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13593 CNPT 1996 2.ed. Jiana Maria Guarienti L-13593 1 índustríol ulidade de T ÁL Qualidade industrial de trigo 196 FL-13593 II IID IV II [tIIIJII IIHIIO IIU HI I! I=- pa

CNPTDOC.2796

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  • 13593 CNPT 1996 2.ed. Jiana Maria Guarienti L-13593 1

    ndustrol ulidade de T

    L

    Qualidade industrial de trigo 196 FL-13593

    II IID IV II [tIIIJII IIHIIO IIU HI I! I=- pa

  • Edpa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Centro Nacional de Pesquisa de Trgo Ministrio da Agricultura e do Abastecimento

    Qualidade Industrial ele Trigo

    2 8 Edio

    Passo Fundo, RS

    1996

  • EMBRAPA-CNPT. Documentos, 27

    Exemplares desta publicao poder ser solicitados :

    EMBRAPA-CNPT 81? 285, km 174 Telefone: (054) 311-3444 Telex: 0545319 Fax: (054) 311-3617 Caixa Postal 569 9900 1-970 Passo Fundo, RS

    Tiragem: 2000 exemplares

    Comit de Publicaes 1993 Edar Peixoto Comes - Presidente Ariano Moraes Prestes Joo Carlos lgnaczak L eMa Maria Costamilan Leo de Jesus Antunes DeI Duca Ram o/do Alberto Kochhann

    1996 Edar Peixoto Comes - Presidente De/mar Pt5ttker L eMa Maria Costamilan Leo de Jesus Antunes DeI Duca Rainoldo Alberto Kochhann Wa/esca lruzun Linhares

    Tratamento Editorial: Ftima M. De Marchi Referncia Bib/iogr fica: Maria Regmna Martmns Capa e desenhos: Liciane Duda Bonatto

    GUAR/ENTI, E.M. Qualidade industrial de trigo. 2ed. Passo Fundo: EMBRAPA-CNPT, 1996. 36p. (EMBRAPA-CNPT. Documentos, 27)

    Trigo; Qualidade industrial;

    CDD 633.111

    CEMBRAPA-CNPT 1996

  • APRESENTA O Vrios desafios foram vencidos pela pesquisa tritcola do

    BrasiL A adaptao da cultura de trigo s diversas regies produtoras foi um deles. Atingiu-se a elevao da produtividade a ndices competitivos com os obtidos por outros palses produtores. O ltimo desafio superado, um dos mais importantes, foi o de desenvolver cultivares com potencial gentico para a produo de trigo com qualidade industrial igual ou superior dos trigos importados.

    A produo de trigo de elevada qualidade industrial, principalmente para panificao, depende tambm de outros fatores. Baixas temperaturas no perodo de maturao de trigo favorecem a quebra de dormncia, a qual, combinada com chuvas excessivas, favorece o incio da germina o dos gros, reduzindo a qualidade destes. O plantio de trigo de acordo com o Zoneamento Agroclimtico pode auxiliar na reduo desses riscos. O recebimento de gros com qualidade superior, separadamente daqueles gros que sofreram por condies adversas no final do ciclo ou de cultivares no superiores, contribui/garante maior retorno econmico. A limpeza e a desinfeo de armazns tambm podem melhorar essa qualidade e garantir valores compensatrio na comercializao.

    Esta publicao, dirigida principalmente a produtores, armazenado res, comerciantes, agentes de crdito, indstririos e consumidores em geral, rene informaes e detalhes da legislao especifica sobre qualidade industrial do trigo brasileiro estabelecidos na PORTARIA N 167, de 29 de julho de 1994 (Norma de Identidade, Qualidade e Apresentao do Trigo) e na PORTARIA N 354. de 18 de julho de 1996 (Norma Tcnica referente farinha de trigo). Tambm define os conceitos de qualidade, a tipificao do trigo brasileiro e os testes recomendados para avaliao de qualidade pelos laboratrios credencia dos.

    Nossa expectativa de que os senhores usurios desta informao possam desfrutar de forma privilegiada desse conhecimento e que isso contribua para que o trigo brasileiro mantenha qualidade industrial compativel com o potencial gentico das cultivares geradas pela pesquisa.

    Benami Bacaltchuk Chefe da Embrapa-Trigo

  • SUMRIO

    1 Introduo. 7

    2 Legislao sobre trigo e sobre farinha ........................................8

    3 Conceitos de qualidade de trigo ..............................................11

    4 Testes usados para a avaliao da qualidade industrial de trigo... 12

    4.1 Testes fsico-qumicos ... . ... . .............................................. 12

    4.2 Testes reolgicos ............................................................26

    5 Referncias bibliogrficas .......................................................33

  • Qualidade Industrial de Trigo

    Eliana Maria Guarienti'

    1 Introduo.

    Todos os prdcitos aliinntares, sejam de origm veetl, animal, sinttica ou mineral, apresentam sua qualidade condicionada '

