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CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO PROJETO DE LEI Nº 1520/2007 Institui a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Complexo Cotunduba-São João. Autor: Vereador Eliomar Coelho A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO DECRETA Despacho 2007

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CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

PROJETO DE LEI Nº 1520/2007

Institui a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Complexo Cotunduba-São João.

Autor: Vereador Eliomar Coelho

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

DECRETA

Art. 1.º Fica instituída a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Complexo Cotunduba-São João, congregando áreas dos bairros da Urca e de Botafogo na IV Região Administrativa e do Leme e de Copacabana na V Região Administrativa.

Despacho Nº 2007

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CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

§ 1º A gestão da APARU do Complexo Cotunduba-São João caberá a um Conselho Gestor a ser criado por instrumento específico, com composição paritária entre órgãos públicos e sociedade civil, presidido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e composto, dentre outros, pelos órgãos das administrações municipal, estadual e federal afetos à área, por entidades científicas, representantes de associações de defesa do meio ambiente, representantes de associações comunitárias e representantes dos setores econômicos com atividade na área.

§ 2º Os membros do Conselho Gestor representantes da sociedade civil serão escolhidos em eleição direta, os demais serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos.

§ 3º A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão de tutela da APARU do Complexo Cotunduba-São João, definirá o Plano de Manejo da Unidade de Conservação, consoante o Zoneamento Ambiental estabelecido nesta Lei e demais Planos de Manejo das Unidades de Conservação integrantes da APARU, condicionado a aprovação prévia do Conselho Gestor da APARU.

§ 4º O Plano de Manejo deverá ser elaborado para um período de cinco anos e deverá contemplar a participação de todas as entidades componentes do Conselho Gestor, garantido o amplo acesso às informações, agendas e pautas das reuniões a qualquer cidadão ou entidade representativa com antecedência mínima de uma semana.

§ 5º O plano de manejo poderá sofrer alterações, a qualquer tempo, por iniciativa do Conselho Gestor, em razão de possíveis alterações sócio-ambientais ocorridas na área da APARU.

Art. 2º São objetivos da regulamentação da APARU:I - estabelecer o Zoneamento Sócio-Ambiental da APARU; II - estabelecer parâmetros sócio-ambientais e de uso e ocupação para a área em conformidade com os objetivos de criação da APARU;III - preservar a flora e a fauna, especialmente os exemplares raros e ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos, presentes no local;IV - proteger, recuperar e preservar os mananciais e cursos hídricos da área;V - estimular a recuperação da cobertura vegetal promovendo o restabelecimento da conectividade entre os fragmentos florestais visando a preservação das encostas e da paisagem natural;VI - assegurar as relações funcionais que os ecossistemas identificados na APARU do Complexo Cotunduba-São João mantêm com a Cidade do Rio de Janeiro, a saber:

a) preservação de mananciais de água, entre os quais os de reforço ao abastecimento da Cidade, quando for o caso;

b) retenção das águas das chuvas;c) retenção dos sedimentos;d) regulação do microclima da região, proporcionando conforto ambiental para a

população; e e) manutenção da estabilidade das encostas, entre outras funções.

VII - garantir o controle público, exercido pelo Conselho Gestor, do crescimento urbano e das atividades geradoras de tráfego nas áreas cuja urbanização já se encontra consolidada;

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VIII - garantir a preservação do interesse paisagístico e cultural representado pelo conjunto de construções situadas ao longo da Av. Pasteur (lado par) e das encostas dos morros integrantes do Complexo Cotunduba-São João; eIX - promover a regularização urbanística e fundiária das comunidades definidas como Área de Especial Interesse Social.

Art. 3.º Na área da APARU, descrita no Anexo I, ficam proibidas quaisquer atividades degradadoras, potencialmente modificadoras, ou em desacordo com o Plano de Manejo, independentemente de autorização, tais como:

I - loteamento, admitindo apenas o desmembramento e o remembramento de lotes e o grupamento residencial exclusivamente unifamiliar, conforme estabelecido nesta Lei;II - abertura de novos logradouros ou extensão de logradouros existentes;III - utilização de fogo para destruição de lixo, em práticas agrícolas e pecuárias e a queima de fogos de artifício;IV - lançamento de efluentes sem o devido tratamento;V - vazamento de resíduos sólidos; eVI - transporte de produtos perigosos.

Art. 4.º Toda e qualquer ação de implantação, ampliação ou alteração de redes, equipamentos e infra-estrutura de serviços públicos ou privados deverá ser submetida ao órgão de tutela da APARU e só poderá ser executada mediante autorização deste, com a anuência do Conselho Gestor, que poderá solicitar a apresentação de Estudo de Impacto Ambiental — EIA, com respectivo Relatório de Impacto Ambiental — RIMA, e Relatório de Impacto de Vizinhança — RIV.

Art. 5.º Na área da APARU, qualquer obra de construção, acréscimo ou demolição deverá ser submetida ao órgão de tutela que, tendo a anuência o Conselho Gestor, poderá solicitar a ratificação dos órgãos competentes, na forma da lei.

