
"resistências e incompreensões".
"Os interesses econômicos e o paradigma
tecnocrático são contrários a qualquer tentativa
de mudança e estão prontos para serem
impostos com força, violando os direitos
fundamentais das populações do território e os
padrões de sustentabilidade e proteção da
Amazônia", explicou Hummes.
A igreja de Francisco também está empenhada
em proteger "os esquecidos" da floresta
amazônica, as populações mais pobres entre os
pobres.
Data: 28/05/2019
39
Grupo de Comunicação
A Amazônia é uma realidade muito rica e
complexa. É habitado por 390 aldeias com uma
identidade cultural e uma língua própria, e tem
cerca de 120 aldeias livres em isolamento
voluntário.
Este território, compartilhado por nove países e
habitado por cerca de 34 milhões de pessoas,
abriga 20% da água doce não congelada do
mundo, 34% das florestas primárias e 30 a 50%
da fauna e flora do planeta.
O encontro do papa com Raoni também serve
para preparar os católicos para uma mudança de
mentalidade em relação aos índios e suas
tradições.
A Igreja organizou 260 lugares para ouvir as
reclamações dos habitantes desse gigantesco
território, explicou Mauricio López, secretário
executivo da Rede Pan-Amazônica de Ecclesia
(REPAM). Cerca de 87 mil indígenas da Amazônia
participaram dessas reuniões com os bispos da
região.
A igreja quer "uma conversão da humanidade ao
meio ambiente", porque a existência de tudo
depende de cuidar da natureza e respeitá-la, algo
intrínseco a essas culturas ancestrais, explicou
López.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,papa-francisco-recebe-o-lider-indigena-
raoni-no-vaticano,70002845531
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Data: 28/05/2019
40
Grupo de Comunicação
Como esvaziar barragens e fazer cimento
- Sustentabilidade - Estadão
Pedro Leopoldo - Uma tecnologia desenvolvida na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
oferece uma alternativa de aproveitamento dos
rejeitos de minério armazenados nas barragens
que há no Brasil semelhantes às que romperam
em Mariana e Brumadinho e ameaçam Barão de
Cocais.
A pesquisa experimental conseguiu transformar o
rejeito em uma espécie de cimento - pozolana -,
em areia e em pigmento. Os produtos já se
mostraram úteis como base de concreto,
argamassa e pelotas de minério e podem ser
aplicados na construção civil, na pavimentação
de estradas e também na agricultura.
“Tudo o que estiver nas barragens de minério
pode virar produto. A proposta é termos um
sistema sustentável completo na cadeia da
mineração. Isso é técnica e economicamente
viável”, diz o pesquisador Evandro Moraes da
Gama, que coordena o Laboratório de
Geotecnologias e Geomateriais do Centro de
Produção Sustentável da UFMG, em Pedro
Leopoldo.
Na fábrica experimental é possível ver tijolos,
lajotas de pisos e blocos, além do produto-base,
a pozolana - um pó semelhante ao cimento
convencional, mas que tem a vantagem de ser
colorido, de acordo com a característica do
minério: vermelho, alaranjado, ocre e marrom.
No local, para ilustrar o potencial de
aproveitamento, foi construída uma casinha
vermelha, de 46 m2, com materiais
desenvolvidos a partir da pozolana. De acordo
com Gama, seu custo equivale a 1/3 de uma
casa do mesmo tamanho feita com produtos
convencionais.
O pesquisador afirma que as mineradoras não
precisariam cuidar diretamente da produção, mas
estabelecer parcerias com outras empresas para
operar usinas de reaproveitamento dos rejeitos
na própria área da mineração. Ele acredita que
uma usina dessas precisaria de uma área de, no
máximo, 2 km2.
Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto:
Washington Alves/Reuters
Ele afirma que a pozolana também poderia ser
misturada ao cimento tradicional. “O cimento é
feito com calcário, que precisa ser explorado. Em
vez de fazer isso todo dia, é possível fazer uma
mistura do cimento com a pozolana. Com isso se
economizaria nos explosivos, na produção do
calcário - que fica em grutas e é ambientalmente
difícil de controlar - e ainda se aproveita parte do
rejeito da mineração”, conta.
Redução de rejeitos
Gama fez um estudo com a Agência Nacional de
Mineração (ANM) em que calculou o impacto que
Data: 28/05/2019
41
Grupo de Comunicação
a geração de produtos a partir de rejeitos poderia
ter no volume de material hoje colocado em
barragens. Para o período de 2014 a 2039, ele
estimou que o aproveitamento poderia promover
uma redução de 42% dos rejeitos. A expectativa
é de que cerca de 11 bilhões de toneladas de
rejeitos sejam geradas no período.
“Teria de haver incentivos do governo para isso,
como ocorre em outros países. O porcelanato
chinês que compramos no Brasil é feito com
rejeito de minério”, exemplifica ele. Segundo
Moraes, 25% dos rejeitos da China viram outros
produtos.
O projeto na UFMG começou há cerca de quatro
anos e teve, além de financiamento da própria
universidade e da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas (Fapemig), recursos
de empresas de mineração. “A Vale e a Samarco
são sócias da patente do produto, só não fazem
esse aproveitamento porque não querem. Dizem
que o estatuto social não permite fazer outra
coisa que não ferro.”
Ele defende que esse tipo de ação esteja nas
medidas mitigadoras e compensatórias após os
recentes desastres. “A região norte de Minas, por
exemplo, é muito carente de pavimentação e
calçamento. Se pegar o rejeito da Vale que está
todo depositado, secá-lo, colocar em vagões,
levar para lá e montar usinas de transformação
para fazer a pozolana, areia e o agregado
artificial, quem estiver lá produzindo bloco ou
pavimento poderia usar esse material na cadeia
produtiva local, com um custo muito mais barato,
favorecendo o setor industrial em uma área
carente.”