    'qualidade da matria-primCque/hesdeu"orlcern Dess modo, no se

    pode esperar que ocorram nii/igres '- no 'processamento industrial de

    forma a obter, a partir de matriasLprimas desqualificadas, produtos de

    -alto padrti A. qualidade de uma'iatriaprim'a est relacionada com a sanidade, com ;- o ' valor nutritivo;atom s cara cterlsticas

    organolpticas, com o estado de conservao, com a uniformidade de

    apresentao e com a adequao ao processamento industrial a que

    se destina (aptido industrial). Ao contrrio de muitas: agroindstrias, a indstri 'de trigo

    responsvel pela, fabricao de, uma gama de produtos. O, trigo, ao

    passar, pela unidade moageira, transformado nos produtos farinha,

    farelo e qrmen. Estes, por sua vez, so considerados matrias-primas;

    das indstrias de produtos finais. . Dessa forma, a farinha utilizada9

    na fabricao -,de . pes, de massas e de biscoitos, participa de

    formulaes industriais de outros tipos de alimentos, emprega dana,

    fabricaco de cola e possui inmeros usos domsticos. O farelo ;

    empregado como ingrediente nas fbricas de raes para animais,

    Enga. -Agra., M. Sc., EMBRA PA-Centro Nacional de Pesquisa de Trigo (CNPT), Caixa Postal 569, CEP 9900 1-970 Passo Fundo, RS.

    7

  • utilizado como complemento vitaminico e fornecedor de fibras em

    alimentos dietticos e em cereais matinais. O grmen de trigo

    consumido em grande pane pela indstria farmacutica, onde so

    extraidos o leo e um rico complexo vitamnico; tambm utilizado

    em fbricas de raes para animais e como complemento diettico.

    De todos os produtos ou matrias-primas derivados de trigo,

    os produtos feitos com farinha so colocados em posio de

    destaque por serem um dos principais alimentos da dieta bsica do

    brasileiro..

    Este trabalho constitui uma reviso bibiogr fica e tem como

    ob/etivo levar ao conhecimento das pessoas interessadas algumas

    noes sobre a qualidade industrial de trigo, enfocando,

    principalmente, os diferentes testes de laboratrio que podem - ser

    utilizados na avaliao dessa importante matria-prima.

    2 Legislao sobre trigo e sobre farinha

    Do ponto de vista legal, est em vigor (setembro; 1996) a PORTARIA N 167, de 29 de julho de 1994, publiSda no Dirio Oficial da Unio em 03 de agosto de 1994, que constitui a Norn de

    Ide,tidade, Qualidade, Embalagem e Apresentao do Trigo (Brasil, 1994): Na referida legislao o trigo pode ser classificado em trs tipos e quatro classes.

    O trqo ser classificado obrigatoriamente em TIPO; nprsso

    em algarismos de 1 a3 e definido em funo dos limites rriximos de

    umidade, de matrias estranhas e impurezas e de gros danificados e

  • em funo do fim/te mnimo do pso do hectolitro, conforme indicado

    na Tabela 1.

    Tabela 1. Limites de tolerncia para o enquadramento em Tipo de trigo

    Gros danificados Peso do Matrias Pelo calor, Chochos Por insetos

    Umidade hectolitro estranhas e mofados e triguilhos e e/ou outras Mximo Mnimo impurezas ardidos quebrados pragas,

    Tipos () (kg/Hl) Mximo Mximo Mximo germinados e (%) (%) (%) esverdeados

    Mximo

    13,0 78 1,00 0.50 1,50 1,0

    2 13,0 75 1,50 1,00 2.50 1,5

    3 13.0 72 2,00 2.00 5,00 2,0

    O lote que no atender os limites de tolerncia para o tipo 3

    ser classificado como abaixo do padro.

    Ser facultado ao interessado exigir do rgo Oficial de Classificao a determinao da classe de trigo, desde que seja

    tposs/vel sua identificao no armazm. Quando houver essa

    possibilidad; a classificao ser feita com base em amostras

    coletadas de clulas ou septoS que contenham cultivares da mesma

    classe (EMA TER/EMBRAPA, 1995). O trigo 'pode ser classificado como melhorador, superior,

    intermedirio ou comum, em funo dos parmetros estabilidade (da farinogra fia) e fora geral do glten (da alveogra fia) e do ndice de queda (Hagberg Falling Number), conforme indicado na Tabela 2.

  • Tbela 2. Limites de tolerncia para o enquadramento em Classe de trigo -

    Farinogra fia Alveogra fia ndice de queda Classes Esta bilidade W Mnimo

    Mnima Mnimo (segundos) (minutos) (1flJ)

    Mcm orador 14 280 200

    Superior 5 200 200

    Intermedirio 3 140 200

    Comum Quando no se enquadrar em nenhuma das classes acima

    Segundo a Portaria n 354, de 18 de julho de 1996, que aprova a Norma Tcnica referente farinha de trigo, verifica-se que,

    - atualmente (setembro de 1996), esta pode ser classificda de acrdo com seu uso em:

    Ta) Farinha de uso domstico

    1) Farinha de trigo integral: obtida a partir. do cereal limpo e com teor mximo de cinzas de 2,0 % na base seca.

    2) Farinha de trigo especial ou de primeira: obtida a partir do cereal limpo, des germinado com teor mximo de cinzas de 0,65, % na

    base secar 98% do produto dever passar atravs de peneira com

    abertura de mama de 250 um.

    3) Frinha de trigo comum: obtida a partir do cereal limpo, desgerminado com teor de cinzas entre 0,66 e 1,35 % na base seca;

    98 % do produto dever passar atravs de peneira com abertura de

    malha de 250pm.