Art. 6.º A coleta de exemplares da fauna e da flora silvestre na área da APARU será permitida apenas para pesquisas científicas previamente autorizadas, conforme Regulamento específico dos órgãos de fiscalização competentes, e em acordo com o Zoneamento Ambiental e com o Plano de Manejo da Unidade de Conservação Ambiental.

Art. 7º Visando disciplinar o uso e a ocupação na APARU do Complexo Cotunduba-São João, fica estabelecido o seguinte Zoneamento sócio-urbano-ambiental para a área, conforme os Anexos II e III desta Lei:

I – zona de Vida Silvestre – ZVS;II – zona de Ocupação Controlada – ZOC; eIII – áreas de Especial Interesse Social – AEIS.

Art. 8º As Zonas de Vida Silvestre - ZVS caracterizam-se por serem áreas destinadas a garantir espaço e integridade aos ecossistemas presentes na área da APARU e ficam delimitadas conforme o Anexo II.

Parágrafo único. As Zonas de Vida Silvestre - ZVS estão divididas em Zona de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS e Zona de Preservação da Vida Silvestre - ZPVS.

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Art. 9º As Zonas de Preservação da Vida Silvestre — ZPVS compreendem principalmente as áreas ocupadas por vegetações Clímax, vegetações Secundárias e áreas de Alta Suscetibilidade a Movimentos de Massa identificadas no diagnóstico ambiental da APARU e, como tal, têm caráter de reserva.

Art. 10 As Zonas de Conservação da Vida Silvestre — ZCVS caracterizam-se como Áreas de Recuperação Florestal e Integração Ecológica e, funcionalmente, constituem as encostas em condições de serem revegetadas, a faixa de areia da Praia do Leme e o espelho d’água definidos no Anexo II.

Parágrafo único . nas ZCVS serão permitidas apenas atividades de apoio aos objetivos da ZVS, tais como:I - ações de proteção ambiental;II - ecoturismo e educação ambiental;III - recuperação ambiental;IV - construção de instalações de apoio à ZVS;V - implantação ou recuperação de trilhas existentes para caminhadas; eVI - realização de pesquisas científicas.

Art. 11 . Os projetos, programas e atividades a serem desenvolvidos na ZVS deverão ser submetidos ao Conselho Gestor da APARU e deverão evitar a impermeabilização e compactação do solo, a alteração do perfil natural do terreno e a remoção da vegetação nativa.

Art. 12 . As Zonas de Ocupação Controlada - ZOC são as áreas da APARU onde a ocupação urbana já é consolidada ou as áreas passíveis de ocupação.

Parágrafo único . as Zonas de Ocupação Controlada subdividem-se, conforme o Anexo III, em:I - Zona de Ocupação Controlada 1 - Ladeira do Leme e adjacências;II - Zona de Ocupação Controlada 2 - Rio Sul;III - Zona de Ocupação Controlada 3 - Prédios públicos Av. Venceslau Brás, Av. Pasteur e Praça General Tibúrcio; eIV - Zona de Ocupação Controlada 4 - Lauro Müller e adjacências.

Art. 13 . As testadas mínimas definidas para cada ZOC valerão também para os lotes com testadas em curva.

Art. 14. As Áreas de Especial Interesse Social serão declaradas, na forma da Lei, para as comunidadesLadeira dos Tabajaras, Vila Benjamin Constant, Babilônia e Chapéu Mangueira.

Art. 15. Os parâmetros de uso e ocupação de cada ZOC ou AEIS serão definidos por Lei que fixará diretrizes ambientais e urbanísticas onde serão contemplados, dentre outros, os seguintes estudos:

I – ambientais:a) geologia (englobando aspectos geomorfológicos, pedológicos, litológicos, hidrológicos e geoestruturais);b) topografia;c) drenagem;

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d) cobertura vegetal; ee) medidas de prevenção de riscos ambientais.

II – urbanísticosa) uso do solo;b) sistema viário implantado e projetado e capacidade de geração de tráfego do empreendimento; ec) demanda por equipamento público comunitário e infra-estrutura urbana.

Parágrafo único. Para a fixação das diretrizes, o Poder Executivo deverá elaborar a atualização da base cartográfica planialtimétrica nas áreas de ocupação já consolidada, em escala maior ou igual a um para dois mil, com curvas de nível de metro em metro, destacando os divisores de águas, as nascentes, as linhas de drenagem perenes e temporárias, quando existirem, além de outras feições de interesse histórico, cultural, paisagístico ou ambiental.

Art. 16. Para efeito desta Lei, a Área Permeável é a área do lote a ser deixada livre de pavimentação ou construção em qualquer nível para garantia de permeabilidade do solo, não se admitindo edificações, construções, quadras, piscinas e equipamentos de apoio às atividades de esporte e lazer e pavimentações destinadas a estacionamento, a vias de acesso comuns ou particulares, a trilhas e a toda forma de alteração do meio ambiente natural.

