Clt - Direito Trabalhistas

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    Juristas Leigos - Direito do Trabalho 2003 - AATR-BA

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    AATR-BA - Associao de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da BahiaLadeira dos Barris, 145, Barris - Salvador-Ba. CEP 40070-050

    Tel/Fax : (071) 329-7393 /329-7519E-mail: [email protected]

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    PROGRAMA

    JURISTAS LEIGOS

    MDULO

    DIREITO DO TRABALHO

    [atualizado em Maio de 2003]

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    NDICE:

    1. INTRODUO

    2. HISTRICO

    3. SUJEITOS DO DIREITO DO TRABALHO3.1. CARACTERSTICAS GERAIS3.2. ESPCIES DE TRABALHADORES3.3. CATEGORIAS DIFERENCIADAS

    4. CONTRATO DE TRABALHO4.1. DURAO4.2. MEIOS DE PROVA DA RELAO DE TRABALHO4.3. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDNCIA SOCIAL

    5. JORNADA DE TRABALHO5.1. PRINCPIOS5.2. CONCEITO5.3. JORNADA DIURNA, NOTURNA E MISTA.5.4. REPOUSOS DO TRABALHADOR5.5. TRABALHADORES EXCLUDOS5.6. SUSPENSO E INTERRUPO DO CONTRATO DE TRABALHO

    6. RETRIBUIO6.1. SALRIO6.2. DCIMO TERCEIRO6.3. FRIAS6.4. AVISO PRVIO6.5. RETRIBUIO6.6. INDENIZAO

    7. EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO7.1. ESTABILIDADE7.2. FORMAS DE EXTINO

    8. PRESCRIO

    9. FGTS E SEGURO DESEMPREGO9.1. FGTS9.2. PIS-PASEP9.3. SEGURO DESEMPREGO

    10.PARTE COMPLEMENTAR

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    1. INTRODUO

    Vamos estudar algumas noes de Direito do Trabalho ou como chamado comumentepelo povo, os Direitos Trabalhistas. necessrio esclarecer que, neste momento, veremosapenas o Direito Individual do Trabalho, que refere-se aos direitos do empregado conside-rado individualmente e no aqueles decorrentes de aes coletivas (Acordo ou Conveno

    Coletiva de Trabalho) atravs do sindicato.

    Este mdulo est dividido em duas partes: principal e complementar. A parte principaltraz as noes fundamentais para o correto estudo do tema, enquanto na parte complemen-tar encontraremos informaes importantes, mas no necessariamente sero utilizadosdurante o Curso. Ento, mos obra, vamos estudar os direitos dos trabalhadores empre-gados no Brasil.

    2. HISTRICO

    Antes de estudar noes sobre o Direito do Trabalho, importante discutir sobre a hist-ria dos trabalhadores empregados no Brasil e as Leis trabalhistas, estudando um breveresumo. Assim, compreendendo nosso passado poderemos transformar o presente em buscade um futuro melhor para a classe trabalhadora.

    Sempre houve trabalho assalariado no Brasil, entretanto com o fim da escravido e aimigrao europia, o processo de industrializao brasileiro intensificou as relaes detrabalho assalariado no pas. Existiam, no incio do sculo XX, poucas leis e bem esparsas,garantindo apenas o direito associao sindical.

    Em 1919, Ocorreram grandes greves em busca de melhores condies salariais or-ganizados pelo movimento operrio que era orientado pelo anarquismo. Neste momentoem que a classe trabalhadora estava organizada e exigia os seus direitos, a resposta doEstado ficou famosa: Greve questo de polcia. Dessa forma, os movimentos grevistasforam duramente reprimidos pela polcia.

    Getlio Vargas, percebendo o poder da classe trabalhadora e desejando acelerar odesenvolvimento econmico, inicia a implantao dos Direitos Trabalhistas e da estruturasindical ligada ao Estado, atravs da Consolidao das Leis Trabalhistas CLT. Foramcriados a Justia do Trabalho, Previdncia Social, Ministrio do Trabalho e Industria, a

    regulao dos sindicatos pelo Estado etc. Todas essas criaes de Vargas significaram oexcesso de interveno estatal, pois antes mesmo dos sindicatos organizaram-se e lutarempor seus direitos, o Estado, autoritariamente, j tinha estabelecido quais as conquistas dostrabalhadores. Aparentemente isto bom para a classe trabalhadora, mas pensando umpouco melhor, o Estado era quem determinava tudo e no os trabalhadores conscientes eorganizados em busca dos seus direitos.

    Neste perodo, Getlio ficou conhecido como Pai dos Pobres e, tambm, me dos Ricos,pois ao mesmo tempo que concedeu benefcios trabalhistas, conseguiu desmobilizar o movi-mento sindical que dependia das concesses de Vargas. Os sindicatos, agora, dependiam

    sempre do Estado, podendo ser criados ou extintos por ordem do Governo e qualquer mobilizaonecessitava de autorizao do Governo, terminando por enfraquecer o movimento sindical.Assim, os sindicalistas que atuavam conforme queria o Estado foram chamados de pelegos.

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    Durante a Ditadura Militar, a situao no foi diferente. Os sindicatos foram fechadose tiveram seus diretores presos, impossibilitando a ao em busca de melhorais nas condi-es de trabalho. Ainda sobre o Governo Militar, com imensa coragem ressurgiu osindicalismo de verdade, representando os interesses dos trabalhadores, sob a organiza-o das comisses de fbrica, a exemplo da grande greve de 1979 no ABC paulista, queprojetou Lula como maior liderana da classe trabalhadora.

    A luta pelas Diretas J teve com um dos seus principais atores o movimento sindicalorganizado. A Constituio de 1988, resultado da redemocratizao do pas, asseguroucomo clusulas fundamentais e inviolveis os Direitos trabalhistas, dispostas no artigo 7. AConstituio de 88, diferente das outras leis trabalhistas, foi uma conquista do movimentooperrio, estabelecendo a liberdade sindical, ou seja, o sindicatos no mais dependiam doEstado. O reconhecimento da Constituio aos direitos trabalhistas fortaleceu a classe tra-balhadora, que atravs de sua organizao e ao conseguiu inmeras conquistas garan-tidas na Lei.

    Logo em seguida, o Governo de Fernando Henrique Cardoso iniciou programaneoliberal que inclua a flexibilizao trabalhista, que justamente a reduo e precarizaodos direitos trabalhistas, aprovando Leis como o contrato temporrio de trabalho e envian-do uma proposta, que ainda no foi aprovada no Congresso, de negociao dos direitos(reduo). O aumento do desemprego, a falta de participao e antigas formas de organiza-o, inadequadas ao novo momento poltico-econmico, levaram ao enfraquecimento domovimento sindical, e, consequentemente, a desmobilizao da classe trabalhadora paraenfrentar a flexibilizao.

    Agora com a vitria de Lula, vamos torcer para que sejam mantidos os direitos traba-lhistas que representam a histria de luta e at muitas vidas de trabalhadores desse pas.

    3. SUJEITOS DO DIREITO DO TRABALHO

    O Direito ideolgico, interessado, parcial e uma ordem emanada do poder paracontrolar os destinatrios segundo os interesses e a ideologia dos grupos que legislam.(Roberto Ramos de Aguiar. O que a Justia.)

    dentro desta perspectiva que o legislador define, nos artigos 2 e 3 da Consolidaodas Leis Trabalhistas CLT -, os conceitos e caractersticas das duas figuras que partici-pam da relao de emprego, sendo elas o empregador e o empregado.

    O EMPREGADOR a pessoa fsica ou grupo de pessoas (pessoa jurdica) possuidorde capital, que dirige atividades econmicas ou no, atravs da explorao da mo deobra pessoal do trabalhador, em troca do pagamento de salrio. (CLT art. 2).

    O EMPREGADO toda pessoa fsica que presta servios de natureza no eventual aoempregador, sob a dependncia deste e mediante salrio (CLT Art. 3).

    Desta forma, pode-se entender que a soberania do empregador est admitida na prpriadefinio legal, uma vez que o empregador aquele que admite, assalaria e dirige. Em

    contrapartida o empregado aquele que admitido, assalariado e dirigido.

    Para uma melhor compreenso dos temas acima, necessrio um aprofundamento dealguns conceitos que compem a definio dos sujeitos da relao trabalhista:

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    ATENO: As Prefeituras Municipais, o Governo Estadual, o Governo Federal e rgaosda Administrao Pblica no so empregadores, pois os contratos de trabalho des-tes rgos com os trabalhadores no regidos (regulados) pela CLT. Assim, que traba-lha nestes entes pblicos servidor pblico estatutrio ou empregado pblico queso regulados por Leis prprias e movem aes na Justia Comum.

    3.1. CARACTERSTICAS GERAIS:

    A . Empregado B. Empregador:1. Pessoa fsica 1. Pessoa Fsica ou jurdica2. Subordinao (Obedincia) 2. Direo3. Pessoalidade (ele mesmo) 3. Receber Servios4. Receber Salrio 4. Pagar Salrio5. Trabalho Permanente 5. Admitir/Contratar

    A.1. SUBORDINAO PROFISSIONAL: na execuo do seu trabalho, o empregado deveobedecer as ordens do empregador. Essa obedincia, entretanto, apenas de carter pro-fissional e no pessoal. Isso significa que a subordinao do empregado diz respeito aoseu trabalho dentro da empresa e no sua pessoa, que, assim, permanece livre e inde-pendente (CLT, art.2).

    A.2. PESSOALIDADE: ele mesmo ter que prestar o servio, no pode passar para outro asua obrigao. (CLT, art 3)

    A.3. RECEBIMENTO DO SALRIO: devemos entender por salrio o pagamento efetuadopelo empregador ao empregado em troca dos seus servios. Esse pagamento no poderser inferior ao salrio mnimo estabelecido por lei. (CLT, art 3). Vale lembrar que o nopagamento de salrio, por si s, no descaracteriza a relao de emprego. Basta que osalrio possa ser exigido pelo trabalhador, por conta da sua prestao de servios de formasubordinada.

    A.4. PRESTAO DE SERVIOS CONTINUADOS: o trabalho do empregado na empresadeve ser permanente e contnuo. Em outras palavras no pode ser eventual (ocasional,espordico). (CLT,art.3).O critrio para definio do trabalho no eventual no se limita ao

    tempo de prestao de servio, mas deve-se levar em conta tambm o tipo de trabalhorealizado pelo empregado e as necessidades da empresa. Desta forma, consideradoempregado, por exemplo, o professor que ensina duas vezes por semana em determinadaescola, ou at o msico contratado para tocar nos finais de semana em determinado clube.Todo trabalho que no faz parte dos objetivos empresariais , para o direito do trabalho,eventual, como por exemplo a pintura de um muro de uma fbrica de sucos.

