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Senado Federal C?miss~o de Constituição, Justiça e C1dadan1a
SENADO FEDERAL Senador Eduardo Gomes
Em~~
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N° !:1 t , DE 2019
Acrescenta o inciso X/1-A, ao art. 5~ e o
inciso XXX, ao art. 22, da Constituição
Federal para incluir a proteção de dados
pessoais entre os direitos fundamentais do
cidadão e fixar a competência privativa da
União para legislar sobre a matéria.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos
te r mos do art. 60, da Constituição Fede r ai, promulgam a seguinte
Emenda à Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988:
Art. 1° Incl ua- se no art. 5°, da Constituição Federal, o seguinte
inciso Xli-A:
Recebido em_ ll_ _ _/~~ Hora :__l3:._.~
~ tJJrtssanS~ . Mat. 315740 SGM/SLSF
"Art. 5° ...................... .. ...................... , .................. ..
Xl i- A - é assegurado, nos termos da lei, o direito à
proteção de dados pessoais, inclusive nos meios
digitais.
Senado Federal , Anexo I, 5° andar , Brasília / DF, CEP 70.165-900 Telefone: 61 -3 3 03 -6 3 4 9 I 6 3 6 4
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................... .. ....... ........ ........................ " (NR)
Art. 2° Inclua-se no art. 22, da Constituição Federal, o seguinte
inciso XXX, com os ajustes redacionais necessários:
"Art. 22 ................................................................ .
··················· ··············· ··········· ·· ·········· ·············
XXX- proteção e tratamento de dados pessoais .
........................... .. ........................... ..... " (NR)
Art. 3° Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de
sua promulgação.
JUSTIFICAÇÃO
A proteção de dados pessoais é f ruto da evolução histórica da
própria sociedade internacional: diversos são os Países que adotaram leis
e regras sobre privacidade e proteção de dados. Isso porque o assunto,
cada vez mais, na Era informacional, representa riscos às liberdades e
garantias individuais do cidadão.
O avanço da tecnologia, por um lado, oportuniza racionalização
de negoc1os e da própria atividade econômica: pode gerar
empregabilidade, prosperidade e maior qualidade de vida. Por outro lado,
Senado Federa l, Anexo I, 5° andar, Brasília/DF, CEP 7 0.16 5 -9 o o Telefone: 61-3303 -6349/6364
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se mal utilizada ou se utilizada sem um filtro prévio moral e ético, pode
causar prejuízos incomensuráveis aos cidadãos e à própria sociedade,
dando margem, inclusive, à concentração de mercados.
Por isso, países de todo o planetajá visualizaram a importância
e imprescindibilidade de se regular juridicamente o tratamento de dados
dos cidadãos. É o caso dos membros da União Europeia, que, hoje, já
contam com a segunda e moderna versão regulatória sobre o assunto,
chamado de Regulamento Geral de Proteção de Dados . O RGPD entrou em
vigor em 25 de maio de 2018, gerando um impacto de nível global,
sobretudo em face de milhares de empresas que ofertam serviços ao
mercado europeu.
Na América do Sul, países vizinhos como Chile e Argentina,
entre outros, já contam com I eis próprias de proteção de dados.
De fato, a privacidade tem sido o ponto de partida de discussões
e regulações dessa natureza, mas já se vislumbra, dadas as suas
peculiaridades, uma autonomia valorativa em torno da proteção de dados
pessoais, de maneira, inclusive, a merecer tornar-se um di reito
constitucionalmente assegurado.
Foi o caso de Portugal: sua Constituição, adotada em 1976,
assegura o direito e a garantia pessoal de utilização da informática,
estabelecendo, também, normas específicas de acesso e tratamento de
dados pessoais. Algo similar se vê na Estônia, Polônia e, mais
recentemente, no Chile, que, em 5 de junho de 2018, editou a Ley no
27.096, constitucionalizando a proteção de dados pessoais .
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Convictos de que o Brasil necessita muita mais do que uma lei
ordinária sobre o assunto, apesar da envergadura jurídica da Lei no
13.709, de 14 de agosto de 2018 (LGPD), propomos a presente mudança
à Constituição Federal.
Nesta Proposta, também buscamos, além de instituir o direito
fundamental à proteção de dados pessoais, também disciplinar questão
tormentosa: a competência constitucional para legislar sobre o tema.
Sabemos que existem diversas propostas de leis estaduais e
municipais versando sobre o assunto, inclusive em flagrante réplica da
LGPD. Não há racionalização nisso: a fragmentação e pulverização de
assunto tão caro à sociedade deve ser evitada. O ideal, tanto quanto se
dá com outros direitos fundamentais e temas gerais relevantes, é que a
União detenha a competência central legislativa. Do contrário, pode -se
correr o risco de, inclusive de forma inconstitucional, haver dezenas -
talvez milhares- de conceitos legais sobre o que é "dado pessoal" ou
sobre quem são os "agentes de tratamento" sujeitos à norma legal.
Impõe-se, portanto, que o país apresente uma legislação
uniforme quanto à proteção e tratamento de dados, tendo em vista ser
praticamente impossível aos governos e empresas de todo o mundo se
adaptarem a normas específicas de cada localidade. Além disso, a
pluralidade normativa pode trazer problemas de compatibilidade e
adequação dos dados, em especial nos serviços disponibilizados pela
rede mundial de computadores, que utilizam os dados pessoais de
formas cada vez mais abrangentes e inovadoras.
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Trata-se de alteração que é altamente aconselhável para a
racionalização do tratamento de dados no país e sua inclusão na realidade
internacional da disciplina da matéria. Por essa razão, esperamos poder
contar com o apoiamento dos nobres Pares à presente proposta.
Sala das sessões, em de fevetl de 2019. /
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