Segundo Gama, dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 17
cidades do norte de Minas, como Janaúba, Jaíba
e Monte Azul, têm hoje uma demanda de
calçamento de 1,67 milhão de metros quadrados,
além de necessidade de pavimentar 4.200 km de
estradas. Pelo cálculos do pesquisador, os 50
milhões de metros cúbicos armazenados nas
barragens da Vale no entorno de Brumadinho e
que possivelmente são alvo de
descomissionamento poderiam ser usados para
suprir a necessidade.
Gama disse que está desenvolvendo um projeto
para ser encaminhado ao governo do Estado.
“Isso ajudaria até a Vale. Vai desobstruir a área
dela, vai fazer crescer uma outra. O que matou
em Brumadinho poderia construir e trazer o
desenvolvimento no norte do Estado.” Ele
defende que tal medida poderia entrar em um
eventual termo de ajustamento de conduta
(TAC). “Eles terão de tirar esses rejeitos. Vão
fazer o quê? Mandar para a Lua?”
Sem sentido
O pesquisador, que em outros momentos da
carreira ajudou a projetar muitas barragens, diz
que hoje elas não fazem mais sentido. Se
Mariana não causou essa mudança, diz, agora a
mineração tem de se repensar. “Todo mundo tem
de contribuir para repensar, criar uma nova
economia do País, da reciclagem, da
sustentabilidade. É tão árduo morar em uma
área de mineração onde não se tem alternativa.
Precisa de um pouco mais de sensibilidade.”
Procurada pelo Estado, a Vale não se posicionou
especificamente sobre as alternativas
desenvolvidas na UFMG. Disse, por meio de nota,
que “já apresentou às autoridades brasileiras um
plano para acelerar a descaracterização de todas
as suas barragens construídas pelo método de
alteamento a montante” e esse plano tem o
objetivo descaracterizar as estruturas como
barragens de rejeitos para reintegrá-las ao meio
ambiente. “Os rejeitos já são recuperados e
incorporados à produção mineral”, disse a
empresa.
Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,como-esvaziar-barragens-e-fazer-
cimento,70002843850
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Data: 28/05/2019
43
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Supremo proíbe venda de estatal sem
licitação
Por Mariana Muniz, André Ramalho e Gabriel
Vasconcelos | De Brasília e do Rio
O programa de venda de ativos da Petrobras
sofreu ontem novo revés no Supremo Tribunal
Federal (STF). O ministro Edson Fachin
determinou que a venda da Transportadora
Associada de Gás (TAG), principal
desinvestimento já realizado pela estatal, no
valor de US$ 8,6 bilhões, precisa passar por
processo de licitação. Em liminar, ele suspendeu
a venda do ativo, que foi concretizada em abril e
estava amparada por outra decisão do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) desde janeiro.
A decisão de Fachin traz efeitos imediatos para o
balanço do segundo semestre da Petrobras e cria
um ambiente de insegurança jurídica para a
continuidade do plano de desinvestimentos da
petroleira, incluindo a venda de BR Distribuidora,
Liquigás e oito refinarias. O ministro considerou
não haver espaço para que a venda fique fora do
"regime constitucional de licitação".
O caso chegou ao STF depois que o STJ
suspendeu decisão do Tribunal Regional Federal
da 5ª Região (TRF-5), que havia determinado a
obrigatoriedade da licitação no processo. A TAG
foi vendida para a Engie e para o fundo
canadense CDPQ, por US$ 8,6 bilhões, incluindo
o pagamento das dívidas de US$ 800 milhões da
empresa. O pagamento, pelo contrato, deveria se
dar entre maio e junho. Agora, com a suspensão
da operação, haverá impacto negativo direto no
balanço da Petrobras do segundo trimestre.
A venda da transportadora é a principal fonte de
caixa da empresa neste ano, dentro do programa
de desinvestimentos, que pode atingir de US$ 30
bilhões a US$ 40 bilhões em doze meses. O valor
envolvido na negociação é superior a todos os
negócios anunciados pela empresa entre 2017 e
2018, que somaram cerca de US$ 8,5 bilhões.
Em outra decisão sobre a venda de estatais, o
ministro do STF Ricardo Lewandowski, em junho,
proibiu essas operações, em caso de
transferência de controle, sem autorização
legislativa.
https://www.valor.com.br/empresas/6278149/su
premo-proibe-venda-de-estatal-sem-licitacao
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Data: 28/05/2019
44
Grupo de Comunicação
STF veta venda da TAG pela Petrobras
Por Mariana Muniz, André Ramalho e Gabriel
Vasconcelos | De Brasília e do Rio
O programa de venda de ativos da Petrobras
sofreu ontem novo revés no Supremo Tribunal
Federal (STF). O ministro Edson Fachin entendeu
que a venda da Transportadora Associada de Gás
(TAG), o principal desinvestimento realizado pela
companhia, no valor de US$ 8,6 bilhões, precisa
passar por processo de licitação e decidiu, por
meio de liminar, suspender a venda do ativo, que
estava amparada por decisão do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) desde janeiro. A decisão
traz efeitos imediatos sobre o balanço do
segundo trimestre da estatal, e reforça o
ambiente de insegurança jurídica sobre o
progresso do plano de desinvestimentos da
petroleira, incluindo a venda da BR Distribuidora,
da Liquigás e de oito refinarias.
Na decisão, Fachin disse não ver espaço para que
a transferência do contrato celebrado pela
Petrobras ou suas consorciadas fique fora do
"regime constitucional de licitação". O caso
chegou ao STF após o STJ suspender decisão do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5)
que determinava que a operação de alienação de
90% da participação acionária da TAG deveria
respeitar processo licitatório, já que o
procedimento implica em transferência de
controle. A reclamação foi feita ao STF por três
sindicatos de petroleiros, sob o argumento de
que a determinação do STJ desrespeita decisão
de 2018 do ministro Ricardo Lewandowski, do
STF, que proibiu, por meio de liminar, que a
alienação de estatais seja feita sem o aval do
Congresso.