    10

  • b) Farinha de uso industrial

    1) Farinha de trigo integra!: obtida a partir do cereal limpo e com teor mximo de cinzas de 2,5 % na base seca, devendo obedecer

    aos requisitos especficos para cada segmento de aplicao.

    2) Farinha de trigo: obtida a partir do cereal limpo, desgerminado com teor mximo de cinzas de 1,35 % na base seca,

    devendo obedecer aos requisitos especficos para cada segmento de

    aplicao; 98 % do produto dever passar atravs de peneira com

    abertura de mama de 250 pm.

    3 Conceitos de qualidade de trigo

    Schroeder (s. d.) apresenta conceitos relativos de qualidade e, portanto, dependentes do segmento social que a avalia. Dessa forma,

    para o triticultor, o trigo de qualidade superior aquele que possui

    boas caractersticas agronmicis, como resistncia a doenas e

    pragas, alto potencial de produo e elevado peso do hectolitro. Para

    o moa geiro, a qualidade significa matria-prima uniforme em tamanho e forma, alto peso especfico, alto rendimento em farinha e baixos

    teores de . cinzas, colorao desejvel do produto final e baixo consumo de energia eltrica durante o processamento industrial. J

    para o panificador, a farinha de boa qualidade deve possuir alta

    capacidade de absoro de gua, boa tolerncia ao amassamef7tO,

    glten de fora mdia a forte, bem balanceado e alta percentagem de protena; fatores esses qu determinam a alta potencialidade de

    produzir po com boas caractersticas. Para o consumidor, o trigo de boa qualidade aquele capaz de produzir pes de grande volume, com

    texturas interna e externa adequadas, boa cor e alto valor nutritivo. 11

  • A qualidade de trigo tambm pode ser definida como o

    resultado da interao do potencial gentico da cultivar e dos efeitos

    das condies de solo e de clima, da incidncia de pragas e doenas,

    do manejo da cultura, bem como nas operaes de colheita, de secagem e de armazenamento. A moagem e a industrializao

    (escolha dos tipos de equipamentos industriais, dos mtodos de elaborao dos produtos finais, dos tipos de produtos a serem fabricados, do tempo de prateleira etc.) influem sobremaneira na expresso de qualidade industrial, classificando esse cereal como de

    baixa, de mdia ou de alta qualidade.

    4 Testes usados para a avalao da qualidade industrial de trigo

    A aptido dos trigos para os diferentes usos industriais

    determinada por vrias caractersticas dos gros e da farinha,

    dependentes tanto das condies ambien tais (clima, solo, prticas culturais e outras) como, tambm, do gentipo (Bequette 1989).

    Atravs de testes bioquimicos, como eletro forese de gliadinas

    e gluteninas e PCR (Polyrnerase Chain Reaction), possvel a avaliao con fivel na seleo de gentipos com superior qualidade.

    No! 9ntanto, comumente so empregados testes fsico-qumicos e

    reolgicos na anlise da qualidade de trigo.

    4:1 Testes fsico-qumicos

    4. 1. 1 Peso do Hectolitro (PH) - a massa de. cem litros de

    trigo, expressa em quilogramas. medida tradicional, de (~comercializao em vrios pases e expressa indiretamente atributos

    de qualidade: dos gros, em especial aqueles relacionados com a

    12

  • moagem. Na determinao do peso do hectolitro, esto associadas

    vrias caractersticas do gro, como a forma, a textura do tegumento,

    o tamanho, o peso e as caractersticas extrnsecas ao material, como

    a presena de palha, de terra e de outras matrias estranhas. As

    caractersticas inerentes do gro acima citadas podem ser utilizadas

    na seleo do material gentico de forma a atingir valores mais

    elevados de PH, o que, conseqentemente, valorizar o preo do

    produto. Na Tabela 3, encontra-se a classificao da qualidade do

    gro segundo valores de peso do hectolitro. 0 fato de um trigo

    apresentar maior valor de P1-! no indica que apresente melhor

    qualidade; somente ser significativa esta relao quando se compara

    a mesmi variedade com valores de P1-! bem diferenciacos como, por

    exemplo. 68 kg/hl e 80 kg/hl (She/lengerger 1980). Valores muit baixos !de

    P1-! podem indicar ocorrncia de problemas na lavoura que

    tenham afetado o enchimento do gro e sua qualidade:

    Tabela 3. Classificao da qualidade do gro segundo. valores de peso do hectolitro

    Classificao Peso do hectolitro (kg/Hl)

    Extrapesado 84

    Muito pesado 80- 83

    Pesado 76 - 79

    Mdio 72,75

    Leve 68-71

    Muito leve 64- 67

    Extraleve 60 -63

    Fonte: Williams et alli (1988).

