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Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Data de Criação: 30/06/2020

Criado por: Biblioteca

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto

na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso

mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

PGR quer criar órgão com acesso a dados da PF e MPF

Valor ––30 de junho.............................................01

Carteira Verde- Amarela mira os ‘horistas’

Valor ––30 de junho.............................................05

MP facilita desconto de calote no IRPJ

Valor ––30 de junho.............................................07

Aneel calcula ‘bônus tarifário’ que pode trazer alívio de mais de R$ 20 bi na conta

Valor ––30 de junho.............................................10

Aneel calcula ‘bônus tarifário’ que pode trazer alívio de mais de R$ 20 bi na conta

Valor ––30 de junho.............................................12

Redução de jornada e salário será prorrogada

Valor ––30 de junho.............................................14

Câmara facilita desconto de calote em base de impostos

Valor ––30 de junho.............................................16

Movimento falimentar

Valor ––30 de junho.............................................18

Na disputa da fibra óptica, Oi acelera e ganha mercado

Valor ––30 de junho.............................................20

Ordem pede pressa em discussão sobre correção de ação trabalhista

Valor ––30 de junho.............................................26

STF manda devolver PIS e Cofins pagos a mais

Valor ––30 de junho.............................................29

Pandemia e insider trading

Valor ––30 de junho.............................................31

WhatsApp e Cielo recorrem ao Cade pelo fim de suspensão de pagamentos via aplicativo

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Folha ––30 de junho.............................................34

Câmara desiste de ação no STF para votar de novo MP 936, que trata de suspensão de contrato

Globo ––30 de junho.............................................37

Em um mês, Brasil registra rombo fiscal antes esperado para todo o ano de 2020

Globo ––30 de junho.............................................39

Sonegar auto judicial é delito contra a administração da Justiça, decide TRF-3

Conjur ––30 de junho.............................................41

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página, terça-feira 30 de junho de 2020.

PGR quer criar órgão com acesso a dados da PF e MPF

Unidade daria superpoderes a

Augusto Aras, uma vez que

centralizaria em Brasília

informações, inclusive sigilosas,

sobre operações do MPF e da

Polícia Federal

Por Maria Cristina Fernandes —

De São Paulo

Tramita no Conselho Superior do

Ministério Público Federal (MPF)

anteprojeto de resolução para criar a

Unidade Nacional de Combate à

Corrupção e ao Crime Organizado. O

novo órgão teria acesso aos bancos de

dados de investigações em curso no

MPF e seria subordinado à

Procuradoria-Geral da República

(PGR).

A unidade daria superpoderes ao

procurador-geral, Augusto Aras, uma

vez que centralizaria em Brasília

informações, inclusive sigilosas, sobre

operações do MPF e da Polícia Federal.

Procuradores temem que a PGR passe a

ter o poder de interferir em seu

trabalho. A proposta é questionada

internamente pelos procuradores, com

base na independência funcional

garantida a eles pela Constituição. Por

esse princípio, não há relação de

hierarquia no MPF.

01

Da mesma maneira que os ofícios

expedidos às forças-tarefas do MPF, a

requisição de dados é fundamentada na

Lei Complementar 75, de 1993, e na

Portaria 44, de 2013. Os dois

dispositivos atribuem à PGR e à

Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise

(SPPA), subordinada a Aras, o

armazenamento e a análise de dados

sigilosos.

Pesa contra o texto o argumento de que

muitos dados à disposição dos

procuradores, obtidos por meio da

quebra de sigilos bancários e

telefônicos, além de operações de busca

e apreensão, são obtidos somente com

autorizações judiciais. Ao serem

compartilhados num banco de dados

centralizado em Brasília, podem se

prestar a usos não autorizados pelo

Poder Judiciário.

O interesse de Aras na centralização

tem sido relacionado à atuação da Lava-

Jato em Curitiba, mas o temor é que o

procurador-geral mire, na verdade, as

investigações relativas à família

Bolsonaro no Rio. Aras é um dos nomes

cogitados pelo presidente da República

para ocupar uma vaga no Supremo

Tribunal Federal.

Aras quer criar banco de dados único das forças-tarefas do MPF

Anteprojeto tramita no Conselho

Superior da corporação

Por Maria Cristina Fernandes —

De São Paulo

Page 5: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Augusto Aras: banco de dados único daria

acesso ao PGR sobre todas as investigações

em curso no país pelo Ministério Público

Federal — Foto: Denio Simoes/Valor

Tramita no Conselho Superior do

Ministério Publico Federal um

anteprojeto para a criação de uma

Unidade Nacional de Combate à

Corrupção e ao Crime Organizado que

teria acesso aos bancos de dados de

todas as investigações em curso na

corporação e estaria subordinada

diretamente ao Procurador-Geral da

República.

A criação desta unidade, que daria

superpoderes ao procurador-geral

Augusto Aras, é questionada

internamente pela corporação com base

na independência funcional garantida

aos procuradores pela Constituição. O

anteprojeto é de autoria de dois

procuradores federais, José Adonis

Callou de Araújo Sá e Hindemburgo

Chateubriand Filho, sendo este último

muito próximo do PGR.

Da mesma maneira que os ofícios

expedidos às forças-tarefas do MP, a

requisição de dados é fundamentada na

Lei Complementar 75, de 1993, e na

portaria 44, de 2013, que atribuem à

Procuradoria-Geral da República e à

Secretaria de Perícia, Pesquisa e

Análise, diretamente subordinada ao

gabinete de Aras, o armazenamento de

dados sigilosos da corporação.

02

O anteprojeto enfrenta resistências não

apenas dos integrantes das forças-

tarefas como da Associação Nacional de

Procuradores da República (ANPR).

Além da hierarquização do MPF, não

albergada pela Constituição, pesa

contra o texto o argumento de que

muitas das informações à disposição

dos procuradores, como quebras de

sigilo bancário e telefônico, além das

operações de busca e apreensão, são

obtidas por meio de autorizações

judiciais relativas a casos específicos.

Ao serem compartilhadas na PGR, essas

informações se prestariam a usos não

chancelados pelo judiciário.

O interesse de Aras na centralização de

informações, expresso tanto nos ofícios

enviados recentemente às forças-tarefas

quanto no anteprojeto, tem sido

relacionado à atuação da Lava-Jato de

Curitiba e, mais especificamente, ao

desempenho do ex-juiz da operação e

ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

Ao fazê-lo, o PGR, na visão de

procuradores que se sentem cerceados,

busca angariar apoio tanto do

Congresso quanto do Supremo em

relação a uma operação cujos excessos

se tornaram consensuais, e,

principalmente do presidente da

República, alvejado por seu ex-ministro

na denúncia que acabou levando à

investigação sobre a reunião ministerial

de 22 de abril.

O temor, no entanto, é de que Aras

esteja a mirar, na verdade, a Lava-Jato

no Rio para satisfazer o interesse do

Executivo em controlar as investigações

relativas à família do presidente Jair

Bolsonaro.

Page 6: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Os defensores do anteprojeto alegam

que a investigação hoje é conduzida

pelo Ministério Público Estadual do Rio

estando, portanto, fora do alcance do

MPF. Acontece que foram as

investigações da força-tarefa da Lava-

Jato conduzida pelos procuradores

federais do Rio que originaram a

operação responsável pela identificação

do esquema da rachadinha no gabinete

do então deputado estadual, hoje

senador Flávio Bolsonaro.

Ainda que o MPE tenha avançado na

investigação nascida no MPF, o banco

de dados dos procuradores federais

pode sugerir os caminhos e os atalhos

tomados pela investigação. Além disso,

o MPF faz o controle externo da Polícia

Federal e concentra informações sobre

delegados que vazam informações e

cometem desvios nas investigações.

Está no Rio também aquela que talvez é

considerada a maior base de dados

sobre doleiros do Brasil. Foi de lá que se

originou a operação que prendeu Dario

Messer, o maior doleiro da América

Latina.

Esta Unidade Nacional de Combate à

Corrupção e ao Crime Organizado já foi

tentada pelo ex-procurador-geral da

República, Rodrigo Janot, que buscou

viabilizá-la, sem sucesso, por meio de

um projeto de lei. Chegou a ser

anunciada num encontro de

procuradores sob a alcunha de

“Procuradoria Nacional Anticorrupção”.

A ideia, que chegou a ter apoio de

muitos procuradores, pela possibilidade

de compartilhamento de dados e troca

de experiências, acabou sendo vista

como um potencial manancial de

dossiês a ser usado por inimigos dos

poderosos de plantão.

03

Ao tentar fazê-lo por meio de uma

resolução interna, Aras até pode driblar

eventuais dificuldades que esta unidade

enfrentaria no Congresso, mas não tem

caminho aberto no Conselho Superior

do Ministério Público, instância pela

qual o anteprojeto tramita.

São dez os integrantes do Conselho.

Além do PGR e do vice-PGR, o

integram quatro conselheiros

escolhidos pelos 74 sub-procuradores

da República e outros quatro escolhidos

pelos 1.152 integrantes do Ministério

Público Federal.

Hoje há equilíbrio de forças dentro do

Conselho. Na semana passada o PGR

foi derrotado em sua tentativa de

desempatar o placar, mas perdeu com a

reeleição de Nicolao Dino e com a

escolha de Mario Bonsaglia, ambos

integrantes da lista tríplice da ANPR

desprezada pelo presidente da

República no processo que resultou na

escolha de Aras.

Nesta terça, mais duas vagas serão

renovadas. Os atuais ocupantes

(Hindemburgo Chateaubriand e Maria

Caetana) são candidatos à reeleição,

mas um terceiro candidato, José

Bonifácio de Andrada, menos alinhado,

corre por fora.

Esta não é a primeira atitude de Aras no

sentido de ter mais controle sobre a

corporação. Aliás, trata-se de uma

promessa de sua anticampanha ao

cargo. De fora da lista tríplice, foi na

pregação da “unidade da corporação”

que o PGR cativou a confiança do

presidente.

No início da pandemia, o PGR expediu

um ofício aos ministérios para que

todos os requerimentos de informações

do MPF fossem redirecionados para seu

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gabinete. A justificativa alegada, à

época, foi a de que a interpelação dos

ministros é atribuição do PGR e que os

requerimentos burlavam essa restrição

com o endereçamento aos secretários

executivos das Pastas.

Na linha da aproximação com o

Executivo, Aras também exonerou

Daniel Azeredo da coordenação da 4ª

Câmara do MPF. O procurador,

responsável por processos ambientais

premiados, foi substituído por Juliano

Baiocchi, colega com 30 anos de

carreira e afinidades familiares com o

agronegócio.

Interlocutores do PGR veem na sua

atuação uma resposta mais as suas

convicções pessoais do que a qualquer

tentativa de aproximação do presidente.

O argumento abrange o inquérito dos

atos democráticos que prendeu aliados

do presidente e esvaziou atos de rua. O

interesse de Bolsonaro em se aproximar

de Aras, na visão desses interlocutores,

se expressou na visita feita pelo

presidente à PGR.