O gabinete de Lewandowski informou ao Valor
que a decisão liminar dada em junho de 2018 -
proibindo que a alienação de estatais seja feita
sem o aval do Congresso - deverá ser levada ao
plenário. Assim, o mérito da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) que discute a
transferência de controle acionário de empresas
públicas, sociedades de economia mista e
subsidiárias ou controladas, da qual Lewandowski
é relator, só deverá ser julgado depois que as
duas liminares - a dele, e a de Fachin - forem
analisadas pelos demais integrantes da Corte.
A Petrobras informou, em nota, que ainda não foi
intimada da liminar de Fachin. "A Petrobras
avaliará a decisão e irá tomar as medidas
cabíveis em prol dos seus interesses e de seus
investidores", disse a estatal. A empresa
defendeu a venda de ativos. "A Petrobras reforça
a importância dos desinvestimentos através da
gestão de portfólio para a redução do nível de
endividamento e geração de valor, em linha com
seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e
Plano de Resiliência."
A TAG foi vendida para a francesa Engie e o
fundo canadense CDPQ, por US$ 8,6 bilhões,
incluindo pagamento das dívidas de US$ 800
milhões da transportadora com o BNDES. O
contrato estabelece que o pagamento deva se
dar na data do fechamento da operação, prevista
para ocorrer entre maio e junho. Agora, como
resultado da decisão de Fachin, deve haver efeito
imediato no balanço da Petrobras do segundo
trimestre, uma vez que os recursos da venda
podem não mais entrar no caixa da petroleira até
junho. A venda da transportadora é a principal
fonte de caixa da empresa neste ano, no
programa de desinvestimentos. O valor da
negociação é superior a todos os negócios
anunciados pela empresa entre 2017 e 2018, que
somaram US$ 8,5 bilhões.
A decisão de Fachin remonta a uma ação popular
dos petroleiros na Quarta Turma do Tribunal
Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), contra a
venda de 90% da TAG sem licitação. Em junho
de 2018, o TRF-5 suspendeu o negócio alegando
que a Petrobras não pode alienar o controle
societário das subsidiárias sem licitação, já que o
decreto nº 2.745/98 (Regulamento do
Procedimento Licitatório Simplificado da
Petrobras) diz ser o leilão a modalidade
adequada para a alienação de ativos da estatal.
Em janeiro, a decisão do TRF-5 foi revertida no
STJ ante o argumento de que "obstar a operação
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econômica em questão significaria grave risco à
economia pública e ao orçamento público
federal". Com o aval do STJ, a Petrobras retomou
o processo de venda da TAG. A estatal informou,
na ocasião, que se baseava também no parecer
da Advocacia Geral da União (AGU) que concluiu
que a Petrobras já detém autorização legislativa
para alienar suas subsidiárias.
Em resposta a ação ajuizada pelos sindicatos dos
petroleiros do Estados de São Paulo (Sindipetro-
SP), Bahia (Sindipetro-BA) e Paraná e Santa
Catarina (Sindipetro PR/SC), Fachin recorreu a
uma medida cautelar do ministro Lewandowski,
do ano passado, que proíbe a venda de ações de
empresas públicas, sociedades de economia
mista ou de suas subsidiárias ou controladas sem
prévia autorização legislativa, sempre que se
envolva a alienação do controle acionário da
subsidiária. Segundo o ministro, a dispensa de
licitação só pode ser aplicada quando não houver
a perda de controle acionário das empresas
envolvidas.
https://www.valor.com.br/empresas/6278069/stf
-veta-venda-da-tag-pela-petrobras
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Data: 28/05/2019
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Crise da Pemex e da PDVSA favorece estatal
brasileira
Por Rodrigo Polito e André Ramalho | De San
Diego (EUA) e do Rio
Em rota de recuperação após a crise
desencadeada pela queda dos preços do petróleo
e pelo desgaste de imagem com escândalos de
corrupção, nos últimos anos, a Petrobras vem se
consolidando, aos poucos, como a maior
produtora da região. Enquanto a estatal brasileira
tem perspectivas de novos recordes operacionais
no pré-sal e vem reduzindo sua dívida, as demais
gigantes da região - a venezuelana PDVSA e a
mexicana Pemex - convivem com o declínio da
produção, escândalos de corrupção e situação
financeira difícil.
Devido ao alto grau de concentração de mercado
no México e na Venezuela, a situação delicada
das estatais locais acaba por afetar a atratividade
do mercado latino-americano como um todo.
Com uma agenda mais pró-mercado, o Brasil,
segundo analistas consultados pelo Valor, vive o
momento mais favorável à atração de
investimentos na região.
"O caminho das estatais latino-americanas tem
sido sofrido. A Petrobras tem feito o seu dever de
casa para reduzir sua dívida e está num estágio
mais maduro que suas vizinhas neste momento.
A estatal foi a única a ter sido submetida a uma
investigação contra a corrupção como a Lava-
Jato. Institucionalmente estamos mais sólidos",
afirma a pesquisadora da FGV Energia, Fernanda
Delgado.
A Pemex, por exemplo, viu sua dívida superar os
US$ 100 bilhões e ultrapassar o patamar de
endividamento da Petrobras. Utilizada pelo
governo local como fonte de receitas, para
equilíbrio das contas públicas, a estatal mexicana
perdeu capacidade de investimentos nos últimos
anos e viu sua produção cair 30% desde 2014.
Após a eleição de Andrés Manuel López Obrador,
em 2018, a empresa também tem sido impelida
a construir novas refinarias e a situação tem
preocupado analistas.
A agência de risco Fitch, por exemplo, reduziu,
em janeiro, a nota de classificação da empresa
de BBB+ para BBB- (ainda ligeiramente acima
das notas da Petrobras). Em meio à escalada do
endividamento, o governo mexicano prepara um
pacote de socorro de US$ 8 bilhões à companhia.
Nenhum outro quadro, contudo, é mais
preocupante do que o da PDVSA, principal
produtora da América Latina até 2015, mas que
sofre com o agravamento da crise política e
econômica da Venezuela. Desde 2016, a empresa
não publica mais relatórios financeiros e
operacionais. Segundo estimativas do mercado, a
produção atual do país é 750 mil barris diários,
menos do que produz a Colômbia. Em fevereiro,
a Moody's retirou sua classificação de risco para
a estatal por "motivos de negócio" - até então, a
classificação para PDVSA era um C, a nota mais
baixa da escala.