    B.1.PESSOA FSICA Homem ou Mulher considerados como sujeitos de direitos e obriga-es, sendo o mais comum dos empregadores pessoa fsica o profissional liberal.

    .PESSOA JURDICA - um indivduo ou grupo de indivduos (firma individual, empresa,estado, etc.). Corresponde a uma pessoa real, criada pelo mundo jurdico, com a funo deexercer direitos e deveres (comprar, vender, negociar, contratar, etc) como se existisseindependente dos seus scios ou scio individual. Vale lembrar que o empregador respon-

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    de pelos crditos da relao de emprego com o seu patrimnio pessoal, de forma ilimitada,quando o patrimnio da pessoa jurdica no for suficiente para saldar os dbitos trabalhstas.

    .CAPITAL - conjunto de bens do empregador. Ex: terra, dinheiro, gado, mquinas, etc.

    B.2.DIREO - ordenao do servio. Deveria ser a coorrdenao das atividades confor-

    me diz a lei. O direito do empregador de dirigir e dar ordens aos seus empregados limita-do pelas finalidades da relao de emprego, ou seja, no pode o empregador utilizar-se doseu poder de direo para obrigar o empregado a realizar tarefas pessoais, que no digamrespeito funo do trabalhador.

    B.3.RECEBER SERVIOS a possibilidade do empregador receber a prestao do tra-balho que o empregado lhe entrega. Em contrapartida ao recebimento da energia pessoaldo trabalhador, o empregado lhe deve o pagamento de salrio.

    B.4. PAGAR SALRIO - O empregador retribui, paga ao trabalhador pelas suas ativida-

    des. (CLT art. 2). O trabalho gratuito, ou seja, aquele que realizado por caridade, auxlio,etc, no constitui uma relao de emprego e por isso mesmo no recebe a proteo doDireito do Trabalho.

    3.2. ESPCIES DE TRABALHADORES

    Como visto, para que o trabalhador seja considerado empregado necessrio que elemantenha com o seu empregador uma relao com caractersticas essenciais (subordina-o, pessoalidade, onerosidade e a no eventualidade).

    De acordo com a maneira em que se apresentem estes elementos em cada situao, alei prev algumas espcies de trabalhadores, com caractersticas especiais e conseqen-temente aqueles trabalhadores que se enquadrarem em uma destas categorias poder terdeveres e direitos tambm diferenciados.

    Quando as diferenas esto no terreno da temporalidade e da subordinao, os traba-lhadores podem ser: Autnomos, eventuais, avulsos ou temporrios.

    A - TRABALHADOR AUTNOMO: distingue-se do empregado porque exerce a atividadeprofissional remunerada por conta prpria, com habitualidade, enquanto o empregado su-bordina-se ao empregador. O autnomo independente no ajuste e na execuo do traba-

    lho. aquele trabalhador que ao invs de colocar a sua energia fsica a disposio de outrapessoa apenas utiliza os seus conhecimentos para a realizao de tarefas que lhe forematribudas ou confiadas.

    ATENO: O TRABALHADOR AUTNOMO NO EST SUBORDINADO A NINGUM,FALTANDO O ELEMENTO DA SUBORDINAO QUE CARACTERIZA A RELAO DEEMPREGO!

    Exemplos: Feirantes, Representante comercial, Engenheiro, advogado etc.

    B - TRABALHADOR EVENTUAL: O trabalhador eventual aquele que presta a sua ativi-dade para algum, mas os servios do trabalhador no correspondem s necessidadesnormais da atividade econmica da empresa. Para se caracterizar um trabalho eventual necessrio que a descontinuidade do servio prestado corresponda a uma normal

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    descontinuidade da atividade econmica da empresa. Em outras palavras, o biscateiroque eventualmente faz reparos na rede eltrica de uma lanchonete, por exemplo. Haver anecessidade dos seus servios, mas a sua atividade no est diretamente ligada ativida-de econmica do empresrio e os seus servios sero contratados esporadicamente. Falta-lhe o requisito da prestao permanente dos servios ajustados. Nesta espcie no h agarantia do recolhimento das parcelas de FGTS e INSS.

    (CLT, art.15, pargrafo 2)

    C - TRABALHADOR AVULSO: o trabalhador que presta o servio sem pertencer aoquadro da empresa. aquele trabalhador que, sindicalizado ou no, tem garantido os seusdireitos trabalhistas, que so executados pelo seu respectivo rgo de classe. So dentreoutros citados na legislao especfica, os estivadores, conferentes de cargas e descargas,vigia porturio etc. (Decreto n 80.271/77, art. 11 e seus incisos). As cooperativas agrcolaspossuem atualmente o papel de intermediadoras na contratao dessa espcie de traba-lhadores.

    Obs.: A Constituio Federal no art. 7, XXXIV assegura igualdade de direitos entre otrabalhador com vnculo permanente e o trabalhador avulso.

    D - TRABALHADOR TEMPORRIO: o empregadoque disponibiliza a sua mo de obraem trabalhos que so apenas periodicamente necessrios. aquele que presta servios aoempregador em substituio aos seus empregados, ou mesmo para atender uma necessi-dade transitria de mo-de-obra (como a contratao de um(a) professor (a) para substituirtemporariamente outro profissional afastado ou a contratao de garons para trabalharemapenas nos finai de semana).

    Obs.: de grande interesse nos trabalhos rurais pois regula as atividades realizadas pelossafristas.

    3.3. CATEGORIAS DIFERENCIADAS:

    De acordo com o tipo de trabalho prestado, h ainda algumas outras categorias diferen-ciadas de trabalhadores, sendo elas:

    TRABALHADOR RURAL: toda pessoa natural que, com nimo de emprego, desen-volve atividades tpicas do homem do campo, de natureza subordinada e assalariada. Valelembrar que o trabalhador rural aquele que presta servios em propriedade rural em prol

    da atividade explorada no local, sendo assim considerados tambm o tratorista, o aponta-dor de obras trabalhadas, motorista do caminho, etc. Tem este os mesmo direitos do traba-lhador urbano. Diferencia-se na questo da jornada noturna de trabalho e no tipo de ativida-de por ele realizada.

    TRABALHADOR DOMSTICO: aquele que presta servios de natureza contnua e definalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial desta. (Lei 5.859/72).Podem ser considerados empregados domsticos a cozinheira, o mordomo, o jardineiro,etc. Aquela trabalhador que apenas presta servios de forma eventual em residncias(comoa faxineira ou a lavadeira, por exemplo) no devem ser considerados empregados doms-

    ticos, mas sim trabalhadores domsticos autnomos.

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    TESTE: Maria trabalha na casa de D. Vera ajudando-a no preparo de docinhos que estavende na praa todos os dias. Poder Maria ser considerada empregada domstica? Porqu?

    Obs.:Vale ressaltar que as duas espcies (rural e domstico) so consideradas emprega-dos para os efeitos da legislao trabalhista (CLT) e da Constituio Federal.

    ATENO! A Constituio Federal de 1988 probe a diferenciao entre os diversostipos de trabalho( Art. 7, XXXI, CF). Desta forma, os trabalhos realizado por advoga-dos, mdicos e professores no podem ser vistos como superiores as atividades dostrabalhadores rurais ou domsticos, por exemplo. So diferentes, mas no pode ha-ver nenhum tipo de discriminao.

    EMPREGADOS COM CARGO DE CHEFIA:

    Os empregados com cargo de chefia ou tambm chamados altos empregadosso aquelesque esto mais prximos do empregador na hierarquia da empresa, podendo ser s vezesconfundido com o prprio empregador por possuir uma srie de poderes, dentre eles odisciplinar. Alguns direitos trabalhistas no lhe so devidos, como por exemplo a remunera-o mais elevada das horas extraordinrias.

    4. CONTRATO DE TRABALHO

    . Contrato Contrato um acordo entre duas ou mais pessoas e que pode gerar obriga-es para ambas ou para uma delas. Diz-se que o contrato faz lei entre as partes, mas noobriga terceiros que no tenham participado do acordo.

    . Contrato individual de emprego o ajuste, verbal ou escrito, realizado entre oempregador e o empregado. Para que o contrato seja denominado contrato individual deemprego devem estar presentes os elementos que caracterizam a relao de emprego(subordinao, no eventualidade, pagamento de salrio e pessoalidade).

    importante lembrar que o contrato de trabalho deve ser um ajuste livre entre as partes,pois as pessoas gozam de liberdade de trabalho. Desta forma, no se pode considerar aexistncia de um contrato de trabalho nos tempos da escravido, em que os negros nopodiam optar por trabalhar ou no.

    Diz-se que o contrato de trabalho surgiu para limitar a liberdade de contratar no direito dotrabalho, ou seja, para que situaes arbitrrias do empregador fossem contidas. Mas serque isto realmente aconteceu? No sistema capitalista em que vivemos, onde o objetivoprincipal do empregador ter lucro e o desemprego apavora os trabalhadores, ser que otrabalhador, ao firmar um contrato de emprego, tem a liberdade de discutir com o emprega-dor as regras desta relao? Ou ser que o trabalhador tem que apenas aceitar as regrasimpostas pelo patro?

    CLASSIFICAO

    O contrato individual de trabalho pode ser classificado sob vrios aspectos:

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    a) Quanto forma de celebrao:

    - verbal - de forma oral- escrito - atravs de instrumento escrito

    Obs: A grande importncia do contrato escrito que no documento podem constar informa-

    es importantes da relao de emprego e que podem ser levadas a juzo em casos dereclamao trabalhista. J no contrato verbal, o trabalhador ter que encontrar outros mei-os para provar a relao existente (a prova testemunhal, por exemplo). As principais empre-sas do pas admitem seus empregados, hoje em dia, mediante documento assinado. Asegurana e a preciso dos direitos e das obrigaes ficam resguardadas pelo contratoescrito.

    4.1. DURAO

    O contrato individual de emprego est ligado a dois princpios do Direito do Trabalho. Em

    primeiro lugar, de uma forma geral, as empresas no so criadas com tempo determinadopara serem dissolvidas. Muito pelo contrrio, o normal que as empresas sejam transmiti-das de pai para filho, seguindo velhas tradies. Em segundo lugar, a contrapartida que otrabalhador recebe por vender a sua energia pessoal o recebimento do salrio, que deve-r manter a vida do trabalhador e da sua famlia.

    Desta forma, se justifica que as leis trabalhistas possuam regras de estabilidade ou deperpetuao do contrato de emprego. Assim, os contratos de emprego, quanto a sua dura-o, podem ser classificados como contratos por prazo determinado ou indeterminado. Masa lei s permite que os contratos sejam firmados por prazo indeterminado em algumasexcees. A grande maioria dos contratos de emprego por prazo indeterminado e s emalguns casos especficos que ser permitido firmar contrato de emprego com data certapara terminar. Esta uma poltica de proteo ao trabalhador.