Art. 17. A Área Total Edificada — ATE será calculada pela fórmula ATE = S x IAT, onde S é a área do lote e o Índice de Aproveitamento do Terreno — IAT for estabelecido para cada ZOC.

Art. 18. Será permitida a construção de edícula, limitada sua área em dez por cento da área de projeção da edificação, atendidos, porém, para o conjunto, o gabarito máximo, a área livre mínima e o afastamento mínimo estabelecido para cada Zona, além de ter sua área computada na ATE.

Art. 19. As disposições relativas ao cálculo do número de vagas para estacionamento obedecerão ao disposto na legislação edilícia vigente.

Art. 20. A transformação de uso de edificações existentes na APARU do Complexo Cotunduba-São João na data desta Lei será condicionada à:

I — manutenção da Taxa de Ocupação e ATE existentes; II — manutenção ou acréscimo do índice existente de permeabilidade do terreno em conformidade com os índices de Área Permeável definidos para a Zona onde se situa a edificação;III — manutenção da vegetação de porte arbóreo de qualquer natureza e de porte arbustivo nativa;IV — recuperação ambiental de áreas degradadas; e V — readequação do encaminhamento dos efluentes sanitários adispositivos de coleta, tratamento e disposição final, projetados em conformidade com as normas da ABNT e da concessionária do serviço público de esgotamento sanitário, com a anuência do Conselho Gestor.

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Art. 21. A transformação de uso das edificações tombadas ou preservadas, incluindo para o uso residencial bifamiliar e multifamiliar, deverão respeitar os elementos protegidos pelo tombamento ou pelo ato de preservação.

§ 1.º A obra de reforma e adaptação somente será licenciada após a manifestação favorável dos órgãos responsáveis pelo ato de tombamento ou de preservação.

§ 2.º A obra de reforma e adaptação garantirá boas condições de segurança, higiene, uso e habitabilidade da edificação.

§ 3.º A obra de reforma e adaptação respeitará especialmente a volumetria da edificação e os elementos morfológicos originais das fachadas e dos telhados, permitindo-se:

I — a modificação nos telhados para a abertura de clarabóias, para abastecimento de água e para prismas de ventilação e iluminação, mantido o material e a volumetria originais da cobertura; eII — alterações internas desde que seja mantida a funcionalidade da cobertura e fachadas, o acesso livre aos seus vãos de iluminação e ventilação, sem que nenhum elemento interno interfira em qualquer segmento da fachada.

§ 4.º A iluminação e a ventilação das edificações de que trata este artigo deverão obedecer aos seguintes critérios:

I — as aberturas nos prismas de ventilação e iluminação poderão se dar em qualquer dos seus lados; eII — as dimensões dos compartimentos não estarão limitadas, mesmo que a iluminação se verifique por uma só de suas faces, desde que atendidas as exigências de área para o vão de ventilação e iluminação.

§ 5.º É permitida a construção de mezanino, jirau, ou qualquer outro tipo de entrepiso, não sendo considerados como pavimentos desde que observadas as seguintes disposições:

I — ocupe, no máximo, cinqüenta por cento da área do compartimento em que for construído;II — não caracterize compartimento fechado por paredes ou divisórias de qualquer espécie;III — não impeça ou prejudique a iluminação e a ventilação do compartimento em que for construído;IV — tenha altura mínima de dois metros e vinte centímetros, restando a mesma altura mínima para o compartimento abaixo de sua projeção; eV — tenha altura mínima de um metro e trinta centímetros no seu ponto mais baixo quando localizado abaixo do caimento de telhados.

Art. 22. Para o licenciamento de qualquer uso ou atividade deverão ainda ser exigidos, a critério do órgão de tutela da APARU, ouvido o Conselho Gestor:

I — inventário botânico e faunístico da área;II — levantamento topográfico indicando as declividades do terreno;III — estudo de avaliação do porte do estabelecimento e Relatório de Impacto de Vizinhança — RIV;IV — estudo de impacto no sistema viário, incluindo a demanda por áreas de estacionamento;V — restrição quanto ao horário de funcionamento;

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VI — limitação do porte do estabelecimento;VII — tratamento acústico adequado;VIII — exigências específicas quanto aos demais elementos determinantes da relação da edificação com o entorno, tais como os relativos a carga e descarga, acesso e localização de vagas deestacionamento, localização de quadras esportivas e arborização;IX — exigência de medidas compensatórias ou mitigadoras; eX — estudo do impacto da drenagem pluvial do empreendimento.

Parágrafo único. A aplicação de medidas compensatórias, quando não forem feitas no mesmo terreno, deverão ocorrer dentro da APARU, em áreas a serem indicadas pelo Conselho Gestor.

Art. 23. Será admitida a ocorrência de vias de pedestres sob a forma de rampa ou escadaria como trajetos alternativos aos passeios ao longo das vias internas de circulação de veículos desde que tenham, no máximo, um metro de largura e sejam devidamente protegidas contra processos erosivos.

§ 1.º Nos casos em que forem utilizados materiais impermeáveis, as rampas e escadarias terão sua área computada na ATE.