Além da crises financeiras, escândalos de
corrupção também pairam sobre as irmãs latino-
americanas. Este mês, Emilio Lozoya, diretor da
Pemex durante o governo de Enrique Peña Nieto,
foi afastado de cargos públicos por dez anos,
depois de ter sido citado em denúncias de
corrupção envolvendo a Odebrecht no México. Na
Venezuela, uma investigação da Assembleia
Nacional, de maioria oposicionista, apontou o
"sumiço" de US$ 11 bilhões dos cofres da PDVSA
entre 2004 e 2014.
Com o agravamento da crise da Venezuela e o
cenário avesso a investimentos privados no
México, o Brasil tem uma janela de oportunidade
única para atrair investidores e contribuir para o
resultado fiscal do governo com os leilões de
áreas petrolíferas - só o leilão do excedente da
cessão onerosa, previsto para 28 de outubro,
envolve bônus de assinatura de R$ 106 bilhões.
Com um cardápio de ativos de qualidade e um
ambiente regulatório favorável a investimentos
privados, especialistas acreditam no sucesso dos
leilões deste ano no Brasil, mesmo se a reforma
da previdência não for aprovada.
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"A reforma da previdência é essencial para
estabilizar os indicadores financeiros. Mas você
tem um marco regulatório sustentável,
especialmente no setor extrativo. Isso pode
mitigar o risco país" afirmou Lucas Aristizabal,
diretor de ratings corporativos da Fitch.
"Esperamos uma grande participação no leilão
[dos excedentes]. Sem querer minimizar o
desafio do Brasil com a reforma da previdência, o
potencial de investimentos [em óleo e gás] pode
acontecer mesmo sem a reforma", disse o
especialista, que participou de uma rodada de
discussões sobre investimentos no setor
petrolífero na América Latina, durante a La Jolla
Energy Conference, promovida pelo Institute of
Americas, em San Diego.
Para sócio da E&Y, o debate sobre a abertura do
mercado de gás natural traz novas perspectivas
para o país
O painel foi unânime em apontar o Brasil como o
país que reúne as melhores condições para
investimentos em óleo e gás na região. Outro
destaque apontado, fora os leilões, foi o plano de
desinvestimentos da Petrobras, que, segundo
Aristizabal, está disponibilizando ativos de classe
mundial.
Para o sócio da Ernst & Young em Portugal,
Alexandre Oliveira, o debate sobre a abertura do
mercado de gás natural traz novas perspectivas
para o Brasil. Um dos grandes desafios, segundo
ele, é construir um ambiente regulatório que
inspire confiança. "A América Latina é uma região
com incertezas que não ajudam e tem um
trabalho pela frente para ganhar a confiança do
investidor", disse.
Lisa Viscidi, diretora do programa de Energia,
Mudança Climática e Indústria Extrativa da
organização não-governamental Inter-American
Dialogue, diz que o marco regulatório para
exploração e produção no Brasil está bem
desenhado. Porém, ainda há preocupação e
incertezas quanto à autonomia da política de
preços dos combustíveis da Petrobras. Ela
destacou também o risco de uma nova greve de
caminhoneiros no país.
"Hoje, os países que têm reservas, um governo
sensato, regras estáveis e transparência vão se
beneficiar de maiores investimentos. A grande
tarefa do Brasil é assegurar que a questão da
corrupção foi endereçada e as regras serão
estáveis, apesar de vermos incertezas na
política", complementou Raul Gallegos, diretor
associado da consultoria Control Risk.
O México, que competiu com o Brasil nos últimos
anos por investimentos, após abertura
implementada por Enrique Peña Nieto, vive
situação oposta hoje. A decisão do governo
Obrador de não realizar novos leilões e oferecer
contratos de serviço que reduzem retornos para
o investidor privado devem afugentar as grandes
petroleiras internacionais. A boa notícia é que o
governo não deve revisar os contratos firmados
durante a gestão anterior. Ainda assim, o cenário
mexicano é complicado: a Pemex não se
modernizou tecnicamente para aumentar o fator
de recuperação de seus principais campos e a
produção nacional declina.
Segundo Chris Sladen, ex-presidente da BP no
país e consultor da Reconnoitre, o México
precisará de investimentos de US$ 41 bilhões ao
ano para produzir 2,4 milhões de barris diários,
em 2024, conforme previsto no plano de
Obrador. O problema é como financiar esse
volume em um cenário avesso a participação
privada. Para ele, a Pemex não tem condições
financeiras de realizar esses investimentos
sozinha.
Situação bem mais complicada vive a Venezuela
e sua estatal PDVSA. Devido à crise econômica e
política, especialistas acreditam que, mesmo em
um cenário de queda do presidente Nicolás
Maduro ou do chavismo, a reconstrução do setor
petrolífero local levará entre cinco e dez anos e
demandará investimentos de US$ 200 bilhões.
Outro país relevante na região, a Argentina,
possui potencial de expansão de sua produção,
sobretudo de gás não convencional no campo de
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Grupo de Comunicação
Vaca Muerta, na província de Neuquén. O
problema é a incerteza política devido às eleições
presidenciais de 2019, que poderá contar com a
participação da ex-presidente Cristina Kirchner.
No lado positivo para investimentos na América
Latina estão Guiana e Colômbia. O primeiro país
vai entrar para o clube de produtores de petróleo
no primeiro trimestre de 2020, com o início da
produção na área da promissora descoberta de
Liza. A expectativa é que, já nos próximos anos,
a Guiana ultrapasse a Venezuela em produção de
petróleo. O país, porém, ainda precisa
desenvolver sua infraestrutura petrolífera e
assegurar a consistência do marco regulatório.
Até 2017, o governo não tinha um departamento
de energia.
Já a Colômbia desponta com um ambiente
regulatório estável e atrativo. Segundo o
presidente da Agência Nacional de Hidrocarburos,
Luis Miguel Morelli, com os contratos previstos
com petroleiras este ano, a estimativa é de
investimentos de US$ 3 bilhões em quatro anos.