    A importncia de se entender a diferena entre contratos por tempo determinado eindeterminado que nos casos de resciso contratual as regras jurdicas aplicadas emcada um dos casos sero diferenciadas, como se ver no estudo das rescises.

    Contrato por prazo indeterminado. aquele estabelecido sem que se fixe, previamente,a sua durao. Presume-se prolongado indefinidamente no tempo. a regra geral em direi-to do trabalho, ou seja, presume-se sempre que o contrato tenha sido celebrado sem fixa-

    o de prazo.

    Contrato por prazo determinado. O contrato de emprego por tempo determinado aqueleque tem a sua vigncia limitada no tempo. A lei s permite que isto ocorra em duas situa-es: quando a atividade realizada tiver natureza transitria (por exemplo, o safrista, quedever ser contratado apenas para trabalhar no perodo especfico daquela cultura, outambm o dono de uma fbrica de fogos de artifcio, que s necessitar de mo de obra emdeterminada poca do ano). A outra situao permitida pela lei o contrato de experincia,quando o empregador poder testar o empregado e vice-versa, para que ambos possamter a certeza de um ir suprir as expectativas do outro.

    Resumindo as caractersticas destes dois tipos de contrato por tempo determinado, temos:

    1. Por prazo determinado - Pelo servio do empregado que transitrio (construo civile safra agrcola) ou pela atividade da empresa que tem prazo certo para terminar (forneci-

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    mento experimental de almoo em uma obra especfica ou comercializao de adereos deCarnaval).

    So os contratos em que as partes prevem um limite sua durao (um dia determinado,a execuo de certos trabalhos etc).

    a) A sua durao no pode exceder 2 anos, podendo ser estipulado por prazo inferior. Casoa relao de emprego seja rompida antes do prazo estipulado no contrato, haver o paga-mento de multa por aquele que deu causa resciso.

    b) Somente pode ser prorrogado uma nica vez, desde que a soma dos dois perodos noultrapasse os dois anos.

    2. Contrato de experincia: aquele que o empregador e o trabalhador celebram, a curtoprazo, sob a condio resolutiva de que qualquer das partes poder rescindi-lo, a qualquertempo, desde que no esteja satisfeita com os resultados da experincia. importante

    frisar que este perodo de experincia no pode ser entendido como um perodo de provarelacionado ao temperamento ou a personalidade do empregado, mas sim relacionadoas suas habilidades tcnicas ligadas ao servio para o qual foi contratado.O Dec. Lei 229 definiu, expressamente o contrato de experincia como contrato por prazo

    determinado (art. 443, pargrafo 2 alnea C) e limitou em noventa dias o tempo mximode sua durao. Podendo ser prorrogado uma vez, mais em nenhuma hiptese deve serexcedido o prazo limite de noventa dias. importante saber que o no perodo que o contrato de experincia estiver em vigor otrabalhador ainda no possui uma srie de garantias trabalhistas referentes as verbasrescisrias.Passado o perodo de experincia (90 dias), o contrato ser automaticamente entendidocomo contrato por prazo indeterminado.

    Fique atento! Muitos empregadores utilizam irregularmente a renovao do contratode experincia para burlar a lei e fugir de suas obrigaes trabalhistas.

    Os contratos por tempo determinado podero ser convertidos em contrato por tempoIndeterminado quando:

    1 - Forem prorrogados por mais de uma vez.2 - Ultrapassarem os limites mximos.

    Para ser realizado novo contrato por tempo determinado, dever ter transcorrido 6 (seis)meses.(Art 452, CLT).

    Observao: Ver outras modalidades de contrato na parte complementar.

    4.2. MEIOS DE PROVA DA RELAO DE TRABALHO

    A existncia de uma relao de trabalho entre empregado e empregador pode ser judicial-mente provada por vrios meios. Os principais so listados a seguir:

    a) um contrato escrito entre as partes;b) a Carteira de Trabalho;c) documentos diversos que comprovem a existncia da relao

    trabalhista: envelopes de pagamentos, recibos, vales, fichas

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    de registros de empregados, acordos escritos sobrecompensao de horas, ordens da chefia endereadas aofuncionrio etc.;

    e) testemunhas que deponham afirmativamente sobre a existncia econdies do trabalho.

    Vale ainda fixar que, no direito do trabalho, existe um princpio chamado princpio daprimazia da realidade, explicando que se as relaes no mundo real se derem de formadiferente do que foi contratado, ter validade para a Justia Trabalhista a situao real emque se encontra colocado o trabalhador e no aquilo que estiver firmado no acordo.

    Cuidado! Todos os documentos existentes numa relao de trabalho devem ser bemobservados pelo empregado. Eles servem como prova para, na Justia, condenar oempregador a pagar as parcelas devidas ao trabalhador.

    4.3. A CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDNCIA SOCIAL

    Um dos principais meios de prova da relao de trabalho a carteira de trabalho eprevidncia social, entre as suas principais caractersticas podemos citar as seguintes:(CLT, art. 13/40)

    Obrigatoriedade: obrigatria para o exerccio de qualquer atividade profissional, bemcomo seu preenchimento e assinatura por parte do empregador. (CLT, art. 13)

    Emisso: emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, mediante convnio, pelosrgos Federais, Estaduais e Municipais da administrao direta ou indireta. (CLT,art 14)

    Elemento de Identificao: a Carteira de Trabalho serve como prova de identidade dotrabalhador, contendo alm do nmero, srie e data de emisso. (CLT, art. 16)

    A Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS) tem que ser assinada pelo emprega-dor, em prazo no superior a 48 horas para anot-la e devolv-la ao empregado. A retenoda CTPS levar o empregador ao pagamento de multa.

    5. JORNADA DE TRABALHO

    5.1 PRINCPIOS:

    A luta pela emancipao das classes trabalhadorasno significa uma luta por privilgios e monoplios declasse, e sim uma luta por direitos e deveres iguais,bem como pela abolio de todo domnio de classe.(K. Marx)

    A jornada de trabalho limitada por lei visando cumprir objetivos de ordem fsica, biol-

    gica, econmica, social e moral. De natureza fsica porque o excesso de trabalho podelevar ao stress. De natureza biolgica porque o esforo repetitivo do trabalhador pode lev-lo a fatiga, com srias conseqncias para a sua sade. De natureza econmica por doismotivos: primeiro porque o trabalhador estando com as suas energias esgotadas reduz a

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    sua capacidade de concentrao no servio, o que diminui a sua capacidade produtiva; emsegundo lugar, porque aumenta o nmero de empregos, ou seja, ao invs de se ter umtrabalhador em atividade por doze horas dirias, pode-se ter 2 trabalhadores em atividadepor seis horas dirias, por exemplo.

    A natureza social est relacionada com a necessidade do homem em manter uma convi-

    vncia familiar, bem como relacionar-se com outras pessoas, preservando o seu ciclo deamizades. ainda de natureza moral porque um abuso moral a explorao do homemcomo se este representasse apenas fora de produo, sem considerar as suas neces-sidades, anseios expectativas.

    O ideal seria a valorizao do trabalho humano, respeitando o tempo necessrio para odescanso, lazer e enriquecimento ntimo. Desta forma existem leis que visam regulamentaro horrio de trabalho e de descanso do empregado e que tem que ser cumpridas peloempregador. Sobre a jornada de trabalho, os princpios fundamentais adotados pelo legis-lador so:

    5.2 CONCEITO

    A Lei estabelece que a jornada normal de trabalho de 8 h (oito horas) dirias; (CLT,art.58), sendo que a durao semanal no pode ser superior a 44 h (quarenta e quatrohoras), conforme CF, art.7, XIII. Isto quer dizer que, o empregado trabalhar no mximo 8horas por dia e 44 horas por semana (trabalhando apenas 4 horas no sbado).

    Contudo, a jornada normal pode ser compensada (com o perigoso banco de horas),reduzida ou prorrogada, em funo de especificidade do cargo desempenhado pelo traba-lhador, por fora de negociao coletiva. Esta prorrogao chamada dehoras extraordi-nrias, no podendo ultrapassaro mximo legal de 2 horas extras(CLT, art. 59). Porm,a prpria CLT no art. 61 diz que nos casos de necessidade imperiosa permite que o traba-lhador alm de cumprir a jornada normal (oito horas) e o mximo de horas extras (duashoras) ainda trabalha mais em razo da necessidade do Patro!!!

    Existem, tambm, categorias especiais de trabalhadores que tem suas jornadas de tra-balho prprias, j estabelecidas em lei. Ex: bancrios 6 horas ; mdicos 4 horas.

    5.3 JORNADA DIURNA, NOTURNA E MISTA.

    A jornada de trabalho poder ser diurna, noturna e/ou mista.

    Trabalho Diurno: aquele desenvolvido na cidade desde s 6 horas da manh at s 22horas. No existe vnculo entre iluminao solar e trabalho diurno. Para o trabalhador ruralpecurio - 4 horas da manha s 20 horas; agrcola - 5 horas s 21 horas.

    Com o final do horrio diurno, tem incio o horrio noturno, que por lei e por costume destinado ao descanso. Entretanto, algumas atividades so desenvolvidas noite.

    Trabalho Noturno: o trabalho noturno pago com retribuio a maior do que o diurno, pois

    foi definido por norma constitucional que ser sempre uma retribuio indenizatria superi-or (20% a mais) ao diurno e com reduo da hora de trabalho ( uma hora noturna so 52minutos) . CLT, art 73.

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    1 h noturna = 52minutos 8 h noturnas = 7 horas de trabalho

    Trabalho Misto: no horrio misto de trabalho o adicional somente ser pago pelas horastrabalhadas no horrio noturno. Entende-se por misto o trabalho que comea numa jornadae termina na outra. Os vendedores pracistas no so submetidos a jornada de trabalho.

    JORNADA DE TRABALHO DIURNO NOTURNO

    TRAB. URBANO 06h s 22h 22h s 06h

    RURAL AGRICLA 05h s 21h 21h s 05h

    RURAL PECURIO 04 s 20h 20h s 04h

    5.4 REPOUSOS DO TRABALHADOR.

    Todo trabalhador tem direito ao descanso (a CLT chama de repouso) que atende a ra-zes biolgicas (descanso do corpo), sociais (tempo livre para exercer outras atividadessociais) e psicolgicas (tempo para sua famlia e lazer). Para atender a esses motivosexistem dois tipos de repouso: no remunerado (no pago) e remunerado (pago).

    5.4.1 REPOUSO NO REMUNERADO

    O empregado tem direito entre duas jornadas de trabalho haver um perodo mnimode descanso de 11 horas consecutivas (CLT, art.66). Em qualquer trabalho contnuo,

    cuja durao seja maior que seis horas, obrigatria a concesso de um intervalo pararepouso ou alimentao mnimo de 1 hora e no mximo de 2 horas.