    13

  • 4.1.2 Peso de mil gros (PMG) - O peso de mil gros uma medida que apresenta fone controle gentico, mas tambm afetado

    pelas condies de temperatura, de luminosidade e de umidade

    durante a fase de maturao no campo (Macflitchie 1980). Na Tabela 4, verifica-se a classificao do peso de mil gros. Gros de tamanho

    excessivo no so deseja dos pela indstria, pois podem provocar problemas nos equipamentos de limpeza e de moagem. Por outro lado,

    gros muito pequenos tambm no so almejados, pois podem passar pelas peneiras de limpeza e trazer perdas na produo de farinhas pela

    diminuio da quantidade de trigo moda Posner (s. d.) realizou intenso estudo sobre a influncia do tamanho do gro no processo de

    moagem e nas propriedades reolgicas da farinha de trigo. A diferena

    entre o tamanho dos gros exerce influncia na quantidade de gua

    absorvida, assim como no tempo de condicionamento que antecede

    moagem. Dessa forma, gros pequenos absorvem maior quantidade de

    gua e necessitam de tempo de condicionamento superior aos gros

    de tamanho grande. Quando, por ocasio da moagem, no for -feita

    uma classificao prvia do trigo por tamanho de gro, pode-se

    observar, com freqncia, a distribuio desuniforme da umidade na

    massa de gros, o que traz reflexos no rendimento de farinh. - Com

    relao qualidade da farinha, Posner concluiu que existe correlao

    positiva entre o tamanho do gro e a quantidade de smola produzida,

    e que a farinha resultante de gros grandes apresenta maior absoro

    de gua e maior tempo de desenvolvimento (pela farinogra fia) que a farinha resultante de gros pequenos. Mas esta ltima, por sua vez,

    apresenta melhor tolerncia mistura e maior estabilidade (pela farinogra fia) do que a primeira. De acordo com o exposto, aconselha-se aos memoristas que selecionem gros de tamanho mdio e que,

    14

  • nos moinhos, seja feita a separao dos gros usando mesas densimtricas e/ou classificadores, objetivando a utilizao de gros de tamanho uniforme em cada partida moda, o que pode facilitar a

    moagem e trazer benefcios econmicos resultantes do melhor

    aproveitamento da matria-prima.

    Tabela 4. Classificao da qualidade do gro segundo valores de peso de mil gros

    Classifica o Peso de mil gros (g)

    Muito pequeno 15 - 25

    Pequeno ,26 - 35

    Mdio 36-45

    Grande 46 - 54

    Muito grande 55

    Fonte: Williams et ali (1988).

    , 4.1.3. Dureza de gros - A dureza de gros pode sr definida

    como, a dificuldade - de desintegra o do gro quando sobre eles

    exercida uma presso (Simmonds 1974). Usualmente, o trigo classificado como hard (duro) ou soft (mole). A

    .

    caracterstica de

    dureza de gros tem forte controle gentico, mas tambm afetada

    por fatores ambien tais, como o solo (nveis de nitrognio e de fsforo), a capacidade de reteno de gua, a poca de cultivo etc. A dureza

    de gros ' freqentemente associada sua vitrosidade, sendo que,

    em linguagem comum, o trigo vitroso considerado como trigo duro.

    A vitrosidade "um estado" que o trigo pode adquirir quando

    submetido a condies de alta quantidade de nitrognio e de alta

  • temperatura durante a fase de maturao dos gros e independe de o

    trigo ser mole ou duro. A principal diferena entre o trigo duro e o

    trigo vitroso consiste no grau de interao entre os componentes

    qumicos do gro (Pomeranz & Williams 1990). Fortes liga es moleculares dificultam a ruptura do gro verdade iramente duro,

    enquanto gros apenas vitrosos podem ser rompidos com relativa

    facilidade, sob presso. A aparncia translcida do gro vitroso

    resultado do ndice de refrao da luz, influenciado por figa o do tipo

    pontes de hidrognio.

    Outra cara cterstica freqentemente confundida em nosso

    meio a textura. A textura o arranjo de constituintes do gro. como protenas e amido e seu grau de interao molecular, conferindo as

    caracteristicas de dureza e maciez do gro. Dessa forma, o termo

    textura deve ser utilizado para designar os diferentes graus rde dureza

    d gro (Pomeranz & Williams 1990). A dureza de gros uma caracterstica muito importante para

    as indstrias moageiras e de produtos finais. Na moagem, os trigos

    durs e moles devem ser submetidos a diferefltei formas de condicionamento, pois trigos moles absorvem gua m velocidade

    superior dos trigos duros, devido estrutura mais aberta das

    camadas da casca e do endosperma. Em trigos moles; pode-se ier um

    cohdicionamento de 15 a 18 horas, enquanto o trigo duro pde levar

    at 48 horas nessa fase. Na moagem, o trigo duro requer nialor

    presso dos cilindros, e o gasto de energia eltrica superior; no

    entantdYa farinha produzida poder ser facilmente separada do farelo.

    Tambm' obtm-se partculas de farinha mais pesadas, ocupndo

    rhnor esj.ido nas embalagens. O trigo mole, tpor sua vez; pioduz

    16

  • partculas de farinha mais leves, dificultando os processos de

    peneira gem e de embalagem.

    Do ponto de vista qumico, os trigos duros originam farinhas

    com alto poder de absoro de gua (desejvel para a panificao) e com tSr de protena superior ao do trigo mole. Dessa forma, os trigos

    duros so mais indicadas para a fabricao de pes e macarro, e os

    trigos moles, para bolachas e bolos.

    Existem vrias formas de interpretao dos testes de dureza,

    sendo elas dependentes do mtodo de anlise empregado. Na Tabela

    5, apresentam-se algumas interpretaes de testes de dureza.