Com isso, espera-se que as reservas (1,9 bilhão
de barris de óleo equivalente), dobrem.
O repórter Rodrigo Polito viajou a convite do
Institute of Americas
https://www.valor.com.br/empresas/6278065/cri
se-da-pemex-e-da-pdvsa-favorece-estatal-
brasileira
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Petrobras propõe novo estatuto para BR
Por Graziella Valenti e Ivan Ryngelblum | De São
Paulo
Preocupada em garantir agilidade à oferta de
ações da BR Distribuidora, a Petrobras propôs
alterações minimalistas ao estatuto social da
controlada. O novo documento, responsável
pelos parâmetros de governança da companhia,
só terá validade se a estatal conseguir vender os
papéis que possui de forma que a distribuidora
deixará de ter um sócio controlador e, portanto,
de ser uma estatal.
A atualização retira as amarras estatais da BR,
mas coloca poucas barreiras ao poder da
Petrobras. Hoje dona de 71% da distribuidora, a
expectativa é que fatia remanescente da
Petrobras fique entre 30% e 40% após a
operação. Nos documentos oficiais, porém, a
estatal fala em reduzir para menos de 50%, ou
seja, não será majoritária, mas ainda será
prevalente.
A proposta de redação do estatuto que será
levada aos acionistas da BR foi desenhada pela
controladora e não pelo conselho de
administração da própria empresa, como seria a
praxe. O colegiado da distribuidora não
participou do processo nem com sugestões.
Conselheiro da BR eleito por minoritários sugere
que estatuto deveria ter nova revisão após oferta
da Petrobras
Consultada, a BR, que está em período de
silêncio em razão dos planos para a oferta,
apontou que todas as medidas foram adotadas
em linha com a lei societária e que as propostas
de alteração de estatuto asseguram a sua
manutenção no Novo Mercado da B3. A Petrobras
não quis comentar.
A assembleia de acionistas que avaliará as
alterações sugeridas pela Petrobras foi marcada
para 7 de junho. O conselho da BR aprovou a
convocação do encontro, mas se manteve isento,
sem recomendar aprovação ou rejeição. Na
prática, a Petrobras é quem está definindo como
será a governança da empresa quando deixar de
ser sua controladora. Além de propor, tem
maioria para garantir sua vontade.
A condução do tema pela Petrobras, segundo o
Valor apurou, teve por objetivo garantir que o
processo de aprovação fosse rápido dentro da
estatal e evitasse modificações que poderiam ser
consideradas polêmicas ou que exigiriam longos
procedimentos internos de validação - ou até um
escrutínio maior pelo Tribunal de Contas da União
(TCU).
Essa estratégia da Petrobras é para realizar a
operação até julho. A preços de mercado, se
conseguir reduzir sua fatia até 30% da BR, a
estatal poderia arrecadar mais de R$ 10 bilhões.
Na visão de analistas, o caminho escolhido, por
um lado, pode garantir essa agilidade e a notícia
de que a BR deixará de ser uma estatal é
positiva. Mas, por outro lado, ao não impor
maiores restrições à Petrobras, que continuará a
acionista mais influente, a operação pode não
alcançar o melhor preço possível.
Para um analista, a BR Distribuidora, hoje
avaliada em pouco mais de R$ 27 bilhões na B3,
poderia valer mais de R$ 35 bilhões, se ficasse
garantida a redução da interferência estatal no
negócio.
Com o novo estatuto, a Petrobras terá espaço
para indicar até quatro de nove membros do
conselho de administração, a depender do
resultado da oferta e da participação dos
acionistas em assembleia. Fica mantida a
exigência já existente de que no mínimo 50% do
conselho seja independente (acima do mínimo do
próprio Novo Mercado), mas sem a imposição de
restrição às indicações da estatal.
As principais novidades adotadas são a criação
de um comitê de governança corporativa e partes
relacionadas e a adoção de uma cláusula que
determina a realização de oferta a todos os
acionistas caso algum investidor ou companhia
compre ou alcance fatia de 50% ou mais do
capital. Na prática, caso queira voltar a ser dona
da BR, a Petrobras teria de seguir regras que
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obrigam uma oferta pública de aquisição por
valor justo ou o maior preço pago pelas ações em
mercado - o que for superior.
A função do comitê proposto é "promover e
acompanhar a evolução do modelo de
governança", "avaliar situações de potencial
conflito de interesses e opinar sobre transações
com partes relacionadas, desde que fora do curso
normal dos negócios e que sejam da alçada do
conselho de administração". O grupo terá de ser
composto por três dos membros independentes
do colegiado - e não poderá prevalecer na
composição eleitos pelo mesmo acionista.
Tanto a rota escolhida pela Petrobras - de
conduzir ela própria a reforma do estatuto da
distribuidora - como as sugestões propriamente,
levaram o conselheiro da BR eleito por
minoritários Shakaf Wine a se manifestar
separadamente sobre o tema. Seu voto foi
acompanhado por outro conselheiro, Gregory
Louis Piccininno.
Conforme o voto de Wine encaminhado pela BR à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o
conselheiro defendeu garantir a limitação da
influência estatal sobre a BR. Para tanto, as
sugestões dele são limitar o poder de voto de um
só acionista ou grupo a 30% do capital e as
indicações ao conselho de administração a 1/3 do
total. Wine também entende que a cláusula de
obrigação de oferta de aquisição deveria ter
como gatilho a compra de 30% do capital, e não
de 50%. Entre as suas recomendações, também
consta que o comitê de governança deve ter
liberdade para avaliar todos os contratos entre
partes relacionadas.
Apesar das ponderações, Wine entendeu que não
deveriam ser criadas situações que impedissem o
avanço da oferta pela Petrobras, a fim de que o
"ótimo" não se tornasse inimigo do "bom",
conforme o voto. Assim, foi favorável à
convocação da assembleia da BR.
