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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT TRANSPORTE ATUAL SEST SENAT utilizará 60 simuladores para treinar motoristas, aumentar segurança e reduzir custos dos transportadores ENTREVISTA COM ANTONIO MEGALE , PRESIDENTE DA ANFAVEA ANO XXII NÚMERO 250 JULHO 2016 ANO XXII NÚMERO 250 JULHO 2016 EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT TRANSPORTE ATUAL Simulador de direção SEST SENAT utilizará 60 simuladores para treinar motoristas, aumentar segurança e reduzir custos dos transportadores

CNT Transporte Atual

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Page 1: CNT Transporte Atual

CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

T R A N S P O R T E A T U A L

SEST SENAT utilizará 60 simuladores paratreinar motoristas, aumentar segurança e

reduzir custos dos transportadores

ENTREVISTA COM ANTONIO MEGALE, PRESIDENTE DA ANFAVEA

ANO XXII NÚMERO 250JULHO 2016

ANO XXII NÚMERO 250JULHO 2016

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

T R A N S P O R T E A T U A L

Simulador de direçãoSEST SENAT utilizará 60 simuladores paratreinar motoristas, aumentar segurança e

reduzir custos dos transportadores

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 20164

ANO XXII | NÚMERO 250 | JULHO 2016

Presidente daAnfavea avaliamomento do setor

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Os impactos daampliação doCanal do Panamá

PÁGINA 32

AQUAVIÁRIO

A logística dosJogos Olímpicose Paralímpicos

PÁGINA 38

RIO 2016

Programa decompliance buscalisura em processo

PÁGINA 46

SEST SENAT

SEST SENAT passa a utilizar simuladores de direção em novoscursos voltados para o treinamento de motoristas de cargas ede passageiros. Equipamentos estão sendo instalados em 60unidades. Meta é treinar 50 mil profissionais em três anos

Página 20

CONSELHO EDITORIALAloisio CarvalhoBruno BatistaCynthia CastroLucimar CoutinhoMyriam CaetanoNicole Goulart

EDITORA

Cynthia Castro

Mtb MG06303

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]ção da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CAPA VITOR SÁ/CNT

T R A N S P O R T E A T U A L CNTREPORTAGEM DE CAPA

RODOVIÁRIO

EM PAUTA • Revista CNT Transporte Atualcompleta 250 edições; em 21 anos, publicaçãocontribui para o fortalecimento do setor

PÁGINA 28

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Page 5: CNT Transporte Atual

Farol baixo passa a ser obrigatóriodurante o dia

PÁGINA 64

LEGISLAÇÃO

Surfe ferroviário écrime e colocavidas em risco

PÁGINA 54

FERROVIÁRIO

Falta segurança naszonas rurais dointerior do país

PÁGINA 58

TRANSPORTE ESCOLAR

Duke 6

Opinião 7

Mais Transporte 12

Boas Práticas 16

Boletins 68

Tema do mês 78

Alexandre Garcia 81

Cartas 82

Seções

AÉREO • Companhias brasileiras permitem o usode celulares no modo avião em todas as etapas dovoo; riscos de interferência são remotos

PÁGINA 50

www.cnt.org.br

Risco à aviação

O que é tratado como brincadeira pode ser uma ameaça à segurança daaviação. O Cenipa (Centro de Prevenção e Investigação de AcidentesAeronáuticos) alerta para o risco que existe em práticas como mirar la-ser contra aeronaves e soltar balões não tripulados, os chamados ba-lões juninos. Em 2015, foram relatadas, ao todo, 1.286 ocorrências envol-vendo esses artefatos. São situações em que pilotos, controladores detráfego aéreo e operadores aeroportuários avistam os balões ou fachosde luz durante o voo ou manobras. Reportagem publicada na AgênciaCNT de Notícias detalha o problema e apresenta as regras e as puniçõespara esse tipo de conduta. Acesse: http://www.cnt.org.br/Imprensa/noti-cia/brincadeiras-colocam-em-risco-aviacao-no-brasil-cnt

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 20166

Duke

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 7

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foiinstituída, nos anos 1940, com o propósitode proteger os direitos dos trabalhadoresem uma sociedade essencialmente agrícolae cuja industrialização dava seus primeiros

passos. Ao longo do tempo, a legislação tra-balhista foi incorporando uma série de itensprotecionistas, o que engessou a relação en-tre o capital e o trabalho.

O Brasil, no entanto, não pode conviver maiscom esse panorama de uma sociedade à mar-gem das principais tendências do mercado detrabalho mundial. É hora de flexibilizar. O exces-so de regulamentação impossibilita o avançobrasileiro nos principais centros internacionais,em decorrência dos seus altos custos – provo-cados, em grande parte, pelo ônus fiscal.

Além disso, em um período de plena criseeconômica como a que estamos vivenciando, odesemprego e o desaquecimento do consumojá são realidades que amedrontam o país. Nes-se sentido, uma das alternativas para tentarcontornar o processo de deterioração da eco-nomia é a busca de uma maior flexibilização emodernização das legislações trabalhistas. Comisso, teremos capacidade de lidar com as flu-tuações do mercado e deixar que a livre nego-ciação assuma um papel regulatório.