    Tabela S. Classificao da textura de gros segundo os testes Particle Size Index (P51). Near Infrared Reflectance Spectroscopy (NIR) e Barley Pearler (BP)

    Textura do gro P51 (%)

    NIR (%)

    BP (%)

    Extraduro ~8 s~28 25, 29

    Muito duro 9-13 29-39 30-40

    Duro 74-18 40-48 41-50

    Semiduro 19-22 49-56 51-60

    Semi-mole 23-27 57-64 51 -60

    Mole 28-32 65-72 61-70

    Muito mole 33-36 73-78 271

    Extra-mole > 37 > 78

    Fonte:. Williams et alli (1988).

    4. 1.4 Protenas As protenas de trigo esto divididas em

    dois grupos: as protenas no formadoras de glten, como as

    albuminas e as globulinas, e as protenas formadoras de glten, como

    FS4

  • as gliadinas, as gluteninas e o resduo protico (Finney et affl 1987). Glten o nome genrico dado ao conjunto de protenas insolveis do trigo que possuem a capacidade de formar massa, ou se/a, quando

    so misturadas farinha de trigo e gua pode-se observar a formao

    de uma massa constituda da rede protica do glten ligado aos

    grnulos de amida O glten, em panificao, retm o gs carbnico

    produzido durante o processo fermentativo e faz com que o po

    aumente de volume.

    Uma farinha de trigo forte possui, em geral, maior capacidade

    de reteno de gs carbnico. Uma farinha fraca, por sua vez,

    apresenta deficincia nessa caracterstica (Kent 1983). A expresso "fora de uma farinha" normalmente utilizada

    para desinar a maior ou menor capacidade de uma farinha de sofrer

    um tratamento mecnico ao ser misturada com gua. Tambm

    associada maior ou menor capacidade de absoro de gua pelas

    protenas formadoras de glten, combinadas capacidade de reteno

    do gs carbnico, resultando num bom produto final de panificao,

    ou seja, po de bom volume, de textura interna sedosa e de granulometria aberta (Tipples 1982).

    Para a avaliao da qualidade de trigo, torna-se necessrio

    verificar os potenciais qualitativo e quantitativo das protenas.

    A qualidade da protena medida por mtodos qumicos,

    bio qumicos e reolgicos. Como mtodos qumicos comumente

    utilizados, citam-se os testes de sedimentao de Zelnye de Sulfato

    Dodecil de Sdio, que sero descritos posteriomente. A eletro forese

    de gliadinas e gluteninas e a PCR (Polymerase Chain Reaction) so os principais testes bio qumicos empregados pela pesquisa na seleo de

    vriedadeiom bandas de boa qualidade de protenas. Os mtodos de

  • avaliao da reologia da farinha (termo utilizado para designar o estudo do comportamento de uma massa) requerem o uso de equipamentos especialmente desenvolvidos para esse fim, como o

    alvegrafo de Chopin, o faringrafo e o mixgrafo, entre outros j em desuso. Esses mtodos sero descritos com mais detalhes

    posteriormente.

    A avaliao quantitativa de protenas pode ser feita por vrios

    mtodos, sendo o mtodo padro de Macro Kjeldahl e o NIR (Near Infra red Refiectance) os mais utilizados.

    Na Tabela 6, apresentada a classificao da qualidade de

    trigo com base no teor de protenas.

    O contedo de protena do gro afetada principalmente pelo

    local de plantio, pelas condies climticas (chuva e temperatura durante a fase de maturao do gro), pelas prticas culturais (rotao de cultura, aduba a nitrogenada), pelas doenas, pelas pragas e, tambm, pelo gentipo (De Pauw & Tpwnley-Smith 1988).

    Tabela 6. Classificao da qualidade do gro segunda o tear de protenas.

    Teor de protena Classificao (% base seca) Mito baixa 25~ 9,0

    Baix 9.1 - 11,5 Mdia 11,6- 13,5 Alta 13,6- 15,5

    Muito alta 15,6- 17,5 Extra-alta 2- 17,6

    Fonte: Williams et alli (1988)

    19

  • Para a fabricao dos diversos tipos de produto, devem-se

    avaliar a combinao da qualidade e a quantidade de protena presente

    no trigo.

    Muitas vezes uma variedade de trigo apresenta alta

    quantidade de protena, mas esta de baixa qualidade (baixa fora), o que pode expressar baixo potencial de panificao. 0 contrrio

    tambm pode ser verificado, ou seja, baixa quantidade de protena mas de alta qualidade, e, neste caso, o potencial de panificao pode

    ser reduzido em funo da presena de menor teor protico (Shepherd 1988).

    Para a fabricao de po francs, o teor de protena ideal

    situa-se na faixa de 10,5 a 13.0 %, calculado em base seca; para po

    de forma (tipo sanduche), de 11,5 a 14,5 %; para bolachas tipo rackers, de 8,5 a 10,5 %; para os demais tipos de bolachas, d 7,5

    a 9.0 %; para bolos, de 5 a 7,5 %; para extrao de glten vital, de

    14 a 17 %; para massas curtas, de 8,5 a 10,5 % (Schiller..1984). Em muitos casos, os labratrios de controle de qualidade

    adotam a a valia o da quantidade de glten como critrio de seleo

    de matrias-primas (Redman & Burbridge 1991). A AACC (American Association of Cereal Chemistry) aprovou o mtodo de lavagem manual de glten e a mquina de lavagem de glten Theby (Ertel-Werk, Munique, Alemanha) como mtodos oficiais. A ICC (International Associa tion of Cereal Chemistry) aprovou o uso de lavador de glten automtico Glutomatic como mtodo padro

    (Greena way & Watson 1975). Por esses mtodos, podem-se calcular

    20

  • o percentual de glten mido, seco, e o ndice de glten, que a

    relao entre o glten seco e o glten total da amostra.