Para o analista de um grande banco nacional, as
evoluções de governança da BR não ocorreram
como o esperado após a listagem na B3. Ele
avalia que o novo estatuto traz avanços, mas
ainda insuficientes para lidar com os riscos de
influência da União. "A dúvida é saber se a
companhia, após ter o capital pulverizado, terá
um conselho atuante e independente, assim
como uma diretoria, para tomar medidas que
possam maximizar os ganhos", ponderou.
Wine comenta, em seu voto, que o conselho
poderia, no futuro, considerar nova revisão do
estatuto. Um analista de mercado apontou que a
efetividade da governança da BR dependerá da
atuação dos acionistas, que terão de ser
propositivos e vigilantes. Outro especialista
entende que o objetivo neste momento é permitir
que a BR deixe de ser estatal, melhorando sua
eficiência. Para isso, algumas questões de
governança poderão não avançar num primeiro
momento.
https://www.valor.com.br/empresas/6278057/pe
trobras-propoe-novo-estatuto-para-br
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Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
Alemanha e Noruega precisam dar aval para
mudanças no Fundo Amazônia, diz ministro
Por Isadora Peron | De Brasília
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo do Salles,
afirmou que o decreto com mudanças nas regras
de utilização dos recursos do Fundo Amazônia só
será editado depois que houver um acordo com
os governos da Noruega e da Alemanha,
responsáveis pela doação de recursos que
chegam a R$ 3,4 bilhões.
"O decreto será formulado depois que tivermos
claro quais são os pontos que são de comum
acordo com todas as partes envolvidas", disse,
após se reunir com os representantes dos dois
países no Palácio do Planalto.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem como
objetivo diminuir o desmatamento na região.
Uma das possibilidades estudadas pelo governo,
conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo"
no fim de semana, é usar os recursos para pagar
indenizações por desapropriações de terra em
áreas protegidas.
Questionado sobre o que os embaixadores
acharam do assunto, o ministro desconversou e
disse que esse detalhamento será feito ao longo
da semana, quando serão trocadas informações
entre as partes interessadas. "Nós discutimos
questões mais gerais, não entramos em muito
detalhamento específico", afirmou.
Salles disse ainda que, durante a reunião, os
representantes dos dois países não abordaram a
possibilidade de cancelarem as doações para o
fundo - hipótese que não foi descartada pela
embaixada da Alemanha.
Após deixarem a reunião, os embaixadores da
Noruega e da Alemanha afirmaram que ainda não
há uma decisão sobre o futuro do Fundo
Amazônia. Eles, no entanto, consideraram
positivo ter iniciado um diálogo com o governo
brasileiro.
"Foi uma reunião informativa, construtiva, e
agora temos um diálogo, que vai continuar",
disse o embaixador norueguês Nils Martin
Gunneng. Questionado especificamente sobre o
uso dos recursos para o pagamento das
indenizações, ele desconversou: "Vamos
continuar a falar com o governo sobre todos os
esses pontos. Nós vamos ver qual vai ser o
resultado, nós não sabemos ainda, mas agora
nós temos um diálogo, isso é uma coisa boa".
Esse também foi o tom da declaração do
embaixador da Alemanha no Brasil, Georg
Witschel. "Hoje foi a primeira etapa desse
diálogo. Vamos ver, vamos receber novas
propostas."
https://www.valor.com.br/brasil/6278121/alema
nha-e-noruega-precisam-dar-aval-para-
mudancas-no-fundo-amazonia-diz-ministro
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Data: 28/05/2019
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RJ e SC dão apoio à MP do Saneamento
Por Daniel Rittner | De Brasília
Os governos do Rio de Janeiro e de Santa
Catarina somaram-se a outros três Estados e
resolveram apoiar a medida provisória que muda
o modelo de exploração do saneamento básico.
Esse novo endosso reacendeu as esperanças do
Palácio do Planalto de costurar um acordo hoje,
em reunião de líderes da Câmara dos Deputados,
para votar a MP 868 nesta semana. Ela perde
vigência na segunda-feira.
Apenas os governadores de São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul estavam avalizando a
aprovação da proposta. Eles formaram um
contraponto ao grupo de 24 Estados que
manifestaram oposição à MP e viam, no texto,
uma tentativa de forçar a privatização de suas
companhias estaduais de saneamento.
O principal ponto do texto é o fim dos contratos
de programa (assinados entre municípios e
companhias estaduais) e a obrigatoriedade dos
contratos de concessão (com exigência de
abertura de concorrência ao setor privado). A
articulação política do Planalto entrou
pesadamente, com ligações a governadores e
secretários estaduais, para tentar aumentar o
apoio à MP.
No fim de semana, o governador de Santa
Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL) e o vice-
governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro
(PSC) firmaram a Carta de Gramado, em
referência à cidade gaúcha onde se reuniram os
Estados que formam o Consórcio de Integração
Sul e Sudeste. Além deles, os governadores do
Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) e do
Paraná, Ratinho Junior (PSC) expressaram apoio
parcial às mudanças no saneamento.
"Os Estados de SP, RJ, MG, RS e SC reforçam seu
apoio à Medida Provisória 868, de 2018, a
chamada MP do Saneamento, que visa mudar
radicalmente o cenário de infraestrutura básica
do país", disseram os governadores no
manifesto. "A MP do Saneamento, com alteração
proposta a seu artigo 12, permitirá modelagens
financeiras robustas que irão possibilitar ao país
superar a profunda dívida com a sociedade na
prestação de serviços essenciais."
O artigo 12 trata justamente da necessidade de
chamamento público para novos contratos de
concessão. Para evitar que apenas os serviços de
coleta e tratamento de esgoto em localidades
maiores sejam atrativos para as empresas,
deixando o atendimento a áreas deficitárias nas
mãos das companhias estatais, o relatório do
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) introduziu a
figura dos "blocos de municípios". Os Estados
poderão juntar cidades lucrativas e que dão
prejuízo em um mesmo pacote.
