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Outubro de 2015 n° 182, ano XV E mais: Entrevista: Maron Emile Abi-Abib página 26 Um sistema do Brasil www.cnc.org.br Em todo o País, o Sistema Comércio comprova a eficácia da aplicação de recursos ao oferecer qualidade de vida e formação profissional à sociedade por meio do Sesc e do Senac Panorama do Sicomércio 2015 página 48

CNC Notícias 182

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  • Outubro de 2015n 182, ano XV

    E mais:Entrevista: Maron Emile Abi-Abibpgina 26

    Um sistema do Brasil

    www.cnc.org.br

    Em todo o Pas, o Sistema Comrcio comprova a eficcia da aplicao de recursos

    ao oferecer qualidade de vida e formao profissional

    sociedade por meio do Sesc e do Senac

    Panorama do Sicomrcio 2015pgina 48

  • Terceirizao: bom para as empresas,

    melhor para o trabalhador.

    www.twitter.com/sistemacncwww.facebook.com/sistema.cnc

    A terceirizao significa uma forma de criar empregos,

    alm de ser um mecanismo moderno de gesto empresarial, com aumento da produtividade

    e reduo dos custos de produo, utilizando servios e trabalhos especializados, sem

    reduo de salrios ou menor uso de mo de obra.

    mais proteo aos trabalhadores e mais

    segurana jurdica para as empresas.

    Conhea o trabalho da CNC em relao ao Projeto

    no site www.cnc.org.br e nos acompanhe nas redes sociais.

  • Responsabilidade histrica

    O agravamento da crise que atinge o Brasil em diversas frentes possibilit a ideias que, muitas vezes, carecem de embasamento para serem debatidas de forma eficaz.

    A proposta do governo de realocar recursos do chamado Sistema S preo-cupa segmentos que, historicamente, j contribuem com o Pas.

    O que marca uma gesto empresarial saudvel indicadores de resulta-dos, gesto eficiente de recursos, comprometimento com prticas ambientais

    sustentveis, entre outros aspectos sempre foi praticado pelo que, para muitos, o maior sistema de desenvolvimento do mundo. Com efeito, antes

    de a expresso Organizao no Governamental surgir em uma conveno da ONU, nos anos 1950, para fazer referncia s organizaes sem vnculos com governos, entre outras caractersticas, o Sistema S j trabalhava, por meio do Sesc e do Senac, para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

    A reportagem de capa desta edio da CNC Notcias apresenta depoi-mentos, nmeros e informaes que, claramente, legitimam a aplicao res-ponsvel da contribuio sindical.

    O universo sindical, seus interesses, debates e aes tambm ganham espao na terceira matria sobre a edio 2015 do Congresso Nacional

    do Sicomrcio, que a Confederao realiza de 28 a 30 de outubro no Rio

    de Janeiro. Alis, s uma atuao comprometida permite a existncia do

    Sistema Confederativo da Representao Sindical do Comrcio (Sicomr-cio), que re ne 34 federaes e mais de mil sindicatos dos setores repre-sentados. A CNC Notcias tambm reporta, em suas pginas, as iniciativas dessas entidades.

    impossvel, em um debate sobre esses temas, desconsiderar aes pra-ticadas h dcadas no Brasil em benefcio da sociedade, como as do Sistema S , verdadeiro instrumento de crescimento econmico e de diminuio de desi-gualdades. um patrimnio construdo no apenas em prol do comrcio, do

    comerciante e do comercirio, mas de toda a populao. E que, para ser mantido e gerido, necessita de experincia e resultados, o que, para o comrcio, uma obrigao desde sempre.

    Boa leitura!

    EDITORIAL

    1CNC NotciasOutubro 2015 n182 1

  • 26Trabalho dedicado misso do SescEm entrevista CNC Notcias, Maron Emile Abi-Abib fala sobre sua trajetria no Departamento Nacional do Sesc. As entidades do Sistema S constituem exemplos de sucesso no Pas. Compem a responsabilidade social das empresas, que, reunidas, podem, fazem, rentabilizam e nunca recuaram.

    Um dos maiores mecanismos de desenvolvimento social do mundo, o Sistema S transforma efetivamente o Pas. Conhea exemplos da atuao do Sesc e do Senac no Brasil.

    Presidente: Antonio Oliveira Santos

    Vice-presidentes: 1 Josias Silva de Albuquerque, 2 Jos Evaristo dos Santos e 3 Larcio Jos de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Arajo Santana, Carlos de Souza Andrade, Jos Marconi Medeiros de Souza, Jos Roberto Tadros, Lzaro Luiz Gonzaga e Luiz Carlos Bohn.

    Vice-presidente Administrativo: Darci Piana

    Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira

    Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonalves, Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Arajo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, Jos Arteiro da Silva, Jos Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Luiz Gasto Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurlio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jos Maria Fernandes Whmann, Raniery Arajo Coelho, Sebastio de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida.

    Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, Jos Aparecido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento.

    CNC NOTCIASRevista mensal da Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo

    Ano XV, n 182, 2015Gabinete da Presidncia:

    Lenoura Schmidt (Chefe)Assessoria de Comunicao (Ascom):

    [email protected]: Cristina Calmon (editorachefe) e

    Celso Chagas (editor Executivo Mtb 30683)Reportagem e redao: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo

    Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos NascimentoDesign: Programao Visual/Ascom

    Reviso: Elineth CamposImpresso: WalPrint Grfica e Editora

    Colaboradores da CNC Notcias de outubro de 2015: Roberto Nogueira (Consultoria da Presidncia/CNC), Mariana Casanova (SDI/CNC), Reiner Leite (Apel/CNC), Pedro Capeto (SescDN) e Josiane Ebani (Febrac).

    Colaboradores especiais da matria de capa: Katia Costa (SenacDN), Nayara Lessa (FecomrcioAC), Fabiana Barros (FecomrcioAL), Ewerton Frana (FecomrcioAP), Dlia Coutinho (FecomrcioBA), Svio de Carvalho (FecomrcioCE), Diego Recena (FecomrcioDF), Mara Campos (FecomrcioES), Cssio Neves (FecomrcioGO), Izabela Ventura Vasconcelos (FecomrcioMG), Neusa Pavo (Fecomrcio-MS/Infinito Comunicao), Sueli Batista (FecomrcioMT), Dennise Vasconcelos (FecomrcioPB), Lucila Nastassia e Julianna Arajo (FecomrcioPE), Andr Riberio (FecomrcioPI), Ernani Buchmann (FecomrcioPR), Luciano Kleiber e Lvia Aires (FecomrcioRN), Camila Barth (FecomrcioRS), Adriana Maria Fernandes (FecomrcioSC), Marcio Rocha (FecomrcioSE), Clarisse Ferreira (FecomrcioSP), Camila Takahashi (FecomrcioTO), Mnica Serrano (Fecombustveis), Maira Costa Rosas e Gabriel Torres (SescPE) e Marta Samico, Viviane Teobaldo e Eduardo Simes (SenacPE).

    Crditos fotogrficos: Divulgao/Fecomrcio-AL (pgina 4), Imagens cedidas pelas unidades regionais do Sesc e do Senac (pginas 8, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 21), Christina Bocayuva (pginas 23, 24, 15, 27, 32 e 35), Mrzul Estumano (pginas 28 e 29), Joanna Marini (pgina 30), Paulo Negreiros (pgina 31), Edilson Rodrigues/Agncia Senado (pgina 33), Carolina Braga (pgina 43), Divulgao/Fecomrcio-PA (pgina 44), Divulgao/Idealizar & Comunicao (pgina 45), Divulgao/Febrac (pgina 46), Eric Alvarenga (pgina 47), Acervo CNC e Srgio Silva (pgina 49), Acervo SDI/CNC e Clio Azevedo/Acervo Agncia Senado (Especial 70 anos).

    Ilustraes: Carolina Braga (Capa, pginas 2, 6, 9, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 48, 49, 50 e 51).

    Projeto Grfico: Programao Visual - Ascom/CNC

    A CNC Notcias adota a nova ortografia.

    CNC - BrasliaSBN Quadra 1 Bl. B - n 14 CEP: 70041-902PABX: (61) 33299500/33299501

    CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP: 20021130PABX: (21) 3804-9200

    4 FIQUE POR DENTRO

    5 BOA DICA

    6 CAPA- Um sistema que beneficia o Brasil

    22 REUNIO DE DIRETORIA- Cenrio complexo, ateno redobrada

    26 ENTREVISTA- Maron Emile Abi-Abib, ex-diretor-geral do Sesc Nacional

    Capa 06

    CNC NotciasOutubro 2015 n18222

    Para os brasileiros

  • 28

    48

    33

    Cmaras do Comrcio da CNC em plena atividade

    Sicomrcio 2015 fortalece a atuao sindical

    Senado analisa o Projeto de Lei sobre a terceirizao

    Cmaras de Tecnologia da Informao e de Gneros Alimentcios debateram, em reunies, os gargalos para

    o avano tecnolgico no Pas e sobre como a crise econmica poder afetar o comrcio eletrnico no Brasil.

    No centro dos debates do Congresso Nacional do Sicomrcio, que se realiza no Rio de Janeiro, esto seis

    eixos principais da atuao sindical. Veja quais so e confira os principais detalhes do evento.

    A Comisso de Assuntos Econmicos do Senado Federal realizouaudincia pblica para debater as alteraes legais propostas sobre os contratos de terceirizao e as relaes de trabalho deles decorrentes, alm de seus impactos econmicos. O vice-presidente da CNC Larcio Oliveira participou do encontro.

    S U M R I O

    42 ARTIGO- Carlos Thadeu de Freitas: Cenrios para o varejo

    44 SISTEMA COMRCIO- Pelo fortalecimento da Amaznia Legal- Foz do Iguau sedia congresso da Fenacor- Ao Nacional Febrac movimenta sindicatos

    47 PRODUTOS CNC- Sindicatos recebem certificao do Segs

    48 SICOMRCIO 2015- Sicomrcio fortalece atuao sindical- Representao: Integrao e alinhamento- Aes para uma legislao equilibrada

    52 ESPECIAL CNC 70 ANOS- Testemunha atuante da histria nacional

    28 INSTITUCIONAL - CBCGAL analisa conjuntura trabalhista- Os desafios do comrcio eletrnico- Cmara aprova Programa de Proteo ao Emprego

    31 EM FOCO - As reivindicaes dos empresrios catarinenses- Acordo Transpacfico pe em xeque o Mercosul- Senado analisa projeto de lei sobre a terceirizao

    34 CONJUNTURA ECONMICA- Ernane Galvas: A crise fiscal

    36 PESQUISAS NACIONAIS CNC- ICF: Consumo cada vez menor entre as famlias- Peic: Inadimplncia a maior de 2015- Icec: Confiana empresarial permanece em queda

    3CNC NotciasOutubro 2015 n182 3

  • eSocial passa a ser obrigatrio para empregados domsticos

    Fecomrcio Alagoas faz doao de alimentos pelo Mesa Brasil

    Passou a vigorar em 1 de outubro de 2015 a obrigatoriedade do cadastro, no eSo-cial, de empregados domsticos. A Receita Federal informou que espera que cerca de 1,5 milho de empregadores efetuem o cadastramento desses profissionais no Simples domstic o. O nmero de empregados cadastrados tambm estimado em cerca de 1,5 mi-lho, o que corresponde quantidade de pessoas que declararam gastos com trabalhador domstico no Imposto de Renda Pessoa Fsica (IRPF).

    O eSocial um sistema digital que ser utilizado por todos os empregadores (pessoas jurdicas e fsicas) para prestar informaes tributrias, trabalhistas, previdencirias e de

    folha de pagamento ao governo federal via internet. Vale lem-brar que a partir de setembro de 2016 o eSocial ser vlido para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhes ao ano (base 2014). Para empresas com faturamento menor que esse valor, o eSocial ser obrigatrio em janeiro de 2017.