§ 2.º Nos casos de adoção do caput, será dispensada a obrigatoriedade de passeio público (calçada) ao longo das vias internas de circulação de veículos.

Art. 24. No planejamento e execução de projetos de qualquer natureza deverão ser minimizados os cortes e aterros, restringindo o movimento de terra.

Parágrafo único. As camadas superficiais de solo argiloso e de solo orgânico das áreas que sofrerem cortes, aterros ou terraplanagem deverão ser removidas e estocadas para posterior utilização na proteção superficial do terreno e recomposição da cobertura vegetal.

Art. 25. Nas ZOC e nas AEIS deverão ser tomadas medidas a fim de garantir a infiltração no solo das águas de origem pluvial captadas por fachadas e telhados das edificações.

§ 1.º As áreas de estacionamento a céu aberto deverão ter pavimentação em material permeável ou semipermeável.

§ 2.º As medidas determinadas por este artigo não eliminam a obrigação do projeto de drenagem de águas captadas por outros elementos construtivos ou de áreas situadas à jusante cuja drenagem (natural ou construída) já interfira no terreno em consideração.

Art. 26. Os projetos de iluminação pública implantados ou a serem implantados dentro dos limites da APARU dever-se-ão limitar às vias e áreas de convívio público, empregando sistemas com tecnologia de menor atratividade à fauna.

Parágrafo único. Todo e qualquer projeto de iluminação não previsto no caput deverá ser submetido ao órgão de tutela da APARU.

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Art. 27. Os ruídos decorrentes de qualquer atividade instalada na APARU não poderão exceder, no ambiente externo, o nível sonoro permitido em Zona Residencial Exclusivamente Unifamiliar.

Art. 28. O Conselho Gestor da APARU deverá desenvolver projeto de reflorestamento em áreas degradadas de ZVS, visando à formação, em curto prazo, de densa cobertura do solo e utilizando prioritariamente espécies nativas autóctones.

Parágrafo único. O projeto de reflorestamento deverá prever a construção de aceiros.

Art. 29. As isenções tributárias previstas na legislação pertinente serão concedidas em percentual equivalente ao da área do lote ou fração ideal de terreno situada em ZVS desde que exista remanescente de vegetação nativa ou esteja sendo executado projeto de reflorestamento pelo órgão de tutela da APARU, ou reconhecido por este.

Art. 30. As infrações à presente Lei, bem como às demais normas de proteção ambiental, sujeitarão os infratores às sanções legais cabíveis, sem prejuízo da obrigação de reparação e indenização dos danos.

Parágrafo único. A renovação de licença de usos ou atividades tolerados deverá ser submetida ao órgão de tutela da APARU, que,ouvido o Conselho Gestor, poderá definir exigências específicas para a sua manutenção ou o prazo para seu cessamento.

Art. 31. O Poder Executivo deverá elaborar termo de referência e cronograma para os estudos e levantamentos previstos no Art. 16 desta Lei no prazo de cento e oitenta dias.

Parágrafo único. A elaboração do termo de referência deverá ser precedida da instalação do Conselho Gestor, contemplando a consulta aberta à Sociedade Civil e demais órgãos competentes através de, pelo menos, uma Audiência Pública.

Art. 32. O Poder Executivo deverá proceder à revisão dos alinhamentos das vias existentes e projetadas, respeitando as medidas de proteção ambiental expressas na presente Lei, sobretudo o Zoneamento Ambiental e as condições de uso e ocupação definidas nesta Lei.

Parágrafo único. O resultado da revisão prevista no caput será expresso em uma Planta de Alinhamento Projetado, com coordenadas UTM, e será instituído por ato do Poder Executivo.

Art. 33. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Plenário Teotônio Villela, 27 de novembro de 2006

Eliomar Coelho

Vereador – PSOL

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ANEXO IDELIMITAÇÃO DA APARU DO COMPLEXO COTUNDUBA-SÃO JOÃO

Iniciando pela Ladeira Ary Barroso (incluída) na altura da Cota 25m e continuando, por esta, no sentido leste (Morro da Babilônia) até encontrar os limites da Comunidade Chapéu Mangueira (incluída). Continuando pela Cota 25m, no sentido leste (Morro do Urubu), até o início da faixa de areia da Praia do Leme (incluída). Incluindo o espelho d’água da Praia do Leme até a Ilha da Cotunduba, rodeando-a, até o ponto mais ao sul da Praia Vermelha, formando um buffer de 200m com a linha da costa e o contorno da ilha. Seguindo pela Praça General Tibúrcio (excluída), pela Avenida Pasteur (incluído o lado par) e pela Avenida Venceslau Braz (incluído o lado ímpar) até o Shopping Center Rio Sul (incluído). Continuando pela Avenida Carlos Peixoto (incluída) até a Cota 50m e continuando por esta, no sentido oeste (Morro de São João), até a Comunidade Ladeira dos Tabajaras (incluída). Descendo até a Cota 25m e continuando por esta, no sentido leste (Morro de da Babilônia), passando pela Ladeira do Leme (incluída), até a Comunidade da Babilônia (incluída). Continuando pela Cota 25m, no sentido leste (Morro da Babilônia), até o ponto inicial, na Ladeira Ary Barroso.