    4. 1.5 Cinzas ou resduo mineral fixo - Cinza o resduo

    resultante da queima de matria orgnica, sendo, no caso de trigo,

    constituda por fos fatos e sulfatos de potssio, por clcio e por

    magnsio. A maior concentrao desses minerais situa-se na parte

    externa do gro, no farelo; dai conclui-se que, quanto maior a

    quantidade ou a contaminao de farelo na farinha, maior ser o teor

    de cinzas resultante (Hoseney 1986). Em geral, associa-se o teste de teor de cinzas aos testes de moagem experimental e aopeso do

    hectolitro para a avaliao do potencial de moa gem de uma cultivar.

    Ao nvel de indstria, o contedo de cinzas utilizado para o clculo

    da curva de cinzas, que mede a eficincia do processo de moagem

    (Bar 1989). O teor de cinzas do gro varia de 1,4 a 2,2 %, calculado com base em 14 % de umidade. O teor de cinzas da farinha comercial

    utilizado como um dos parmetros de tipificao pela atual

    legislao (ver item .2, Legislao sobre trigo,, sobre farinha e sobre produtos finais).

    4. 16. Moagem experimental - A operao de moagem de

    trigo 'tem por finalidades a separao do endosperma do gro das

    pores externas constitudas pela casca e grmen, a triturao e a

    pulverizao do endosperma em partculas de granulometria varivel,

    que sr chamada de farinha de smola ou de semolina de trigo.

    A moagem experimental, feita em laboratrio, utiliza

    equipamentos que reproduzem, em pane, o processo industrial. A

    21

  • avaliao do potencial de moagem de uma cultivar deve ser executada

    pela anlise conjunta dos percentuais de cinzas, de extrao de farinha e de valor do peso do hectolitro. Devem-se considerar ainda a

    textura do gro e o tipo de equipamento de moagem utilizada Na

    Tabela 7, apresentada a classificao do potencial de moagem de

    acordo com os dois principais tipos de equipamentos experimentais

    utilizados.

    Em gros de textura dura, observa-se melhor potencial de

    moagem, comparado ao dos gros suaves. Com relao ao peso do

    hectolitro, muitos estudos foram executados com a finalidade de

    correlacionar o potencial de moagem e o valor do PH. Desses estudos

    resultou a constatao de que, para valores muito baixos de P1-?,

    indicando problemas na lavoura que afetaram o enchimento de gros,

    o potencial de moagem ser reduzido.

    Tabela 7. Classificao do potencial de moagem segundo o uso dos moinhos Buhler e Quadrumat e os teores de cinzas esperados em cada faixa de extrao

    Extrao (%) Classificao Buhler Quadrumat Cinzas (%) Excelente 75 - 78 72 0,42 - 0,45

    Muito bom 72- 74 69- 71 0,45-0,48

    Bom 69-71 66-68 0,49-0,51

    Regular. 66-68 63-65 0,51-0,55

    Baixo 63-65 60-62 0,56-0,59

    Muito baixo ~62 59 20,60

    Fonte: . Williams et alli (1988)

    22

  • 4. 1. 7 Nmero de Queda ou Hagberg Failing Number - O

    teste de Failing Number tem por fina/idade verificar a atividade da

    enzima alfa-amilase do gro, a fim de detectar danos causados pela

    germinao na espiga (Perten 1964). O mtodo foi aprovado pelo ICC (International Association of Cereal Chemistry) atravs da norma n 107.

    A ocorrncia de chuvas por ocasio da colheita pode levar

    uma cultivar de trigo a iniciar o processo germina tivo, que traz como

    conseqncia a deteriorao do gro em nveis que podem

    comprometer sua utilizao industrial (Moss et alii 1972). Com o inicio da germinao, ocorre um incremento na

    atividade das enzimas alfa- e beta-amilases (Lorenz & Wolt 1981). Esse acrscimo de produo da alfa-amilase provoca a sacarificao

    das molculas de amido durante o processo de fabricao de po,

    resultando em pes com textura interna pegajosa e mida (Perten 1967). Por outro lado, a baixa atividade da enzima alfa-amilase afeta negativamente a panificao, resultando em produto final com textura

    interna seca e quebradia. Na Tabela 8, apresentada a classificao

    da q a/idade do gro de acordo com os valores de Failing Number.

    A baixa atividade enzimtica no constitui um problema de

    lifcil soluo. Em geral, os reforadores ou melhoradores utilizados

    em panificao apresentam, em sua formulao, enzimas alfa-

    amilsicas fngicas, que tm por finalidade a correo dessa

    deficincia na farinha. J a alta atividade enzimtica do gro s pode

    ser corrigida pela mescla de trigo ou de farinha complementares, em

    23

  • propores que devem ser estudadas preliminarm ente, visando

    "diluio" do excesso de alfa-amilase.

    Tabela 8. Classificao da qualidade de gros de acordo com os valores de Failing Number

    Failing Number Classificao (segundos)

    Alta atividade enzimtica ~5 200

    Atividade enzimtica ideal 207 - 350

    Baixa atividade enzimtica > 351

    Fonte: Perten. (1964).