    A Fecomrcio-AL realizou a entrega de 596 quilos de alimentos no perecveis, por meio do programa Mesa Brasil Sesc, Casa de Apoio Lenita Quintela Lessa, no centro da capital, Macei. A entidade foi escolhida devido ao trabalho desenvolvido em auxlio a

    pacientes com cncer, em razo da campanha Outubro Rosa. A Casa de Apoio mantida pela Rede Feminina de Combate

    ao Cncer e atende pacientes de baixa renda encaminhados pela Santa Casa de Misericrdia de Alagoas. No temos como men-surar a alegria de poder contribuir para o amparo a essas pessoas num momento de dificuldade em suas vidas, explicou Simone Lima, gestora de Recursos Humanos da Federao. Participaram da entrega o gerente da Fecomrcio-AL, Gracindo Alcntara, a multiplicadora do Segs, Yara Freire, e as colaboradoras do Sesc-AL Aline Rezende e Priscila Napoleo (foto).

    Estudo determina perfil de compradores de veculos no BrasilA maioria dos compradores no Brasil veem o carro como mero item de transporte, se-

    gundo aponta pesquisa da Ipsos encomendada pela Google Brasil. O objetivo era detectar os perfis de consumidores de carros 0 km com base nos motivos emocionais e funcionais que levam compra. O estudo, feito entre maro e julho deste ano, envolveu 500 entrevistas com homens e mulheres de 18 a 64 anos que compraram um carro novo nos ltimos seis meses.

    A Ipsos identificou cinco diferentes perfis dos compradores. A maioria (28%) se encai-xou no tipo Mobility, que v no carro um papel funcional e preza a economia. Outros 24% se encaixaram na categoria Family guy, que busca atender s necessidades da famlia. Para os 17% do grupo Look & Feel, o carro uma expresso de sua persona-lidade. J os integrantes da categoria Driving Passion querem um carro que representa liberdade, estrada, rua, prazer ao dirigir. O ltimo grupo, Want it all composto por aqueles que entendem de carro e querem garantir que vo fazer o melhor negcio. Este grupo representa 15% dos brasileiros.

    FIQUE POR DENTRO

    CNC NotciasOutubro 2015 n18244

  • BOA DICA

    Para melhorar a produtividade

    Livro comemora os 45 anos da AEB

    Lanado originalmente em 1981, O Gerente-Minuto revolucionou o conceito de liderana, que passou a ser associado agilidade. Atualizado, O Novo Gerente-Minuto, publicado pela editora Best Business, revisita o conceito, adaptando-o aos novos tempos. A indicao de um minuto no mostrador de um relgio digital su-gerida pelos autores Ken Blanchard e Spencer Johnson para lembrar que importante para gestores reservar um minuto do dia para olhar as feies das pessoas que so gerenciadas. So elas que podem levar melhor desem-penho e produtividade para a empresa, em especial em momentos de adversidade.

    Em comemorao aos 45 anos da entidade, a Asso-ciao Brasileira de Comrcio Exterior (AEB) publicou, pela editora Aduaneiras, o livro AEB 45 Anos - Em prol da competitividade no comrcio exterior. A obra traz a histria da atuao da entidade, desde a sua fundao at os dias atuais. A publicao traz, ainda, entrevistas com nomes importantes para a histria da Associao e para o comrcio exterior brasileiro, como Ernane Galvas, pre-sidente de honra da AEB e consultor Econmico da Pre-sidncia da CNC.

    Vida e obra do ex-governador Manoel Ribas

    O Sesc-PR publica o livro Desvendando Ma-noel Ribas O homem, a obra, o mito. Escrita por

    F. Fernando Fontana, a obra apresenta histrias da vida e da trajetria de Ribas como governador

    do Paran, cargo que exerceu por 13 anos. Nesta biografia, Fontana disseca a vida, a obra e o mito

    em torno do velho poltico. A lacuna est preen-chida, quase 70 anos depois de seu faleciment o.

    Por essa razo, o Sistema Fecomrcio- Sesc-Senac Paran tem orgulho de contribuir para a

    sua edio, afirma Darci Piana, president e da Fecomrcio-PR, no prefcio do livro.

    5CNC NotciasOutubro 2015 n182 5

  • CAPA

    6 CNC NotciasOutubro 2015 n1826

  • CAPA

    7CNC NotciasOutubro 2015 n182 7

    Um dos maiores mecanismos de desenvolvimento do mundo est

    em terras brasileiras e no faz parte do governo.

    A estrutura conhecida como Sistema S transforma efetivamente

    o Pas e sua populao. No caso do comrcio, so dcadas de

    trabalho ininterrupto, obrigao que, por meio do Sesc e do Senac,

    melhora vidas e realidades.

    Confira nas prximas pginas as aes que comprovam a

    eficcia desse sistema, que funciona graas correta aplicao da

    contribuio compulsria, o que, para milhes de pessoas, resulta

    em realizao de sonhos, qualificao profissional e acesso a

    sade, esporte, lazer e turismo.

    Dados como os que vm a seguir mostram que o Sistema

    Comrcio subsidia, na verdade, qualidade de vida. E no de hoje.

    Um sistema que beneficia o Brasil

  • Parceiro dos brasileirosInmeros so os exemplos de como o Sistema S

    beneficia e modifica para melhor a vida dos brasileiros. No caso do comrcio, boas histrias no faltam

    As mineiras Tereza Antnia de Oli-veira e ngela Maria Loureno descobriram o curso de Corte e Costura do Sesc pela internet e se matri-cularam na unidade de Santa Luzia, na regio metropolitana de Belo Horizonte.

    Ambas sempre tiveram interesse por confeco de roupas, s que uma no sa-bia costurar, e a outra no sabia modelar. No entanto, com a ajuda da professora e do ambiente colaborativo na sala de aula, n-gela aprendeu a costurar, e Tereza voltou ao mundo das tesouras e agulhas, de onde estava afastada havia mais de dez anos.

    Depois de conclurem os quatro me-ses de curso, elas abriram uma empresa, em outubro de 2014. A Anjeos Model Fashion especializada em moda femi-nina e peas para cama, mesa e banho. O trabalho tem atrado clientes da regio interessados em adquirir peas autorais e de qualidade. Tanto sucesso melho-rou a projeo financeira da dupla: de acordo com Tereza, desde a fundao da empresa a renda mensal das scias au-mentou 60%.

    Tambm em Minas Gerais, os Couti-nho Nascimento moram nos arredores de Januria, no norte do Estado, e encontra-ram na pesca o sustento. Adilson, Adel-son e Maria Aparecida tm 16, 17 e 20

    anos, respectivamente. Eles so irmos, ela tia deles. Todos moram com os avs. Ao todo, so 11 pessoas na casa, que car-regam semelhanas, como o enrolar das mos, o olhar para baixo ao conversar e o sorriso envergonhado. Sorriso esse que no era para todos, e no apenas devido timidez no sorriam de vergonha.

    A histria comeou a mudar com uma visita do projeto do Sesc Educao em Sade nas Escolas. Em uma atividade com a turma do 6 ano, Adilson foi chamado a participar, quando a equipe, atenta ao pro-blema do jovem, verificou a possibilidade de consulta na carreta OdontoSesc, unida-de mvel de atendimento gratuito que esta-va no Municpio na mesma poca.

    Os colaboradores do Sesc descobriram tambm que o irmo, Adelson, estudante do 7 ano, e sua tia Maria Aparecida, do 9 ano, tambm enfrentavam dificulda-des semelhantes. Nunca tnhamos ido ao dentist a, porque soubemos que seria muito caro, contou Maria Aparecida.

    Iniciado o tratamento, os trs compare-ceram a todas as consultas marcadas du-rante duas semanas. Quando, no final, o dentista apresentou o espelho aos meninos, os sorrisos apareceram de imediato. O Sesc trouxe a primeira oportunidade para eu tratar os dentes. Recuperei a vontade de sorrir, comemora Adilson. As portas tambm se abriram para Maria Aparecida. Com o sorriso no rosto, ela conta do em-prego que conseguiu e do sonho que nas-ceu aps o tratamento dentrio. Comecei a trabalhar em uma casa de famlia, cui-dando de uma senhora. Por hora, est bom, mas eu vou continuar com os estudos para ser igual a eles.

    Bons exemplos Exemplos como os citados existem por

    todo o Pas e mostram a contribuio que o

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n18288

    As hoje empresrias Tereza e ngela: por meio do Sesc, sonho de profissionalizao tornou-se realidade

  • chamado Sistema S em especial o comr-cio oferece aos brasileiros.

    No caso das hoje empresrias Tereza e ngela, o curso de Corte e Costura destinado, gratuitamente, a pessoas que atendam ao perfil do Programa de Com-prometimento e Gratuidade (PCG) do Sesc. J a famlia Coutinho Nascimento se beneficiou do atendimento oferecido em uma das unidades mveis Odonto-Sesc, onde profissionais realizam proce-dimentos como restauraes, tratamento de canal, cirurgias simples (extraes e restos radiculares), confeco e fixao de coroas, pontes fixas provisrias, ra-diografias odontolgicas e identificao e encaminhamento de casos de patolo-gias bucais e sistmicas para atendiment o especializado. E o projeto Educao e Sade nas Escolas trata de temas como higiene, alimentao, sexualidade, sade bucal, combate s drogas e dengue em instituies pblicas de ensino em todas as regies mineiras.

    O que pensa o comrcio O Sistema S so os braos sociais

    custeados pelos empresrios de seus res-pectivos segmentos econmicos, como indstria, agricultura, transportes, coope-rativas, comrcio e servios, para o desen-volvimento e a incluso social dos traba-lhadores e seus familiares e para atender tambm segmentos da populao de me-nor renda. Trata-se de recursos protegidos pelo Artigo 240 da Constituio Federal, por terem destinao especfica e propor-cionarem tantos benefcios sociedade brasileira, afirma Lzaro Gonzaga, vicepresidente da CNC e presidente do Siste-ma Fecomrcio-Sesc-Senac-MG.

    A explicao de Lzaro sintetiza a voz dos empresrios do comrcio de bens, servios e turismo em relao medida anunciada pelo governo federal de remanejamento de 30% dos recursos das entidades do Sistema S, entre elas o Sesc e o Senac.

    A posio oficial da Confederao Na-cional do Comrcio de Bens, Servios e Tu-rismo (CNC) de colaborar com o governo e com o Pas, oferecendo uma alternativa proposta inicial, relacionada s atividades sociais desenvolvidas pelas entidades vin-culadas Confederao. Os termos da co-laborao seriam definidos posteriormente e, at o fechamento desta edio, no hou-ve manifestao do governo sobre o tema.

    O Sistema Comrcio tem uma par-ticipao superlativa na melhoria da qualidad e de vida das pessoas. Fazemos o melhor possvel para prestar servios com excelncia e alta qualidade para o pblico, enfatiza Larcio Oliveira, vice-presidente da Confederao, deputado federal (SD-SE) e presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac de Sergipe.

    Para Adelmir Santana, tambm vice-presidente da CNC e presidente do Siste-ma Fecomrcio-Sesc-Senac-DF, ao propor a realocao dos recursos do Sistema S, o governo quer desmontar um legado social que j dura mais de 70 anos. No faz sen-tido fechar as melhores escolas tcnicas do Pas e acabar com atividades de assistncia social, enquanto o governo ainda tem mui-to para cortar. Alm de ser uma apropriao indbita, uma medida inconstitucional. O Sistema S foi criado em 1940 por um grupo de empresrios que desejava oferecer, com recursos prprios, educao e melhores condies de vida aos seus empregados. Assim, essas instituies caracterizaram-se como de direito privado, e os seus recursos so provenientes de contribuies compul-srias dos empresrios sobre a folha sala-rial, afirma.