Delimitação elaborada tomando como referência o mapeamento sistemático do Município do Rio de Janeiro, elaborado pelo Instituto Pereira Passos, na escala 1:10.000.

ANEXO IILIMITES DAS ZONAS DE VIDA SILVESTREDO COMPLEXO COTUNDUBA-SÃO JOÃO

As Zonas de Vida Silvestre são constituídas por: 1) Faixa de areia da Praia do Leme, definida pelo ponto mais a oeste da Praia do Leme, no

limite da APA da Orla Marítima (Lei 1.272/1988), até o encontro desta com o costão rochoso do Morro do Leme;

2) Espelho d’água formado pelo buffer de 200m a partir da faixa de areia da Praia do Leme, da Ilha da Cotunduba e do costão rochoso (Morro do Leme e Pedra do Anel) que se prolonga até o ponto mais ao sul da Praia Vermelha;

3) As áreas previamente delimitadas pela APA do Morro do Leme (Decreto 9.779/1990) e pela APA do Morro da Babilônia e São João (Decreto 14.874/1996).

ANEXO IIIDELIMITAÇÃO DAS ZONAS DE OCUPAÇÃO CONTROLADA

DO COMPLEXO COTUNDUBA-SÃO JOÃO

As Zonas de Ocupação Controlada da APARU Cotunduba-São João ficam definidas como:I — Zona de Ocupação Controlada 1 — Ladeira do Leme e adjacências: contemplando a Ladeira do Leme (acima da Cota 25m pelo lado de Copacaban e acima da Cota 50m pelo lado de Botafogo), rua General Francisco Pinto (incluída), rua General Cardoso de Aguiar (incluída), Av Carlos Peixoto (a partir da saída do Shopping Rio Sul);

II — Zona de Ocupação Controlada 2 — Rio Sul: contemplando todo o terreno pertencente ao Shopping Center Rio Sul (incluindo a torre de escritórios e áreas não construídas);

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III — Zona de Ocupação Controlada 3 — Prédios públicos Av. Venceslau Brás, Av. Pasteur e Praça General Tibúrcio: contemplando a Av. Vencelau Brás (lado ímpar), Av. Pasteur (lado par) e a Praça General Tibúrcio (excluída) até o ponto mais ao sul da Praia Vermelha.

IV — Zona de Ocupação Controlada 4 — Lauro Müller e adjacências: rua Lauro Müller (incluída), rua Marechal Ramon de Castilla (incluída), rua Dr Xavier Sigaud (incluída).

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JUSTIFICATIVA

Este projeto de lei, que cria a APARU do Complexo Cotunduba-São João, visa contemplar o princípio constitucional da função sócio-ambiental da Cidade e da propriedade, além da gestão democrática da cidade. Para tanto, o corpo do projeto prescreve a tutela e a combinação entre a preservação ambiental e a regularização urbanística e fundiária de áreas de especial interesse social. O presente projeto contempla, ainda, algumas antigas reivindicações de associações de moradores tanto de Botafogo e Urca, quanto de Copacabana e Leme.

Em primeiro lugar, a proposta vem corroborar e aperfeiçoar, com força de Lei, o que já estava determinado em termos de preservação e conservação ambiental nas Áreas de Proteção Ambiental dos Morros Babilônia e São João (Decreto 14.874/96) e do Morro do Leme (Decreto 9.779/90). Mais além, retificamos um lapso da Lei 1.272/90 que, muito nobre, institui a Área de Proteção Ambiental da Orla Marítima, mas, infelizmente, havia deixado de fora exatamente a faixa de areia da Praia do Leme e seu costão rochoso – um dos lugares mais belos e importantes para os ecossistemas marinhos da zona sul do Rio de Janeiro.

No que tange à coordenação entre a nobre missão da integração entre preservação ambiental e controle do crescimento urbano, o presente projeto também incorpora áreas significativas do tecido urbano carioca, tais como o corredor formado pelas Avenidas Venceslau Brás e Pasteur, onde encontram-se vários prédios públicos (UFRJ, UNI-Rio, instituto Benjamin Constant, DNPM, Escola Naval, Círculo Militar), de grande interesse histórico e cultural, cujas funções sociais e atividades desenvolvidas merecem ser preservadas. Incorporam-se, no presente projeto, a perspectiva de uma regulamentação urbanística mais consistente e de controle público ampliado em relação às ruas Lauro Müller, Marechal Ramon de Castilla e Dr Xavier Sigaud, onde diversos conflitos envolvendo o acesso ao espaço público já vêm sendo registrados nos últimos anos. Na mesma linha, inclue-se o Shopping Center Rio Sul, cujas sucessivas expansões de área bruta locável vêm sendo objeto de questionamento e, inclusive, de um Termo de Ajuste de Conduta entre o Poder Executivo, o Minitério Público do Estado do Rio de Janeiro e a própria administração do referido centro comercial.