Ninguém, no entanto, nega a ambição

de Aras de vir a ocupar uma cadeira no

Supremo Tribunal Federal, das duas a

serem nominadas por Bolsonaro. É em

torno do preenchimento dessas vagas

que o presidente tem buscado compor a

retaguarda do seu mandato. Nenhum

dos inquéritos em curso no STF poderá

ir adiante se não contar com a

disposição de Aras em denunciar o

presidente da República.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/06/30

/aras-quer-criar-banco-de-dados-unico-das-forcas-

tarefas-do-mpf.ghtml

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04

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

Carteira Verde- Amarela mira os ‘horistas’

Modelo que o governo está

construindo será acoplado ao

programa social Renda Brasil,

que pretende ser uma versão

turbinada do programa Bolsa

Família

Por Fabio Graner — De Brasília

A nova Carteira Verde-Amarela digital

que o governo está construindo deverá

permitir o pagamento por hora do

trabalhador - respeitado o valor do

salário mínimo/hora. A renda auferida

nesse sistema, totalmente isenta de

tributos e encargos, servirá de base para

que o trabalhador receba o chamado

“imposto de renda negativo”, um

complemento a ser pago pelo governo

para a faixa de pessoas entre a

assistência social e o salário mínimo

formal, hoje de R$ 1.045. “Se o IR

negativo for de 20% e ele recebeu de

renda R$ 500, posso pagar mais R$

100”, exemplificou uma fonte da equipe

econômica. O objetivo é que o

instrumento incentive a formalização.

05

Proposta permite registro por hora de trabalho

Carteira verde-amarela mira

trabalhador informal e aposta em

IR negativo para complementar

renda

Por Fabio Graner — De Brasília

A nova carteira verde-amarela que o

governo está construindo deverá

permitir o registro do pagamento de

contratação por hora, respeitando o

salário mínimo por hora. E o total de

renda contabilizado nesse instrumento,

que deve ser totalmente digital e sem

incidência de qualquer tipo de tributo,

servirá de referência para que o

trabalhador receba o chamado

“Imposto de Renda negativo”, um

complemento que o setor público

pagará para a faixa entre a assistência

social e o salário mínimo formal, hoje

em R$ 1.045.

“Por exemplo, se o IR negativo for de

20%, e ele recebeu de renda R$ 500,

poderei pagar mais R$ 100”, disse fonte

da equipe econômica, destacando que

esse desenho permitirá a ascensão

daqueles que estão na assistência social

e acesso a possibilidades como o

microcrédito. Seria um incentivo para

que haja alguma formalização de um

grupo de pessoas que hoje está

totalmente fora do sistema.

“Nós queremos dignificar o trabalhador

que está fora do mercado formal. Por

isso daremos alguns incentivos. A

carteira é quase uma máquina de

calcular, a pessoa trabalha duas horas

em um lugar, marca-se o valor. Depois,

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mais três horas em outro lugar,

apresenta a carteira e marca. Ele pode

ser empregado de oito pessoas ao

mesmo tempo”, disse uma fonte

ao Valor.

A possibilidade de contratação por hora

foi contemplada na reforma trabalhista

de 2017, dentro do modelo de trabalho

intermitente, atingindo os

trabalhadores da CLT. Com a carteira

verde-amarela, tenta-se incluir o

trabalhador informal, que pode ter no

complemento do “IR negativo” um

incentivo para declarar nela os

trabalhos feitos com diferentes

empregadores.

A visão do governo é que esse modelo

livre de encargos e voltado para quem

está fora do sistema vai fomentar a

geração de emprego, exatamente em

um momento no qual o país estará com

níveis elevados de desemprego por

causa da crise. Nesse contexto, a equipe

econômica reforça o discurso para o

avanço de projetos no Congresso que

fomentem os investimentos na área de

petróleo, gás, cabotagem, como ocorreu

com o recém-aprovado marco do

saneamento.

No fim do ano passado, o governo fez

uma tentativa de emplacar a carteira

verde-amarela. Mas ela era voltada para

o público jovem, com até 29 anos. A

medida provisória perdeu validade

neste ano sem ser votada, embora tenha

permitido a contratação de 12,9 mil

pessoas.

O novo desenho em gestação, embora

ainda nas etapas iniciais, é mais amplo,

pois é genericamente voltado para o

trabalhador informal, e será acoplado

ao programa social Renda Brasil, que

pretende ser uma versão turbinada do

programa Bolsa Família, incluindo

06

parte dos informais que hoje estão de

fora.

As simulações iniciais sobre o Renda

Brasil apontam que o novo programa

atingirá cerca de 30 milhões de pessoas

- os 19 milhões hoje do Bolsa Família

mais cerca de 11 milhões do universo de

informais. Dessa forma, os outros cerca

de 25 milhões de informais poderão

aderir à nova carteira.

Um dos desafios do governo para

colocar os dois programas de pé é de

natureza fiscal. O déficit do setor

público está subindo muito neste ano,

com as ações de combate à pandemia de

covid-19, e, consequentemente, o

endividamento público, que deve

encostar em 100% do PIB. Dessa forma,

os técnicos estão com a missão de

colocar de pé esse novo desenho dentro

das capacidades do governo.

No caso do Renda Brasil, a ideia é que a

maior parte do aumento do programa

seja bancada a partir da fusão com

outros programas sociais, como abono

salarial, seguro-defeso e salário-família.

Embora tenha sido cogitada por alguns

técnicos, a inclusão do Benefício de

Prestação Continuada (BPC) perdeu um

pouco de força, dado o potencial maior

de polêmica (na reforma da Previdência

foi tentado, mas nem sequer a idade de

acesso o governo conseguiu mudar),

embora ainda haja quem defenda juntá-

lo no novo programa.

No IR negativo, a questão fiscal estava

mais distante de ser equacionada,

embora ideias preliminares já estejam

sendo levantadas pelos técnicos.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/30/p

roposta-permite-registro-por-hora-de-trabalho.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

MP facilita desconto de calote no IRPJ

Mudança beneficia

principalmente os bancos e

companhias de maior porte e foi

aprovada como uma emenda à

medida provisória 944

Por Raphael Di Cunto e Marcelo

Ribeiro — De Brasília

Em acordo com a equipe econômica, a

Câmara aprovou emenda à MP 944 que

acaba com a obrigatoriedade de as

empresas tributadas pelo lucro real

ingressarem na Justiça contra

devedores para poder deduzir do IRPJ e

da CSLL os valores referentes a

produtos e serviços que foram vendidos

e não pagos. Com a mudança, que

beneficia principalmente bancos e

grandes empresas, basta o protesto da

dívida em cartório para permitir o

abatimento.

Câmara facilita desconto de calote em base de impostos

Proposta contou com apoio do

setor financeiro e foi introduzida

por emenda em MP

Por Raphael Di Cunto e Marcelo

Ribeiro — De Brasília

07

Vinicius Carvalho: “ é um absurdo

ainda manter a obrigação de entrar na

justiça para não pagar imposto em cima

de um calote” — Foto: Najara

Araújo/Câmara dos deputados

Com apoio do governo federal, a

Câmara dos Deputados acabou com a

obrigatoriedade de empresas tributadas

pelo lucro real ingressarem com ações

judiciais contra devedores para

poderem deduzir dos impostos os

créditos referentes a produtos e serviços

vendidos, mas cujo pagamento não

ocorreu. Bastará o mero protesto da

dívida em cartório para permitir o

desconto da base de cálculo do Imposto

de Renda e da Contribuição Social

sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A mudança beneficia principalmente os

bancos e companhias de maior porte e

foi aprovada como uma emenda à

medida provisória 944, editada para

abrir uma linha de crédito para as

empresas pagarem salários durante a

pandemia da covid-19. O “jabuti” (texto

com conteúdo estranho à MP) entrou

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no relatório do deputado Zé Vitor (PL-

MG) e teve o aval dos deputados na

quinta-feira. A votação do projeto deve

acabar hoje, com a análise de quatro

emendas, mas não há nenhuma para

retirar esse ponto do texto, que depois

seguirá para votação no Senado.

Para o relator, a alteração diminuirá o

número de processos nos tribunais e

simplificará a vida das empresas, que

hoje precisam arcar com custas

processuais e advogados para

reduzirem seus tributos. “São milhares

de ações por ano apenas com esse

propósito. Ações que já sabe que o

devedor não tem condições de pagar”,

afirmou. O vice-líder do governo na

Câmara, deputado Ubiratan Sanderson

(PSL-RS), disse que o Executivo apoiou

as mudanças do relator.

Hoje a lei permite que as empresas do

lucro real (regime tributário que pode

ser utilizado por aquelas com

faturamento superior a R$ 78 milhões)

possam descontar da base de cálculo do

imposto de renda e da CSLL os créditos

inadimplidos. Se não houver garantia,

os de até R$ 100 mil podem ser

abatidos com a mera cobrança

administrativa após um ano de

inadimplência. Se houver bens

oferecidos como promessa do

pagamento, o limite é de R$ 50 mil

após dois anos de calote. Acima desses

valores, a lei só permite fazer o

desconto após entrar com ação judicial.

Com a proposta inserida na MP, não

haverá mais exigência dessa cobrança

judicial para fazer a dedução, não

importa o valor. As dívidas de maior

monta poderão ser abatidas com o

protesto em cartório, respeitadas duas

regras: os prazos (um ano para aquelas

sem garantia e dois anos para as

garantidas) e o pagamento antecipado

08

de todas as taxas, emolumentos e

despesas do processo extrajudicial.

A medida, segundo especialistas, será

bastante útil para os bancos, que lidam

com valores altos de empréstimos, são

todos tributados pelo lucro real e

precisavam entrar com ações judiciais

contra os inadimplentes para poderem

excluir esses calotes do imposto a

pagar. Por outro lado, o autor da

emenda, deputado Vinícius Carvalho

(Republicanos-SP), argumenta que é

preferível ser cobrado numa ação

extrajudicial, numa tentativa de

conciliação, do que judicialmente.

Carvalho diz ter ouvido que a Federação

Brasileira de Bancos (Febraban)

procurou parlamentares para defender

a mudança, mas que a proposta surgiu

de seu mestrado em gestão pública,

onde aprendeu que 60% dos processos

no Judiciário são da esfera cível. “Há 30

anos, quando a lei foi criada, não existia

outra forma de cobrança, agora há. É

um absurdo ainda manter essa

obrigação de ingressar na Justiça para

não pagar imposto em cima de um

calote”, afirmou. Ele ressaltou também

que a pandemia aumentará o número

de inadimplentes e de litígios judiciais.

Em nota, a Febraban apoiou a proposta,

mas negou que tenha articulado sua

aprovação. “Qualquer medida

legislativa que reduza a judicialização

no país é sempre bem-vinda, por

reduzir os custos, mas a Febraban não

tratou desse assunto no âmbito do

Congresso”, disse a federação.

A medida conta com a simpatia até de

auditores da Receita Federal, sempre

resistentes em mudanças no uso de

créditos. Diretor de Assuntos

Parlamentares do Sindifisco, George de

Souza diz que “esse é um excelente

Page 12: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

exemplo de uma lei que pode ser

flexibilizada em prol do contribuinte,

que levou calote e ainda teria que pagar

tributo”, mas ressalva que é preciso

regras para punir quem cometer

irregularidades, como criar créditos

fictícios. “E o debate precisa ser

transparente, não como jabuti numa

MP”, disse.