    Veja nas pginas a seguir como o Siste-ma Comrcio administra o que recolhe em prol dos comercirios e de toda a sociedade.

    CAPA

    9CNC NotciasOutubro 2015 n182 9

    O sorriso da famlia Coutinho Nascimento: autoestima recuperada pelo Senac

  • Transparncia ontem, hoje e sempre

    impossvel imaginar a oferta de servios sociedade que o Sesc e o Senac promovem em todo o Pas sem o compromisso

    com a publicidade e com a aplicao eficaz de recursos

    Uma das formas de avaliar as ativi-dades que o Servio Social do Co-mrcio (Sesc) e o Servio Nacio-nal de Aprendizagem Comercial (Senac) desenvolvem pensar como seria o Brasil caso ambas as instituies no existissem. Muitos dos programas nos campos social e educacional no existiriam ou, se existis-sem, no funcionariam com a excelncia com que so ofertados. Historicamente, o Senac e o Sesc vm suprindo deficin-cias graves da gesto pblica, lembrando que as entidades so instituies priva-das, sem fins lucrativos e que atuam em prol do interesse pblico, visando va-lorizao do trabalhador do comrcio e sua famlia, afirma Josias Albuquerque, vice-president e da CNC e presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-PE.

    Criados na dcada de 1940 por empre-srios preocupados com a formao e a incluso dos trabalhadores em uma socie-dade em mudanas, o Sesc e o Senac as-sim como seus congneres dos demais seg-mentos econmicos so pessoas jurdicas de direito privado, mantidas por meio de porcentual incidente sobre a folha salarial das empresas. Atuando para compensar

    a ausncia do Estado na rea educacional, sobretudo, essas entidades desenvolvem aes gratuitas ou de preo simblico, destinadas a complementar, pela cultura e pelo esporte, a formao de milhes de pessoas. Reconhecidas nacional e interna-cionalmente por seu padro de qualidade e administradas segundo as regras da iniciati-va privada, acabaram por ser cobiadas nos ltimos anos por reas do governo que en-xergam nelas uma oportunidade de se apro-priar de seus recursos criteriosamente ge-ridos, aponta Abram Szajman, presidente do Sistema Fecomrcio -Sesc-Senac-SP. Na incessante busca pela excelncia da qual nossos entes pblicos se furtam, o Sis-tema S tem se mostrado o grande aliado da sociedade, proporcionando qualidade de vida, complementa Edison Arajo, presi-dente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac de Mato Grosso do Sul.

    J para Eliezir Viterbino, presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac do Ama-p, o comrcio um grande agente social, que tem no Sesc e no Senac os instrumen-tos da poltica direta de ao social. O nosso trabalho desenvolver o comrcio como o maior agente de fomento do desen-volvimento social, e hoje Sesc e Senac so instrumentos diretos dessa ao, explica.

    SescO Sesc, assim como as demais institui-

    es do Sistema S, em concordncia com o princpio da transparncia e em cumprimen-to legislao aplicvel s entidades, publi-ca seus oramentos aprovados pelos rgos competentes (no caso do Sesc, trata-se do Ministrio do Desenvolvimento Social). Tambm divulgam em seu site institucional esses oramentos e as execues oramen-trias, onde possvel identificar os investi-mentos sociais realizados.

    As demais informaes gerenciais so avaliadas pelos rgos de controle exter-

    A primeira sede do Sistema na

    Paraba, no bairro Varadouro, em 1949. O local

    sempre teve um comrcio

    intenso, que se mantm at hoje

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1821010

  • no, conforme se verifica nas auditorias da Controladoria-Geral da Unio, que emitem relatrios de gesto. A Controladoria-Geral da Unio (CGU), rgo auxiliar do Tribunal de Contas da Unio (TCU), que realiza auditorias nas entidades para julgamento de contas (gesto) dos administradores das entidades do Sistema S, cujas decises so publicadas no site do TCU. Todas as infor-maes oramentrias, financeiras e geren-ciais so consolidadas e de conhecimento da sociedade, por meio do Tribunal.

    Em 2014, a aplicao de recursos do Sesc no Programa de Comprometimento e Gra-tuidade (PCG) foi de R$ 1.915.567.445,03, valor que ultrapassou a meta de 33,33% estabelecida pelo Decreto, que seria de R$ 1.327.575.609,76. No montante destinado a atividades totalmente gratuitas 50% do valor total a meta tambm foi extrapo-lada, tendo sido aplicado na gratuidade o valor de R$ 1.090.112.298,79. O Sistema S, e especificamente o Sesc, uma conquista indita, vitoriosa e exemplar, numa pers-pectiva societria integradora, alimentada por princpios de igualdade, solidariedade e bem comum, afirma Maron Emile Abi Abib, diretor-geral do Sesc at setembro deste ano. (Leia mais na entrevista da pgina 26)

    SenacSobre a divulgao dos dados financei-

    ros e oramentrios dos Servios Sociais Autnomos, o Senac reafirma seu compro-misso com a transparncia.

    O processo de gesto oramentria co-mea nos rgos executivos (Departamento Nacional e Departamentos Regionais), res-ponsveis pela elaborao dos oramentos para cada exerccio. Essas propostas so submetidas aos respectivos conselhos e, uma vez aprovadas, so enviadas ao Conse-lho Fiscal, que analisa o documento e emite um parecer. As propostas oramentrias so consolidadas pelo Departamento Nacional, que encarregado de apresentar o docu-

    mento final ao Ministrio do Trabalho e Pre-vidncia Social (MTPS), para publicao no Dirio Oficial da Unio.

    No que diz respeito prestao de con-tas, o processo comea na Administrao Nacional e nas Administraes Regionais, com a elaborao de balancetes mensais e sua consolidao ao fim de cada exerccio.

    As contas so, ento, submetidas, res-pectivamente, ao Conselho Nacional e aos Conselhos Regionais. Aprovada pelos Con-selhos, a prestao de contas encaminhada para avaliao do Conselho Fiscal, que ela-bora parecer conclusivo. As contas e o pare-cer so, ento, reencaminhados ao Departa-mento Nacional e remetidos apreciao da Controladoria-Geral da Unio, que d incio s auditorias.

    O Senac tambm edita e divulga seus relatrios institucionais, com o balano de suas atividades a cada ano. Esses rela-trios so distribudos para conselheiros e pblicos estratgicos e publicados em seus portais corporativos, na rea de Ges-to e Transparncia, nos termos da Lei de Diretrizes Oramentrias. As informaes e os resultados sobre a atuao do Se-nac em todo o Pas so disponibilizados anualment e nos sites dos rgos de contro-le externo (CGU e TCU).

    Somente em 2014 o Senac realizou 2.757.057 atendimentos entre matrculas em educao profissional e aes extensivas. Desse montante, 1.848.074 foram atendimen-tos integralmente gratuitos, sendo 634.125 matrculas pelo Programa Senac de Gratuida-de com o comprometimento de 72,37% da receita lquida compulsria do Senac, o que representou R$ 1.614.631.062,31, superando a meta de 66,7%.

    So resultados que traduzem nossos ob-jetivos institucionais, garantindo a democra-tizao do conhecimento e a promoo do acesso ao mercado de trabalho na sociedade brasileira, afirma o diretorgeral do Senac, Sidney Cunha.

    Unidade do Senac em Caruaru (PE), inaugurada em agosto deste ano: olhar voltado para o futuro

    CAPA

    11CNC NotciasOutubro 2015 n182 11

  • Nos Estados, a preocupao grande

    Possibilidade de realocao de recursos do Sistema S pode afetar, no caso do comrcio, diferentes iniciativas

    A proposta do governo federal de modificar a destinao dos recur-sos advindos da contribuio sin-dical gerou efeitos imediatos nas entidades do comrcio pelo Pas.

    O Sistema Fecomrcio-RN liderou as entidades do comrcio, da indstria, da agricultura e do transporte para editar a re-vista Sistema S Potiguar Nmeros singu-lares que constroem um resultado plural. Lanad a no incio de setembro, a publica-o apresenta informaes acerca da atua-o de entidades como Sesc, Senac, Sesi, Senai, IEL, Sest, Senat, Senar e Sebrae. Mostrar os resultados alcanados pelo Sis-tema S aqui no Rio Grande do Norte pres-tar contas sociedade, afirma o presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-RN, Marcelo Fernandes de Queiroz.

    Em Santa Catarina, uma frente em defe-sa do Sistema S ganhou fora com a campa-nha estadual articulada pelo Conselho das Federaes Empresariais do Estado, que rene Fecomrcio-SC, Fiesc, Faesc, Facisc, Fampesc, FCDL/SC e Fetrancesc. As lide-ranas reuniram-se em 25 de setembro para debater os impactos do confisco das verbas em Senai, Sesi, Senac, Sesc, Senar, Senat e Sest e enviaram um ofcio bancada catari-nense em Braslia alertando sobre os refle-xos e pedindo apoio aos parlamentares. preciso fazer cortes na carne, mas no na nossa carne. Os maiores investimentos do Sesc e do Senac esto concentrados na edu-cao infantil e no ensino fundamental, diz o presidente do Sistema Fecomrcio- Sesc-Senac-SC, Bruno Breithaupt. O pre-sidente da Fecombustveis, Paulo Miranda Soares, enaltece os benefcios do Sistema S pela elevada contribuio sociedade. Por mais recursos que sejam destinados ao governo, nada suficiente para cobrir o abismo que se fez com o desequilbrio das contas pblicas. No podemos ser coniven-tes com essa proposta, disse.

    J no Paran, o programa de amplia-o da estrutura do Sesc e do Senac j tem comprometidos investimentos de R$ 162 milhes nos prximos dois exerccios, 2016 e 2017.

    As obras de construo, ampliao e melhoria das unidades esto espalhadas por todo o Estado. Entre outras, unidades integradas esto sendo construdas em So Jos dos Pinhais, Londrina Norte, Rio Ne-gro e Unio da Vitria; o Sesc constri seu hotel em Cascavel e vai restaurar a Estao Ferroviria em Ponta Grossa; o Senac, o novo edifcio-escola no bairro do Porto, em Curitiba. As melhorias so significa-tivas, assim como a oferta de cursos e pro-gramas, afirma Darci Piana, presidente do Sistema Fecomrcio Sesc-Senac-PR.

    Aps o anncio pelo governo de um novo pacote de ajustes, em 14 de setembro, o Sistema Fecomrcio-PE tambm avaliou os cortes nos oramentos do Senac e do Sesc no Estado.

    S o Sesc tinha previsto 39.138.477 atendimentos para o ano que vem, sendo 3.875.456 em educao, 4.554.809 em sade, 3.262.137 em cultura, 2.852.440 em lazer e 24.593.635 em assistncia. J a meta do Senac para 2016 era atender 7.390 alunos no Programa Senac de Gra-tuidade (PSG).

    Com o corte, mais de 2 mil alunos se-riam prejudicados, com a reduo da meta para 5 mil matrculas. Hoje, o Sesc e o Se-nac tm 3.271 servidores trabalhando nas unidades das entidades em todo o Esta-do. Esses colaboradores tambm estariam ameaados de perder o emprego. Infe-lizmente, as duas instituies vo ter que afastar 981 pessoas de seus cargos atuais, explica Josias Albuquerque, presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-PE e vice-presidente da CNC.

    No Esprito Santo, o corte nos recursos no Sistema S pode gerar impactos negati-

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1821212

  • vos, sobretudo em educao, sade, cultu-ra e bem-estar social. Com a medida, mi-lhares de jovens candidatos ao mercado de trabalho podem ficar prejudicados, apon-ta Jos Lino Sepulcri, presidente do Sis-tema Fecomrcio-Sesc-Senac-ES. Nossa entidade representa mais de 80 mil empre-sas que giram a economia e geram 60% dos empregos do Estado de Mato Grosso do Sul, afirma Edison Arajo, presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-MS.