    Quando a jornada diria for maior de quatro horas at seis horas, o empregado temdireito a um intervalo ser de 15 minutos para repouso.

    Os servios permanentes de mecanografia, tais como datilografia, clculo etc., a cadaperodo de noventa minutos de trabalho consecutivo ocorrer um repouso de dez minutos,no sendo deduzido do horrio normal e sem contar para os outros descansos no remune-rados, conforme CLT art. 72.

    5.4.2 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

    Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de vinte e quatro horas con-secutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servi-o. Este descanso semanal poder coincidir com o domingo, mas no obrigatoriamentenos domingos.

    Como o trabalhador tem direito ao descanso semanal, as horas extras trabalhadastambm asseguram recebimento de descanso semanal remunerado (DSR) na propor-o de um 1/6 (um sexto).

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    5.5 TRABALHADORES EXCLUDOS

    So trabalhadores excludos da durao da jornada de trabalho os vendedores pracistas,viajantes e os que executam trabalhos externos sem fiscalizao, gerentes que possuamvencimentos mais elevados e mandato expresso de cesso, trabalhadores de estivas e decapazitas dos portos, que esto sujeitos a regime especial (CLT, art. 62). Alm destes, os

    trabalhadores domsticos tambm esto excludos da durao da jornada de trabalho (em-pregada, caseiro, etc), cargo em confiana

    5.6. SUSPENSO E INTERRUPO DO CONTRATO DE TRABALHO

    A suspenso e interrupo do contrato de trabalho possuem traos em comum, j queem ambas ocorre a paralisao da atividade laboral do empregado. Tanto na suspensocomo na interrupo o contrato de trabalho continua vigente, mas as obrigaes principaisdas partes no so exigveis (suspenso) ou o so apenas parcialmente (interrupo).(CLT,art. 471, ss)

    1) Suspenso: definida como sendo a paralisao temporria da obrigao do emprega-do de prestar servios ao seu empregador, com a suspenso, enquanto durar a causa, dosefeitos do contrato. Na suspenso tanto o empregado est desobrigado de trabalhar comoo seu empregador de remuner-lo, inexistindo, tambm, o cmputo do intervalo da suspen-so no tempo de servio.

    CASOS DE SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO

    CASOS DE INTERRUPO DO CONTRATO DE TRABALHO

    EFEITOS DA SUSPENSO E DA INTERRUPO DO CONTRATO

    Tanto na hiptese de suspenso, como de interrupo do contrato, o empregado temdireito s vantagens atribudas categoria, de carter geral.

    a) licena no remunerada, doena justificada aps os primeiros15 dias;

    c) participao em greve, sem salrios;e) aposentadoria provisria.

    b) prestao de servio militar e acidente do trabalho, com apeculiaridade de que em tais casos o perodo de afastamento

    computado no tempo de servio do empregado;d) exerccio de cargo pblico no obrigatrio;f) suspenso disciplinar, suspenso para inqurito do empregadoestvel.

    a) at 2 dias em caso do falecimento do cnjuge,ascendente, descendente, irmo ou dependenteanotado na C.T.P.S.c) at 5 dias em caso de nascimento de filho

    (Licena Paternidade);e) 1 dia por ano para doao voluntria de sangue;

    g) perodo de tempo em que tiver de cumprir asexigncias do servio militar;i) testemunha ou parte em processo trabalhista;

    k) frias;

    m) descanso semanal e em feriados;

    b) at 3 dias em virtude de casamento;

    d) por 1 dia para registro do filho.

    f) at 2 dias para alistar-se eleitor;

    h) perodo de 120 dias, para gozo de licenamaternidade

    j) os 15 primeiros dias de licena para tratamentode sadel) afastamento, com remunerao pela empresa,para a administrao de sindicato;n) jurados, para comparecimento s sesses do jri

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    bom saber que a jurisprudncia tem entendido que no se pode romper a relao detrabalho quando houver a suspenso e a interrupo do contrato.

    6. RETRIBUIO

    Os pagamentos feitos pelo Empregador aos seus empregados so chamados de retribui-

    o. A retribuio classificada em salrio, remunerao e indenizao .

    6.1 SALRIO

    Definio: a contraprestao devida pelo empregador ao empregado em virtude do ser-vio prestado ou posto sua disposio, em face do contrato de trabalho. Ou seja, salrio o pagamento obrigatrio do empregador pelo trabalho realizado ou pela disposio dotrabalhador, conforme CLT art.457.

    O salrio tem a finalidade principal a garantia ao trabalhador e sua famlia de todas as

    suas necessidades para uma vida digna: alimentao, moradia, vestimenta, higiene, trans-porte, educao, sade, diverso e previdncia social, como est estabelecido na Consti-tuio Federal no art 6 inciso IV.

    6.1.1 PRINCPIOS

    Igualdade Salarial: o direito trabalhista brasileiro adota o princpio da igualdade salarial,que significa que se 2 trabalhadores com a mesma funo, sem distino de sexo, cor ouestado civil, executarem trabalho de igual valor, devero ganhar igual salrio. O Direito doTrabalho define trabalho de igual valor aquele efetuado com igual produtividade e commesma perfeio tcnica, entre pessoas cuja diferena de tempo de servio no for superi-or a 2 anos na mesma empresa. (CLT Art. 461)

    Irredutibilidade: o salrio no pode ser reduzido pelo empregador, a no ser que a redu-o decorra da conveno ou de acordo coletivo. (CF,art 7,VI)Inalterabilidade prejudicial: significa que o salrio no pode ser alterado por ato do em-pregador em prejuzo do empregado.

    Periodicidade : o salrio dever ser pago em tempos certos. Podendo ser semanal, quin-zenal, mensal, por hora, por dia, etc. Entretanto, no pode o Patro pagar no perodo quequiser, deixando o empregado sem saber quando receber seu salrio. Lembrando que

    mximo de tempo para o pagamento de um ms de trabalho.(CLT, art.459)

    6.1.2 FORA ATRATIVA DO SALRIO

    Como o salrio tem natureza de alimentao para o trabalhador, ou seja, a garantiade sobrevivncia do empregado e de sua famlia, ele atrai para si todas as parcelas quesejam pagas habitualmente, mesmo aquelas que antes se incluam no conceito de salrio.

    Porque o pagamento repetido de uma parcela salarial gera no trabalhador a expecta-

    tiva de receber sempre aquele valor. Assim, se este pagamento for retirado, prejudicar asnecessidades bsicas do empregado e de sua famlia que j esperava recebe-lo. Esta ca-racterstica chamada de FORA ATRATIVA DO SALRIO.

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    Assim, qualquer parcela paga a ttulo de gratificao, adicional, abono ou comisso,desde que pago por vrias vezes seguidas, DE MODO A CRIAR UMA EXPECTATIVA NOEMPREGADO, se incorpora ao seu salrio, da no podendo mais ser retirada. A foraatrativa do salrio fundamentada juridicamente no princpio da habitualidade e na incor-porao ao patrimnio jurdico do trabalhador (direito adquirido) da parcela paga.

    6.1.3 REGRAS DE PROTEO DO SALRIO

    Impenhorabilidade: os salrios no podem servir como garantia de execuo das obriga-es do empregado, ou seja, no pode o Patro reter o salrio para o pagamento de dvi-das. Porm, a prpria CLT no art 462 fez algumas excees, como no caso de dano causa-do pelo empregado (se foi acertado no contrato de trabalho), adiantamento salarial ou des-conto de penso alimentcia (art. 649, IV CPC).

    Intangibilidade: significa que os salrios no podem sofrer descontos, salvo os previstosem lei, em convenes coletivas ou decorrentes de danos causados pelo empregado.

    medida de proteo do salrio contra abusos do empregador. Vale acrescentar que ossalrios ou crditos trabalhistas devem ser liquidados (pagos) prioritariamente em casos defalncia do empregador.

    6.1.4 REGRAS DE PAGAMENTO DO SALRIOFormas de pagamento: o salrio pode ser estipulado com base no tempo, produo outarefa (Ver Parte Complementar: formas de pagamento).

    Pagamento do Salrio

    VER FORMAS DE PAGAMENTO NA PARTE COMPLEMENTAR

    6.1.5 TIPOS DE SALRIO

    Salrio Fixo: importncia fixa estipulada entre patro e empregado;

    Salrio Mnimo: definido por lei como a contraprestao mnima devida e paga direta-

    Deve ser pago diretamente ao empregado (CLT,art 464), at o quinto dia til do ms trabalhado(CLT, art 459).

    Sistemas de troca: no dever existir opagamento em vales a serem trocados nosarmazns do empregador, isso limitaria oempregado a comprar com preos mais altospara o enriquecimento do empregador. (CLT,art 462, 1 ).

    proibido qualquer descontos no salrio doempregado, salvo quando previsto na Lei,Acordo, Conveno Coletivo ou acertado

    anteriormente. CLT, art 462.

    Para trabalho igual (VIDE EQUIPARAOSALARIAL), ser devida remunerao igual,salvo as promoes por antiguidade emerecimento. CLT,art 461.

    No pode ser pago em prazo superior a l ms,salvo comisses, gratificaes etc (CLT, art 459).

    Deve ser pago em moeda corrente, proibindo-se o pagamento em moeda estrangeira, emboraseja permitido o pagamento em utilidades,assegurando-se no mnimo, 30% em dinheiro.(CLT, art 462 e 1).

    Deve ser pago em dia til, no local de trabalho,dentro do horrio de servio ou imediatamenteaps o encerramento deste; (CLT, art. 465).

    Em caso de dano causado pelo empregado, shaver desconto se acertado anteriormente oupor dolo do empregado. CLT, art 462, 1.

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    mente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distino desexo ou idade, por dia normal de servio, e capaz de satisfazer as suas necessidadesnormais de alimentao, habitao, vesturio, higiene, transporte (CF, art 7).

    Salrio da Categoria: o salrio acordado pelos Sindicatos do Empregados com os Sindi-catos dos Empregadores ou com a prpria empresa estabelecendo o menor salrio para os

    empregados membros da categoria deste sindicato. O salrio da categoria tambm cha-mado de piso normativo.

    Salrio em utilidade: o pagamento in natura que o empregador, por fora do contratoou do costume, retribui ao empregado, em alimentao, habitao. No poder ultrapassar70% do salrio, ou seja, pelo menos 30% do salrio dever ser pago em dinheiro. Ex: Se oempregador der a alimentao diria, poder descontar at 30% do salrio (6% = caf; 12%= almoo; 12% = jantar). (CLT, art.458)

    Salrio Famlia: para o empregado que tenha filhos menores de 14 anos ou invlidos,

    mesmo adotivos, na base de uma percentagem do valor do salrio mnimo. A partir de maiode 93 o reajuste passou a ser feito com base no reajuste do salrio mnimo. (CLT, arts. 76 e457). O salrio famlia de R$ 10,31.