Já o advogado Roberto Duque Estrada,

diretor da Associação Brasileira de

Direito Financeiro (ABDF), afirma que

é positiva a facilitação “até porque, se o

pagamento ocorrer depois, pagará o

imposto”. “Se a empresa realmente não

tem condições de receber, tomou um

cano, o sujeito sumiu, de fato há uma

perda patrimonial que deve ser

reconhecida no imposto de renda. E o

crédito mais relevante, que realmente

vai ter impacto no balanço, esse o

credor vai atrás”, diz.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/

06/30/camara-facilita-desconto-de-calote-em-

base-de-impostos.ghtml

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09

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

Aneel calcula ‘bônus tarifário’ que pode trazer alívio de mais de R$ 20 bi na conta

Desconto decorre da derrota do

governo federal no STF em 2017

que excluiu o ICMS da base de

cálculo do PIS/Cofins

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

A Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) está mobilizada para calcular o

novo desconto nas contas de luz que

beneficiará os consumidores de energia

em, ao menos, R$ 20 bilhões, com o fim

de uma briga judicial que durou mais de

dez anos. O “bônus tarifário” decorre de

derrota em 217 do governo federal no

Supremo Tribunal Federal (STF) que

excluiu o ICMS da base de cálculo do

PIS/Cofins.

A decisão da corte, de repercussão

geral, provocou efeito em cascata em

julgamentos nas demais instâncias,

mas, só agora, começa a gerar resultado

prático no setor elétrico. Parte das

ações chega neste ano à reta final de

análise no Judiciário, já com trânsito

em julgado. Com isso, inicia-se a

liberação de recursos de depósitos

judiciais ou crédito tributário em favor

do contribuinte - neste caso, os clientes

das distribuidoras.

10

Um integrante da diretoria da Aneel

disse ao Valor que cerca de R$ 20

bilhões certamente vão retornar ao

caixa das distribuidoras, o que deve ser

convertido em desconto na fatura. Este

montante já supera os R$ 16,1 bilhões

da “conta covid”, mecanismo criado

para socorrer o setor e atenuar a alta

nas tarifas durante a crise da pandemia.

Outra autoridade do governo, ouvida

pela reportagem, considerou

conservadora a estimativa de R$ 20

bilhões. Ela avalia que o valor deve

facilmente chegar em R$ 25 bilhões,

pois a soma dos valores considerados

na reta final de julgamento já chega a

R$ 30 bilhões.

Na semana passada, o diretor da Aneel

Efrain da Cruz tentou incluir parte do

crédito tributário no cálculo do reajuste

anual da Cemig. O diretor sugeriu que

R$ 800 milhões fossem convertidos em

desconto na tarifa.

A Cemig, em estágio mais avançado de

liberação dos créditos, reconheceu que

já recebeu de volta R$ 6,08 bilhões em

depósitos judiciais. Para a companhia,

R$ 4,19 bilhões, relativos ao créditos

dos últimos dez anos, seriam de direito

do consumidor.

O desconto proposto por Efrain foi

barrado pelos demais colegas da

diretoria. Eles acharam melhor não

tratar casos isolados. A ideia é definir

um cronograma e uma metodologia

geral de repasse dos créditos

tributários. O processo administrativo

inclusive já foi instaurado tendo o

próprio Efrain como relator.

Page 14: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Se o desconto definido para a tarifa da

Cemig fosse aplicado, os 8,5 milhões de

clientes de 774 municípios mineiros

contariam com uma redução média de

0,51%, em vez do aumento médio de

4,27%, aprovado na última semana.

Na apuração dos créditos, Efrain enviou

carta aos presidentes das distribuidoras

solicitando informações sobre os

valores e o estágio de tramitação dos

processos. As respostas, acessadas em

parte pelo Valor, dão a noção do

impacto financeiro do desfecho de

processo sobre a exclusão do ICMS da

base de cálculo do PIS/Cofins.

O ofício enviado pela distribuidora Enel

SP (Eletropaulo) mostrou que os

créditos totalizam R$ 7,3 bilhões.

Segundo a empresa, a maior parte (R$

5,04 bilhões) já foi habilitada na

Receita para a devolução. Duas

distribuidoras coligadas, a Enel RJ e a

Enel GO, não precisaram o valor dos

créditos, apenas indicaram que deve

ficar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões

para cada uma. Os valores não foram

definidos por decisão dos tribunais.

O posicionamento da Copel também

indicou que os consumidores

paranaenses devem contar com um

desconto expressivo na conta de luz,

diante do total de créditos de R$ 5,7

bilhões. A distribuidora da Bahia, a

Coelba, informou à Aneel que discute

na Justiça a devolução R$ 2,7 bilhões,

ainda pendentes de decisão.

Em ofício, o Grupo Equatorial, com

distribuidoras em quatro Estados,

indicou o montante de R$ 2,4 bilhões a

receber em nome do consumidor, mas

ainda sem data para julgamento. Já a

distribuidora catarinense Celesc indicou

o crédito tributário de R$ 1,5 bilhão, na

mesma situação.

11

Questionada, a Aneel reconheceu que já

concluiu a tomada de subsídios com as

distribuidoras, mas não informou o

valor total que deve ser convertido em

desconto de tarifa. De acordo com a

agência, o próximo passo é a abertura

de consulta pública no segundo

semestre para discutir com o setor a

minuta de resolução - com critérios e

prazo para conceder o benefício - e o

estudo de impacto regulatório.

Nos ofícios enviado à Aneel, a Enel SP

destacou que “qualquer repasse aos

consumidores dependerá do efetivo

aproveitamento do crédito tributário

pelas companhias ante a Receita

Federal”. A Cemig, que até recebeu os

créditos, solicitou que o ressarcimento

aos consumidores fosse dividido em

três montantes iguais, nos ciclos de

reajuste tarifário de 2020, 2021 e 2022.

Antes de definir o mecanismo de

desconto, o comando da agência deve

responder a questões como o não

pagamento de créditos tributários

questionados há mais de dez anos,

conforme pedido da Cemig. Além disso,

será preciso avaliar se os consumidores

que moveram ações individuais,

possivelmente aqueles de maior porte

(como os industriais), também serão

beneficiados pelo desconto linear

oferecido.

Procurada, a Associação Brasileira de

Distribuidores de Energia Elétrica

(Abradee) informou que não se

pronunciaria, pois as concessionárias

estão tratando individualmente do

assunto.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/30/a

neel-calcula-bonus-tarifario-que-pode-trazer-alivio-

de-mais-de-r-20-bi-na-conta.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

Aneel calcula ‘bônus tarifário’ que pode trazer alívio de mais de R$ 20 bi na conta

Desconto decorre da derrota do

governo federal no STF em 2017

que excluiu o ICMS da base de

cálculo do PIS/Cofins

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

A Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) está mobilizada para calcular o

novo desconto nas contas de luz que

beneficiará os consumidores de energia

em, ao menos, R$ 20 bilhões, com o fim

de uma briga judicial que durou mais de

dez anos. O “bônus tarifário” decorre de

derrota em 217 do governo federal no

Supremo Tribunal Federal (STF) que

excluiu o ICMS da base de cálculo do

PIS/Cofins.

A decisão da corte, de repercussão

geral, provocou efeito em cascata em

julgamentos nas demais instâncias,

mas, só agora, começa a gerar resultado

prático no setor elétrico. Parte das

ações chega neste ano à reta final de

análise no Judiciário, já com trânsito

em julgado. Com isso, inicia-se a

liberação de recursos de depósitos

judiciais ou crédito tributário em favor

do contribuinte - neste caso, os clientes

das distribuidoras.

12

Um integrante da diretoria da Aneel

disse ao Valor que cerca de R$ 20

bilhões certamente vão retornar ao

caixa das distribuidoras, o que deve ser

convertido em desconto na fatura. Este

montante já supera os R$ 16,1 bilhões

da “conta covid”, mecanismo criado

para socorrer o setor e atenuar a alta

nas tarifas durante a crise da pandemia.

Outra autoridade do governo, ouvida

pela reportagem, considerou

conservadora a estimativa de R$ 20

bilhões. Ela avalia que o valor deve

facilmente chegar em R$ 25 bilhões,

pois a soma dos valores considerados

na reta final de julgamento já chega a

R$ 30 bilhões.

Na semana passada, o diretor da Aneel

Efrain da Cruz tentou incluir parte do

crédito tributário no cálculo do reajuste

anual da Cemig. O diretor sugeriu que

R$ 800 milhões fossem convertidos em

desconto na tarifa.

A Cemig, em estágio mais avançado de

liberação dos créditos, reconheceu que

já recebeu de volta R$ 6,08 bilhões em

depósitos judiciais. Para a companhia,

R$ 4,19 bilhões, relativos ao créditos

dos últimos dez anos, seriam de direito

do consumidor.

O desconto proposto por Efrain foi

barrado pelos demais colegas da

diretoria. Eles acharam melhor não

tratar casos isolados. A ideia é definir

um cronograma e uma metodologia

geral de repasse dos créditos

tributários. O processo administrativo

inclusive já foi instaurado tendo o

próprio Efrain como relator.

Page 16: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Se o desconto definido para a tarifa da

Cemig fosse aplicado, os 8,5 milhões de

clientes de 774 municípios mineiros

contariam com uma redução média de

0,51%, em vez do aumento médio de

4,27%, aprovado na última semana.

Na apuração dos créditos, Efrain enviou

carta aos presidentes das distribuidoras

solicitando informações sobre os

valores e o estágio de tramitação dos

processos. As respostas, acessadas em

parte pelo Valor, dão a noção do

impacto financeiro do desfecho de

processo sobre a exclusão do ICMS da

base de cálculo do PIS/Cofins.

O ofício enviado pela distribuidora Enel

SP (Eletropaulo) mostrou que os

créditos totalizam R$ 7,3 bilhões.

Segundo a empresa, a maior parte (R$

5,04 bilhões) já foi habilitada na

Receita para a devolução. Duas

distribuidoras coligadas, a Enel RJ e a

Enel GO, não precisaram o valor dos

créditos, apenas indicaram que deve

ficar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões

para cada uma. Os valores não foram

definidos por decisão dos tribunais.

O posicionamento da Copel também

indicou que os consumidores

paranaenses devem contar com um

desconto expressivo na conta de luz,

diante do total de créditos de R$ 5,7

bilhões. A distribuidora da Bahia, a

Coelba, informou à Aneel que discute

na Justiça a devolução R$ 2,7 bilhões,

ainda pendentes de decisão.

Em ofício, o Grupo Equatorial, com

distribuidoras em quatro Estados,

indicou o montante de R$ 2,4 bilhões a

receber em nome do consumidor, mas

ainda sem data para julgamento. Já a

distribuidora catarinense Celesc indicou

o crédito tributário de R$ 1,5 bilhão, na

mesma situação.

13

Questionada, a Aneel reconheceu que já

concluiu a tomada de subsídios com as

distribuidoras, mas não informou o

valor total que deve ser convertido em

desconto de tarifa. De acordo com a

agência, o próximo passo é a abertura

de consulta pública no segundo

semestre para discutir com o setor a

minuta de resolução - com critérios e

prazo para conceder o benefício - e o

estudo de impacto regulatório.

Nos ofícios enviado à Aneel, a Enel SP

destacou que “qualquer repasse aos

consumidores dependerá do efetivo

aproveitamento do crédito tributário

pelas companhias ante a Receita

Federal”. A Cemig, que até recebeu os

créditos, solicitou que o ressarcimento

aos consumidores fosse dividido em

três montantes iguais, nos ciclos de

reajuste tarifário de 2020, 2021 e 2022.