A área abrangida neste projeto revela-se, assim, extremamente importante tanto do ponto de vista ambiental, urbanístico e paisagístico dos referidos bairros, como para toda a cidade. Apesar da citada significância, não há um marco legal que regulamente essa região como um todo. O presente projeto de lei visa sanar esse vazio legislativo instituindo uma APARU.

O estabelecimento de uma APARU, Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana, é um

importante instrumento legal que visa compatibilizar demandas sócio-urbanístico-ambientais. Sua implantação pretende atingir múltiplos objetivos que se associam e complementam. São eles:

- A defesa do meio ambiente: preservando a fauna e flora, protegendo os mananciais e recursos

hídricos e, por conseqüência, garantindo a regulação do micro-clima da região. - A garantia dos direitos da população afetada: definindo áreas de especial interesse social e

indicando a regulamentação fundiária das mesmas.

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- O controle urbanístico: principalmente sobre qualquer forma de especulação imobiliária que seja prejudicial ao meio ambiente e ao pleno

Para alcançar tais objetivos, é necessário o estabelecimento de mecanismos democráticos e

participativos na gestão da APARU. Para tal, o projeto de lei prevê a implantação de um Conselho Gestor, que será presidido pela Secretaria de Meio Ambiente e contará como membros representantes da sociedade civil e acadêmica. Tal Conselho viabilizará o controle público da área em questão.

Finalmente, como contribuição almejada no presente projeto, verifica-se a possibilidade de regularização urbanística e fundiária de quatro comunidades pobres situadas nas encostas dos conjuntos naturais ora protegidos: as Comunidades Ladeira dos Tabajaras, Vila Benjamin Constant, Chapéu-Mangueira e Babilônia, com históricos e composição social diversos, já encontram-se deveras consolidadas e integradas aos seus respectivos bairros. Cabe, ao Poder Público, envidar os melhores esforços no sentido de promover, agora, uma melhoria nas condições de vida das famílias ali assentadas e sua efetiva integração com os processos de regeneração e conservação ambiental dos ecossistemas ali verificados.

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Legislação citada:

Lei Municipal 1272/1988

Decreto Municipal 9.779/1990

Decreto Municipal 14.874/1996

Nº 1272 DE 06 DE JULHO DE 1988.

Declara área de proteção ambiental a Orla Marítima das Praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, são Conrado e Barra da Tijuca.

Autor: Ver. Wilson Leite Passos

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO,

Faço saber que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica declarada Área de Proteção Ambiental a Orla Marítima das Praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra da Tijuca, compreendendo o areal de cada praia e o calçadão contíguo.

Art. 2º - Não será permitido qualquer tipo de construção de caráter permanente-provisório ou desmontável com finalidade para o exercício de atividades comerciais, mesmo que de apoio a vendedores ambulantes, na Orla Marítima definida do artigo anterior.

Art. 3º - Serão permitidos no areal, dentro de um Planejamento Urbanístico, a prática de esportes de praias, jardins com vegetação apropriada, áreas para recreação infantil, de lazer e atividades culturais, obedecida sua integração com o meio ambiente.

Art. 4º - Somente será permitida a construção, na Área de Proteção Ambiental definida nesta Lei, de Postos de Salvamento ou outras construções de interesse público com a audiência preliminar do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.

Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 06 de julho de 1988.

ROBERTO SATURNINO BRAGAPrefeito

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DECRETO n° 9.779 - de 12 de novembro de 1990 - DEC977912111990

DECLARA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL O CONJUNTO NATURAL CONSTITUÍDO PELO MORRO DO LEME (OU PEDRA DO LEME), MORRO DO URUBU, PEDRA DO ANEL,

PRAIA DO ANEL E ILHA DA COTUNDUBA, SITUADOS NOS BAIRROS DA URCA E DO LEME.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o que consta do processo n° 02/1.181/89, e

CONSIDERANDO a paisagem natural, a necessidade de preservar a mata atlântica, a fauna e a flora especial existente neste conjunto;

CONSIDERANDO a importância histórica na defesa da Cidade do Rio de Janeiro, desde o século XVIII, do Forte do Anel, hoje em ruínas, e do Forte Duque de Caxias (Forte do Vigia), tombado por decreto municipal;

CONSIDERANDO a reivindicação da Associação de Moradores e Amigos do Leme (AMALEME);

CONSIDERANDO a Lei Orgânica Municipal, ítem “i” inciso IX, art. 463 seção II Capítulo VI que trata da manutenção e defesa das áreas ocupadas por instalações militares na orla marítima,

D E C R E T A

Art. 1° - Fica criada a Área de Proteção Ambiental, formada pelo conjunto natural do Morro do Leme (ou Pedra do Leme), Morro do Urubu, Pedra do Anel, Praia do Anel e Ilha da Cotunduba, situados nos bairros da Urca e do Leme.