O documento inclui uma ponderação dos
capixabas e paranaenses: "Os Estados de ES e
PR apresentam ressalvas à medida provisória. No
entanto, expressam apoio à maior participação
do capital privado nos investimentos necessários
para a universalização dos serviços. Todos
concordam com a necessidade de atrair mais
investimentos, aumentar cobertura e melhorar a
qualidade dos serviços".
Para o Ministério da Economia, a manifestação
favorável de mais governadores à MP pode ter
influência positiva no convencimento de
bancadas estaduais na Câmara e no Senado. A
ideia é lutar por mais adesões nas próximas
horas.
"Esperamos votar a MP do Saneamento amanhã
[hoje], na Câmara, e aprová-la também no
Senado esta semana. Fica cada vez mais
evidente como um novo marco regulatório é
imprescindível para destravar investimentos,
melhorar a qualidade dos serviços prestados e
possibilitar a universalização", diz o secretário de
Desenvolvimento da Infraestrutura, Diogo Mac
Cord, que estima em R$ 700 bilhões o potencial
de desembolsos com esse novo modelo.
https://www.valor.com.br/politica/6278095/rj-e-
sc-dao-apoio-mp-do-saneamento
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Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
Manifestações não compensam a falta de
articulação política
Editorial
As manifestações a favor do governo no domingo
- com participações expressivas em São Paulo e
Rio de Janeiro, baixa adesão no resto do país -
não modificam em nada as dificuldades que o
presidente Jair Bolsonaro tem de governar,
muitas delas criadas por si próprio e por seus
filhos. O presidente não terá um apoio maior no
Congresso depois delas, e não é improvável que
tenha ainda menos. O protesto contra "velhas
práticas" dos políticos, a razão de ser das
manifestações, segundo Bolsonaro, não terá
efeito algum se o governo não vencer
politicamente as forças que têm impedido sua
agenda de progredir. Os atos de rua, organizados
pela franja radical do bolsonarismo,
personificaram o mal a ser combatido no
Centrão, um agrupamento de partidos
fisiológicos, e no presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia. No caso de Maia, a
satanização é típica do estilo do presidente, o de
fustigar justamente quem mais está se
empenhando em aprovar a reforma da
previdência, em acordo com o ministro Paulo
Guedes.
As manifestações foram pacíficas, ordeiras e
sabiamente contidas por seus organizadores. A
defesa das reformas propostas pelo governo, em
especial a da previdência, compôs a maior parte
das bandeiras e integrou a maioria dos discursos.
Foram deixadas em segundo plano algumas das
palavras de ordem lançadas no início da
organização dos atos, que desmoralizavam o
Supremo Tribunal Federal e Congresso.
Bolsonaro incentivou as manifestações, não
participou delas e em boa hora desautorizou os
radicais de seu lado que pregavam o fechamento
do Congresso e do Supremo.
Ajudou a engrossar as manifestações dos aliados
fiéis a Bolsonaro a carga reativa trazida pelos
massivos protestos de rua duas semanas antes
em defesa da educação, contra as sandices em
série produzidas pelo ministro da pasta, Abraham
Weintraub. Elas não foram organizadas pelos
partidos de esquerda, em especial o PT,
desorientados e sem iniciativa relevante, no
Congresso ou fora dele, como pensam
bolsonaristas radicais. Mas deram um sinal forte
de que há limites para o radicalismo ideológico
do governo e de que, nessa trilha, acabará
reconstruindo o poder que a esquerda já teve de
mobilizar multidões.
A mobilização pró-governo pode ter tido a
serventia de acalmar um governo à beira de um
ataque de nervos. Bolsonaro divulgou um texto
que o isenta de qualquer responsabilidade pelo
país ser "ingovernável" e afiança o leitmotiv do
presidente - ser vítima de uma conspiração dos
políticos, do Congresso, da Justiça, da mídia e
até dos militares que lotam os ministérios. Às
vésperas dos atos, o ministro Paulo Guedes
desabafou à revista Veja que se a reforma não
for robusta, deixará o governo. As declarações
feriram brios de alguns parlamentares, que viram
na entrevista a tentativa de Guedes de intimidar
o Congresso.
Mesmo para presidentes à vontade com a
política, como Fernando Henrique e Lula,
sofreram reveses quando lidaram com essa
reforma. Presidentes desconfortáveis com a
política, como Bolsonaro, têm dificuldades quase
intransponíveis, especialmente se no passado
nunca mostrou apreço por ela. Maia pode ser um
aliado a contragosto do governo, mas é
providencial para as reformas. É, porém, quem
mais tem sido desgastado por Bolsonaro e seus
áulicos.
A força das manifestações de domingo é
insuficiente para alterar as relações de poder
entre Congresso e Executivo e apenas suficiente
para mostrar que Bolsonaro ainda têm capital
político para aglutinar seus eleitores mais
radicais - os companheiros de viagem, os
movimentos pelo impeachment de Dilma
Rousseff, abandonaram o barco. Não há um
modus operandi do governo com o Congresso
que seja profícuo. Mas há uma linha de ataque à
política em si, partindo do presidente e seus
filhos, que é simplesmente destrutiva. Se não há
sequer um partido digno de alianças e acordos
provisórios, não há nada a fazer no Congresso,
fora emitir projetos que serão aceitos ou
rejeitados.
Data: 28/05/2019
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Grupo de Comunicação
Bolsonaro está amarrado em uma camisa de
força ideológica, que talvez não esteja disposto a
romper. Como foram, as manifestações não
emparedaram o Congresso, e podem ter lhe
aumentado a hostilidade. Mobilizações
permanentes dificilmente terão melhor resultado.
Nesse caminho, quanto mais o presidente der
murros na mesa ou mandar mensagens pelo
Twitter, mais refém ficará do Congresso em
relação ao governo. Ou constrói a articulação
política possível com o Legislativo ou não haverá
saída democrática para conseguir o que diz que
pretende.
https://www.valor.com.br/opiniao/6277955/mani
festacoes-nao-compensam-falta-de-articulacao-
politica
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Data: 28/05/2019
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Produção de trigo começa a ganhar fôlego
no Cerrado
Por Fernanda Pressinott | De São Paulo
Considerada quase inviável no início desta
década, a produção de trigo no Cerrado brasileiro
é hoje uma realidade, e não apenas em terras
irrigadas. Em áreas secas de grande altitude, que
não são tão difíceis de encontrar no bioma, o
bom retorno financeiro registrado no ano
passado para os poucos que se aventuraram
nessa frente incentivou mais produtores a
apostar na cultura, concentrada no Sul do país.