    Populao ser prejudicada Para o presidente do Sistema Fecomr-

    cio-Sesc-Senac-CE, Luiz Gasto Bitten-court da Silva, retirar receitas do Sistema S prejudicar principalmente o trabalha-dor e sua famlia. A Fecomrcio-CE leva, por meio do Sesc e do Senac, promoo social e educao profissional a mais de 170 municpios, com 55 milhes de aten-dimentos anuais, qualificando mais de 68 mil trabalhadores do comrcio de bens, servios e turismo. Essas instituies sero obrigadas a reduzir e at mesmo a extinguir programas e atividades, preo-cupa-se Gasto.

    Desde sua fundao, em 6 de dezem-bro de 1947, em 68 anos de existncia no Estad o de Mato Grosso, aproximadament e 700 mil pessoas j foram beneficiadas com as aes educacionais do Senac.

    No Rio Grande do Sul, com 69 anos de atuao, o Senac j capacitou aproximada-mente 7 milhes de gachos por meio da oferta de educao em todos os nveis do Menor Aprendiz Ps-Graduao. Ricar-do Dornelles, formado no curso de Cozi-nheiro da instituio, ganhou a medalha de bronze na WorldSkills 2015 maior competio de educao profissional do mundo, realizada este ano em So Paulo.

    Atualmente, docente da Faculdade Senac Porto Alegre.

    A abertura de novas unidades e a am-pliao de servios do Sesc Rio tambm correm o risco de no ser realizadas. O Estado do Rio ganharia pelo menos duas novas escolas de educao infantil e ensino fundamental, alm de trs novas unidades em locais estratgicos, onde h grande n-mero de comercirios e carncia de servi-os bsicos.

    Economias perdero flegoMudanas nos oramentos das entida-

    des impactariam os benefcios oferecidos a uma parcela da populao que no tem condies de arcar com custos de uma me-lhor qualificao, diz o presidente do Sis-tema Fecomrcio -Sesc-Senac-AL, Wilton Malta de Almeida.

    Presidente do Sistema Fecomrcio -Sesc-Senac-TO, Itelvino Pisoni frisa que as entidades fomentam, de forma decisiva, a economia nos Estados. Os nmeros obti-dos pelo Sistema Fecomrcio no Tocantins so notoriamente benficos para a socieda-de local.

    E na Bahia no diferente. Se a nossa re-ceita for reduzida, o incio da operao de no-vas unidades pode ser prejudicado. O mesmo pode ocorrer com os cursos de capacitao do Senac, que, entre outros casos de sucesso, tem entre seus alunos o terceiro melhor garom do mundo, premiado na recente competio WorldSkills, aponta Carlos de Souza Andra-de, presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-BA (leia mais na pgina 19). Nossos nmeros mostram que desempenhamos papel importante na sociedade: levar qualidade de vida a milhares de pessoas em Gois, finaliza Jos Evaristo dos Santos, presidente do Siste-ma Fecomrcio Sesc-Senac de Gois.

    Carlos Eduardo Borges de Lima, de aprendiz do Senac-MT a executivo de mquinas agrcolas. Exemplos como o dele podem no mais existir

    CAPA

    13CNC NotciasOutubro 2015 n182 13

  • Curso de grafite da unidade do Senac em So Bento do Sul (SC)

    Sesc Gramado (RS)

    Alunos do Senac no Paran

    Dados que falam por si

    Para o consultor da Presidncia da CNC, Roberto Nogueira, quando Getlio Vargas criou o Sistema S, ele o fez certamente por uma razo bsica: o Poder Executivo no faria melhor.

    Certa vez, quando fui questionado por um deputado federal sobre a eficincia do Sistema S, em audincia pblica na Cma-ra dos Deputados, respondi convidando-o a imaginar o que teria acontecido nas l-timas seis dcadas se Getlio, em vez de repassar ao setor privado a atribuio de qualificar os comercirios e de dar a eles e a seus familiares vida cultural, esportiva e lazer, tivesse criado um departamento com essas atribuies em um de seus minist-

    rios. Vargas foi sbio, deu as obrigaes e concedeu os meios, que saem de onde de-vem sair: das empresas, em nome de sua funo social, afirma.

    Segundo Nogueira, se atualizarmos os valores recebidos ao longo de seis dcadas e o compararmos com o valor atual do pa-trimnio de Sesc e Senac, o ganho decor-rente de gestes srias e eficientes inima-ginvel. Sem falar no intangvel. O resto desconhecimento ou m-f. A seguir, al-guns dados que confirmam o pensamento do consultor, que ex-aluno do Senac, em Juiz de Fora (MG).

    Presenas do Sesc e do Senac por todo o Pas mostram o alcance e a pluralidade das iniciativas do Sistema

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1821414

    Sul

    No Rio Grande do Sul, no primeiro se-mestre de 2015, o curso de Senac de EAD (Educao a Distncia) contou com cerca de 20 mil alunos de todo o Pas e do exterior.

    O programa de ampliao da estrutura do Sesc e do Senac no Paran j tem com-prometidos investimentos de R$ 162 mi-lhes para 2016 e 2017. As obras so de construo e ampliao de unidades que esto em todo o Estado.

    Em 2014, o Sesc-SC realizou 34,4 mi-lhes de atendimentos, e R$ 59,6 milhes foram investidos no Programa de Com-prometimento e Gratuidade (PCG).

    O SescSC tem 45 pontos fixos de atendi-mento e 15 unidades mveis. E de janeiro a agosto deste ano, 209.624 pessoas fo-ram atendidas.

  • Projeto Sesc no Parque, em Belo Horizonte (MG)

    Sesc Gloria, no Esprito Santo

    Equipe do Restaurante-Escola Senac Dowtown, no Rio de Janeiro

    Ocupao Sesc Parque Dom Pedro II na Virada Cultural, em So Paulo

    CAPA

    15CNC NotciasOutubro 2015 n182 15

    Sudeste

    Os cursos do Senac-ES proporcionaram a insero de 3.005 jovens no mercado de trabalho em 2014. Destes, 1.442 conclu-ram o programa no ano passado, e 1.563 alunos concluiro este ano.

    O projeto Espao Cidado e Orientao Esportiva, do Sesc-ES, atende crianas e adolescentes de 6 a 14 anos oriundas das escolas pblicas, preferencialmente de renda familiar at trs salrios mnimos. S este ano, at junho, foram contempla-dos 400 crianas e adolescentes.

    O Sesc Minas somou 18.129.791 aten-dimentos at o 1 semestre de 2015, di-vididos em Educao (1.197.829), Sa-de (344.163), Cultura (533.592), Lazer (1.797.389) e Assistncia (14.256.818).

    Senac Minas em nmeros, de janeiro a junho deste ano: 105.760 novos clientes atendidos em todo o Estado; 651 ambientes educacionais e 12.247.284 horas executa-das em cursos de educao profissional.

    Em uma parceria com a Secretaria de Tu-rismo de Rio das Ostras, o projeto Carreta- Escola de Gastronomia do Sesc Rio chega ao centro da cidade da Regio dos Lagos do Estado oferecendo capacitao gratuita em diversas reas.

    O Senac So Paulo realiza, em outubro, a Semana Senac de Incluso e Diversidade, em unidades do interior e da Grande So Paulo, para promover o dilogo e a cons-truo de valores pautados na convivncia harmoniosa e no respeito s diferenas.

  • Unidade do Sesc em Porangatu, em Gois

    Produtos das comunidades do entorno do Sesc Pantanal, produzidos com apoio da entidade

    Ao do Sesc em Braslia (DF)

    Unidade do Senac em Navira (MS)

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1821616

    Centro-Oeste

    O Senac-MT tem, hoje, sete Centros de Educao Profissional, localizados em cidades estratgicas, que atendem cerca de 120 dos 141 Municpios do Estado.

    At agosto deste ano, o Sesc de Mato Grosso totalizou 9.617.070 atendimen-tos em reas como Educao Infantil, Fundamental e Complementar, Nutrio, Aes comunitrias e Turismo local, en-tre outras.

    Em Braslia, foram aplicados em 2014, pelas unidades do Senac-DF, 2.457 mil questionrios de avaliao com ndice de 84% de satisfao dos alunos com os ser-vios prestados pela instituio.

    O Senac-MS atendeu, no ano passado, 61 municpios do Estado (abrangendo 78% do total dos Municpios), por meio de suas dez unidades operativas fixas e duas m-veis. Foram mais de 37 mil atendimentos.

    Em 2014, o Senac Gois atendeu 149.165 pessoas, 5,4% a mais do que o inicial-mente planejado (141.503). A mdia de matrculas nos ltimos cinco anos de 134.655, e em 16 de outubro inaugurou o Senac Porangatu, no Municpio de mes-mo nome.

    S pelo Pronatec, no ano passado fo-ram atendidos pelo Senac Gois 21.208 alunos, sendo 16.520 em cursos de For-mao Inicial e Continuada e 4.688 em cursos de nvel tcnico, num total de 4.819.582 horas efetivas.

  • O Sesc-BA est construindo cinco novas uni-dades em cidades do interior (Feira de Santana, Porto Seguro, Jacobina, Alagoinhas e Ilhus).

    De 2014 at agosto de 2015, o Senac-AL rea-lizou mais de 50 mil matrculas para Educao Profissional e 7.782 atendimentos em aes extensivas. At agosto, o Sesc-AL promoveu 37.943.676 atendimentos.

    O Sesc e o Senac do Cear atuam em mais de 170 municpios, gerando anualmente 55 mi-lhes de atendimentos e qualificando mais de 68 mil trabalhadores.

    O Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-PE tem diversas inauguraes planejadas, entre elas a Unidade de Educao Profissional de Jaboato dos Guararapes e o novo prdio da Faculdade Senac Pernambuco.

    O Sesc-SE realizou, no ano passado, 11.953 matrculas novas, sendo 5.446 de comercirios e 6.507 de dependentes.

    O Senac do Maranho vai abrir, at o fim de 2015, mais de 3 mil vagas em cursos gratuitos nos Municpios de So Lus, Imperatriz, Ca-xias, Bacabal, Balsas e Cod.

    Em sade, o Sesc-RN realizou 63 mil atendi-mentos pela Unidade Mvel Sesc Sade Mu-lher, em nove municpios potiguares.

    No dia 9 de outubro, o Sesc Piau inaugurou o Clube Olmpico Dr. Manoel Cerqueira, em Piracuruca.

    O Senac de Alagoas viabilizou, em parceria com a Secretaria de Estado de Ressocializao e Incluso Social (Seris), curso de Cabelei-reira Assistente para reeducandas do Sistema Prisional de Alagoas.

    Assistncia odontolgica na unidade do Sesc Sade, no Maranho

    Clube Olmpico Dr. Manoel Cerqueira, Sesc em Piracuruca (PI)

    Sesc Sade Mulher no Rio Grande do Norte

    Restaurante do Sesc no Shopping RioMar (PE)

    CAPA

    17CNC NotciasOutubro 2015 n182 17

    Nordeste

  • Norte

    O Sesc Acre est finalizando o maior cen-tro de turismo e lazer do Estado no Muni-cpio de Cruzeiro do Sul, com previso de R$ 35 milhes em investimentos.

    O Senac-TO capacitou para o mercado de trabalho mais de 325 mil pessoas desde 1997, quando comeou a atuar no Tocantins.

    Em Rondnia, o Sistema Fecomrcio- Sesc-Senac foi parceiro da Prefeitura de Porto Velho na campanha No queime: Queimada urbana crime, que levou pa-lestras s escolas da rede pblica de ensino (municipal e estadual).

    No Amazonas, o Senac contabilizou 239.653 matrculas em Educao Profis-sional e em aes extensivas. E dados de janeiro a agosto do Sesc-AM mostram que neste ano j foram realizados 38.322.830 atendimentos em Educao, Cultura La-zer, Sade e Assistncia um aumento de 254.25% em relao a 2014.