    4. 1.8 Teste de Sedimentao de Zeleny- O teste de Zeleny

    estima o potencIal de panificao (fora de glten) de uma cultivar: O mtodo baseado na capacidade de embebio de ga da protenas

    formadoras de glten, quando submetidas parcial por

    soluo diluda de cido ltico.

    Q valores de sedimentao so influenciados pela

    quantidade e pela qualidade do glten. Dessa forma, todos os fatores

    que influenciam a quantidade e qualidade do glten (fatores genticos e ambien tais) refletir-se-o no resultado do teste. Uma das formas de contornar esse problema consiste no clculo da sdimentao

    especifica, ndice de sedimentao, que a relao entre o valor de

    sedimentao e o teor de protena com base em 14 %. de umidade

    (Zeleny 1947). Na Tabela 9, apresentada a classificao ,da qualidade do glten em valores obtidos no teste de Zeleny.

    24

  • Tabela 9. Classificao da qualidade do glten de acordo com os - - valores do Teste de Zeleny

    Sedimentao - Zeleny Classificao (ml) Muito forte 245

    Forte 44 - 36

    Mdia 35 - 28 Fraca

  • 1980). Na Tabela 10, apresentada a classificao da fora de glten (potencial de panificao) de acordo com os resultados do MS-SDS.

    O MS-SDS pode ser feito utilizando-se provetas de 25 e 100

    ml e alterando-se somente a proporo de reagentes e de amostra na

    anlise.

    Tabela 10. Classificao da qualidade do gro quanto fora de glten (potencial de panificao) de acordo com o Teste de Microssedimentao com Sulfato Dodecil de Sdio (MS-SDS) em proveta de 25 ml

    Classificao MS-SDS

    Muito forte -> 17,5

    Forte 15,0a 17,4

    Mdia fora forte 12,5a 14,9

    Mdia fora fraco 10,0 a 12,4

    Fraco 7,5a 9,9

    Muito fraco -< 7,4

    Fonte: Williams et alli (1988).

    4.2 Testes reolgicos

    4.2. 1 Alveogra fia - A alveogra fia um teste reolgico usado

    em vrios pases da Europa, em especial na Frana, para a

    determinao de caractersticas qualitativas da farinha. Nesse teste,

    preparada uma massa com farinha de trigo e soluo de cloreto de

    sdio, considerando a absoro padro de gua de 56 % e tendo todo

    o procedimento de mistura e preparo de massa padronizado. Com a

    massa feito um pequeno disco de circunferncia e espessura

    26

  • ujformes e, posteriormente, inflada, sob ypresso.' constante; uma quantidade de ar, suficiente para a formao de uma bolha de, massa

    at a sua extenso total e conseqente ruptura. A pressoda bolha

    medida por um manmetro registrador, onde feita a leitura do teste

    (Faridi 1985). Na Figura 1, apresentado um alveograma com indicao

    das principais medidas. O comprimento da curva chamada de "L "ou

    extensibilidade. A /tura chamada de "P" ou presso mxima 'de

    ruptura, tambm designada de tnacidade limite, e W, a fora 'geral

    do' gltn, ..a medida da rea' da curva multiplicada por uma

    constnte do aparlho.'

    Figura 1 - Exemplo de alveograma.

    27

  • Embora o alveograma fornea dados relevantes para predizer

    a qualidade da farinha, seus ndices so baseados em corre/aes

    entre o comportamento da massa durante o processo de fabricao

    dos produtos finais e os diferentes grficos produzidos. Em muitos

    casos, considerando-se outras caractersticas qualitativas da amostra,

    como percen tua! de amido danificado, granulometria da farinha e

    percen tua! de absoro de gua, o alveograma pode no expressar o

    verdadeiro potencial qualitativo de trigo (Bettge et alii 1989).

    A presso mxima de ruptura, ou 'P , considerada como

    ndice de estabilidade da massa, indicando resistncia ao trabalho de

    deformao, e & positivamente correlacionada com a capacidade de

    absoro de gua da farinha (Chen & O 'appolona 1985).

    A extensibilidade, ou "L ", um indicativo de volume do po.

    Em geral, quanto maior o valor de L, maior ser o volume do po. Mas

    essa cara cterlstica dependente do valor de P. Deve existir uma

    proporcionalidade dos valores de P e L (relao PIL) para, associados

    ao valor de W (fora geral do glten), expressarem um bom potencial

    de panificao (Chen & O 'appolonia 1985).

    A farinha que apresentar valores de P/L abaixo de 0,60 pode

    ser considerada de glten extensvel, de 0,61 a 1,20, de glten

    balanceado, e valores de P/L acima de 1,21, de glten tenaz.

    Na Tabela 11, apresentada a classificao de qualidade de

    glten segundo valores de W.

    nu

  • Tabela 11. Classificao da fora geral de glten determinada pelo Teste de Alveogra fia

    Fora geral de glten Classificao 1 0 J

    Muito fraca ~5 50

    Fraca 51 - 100 Mdia 701 -200 Mdia-fone 201 - 300 Fone 301 - 400 Muito forte 2401

    Fonte: Williams et alli (1988).

    4.2.2. Mixogra fia - A mixogra fia um teste reolgico em que

    quantidades de farinha e gua so misturadas e, paralelamente, ocorre

    o registro da mistura do desenvolvimento da massa aos diferentes

    graus de quebra de sua resistncia. Os principais Indices de qualidade

    mdidos pelo mixogrfo so o tempo de amassamento, ou tempo de

    desenvolvimento, e a altura de curva, ou altura do desenvolvimento.