    6.2 DCIMO TERCEIRO SALRIO

    a retribuio salarial anual que a Empresa paga ao empregado como gratificao nata-lina. Essa retribuio corresponde a l/12 do salrio de dezembro, multiplicado pelo nmerode meses de servios prestados naquele ano. Considera-se ms integral a frao igual ousuperior a 15 dias de trabalho.

    Poder ser pago em duas vezes: a primeira parcela entre fevereiro e novembro (metadedo salrio do ms anterior). Se o empregado gozar frias nesse perodo, dever coincidirno mesmo ms do recebimento do 13 Salrio. A segunda parcela at o dia 20 de dezem-bro, reduzido o correspondente metade que j foi pago.

    Curiosidade: Voc sabia que o dcimo terceiro salrio surgiu como gratificao nata-lina (Lei 40910 de 1962) e hoje constitui retribuio salarial obrigatria devida peloempregador? (CF. art. 7, VIII)

    6.3 FRIAS

    Definio: o direito de descanso do trabalhador de trinta dias, adquirido pelo cumprimen-to pelo trabalhador do perodo aquisitivo (doze meses de servio com menos de 14 faltas),recebendo sua remunerao habitual acrescida de mais 1/3 do seu valor.

    Nos 12 meses posteriores aquisio do direito s frias pelo empregado, o emprega-dor deve conced-las. Esse perodo de concesso das frias denominado perodo degozo. Cumprido o perodo aquisitivo, o trabalhador ter direito ao gozo de frias no prazode um ano (perodo de gozo), sob pena de dobra das frias (pagamento dobrado). Porexemplo:

    Admisso: 01-02-2002do TrabalhadorPerodo Aquisitivo: 01-02-02 a 31-01-03 doze meses de servio

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    Perodo de Gozo: 01-02-02 a 31-02-01-04 doze meses para gozar a frias.Frias gozadas depois de 01-02-04 = sero frias com pagamento em dobro.

    A concesso das frias ser participada por escrito e por ato do empregador, com ante-cedncia mnima de 30 dias. Somente em casos excepcionais podero ser fracionadas (umperodo no poder ser inferior a 10 dias corridos), salvo quanto aos empregados menores

    de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, que sero sempre concedidas de uma s vez.

    Abono de Frias

    (CLT, Art. 143) o pagamento de 1/3 do perodo do valor das frias pagas ao trabalhadorreferente a venda dos 10 dias de trabalho nesse perodo de gozo. Assim, pode o trabalha-dor optar por gozar apenas 20 dias de frias recebendo a remunerao de frias acrescidade 1/3 alm dos 10 dias de trabalho. Dever ser requerido 15 dias antes do trmino doperodo aquisitivo.

    Frias coletivasSo as frias concedidas simultaneamente a todos os empregados de uma empresa ou

    setor da empresa. Podero ser gozadas duas vezes por ano, desde que cada perodo noseja inferior a 10 dias. O empregador comunicar ao Ministrio do Trabalho, com antece-dncia de 15 dias, sobre o incio e fim das frias. Os empregados com menos de 12 mesesde servio gozam frias proporcionais e recomea novo perodo aquisitivo. (CLT, art.139)

    Frias proporcionais: so os perodos incompletos de aquisio, que foram interrompidosem decorrncia da cessao do contrato de trabalho.

    Frias simples: so aquelas concedidas durante o perodo de gozo (concessivo), ou seja,durante os 12 (doze) meses aps o perodo aquisitivo.

    Frias em dobro: so aquelas concedidas depois do perodo de concesso (12 mesesaps o perodo aquisitivo). Ficando o empregador obrigado a pagar os valores em dobro.

    VER GOZO DE FRIAS E FALTAS JUSTIFICADAS NA PARTE COMPLEMENTAR

    6.4 AVISO PRVIO

    a comunicao que a parte que quer rescindir o contrato sem justa causa deve fazer aoutra. O aviso ter que ter antecedncia mnima de trinta (30) dias. Se o empregado nofizer a comunicao, ter seu saldo de salrio retido. Se a falta de aviso for do empregador,ter este que pagar ao empregado o valor correspondente aos dias do aviso no concedi-do. Durante o prazo do aviso prvio cumprido pelo empregado por motivo de dispensa peloempregador, haver reduo da jornada de trabalho. Ser de duas horas por dia ou seroconcentradas essas horas em dias corridos ( 7 dias).

    6.5 REMUNERAO

    Remunerao todo pagamento feito pelo empregador ou por qualquer outra pes-soa (como o cliente do empregador) em troca da efetiva prestao do servio. Isto , sopagamentos no obrigatrios feitos pelo patro ou por terceiro decorrentes do trabalho

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    realizado. So exemplos de remunerao as gratificaes e as gorjetas.

    VER TIPOS DE REMUNERAO NA PARTE COMPLEMENTAR

    6.7 INDENIZAO

    definio: Todas as parcelas pagas numa relao de trabalho resultantes de um risco oudano a sade do trabalhador so consideradas parcelas indenizatrias, pois tem a finalida-de de indenizar o empregado pelo dano causado no trabalho. Dessa forma, quando o ambi-ente ou o tipo de trabalho prejudica o trabalhador, lhe garantido pela Lei as parcelas

    indenizatrias, que so conhecidos por adicionais e horas extraordinrias.

    6.7.1 ADICIONAIS

    So pagamentos adicionais realizados pelo empregador ao empregado em virtude de con-dies desfavorveis de prestao do trabalho.

    a) Adicional de insalubridade: o pagamento feito em virtude de atividade que agride asade do empregado pelo uso de certas substncias ou pelo ambiente perigoso ao organis-mo humano. O valor da indenizao ser pelo grau de agresso, tendo como base o salriomnimo (CLT, art. 189). Salrio Mnimo = R$ 200,00

    b) Adicional de periculosidade: o pagamento feito em virtude do perigo vida do em-pregado, estando em contato com substncias inflamveis ou explosivos e com eletricida-de. O adicional ser de 30% sobre o salrio base do empregado. Tem como base o salrio

    da categoria. No incide sobre outros adicionais. (CLT, art. 193)

    Salrio do trabalhador = R$ 500 adicional de periculosidade = R$ 150,00

    Obs.: Os adicionais de insalubridade e periculosidade no se acumulam.

    c) Adicional de penosidadeA Constituio Federal garante mediante lei o adicional de penosidade, que seria pago emcaso de trabalhos penosos ou dolorosos, capazes de causar danos a sade e a condio

    fsica do empregado, no se confundindo com os adicionais de periculosidade e insalubri-dade. Vale dizer, todavia, que os deputados e senadores no se preocuparam, at agora,em elabora Lei que regulamente tal direito.

    GRAU ADICIONAL VALOR R$Grau mnimo 10% 20Grau mdio 20% 40

    Grau mximo 40% 60

    REMUNERAOCONCEITO Pagamento pelo servio realizado

    EXEMPLO Gorjeta e gratificao

    PAGAMENTO No-obrigatrio e sem freqncia

    X SALRIOPagamento pelo servio realizado ou peladisposio para trabalhar do empregado.

    Salrio base

    Obrigatrio e regular

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    d) Adicional de transferncia: pago ao empregado toda vez que, a servio do emprega-dor e sem est acordado no contrato de trabalho, for obrigado a mudar de seu domiclio.Quando o empregado obrigado a mudar de domiclio, ter direito a, no mnimo, um adici-onal de 25% do salrio que recebia. Lembrando que as despesas da transferncia so doempregador (CLT 470).

    6.7.2 HORAS EXTRAORDINRIAS

    So aquelas horas que vo alm da jornada normal de trabalho. A Constituio Federalde 1988 determinou que qualquer hora extra dever ser paga, no mnimo, 50% a mais dovalor da hora normal. A legislao brasileira permite horas extras no seguintes casos:

    a) acordo de prorrogao - previsto no art. 59, da C.L.T., quando empregado e empre-gador, de comum acordo, podem prorrogar a jornada de trabalho, at o mximo de 2 horasdirias.

    b) sistema de compensao - o aumento de horas trabalhadas em um ou mais dias paraque haja a diminuio das mesmas horas em outro ou mais dias. A soma das horas traba-lhadas no pode ultrapassar a 10 (dez) horas por dia, nem a 44 (quarenta e quatro) porsemana (art. 59 pargrafo 2 da C.L.T.) deve ser formalizada atravs de acordo ou conven-o coletiva de trabalho (C.F. art. 7 XIII). tambm conhecida como o sistema de bancode horas, que no fim das contas termina prejudicando o trabalhador.

    c) fora maior - caracterizada a fora maior (acontecimento imprevisvel, para o qual oempregador nada concorreu), pode haver extrapolao da jornada. Ser remunerado novalor mnimo de 50% sobre a hora normal, caso no haja compensao de jornada. Valesalientar que a extrapolao da jornada no poder exceder de 12 horas.

    d) servios inadiveis - so aqueles que, pela natureza, tem que ser concludos na mes-ma jornada de trabalho, sob pena de prejuzos do empregador (ex: manipulao de produ-tos perecveis). Nessa hiptese o empregado obrigado a trabalhar at o mximo de 4horas extraordinrias por dia, tendo direito remunerao equivalente.

    e) recuperao de horas - quando, por exemplo, a empresa ficar paralisada por causa defora maior, as horas podem ser repostas at o mximo de 90 por ano (2 por dia e at 45dias) exigindo-se autorizao da Delegacia Regional do Trabalho.

    No se esquea! A jornada atual de trabalho de 8 horas foi uma conquista valiosa dostrabalhadores nos ltimos anos. Na poca da Revoluo Industrial e do surgimentodo Direito do Trabalho, os empregados, inclusive mulheres e crianas, chegavam atrabalhar 16 horas por dia.

    7. EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    7.1 ESTABILIDADE

    Estabilidade o direito que tem o trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contraa vontade do patro, enquanto no existir um motivo relevante contido em lei, que permitaa sua dispensa. Assim, o trabalhador que tem estabilidade no pode ser despedido, salvopor justa causa decidida em processo na Justia do Trabalho. Veja quem tem direito a

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    estabilidade provisria:

    Lembrar que o registro da candidatura, bem como a ata de eleio/posse, devero serenviados empresa, dando-lhe cincia, pois a jurisprudncia, inclusive o TRT da 5Regio, tem entendido que sem a comunicao empresa, no existe a estabilidade.

    bom saber. Conforme a Conveno 158 da OIT (Organizao Internacional do Traba-lho), j retificada pelo Brasil, o empregado despedido arbitrariamente sem motivo justifica-do, poder pedir a sua reintegrao na empresa.

    7.2 FORMAS DE EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    O fim do contrato de trabalho seja por vontade ou ato tanto do empregado como do emprega-dor, chama-se de extino do contrato de trabalho. Vejamos adiante as formas de extino docontrato de trabalha por tempo indeterminado conforme motivao do empregado ou do patro.