Até mesmo o trabalhador já percebe a ne-cessidade de mudanças nesse setor. Na últi-ma pesquisa CNT/MDA, por exemplo, 64% dosbrasileiros consideram que a CLT precisa pas-sar por uma atualização. A reforma das leistrabalhistas, a propósito, é a mais importantepara o país, neste momento, na opinião de35% dos entrevistados. Está à frente da refor-ma política (31%), tributária (9,4%), judiciária(8,5%) e previdenciária (8,4%).

O setor de transporte é diretamente im-pactado por essa rigidez do mercado de tra-balho nacional. Os elevados encargos sociaisoneram sobremaneira as empresas – princi-palmente os transportadores–, que, em fun-ção das suas especificidades, geram grandedemanda de mão de obra, com peso determi-nante na composição dos seus custos. Por is-so, não podemos mais adiar as discussões re-lacionadas a negociações coletivas sobre alegislação em relação a fatores como salárioe tamanho da jornada dos trabalhadores –respeitadas as normas de saúde e segurançano trabalho e os direitos previstos na Consti-tuição Federal, claro. Ainda nesse âmbito, de-ve-se ampliar e garantir o diálogo tripartite,reduzindo, assim, decisões unilaterais.

A sociedade também não deve se furtar àterceirização na atividade-fim das empresase à flexibilização das normas trabalhistas,questões defendidas por mim em recentediscurso que fiz na OIT (Organização Inter-nacional do Trabalho). Outro aspecto queprecisa ser revisto é a exigência de eleva-dos percentuais para contratação de pes-soas com deficiência e menores aprendizes,que, da forma como está, compromete em-presas com intensiva mão de obra, como é ocaso do setor de transporte.

No Brasil, aparentemente, há indicativos deque a reforma trabalhista será, enfim, debati-da e colocada à prova. O governo do presiden-te interino Michel Temer deu mais um sinal deque aprovar essa pauta no Congresso é umade suas prioridades para os próximos meses.Nós, do setor transportador, estamos abertospara contribuir com essa agenda tão cara aodesenvolvimento socioeconômico do país.

AReforma trabalhista já

“É hora de flexibilizar. O excesso de regulamentação impossibilitao avanço brasileiro nos principais centros internacionais”

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ENTREVISTA

Em meio à crise econômi-ca, a produção de veícu-los deve registrar quedade 5,5% em 2016, poden-

do chegar a 19%, se for considera-do somente o mercado interno.Apesar da expectativa de aumen-to nas exportações, o momento éum dos mais difíceis já vivencia-dos pela indústria automobilísti-ca, na avaliação do presidente daAnfavea (Associação Nacional deFabricantes de Veículos Automo-tores), Antonio Megale. Eleito emmarço deste ano para o períodode 2016 a 2019, o engenheiro me-cânico e diretor de Assuntos Go-vernamentais da Volkswagen des-taca a necessidade de retomadada confiança na economia brasi-

leira. Em entrevista à CNT Trans-porte Atual, ele defendeu que ogoverno federal deve avançar nosestudos para a implementação deum programa de renovação dafrota de veículos. Megale ainda re-serva otimismo com relação àconjuntura econômica e cita queas montadoras mantiveram pla-nos de investimento definidos até2018, na faixa de R$ 85 bilhões.

O senhor assume a Anfaveaem meio à crise econômica epolítica. Quais os impactos pa-ra a indústria automobilística?

Estamos vivendo um períodobastante delicado, talvez uma dasmaiores crises da nossa história, eo setor está sentindo. É um perío-

do difícil, que todos os participan-tes têm que olhar com cuidado, pa-ra que possamos elevar ao máxi-mo a condição da indústria. Acredi-tamos que os primeiros sinais es-tão sendo vistos. É um período po-lítico complicado, que tem geradodificuldades para a economia. Coma mudança de governo, esperamosque a situação política se resolva.

O setor indica ações emer-genciais para que a indústria dêuma nova guinada?

Não estamos pedindo nenhu-ma medida específica, porqueachamos que o problema maior éde confiança. Você soluciona issocom um encaminhamento, emprimeiro lugar, político. Depois,

com maior clareza nas medidaseconômicas, que já estão em faseinicial de implementação, paraque haja maior previsibilidadedos rumos econômicos e comecea mudar o vetor negativo de con-fiança. Então, os investimentos eo consumo começam a retornar.O setor vem junto, nessa recupe-ração mais ampla da economia.

Essa crise de confiançaatrapalhou projetos da indús-tria automobilística?

O nosso setor trabalha comuma visão de longo prazo. Em-bora estejamos enfrentandouma conjuntura complicada, ob-servamos que os investimentosanunciados a partir de 2012, pa-

“Um programa de renovação da frota organiza a cadeia dereciclagem no Brasil, retira veículos sem condições de

circulação, melhora a segurança e a questão ambiental”

POR NATÁLIA PIANEGONDA

ANTONIO MEGALE - PRESIDENTE DA ANFAVEA

Confiança einvestimento

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ra serem aplicados até 2018, daordem de R$ 85 bilhões, vêmsendo mantidos. A implementa-ção desses investimentos é feitade forma gradual. As empresaspodem ter feito ajustes nesseperíodo, mas não tivemos infor-mação de cancelamento, porquetodo mundo está acreditando. Etodo mundo sabe que o Brasiltem um grande potencial decrescimento. Tão logo seja supe-rada essa crise, voltaremos a umnível de crescimento.