Art. 2° - A APA a que se refere o art. 1° possui os seguintes limites:

I - da Praça Almirante J. de Noronha, incluída, subindo a vertente em linha reta até o mar, em direção nordeste, daí, seguindo pela linha d’água, incluíndo a Pedra do Anel, até o ponto de partida;

II - pela linha d’água envolvendo toda a Ilha de Cotunduba.

Art. 3° - As atividades de uso militar existentes na APA, ora constituída devem ser objeto de entendimento com o poder municipal, para a definição de planos de utilização pública, científica e cultural da área.

Art. 4° - Na APA não será permitida nenhuma espécie de construção de caráter permanente, provisório ou desmontável, somente em casos especiais de caráter científico ou cultural, com o consentimento do município, através da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.

Art. 5° - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

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Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1990 - 426° de Fundação da Cidade

MARCELLO ALENCAR, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, Gerardo Majella Mello Mourão

D.O. RIO de 14.11.90

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DECRETO n° 14.874 - de 05 de junho de 1996 - DEC1487405061996 CRIA A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MORROS DA BABILÔNIA E DE SÃO JOÃO. O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições legais, tendo em vista o que consta do processo n° 14/000.706/96 e CONSIDERANDO que a Lei Orgânica do Município, em seu art. 463, inciso IX, define como instrumentos, meios e obrigações do Poder Público a manutenção e defesa das áreas de preservação permanentes, assim entendidas aquelas que, pelas suas condições fisiológicas, geológicas, hidrológicas, biológicas ou climatológicas, formam um ecossistema de importância no meio ambiente natural; CONSIDERANDO que os morros da Babilônia e de São João foram definidos pelo Plano Diretor Decenal da Cidade (Lei Complementar n° 16, de 04 de junho de 1992) como Macrozona de Restrição à Ocupação Urbana, em seu Anexo III, e também Patrimônio Paisagístico do Município Sujeito à Proteção Ambiental, pelo art. 66, inciso III;

CONSIDERANDO o Tombamento do morro da Babilônica pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1973; D E C R E T A: Art. 1° - Fica criada a Área de Proteção Ambiental (APA) formada pelo conjunto natural do Morro da Babilônia e do Morro de São João, situados nos bairros da Urca, Leme, Copacabana e Botafogo, com área de 126ha (cento e vinte e seis hectares). Parágrafo único - A delimitação da APA está descrita por suas coordenadas no Anexo deste Decreto. Art. 2° - São objetivos da Área de Proteção Ambiental: I - a recuperação e a preservação da cobertura vegetal existente; II - a preservação e ao asilo de exemplares raros, endêmicos, ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos da flora e fauna; III - a proteção de sítios de excepcional beleza e valor científico; IV - o estímulo às atividades de lazer, quando compatíveis com os demais objetivos da APA; V - a proteção e valorização do entorno do bem natural Tombado.

Art. 3° - Na Área de Proteção Ambiental não serão permitidas atividades que venham a degradar ou causar impactos ambientais, tais como: I - a extração, corte ou retirada de cobertura vegetal nativas; II - as ações que impeçam ou dificultem a regeneração natural da vegetação nativa: III - a extração de recursos hídricos ou minerais do solo e subsolo; IV - caça ou perseguição de animais, bem como a retirada de ovos, destruição de seus ninhos ou criadouros; V - o acendimento de fogo sob qualquer pretexto; VI - os cortes, aterros ou qualquer alteração do perfil natural do terreno;

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VII - a implantação, expansão ou alteração dos traços do projeto de serviços públicos, tais como rede de abastecimento de água, de esgoto, de transmissão de energia elétrica, de telefonia e de distribuição de gás, entre outros, sem autorização do órgão responsável pela tutela da área; VIII - qualquer outra intervenção, obra ou atividade de caráter público ou privado, sem autorização do órgão responsável pela tutela da área.

Art. 4° - A isenção tributária prevista na Lei n° 691, de 24 de dezembro de 1984, será concedida (em percentual equivalente) à área do lote que tenha preservado a vegetação nativa. Parágrafo único - Os requerimentos serão apresentados na forma da legislação em vigor em especial da Resolução Conjunta a ser expedida pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Fazenda. Art. 5° - As infrações ao disposto no presente Decreto, bem como às demais normas de proteção ambiental, sujeitarão os infratores, sem prejuízo da obrigação de reparação e indenização dos danos, às sanções legais cabíveis.