    Fique de olho !!! Cuidado com os acordos, isto , quando o empregado e o emprega-dor combinam amigavelmente, uma forma de encerrar o contrato de trabalho, na qualambos o empregado renuncia alguns direitos e patro libera o FGTS. Fique sabendoque a Lei no permite tal situao, ou seja, ou o empregador despede e pago todosos direitos ou o empregado pede demisso. Ento, bastante ateno para os acor-dos.

    7.2.1 PEDIDO DE DEMISSO

    Ocorre quando o empregado, por sua prpria vontade, decide romper o contrato de tra-balho, devendo para isso conceder aviso prvio ao empregador.

    O trabalhador com menos de 1 ano s tem direito ao saldo de salrio. Acima de 1 ano,

    frias e 13 proporcionais, saldo de salrio, ficando retido o FGTS.

    7.2.2 DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA

    quando o patro, sem nenhum motivo, coloca o trabalhador para fora do emprego.Neste caso, a despedida causada pela vontade do empregador que no mais quer aqueleempregado trabalhando.

    7.2.3 DESPEDIDA INDIRETA

    A outra forma de demisso a despedida indireta que ocorre quando o empregadorpratica qualquer ato que torne impossvel a continuidade do vnculo empregatcio. Em ou-tras palavras o trabalhador considera extinto o contrato de trabalho, pois o patro no estcumprindo suas obrigaes, como por exemplo, o no pagamento de salrio por muito

    QUEM

    DIRIGENTE SINDICAL ou CIPEIRO (empregadoeleito para a direo da Comisso Interna dePreveno de Acidentes CIPA)

    EMPREGADA GESTANTEPRAZO

    O empregado no pode ser demitido a partir domomento do registro de sua candidatura at umano aps o mandato, caso seja eleito, inclusivecomo suplente salvo se cometer falta grave.

    Da data confirmao da gravidez para a empresa

    at cinco meses aps o parto.

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    tempo. tambm conhecida como a justa causa do empregador. Nesta hiptese o traba-lhador ter direito a Aviso Prvio, 13 proporcional, Frias proporcionais e 40% do FGTS.(veja na parte complementar as hipteses de despedida indireta)

    Presta ateno! A despedida indireta s provada mediante ao na Justia do Traba-lho explicando ao Juiz os motivos da impossibilidade da continuao do contrato de

    trabalho. Por essa razo, a despedida indireta torna-se mais difcil para o trabalhadorcomprovar perante a Justia.

    VER EXEMPLOS DE DESPEPEDIDA INDIRETA NA PARTE COMPLEMENTAR

    7.2.4 DESPEDIDA COM JUSTA CAUSA

    A despedida por justa causa aquela em que o empregado cometeu ato incompatvelcom a sua continuidade no ambiente de trabalho. Ou seja, o trabalhador deu justa causapara ser despedido. So exemplos: brigas, roubos, embriaguez, etc. veja na parte comple-mentar as hipteses de despedida com justa causa.

    VER EXEMPLOS DE JUSTA CAUSA NA PARTE COMPLEMENTAR

    7.2.5 CULPA RECPROCA

    Ocorre culpa recproca quando ambos, empregado e empregador, oferecem motivos dejusta causa para rompimento do contrato de trabalho. Assim, tanto o empregado e o empre-gador deram justa causa para o fim do contrato de trabalho.

    Nesta hiptese, o empregado poder utilizar-se dos depsitos do FGTS; entretanto, oacrscimo adicional, efetuado pela empresa, ser de 20% e no de 40%. O empregadotambm no ter direito a aviso prvio, frias proporcionais e dcimo terceiro salrio pro-porcional (smula 14, do TST).

    7.2.6 EXTINO DA EMPRESA

    Ocorre extino da empresa quando esta encerra suas atividades, de modo total ouparcial. Conforme o motivo da extino, teremos as seguintes situaes:

    a) Se a empresa cessar suas atividades, por morte do empregador, os empregados terodireito a indenizao integral ou livre utilizao dos depsitos do FGTS.

    b) Se a empresa cessar suas atividades em virtude de ato do Governo ou promulgaode Lei, os direitos dos empregados devero ser pagos pelo Poder responsvel pela parali-sao.

    c) Se a empresa cessar suas atividades por motivo de fora maior a Lei assegura aoempregado a utilizao dos depsitos do FGTS, com acrscimo adicional da empresa redu-zido a 20% ou indenizao pela metade. Se a extino da empresa no for provocada pormotivo de fora maior, o empregado ter direito ao FGTS, mas, desta vez, acrescido doadicional de 40%.

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    VAMOS REVISAR AS FORMAS DE EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    SAIBA QUAIS PARCELAS DEVIDAS EM CADA FORMADE EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    VEJA OS DIREITOS DE UM EMPREGAGO COM MAIS DE 1 ANO DE TRABALHO

    *Os empregados com menos de 1 ano de servio recebem as parcelas rescisrias comoesto na tabela acima, tendo uma nica exceo: no tem direito s frias proporcionaisse pedirem Demisso.

    ATENO: Direitos adquiridos em razo das atividades desenvolvidas sero sempredevidos ao trabalhador, independentemente da forma de resciso. Isto , parcelascomo horas extras, salrio-famlia, adicional de periculosidade e insalubridade, pr-

    mios etc, devero ser sempre pagos na resciso do contrato, mesmo que seja porJusta Causa ou por Despedida sem Justa Causa.

    8. PRESCRIO

    A Lei estabelece um prazo para o trabalhador reclamar seus direitos, sob pena de perd-los. A prescrio nome deste prazo, que significa a perda do direito de ao, pelo passardo tempo, em razo de seu titular no ter exercido.

    A reforma da Constituio igualou a prescrio entre empregados urbanos e rurais. Estprevista na CF/88:

    Art. 7. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros quevisem melhoria de sua condio social :

    Despedida sem Justa Causa

    Saldo de SalrioAviso PrvioFrias proporcionais e vencidas com 1/313 Salrio ProporcionalFGTS + 40%Seguro-Desemprego

    Pedido de Demisso

    Saldo de SalrioAviso Prvio* (Poder ter que pagar)Frias proporcionais e vencidas com 1/3

    13 Salrio Proporcional

    QUEM CAUSOU A EXTEMPREGADO

    Pedido de DemissoDespedida com Justa Causa

    ****Culpa re

    IN O DO CONTRATOEMPREGADOR

    Despedida sem Justa CausaDespedida Indireta

    Extino da empresacproca

    Resciso Indireta

    Saldo de SalrioAviso PrvioFrias proporcionais e vencidas com 1/313 Salrio ProporcionalFGTS + 40%Seguro-Desemprego

    Justa CausaSaldo de SalrioFrias vencidas com 1/3

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    ...XXIX- Ao, quanto a crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo

    prescricional de cinco anos para o trabalhador, para os trabalhadores urbanos e rurais,at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;

    Assim, o trabalhador, que estiver empregado, s pode reclamar parcelas devidas at os

    ltimos cinco anos. Para os despedidos, ter o prazo de 2 anos para ingressar com a recla-mao, requerendo as parcelas dos ltimos cinco anos.

    9. FGTS, PIS E SEGURO DESEMPREGO.

    Informaes retiradas da Cartilha do PIS, FGTS e Seguro-Desemprego, editada pelaCaixa Econmica Federal

    9.1 FGTS

    O QUE ?

    O Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS) foi criado pelo Governo FederalPara proteger o trabalhador demitido sem justa causa, atravs de uma conta vinculada aoseu contrato de trabalho. Com os recursos do FGTS o Governo financia, prioritariamente,construo de moradia popular, tratamento de gua e esgoto, asfaltamento, limpeza de riosetc.

    QUEM TEM DIREITO?

    Todos os trabalhadores regidos pela CLT. Incluem-se tambm trabalhadores rurais esafristas, trabalhadores temporrios e avulsos, atletas profissionais (jogadores de futebol).

    QUEM FAZ O DEPSITO DO FGTS?

    O empregador faz o depsito. O pagamento igual a 8% do salrio do trabalhador,depositado at o dia 7 de cada ms. Alm disso, todo dia 10 a sua conta de FGTS recebe acorreo monetria mensal mais juros de 3% ao ano.

    QUANDO VOC PODE SACAR O FGTS

    . Demisso sem justa causa;

    . Aposentadoria;

    . Falecimento do trabalhador (o saldo pago aos dependentes);

    . Conta inativa:* permanncia da conta sem depsitos por 3 anos ininterruptos, completados at 13/07/90, inclusive;* o trabalhador que permanecer 3 anos ininterruptos fora do regime do FGTS, e cujoafastamento tenha ocorrido a partir de 14/07/90, inclusive;

    . Moradia prpria (comprar, construir, abater prestaes ou quitar o financiamento da suacasa prpria);. Doena: (ser portador do vrus HIV ou cncer do trabalhador ou de seus dependentes). Trmino do contrato de trabalho por tempo determinado, inclusive temporrio;

    COMO SACAR O SEU FGTS?Voc deve comparecer Caixa, levando sua Carteira profissional e o documento que

    comprove a possibilidade de saque (Exemplos: termo de resciso de contrato de trabalho -

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    fornecido pelo empregador, por ocasio de saque por dispensa sem justa causa; carta deconcesso de aposentadoria - fornecida pelo INSS, quando do saque por aposentadoria; eatestado mdico e exame laboratorial - fornecidos pelos rgos de sade pblica, para oscasos de portadores de HIV).

    COMO FISCALIZAR O SEU FGTS?

    A Caixa Econmica Federal envia, a cada 2 meses, um extrato para a residncia do traba-lhador com todas as informaes sobre o seu FGTS. Se voc no estiver recebendo o seuextrato, atualize seu endereo em qualquer agncia da Caixa. Se voc j tem o Carto doTrabalhador, pode conferir o saldo e tirar o extrato.

    9.2 PIS - PASEP

    O QUE ?

    O Programa de Integrao Social (PIS) um fundo formado por contribuies men-sais feitas pelas empresas, calculadas sobre os seus faturamentos. Estes recursos sodestinados ao desenvolvimento social e melhoria da vida do trabalhador. So poupan-as feitas para o trabalhador pelas empresas. So pagas em forma de rendimentos ouabonos salariais.

    QUEM DEVE CADASTRAR O TRABALHADOR?

    O trabalhador deve ser cadastrado pelo empregador na sua primeira admisso euma nica vez. Se voc ainda no foi cadastrado no PIS, fale com seu empregador.

    QUEM TEM DIREITO?

    Abono Salarial

    Quem ganhou at 2 salrios mnimos mensais, em mdia, no ano-base, tem direitoao abono salarial, que igual a 1 salrio mnimo a mais, todo ano (funciona como um14 salrio para o trabalhador). Para isso, tem de estar cadastrado no PIS h pelomenos 5 anos, ter trabalhado com carteira assinada no ano-base por, pelo menos,30 dias e ter sido informado pelo empregador na Relao Anual de Informaes

    Sociais - RAIS.