Em termos de postos de tra-balho e de ocupação da capaci-dade produtiva, quais os im-pactos da retração nas vendas?

Normalmente, o emprego so-fre nesse momento de queda demercado. Nos últimos anos, umaparte dos investimentos foi emprodutos e outra parte, em capa-cidade produtiva. No Brasil, a in-dústria pode fabricar acima de 5milhões de unidades por ano. Mas,pela previsão da Anfavea, soman-do automóveis, comerciais leves,

caminhões e ônibus, o ano deveterminar com cerca de 2 milhõesde unidades para o mercado inter-no. É um resultado fraco para osnossos padrões, especialmente osrecentes. Porém, tem um lado po-sitivo, que é o das exportações,nas quais temos tido sucesso emrazão de um esforço do governo,apoiado pela iniciativa privada, nosentido de avançar em acordoscomerciais com alguns países,aperfeiçoamento de acordos eabertura de novos mercados.

Com isso, as exportaçõescrescerão neste ano?

Vamos exportar mais de 500mil veículos, um crescimento de21,5% com relação ao ano passa-do. Há um mercado interno fraco,com as exportações um poucomais fortes. Devemos ter uma pro-dução total perto de 2,3 milhõesde unidades em 2016. Dessa forma,enquanto para o mercado internoestamos prevendo redução de19%, o resultado total da produçãodeve cair 5,5%. A queda nas ven-das internas foi parcialmente com-pensada pelas exportações. O Bra-sil deve continuar avançando nosacordos de comércio, porque, emum momento de comércio internofrágil, podemos usar a capacidadede produção para as exportações.Hoje, a questão cambial é um pou-co mais favorável, no que se refe-re a exportações.

É o pior momento da indús-tria automobilística brasileira?

Acredito que seja o pior mo-mento, não o pior mercado. Doismilhões de unidades é um merca-do relevante, o 8º mais expressivo.Mas, perto do que já fomos (o 4ºmaior), com 3,8 milhões de unida-des, é uma situação de fragilidade.

ANFAVEA/DIVULGAÇÃO

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As vendas de caminhões ede ônibus tiveram quedas ex-pressivas. O que pode ser feitopara retomar o crescimento?

A previsão é que, entre cami-nhões e ônibus novos, sejam co-mercializadas 60 mil unidades em2016, sendo 54 mil caminhões e 12mil ônibus. O importante é a reto-mada do crescimento. Hoje, háuma capacidade ociosa de maisde 75% na produção de cami-nhões e, enquanto a economianão retomar, o PIB não voltará acrescer. Esse é o principal ponto.Não adiantam medidas para in-centivar as vendas se o Brasil nãoestiver crescendo. É fundamentalque investimentos em infraestru-tura voltem a ocorrer, para quetambém sejam retomadas as ven-das de máquinas rodoviárias. Ou-tra questão preocupante diz res-peito ao endividamento de Esta-dos e municípios. É importanteum equacionamento, para quemunicípios possam voltar a inves-tir. Isso é uma das formas, porexemplo, de incentivar a comer-cialização de ônibus.

A CNT, a Anfavea e outrasentidades apresentaram, aogoverno federal, a proposta deum programa de renovação dafrota, que prevê a geração decerca de 285 mil empregos. Co-mo concretizar a iniciativa?

À medida que o Brasil tenhauma demanda mais forte detransporte, é fundamental que te-nhamos um programa de renova-

ção de frota. Esse programa foidiscutido por diversas entidades.Entendemos que isso é funda-mental, porque prevê a retiradade circulação de veículos semcondições, altamente poluentesou muito velhos, que podem terdificuldades no que se refere àsegurança e à mobilidade. Essesveículos precisam ser retiradosde circulação. Também é essen-cial que seja dada uma destina-ção adequada. Da mesma forma,como eles ainda têm valor resi-dual, deve ser oferecido algum ti-po de bonificação que permitaaos proprietários adquirir mode-los mais novos, em melhores con-dições. Esse é um jogo que deveser positivo para todo mundo. Umprograma de renovação da frotaorganiza a cadeia de reciclagemno Brasil, retira veículos sem con-dições de circulação, melhora asegurança, melhora a questãoambiental e faz o setor girar deuma forma positiva. Entendemosque essa volatilidade que houveno cenário político prejudicou oandamento dos estudos, mas es-tamos aguardando que eles se-jam retomados. Temos muita ex-pectativa de que ele possa seruma das grandes ferramentas pa-ra que o setor volte a crescer.

Quanto à tecnologia, qual aavaliação sobre o que existe noBrasil e em outros países?