    Outubro Rosa: o Sesc no Acre realizou uma srie de atividades de preveno do cncer de mama para mulheres nas unida-des da instituio e em visitas s empresas.

    O Senac em Santarm, no oeste do Par, vai iniciar o perodo de matrculas em qua-tro cursos do Programa Senac de Gratui-dade (PSG).

    O Sesc Roraima realiza uma vasta pro-gramao durante todo o ms de outubro em aluso ao Dia Nacional e Internacional do Idoso.

    Estncia Ecolgica Sesc Tepequm, em Roraima

    Sesc Ler Oiapoque, no Amap

    Umas das balsas-escola do Senac, no Amazonas

    Campanha sobre queimadas em Rondnia, com participao do Sesc

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1821818

  • PING PONG

    Qualificao construindo futurosA CNC Notcias foi ouvir Andeson de Almeida, 22 anos, ex-aluno PSG do curso de Servio de Restaurante do Senac Bahia. Aps a vitria na WorldSkills este ano, em So Paulo, Andeson foi contratado como instrutor no Restaurante-Escola Senac Casa do Comrcio, em Salvador, onde foi aluno

    19CNC NotciasOutubro 2015 n182 19

    Como foi participar da maior compe-tio de educao profissional do mundo representando o Senac?

    Foi uma oportunidad e de mostrar ao mundo que a ocupao de Servio de Res-taurante agrega muita tcnica, tem muitas habilidades envolvidas. Sem falar da opor-tunidade de trocar experincias com pro-fissionais de diferentes pases.

    Quais os requisitos que voc atingiu para ganhar a medalha na modalidade Servio de Restaurante?

    Passei por uma srie de seletivas, uma delas na Colmbia, a WorldSkills Ameri-cas, alm de simulados, para ser selecio-nado e representar o Brasil. A competi-o envolve os mdulos Banquete, Jantar Fino, Bar, Coquetelaria e Jantar Casual, nos quais meu desempenho foi avaliado pelos jurados.

    Como foi sua preparao?Participei de um treinamento intensivo

    durante dois anos no Restaurante-Escola Senac Casa do Comrcio, tendo como ins-trutor o expert Csar Falco. Alm dele, tive o apoio de uma srie de profissionais nessa preparao: psicloga, fisiotera-

    peuta, fonoaudilogo. Entonao de voz, postura, trabalho emocional, tudo isso foi decisivo na minha trajetria.

    Como sua formao transformou sua vida?

    Acredito que o Senac pode mudar a vida de qualquer um. Devido aos meus professores, hoje tenho uma viso muito mais amadurecida, responsvel. Ano que vem comeo a minha faculdade. Quero cursar Gastronomia, pois ganhei uma bols a do Senac aps a vitria na competio.

    Quais so os planos para o futuro? Cursar Gastronomia e continuar me

    aperfeioando na rea de Servio de Res-taurante, que to vasta. Gradativamente, com muito estudo e dedicao, quero aju-dar a mudar a imagem que essa rea tem em Salvador.

    O que voc acha da atuao das entida-des do Sistema S, como o Senac e o Sesc?

    So entidades superimportantes. A socie-dade deve se beneficiar cada vez mais do que essas instituies oferecem. Pude compro-var no Senac que elas buscam a qualidade e o crescimento profissional dos seus alunos.

  • Reforo de peso Posicionamento de quem conhece as iniciativas

    do Sistema Comrcio torna tangvel um

    reconhecimento que ultrapassa nmeros

    Na reunio de Diretoria da Con-federao Nacional do Co-mrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC) realizada em 24 de se-tembro, no Rio de Janeiro, o presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, abordou de forma direta o anncio do govern o federal de realocao dos re-cursos do Sistema S como parte do pa-cote fiscal para tentar reequilibrar as contas pblicas. Esse dinheiro no nosso; ns somos responsveis pela boa aplicao e pela prestao de contas aos empregadores, aos trabalhadores e ao Pas, defendeu o presidente da Confe-derao (Leia mais na pgina 22).

    Jos Roberto Tadros, vice-presidente da Confederao e presidente do Siste-ma Fecomrcio-Sesc-Senac do Amazo-nas, corrobora: Os recursos do Sistema, como todos ns sabemos, so de origem privada, e, como tal, o governo no pode retirar como se fosse uma concesso dele ou como se fossem recursos pbli-cos, defende.

    Proposta inconstitucionalA possibilidade de corte de 30% nas

    contribuies das entidades que compem o Sistema S repercutiu na imprensa de todo o Pas e pautou manifestaes em de-fesa do Sistema.

    Entre as argumentaes contra a me-dida e as consequncias danosas para os milhares de trabalhadores beneficiados pela atuao do Sistema, o artigo Propos-ta inconstitucional, do jurista Ives Gandra Martins, publicado em 19 de setembro pelo jornal O Globo, levantou uma ques-to de fundamental importncia no debate: a medida inconstitucional.

    Depois de criticar as medidas anuncia-das pelo governo, que aumentam impostos,

    e a incapacidade de cortar na prpria car-ne, o jurista ressalta que entre as ideias descompassadas estaria a de destinar 30% da contribuio ao Sistema S para as burras sem fundo do governo. Ora, tal pretenso de fantstica inconstitucionalidade.

    Ives Gandra explicou no artigo que destinadas quer dizer que devero tais contribuies ser entregues ao servio social e ao servio de formao profis-sional que estejam vinculados ao siste-ma sindical. Segundo ele, o texto de uma clareza impactante. Apenas as en-tidades privadas que estejam vinculadas ao sistema sindical e que atuam no ser-vio social e de formao profissional podem receber tais contribuies.

    No mesmo caminho seguiu a Firjan, que, por meio de nota, classificou a pro-posta de corte de recursos do Sistema S como inconstitucional: As contribuies recolhidas da folha de pagamento das in-dstrias para Sesi e Senai esto garantidas pelo Artigo 240 da Constituio Federal, que veda o desvio desses recursos para financiar a Previdncia Social. Essa con-tribuio, como reza o Artigo 6 da Consti-tuio, essencial realizao dos direitos sociais do trabalhador, diz a nota. Os ar-gumentos so suficientes para se contestar judicialmente a MP, acrescentou o texto, divulgado em 17 de setembro.

    Agresso ao SistemaO artigo Agresso ao Sistema S, de

    Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras e do Conselho Tcnico da CNC, foi publicado em 9 de outubro no Jornal do Commercio-RJ, sendo reprodu-zido em outros veculos.

    Segundo Niskier, conhecida a dificul-dade do governo para fazer o seu ajuste fiscal. Em meio a essa confuso, at pro-

    CAPA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1822020

  • postas estapafrdias acabam sendo feitas, como o caso de sequestrar os recursos financeiros do Sistema S. At h pouco, falava-se em prestigiar o Pronatec. Anun-ciava-se um programa de 12 milhes de tcnicos. Depois, o nmero baixou con-sideravelmente, mas com a poltica de despir um santo para vestir o outro. Retirar 8 bilhes do Sistema S e colocar nas con-tas baleadas do governo condenar enti-dades benemritas como o Senac, o Senai o Senar, o Sesc, o Sesi, o Sebrae, a Agn-cia Brasileira de Desenvolvimento Indus-trial e a Agncia Brasileira de Exportao e Investimentos a praticamente fechar as portas, como algumas chegaram mesmo a anunciar. S o Sesc estima perder cerca de 27 mil funcionrios, alm de inviabilizar o atendimento de 200 mil alunos no Rio de Janeiro, escreveu.

    Respeito Lei Em artigo publicado pelo Jornal de

    Braslia no dia 12 de outubro, o presidente do Sistema Fecomrcio-Sesc-Senac-DF e vice-presidente da CNC, Adelmir San-tana, destaca que o Artigo 240 da Con-stituio Federal brasileira bastante claro sobre a origem e a destinao das receitas do Sistema S. O texto diz que as contribuies compulsrias dos em-pregadores sobre a folha salarial de seus funcionrios so destinadas s entidades de servio social e de formao profis-sional. No por acaso, o legislador usou a palavra destinadas. Significa que es-ses recursos devem ter como finalidade as instituies privadas de assistncia so-

    cial e de educao tcnica do respectivo sistema sindical da empresa contribuinte. Qualquer alterao nesse ponto vai con-tra o que preceitua a Lei suprema do Pas. Surpreende, portanto, que o prprio governo federal queira se apropriar de 30% dos recursos do Sistema S para uti-lizar na Previdncia. Trata-se de uma me-dida descaradamente inconstitucional, explicou. Ainda segundo Santana, no se combate a crise com cortes em escolas. Crise se combate com o fim de privil-gios e mordomias, com investimento em infraestrutura, com diminuio da buro-cracia e, sobretudo, com respeito s Leis e combate corrupo, escreveu.

    Final feliz Muitos esperam que a questo sobre a

    destinao dos recursos do Sistema S ga-nhe a importncia que ele tem para milhes de brasileiros. Ou seja, um final feliz, como o que teve Felipe Ribeiro, de 21 anos, que tem Sndrome de Down e atualmente est no mercado de trabalho como DJ.

    Sua histria empreendedora comeou na juventude, e a partir de um curso ofere-cido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego (Pronatec), em parceria com o Senac, ele teve a chance de aprender tudo sobre a profisso.

    Atualmente, Felipe Ribeiro j pode ser chamado de DJ. Graduado com sucesso, ele passou a trabalhar na rea musical e tem sido contratado para diversas festas, recebendo cachs que lhe permitem a rea-lizao do sonho: seguir carreira e ganhar a vida na profisso que escolheu.

    Superao: assim como Felipe Ribeiro, DJ com formao do Senac-ES, muitos brasileiros esperam uma chance de ampliar horizontes via Sistema S

    CAPA

    21CNC NotciasOutubro 2015 n182 21

  • REUNIO DE DIRETORIA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1822222

    Cenrio complexo, ateno redobrada

    O Brasil est enfrentando uma situao que no novi-dade para ningum. De al-guns anos para c, a situao do Pas foi mudando no cenrio internacional e, principalmente, no cenrio interno. As condies de vida do brasileiro, seja ele comum, empresrio, trabalhador ou poltico, mudaram bastante. Com essas palavras, o presidente da Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC), Antonio Oliveira San-tos, deu incio reunio da Diretoria da entidade realizada em 24 de setembro, no Rio de Janeiro.

    Oliveira Santos destacou que, em tal cenrio, necessrio avaliar a com-posio e a atuao da administrao pblica e dos Poderes constitudos o Executivo, o Legislativo e o Judici-rio. E temos aind a o poder sindical, ao qual estamos diretamente ligados. Existe tambm a grande diviso do seto r do trabalho e do setor do capi-tal, diss e, para abordar o anncio do govern o federal de realocar 30% dos re-cursos arrecadados pelo Sistema S para a Previdncia Social, como parte do pacote fiscal para tentar reequilibrar as contas pblicas.

    Aqui esto reunidos a Confederao e os interesses das federaes, dos sindi-catos, dos empresrios, etc. Pela nossa le-gislao, temos a obrigao de atender aos nossos trabalhadores. Com isso, temos os recursos que os empregadores recolhem para c, a fim de os empregarmos em be-nefcio dos trabalhadores. Esse dinheiro no nosso; ns somos responsveis pela boa aplicao e pela prestao de contas aos empregadores, aos trabalhadores e ao Pas, o que nos insere na problemtica que estamos vivendo. Ns no somos go-verno, mas temos muita responsabilidade ligada gesto do Pas e ao governo, de-fendeu o presidente da Confederao.

    Segundo Oliveira Santos, das medi-das anunciadas pela equipe econmica do governo, quase todas estariam sujei-tas aprovao do Congresso Nacional, entre estas a relacionada realocao dos recursos do Sistema S, composto por entidades paraestatais que auxiliam dire-tamente no funcionamento do Pas.