    Rendimentos

    Quem ganha mais de 2 salrios mnimos mensais recebe o rendimento anual dasparcelas depositadas pelo empregador, pago diretamente pelas empresas cadas-tradas ou nas agncias da Caixa Econmica Federal. Tm direito aos rendimentosos trabalhadores cadastrados at 04/10/88. A partir desta data, os recursos do PISpassaram a ser destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador, que respons-vel pelo programa de Seguro-Desemprego.

    Quotas

    Voc pode retirar os recursos acumulados em sua conta do PIS nas seguintes situaes:

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    - aposentadoria;- invalidez permanente;- se for portador do vrus HIV;- se tiver cncer;- falecimento do trabalhador (o saldo pago aos dependentes);- reforma militar.

    COMO E ONDE RECEBER O PIS?

    Os trabalhadores inscritos no PIS recebem rendimentos e abono salarial nas agnci-as da Caixa Econmica Federal. s levar o nmero de inscrio do PIS e uma identifica-o.

    9.3 SEGURO-DESEMPREGO

    O QUE ? um benefcio que tem como objetivo prestar assistncia financeira temporria ao

    trabalhador demitido sem justa causa.

    QUEM TEM DIREITO?

    O trabalhador desempregado que:

    . tenha recebido salrio nos ltimos 6 meses;

    . tenha sido demitido sem justa causa;

    . tenha trabalhado pelo menos 6 dos ltimos 36 meses;

    . no possua renda prpria para o sustento de sua famlia;

    . no esteja recebendo nenhum benefcio da Previdncia Social, exceto abo-

    no de permanncia em servio, penso por morte ou auxlio-acidente.

    QUANDO REQUERER?

    O trabalhador tem um prazo de 7 a 120 dias aps a demisso.

    COMO E ONDE PEDIR O SEGURO-DESEMPREGO?

    Voc recebe do empregador o requerimento devidamente preenchido. Este requeri-mento deve ser entregue preferencialmente nos Postos de Atendimento ao Trabalhador.Caso a sua cidade no conte com o PAT, procure uma agncia da Caixa Econmica Fede-ral.

    VOC DEVE LEVAR OS SEGUINTES DOCUMENTOS?

    . Comunicao de Dispensa (via marrom) e Requerimento do Seguro-Desemprego

    (via verde);

    . Carteira de Trabalho;. Carto do PIS;

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    . Resciso Contratual;

    . Comprovante de saque do FGTS;

    . Carteira de Identidade

    ONDE RECEBER O SEGURO-DESEMPREGO?

    Procure qualquer agncia da Caixa Econmica Federal com todos os documentos aci-ma. Em breve, voc vai poder receber o Seguro-Desemprego em qualquer agncia da Cai-xa Econmica Federal.

    VALOR DO SEGURO-DESEMPREGO?

    O menor valor a receber de um salrio mnimo, e o maior valor depender da mdia dos3 ltimos salrios recebidos.

    QUANTIDADE DE PARCELAS?

    O nmero de parcelas a receber do Seguro-Desemprego (3 a 5 parcelas) vai dependerdo tempo de trabalho com carteira assinada que voc teve nos ltimos 36 meses. Veja atabela abaixo:

    De 6 a 11 meses - 3 parcelasDe 12 a 23 meses - 4 parcelasDe 24 a 36 meses - 5 parcelas

    9.4 CARTO DO TRABALHADOR um carto magntico personalizado que voc usa para acompanhar o saldo da sua

    conta do FGTS e do PIS, atravs dos terminais de consulta localizados em todas as agn-cias da Caixa Econmica Federal. Assim voc tem a certeza e a garantia de que o seudinheiro est sendo depositado. Se voc ainda no tem o seu, passe na Caixa EconmicaFederal e atualize seu endereo. Confira seu extrato. Na dvida fale com seu empregador,com a Caixa ou com a Delegacia Regional do Trabalho.

    10. PARTE COMPLEMENTAR

    11 - RETRIBUIO

    I - FORMA DE PAGAMENTO DE SALRIO

    O salrio pode ser pago pelas seguintes formas:

    a) Salrio por unidade de tempo: aquele pago em razo do tempo que o empregadopermanece disposio do empregador, independentemente dos servios executados. determinado segundo a durao do trabalho. Ex. salrio por hora, dia, semana, quinzena

    ou ms. (CF,art.7,XIII)

    b) Salrio por produo: aquele calculado de acordo com o produto da atividade do

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    empregado. o salrio por produo. Ex: salrio por saca colhida.

    c) Salrio por tarefa: um tipo misto dos anteriores, ou seja, resultado da combinaoentre o salrio por unidade de tempo e o salrio por unidade de obra = tarefa, pois pagoem considerao ao tempo, mas com a obrigao de produzir, dentro dele, um resultadomnimo. H um acrscimo em funo da economia do tempo. A idia bsica desse sistema

    fixar, num intervalo de tempo, uma determinada produo e pela economia de tempo, umarecompensa. Ex: salrio por cada saca colhida em 1 hora.

    12 - GOZO DAS FRIAS

    Aps cada perodo de 12 meses de vigncia do contrato de trabalho o empregado terdireito a frias na seguinte proporo:

    I - 30 dias corridos, se no faltou ao servio mais de 5 vezes;II - 24 dias corridos, se possuir de 6 a 14 faltas;

    III - 18 dias corridos, se possuir de 15 a 23 faltas;IV - 12 dias corridos, se possuir de 24 a 32 faltas.

    No ter direito a frias o empregado que, no decorrer do perodo aquisitivo:

    I - deixar o emprego e no for readmitido dentro dos sessentadias subsequentes sua sada;

    II - permanecer em gozo de licena, com percepo de salrios,por mais de 30 dias;

    III - deixar de trabalhar, com percepo de salrio, por mais de30 dias em virtude de paralisao parcial ou total dosservios da empresa;

    IV - tiver percebido da previdncia social prestaes de acidentede trabalho ou de auxlio-doena por mais de 6 meses,embora descontnuos.

    Faltas justificadas

    Por lei, so justas as seguintes faltas, conforme o art. 473 da C.L.T., como segue:a) 2(dois) dias consecutivos em caso de falecimento de cnjuge, filho, pais, ir-

    mos e dependente econmico declarado em carteira;

    b) 3 (tres) dias consecutivos em caso de casamento;c) 1(um) dia para registro de filho;d) 2(dois) dias para alistamento eleitoral;e) 1(um) dia em caso de doao de sangue;f) perodo necessrio para alistamento militar;g) aborto no provocado;h) servio militar obrigatrio;

    Tambm o art.7 da C.F., XIX concede o limite provisrio de 5 (cinco) dias para que oempregado (pai) se ausente do trabalho sem desconto das faltas, por ocasio do nascimen-

    to do filho (licena paternidade)Finalmente, so justificadas as faltas ocasionadas por doena comprovada com atestadomdico da empresa ou do prprio INSS.

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    outro tipo de peclio a que o paciente tenha direito.

    13 - REMUNERAO - TIPOS DE REMUNERAO

    So espcies de retribuio dada pelo empregador ao empregado, de forma espont-nea, podendo ou no ser incorporada ao salrio.

    Gratificaes: importncia paga diretamente pelo empregador ao empregado aleatoria-mente, podendo ou no integrar o salrio.(CLT,art.457)

    Abonos: so aumentos provisrios de salrios, geralmente para atender situaoemergencial, enquanto no sai o aumento ou reajuste definitivo.(CLT, art.457)

    Comisses: so participaes diretas do empregado no resultado dos negcios, normal-

    mente representados por percentuais sobre o valor dos negcios ou por quantia fixa porcada operao. (CLT,art.466)

    Obs.: No se deve confundir comisses com participaes dos empregados nos lucros daempresa.

    Gorjeta: a gratificao recebida de terceiros pelos empregados por ocasio dos serviosprestados na prpria organizao do empregador. Exemplo: 10% do garon. (CLT,art.457)

    Prmios: so valores vinculados a fatores de ordem pessoal do trabalhador, como a efici-ncia, produo etc. a premiao do empregador para estimular a produo, a assiduida-de ou outros fatores por eles definidos. (CLT,art.457)

    Ajuda de custo: so quantias pagas ao empregado para proporcionar-lhe condies ne-cessrias execuo do servio. Incluem-se no salrio se excederem de 50% do valordeste (Art. 483 da CLT)

    14 -EXTINO DO CONTRATO

    HIPTESES DE DESPEDIDA INDIRETA

    Ocorre despedida indireta quando o empregado decide encerrar o contrato de trabalhoem virtude de justa causa praticada pelo empregador. Em outras palavras, o empregadorconsidera rescindido o seu contrato de trabalho em conseqncia de uma grave atitudecometida pelo empregador. A C.L.T., no seu art. 483, relaciona as justas causas que pode-ro ser alegadas pelo empregado contra o empregador:

    a) Exigncia de servios, superiores s foras do empregado, proibidos por lei, contrriosaos bons costumes, ou alheios ao contrato.b) Rigor excessivo no tratamento dado pelo empregador ou superiores hierrquicos do

    empregado.c) Perigo manifesto de mal considervel que o empregado esteja correndo em razo doservio.

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    d) No-cumprimento pelo empregador das obrigaes do contrato.e) Ato lesivo da honra e boa fama do empregado praticado pelo empregador ou seusprepostos.f) Agresso fsica, salvo em legtima defesa, praticada pelo empregador ou seus pressu-postos.g) Reduo do trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de modo a afetar sensivelmente o

    salrio do empregado.