Nosso nível tecnológico ébastante competitivo. O Brasil éum dos grandes fabricantes de

ônibus, e a questão de mobili-dade é fundamental. Isso estárelacionado à oferta de produ-tos de qualidade. No transporteurbano, falamos em veículoscom transmissão automática,ar-condicionado, nível de ergo-nomia adequado. Mas entende-mos que é necessário um olharàs novas tecnologias de propul-são. Isso é importantíssimo pa-ra a eficiência energética e re-dução das emissões. No Brasil,temos uma vocação para tudoo que é ligado ao biocombustí-vel. Temos uma gama de alter-nativas de biocombustíveis queprecisamos explorar: o dieselde cana, por exemplo, o ônibushíbrido, inclusive com biocom-bustível, biogás, biodiesel. Éclaro que necessitamos olhar

Indústria automobilística deve registrar queda de 19% na produçã

“É fundamental

que osinvestimentos

em infraestrutura

voltem aacontecer no Brasil”

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O Inovar-Auto isentou asmontadoras de um acréscimode 30% sobre o IPI, para inves-tirem no desenvolvimento deveículos econômicos e seguros.As metas do programa devemser atendidas até 2017. Comoestá o trabalho para alcançarresultados?

Os investimentos foram feitospelas montadoras que se habilita-ram. A medição da eficiênciaenergética para ver se as metasforam atingidas começará em ou-tubro e vai até setembro de 2017.Cada empresa faz um cálculo demercado em função dos produtosque está disponibilizando para al-cançar esse objetivo. Quando vo-cê tem uma variação muito gran-de de mercado, como estamosobservando agora, pode gerar di-

para o que está sendo feito demais moderno no mundo, masnão podemos deixar de con-templar a vocação da matrizenergética do país e o poten-cial que o Brasil tem, que é aprodução de biocombustíveis.

O senhor vê entraves paramassificar o uso de veículos hí-bridos e de biocombustível?

É uma questão gradual. Háuma fase inicial de desenvolvi-mento e custos que está sendoequacionada. Mas, principal-mente, em relação a biocom-bustíveis, acho bastante viável.Precisamos ter segurança nouso, na distribuição e na quali-dade. Aí podemos estudar aquestão dos híbridos, utilizandobiocombustível.

ficuldade pontual para uma ououtra empresa. Mas tenho certe-za de que todas estão trabalhan-do para fazer a sua adequação.

O Latin NCAP (Programa deAvaliação de Carros Novos paraa América Latina) já avaliouque, em termos de segurança,as tecnologias veiculares brasi-leiras estão com uma defasa-gem de 20 anos em relação àseuropeias e norte-americanas.Qual a sua posição sobre isso?

Não concordo, de forma algu-ma, que estamos atrasados em20 anos. Veementemente, discor-do. Acho que o Brasil tem passadopor uma evolução importante noque se refere à segurança veicu-lar. Hoje, todos os produtos doBrasil têm freio ABS, airbag, me-lhor nível de critérios biomecâni-cos, ou seja, a performance emtestes de impacto está muito me-lhor, todos estão com uma parteestrutural bem desenvolvida. Aquestão do Isofix (padrão de fixa-ção para cadeirinhas e bebê con-forto) avança de forma gradualna instalação dos veículos. Háainda segurança ou equipamen-tos, como o ESC (Controle Eletrô-nico de Estabilidade), que já estáaprovado e será gradualmenteimplementado. Não vejo essa de-fasagem tecnológica tão grande.Obviamente, temos alguns pontosa evoluir e estamos trabalhando.As mudanças não são feitas deum dia para o outro. Nem nos paí-ses mais desenvolvidos foi de

uma hora para outra. E o Brasiltem dado enormes passos.

Sobre o “caminhão do futu-ro”, o que a indústria planeja?

Todo mundo está tentandoconstruir esse futuro, com algunsalinhamentos: conectividade, tec-nologia de propulsão com mais efi-ciência energética e introduçãogradual da condução autônoma.Para a propulsão, várias tecnolo-gias estão em estudo: elétrica, hí-brida, movida à célula de combus-tível. Outra questão se refere à co-nectividade de veículos autôno-mos. Os caminhões começarão ater certa autonomia, ou seja, hápossibilidade de se dirigir sozinho.Deve haver um profissional paradar a partida, mas com papel dife-rente. Estamos vendo isso para apróxima década. O custo operacio-nal é fundamental. Passamos poruma melhoria de eficiência ener-gética no que se refere à aerodinâ-mica, design. Há uma tendência deutilização do alumínio na carroce-ria, para diminuir o peso. Ainda nãoexiste consenso. São várias linhase, com certeza, elas trarão muitosbenefícios. A condução autônomaé uma tendência. Pode trazer maissegurança, eficiência e deixar ocondutor seguro. Ele não ficariatão cansado, poderia fazer outrasoperações enquanto o caminhãotrafega e, com a necessidade desua intervenção, faria as mano-bras. Mais adiante pode haver au-tonomia quase total, mas isso da-qui a muitos anos. l

eda de 19% na produção para o mercado interno

MAN LATIN AMERICA/DIVULGAÇÃO

“Com o comércio

interno maisfrágil,

podemos usar a

capacidade de produção

para as exportações”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201612

MAIS TRANSPORTEJÚLIO FERNANDES/CNT

Recomendação é que passageiros cheguem com antecedência de 2 horas

A Volvo, dentro do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, lança a 2º edição do Altas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro. O documento apresenta um diagnóstico completo

dos acidentes de trânsito nas rodovias federais do país registrados entre 2007 e 2015. É possível saber, por exemplo, quais são ospiores trechos com acidentesem todas as rodoviasfederais, as principais causas

e as mais letais, os dias da semana e o horário em que mais acontecem acidentes por tipo de veículo. Em 2015, foram registrados 122.007 acidentes nas rodovias federais brasileiras, que

deixaram 90.100 feridos e 6.859 mortos. O número equivale a uma média de 18,8 mortes por dia. Todas as informações estão no portal www.atlasacidentesnotransporte.com.br.