Antes de definir o mecanismo de

desconto, o comando da agência deve

responder a questões como o não

pagamento de créditos tributários

questionados há mais de dez anos,

conforme pedido da Cemig. Além disso,

será preciso avaliar se os consumidores

que moveram ações individuais,

possivelmente aqueles de maior porte

(como os industriais), também serão

beneficiados pelo desconto linear

oferecido.

Procurada, a Associação Brasileira de

Distribuidores de Energia Elétrica

(Abradee) informou que não se

pronunciaria, pois as concessionárias

estão tratando individualmente do

assunto.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/30/a

neel-calcula-bonus-tarifario-que-pode-trazer-alivio-

de-mais-de-r-20-bi-na-conta.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

Redução de jornada e salário será prorrogada

MP com a medida sai nos

próximos dias, afirma secretário

da Previdência

Por Mariana Ribeiro — De Brasília

O governo vai prorrogar o programa

que permite a redução de jornada e

salário e a suspensão do contrato de

trabalho, confirmou ontem o secretário

especial de Previdência e Trabalho,

Bruno Bianco. Segundo ele, o

presidente Jair Bolsonaro sancionará

nos próximos dias a medida provisória

(MP) 936, que criou o benefício e,

então, editará decreto liberando a

ampliação dos prazos.

No desenho inicial, o programa permite

que o acordo para redução de jornada

dure até três meses. No caso da

suspensão de contrato, o limite é de

dois meses. Agora, explicou Bianco, a

ideia é que haja prorrogação de mais

um mês no caso da redução de jornada

e de mais dois meses no caso da

suspensão de contrato. Assim, as duas

modalidades poderão durar até quatro

meses.

A permissão para que o Executivo

amplie o período dos acordos foi

incluída na medida provisória, em vigor

desde abril, durante a tramitação no

Congresso.

14

O secretário enfatizou que qualquer

renovação exigirá o fechamento de um

novo acordo entre empregador e

empregado e não será, portanto,

automática. Além disso, a prorrogação

manterá a exigência de garantia do

emprego durante a vigência do acordo e

por igual período após o encerramento.

O Benefício Emergencial para

Preservação de Renda e do Emprego

(BEm), que compensa os trabalhadores

que tiveram a jornada de trabalho

reduzida ou o contrato suspenso, já

atingiu 11,7 milhões de pessoas,

informou ontem o Ministério da

Economia. Os valores a serem

desembolsados para complementar a

renda desses trabalhadores somam R$

17,4 bilhões.

Do total de acordos, 5,4 milhões

(46,4%) dizem respeito à suspensão do

contrato de trabalho. Além disso, há 1,7

milhão (14,6%) referente à redução de

jornada de 25%; 2,1 milhões (18,3%) à

redução de 50% e 2,3 milhões (19,3%) à

redução de 70%. Os trabalhadores

intermitentes responderam por 167,1

mil (1,4%) dos acordos.

O secretário de Trabalho, Bruno

Dalcolmo, destacou que, no início do

programa, os acordos de suspensão

eram mais significativos. Segundo ele, a

queda na participação reflete a melhora

no cenário econômico.

Page 18: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

A maior quantidade de acordos

fechados está no setor de serviços

(45,8%). Na sequência, aparecem

comércio (25,4%) e indústria (23,6%).

Do total, 32,6% das negociações foram

fechadas em São Paulo.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/30/r

educao-de-jornada-e-salario-sera-prorrogada.ghtml

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15

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Valor Econômico

Caderno: Politica, terça-feira 30 de junho de 2020.

Câmara facilita desconto de calote em base de impostos

Proposta contou com apoio do

setor financeiro e foi introduzida

por emenda em MP

Por Raphael Di Cunto e Marcelo

Ribeiro — De Brasília

Vinicius Carvalho: “ é um absurdo

ainda manter a obrigação de entrar na

justiça para não pagar imposto em cima

de um calote” — Foto: Najara

Araújo/Câmara dos deputados

Com apoio do governo federal, a

Câmara dos Deputados acabou com a

obrigatoriedade de empresas tributadas

pelo lucro real ingressarem com ações

16

judiciais contra devedores para

poderem deduzir dos impostos os

créditos referentes a produtos e serviços

vendidos, mas cujo pagamento não

ocorreu. Bastará o mero protesto da

dívida em cartório para permitir o

desconto da base de cálculo do Imposto

de Renda e da Contribuição Social

sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A mudança beneficia principalmente os

bancos e companhias de maior porte e

foi aprovada como uma emenda à

medida provisória 944, editada para

abrir uma linha de crédito para as

empresas pagarem salários durante a

pandemia da covid-19. O “jabuti” (texto

com conteúdo estranho à MP) entrou

no relatório do deputado Zé Vitor (PL-

MG) e teve o aval dos deputados na

quinta-feira. A votação do projeto deve

acabar hoje, com a análise de quatro

emendas, mas não há nenhuma para

retirar esse ponto do texto, que depois

seguirá para votação no Senado.

Para o relator, a alteração diminuirá o

número de processos nos tribunais e

simplificará a vida das empresas, que

hoje precisam arcar com custas

processuais e advogados para

reduzirem seus tributos. “São milhares

de ações por ano apenas com esse

propósito. Ações que já sabe que o

devedor não tem condições de pagar”,

afirmou. O vice-líder do governo na

Câmara, deputado Ubiratan Sanderson

(PSL-RS), disse que o Executivo apoiou

as mudanças do relator.

Hoje a lei permite que as empresas do

lucro real (regime tributário que pode

ser utilizado por aquelas com

faturamento superior a R$ 78 milhões)

possam descontar da base de cálculo do

imposto de renda e da CSLL os créditos

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inadimplidos. Se não houver garantia,

os de até R$ 100 mil podem ser

abatidos com a mera cobrança

administrativa após um ano de

inadimplência. Se houver bens

oferecidos como promessa do

pagamento, o limite é de R$ 50 mil

após dois anos de calote. Acima desses

valores, a lei só permite fazer o

desconto após entrar com ação judicial.

Com a proposta inserida na MP, não

haverá mais exigência dessa cobrança

judicial para fazer a dedução, não

importa o valor. As dívidas de maior

monta poderão ser abatidas com o

protesto em cartório, respeitadas duas

regras: os prazos (um ano para aquelas

sem garantia e dois anos para as

garantidas) e o pagamento antecipado

de todas as taxas, emolumentos e

despesas do processo extrajudicial.

A medida, segundo especialistas, será

bastante útil para os bancos, que lidam

com valores altos de empréstimos, são

todos tributados pelo lucro real e

precisavam entrar com ações judiciais

contra os inadimplentes para poderem

excluir esses calotes do imposto a

pagar. Por outro lado, o autor da

emenda, deputado Vinícius Carvalho

(Republicanos-SP), argumenta que é

preferível ser cobrado numa ação

extrajudicial, numa tentativa de

conciliação, do que judicialmente.

Carvalho diz ter ouvido que a Federação

Brasileira de Bancos (Febraban)

procurou parlamentares para defender

a mudança, mas que a proposta surgiu

de seu mestrado em gestão pública,

onde aprendeu que 60% dos processos

no Judiciário são da esfera cível. “Há 30

anos, quando a lei foi criada, não existia

outra forma de cobrança, agora há. É

um absurdo ainda manter essa

obrigação de ingressar na Justiça para

17

não pagar imposto em cima de um

calote”, afirmou. Ele ressaltou também

que a pandemia aumentará o número

de inadimplentes e de litígios judiciais.

Em nota, a Febraban apoiou a proposta,

mas negou que tenha articulado sua

aprovação. “Qualquer medida

legislativa que reduza a judicialização

no país é sempre bem-vinda, por

reduzir os custos, mas a Febraban não

tratou desse assunto no âmbito do

Congresso”, disse a federação.

A medida conta com a simpatia até de

auditores da Receita Federal, sempre

resistentes em mudanças no uso de

créditos. Diretor de Assuntos

Parlamentares do Sindifisco, George de

Souza diz que “esse é um excelente

exemplo de uma lei que pode ser

flexibilizada em prol do contribuinte,

que levou calote e ainda teria que pagar

tributo”, mas ressalva que é preciso

regras para punir quem cometer

irregularidades, como criar créditos

fictícios. “E o debate precisa ser

transparente, não como jabuti numa

MP”, disse.

Já o advogado Roberto Duque Estrada,

diretor da Associação Brasileira de

Direito Financeiro (ABDF), afirma que

é positiva a facilitação “até porque, se o

pagamento ocorrer depois, pagará o

imposto”. “Se a empresa realmente não

tem condições de receber, tomou um

cano, o sujeito sumiu, de fato há uma

perda patrimonial que deve ser

reconhecida no imposto de renda. E o

crédito mais relevante, que realmente

vai ter impacto no balanço, esse o

credor vai atrás”, diz.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/06/30

/camara-facilita-desconto-de-calote-em-base-de-

impostos.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, terça-feira 30 de junho de 2020.

Movimento falimentar

Falências Requeridas

Requerido: Capela Comércio de

Produtos Gráficos Ltda. - CNPJ:

11.425.174/0001-12 - Endereço: Rua

Bento José de Anchieta, 110, Centro,

Capela do Alto/sp - Requerente: Breno

Vieira Compian - Vara/Comarca: 6a

Vara de Sorocaba/SP

Requerido: L. A. F. do Brasil Indústria

de Cabos e Fios Granulados Eireli -

CNPJ: 11.328.730/0001-32 - Endereço:

Av. Montemagno, 1117, Bairro Vila

Formosa, São Paulo/sp - Requerente:

Monetae Securitizadora S/A -

Vara/Comarca: 8a Vara de Santos/SP

Falências Decretadas

Empresa: A Fau Instalações &

Representações Ltda. - CNPJ:

04.592.260/0001-54 - Endereço: Av.

Dona Eugênia Machado da Silva, 197,

Bairro Vila Galvão - Administrador

Judicial: Dr. Oreste Nestor de Souza

Laspro - Vara/Comarca: 1a Vara de

Guarulhos/SP

Empresa: Casa 77 Publicidade e

Propaganda Ltda. - CNPJ:

14.562.254/0001-08 - Endereço: Rua

Funchal, 538, Cjto. 19 A, Bairro Vila

Olíimpia - Administrador Judicial:

Brasil Trustee Assessoria e Consultoria

18

Eireli, Representada Pelo Dr. Filipe

Marques Mangerona - Vara/Comarca:

1a Vara de Falências e Recuperações

Judiciais de São Paulo/SP

Empresa: Stakonski Construtora e

Incorporadora Ltda. - CNPJ:

11.527.517/0001-50 - Endereço: Av.

Nereu Ramos, 4848, Esquina com Rua

256, Sala 15, Bairro Meia Praia -

Administrador Judicial: Instituto

Professor Rainoldo Uessler,

Representado Pela Dra. Daniela Zilli -

Vara/Comarca: 1a Vara de Itapema/SC

Processos de Falência Extintos

Requerido: Add Indústria e Comércio

de Confecções e Calçados Ltda. ME -

CNPJ: 07.821.527/0001-26 - Endereço:

Rua Augusta, 2690, Loja 04, Bairro

Cerqueira César - Requerente: Perdizes

Securitizadora de Recebíveis

Comerciais S/A - Vara/Comarca: 1a

Vara de Falências e Recuperações

Judiciais de São Paulo/SP -

Observação: Desistência homologada.