    Nessa conjuntura, quando o Brasil sentiu as dificuldades financeiras para resolver os seus problemas, lanou uma verdadeira busca ou campanha, ou soli-citao, ou distribuio de responsabili-dades nos diversos setores da socieda-

  • Reunio da Diretoria da CNC foi realizada no Rio de Janeiro

    REUNIO DE DIRETORIA

    23CNC NotciasOutubro 2015 n182 23

    de, na qual incluiu tambm esse sistema paraestatal, o qual tem recursos e opera para os trabalhadores em nome dos em-pregadores. Foi feita uma distribuio de possveis participaes. Dentro dessas possveis participaes, o nosso sistema entrou na medida de uma solicitao do governo como que nos chamando res-ponsabilidade que todos ns temos de participar na busca de uma soluo, explicou o presidente da CNC.

    Alinhamento Ainda de acordo com Antonio Oli-

    veira Santos, no dia 22 de setembro o vice presidente da Confederao e de-putado federal, Larcio Oliveira (SD--SE), participou, junto com o consultor da Presidncia da entidade Roberto No-gueira Ferreira, de reunio entre o ento ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e as Confederaes Nacionais, em Braslia. Em pauta, alter-nativas para a proposta do governo.

    Estiveram presentes no encontro, alm da CNC, a Confederao Nacional da In-dstria (CNI), a Confederao da Agricul-tura e Pecuria do Brasil (CNA), a Confe-derao Nacional do Transporte (CNT), o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pe-

    quenas Empresas (Sebrae) e a Confedera-o Nacional das Cooperativas (CNCoop).

    PropostaDurante a reunio da Diretoria, a Con-

    federao decidiu, em resposta proposta do governo federal, que a entidade poder contribuir com a reduo do dficit p-blico programado para 2016 at o limite de R$ 1 bilho, cuja frmula se dar por meio de parceria a ser juridicamente cele-brada entre a CNC e o Ministrio da Edu-cao, no qual o Sistema S do comrcio assumir o compromisso de executar 100 milhes de horas/aula no apoio ao Progra-ma Nacional de Acesso ao Ensino Tcni-co e Emprego (Pronatec) em 2016, que o equivalente operacional do valor a ser re-tirado da proposta oramentria da Unio, segundo o valor hora/aula em vigncia.

    O compromisso proposto limita-se ao exerccio de 2016 1 de janeiro a 31 de dezembro. Os valores seriam aplica-dos especificamente na formao profis-sional, na educao, na parcela que vai nos caber. Pelo menos essa tranquilidade poderemos ter, disse Antonio Oliveira Santos. At o fechamento desta edio, o governo ainda no havia se manifestado sobre a proposta.

  • Clculos para dimensionar proposta do governo

    Temos que ter cuidado ao analisar como ser fei-ta essa engenharia financeira que o governo prope, porque, seno, podemos comprometer a sade finan-ceira de unidades do Sesc e do Senac. Temos que fazer clculos e examinar diversas situaes. O alerta, de Bruno Breithaupt, 2 diretor-secretrio da CNC, foi feito na reunio realizada no Rio.

    Contribuio tem destinao constitucionalJos Evaristo dos Santos, 2 vice-presidente da CNC,

    falou sobre a proposta do governo de realocar os recur-sos do Sistema S advindos da contribuio sindical: perigosssimo para as nossas instituies dispormos de um dinheiro que, constitucionalmente, tem destinao. Devemos negociar naquilo em que temos expertise. O dinheiro no nosso, administrado por ns.

    ECOS DA DIRETORIA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1822424

  • Gesto eficiente de recursos no deve ser penalizada

    Participao responsvel como opo

    Se os recursos so destinados, no podemos, absolutamente, de maneira nenhuma, dar a eles ou-tra destinao. E tambm no podemos penalizar a eficincia. O Estado nos penaliza porque somos efi-cientes na gesto dos recursos, apontou Adelmir San-tana, vice-presidente da Confederao, sobre o desti-no dos recursos da contribuio sindical.

    Talvez ns tenhamos que dar nossa parcela de contribuio, mesmo que saibamos o que acontece com o governo federal. Se ele faz ou no bom uso do dinheiro no a nossa preocupao no momento, destacou Darci Piana, vice-presidente Administrativo da Confederao, sobre oferecer ao governo uma al-ternativa proposta de contribuio.

    ECOS DA DIRETORIA

    25CNC NotciasOutubro 2015 n182 25

  • Maron Emile Abi-Abib

    Trabalho dedicado misso do Sesc

    Com quase cinquenta anos de atuao no Departamento

    Nacional do Sesc doze frente da direo-geral, cargo que ocupou at setembro , Maron Emile Abi-Abib fala

    CNC Notcias sobre sua trajetria e sua viso da entidade

    O senhor tem um longo percurso no Sesc, marcado por uma diversidade de ex-perincias e contextos. Conte-nos um pouco dessa sua trajetria.

    Foram cinco dcadas de atuao inin-terrupta no Sesc. Aps os primeiros trs anos, fui designado para compor a equipe de implantao da Delegacia Executiva do Sesc no Distrito Federal (Decap). Fo-ram 11 anos de total compartilhamento na implantao do Sesc no Distrito Federal, o que me proporcionou uma viso crti-ca do papel e da insero da entidade no contexto dos problemas socioeducacionais do Brasil. Essa vivncia que obtive foi, de fato, a minha grande escola sesquiana.

    Em 1982 fui deslocado para assumir a Delegacia de Rondnia. Posteriormen-te, assisti tecnicamente as Coordenaes das Delegacias da Amaznia; coadju-vei o interventor no Estado de Alagoas; coordenei equipes interdisciplinares do Departamento Nacional (DN) auxilian-do tecnicamente outros regionais. Nesse percurso, desenvolvi uma proposta para gesto de organizaes sociais pautada num sistema de planejamento cujas ferra-mentas de acompanhamento e avaliao, base de dilogos estruturados, induziria a uma permanente reviso crtica da cul-tura organizacional.

    O cerne dessa proposta foi pautado nos valores e princpios da Carta da Paz Social, por vezes esquecidos nas gave-tas e que deve ser o nosso credo ou a nossa razo institucional. Lembrando os ideais da Carta: democracia poltica e econmica; liberdade; felicidade social; e o primado da iniciativa privada.

    De que forma essas experincias in-fluenciaram a sua forma de analisar e perceber o Sesc?

    Ao completar 17 anos na instituio, em 1982, j em Rondnia, me vi num di-lema: estava diante dos desafios prprios de uma delegacia que ainda engatinhava e em meio s minhas prprias crticas re-lacionadas s Diretrizes Gerais de Ao do Sesc, datadas de 1973, j defasadas e no mais correspondendo realidade da entidade. Nesse quadro, elaborei um ar-tigo que denominei A Escassez de Recur-sos Prprios Uma Situao Crnica! que foi objeto de distribuio no evento nacional do Sesc realizado em Caldas Novas (GO) em 1983.

    Embora no tenha sido colocado na pauta do encontro, o artigo foi objeto de reflexo em alguns de seus pontos cen-trais: o que 1,5% de um salrio insu-ficiente, quase irreal, para que se possa defend-lo e torn-lo real? Ou como, com recursos dessa ordem, possvel preten-der a melhoria na qualidade de vida do trabalhador? Como protagonizar o tra-balho educativo do Sesc para alcanar os trabalhadores onde quer que eles estejam? A essas indagaes, hoje, tem-se outro agravante: a maioria das micros, peque-nas e mdias empresas esto sendo isentas da contribuio compulsria s entidades do Sistema S e, paradoxalmente, com os direitos preservados dos seus trabalhado-res de serem por elas assistidos!

    Enfim, essas indagaes sempre me pautaram no meu esforo pessoal de con-tribuir com a entidade. Mas, ainda assim, com a crueldade dessa realidade, as en-

    ENTREVISTA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1822626

  • Maron Emile Abi-Abib

    tidades do Sistema S constituem exem-plos de sucessos no Pas. Constituem um trabalho social das empresas; compem a responsabilidade social das empresas, que, reunidas, podem, fazem, rentabi-lizam e nunca recuaram, apesar da dita escassez dos recursos.

    Podemos identificar no cenrio poltico-econmico atual certo agra-vamento dos aspectos crticos que o levaram a essas reflexes do incio da dcada de 1980. Quais as suas impres-ses a esse respeito?

    Certamente que o tema nos convoca-va, em nossa faculdade de anlise des-sas tendncias, tomada de decises e conduo de medidas de crescimento equilibrado, de modo a aliar prudn-cia, lucidez e obstinao na gesto dos recursos. Mas como j procurvamos mostrar em 1983, fazer o mximo com o mnimo de recursos tem sido uma marca das lideranas em todos os tem-pos. Penso que o cenrio hoje configu-rado tambm nos mobiliza no sentido da advocacia das matrizes filosficas do nosso sistema os temas da coo-perao e da solidariedade, presentes desde a fundao da entidade. Valores que inspiraram a classe empresarial na proposio do Sesc, em sua determina-o de empreender uma ao social sis-temtica com recursos advindos exclu-sivamente de sua atividade econmica. E se no d para fazermos mais, dada escassez de recursos, j fazemos mui-to por sermos modelares. E com nos-sos exemplos de aes sociais sempre

    bem-sucedidas que se assegura o seu efeito multiplicador na sociedade.

    Como sintetizar suas reflexes e as aes renovadoras que caracterizaram sua gesto no Departamento Nacional do Sesc?

    Minha preocupao maior, enfim, foi a de, obstinadamente, contribuir para criar uma comunidade de lderes, pen-sadores crticos, estratgicos e empreen-dedores na ao, assumindo como pre-missa bsica garantir que em todos os agentes responsveis pela conduo do DN esteja patente o compromisso inar-redvel, tantas vezes repetido nos seus Planos Trienais, a exemplo do registrado no perodo 1982-84: ... cabe ao Depar-tamento Nacional conduzir e orientar o Sistema Sesc para que encontre o ca-minho adequado ao momento, de modo comum e harmonizado. Nesse sentido que se diz ser a funo do DN uma fun-o de natureza poltico-normativa. Po-ltica porque trabalhando na sociedade composta por diversos rgos regionais, guardando autonomia operacional e po-deres de carter federativo; normativa porque voltada para a definio de uma conduta delimitada em seus aspectos b-sicos e fundamentais.

    Esse foi o compromisso que me acompanhou diuturnamente na direo-geral do DN, desde que assumi, de maio de 2003 at 30 de setembro de 2015.

    Confira a entrevista na ntegra com Maron Emile Abi-Abib no site da CNC, pelo link http://bit.ly/entrevistacnc

    ENTREVISTA

    27CNC NotciasOutubro 2015 n182 27

  • Insegurana jurdica afeta emprego

    A Cmara Brasileira do Comrcio de Gneros Alimentcios (CBCGAL) reuniu-se na Confederao Nacio-nal do Comrcio de Bens, Servios e Turis-mo (CNC), em Braslia, no dia 8 de outubro, com o objetivo de discutir questes afins, en-tre elas proposies legislativas em anlise no Congresso Nacional e a normativ a de segurana - NR12. Em destaque, a visita do professor Jos Pastore, presidente do Con-selho de Relaes do Trabalho da Fecomr-cio-SP, que analisou consequncias da crise econmica no Pas no mbito trabalhista.

    A reunio foi aberta pelo coordenador, Joo Francisco Micelli, presidente do Sin-digneros-RS, e contou com a participao do vice-presidente da CNC Larcio Oliveira, que falou da modernizao das relaes do trabalho. Como exemplo, ele destacou a MP 678, sobre o Regime Diferenciado de Con-trataes Pblicas (RDC), utilizado na poca da Copa do Mundo, com o objetivo de am-pliar a eficincia nas contrataes pblicas e a competitividade entre os licitantes. Preci-samos unir foras para destravar empecilhos s relaes do empresrio com o trabalha-dor, disse Larcio.