    HIPTESES DE JUSTA CAUSA

    Segundo a C.L.T., art. 482, constituem justa causa para resciso do contrato de trabalhopelo empregador as hipteses seguintes:

    a) Ato de improbidade: a atitude indigna do empregado que prejudica o patrimnio daempresa ou de outras pessoas, no local de trabalho. Exemplos: o roubo, a falsificao dedocumentos etc.

    b) Incontinncia de conduta ou mau procedimento: o comportamento anormal do em-pregado, ofensivo moral e aos bons costumes. Exemplos: uso de palavres, atitudespornogrficas, desrespeito ao sexo oposto etc.

    c) Negociao Habitual sem permisso do empregador : quando o empregado man-tm negcios particulares no ambiente de trabalho, prejudicando o servio ou fazendo con-corrncia com a atividade da empresa. Exemplo: o empregado que, habitualmente, venderoupas, ou outra mercadoria, no servio.

    d) Condenao criminal do empregado: se o empregado for condenado pela JustiaCriminal a cumprir pena privativa de sua liberdade, a empresa ter o direito de despedi-locom justa causa.

    e) Desdia: a preguia, o desleixo, a inrcia do empregado no desempenho de suasfunes. Exemplos: faltas constantes ao servio, atrasos habituais e injustificveis.

    f) Embriaguez: o estado de embriaguez habitual ou no servio, provocado por substnciasalcolicas ou txicas, constitui motivo suficiente para o despedimento do empregado comjusta causa.

    g) Violao de segredo da empresa: a divulgao indevida pelo empregado de algumainveno, frmula ou mtodo de propriedade da empresa que constituem segredo profissi-onal. A violao de segredo se caracteriza como ato de m-f do empregado infiel, capazde provocar prejuzos para a empresa.

    h) Ato de indisciplina ou de insubordinao: a desobedincia sistemtica das ordensde servio. A desobedincia direta de ordem pessoal do empregador caracteriza a insubor-dinao. A desobedincia de ordem genrica do empregador caracteriza a indisciplina.

    i) Abandono de emprego: caracteriza-se pela prolongada ausncia do empregado ao

    local de servio, com a inteno de a ele no mais regressar. Exemplo: o empregado seausenta do servio para trabalhar, em horrio coincidente, em outra empresa.

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    j) Ato lesivo honra ou ofensas fsicas: ocorrem estas hipteses quando o empregado:

    Ofende a honra de qualquer pessoa no local de servio por meio da calnia, injria oudifamao;

    Agride fisicamente qualquer pessoa no local de servio. A tentativa de agresso tambm

    configura esta falta. Somente a legtima defesa a exclui.

    l) Prtica constante de jogo de azar: se caracteriza com a dedicao costumeira doempregado aos jogos de azar, no local de servio. Exemplos de jogo de azar: o jogo dobicho, as rifas e apostas no-autorizadas etc.

    m) Atos atentatrios segurana nacional: a ao do empregado que tenha comoobjetivo a subverso da lei e da ordem, devidamente constatada mediante inqurito admi-nistrativo. Exemplo: atos de terrorismo.

    14 - CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA

    Constitui um nus suportado pelo empregador e pelo empregado. Ao empregado cabeparticipar com uma parcela deduzida de seu salrio, conforme demonstrativo abaixo: (Lei9.032). Empregados, inclusive domsticos e avulsos/salrio de contribuio (em Real)

    Empregados, inclusive domsticos e avulsos?

    TABELA DE CONTRIBUIO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DO-MSTICO E TRABALHADOR AVULSO, A PARTIR DE 1 DE JUNHO DE 2002

    ATENO: Os autnomos, empresrios e facultativos tem uma tabela prpria.

    PRINCIPAIS BENEFCIOS

    Invalidez: 100% do salrio-de-benefcio (mdia dos 36 ltimos salrios-de-contribuio),inclusive aposentadoria decorrente de acidentes de trabalho.

    Idade: 70% do salrio-de-benefcio, mais 1% por grupo de 12 contribuies, no podendoultrapassar 100%. Os limites de idade so de 65 anos para o homem e 60 anos para amulher reduzidos para 60 e 55 anos na atividade rural, exceto se for empresrio.

    Auxlio-doena: 91% do salrio-de-benefcio.

    Tempo de servio: 70% do salrio-de-benefcio no caso de homem a partir de 30 anos deservio e mulher a partir dos 25, mais 6% para cada ano adicional, at o mximo de 100%,35 anos homem e 30 mulher.

    SALRIO-DE-CONTRIBUIO (R$)

    at 468,47de 468,48 at 600,00de 600,01 at 780,78

    de 780,79 at 1.561,56

    ALQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AOINSS (%)

    7,658,65

    911

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    Especial: 100% do salrio-de-benefcio a partir dos 15,20 ou 25 anos de servio perma-nente, dependendo da atividade prejudicial sade, que dever ser comprovada.

    TRABALHADOR RURAL

    Trabalhador Rural toda pessoa fsica que, em propriedade rural ou prdio rstico, pres-ta servios de natureza no eventual a empregador rural, sob a dependncia deste e medi-ante salrio (art 2 da Lei n 5.889/73 ). toda pessoa natural que, empregado, desenvolveatividades tpicas do homem do campo, de natureza subordinada e assalariada.

    O art.17 dessa mesma Lei lana um adendo ao art 2: As normas da presente lei soaplicveis, no que couber, aos trabalhadores rurais no compreendidos na definio do art2, que prestem servios a empregador rural.

    PECULIARIDADES DO TRABALHADOR RURAL

    O empregado rural no tem a jornada noturna de trabalho semelhante do empregadourbano. A sua hora mede 60 minutos, ao passo que a hora urbana, mede por fico, 52:30(cinquenta e dois minutos e cinquenta segundos ). O horrio noturno da atividade urbanavai desde 22:00 horas de um dia s 5:00 horas da manh do dia seguinte. Para o trabalha-dor rural, dois so os horrios noturnos: I- Atividade na pecuria comea s 20:00 horas deum dia e vai at s 4:00 horas do dia seguinte; II- Atividade na lavoura comea s 21:00horas de um dia e vai at s 5:00 horas do dia seguinte.

    Quanto aos adicionais noturnos, estes tambm so diferentes: I- na rea urbana de20%, pelo menos, sobre a hora diurna (art.73,CLT); II- no meio rural ser acrescido de 25%sobre a remunerao normal (pargrafo nico do art 7, da Lei n 5.889/73).

    Quanto aos descontos, somente se legais ou que estejam previstos em contrato de tra-balho. O empregado rural poder sofrer descontos de at 20% com a moradia e 25% comalimentao, descontos estes com base no salrio do trabalhador.

    Se os trabalhadores residirem em habitao coletiva, o valor da moradia ser divididoigualmente pelo nmero total de ocupantes. Rescindido ou findo o contrato de trabalho, oempregado ser obrigado a desocupar a morada fornecida pelo empregador dentro de 30dias. A Justia do Trabalho ser competente para a ao, a qual independe do tipo de

    contrato estipulado, mas desde que esteja vinculado relao de emprego. Podendo serpor meio de Comodato (emprstimo),art. 1250 C.C., ou de locao, art. 47,II, da nova Lei doInquilinato, n 8.245/91. O procedimento ser o seguinte: com base no comodato, a aoprpria ter por fundamento a extino do comodato.

    Os intervalos para o almoo so conforme os costumes locais.

    EMPREGADOR RURAL

    Considera-se empregador rural toda pessoa fsica ou jurdica, proprietrio ou no, de

    forma profissional ou primitiva que explore atividade agro-econmica, de natureza extrativaanimal ou vegetal , agrcola, pecuria ou agroindustrial,em carter permanente ou tempor-rio, diretamente ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados, dentro de prdios

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    rsticos ou rea contnua e com destinao certa (art.3,da Lei n 5.889/73).Inclui-se na atividade econmica, referida a explorao industrial em estabelecimento

    agrrio no compreendido na C.L.T..(Art.3,paragrafo 1 da Lei 5889/73)

    Como o tema bastante abrangente, vamos apresentar alguns dados para melhor com-preenso da matria.

    prdio rstico - em sentido amplo, representa toda propriedade rural cultivada, com suasconstrues voltadas para a agricultura, as pastagens para a cria e engorda de animais,assim como terrenos com benfeitorias voltadas para o campo.destinao certa - diz respeito ao objetivo da explorao, se estrativa animal ou vegetal,agrcola, pecuria ou agroindustrial.

    rea contnua - diz respeito a continuidade econmica e no a fsica. ex: fazendas ligadasao mesmo propsito formando um s corpo.

    EMPRESA RURAL

    Empresa Rural o empreendimento de pessoa fsica ou jurdica, de natureza pblica ouprivada, utilizando-se de imvel rural, e que explore economicamente e com racionalidadeo mesmo.

    DIREITOS DO EMPREGADO DOMSTICO

    A Constituio Federal, no pargrafo nico do art 7, ampliou os direitos dos trabalhado-res domsticos, de maneira ainda no ideal, mas que representou um grande avano soci-al. Na Lei n 5.859/72, a classe j contava com anotao da CTPS, frias anuais de 20 diasteis e amparo da Previdncia Social. Garante a CF/88 os seguintes direitos:

    *O empregador no obrigado a pagar o FGTS, sendo lhe apenas facultativo. Porm, secomear a recolher no mais poder parar de pagar.

    ACORDO E CONVENO COLETIVA DO TRABALHO

    A C.L.T. define o tema no art. 611, caput; do mesmo artigo.

    - Acordo Coletivo de Trabalho o ajuste entre os sindicatos representativos das catego-rias (profissionais e econmicas) e empresas pelo qual so estipuladas novas condies

    SALRIO MNIMOANOTAO DA CARTEIRA DE TRABALHOIRREDUTIBILIDADE DE SALRIOSLICENA GESTANTE 120 (CENTO E VINTE)DIASPAGAMENTO DO SALRIO EM UTILIDADES(ALIMENTAO, VESTURIO, TRANSPORTE,ETC.)APOSENTADORIASEGURO-DESEMPREGO

    13 SALRIOFERIAS ANUAIS REMUNERADAS ACRESCIDASAVISO-PRVIOINTEGRAO NA PREVIDNCIA SOCIAL EDESCONTO DE INSSREPOUSO SEMANAL REMUNERADOPREFERENCIALMENTE AOS DOMINGOS

    LICENA PATERNIDADE (5 DIAS)FGTS *

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    de trabalho, aplicveis no mbito da empresa acordante s respectivas relaes de traba-lho.

    - Conveno Coletiva de Trabalho o acordo de carter normativo, pelo qual dois oumais sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais estipulam condi-es de trabalho aplicveis, no mbito das respectivas representaes, s relaes indivi-

    duais de trabalho.

    REFORMA DA CLT

    Ateno!! O Governo de FHC encaminhou o projeto de Lei que reformar a CLT no artigo618, fazendo com que o NEGOCIADO PREVALECE SOBRE O LEGISLADO. Isto , osacordos ou convenes coletivos entre sindicatos e empregadores podero diminuir ouretirar os direitos conquistados pelos trabalhadores.

    ABREVIATURASCF - Constituio FederalCLT - Consolidao das Leis do TrabalhoCPC - Cdigo de Processo CivilCC - Cdigo CivilCPP - Cdigo de Processo PenalCP - Cdigo PenalSTF - Supremo Tribunal FederalTST - Tribunal Superior do TrabalhoTRT - Tribunal Regional do TrabalhoD - DecretoDL - Decreto LeiART - ArtigoOIT - Organizao Internacional do Trabalho.JCJ - Junta de Conciliao e Julgamento.

    BIBLIOGRAFIA

    PINTO, Rodrigues. Curso de Direito Individual do Trabalho.

    MANNRICH, Nelson (org.). Constituio Federal, CLT e Legislao Previdenciria. Ed.Revista dos Tribunais, SP, 2002.