Requerido: Belmetal Indústria e

Comércio Ltda. - CNPJ:

61.091.906/0001-53 - Endereço: Rua

Dr. Moyses Kauffmann, 39/101, Bairro

Barra Funda - Requerente: Gfm Fundo

de Investimento em Direitos

Creditórios Multicrédito -

Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP - Observação: Homologado

acordo celebrado entre as partes.

Requerido: Helzin Indústria Eletro

Metalúrgica Ltda. - CNPJ:

58.049.412/0001-04 - Endereço: Rua

Frei Gaspar, 220, Bairro da Mooca -

Requerente: Maxibarras Indústria e

Comércio de Metais Eireli –

Page 22: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de São

Paulo/SP - Observação: Homologado

acordo celebrado entre as partes.

Recuperação Judicial Deferida

Empresa: Jonfra Comércio e Serviços

em Equipamentos Ltda. Epp - CNPJ:

08.998.125/0001-64 - Endereço: Rua

Vitório Cavallaro, 67, Centro -

Administrador Judicial: Acfb

Administração Judicial -

Vara/Comarca: 2a Vara de Monte

Mor/SP

Recuperações Judiciais

Concedidas

Empresa: A. M. V. Transportes Ltda. -

CNPJ: 02.299.029/0001-41 - Endereço:

Rodovia Br 364, S/nº, Km 17, Sala 02,

Distrito Industrial - Vara/Comarca: 1a

Vara de Falências e Recuperações

Judiciais de Cuiabá/MT - Observação:

Face à homologação do plano aprovado

pela assembleia geral de credores.

Empresa: M. R. Transportadora Ltda.

ME - CNPJ: 37.432.721/0001-80 -

Endereço: Av. Victor Candeloro, 1800

S, Setor Industrial Ii, Comodoro/mt -

Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e

Recuperações Judiciais de Cuiabá/MT -

Observação: Face à homologação do

plano aprovado pela assembleia geral

de credores.

Empresa: Mav Comércio e Transportes

Ltda. ME - CNPJ: 09.547.055/0001-90

- Endereço: Av. Ayrton Senna da Silva,

S/nº, Km 397,4, Sala D 12, Distrito

Industrial - Vara/Comarca: 1a Vara de

Falências e Recuperações Judiciais de

Cuiabá/MT - Observação: Face à

homologação do plano aprovado pela

assembleia geral de credores.

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19

Page 23: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Valor Econômico

Caderno: Empresas, terça-feira 30 de junho de 2020.

Na disputa da fibra óptica, Oi acelera e ganha mercado

Líder absoluta no país, Telefônica

cresce mais devagar e perde

participação no segmento

Por Rodrigo Carro — Do Rio

Oi e Telefônica Brasil travam uma

guerra no mercado brasileiro de banda

larga por fibra óptica, com estratégias

distintas. Os resultados mais favoráveis

nos últimos meses foram da operadora

em recuperação judicial. Líder absoluta

no segmento de serviços de fibra óptica

até a casa do cliente (FTTH, na sigla em

inglês), a multinacional espanhola,

dona da Vivo, detinha quase um quarto

dos assinantes neste negócio ao fim de

abril. Embora continue a crescer, vêm

perdendo participação de mercado à

medida que a Oi se expande a uma

velocidade maior.

20

A Oi tira proveito de uma estrutura de

fibra mais descentralizada. Sua rede

óptica chega a mais de 2,3 mil

municípios brasileiros. Isso não

significa que os serviços estejam

disponíveis comercialmente em todas

essas cidades. A oferta ainda está

restrita a 112 municípios, contra 206 da

Telefônica.

“A base de clientes da Telefônica ainda

está muito concentrada, principalmente

em São Paulo”, diz Luís Mazzarella

Martins, sócio da JK Capital,

consultoria voltada para fusões e

aquisições.

No fim de abril, dos 2,81 milhões de

clientes de fibra que a Telefônica tinha

no país, mais de 70% estavam no

Estado de São Paulo, conforme

levantamento da JK Capital feito a

pedido do Valor. E 1,23 milhão

estavam na região metropolitana de São

Paulo.

O levantamento mostra que entre

outubro do ano passado e abril deste

ano a Oi ampliou sua fatia no mercado

de FTTH em 3,2 pontos percentuais -

passou de 8,7% para 11,9%. No mesmo

período, a participação da Telefônica

Brasil recuou de 25,8% para 24,6%.

“Não temos perdido clientes para a Oi”,

afirma o vice-presidente de marketing e

vendas da Vivo, Márcio Fabbris. “O país

é subpenetrado em termos de fibra”. Na

visão do executivo, ainda existem no

Brasil muitas áreas com potencial de

mercado ainda não atendido -

“greenfield”, no jargão em inglês.

“Existe muito greenfield ainda. Talvez

não em termos de cidades, mas de

bairros”, afirma.

Page 24: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Entre outubro de 2019 e abril deste ano,

a Telefônica absorveu em média 51.975

novos assinantes por mês, pelos

cálculos da JK Capital. A consultoria

leva em consideração tanto o ganho

quanto a perda de clientes no período.

Nesse mesmo intervalo de tempo, a Oi

avançou mais rapidamente. Em média,

o crescimento líquido da sua base de

clientes de fibra foi de 85.964 por mês,

65% a mais do que a concorrente.

“Estamos tirando clientes dos pequenos

provedores, das empresas regionais”,

afirma o presidente da Oi, Rodrigo

Abreu. “No período de quatro meses

que terminou em abril, colocamos mais

assinantes de fibra na nossa base do

que Vivo, Claro e TIM juntas.”

No fim de abril, o país tinha 32,9

milhões de conexões de banda larga,

segundo a consultoria Teleco. Pouco

mais de um terço (34,3%) era de fibra

óptica até a casa do cliente. No fim de

2018, esse percentual estava em 18,2%.

Como parte de sua estratégia de

expansão, a Telefônica usa dados de

telefonia pós-paga, mercado no qual

possuiu 39% de participação no país,

para identificar áreas mais promissoras

para ofertar fibra. “O FTTH tem uma

sinergia com a móvel”, diz Fabbris, da

Vivo, lembrando que os clientes de

planos pós tendem a apresentar renda

maior.

Maior provedora de banda larga do

país, a Claro provia apenas 2,9% das

conexões de FTTH em abril. O

percentual representa um avanço em

relação a outubro do ano passado,

quando sua participação era de 2,3%.

“A Claro tem muita participação em

cabo [coaxial], muita herança de

investimentos anteriores”, afirma

Martins, da JK Capital. A maior parte

21

das conexões de banda larga da

operadora está ligada a redes híbridas

que combinam cabos coaxiais e fibra.

“Não vemos nenhuma necessidade de ir

além do que já estamos indo”, diz

Marcio Carvalho, diretor de marketing

da Claro, referindo-se às cidades onde o

grupo já atua com a chamada “fibra até

o armário” (a caixa de distribuição

geralmente instalada num poste de

rua). “Quando começamos numa nova

cidade, estamos indo com fibra. Não

tiramos o pé do investimento mesmo

com a pandemia.”

Historicamente, as redes de TV a cabo

foram precursoras da banda larga no

país. Baseadas em cabos coaxiais, foram

construídas com uma alta capacidade

de tráfego já que o sinal de vídeo é

distribuído através delas.

No entanto, o sócio da JK Capital Luís

Martins ressalta que a disputa global

acirrada entre as empresas de

streaming - capitaneada por Netflix,

Amazon e Disney - tende a impulsionar

a demanda por velocidades de conexão

cada vez mais rápidas. “Nos Estados

Unidos, jogos de basquete são

transmitidos ao vivo por empresas de

streaming com resolução 4K.”

A Oi estima um potencial de 40 milhões

de domicílios no país nos quais os

serviços de FTTH podem estar

disponíveis para contratação. A

projeção exclui o Estado de São Paulo,

onde a operadora não oferece banda

larga fixa no varejo. “Estamos indo em

cidades de maior demanda imediata”,

diz Abreu. Em março, a companhia

atingiu o total de 5,6 milhões de

domicílios cobertos.

Page 25: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

A decisão inicial de não atacar o

mercado paulista pode ser revertida,

acrescenta Abreu. Ele lembra que a Oi

optou por não vender a estrutura de

fibra óptica que possui em São Paulo.

“Existe a possibilidade de voltar a

considerar São Paulo”, conclui.

Em março, a empresa tinha em caixa

R$ 6,31 bilhões. Como o negócio de

fibra é intensivo em capital, a Oi

depende no médio prazo do êxito de sua

estratégia de venda de ativos para

manter o nível de investimento atual.

Este ano a Oi prevê investir entre R$ 4

bilhões e R$ 5 bilhões em fibra óptica.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/06/3

0/na-disputa-da-fibra-optica-oi-acelera-e-ganha-

mercado.ghtml

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Page 26: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Valor Econômico

Caderno: Finanças, terça-feira 30 de junho de 2020.

Cielo refuta barreira ao pagamento via WhatsApp

Companhia nega que tenham sido

impostas barreiras à entrada de

competidores

Por Flávia Furlan e Sérgio

Tauhata — De São Paulo

Caffarelli, da Cielo: covid-19 trouxe protagonismo forte

das adquirentes — Foto: Silvia Zamboni/Valor

A credenciadora de cartões Cielo, dos

acionistas Banco do Brasil e Bradesco,

está prestando informações e

monitorando as deliberações do Banco

Central (BC) e do Conselho

Administrativo de Defesa Econômica

(Cade) para retomar a solução de

pagamentos via WhatsApp, em parceria

23

com o Facebook. Mesmo com tom

conciliador frente às autoridades, a

companhia nega que tenham sido

impostas barreiras à entrada de

competidores. “Nunca existiu e não

existe exclusividade para a Cielo no

pagamento via WhatsApp”, disse Paulo

Caffarelli, presidente da Cielo, em live

do Valor.

Líder em pagamentos no país, a Cielo

entrou no radar dos reguladores nos

últimos meses sob a suspeita de adotar

práticas que trazem danos ao mercado e

aumentam a concentração. As

autoridades questionam o negócio

fechado com o Facebook, devido ao

tamanho da fatia de mercado da

credenciadora, em torno de 40%, e da

quantidade de usuários da rede social

no país, de 120 milhões.

Além disso, o BC e o Cade analisam

medidas impostas às subcredenciadoras

e marketplaces, companhias que pagam

uma taxa para usar o sistema da

credenciadora e prestar serviços de

pagamento. A Cielo, no entanto, nega a

alcunha de anticompetitiva. “Refutamos

qualquer alegação de práticas

anticoncorrenciais”, disse Caffarelli.

Lançado em 15 de junho, o pagamento

via WhatsApp foi suspenso após oito

dias. O negócio envolve a Cielo, as

bandeiras Visa e Mastercard e os

emissores de cartões Banco do Brasil,

Nubank e Sicredi. De acordo com o

presidente da Cielo, a empresa

participou de concorrência para prestar

o serviço de credenciamento para o

aplicativo juntamente com outros

competidores.