    Conjuntura trabalhista atualO professor Jos Pastore falou sobre a

    conjuntura do trabalho no contexto da lon-ga crise econmica, apresentando danos so-ciais: A indstria destruiu 500 mil empre-

    gos, e a formalizao caiu 2%. Alm disso, houve qued a de 2% na renda mdia e salto abrupt o no desemprego, passando de 6,9% para 8,6%, afirmou.

    Sobre o emprego no setor de comr-cio e servios, ele destacou crescimento at 2014. O problema que de 2014 para c houve um aumento de 1,6 mi-lho na procura por empregos. Nos l-timos seis meses, temos tido reduo de 30 mil a 40 mil empregos por ms. E ao que tudo indica, o trabalho temporrio no fim de ano ter recuo.

    Segundo pesquisa realizada pela CNI/Ibope, 96% da populao acredita que a ex-pectativa de emprego deve piorar; 50% te-mem ficar desempregados; e 41% preferem aceitar reduzir salrio a perder o emprego.

    Para Pastore, os motivos que geram in-segurana para o empregador e/ou inves-tidor seriam: leis obscuras, efeito retroa-tivo, liberdade de interpretao, justia do trabalho e correo do dbito trabalhista. Alm disso, o custo do trabalho no Brasil se mostra muito alto ante os passivos tra-balhistas, disse.

    Contudo, a importncia da produtividade nas negociaes foi destacada. No pode-mos desperdiar esse momento de crise para fazer mudanas trabalhistas, ressaltou. Su-giro o acompanhamento das seguintes aes de 2015: Simples Trabalhista tratado no PL 450/2015; Terceirizao a situao do PLS 30/2015; e a Reduo da Jornada de Traba-lho, tratada na Conveno 158 da OIT.

    Segundo a linha de ideias do professor, o secretrio-geral da CNC, Marcos Arzua, fez sua anlise sobre os movimentos dos em-presrios diante do quadro atual. Toda essa cris e nos oportuniza sair dela muito melho-res, se tivermos conscincia e mobilizao empresarial. Esta casa tem essa funo e esse dever, e o que cabe ao empresrio trabalhar com rapidez e unidade, finalizou Arzua.

    Jos Pastore destaca que leis obscuras geram

    instabilidade no mercado

    Cmara de Gneros Alimentcios analisou, em Braslia, a

    conjuntura trabalhista no contexto econmico atual

    INSTITUCIONAL

    CNC NotciasOutubro 2015 n1822828

  • Os desafios docomrcio eletrnicoNegcios no mundo movimentaram US$ 1,5 trilho no ano

    passado. No Brasil, tm projeo de alta de 15% em 2015

    Os negcios com o comrcio ele-trnico, que neste ano vo cres-cer 15% no Pas, foram o tema da reunio da Cmara Brasileira de Tecnolo-gia da Informao (CBTI) realizada em 9 de outubro, em Braslia. Empresrios e executivos ouviram palestras e deba-teram os desafios do setor em tempos de crise econmica.

    Na palestra de abertura, o presidente do Conselho de Interao e E-commerce da Fecomrcio -SP, Pedro Guasti, falou sobre as vendas no comrcio eletrnico, que no mundo movimentaram US$ 1,5 trilho no ano passado. No Brasil, a esti-mativa de crescimento inicial de 20% em 2015 foi reduzida para 15%.

    A explicao, segundo ele, a perda, em consequncia da crise econmica, do poder de compra da classe C, que nos lti-mos anos somou-se s classes A e B entre os consumidores de comrcio eletrnico.

    Tambm vice-presidente de Relaes Institucionais do Buscap/E-bit, Guasti deu sugestes para enfrentar a crise. Entre elas, rigoroso controle de despesas, muita cautela com investimentos, evitar emprs-timos bancrios, renegociar e buscar no-vos nichos no mercado.

    O presidente da Cisco do Brasil, Ro-drigo Dienstmann, mostrou o potencial de d esenvolvimento dos negcios para o va-rejo, em virtude da conexo cada vez maior de equipamentos internet. Ele comentou os avanos da internet of everything (a in-ternet de todas as coisas).

    Segundo Dienstmann, quando o varejist a pe sensores nas mercadorias do supermercado, fica com a informao em tempo real sobre o que est sendo consumi-do, em quanto tempo e como se comporta o estoque. Com isso, pode planejar suas ope-raes e investimentos, exemplificou.

    O presidente da Associao Brasileira de E-commerce (ABComm) seo Santa Catarina, Cristiano Chaussard, falou sobre o Anteprojeto do Cdigo de Autorregula-mentao do Comrcio Eletrnico, docu-mento que estabelece recomendaes a lo-jistas, consumidores e fornecedores.

    A iniciativa, de acordo com Chaussard, vai mostrar o caminho tico e aumentar a qualidade do mercado de vendas on-line, alm de estabelecer padres de qualidade para os varejistas e atacadistas que nego-ciam na internet.

    Num balano da reunio, o coordena-dor da CBTI, Francisco Saboya, criticou os gargalos para o desenvolvimento tecnol-gico. O principal deles no termos uma poltica nacional de banda larga, o que nos impede de sermos competitivos no mercado mundial. Temos uma internet ruim e cara.

    O secretrio-geral da CNC, Marcos Arzua, falou sobre as aes da CBTI. uma Cmara nova, mas que j alcanou grandes avanos. Suas iniciativas so bem-vindas, porque essa uma das for-mas de a CNC se aproximar ainda mais do setor produtivo que representa. Leia mais em http://migre.me/rNqGY.

    Francisco Saboya criticou os gargalos para o desenvolvimento tecnolgico: Temos internet ruim e cara

    INSTITUCIONAL

    29CNC NotciasOutubro 2015 n182 29

  • Cmara aprova PPEPrograma de Proteo ao Emprego (PPE) foi aprovado na Cmara, e CNC apontou pontos

    prejudiciais ao empresariado

    Enviado ao Senado Federal j como Projeto de Lei de Converso (PLV 18/2015), o Programa de Prote-o ao Emprego (PPE) permite, median-te acordos entre sindicatos e empresas, a reduo da jornada de trabalho e do sal-rio em at 30%. O governo, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), complementar at a metade da reduo de salrio e limita esse complemento a 65% do teto do seguro-desemprego, enquanto perdurar o perodo de reduo temporria da jornada.

    Ao ser aprovado na Cmara, o pare-cer de relatoria do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) passou por mudanas em re-lao ao texto aprovado na Comisso Mis-ta, entre as quais a excluso do Artigo que alteraria a Consolidao das Leis do Tra-balho (CLT), assegurando a prevalncia do negociado sobre o legislado, e garantia de maior segurana aos empresrios, sobretu-do das micros e pequenas empresas.

    Alm disso, a adeso ao PPE foi am-pliada, podendo ser feita at 31 de de-zembro de 2016, e o prazo mximo de permanncia no Programa de 24 meses.

    Participao da CNC Em defesa dos micros e pequenos em-

    presrios, a Confederao Nacional do Co-mrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC) ressaltou, em audincia pblica realizada no Congresso Nacional em 8 de setembro, itens do Projeto de Lei que podem prejudi-car as atividades dos setores de comrcio, servios e turismo, ao permitir a reduo da remunerao e da jornada de trabalho.

    O vice-presidente da CNC Adelmir Santana ponderou o texto: preciso bus-car uma forma de democratiz-lo, para que haja participao de todas as empresas e a adeso de todos os trabalhadores. Para ele, a dificuldade est em como segregar as regras, levando em conta seus setores e a formao sindical. Pode ser fcil para grandes empresas, mas, quando se pensa em um grupo de empresrios de micros e pequenas empresas do comrcio com uma srie de sindicatos, no .

    Na ocasio, o secretrio Executivo da Se-cretaria da Micro e Pequena Empresa, Jos Constantino, tambm argumentou: Os tra-balhadores das micros e pequenas empresas tm direito igual proteo do emprego, mas seus empregadores tm menos acesso aos meios de negociao coletiva direta, disse.

    Para o governo, o Programa de Proteo ao Emprego tem por finalidade auxiliar os trabalhadores na preservao do emprego em momentos de retrao da atividade econmi-ca, favorecer a recuperao econmicofi-nanceira das empresas, sustentar a demanda agregada durante momentos de adversidade, facilitando a recuperao da economia, e es-timular a produtividade do trabalho.

    Segundo o Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, 16 empresas j aderi-ram ao PPE desde a edio da MP, em ju-lho, com um total de 18.744 empregados, sendo a maioria dos setores automobils-tico e metalrgico, o que significa desem-bolso de R$ 64,3 milhes por ms oriundos do FAT.

    A crise no veio apenas para

    alguns setores da economia, lembrou

    Adelmir Santana (ao microfone, dir.)

    INSTITUCIONAL

    CNC NotciasOutubro 2015 n1823030

  • As reivindicaes dos empresrios catarinensesPrincipais entidades empresariais de Santa Catarina

    entregam documento Frente Parlamentar do Estado no

    Congresso e pedem reviso do modelo de gesto do Brasil

    Representantes do Conselho das Fe-deraes Empresariais de Santa Catarina (Cofem), integrado pelas principais entidades do Estado, entregou ao coordenador da Frum Parlamentar Catari-nense, deputado Mauro Mariani (PMDB), o documento Pleitos Empresariais de Santa Catarina, com as principais reivindicaes do setor produtivo. A solenidade foi realiza-da durante caf da manh no Restaurante-Escola Senac do Senado, em 8 de outubro.

    O documento reitera as posies do se-tor privado em relao a temas essenciais que preocupam no s o Estado, mas o Pas, como resumiu o presidente da Feco-mrcio-SC, Bruno Breithaupt. Segundo ele, o Brasil vive um momento de apreen so e, por isso, pedimos que, nas discusses en-tre a sociedade e a classe poltica, como o caso agora, o modelo de gesto do Pas seja revisto.

    Breithaupt, tambm diretor-secretrio da Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC), cri-ticou as medidas do governo federal que elevam os impostos. A carga tributria que suportamos est em quase 40% do Produto Interno Bruno (PIB a soma de todos os servios e bens produzidos), e no cabe mais aument-la. momento de re-ver o tamanho do Estado brasileiro.

    O dirigente apelou para que deputados e senadores, muitos presentes solenidade, lutem contra qualquer confisco de recursos do Sistema S, cujas instituies integrantes investem muito em educao, sade, espor-te e lazer, enfim, em qualidade de vida para os trabalhadores. (Lei mais na pgina 6.)

    O presidente da Federao das Inds-trias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Crte, reforou o apelo, afirmando

    que a presso das entidades j surtiu efei-to, com o governo refluindo de sua proposta inicial de se apropriar de 30% da verba do Sistema S. Em relao ao pretendido au-mento de impostos, disse: Temos uma po-sio muito clara contra qualquer aumento de carga tributria, que j exorbitante.

    O documento resume a posio dos em-presrios em relao a Sistema S, questes trabalhistas em particular, a regulamen-tao da terceirizao e o Programa de Proteo ao Emprego e tributrias, re-gulamentao da economia, infraestrutura, energia e logstica. importante estreitar essa relao e ouvir as preocupaes da-queles que trabalham e ajudam o Pas a se desenvolver, afirmou o deputado Mariani.

    Participaram o encontro o 3 vice-presi-dente da CNC, deputado Larcio Oliveira (SD-SE), o secretrio-geral da entidade, Marcos Arzua, e a subchefe do Gabinete da Presidncia, Cristinalice Oliveira, alm do presidente da Federao das Cmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina, Ivan Tauffer.