Atlas traz dados de acidentes de trânsito

Desde o dia 18 de julho, estão valendo as novas regras de fiscalização nos aeroportos brasileiros. Os procedimentos maisrigorosos na inspeção de passageirose de bagagens determinados pelaAnac (Agência Nacional de AviaçãoCivil) seguem padrões estabelecidospela Icao (Organização da AviaçãoCivil Internacional, na sigla em inglês). Os passageiros estão sujeitos à passagem pelo pórtico epelo scanner corporal e à revistafísica, independentemente do

disparo do alarme do equipamentode raios-x. Os agentes de proteçãoda aviação civil também poderãorealizar a inspeção manual dospertences. Além disso, é obrigatóriaa retirada de equipamentos eletrônicos transportados na bagagem de mão. Por conta do tempo gasto nos novos procedimentos de fiscalização, ascompanhias aéreas recomendamque os passageiros se apresentempara o check-in e para o embarquecom até 2 horas de antecedência.

Rigor reforçado nos aeroportos

O fluxo de veículos em rodovias concedidas caiu 3% no primeiro semestre de 2016, revelou o índice ABCR. A circulação de veículosleves diminuiu 2,5%, enquanto a de pesados caiu 4,7%. O indicador, produzido pela AssociaçãoBrasileira de Concessionáriasde Rodovias, em parceria com a Tendências ConsultoriaIntegrada, mede a

movimentação de veículos nas rodovias concedidas do Brasil e é um termômetro da atividade econômicanacional. No acumulado de 12 meses, o fluxo total de veículos nas rodovias concedidas recuou 2,7%. No mesmoperíodo, a movimentação de leves caiu 1,7% e a de pesados baixou 5,6%.

Menos veículos nas rodovias SERGIO ALBERTO/CNT

Índice ABCR revela queda de 3% na circulação rodoviária

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 13

e 2 horas

ECONOMIA

No mês de julho, a CNT(Confederação Na-cional do Transporte)

enviou propostas ao presi-dente interino Michel Temere a alguns ministros de seugoverno para fortalecer osetor transportador. Algu-mas medidas são essenciaisneste momento de crise naeconomia do país para queas empresas consigam vol-tar a crescer. Setor de transporte precisa de medidas do governo para enfrentar a crise e se recuperar

CNT apresenta propostas ao governo federal

O presidente da CNT, Clésio Andrade, defende a reaberturado Refis (Programa de Recuperação Fiscal), previsto na lei federal nº 12.865/2013, oua criação de algum programaequivalente. Segundo Clésio Andrade, “em função da crisena economia, a situação dasempresas brasileiras, especialmente das transportadoras, também se agravou bastante”, o que dificulta o cumprimento de todos os compromissos fiscais

e tributários. “Para regularizaressa questão e para que o crescimento possa ser retomado,entendemos que o novo programade recuperação fiscal é fundamental.” O setor de transporte recuou mais de 7% no primeiro trimestre.“Qualquer ação do governo quevenha mitigar a quitação de débitos perante o fiscorepresentará ganhos substanciaispara a manutenção doequilíbrio econômico financeirodas empresas do setor.”

Refinanciamento de dívida tributária

A CNT manifestou sua posição contrária apossíveis alterações na cobrança do PIS e da Cofins,que poderão ter um efeitodevastador no setor detransporte. A Confederaçãonão concorda com o fim do regime cumulativo (que

incide sobre todas asetapas da produção e temalíquota total de 3,65%) para um regime não cumulativo, no qual acobrança ocorre apenasuma vez sobre o preçofinal, com uma alíquota prevista de 9,25%.

Os custos com mão de obrapodem representar mais de 40% do valor do frete.Com isso, grande parte das empresas de transporteopta pelo regime cumulativo,uma vez que esse tipo de custo não é deduzido no regime não cumulativo.

Portanto, “a alteração na metodologia da cobrança do PIS e da Cofins significará um relevante aumento na carga tributária das empresas transportadoras”, afirma Clésio Andrade.

Alterações na cobrança do PIS e da Cofins podem ter efeito devastador

A CNT reivindica alteraçõesna Previdência Social brasileira. O presidente daConfederação defende que aárea passe por uma profundareforma, a ser discutida com toda a sociedade, casocontrário, há o risco de falência da Previdência nospróximos anos. A CNT buscaainda a desvinculação da assistência social do setorprevidenciário, a retirada de regras diferenciadas deaposentadorias, bem como

o estabelecimento de idademínima para a obtenção do benefício. “Também temos que definir modelos inteligentes de custeios. A desoneração da folha depagamento do transporte tem que continuar. As empresas transportadorasnão conseguem pagar a Previdência em função daquantidade de funcionários,até porque desestimula a geração de empregos”, diz Clésio Andrade.