Page 27: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Caffarelli não quis dar uma previsão de

restabelecimento do serviço, que

chegou a ser oferecido em fase de testes

para os clientes do aplicativo, mas

afirmou que as bandeiras, que são as

donas do arranjo de pagamentos

desenvolvido, estão prestando todo tipo

de informação aos reguladores, assim

como o Facebook e a própria Cielo. “É

preciso aguardar que tanto o BC quanto

o Cade estejam satisfeitos com as

informações.”

Uma preocupação com o serviço de

pagamentos via WhatsApp é com a

proteção de dados dos usuários.

Mundialmente, o Facebook é

questionado sobre qual o tratamento

dado às informações obtidas dos

clientes. Os reguladores querem se

assegurar de que elas não serão

compartilhadas entre as várias redes

sociais controladas por Mark

Zuckerberg. “O pagamento está dentro

do arranjo das bandeiras Visa e

Mastercard e de outras que vierem. É

óbvio que ele é observado sob todas as

óticas de risco e está em situação de

normalidade em termos de segurança.”

Há desconforto ainda com o fato de o

BC não ter informações sobre as

movimentações no aplicativo. Sobre

esse ponto, o executivo afirmou que a

visibilidade será alcançada quando o

pagamento via WhatsApp for conectado

ao ambiente do Pix, plataforma de

pagamentos instantâneos desenvolvida

pela autoridade monetária. De acordo

com o presidente da Cielo, a

credenciadora vai aderir à plataforma,

inclusive se o BC antecipar o pré-

lançamento para setembro, conforme

sondagem feita com o mercado e

noticiada pelo Valor.

24

Ainda em relação a práticas

anticoncorrenciais, a Cielo se deparou

com reclamação feita ao BC por

subcredenciadoras e marketplaces de

que a empresa estaria solicitando

informações de seus clientes - elas

argumentam que, com base nesses

dados, a Cielo poderia assediar seus

clientes. Caffarelli disse que o pedido

ocorreu porque a responsabilidade sob

a “gestão” das subcredenciadoras se dá

pelas credenciadoras, portanto elas têm

de acompanhar o fluxo de dinheiro

nessas empresas. “Em nenhum

momento solicitamos dados, mas temos

de acompanhar o fluxo do dinheiro.”

Uma saída para esse impasse, diz, seria

acompanhar esse fluxo com empresas

independentes que prestam esse serviço

às credenciadoras.

Outra reclamação é com o corte de

linha de antecipação de recebíveis. Em

momentos de crise, bancos e

credenciadoras têm restrição de captura

de recursos, que acabam por impactar a

disponibilidade de recursos. “Quando

deixamos de fazer um tipo de

antecipação, é por discricionariedade

nossa, não temos obrigação de fazer”,

diz Caffarelli.

Em um setor em transformação, a Cielo

vem sendo impactada por mudanças na

regulamentação, a chegada de novos

competidores e novas tecnologias.

Sobre esse último ponto, o executivo vê

espaço reduzido em uma eventual

concorrência do setor tradicional de

pagamentos - bandeiras, emissores e

credenciadoras - com o Pix.

“Quando a gente fala de Pix, estamos

falando, em um primeiro momento, de

transações de débito, mas o volume das

transações de crédito é muito relevante

no varejo e a covid-19 trouxe um

protagonismo forte das adquirentes,

Page 28: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

com aumento da demanda pelas

transações on-line.” Ele dá o exemplo

que, na Índia, houve um processo muito

parecido ao ocorrido no Brasil, com

uma nova plataforma de pagamentos,

que resultou em aumento da inclusão

digital.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/06/30

/cielo-refuta-barreira-ao-pagamento-via-

whatsapp.ghtml

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Page 29: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Valor Econômico

Caderno: Brasil, terça-feira 30 de junho de 2020.

Ordem pede pressa em discussão sobre correção de ação trabalhista

Entidade solicita ao STF a

inclusão de processos na pauta de

amanhã

Por Adriana Aguiar — De São Paulo

Ministro Gilmar Mendes: Justiça do

Trabalho terá papel fundamental no

enfrentamento das consequências da crise

— Foto: Andre Coelho/Valor

A Ordem dos Advogados do Brasil

(OAB) pediu ao Supremo Tribunal

Federal (STF) a inclusão das duas ações

que discutem a correção de dívidas

trabalhistas na pauta de amanhã, dia 1º.

A pressa tem um motivo: no sábado, o

ministro Gilmar Mendes, relator dos

casos, suspendeu todos os processos no

26

país sobre o assunto - aplicação da TR,

mais vantajosa para as empresas, ou o

IPCA-E.

A decisão do ministro, segundo

advogados trabalhistas, praticamente

paralisa a Justiça do Trabalho. José

Alberto Couto Maciel, sócio da

Advocacia Maciel, lembra que a

correção monetária é inerente ao

processo do trabalho. “Todos os

processos têm correção monetária. Em

tese, ele está determinando a suspensão

de todas as ações do país”, diz.

O juiz ao proferir uma sentença,

acrescenta o advogado, deve tratar da

correção. Além disso, a empresa precisa

do cálculo para fazer o depósito

recursal. “É um negócio completamente

absurdo. Se o ministro entende que

dever ser aplicada a TR, o que eu

também acho, poderia ter definido a

questão. Dizer que vale a TR até o

julgamento das ações. Quem pagar a

mais ou a menos, que compense ou

pague a diferença”, diz.

Para ele, a decisão ainda é mais

estranha ao ser dada dois dias antes do

recesso do Judiciário. Somente no

Tribunal Superior do Trabalho (TST)

são quase 10,8 mil processos que

discutem correção monetária.

O pedido da OAB foi encaminhado

ontem. A entidade solicitou uma

audiência com o presidente do STF,

ministro Dias Toffoli. De acordo com o

texto, as decisões do ministro Gilmar

Mendes “possuem um alcance

incalculável, com potencial para

suspender o trâmite de uma infinidade

de reclamações e execuções

trabalhistas, paralisando, assim, em

importante medida, o ramo trabalhista

Page 30: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

da Justiça, com repercussão drástica na

integridade dos créditos respectivos e

na circulação da economia neste

momento de crise”.

O advogado Marcelo Fortes, do Fortes

& Prado Advogados, afirma que o

impacto é enorme. “Todo processo

basicamente discute juros e correção

monetária”, diz. “Milhares de processos

trabalhistas pelo Brasil ficarão

suspensos até a decisão do Supremo, já

que não ficou definido qual índice

poderia ser usado.”

Entre os julgamentos paralisados estava

o que seria retomado ontem pelo TST,

que tinha a tendência de manter a

aplicação do IPCA-E. A maioria deveria

votar pela inconstitucionalidade do

artigo da reforma trabalhista (Lei nº

13.467, de 2017) que estabeleceu a TR

como forma de correção.

O assunto tem um longo histórico. Até

2015, os processos eram corrigidos pela

TR, acrescida de 12% de juros ao ano.

Em 2016, a TR foi derrubada pelo TST,

que a substituiu pelo IPCA-E - índice

mais vantajoso para os trabalhadores.

Em 2017, contudo, a lei da reforma

trabalhista instituiu novamente a TR.

Parte da Justiça do Trabalho, porém,

passou a considerar a previsão

inconstitucional e continuou a aplicar o

IPCA-E.

No fim do ano passado, por meio da

Medida Provisória (MP) nº 905,

estabeleceu-se o IPCA-E como índice de

correção. Porém, os juros que eram de

12% ao ano passaram a ser o de

poupança - cerca de 4,5% em 2018. A

MP acabou perdendo a validade.

Diante da insegurança, as atenções dos

advogados se voltaram ao Supremo. O

tema estava para ser definido no dia 14

27

de maio. Mas os processos foram

retirados da pauta pelo ministro Dias

Toffoli. São duas ações declaratórias de

constitucionalidade (ADC 58 e ADC

59), ajuizadas, respectivamente, pela

Confederação Nacional do Sistema

Financeiro (Consif) e pela Confederação

Nacional de Informação e Comunicação

Audiovisual.

As entidades defendem o que foi

estabelecido pela reforma trabalhista

(Lei nº 13.467, de 2017), que alterou o

artigo 870, parágrafo 7º, da

Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT) e determinou a TR como forma

de correção. Querem a declaração de

constitucionalidade do dispositivo.

Ao suspender o andamento dos

processos no país, o ministro Gilmar

Mendes afirma que os acórdãos do TST

que afastam a aplicação do que dispõe a

reforma trabalhista, além de não se

amoldarem às decisões já proferidas no

STF (ADIs 4425 e 4357), tampouco se

adequam ao Tema 810 de repercussão

geral, que não aplicou a TR para

correções que envolvem a Fazenda

Pública.

“Isso porque a especificidade dos

débitos trabalhistas, em que pese a

existência de princípios como

hipossuficiência do trabalhador, a meu

sentir, teria o condão de estabelecer

uma distinção que aparta o caso

concreto da controvérsia tratada no

Tema 810, tornando inviável apenas se

considerar débito trabalhista como

relação jurídica não tributária”, diz na

decisão.

Page 31: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

O ministro ainda diz que considerando

o atual cenário de pandemia, “entendo

que a Justiça do Trabalho terá papel

fundamental no enfrentamento das

consequências da crise econômica e

social, com a estimulação de soluções

consensuais e decisões judiciais durante

o período em que perdurarem as

consequências socioeconômicas da

moléstia”.

Diante da magnitude da crise,

acrescenta Gilmar Mendes, a escolha do

índice de correção de débitos

trabalhistas ganha ainda mais

importância. Por isso, afirma o relator,

deveriam ser suspensos os processos no

país.

Para o advogado trabalhista Daniel

Chiode, do escritório Chiode Minicucci

Advogados, a decisão do ministro

Gilmar Mendes foi adequada para

evitar a proclamação de uma decisão

pelo TST que, certamente, seria levada

ao Supremo. “Portanto, é melhor

mesmo que o STF se manifeste

rapidamente e solucione essa questão

que tanto atormenta a todos.”

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2020/06/3

0/ordem-pede-pressa-em-discussao-sobre-correcao-

de-acao-trabalhista.ghtml

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Page 32: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos, terça-feira 30 de junho de 2020.

STF manda devolver PIS e Cofins pagos a mais

Contribuinte terá direito ao

ressarcimento se preço de venda

for menor do que o estabelecido

em substituição tributária

Por Beatriz Olivon — De Brasília

O Plenário Virtual do Supremo Tribunal

Federal (STF) decidiu que as empresas

têm direito a restituição de PIS e Cofins

se os valores efetivamente pagos forem

diferentes dos calculados por meio da

substituição tributária. A decisão foi

proferida em repercussão geral.

Portanto, deverá ser seguida pelas

instâncias inferiores da Justiça.

No regime da substituição tributária,

uma empresa antecipa o pagamento do

imposto para todas as que fazem parte

da cadeia produtiva. Caso, por exemplo,

dos setores de automóveis, bebidas,

combustíveis e farmacêutico.

O cálculo do tributo se baseia em um

valor de venda pré-estipulado

(presumido). Por essa razão se discutiu

no julgamento se o contribuinte teria

direito à diferença quando o produto é

comercializado por preço abaixo do

estabelecido.

O caso analisado pelo STF é de um

posto de gasolina, que questionava

29

decisão do Tribunal Regional Federal

(TRF) da 2ª Região (ES e RJ) que

negou pedido de restituição de valores

de PIS e Cofins pagos a mais (RE

596832).