    Bruno Breithaupt tambm pediu que deputados e senadores lutem contra qualquer confisco de recursos do Sistema S

    EM FOCO

    31CNC NotciasOutubro 2015 n182 31

  • Acordo Transpacfico pe em xeque o Mercosul

    Confederao defende supresso da norma que impede as

    negociaes bilaterais entre os pases associados e outros mercados como forma de fortalecer pases do bloco

    Uma luz amarela ps em alerta o comrcio exterior brasileiro com a criao do Tratado Transpacfico, o acordo comercial entre Estados Unidos, Japo e outros dez pases. E trouxe para o foco, novamente, o papel do Mercosul e seus reais benefcios para as economias dos pases que o integram, entre eles o Brasil. O presidente da Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC), Antonio Oliveira San-tos, tem manifestado a necessidade de os pases-membros se libertarem das amarras que impedem o bilateralismo, tendo em vista a reconfigurao dos blocos mundiais e a multiplicao de acordos comerciais uma posio que a Confederao vem de-fendendo nos espaos de representao de

    que participa, como o Frum Consultivo Econmico e Social do Mercosul.

    Na avaliao do representante da CNC no Frum, Darci Piana, que tambm vice-presidente Administrativo da Confe-derao, o Mercosul est vivendo uma de suas piores fases. Ele observa que as rela-es comerciais entre os pases vm cain-do nos ltimos anos, e a tendncia persiste, sem que os ajustes necessrios sejam fei-tos. O futuro do Mercosul depender de uma mudana substancial em suas estrutu-ras, avalia Piana. A continuar a atual mo-rosidade, os negcios tendem a diminuir ainda mais, e cada vez ficar mais distante uma verdadeira integrao do Conesul ou da Amrica do Sul.

    O Frum Consultivo Econmico e Social do Mercosul, em que as entida-des empresariais se renem para, em conjunto, apresentar propostas de reco-mendaes, tem discutid o o assunto, e os empresrios defendem a atualizao das normas para permitir um maior dinamis-mo ao mercado comum. Ao perdurar a teimosia de manter as decises em bloco, como prev o Artigo 37 do Protocolo de Ouro Preto, o Brasil e os demais pases perdero, pois no podero fazer novos acordos bilaterais, desperdiando a opor-tunidade de ampliar negcios com outros mercados e ficando presos a acordos ul-trapassados, alerta o vice-presidente da Confederao. preciso uma atitude corajosa por parte do Brasil, completa Darci Piana, manifestando a esperana de que a troca de ofertas entre o Mercosul e a Unio Europeia, que dever ocorrer ainda em 2015, possa dar um alvio s transaes internacionais do Brasil.

    Darci Piana: teimosia de manter decises em bloco

    um desperdcio de oportunidades

    EM FOCO

    CNC NotciasOutubro 2015 n1823232

  • Participantes do encontro em Braslia destacaram os pontos positivos do Projeto de Lei que trata da terceirizao

    EM FOCO

    Terceirizao deve ser plenaSenado Federal realiza audincia para avaliar reflexos do

    Projeto de Lei 30/2015. Vice-presidente da CNC destaca que

    restrio atividade-meio prejudicial a todos os envolvidos

    A Comisso de Assuntos Econmicos (CAE) do Senado Federal realizou audincia pblica no dia 13 de ou-tubro para debater as alteraes legais pro-postas sobre os contratos de terceirizao e as relaes de trabalho deles decorrentes, alm de seus impactos econmicos.

    Participaram do encontro os pro-fessores da Universidade de So Paulo (USP) Jos Pastore e Hlio Zylberstajn, bem como representantes das Confede-raes patronais e das centrais sindicais dos trabalhadores. A Confederao Na-cional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC) participou, represen-tada por seu vice-presidente e deputado federal, Larcio Oliveira. Para o parla-mentar, a terceirizao vai modernizar as relaes de trabalho no Brasil. Esta-mos aqui para mostrar qual a realidade hoje e como vai ficar quando o Projeto for sancionado.

    Durante a Audincia, Larcio desta-cou tambm que a terceirizao tem que ser plena. No pode estar restrita ativi-dade-meio. Acredito no Projeto e que ele

    importante. Est nas mos do Congres-so Nacional.

    Hlio Zylberstajn, professor da Facul-dade de Economia, Administrao e Con-tabilidade da USP, disse que o conceito de precarizao precisa urgentemente ser ultra-passado. Esse argumento de precarizao no deve ser usado. Este debate, sim, o que est precarizado. A terceirizao pode ser muito mais progresso do que retroces-so, apontou.

    O professor Jos Pastore fez uma an-lise entre os direitos contidos na Constitui-o Federal, na Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) e na Smula 331 do Tri-bunal Superior do Trabalho (TST) que versa sobre os contratos de terceirizao trabalhista quando celebrados com entes pblicos e os propostos no PLC/2015. Comparand o todas as garantias j exis-tentes com as propostas no PLC 30, est tudo mantido: frias, abono de frias, fe-riados, aviso prvio, auxlio-doena, etc. Vemos que o que ele (PLC 30/2015) faz introduzir novos direitos, como a respon-sabilidade solidria, por exemplo.

    33CNC NotciasOutubro 2015 n182 33

  • Consultor Econmico da Presidncia da CNC e ex-ministro da Fazenda, Ernane Galvas

    aponta em artigo o que gerou o atual quadro de recesso na economia. E faz a ressalva: a

    melhora pode demorar a acontecer

    A crise fiscal

    A atual crise fiscal , sem dvida, estrutural, e no conjuntural, muito mais causa do que efeito da conjuntura econmica de recesso.

    No caso da crise fiscal, sua essncia consiste no fato de que, persistentemen-te, o governo gasta mais do que arreca-da e no tem disponibilidade de recur-sos para pagar nem mesmo uma parcela mnima dos juros que pesam sobre a crescente dvida pblica.

    A estrutura da administrao pblica rgida e responde pelo desequilbrio fiscal em todos os segmentos da Fede-rao. No h margem para cortes de gastos nas administraes municipais e estaduais, da mesma forma que no se consegue cortar verbas no Oramento da Unio. J se viu que h uma extre-ma resistncia poltica para reduzir o nmero dos Ministrios, das Secreta-rias, das autarquias e seus departamen-tos, conselhos e numerosos quadros de funcionrios.

    facilidade da criao de despesas corresponde a dificuldade de pod-las, haja vista o que est acontecendo na con-juntura presente, em face das dificulda-des de implementao de um ajuste fiscal como o proposto pelo competente minis-tro da Fazenda. A alternativa de elevao da carga tributria, a fim de conseguir um mnimo de supervit para garantir alguns gastos indispensveis no campo da infra-estrutura, d-nos a dimenso e a profundi-dade da crise.

    O desequilbrio fiscal provocou a re-cesso econmica, que est levando queda da arrecadao e ao agravamento da crise. A superao dessas dificuldades pode levar anos, muitos anos.

    O modelo de desenvolvimentoUma das caractersticas principais

    do populismo a prioridade atribuda ao consumo, como proposta do cresci-mento econmico, particularmente por meio de subsdios e incentivos fiscais

    ARTIGOCONJUNTURAECONMICA

    CONJUNTURAECONMICA

    CNC NotciasOutubro 2015 n1823434

  • O desequilbrio fiscal provocou a recesso econmica, que est levando queda da arrecadao e ao agravamento da crise. A superao dessas dificuldades pode levar anos, muitos anos

    Ernane GalvasConsultor Econmico da Presidncia da CNC

    destinados produo de bens de con-sumo populares, inclusive combustveis e energia eltrica. Na mesma direo foi orientada a poltica de distribuio de rendas, como o reajuste de salrio mni-mo e outros benefcios sociais.

    Considerando-se as limitaes da Renda Nacional, evidente que esse favorecimento do consumidor sem que houvesse reduo no ritmo crescente dos gastos pblicos desfalcou os recursos da poupana destinados aos investimentos, que sofreram queda crucial. A queda dos investimentos freou o crescimento do PIB, cuja retrao estimada em 3,0% em 2015, com tendncia a se manter ne-gativa nos prximos anos.

    Todos esses fatos tornaram mais evi-dente o desequilbrio fiscal, com cres-cimento insistente do dficit nominal e, consequentemente, da dvida pblica.

    Paralelamente, o Banco Central fez subir a taxa de juros bsica (Selic), que desastradamente elevou a dvida pblica

    a 64,6% do PIB. Nos ltimos 12 meses at julho, os juros sobre a dvida pblica chegaram a R$ 288,6 bilhes, e o dficit nominal chegou a R$ 282,4 bilhes, em-purrando a dvida pblica para 64,6% do PIB, com tendncia de agravamento.

    Foram esses fatores os principais respon-sveis pela deciso da Agncia Standard & Poors (S&P) que retirou do Brasil o grau de investimento e o selo de bom pagador.

    A lastimvel deciso da S&P poder causar um enorme prejuzo ao Pas, mas tambm poder acelerar uma dramtica mudana de rumo no sentido de promover sensveis cortes nos gastos pblicos e, para-lelamente, a elevao temporria de alguns tributos, como a CSLL sobre os bancos, a Cide sobre os combustveis e a CPMF.

    Esse o caminho que vai promover definitivamente a mudana do modelo de desenvolvimento, como j vem ocorren-do lentamente, para tirar o Brasil da crise. Pode levar alguns anos, mas, obviamente, esse o caminho certo.

    CONJUNTURAECONMICA

    35CNC NotciasOutubro 2015 n182 35

  • Recuo no nvel de consumo

    3,7%O componente que mede o nvel de consumo atual est em 57,7 pontos, registrando recuos de 3,7% em relao a setembro e 43,3% em comparao com o mesmo perodo do ano passado

    PESQUISAS NACIONAIS CNC

    Fonte: CNC

    Consumo cada vezmenor entre famliasPesquisa da CNC mostra que o elevado custo do crdito e

    o alto nvel de endividamento permanecem como principais motivadores do enfraquecimento na inteno de compras a prazo

    A Inteno de Consumo das Famlias (ICF) caiu, em outubro, pela nona vez consecutiva neste ano. A que-da foi de 1,8% ante setembro e de 35,5% em relao ao mesmo ms de 2014. Como tem acontecido nos ltimos 12 meses, trs fatores foram determinantes para a piora das expectativas: inflao em alta, fra-ca atividade econmica com influncia cada vez maior no mercado de trabalho e aumento da incerteza poltica.

    Esse resultado compatvel com a queda no consumo constatada na Pesquisa Men-sal de Comrcio, do IBGE. O levantamen-to mostrou que as vendas do varejo apre-sentaram, em agosto, na comparao com julho, queda de 0,9% maior queda para o ms desde 2000. No ano, a queda acumu-lada de 3%.

    A ICF atingiu 78,4 pontos. Nvel menor que 100 pontos nesta pesquisa da Confe-derao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC) significa que o ndice continua abaixo da zona de indife-

    rena, indicando uma percepo de insatis-fao com a situao atual, como explica Juliana Serapio da Silva, da Diviso Eco-nmica da entidade.

    A pesquisa composta por sete itens. Quatro deles Emprego Atual, Renda Atual, Compra a Prazo e Nvel de Consumo Atual comparam a expectativa do consumidor em relao a igual perodo do ano anterior. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os seis me-ses seguintes, expectativas de consumo para os trs meses seguintes e avaliao do momento atual quanto aquisio de bens durveis.

    Na anlise do item da sondagem sobre o mercado de trabalho, a economista cons-tatou que a insegurana em relao ao em-prego deve-se queda progressiva das va-gas disponveis. O componente Emprego Atual registrou quedas de 0,8% em relao ao ms anterior e 20,3% na comparao com outubro do ano passado. O percentual de famlias que se sentem mais seguras em

    CNC NotciasOutubro 2015 n1823636

  • PESQUISAS NACIONAIS CNC

    relao ao Emprego Atual quesito que vem diminuindo a cada ms e que no ms anterior estava em 31,9% de 31,1%.

    Juliana chama a ateno para a velocidade na