Mudanças na Previdência Social

JÚLI

O FE

RNAN

DES/

CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201614

MAIS TRANSPORTE

A Embraer Aviação Executiva anunciou em julho o lançamento do Phenom 100 EV. Segundo a fabricante brasileira, aaeronave recebeu novo sistema de comandos de voo e motores modificados para desenvolver mais velocidade com efi-ciência superior em condições de alta temperatura e em aeroportos elevados. O Phenom 100 com, com essas inovações,já tem dois compradores: a academia de pilotos da companhia Emirates Airlines (Emirates Flight Training Academy) e aAcross, empresa de táxi-aéreo executivo do México, baseada no Aeroporto Internacional de Toluca, a 2.580 metrosacima do nível do mar e que vai se beneficiar da performance do jato otimizada para essa situação.

Lançamento Embraer

EMBRAER/DIVULGAÇÃO

A Suécia está testando uma solução inovadora para reduzir a emissão de poluentes no transportede cargas e de passageiros. O país tem como missão, até 2030, não utilizar mais combustíveis fósseis.

Conhecido como eHighway,as primeiras autoestradaselétricas do mundo permitem que os veículos pesados sejamalimentados por uma rede, semelhante ao sistema utilizado nas linhas

de trem da Europa. O projeto, inaugurado em um trajeto de dois quilômetros da autoestradaE16, ao norte de Estocolmo,utiliza veículos híbridos que contam com ummecanismo instalado

no caminhão, chamado de "pantógrafo inteligente". O equipamento é acionado automaticamente.Quando os caminhões saem da rede, ativam o motor diesel para seguir o trajeto.

Autoestradas elétricas são testadas na Suécia

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 15

LEVANTAMENTO

Dados da 20ª Pesquisa CNT de Rodovias são coletados

AConfederação Nacionaldo Transporte iniciou acoleta de dados da 20ª

edição da Pesquisa CNT deRodovias. O levantamentoconstitui a maior série histó-rica de informações rodoviá-rias do país. Neste ano, a ex-tensão avaliada deve ultra-passar os 102 mil km.

Ao todo, 24 equipes per-correrão toda a malha fede-ral pavimentada e os princi-pais trechos de rodovias es-taduais também pavimenta-das. O período de pesquisade campo é estimado em 30dias. Os dados são coletadospor pesquisadores devida-mente treinados a avaliar ascondições percebidas pelosusuários das rodovias.

Cada rodovia é avaliada con-forme as características do pavi-mento, da sinalização e da geo-metria viária, em unidades depesquisa de até 10 km. Os resul-tados são divulgados separada-mente por tipo de gestão (públi-ca ou concedida), por Estado e

regiões geográficas; por corre-dores rodoviários e por tipo derodovia (federais ou estaduais).

De acordo com Bruno Ba-tista, diretor-executivo daCNT, a pesquisa tem como ob-jetivo auxiliar os transporta-

dores e, também, subsidiarestudos para que políticas se-toriais resultem em ações quepromovam o desenvolvimentodo transporte rodoviário decargas e de passageiros. “Asinformações são importantes

para auxiliar o planejamentodos transportadores autôno-mos e das empresas para aescolha de rotas mais econô-micas e, assim, reduzir os cus-tos do transporte nesse mo-mento de crise econômica.”

SERGIO ALBERTO/CNT

Equipes devem percorrer mais de 102 mil km em todo o país

O resultado do primeiro semestre de 2016 foi o melhor da história do Porto de Rio Grande (RS). Nos seis primeiros meses deste ano foram movimentadas 19 milhõesde toneladas, um crescimento de 8% se comparado ao mesmo período de 2015. Os destaques no período são a carga geral, com crescimento de 37%, passando de 3,7 milhões para 5,1 milhões

de toneladas, e os granéis líquidos, com alta de 16% (1,9 milhão para 2,2 milhões de toneladas). A movimentação de contêineres e o número deembarcações que atracaram no porto também tiveram crescimento de 4,6% e 10%, respectivamente. No entanto,os granéis sólidos registraram um decréscimo de 1,7%, devido aqueda de movimentação de trigo.

Resultado histórico ARQUIVO CNT

Movimentação de cargas em Rio Grande teve crescimento de 8%

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201616

MAIS TRANSPORTE

SEST SENAT

Mais de 5.000 pessoasparticiparam, em ju-nho e julho, de ações

nacionais voltadas para a qua-lidade de vida dos profissio-nais que estão à frente da ati-vidade transportadora.

Poços de Caldas (MG) eBrasília (DF) são provas deque o Circuito SEST SENAT deCaminhada e Corrida de Ruaestá consolidado no calendá-rio nacional de corridas. Asduas etapas reuniram quase5.000 participantes entretrabalhadores do setor detransporte e atletas.

Localizada no Sul de Mi-nas Gerais, Poços de Caldasjá é conhecida pela práticade esportes. A cidade que se-dia uma das provas de corri-da mais desafiadoras do ca-lendário nacional – A Volta doCristo – recebeu muito bem oCircuito e mostrou a preocu-pação da instituição em iralém dos grandes centrospara disseminar a qualidadede vida em todo o Brasil.