Para o relator, ministro Marco Aurélio,

a presunção não é absoluta. “Não

verificado o fato gerador, ou constatada

a ocorrência de modo diverso do

presumido, surge o direito à

devolução”, diz em seu voto. Ele

acrescenta que, por ser uma

antecipação, deve haver um encontro de

contas para saber se os parâmetros

fixados por estimativa se

concretizaram.

“Impróprio é potencializar uma ficção

jurídica, para, a pretexto de atender a

técnica de arrecadação, consagrar e

placitar verdadeiro enriquecimento

ilícito, no que recebida quantia indevida

por aquele que está compelido a dar o

exemplo”, afirma o relator.

A decisão foi concluída por nove votos a

dois. Divergiram os ministros Dias

Toffoli e Alexandre de Moraes. A tese

aprovada diz que “é devida a restituição

da diferença das contribuições para o

PIS e a Cofins recolhidas a mais, no

regime de substituição tributária, se a

base de cálculo efetiva das operações for

inferior à presumida”.

Page 33: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Em 2016, o Supremo já havia decidido

que Estados deveriam restituir ICMS

pago a mais em substituição tributária,

quando um produto for comercializado

ao consumidor final abaixo do valor

fixado pela Fazenda.

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2020/06/3

0/stf-manda-devolver-pis-e-cofins-pagos-a-

mais.ghtml

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Page 34: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos, terça-feira 30 de junho de 2020.

Pandemia e insider trading

Talvez seja o momento de,

finalmente, discutir nossa política

criminal sobre o insider trading

Por Philippe Nascimento

A recente investigação contra o senador

republicano Richard Burr, então

presidente do Comitê de Inteligência do

Senado americano, reaquece o debate

jurídico da punição criminal ao insider

trading nos Estados Unidos. O episódio

também chama atenção para discussão

de casos no Brasil, principalmente após

2017.

Richard Burr vendeu, ao longo de

fevereiro, grande parte de sua carteira

de ações. Uma semana após as vendas,

as bolsas americanas despencaram,

impulsionadas pela pandemia da covid-

19. Entre as ações vendidas pelo

senador, companhias de hotelaria e

turismo como Wyndham Hotels e

Extended Stay America perderam,

respectivamente, dois terços e mais da

metade de seus valores de mercado.

Talvez seja o momento de,

finalmente, discutir nossa política

criminal sobre o insider trading

Como presidente do Comitê de

Inteligência, o senador possuía acesso a

informações sigilosas relacionadas à

31

segurança dos Estados Unidos. Entre

elas, o Comitê recebia diariamente

relatórios sobre o coronavírus. Isso

pode ter colocado o senador em

vantagem informacional sobre o que

ainda estava por vir. Departamento de

Justiça, SEC e FBI investigam o caso.

Em maio, o FBI apreendeu o celular do

senador para analisar conversas com

seu broker. Burr renunciou ao cargo no

Comitê de Inteligência.

Nos Estados Unidos, o caso renova o

debate da aplicação de normas contra

insider trading, especialmente do ponto

de vista criminal. Isso porque, em regra,

a punição é voltada aos “insiders”

corporativos, ou seja, pessoas que estão

“por dentro” dos negócios da

companhia emissora de valores

mobiliários, em razão da posição que

nela ocupam ou de relação profissional

que dá acesso a suas informações.

Nesses casos, a informação surge a

partir da companhia e diz respeito a ela

própria. A proibição de utilizar tais

informações para benefício pessoal, em

violação a determinados deveres, funda

a noção clássica de insider trading.

Já o caso do senador Burr muda o

paradigma. Ele não ocupava posição em

qualquer companhia que teve ações

vendidas. Aparentemente, também não

eram informações originadas a partir

destas companhias ou que se

relacionassem especificamente com

elas. Seriam informações

macroeconômicas.

Mas, desde 2012, o Stop Trading on

Congressional Knowledge Act (Stock

Act) veda membros do Congresso

americano de utilizarem, em benefício

próprio, informações obtidas a partir do

cargo que ocupam. Curiosamente, na

Page 35: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

época, o senador Burr votou contra a

aprovação da lei, mas perdeu por 96 a

3. Ele pode ser o primeiro congressista

processado com base na lei.

Caso o episódio tivesse ocorrido no

Brasil, algumas questões precisariam

ser analisadas. Originalmente, nosso

tipo penal seguia a lógica do modelo

clássico americano e criminalizava

apenas o “insider” corporativo.

Considerava-se crime negociar valores

mobiliários com uso de informação

relevante ainda não divulgada ao

mercado sobre companhia, da qual se

tinha acesso e devia se manter sigilo em

razão de posição ocupada nesta ou de

determinada relação profissional. É o

que dizia o artigo 27-D da Lei nº

6.385/76, criado em 2001. Para outras

hipóteses, como de terceiros estranhos

ao fluxo informacional da companhia

que negociavam ações com informações

privilegiadas, a punição cabia somente

à CVM.

Desde 2017, a política criminal mudou.

Com a Lei nº 13.506, torna-se crime

negociar valores mobiliários com uso de

informação relevante, ainda não

divulgada ao mercado,

independentemente de se quem a

utiliza possui dever sigilo ou se a obteve

de alguém que possuía. A tentativa de

ampliação punitiva é clara. Se a medida

foi correta, e juridicamente válida, é

possível discutir. Talvez o crime devesse

ter sido mantido apenas aos casos mais

graves, aos verdadeiros “insiders” que

violam deveres com seus acionistas, ou

deveres profissionais, ao utilizar tais

informações. Para os demais casos, a

ampla punição da CVM. De qualquer

maneira, o alcance da norma ainda

parece limitado.

32

O tipo penal de insider trading depende

da regulamentação trazida por outros

ramos do direito. Produto das relações

jurídicas, sociais e econômicas

complexas que representa, ele apenas

produz efeitos quando corretamente

complementado por tais normas. No

caso, tanto a Lei das S/A, quanto a

Instrução CVM nº 358, juridicamente

essenciais para configuração do ilícito

penal, ainda guardam íntima relação

com a estrutura clássica de “insider”

corporativo. Como exemplo, observa-se

que a definição de “informação

relevante” estaria atrelada à ocorrência

de ato ou fato nos negócios da

companhia emissora dos valores

mobiliários.

Portanto, mesmo com a alteração

legislativa, casos que envolvam

utilização de informações

macroeconômicas, sem nexo específico

com as companhias que tem suas ações

negociadas, podem estar de fora do

alcance da norma penal. O mesmo

poderia se discutir em casos como os

que apuraram insider trading em

operações no mercado de dólar futuro

ou a partir da antecipação da taxa Selic.

Importante destacar, porém, que o fato

de não haver crime, não significa

inexistir punição. A CVM possui amplos

poderes para punir condutas

atentatórias ao mercado, na maioria das

vezes até com maior força e eficácia do

que a própria Justiça criminal. Isso

deve ser levado em consideração.

Page 36: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

A criminalização de condutas deve ser

pautada e precedida por amplo e

profundo debate, a partir de critérios de

necessidade, efetividade e outros, o que

não ocorreu em 2017. Se o caso

americano, e episódios recentes no

Brasil, chamam a atenção, talvez seja o

momento de, finalmente, discutir nossa

política criminal sobre o insider

trading.

Philippe Nascimento é advogado,

mestre e doutorando em Direito

Penal pela Faculdade de Direito

da USP e sócio de Dias e Carvalho

Filho Advogados

Este artigo reflete as opiniões do

autor, e não do jornal Valor

Econômico. O jornal não se

responsabiliza e nem pode ser

responsabilizado pelas

informações acima ou por

prejuízos de qualquer natureza

em decorrência do uso dessas

informações

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2020/06/3

0/pandemia-e-insider-trading.ghtml

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Page 37: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Caderno: Mercado, terça-feira 30de junho de 2020.

WhatsApp e Cielo recorrem ao Cade pelo fim de suspensão de pagamentos via aplicativo

Pedido não deve ser acatado e empresas

serão investigadas por infração à ordem

econômica

Julio Wiziack

BRASÍLIA

O Facebook, dono do WhatsApp, e a

Cielo pediram ao Cade (Conselho

Administrativo de Defesa Econômica)

que reconsidere a suspensão de

pagamentos e transferências realizados

entre usuários do aplicativo de

mensagens.

O Cade e o Banco Central barraram o

serviço na semana passada até que se

esclareça a natureza do negócio.

Enquanto a Superintendência-Geral do

Cade analisará o pedido de

reconsideração das empresas, o órgão

abriu um processo para investigar se o

acordo é uma joint venture

(associação). Caso se confirme, deveria

ter sido previamente notificado às

autoridades.

Uma decisão é desvinculada da outra.

No entanto, a chance de que a

suspensão seja revertida pelos

advogados das empresas junto ao órgão

do Cade é baixa.

34

A superintendência é a porta de entrada

das empresas no Cade para reclamações

de concorrentes ou pedidos de anuência

do conselho.

Brasileiros poderão enviar dinheiro

pelo Whatsapp - Reprodução

Se o entendimento do conselho do Cade

confirmar a notificação prévia, as

empresas deverão ser multadas

porque o serviço já estava sendo

prestado.

A multa máxima em casos similares é

de R$ 60 milhões, mas pode haver

redução mediante acordo.

Nos bastidores, tanto BC quanto Cade

consideraram a operação uma joint

venture (parceria), o que significa que

as empresas deverão apresentar um

pedido de notificação se quiserem

prosseguir com esse acordo.

O Cade poderá aprovar sem restrições

ou impor condicionantes. A outra opção

é a reprovação.

No pedido de reconsideração enviado

ao Cade na sexta-feira (26), as

empresas afirmam que o acordo não

prevê que, futuramente, elas passem a

atuar no mercado de pagamento ou

credenciamento (maquininhas), hoje

nas mãos de instituições financeiras

reguladas pelo BC.

Page 38: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

Por isso, os advogados das empresas

negam que a existência de uma joint

venture (que exigiria notificações

prévias ao BC e ao Cade) e pedem a

liberação do serviço.

"As partes entendem que a operação

não configura um ato de concentração,

porque o contrato celebrado entre Cielo

e Facebook não envolverá uma fusão,

aquisição de participação societária ou

de ativos, incorporação ou criação de

consórcio ou joint venture", escrevem

no ofício a que a Folha teve acesso.

"Além disso, e mais importante, não é

possível afirmar que Cielo e Facebook

seriam concorrentes em qualquer

mercado relevante objeto do contrato."

Os representantes das duas empresas

consideram ainda que não haverá

tomada de decisão em conjunto e que as

empresas seguirão independentes em

suas áreas de negócio.

Afirmam que tanto Facebook quanto

WhatsApp "não atuam na área de

pagamentos no Brasil". Por isso, não

são reguladas pelo BC, ainda segundo

os advogados.

O aplicativo serviria somente como "um

canal adicional para a realização de

transações de pagamento entre

usuários".

Anunciada em meados de junho, a

parceria envolve o Facebook,

controlador do WhatsApp, e a

credenciadora Cielo, responsável pelo

processamento financeiro das

transferências e uma das maiores no

ramo das maquininhas de pagamentos.

Inicialmente, redes de cartões de

crédito e de débito do Banco do Brasil,

Nubank e Sicredi poderão usar o

sistema.