Em Goiás, a área é recorde em 2019, em Minas
Gerais, cresceu 25% e na Bahia também há
expansão.
O aumento do interesse dos produtores nos
últimos anos se tornou possível porque a
Embrapa conseguiu desenvolver sementes de
trigo para panificação para a região, e a inovação
instigou os oito moinhos instalados no Cerrado a
buscarem o cereal local. Além disso, o fato de ser
o primeiro trigo disponível no país, já que a
colheita na região acontece em junho e julho,
tem garantido vendas imediatas para os
agricultores.
Eduardo Elias Abrahim, vice-presidente da
Associação dos Triticultores do Estado de Minas
Gerais (Atriemg), afirma que os produtores que
tinham trigo em 2018 conseguiram, líquido, entre
R$ 500 e R$ 1 mil por hectare. "Em meados de
maio do ano passado, o trigo do Cerrado valia R$
1,2 mil a tonelada, enquanto no Paraná o preço
estava em R$ 600". Hoje, o valor médio no
Cerrado é R$ 1,1 mil. "Ainda é uma cultura de
inverno menos rentável que o milho, devido à
desproporcionalidade da demanda, mas vem
ganhando força", afirma ele.
Além do retorno financeiro, Vanoli Fronza,
pesquisador da Embrapa Trigo, afirma que os
produtores da região descobriram que alternar a
palhada de trigo com a de milho eleva a
rentabilidade da soja na safra seguinte e ajuda
no controle de nematoides e plantas daninhas.
"O sorgo [outra cultura plantada na mesma
época] é viável até certo ponto, mas não traz as
melhorias agronômicas do trigo", diz ele.
Neste ano, particularmente, o trigo também se
tornou-se a melhor opção para aqueles que
perderam a "janela ideal" para o milho safrinha.
"Nesta temporada, a soja foi colhida bem mais
cedo, mas alguns não estavam preparados para
plantar milho e/ou choveu no período de plantio.
Nesses casos, o trigo de sequeiro se mostrou
uma cultura muito viável", afirma Eduardo Elias
Abrahim.
A janela ideal para o trigo de sequeiro - que
responde por cerca de 80% de todo o volume
produzido no Cerrado - é mais extensa que a do
milho. Vai até 20 de março em Goiás e no
Distrito Federal e até 20 de abril em Minas
Gerais. O trigo irrigado está sendo plantado
neste mês.
Neste ano, a estimativa é que a área de sequeiro
em Minas Gerais tenha chegado a 100 mil
hectares, ante 80 mil em 2018. Em Goiás, atingiu
30 mil hectares, ante 13 mil no ano passado. E
há relatos de falta de sementes no Distrito
Federal e na Bahia. "Há poucos anos, nada
existia. Minas Gerais plantava 20 mil hectares em
2012 e os outros Estados, zero", conta Abrahim.
O vice-presidente da Atriemg nota que os
números citados são distantes dos da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), que,
segundo ele, é mais conservadora e não tem
informações dos fornecedores de sementes. A
estatal faz seu levantamento junto às Ematers
estaduais.
Responsável técnico da Cooperativa Agropecuária
da Região do Distrito Federal (Coopa-DF),
Cláudio Malinski informa que os cerca de 30
cooperados que normalmente entregam trigo no
moinho da empresa plantaram 8 mil hectares no
ano passado. Neste ano, a área foi para 10 mil.
Já o trigo irrigado foi plantado em 4 mil hectares
em 2018 e deverá ocupar cerca de 4,5 mil agora.
"No ano passado, como em 2017, a produção
excedeu nosso consumo e vendemos trigo para
outras empresas", conta o presidente da Coopa-
DF, José Guilherme Brenner. A cooperativa
comercializou sua produção excedente do ano
passado por entre R$ 800 e R$ 940 a tonelada e
vê a manutenção desse patamar neste ano.
Em 2018, a chuva ajudou e a média de
produtividade no Cerrado ficou em 35 sacas por
hectare, sendo que alguns produtores obtiveram
50 sacas. A produtividade no sistema irrigado
chega a 100 sacas por hectare, mas o custo de
Data: 28/05/2019
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produção é mais elevado e, em alguns anos, a
cultura é inviável devido ao baixo volume de
chuvas.
Mas como a vida dos produtores não é sempre
um mar de rosas, um ataque de brusone (doença
fúngica) afetou alguns campos do Cerrado,
principalmente em Goiás, e a produtividade
deverá ser bem reduzida. "Chuvas em abril, com
dias muito nublados, permitiram a incidência da
doença. Infelizmente alguns produtores vão
perder mais da metade da lavoura", diz Fronza,
da Embrapa.
Além dessa questão pontual, é bom lembrar que
neste ano o Cerrado concorrerá com uma super
safra global - a Argentina, por exemplo, terá
mais de 20,6 milhões de toneladas, segundo
estimativas do Ministério da Agroindústria do
país, 8,4% mais que o recorde do ciclo passado.
Mesmo no Brasil, Paraná e Rio Grande do Sul
deverão manter os níveis de produção do ano
passado, de acordo com a Conab, com 2,8
milhões e 1,9 milhão de toneladas,
respectivamente.
Conforme o Departamento de Agricultura dos
EUA (USDA), a colheita mundial deverá somar
777,5 milhões de toneladas em 2019/20, 6,3%
mais que em 2018/19. Com uma demanda
prevista em 759,5 milhões de toneladas e
estoques de 293 milhões, a relação entre estoque
e demanda mundial será muito confortável, da
ordem de 38,6%.
https://www.valor.com.br/agro/6277961/produc
ao-de-trigo-comeca-ganhar-folego-no-cerrado
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