A capital federal tambémrepetiu o sucesso dos anos an-teriores e reuniu mais de 3.000participantes. Entre eles, qua-se 2.000 trabalhadores dotransporte juntamente comsuas famílias aproveitaram aprova e toda a estrutura ofere-

cida pelo SEST SENAT para ali-viar o estresse do dia a dia.

Transportando Saúde nas Cidades

Nos meses de junho e ju-lho, o Transportando Saúdenas Cidades levou atendi-mentos de saúde gratuitosaos taxistas em 11 cidadesbrasileiras. O projeto do SESTSENAT ofereceu alguns tes-tes rápidos, como o de HIV,sífilis e hepatite, além de afe-rição de pressão arterial e deglicemia. Os profissionaistambém receberam orienta-ções nutricionais, de saúdebucal, sobre trânsito seguroe aulas de ginástica laboral,com foco na prevenção deproblemas da coluna.

Nessa primeira ação, osatendimentos foram disponi-bilizados aos taxistas. Mas,nas próximas etapas, outrosprofissionais do setor dotransporte, como motoristasde ônibus e caminhoneiros,contarão com os serviçosgratuitos. Até o fim do ano, oTransportando Saúde nas Ci-dades será realizado em ou-tros 17 municípios. A expecta-tiva é atender 15 mil profis-sionais do transporte em to-do o país.

(Priscila Mendes) Corrida em Poços de Caldas reúne milhares de pessoas

Atenção ao trabalhador do transporte

Taxistas recebem atendimentos em várias cidades

FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT

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TECNOLOGIA

Turistas brasileiros eestrangeiros e mora-dores de cidades onde

existem sistemas de trans-porte de passageiros sobretrilhos contam com uma no-va ferramenta para facilitaros deslocamentos urbanos econhecer melhor os atrati-vos culturais nesses percur-sos. É o aplicativo MetroMapper Turismo Brasil. Lan-çada pela ANPTrilhos (Asso-ciação Nacional dos Trans-portadores de Passageirossobre Trilhos), a ferramentaestá disponível, gratuita-mente, para celulares comsistemas iOS e Android.

O Metro Mapper reúnemapas dos sistemas detransporte sobre trilhos, lis-tas dos principais pontos tu-rísticos das cidades – porproximidade ou ordem alfa-bética – e suas informações– história, curiosidades, en-dereço e horário de funcio-namento. Além disso, é pos-sível traçar rotas até essespontos, utilizando o trans-porte ferroviário, linhas deônibus urbanos ou mesmotrajetos a pé ou de bicicleta.

“O objetivo é apresentartanto ao turista brasileiroquanto ao estrangeiro os prin-cipais sistemas de metrô e de

trem do Brasil e ligar essessistemas aos pontos turísti-cos das cidades brasileiraspara facilitar a mobilidade”,explica a superintendente daANPTrilhos, Roberta Marchesi.

Ao entrar no aplicativo, ousuário escolhe se queracessar as informações emportuguês ou inglês. Depois,define a cidade e, então, éinformado sobre quais sãoos atrativos. Ao escolherqualquer um deles, recebeas informações detalhadase as alternativas de trans-porte público para chegaraté o local.

O Metro Mapper é umainovação no Brasil. Emboraalguns operadores de trensurbanos e metrôs possuamferramentas digitais seme-lhantes, elas são voltadas àprestação de serviços paraos passageiros. A novidade éa junção, em um só aplicati-vo, de detalhes de todas asredes de transporte de pas-sageiros sobre trilhos queexistem no país, sua integra-ção com outros modos e,também, informações das ci-dades. “Às vezes, o passagei-ro não se atenta que as esta-ções pelas quais passa têmvárias atrações turísticas eculturais que podem ser

aproveitadas. A tecnologiaestá, assim, a favor da intera-ção da pessoa com o local

que visita ou que vive”, fina-liza Roberta.

(Natália Pianegonda)

REPR

ODUÇ

ÃO

Aplicativo facilita acesso a transporte e atrativos turísticos

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Com o intuito de ga-rantir mais seguran-ça no trânsito dasrodovias brasileiras,

a Transpedrosa adotou umapolítica de combate ao uso dedrogas e de álcool entre osseus colaboradores. O Progra-ma de Controle de Álcool eDrogas Transpedrosa foi im-plantado há mais de 15 anoscom o objetivo de inibir a uti-lização de substâncias lícitase ilícitas não apenas por par-

te dos seus motoristas, mastambém pelos profissionaisdas áreas administrativas daempresa.

Desenvolvido nas 26 filiaise em pontos de apoio da em-presa localizados nos Estadosde Minas Gerais, Espírito San-to, São Paulo, Rio de Janeiro,Mato Grosso, Goiás, Bahia ePernambuco, o programa teminício durante o processo deadmissão do colaborador. An-tes mesmo de o funcionário

ser contratado, são realiza-dos exames por meio de etilô-metros, que detectam o usode álcool, e testes toxicológi-cos de urina, que identificamo uso de substâncias de dife-rentes variedades de princí-pios ativos. Além disso, ao se-rem efetivados, motoristas eprofissionais administrativosassinam um termo de consen-timento, no qual declaram es-tarem cientes da política daempresa.