35

O Banco Central, que regula o mercado

financeiro, e o Cade, responsável pela

livre concorrência, solicitaram

esclarecimentos sobre o modelo de

negócios, que, segundo analistas, tem

potencial para levar à substituição das

maquininhas em transações de até R$

5.000 por mês.

Para BC e Cade, há dúvidas sobre a

natureza do serviço.

A iniciativa do WhatsApp se antecipou

ao Banco Central que prepara o Pix,

sistema aberto de pagamentos

instantâneos sob a coordenação do

próprio regulador.

As instituições de grande porte

(financeiras e de pagamentos) serão

obrigadas a aderir a essa plataforma de

pagamentos do BC para atuar com essa

modalidade no país.

Essas operações serão instantâneas, a

qualquer dia e hora, e a expectativa do

BC é que sejam implementadas sem

custos ou com taxas irrisórias.

O BC chegou a divulgar uma nota

afirmando ver "grande potencial" de

integração entre o Pix e a iniciativa do

WhatsApp. No entanto, considerou

prematura qualquer iniciativa que

"possa gerar fragmentação de mercado

e concentração em agentes específicos".

Depois, mudou uma norma para poder

barrar a atuação do WhatsApp.

Nos bastidores, agentes do mercado

dizem que o regulador não permitirá o

lançamento de sistemas fechados, que

não conversem entre si, e que sejam

inseguros ou com baixa transparência.

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Caderno: Mercado, terça-feira 30 de junho de 2020.

Câmara desiste de ação no STF para votar de novo MP 936, que trata de suspensão de contrato

Governo e parlamentares ainda vão

discutir texto final antes da edição de

decreto para prorrogar prazo da medida

Geralda Doca

30/06/2020 - 12:32 / Atualizado em

30/06/2020 - 13:20

Governo federal e parlamentares ainda

vão discutir texto final da medida

provisória. Foto: Daniel Marenco-

Agência O Globo

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BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados

desistiu do pedido que fez ao Supremo

Tribunal Federal (STF) para que duas

medidas provisórias aprovadas pelo

Senado fossem devolvidas e votadas

novamente. São as MPs 936, que

permite a redução de salário e jornada

ou a suspensão do contrato de trabalho,

e a 932, que versa sobre a redução das

37

contribuições das empresas ao Sistema

S.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia

(DEM-RJ), atendeu a um pedido do

Senado e já peticionou junto ao STF a

desistência do mandado de segurança.

Ainda assim, segundo integrantes da

equipe econômica, a desistência da ação

não abre caminho para que o governo

sancione a MP 936 e edite um decreto

prorrogando a possibilidade de

suspensão de contratos e redução de

jornada e salários, pois ainda será feita

uma negociação entre governo e

parlamentares com relação sobre a

redação final da MP.

O governo informou na segunda-feira

que planeja estender o prazo de

vigência das condições previstas na MP

936 por decreto.

O governo tem pressa em editar a

prorrogação, pois esse atraso deixa no

limbo uma série de empresas que

aderiram à suspensão de contrato ou

redução de jornada assim que a MP foi

editada. Muitas pequenas empresas

aguardam a prorrogação da medida

para ter fôlego para atravessar a crise.

Ponto de discórdia

O ponto de discordância entre Câmara e

Senado trata da supressão de artigos da

MP envolvendo alterações na legislação

trabalhista. Segundo o Senado, os

artigos foram retirados por se tratarem

de "jabutis" — jargão legislativo para

assuntos não relacionados à finalidade

original da proposta.

Na votação em 16 de junho, o Senado

suprimiu alguns pontos do texto que

haviam sido inseridos pela Câmara.

Page 41: Clipping SCA · Data de Criação: 30/06/2020 Criado por: Biblioteca Clipping SCA Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de

As mudanças incorporavam alguns

trechos da Medida Provisória 905, da

Carteira de Trabalho Verde e Amarela,

que caducou antes de ser aprovada no

Congresso. Nos artigos retirados pelo

Senado, a Câmara alterava a jornada

dos bancários e alterava outros trechos

da CLT.

No entendimento da Câmara, no

entanto, teria ocorrido mudança no

mérito da MP, o que obrigaria que o

texto retornasse para ser apreciado

pelos deputados.

https://oglobo.globo.com/economia/camara-desiste-

de-acao-no-stf-para-votar-de-novo-mp-936-que-trata-

de-suspensao-de-contrato-1-24507500

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Caderno: Mercado, terça-feira 30 de junho de 2020.

Em um mês, Brasil registra rombo fiscal antes esperado para todo o ano de 2020

Déficit primário do setor público

chegou a R$ 131,4 bilhões em maio, o

pior em um único mês da série histórica

do Banco Central, iniciada em

dezembro de 2001; resultado reflete os

impactos da pandemia de covid-19 na

economia

Fabrício de Castro, O Estado de

S.Paulo

BRASÍLIA - A pandemia do novo

coronavírus colocou abaixo todo o

planejamento fiscal do governo para o

ano de 2020. Com a disparada dos

gastos para fazer frente à crise, o setor

público brasileiro registrou um déficit

primário de R$ 131,4 bilhões em maio,

conforme dados divulgados nesta terça-

feira, 30, pelo Banco Central. Esse

rombo é praticamente o mesmo que era

esperado pelo governo, em janeiro, para

todo o ano de 2020.

No início do ano, com os efeitos da

covid-19 ainda limitados à China e a

setores específicos da economia global,

o governo brasileiro estimava um déficit

primário de R$ 132 bilhões para o setor

público consolidado – que reúne o

governo central (Tesouro, Banco

Central e Previdência Social), os

Estados, os municípios e as empresas

estatais, com exceção de Petrobrás e

Eletrobrás. O resultado primário reflete

39

a diferença entre receitas e despesas do

setor público, sem considerar o

pagamento de juros da dívida.

Com o avanço da covid-19, as

estimativas para a economia

despencaram a partir de março, assim

como os resultados fiscais.

Sede do Banco Central (BC) em

Brasília. Foto: André Dusek/Estadão

Com menos arrecadação e mais

despesas, o setor público registrou

déficit primário de R$ 94,3 bilhões em

março, mês em que o isolamento social

se intensificou no País. Em abril, o

rombo saltou para R$ 131,4 bilhões.

Para se ter uma ideia do impacto da

pandemia, este valor é 910,4% superior

ao déficit primário de R$ 13,0 bilhões

de maio do ano passado.

No acumulado de janeiro a maio deste

ano, o rombo soma R$ 214,0 bilhões,

conforme os dados do Banco Central.

Mas a expectativa do próprio governo é

de que as cifras sejam ainda maiores.

Até a última segunda-feira, 29, a

projeção oficial do Tesouro para o

rombo das contas públicas em 2020 era

R$ 676 bilhões. O órgão adiantou,

porém, que essa projeção será revisada

pela equipe econômica para um déficit

de mais de R$ 800 bilhões em 2020,

caso o auxílio emergencial pago a

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desempregados e informais durante a

crise seja prorrogado.

A escalada do déficit primário tem

como consequência direta o aumento

da dívida pública. Para fazer frente ao

rombo, resta ao governo emitir títulos

da dívida, o que já se reflete nos

números. Em maio, a Dívida Bruta do

Governo Geral somou R$ 5,929

trilhões, o que representa 81,9%

do Produto Interno Bruto (PIB). O

porcentual é maior que os 79,8% de

abril. No melhor momento da série

histórica, em dezembro de 2013, a

dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A situação preocupa. Isso porque a

Dívida Bruta do Governo Geral – que

abrange o governo federal, os governos

estaduais e municipais, excluindo o

Banco Central e as empresas estatais –

é uma das referências para avaliação,

por parte das agências globais de

classificação de risco, da capacidade de

solvência do País. Na prática, quanto

maior a dívida, maior o risco de calote

por parte do Brasil.

Como mostrou o Estadão/Broadcast,

projeções do Fundo Monetário

Internacionais (FMI) indicam que, com

o atual ritmo de gastos, o Brasil sairá

da pandemia com a segunda

maior dívida bruta entre os países

emergentes. Pela metodologia do FMI

– que tem diferenças em relação à

utilizada pelo BC – a dívida bruta

brasileira vai atingir 98,24% do PIB no

fim deste ano. Em um conjunto de 36

países emergentes e de renda média, o

porcentual será inferior apenas ao de

Angola, com dívida bruta de 132,24%

do PIB.

Alguns economistas acreditam que,

para reduzir o déficit primário nos

próximos anos e conter a dívida bruta, o

40

governo será obrigado a elevar

impostos, mesmo que provisoriamente.

Uma das dúvidas é se existiria espaço

político para uma alta da carga

tributária, em um ambiente de forte

contração de renda em função da

pandemia.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,conta

s-do-setor-publico-tem-deficit-recorde-de-r-131-4-bi-

em-maio,70003349142

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Terça-feira, 30 de junho de 2020

Sonegar auto judicial é delito contra a administração da Justiça, decide TRF-3

Por Tiago Angelo

Se recusar a devolver autos processuais,

com o objetivo de beneficiar seu cliente,

constitui crime formal contra a

administração da Justiça. O

entendimento é da 11ª Turma do

Tribunal Regional Federal da 3ª

Região.

Corte julgou caso de advogado que

sonegou autos para beneficiar a própria

mãe STF

A corte julgou o caso de um advogado

que retirou um processo criminal em

nome de sua mãe e não o devolveu

dentro do prazo legal. O objetivo era

favorecê-la em uma ação penal, já que a

senhora estava prestes a completar 70

anos, idade em que ocorre a prescrição

punitiva.

O homem foi enquadrado no artigo 356

do Código Penal. De acordo com a

previsão, o advogado que inutilizar,

total ou parcialmente, assim como

deixar de restituir autos, documentos

ou objetos de valor probatório, pode ter

41

fixada pena de seis meses a três anos de

detenção, além de multa.

"Trata-se de crime formal e que pode

ser praticado mediante conduta

omissiva, caso em que se consuma com

a inércia ou recusa em devolver os autos

processuais na forma da lei ou do

comando judicial. Independe, por

conseguinte, da obtenção do resultado

do resultado suposto. Para a

caracterização do delito em questão,

exige-se que o advogado ou profissional

autorizado deliberadamente dê cabo à

vontade de sonegar", afirma o relator

do caso, desembargador Fausto De

Sanctis.

O colegiado também atendeu a um

pedido do Ministério Público Federal

para majorar a pena do réu. Foi fixado

um ano, dois meses e dez dias de

detenção, no regime inicial aberto, com

substituição da pena corporal por duas

restritivas de direito.

O advogado solicitou absolvição,

alegando que sua conduta não constitui

crime e que não houve dolo. De acordo

com a decisão, entretanto, o simples ato

de sonegar documentos já é o bastante

para que se configure o delito.

"Apesar de o acusado reafirmar que sua

conduta seria atípica, por conta de que

teria restituído os autos dentro do prazo

prescricional, o crime de sonegação de

autos, na modalidade em que praticado,

configura-se como delito omissivo e

formal, que se consuma com a mera

retenção ilegal dos autos, prolongando-

se no tempo enquanto não devidamente

restituído, independentemente do

atingimento do fim pretendido pelo

agente".

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Processo 0001593-

21.2014.4.03.6122

Tiago Angelo é repórter da revista

Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 30 de

junho de 2020, 7h25

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