Art. 6° - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de janeiro, 05 de junho de 1996 - 432° da Fundação da Cidade GILBERTO RAMOSD.O. RIO de 11.06.96 ANEXO DELIMITAÇÃO DA APA DOS MORROS DA BABILÔNIA E DE SÃO JOÃO (Coordenadas UTM) Inicia-se pelo ponto 1 (coordenadas 7.459.680N e 688.270E), na cota 5m, localizado no talvegue entre os Morros da Babilônia e do Urubu, daí seguindo pelo talvegue, em direção Noroeste até o ponto 2 (coordenadas 7.460.020N e 688.400E), na linha d'água, no costão rochoso; seguindo na direção Noroeste pela linha d'água até o ponto 3 (coordenadas 7.460.126N e 688.226E), na ponta mais ao Sul da praia Vermelha, seguindo daí em direção Sul até o ponto 4 (coordenadas 7.460.093N, 688.266E), na cota de 25 m; segue em direção Oeste pela curva de nível de cota 25m, até encontrar o ponto 5 (coordenadas 7.460.244N, 687.454E). Daí, segue por uma linha reta na direção sul, até encontrar o ponto 6 (coordenadas 7.460.227N, 687.454E), de cota 35m. Segue pela curva de nível de cota 35m até encontrar o ponto 7 (coordenadas 7.460.213N, 687.368,5E). Deste ponto, segue por uma linha reta na direção norte até encontrar o ponto 8 (coordenadas 7.460.235N, 687.386,5E), de cota 25m. Daí segue pela curva de nível de 25m em direção oeste, até encontrar o ponto L do PAL 11.628. Daí, segue pelo pontos A, B, C, D, E, F, G e H do PAL 11.628, até encontrar o ponto 9 (coordenadas 7.460.076N e 687.088E), de cota 25m, ficando assim incluída nos limites da APA, a Área de Proteção Ambiental criada pela Lei Municipal n° 1.579/90. Do ponto 9, segue em direção Sudoeste, pela curva de nível de cota 25m, até encontrar o ponto 10 (coordenadas 7.459.901N e 686.814E), no alinhamento da Ladeira do Leme. Daí, segue perpendicular a este alinhamento, até encontrar o ponto 11 (coordenadas 7.459.923,5N e 686.775E) na cota de 50m. Daí, seque pela curva de nível de cota 50m, contornando o Morro de São João, até encontrar o ponto 12 (coordenadas 7.459.858N e 686.196E), seguindo daí por uma linha reta na direção Noroeste, até encontrar o ponto 13 (coordenadas 7.459,751N e 686.250E) na

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cota 100m. Segue daí pela curva de nível de cota 100m, contornando o Morro de São João, até encontrar, na vertente Sul do Morro de São João, o ponto 14, (coordenadas 7.459.325N e 685.796,5E). Daí, segue por uma linha reta na direção Sudoeste, até encontra o ponto 15 (coordenadas 7.459.279,5N e 685.773,E) na curva de nível de cota 65m. Segue pela cota de 65m até encontrar o ponto 16 (coordenadas 7.459.181N e 685.929E), daí segue por uma linha reta na direção Sudoeste até encontrar o ponto 17 (coordenadas 7.459.181N e 685.929E) na curva de nível de cota 25m. Por esta, segue na direção Leste, até encontrar o ponto 18 (coordenadas 7.459.205N e 686.204E). Daí, por uma linha reta na direção Noroeste, até encontrar o ponto 19 (coordenadas 7.459.236N e 686.182E) de cota 50m. Segue pela curva de nível de cota 50m, na direção Noroeste, até o ponto 20 (coordenadas 7.459.505,5N e 686.472E). Daí, segue por uma linha reta na direção Sudeste até encontrar o ponto 21 (coordenadas 7.459.354N e 686.628E), no alinhamento da Ladeira do Leme. Segue por este alinhamento na direção Nordeste até o ponto 22 (coordenadas 7.459.513,5N e 686.691E) englobando assim o Parque da Chacrinha. Segue por uma linha reta até o ponto 23 (coordenadas 7.459.509N e 686.701E), no alinhamento oposto da Ladeira do Leme. Daí, segue pela curva de nível de cota 50m, na direção Noroeste, até encontrar o ponto 24 (coordenadas 7.459.736N e 687.038E). Daí, segue por uma linha reta na direção Sudeste, até encontrar o ponto 25 (coordenadas 7.459.714N e 687.046E) de cota 30m. Daí, segue pela curva de nível de cota 30m, na direção Sudeste, até encontrar o ponto 26 (coordenadas 7.459.419N e 687.400E). Deste ponto, segue por uma linha reta na direção Norte, até encontrar o ponto 27 (coordenadas 7.459.809N e 687.400E), de cota 120m. Daí, segue pela curva de nível de cota 120m, na direção Leste, até encontrar o ponto 28 (coordenadas 7.459.772N e 687.968E). Daí, segue por uma linha reta, na direção Sul, até encontrar o ponto 29 (coordenadas 7.459.738N e 687.968E) de cota 100m. Segue pela curva de nível de cota 100m, na direção Leste, até encontrar o ponto 30 (coordenadas 7.459.735N e 688.029E). Daí, segue por uma linha reta, na direção Leste, até o ponto 31 (coordenadas 7.459.647N e 688.029E), de cota 25m. Segue pela curva de nível de cota 25m, até encontrar o ponto 32 (coordenadas 7.459.652N e 688.083E). Deste ponto, segue por uma linha reta, na direção Sul, ladeando a escada, até encontrar o ponto 33 (coordenadas 7.459.614N e 688.090E), de cota 5m. Segue pela curva de nível de 5m, na direção Leste, até encontrar o ponto de partida.