    Na Figura.2, apresentada uma representao dos Indices obtidos na

    mixogra fia.

    O tempo de amassamento o tempo que a massa leva para

    atingir o maior grau de desenvolvimento ou melhor resistncia. Em

    termos praticos, o tempo de desenvolvimento indica o tempo de

    mistura durante a fabricao de po. A altura da curva indica a fora

    da farinha e o seu potencial de absoro de gua.

    Na Tabela 12, apresentada a classificao da fora da

    farinha de acordo com os dados do mixograma.

    29

  • ,-igura z - txempio ae mixograrria

    Tabela 12. Classificao da fora geral da farinha de acordo com o tempo de amassamento e com a altra 'da cuna obtidos pela Mixogra fia

    Tempo de amassamento Altura da curva Classificao (mia) (mm) Extra forte 2-4,5 k 70

    Fone 3,4 a 4,4 60; 69

    Mdia 2,5a3,3 50-59

    Fraca 1,5a2,4 40-49

    Muito fraca 251,4 ~539

    Fonte: Willams et alI! (1988)

    A mixogra fia apresenta limitaes que afetam o resultado final, como a utilizao do aparelho que no padronizado, pricipalmente s!, o aspecto de absoro de gua, e o efeito do ambiente e do teor de protena. Dessa forma, s so comparveis

    r,J

  • resultados provenientes de amostras conduzidas num mesmo local e

    analisadas em um mesmo laboratrio (Hoseney 1985). 4.2.3. Farinogra fia - A farinogra fia um dos mais completos

    e senslveis testes para a avaliao da qualidade de mistura da massa da farinha de trigo.

    Nesse teste, adicionada uma quantidade de gua farinha, suficiente para que a massa adquira uma consistncia padro (atinja a linha das 500 Unidades Brabender), e rodas as fases de mistura, de desenvolvimento e de quebra, ou amolecimento, da massa so

    registradas em grfico chamado farinograma. No farinograma, so medidos diversos ndices de qualidade, como o tempo de

    desenvolvimento da massa, a estabilidade, o lndice de tolerncia da massa, o valor valor/mtrico, entre outros (Tipples et alii 1978).

    Na Figura t3 apresentado um farinograma indicando as principais leituras do grfico.

    TOM t Tempo de desenvolvimento do mono EST a Estobitidode

    !,I.M, Indice de ioier8nio b misturo

    4FTOMt EST

    tI 500 UB

    nitnvt 1

    Figura 3.z. Exemplo de farinorjrama

    31

  • A absoro de gua de uma amostra, obtida pela farinogra fia,

    um indicativo de absoro de gua para a fabricao de po. O tempo de desenvolvimento da massa consiste no intervalo

    de tempo, em minutos, que a massa leva para atingir o ponto de

    mxima consistncia (linha das 500 Unidades Braben der). Em termos prticos, o tempo de desenvolvimento indicativo do tempo que o

    profissional de panificao dispe para determinar o percentual de

    absoro de gua da farinha que est trabalhando, de7orma a deixar a massa com a consistncia ideal para o fabrico de po.

    A estabilidade definida como a diferena de tempo, tem

    minutos, entre o ponto do topo da curva que intercepta a linha das

    500 Unidades Brabender e o ponto do topo da: curva que deixa a

    mesma linha. A estabilidade d um indicativo da resistncia que a

    massa possui ao tratamento mecnico e ao tempo do processo

    fermentativo na fabricao de po. O ndice de tolerncia da massa a diferena, expressa em

    Unidades Brabender, entre o topo da curva do pico e o topo da curva,

    medido em 5 minutos aps atingido o pico mximo. Esse ndice

    fornece informaes sobre a maior ou menor tolerncia da massa

    durante a mistura.

    O valor valor/mtrico uma medida obtida a partir da

    tilizao de um baco, o valormetro, sendo um valor baseado 'no tempo - de desenvolvimento e no ndice de tolerncia da massa

    mistura. O valor valorimtrico, por ser um dado emprico de qualidade

    muitas vezes no considerado nas a valia es do farinograma.

    Na Tabela 13, apresentada a classificao da qualidade de

    farinhas.de acordo com os dados obtidos na farinografia.

    Os. tipos de farinograma obtidos em anlises de trigo variam

    de acordo com a cultivar, com o efeito das condies ambientais,

    32

  • com o teor de protena e com o tipo de farinha analisada (No/as & Tipples 1978).

    Tabela 13. Classificao da qualidade da farinha segundo a interpretao de tempo de desenvolvimento da massa, a estabilidade e o ndice de to/erncia, obtidos pela farinogra fia

    Tempo Estabilidade Indice de Classificao de desenvol- (mm) tolerncia

    vimento (mm)

    (LiS)

    Muito fraca ~52,0 ~2.0 k200

    Fraca 2,1-4,0 2,1- 4.0 150-199

    Mdi fora-fraca 4, i ;u 4,1 - 7.0 100- 149

    Mdia fora-forte 6,1 - 8,0 7,1 - 10,0 50- 99

    Fone 8,1-10,0 101 1-151 0. 0-49

    Muit fone .2 10,1 k 15,1

    Fonte: Wiilams et alli (1988).

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