Além disso, todo o quadrode colaboradores (os 518 mo-toristas e os 200 funcionáriosadministrativos) que atua naTranspedrosa realiza testes debafômetro diariamente antesde iniciarem suas jornadas detrabalho. O teste é capaz dedetectar o uso dessas subs-tâncias nas últimas 12 horas.Os exames toxicológicos sãorealizados semestralmente eem datas aleatórias, sem avisoprévio, em todos os funcioná-

Segurança nas rodovias

POR JANE ROCHA

BOAS PRÁTICAS NO TRANSPORTE - COMBATE AO USO DE DROGAS E ÁLCOOL

Transpedrosa adota política de combate ao consumo de substâncias lícitas e ilícitas que trazem riscos ao trânsito

CNT TRANSPORTE ATUAL 18

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JULHO 2016

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rios, a fim de coibir a utiliza-ção de drogas por parte doscolaboradores.

Para o gerente de Saúde, Se-gurança e Meio Ambiente datransportadora, Renato Fialho, oprojeto é uma grande conquista,pois contribuiu para que a em-presa alcançasse um dos meno-res índices de acidentes do Bra-sil. “A Política de Enfrentamentoa Álcool e Drogas Transpedrosatranscende os muros da empre-sa, pois garante que todos os

motoristas que estão a serviçoda transportadora estejam ap-tos a praticar uma direção segu-ra nas rodovias de todo o país”,defende Fialho.

Segundo o monitor de trei-namento de motoristas daTranspedrosa, Anderson Sera-pião, a política de combate aouso de drogas e álcool trazbenefícios para toda a socie-dade. “É seguro para os cola-boradores da empresa e paraos que estão no trânsito. A

medida deveria ser adotadapor todas as empresas detransporte”, completa.

Sobre a empresaFundada em 1962, em Ca-

choeira do Campo, distrito deOuro Preto (MG), a Transpedrosaé uma empresa que atua nomercado de transporte rodoviá-rio de cargas e de movimenta-ção interna de materiais. Atransportadora é certificadadesde 2004 pela ISO 9001, cujo

escopo é o transporte rodoviá-rio e a movimentação industrialde produtos químicos, carboquí-micos, petroquímicos, produtosclaros, biocombustíveis, produ-tos siderúrgicos, gases e resí-duos. Desde 2005, é certificadatambém pelo Sassmaq (Sistemade Avaliação de Segurança, Saú-de, Meio Ambiente e Qualidade)para o transporte rodoviário deprodutos químicos perigosos enão perigosos – granel líquido –em todo o território nacional. l

TRANSPEDROSA/DIVULGAÇÃO

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Simulador no SEST SENAT

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SERGIO ALBERTO/CNT

Em busca de uma direção segurae eficiente, equipamentos serão

utilizados em 60 unidades de todo oBrasil; meta é treinar 50 mil motoristasde caminhão e de ônibus em três anos

Adireção segura e eficiente representa umdos elementos imprescindíveis para a re-dução de acidentes e mortes no trânsitodas cidades e das rodovias, bem como

para a economia de combustível, menor custo demanutenção e menos impacto ao meio ambiente.Contudo, uma parcela considerável dos condutoresbrasileiros ainda não encara essa temática comoum “item de série” de seus veículos. Muitos moto-ristas profissionais levam para o trânsito erros comos comandos básicos e automatismos incorretos,ocasionando problemas de toda sorte.

Ciente dessa realidade e com o objetivo deaprimorar o treinamento de motoristas profissio-nais de cargas e de passageiros, o SEST SENAT(Serviço Social do Transporte e Serviço Nacionalde Aprendizagem do Transporte) passará a utilizarsimuladores de direção em novos cursos. O proje-to “Simulador de Direção SEST SENAT – Eficiência eSegurança no Trânsito” utilizará 60 equipamentoshíbridos para capacitar motoristas de caminhão,carreta e ônibus. No Brasil, o equipamento é ape-nas obrigatório para a formação de condutores nacategoria B (veja na página 25).

“Além de contribuir para a segurança, o treina-mento com os simuladores será importante para aredução de custos dos transportadores. O projetoatende à missão do SEST SENAT de promover o de-senvolvimento profissional dos trabalhadores dosetor de transporte e a responsabilidade socioam-biental”, diz o presidente dos conselhos nacionaisdo SEST e do SENAT e da CNT (Confederação Nacio-nal do Transporte), Clésio Andrade. Ele reforça queos motoristas de caminhão e de ônibus poderãovivenciar situações de risco, por meio da capacita-ção com tecnologia avançada.

POR DIEGO GOMES

REPORTAGEM DE CAPARODOVIÁRIO

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No total, serão investidosR$ 41,56 milhões no projeto, queprevê a aquisição dos equipamen-tos, desenvolvimento de propostapedagógica, capacitação de instru-tores e criação de novos cursos.Cada simulador custa, em média,R$ 692,7 mil. A meta é formar 50mil profissionais em três anos. Pa-ra participar dos cursos, os alunosprecisam ter carteira de habilita-ção nas categorias C, D ou E.

Está previsto para agosto o trei-namento dos instrutores do SESTSENAT que ministrarão os cursoscom o simulador. A primeira unida-de a receber o equipamento foi ade Samambaia (DF). Até o final de2016, os 60 simuladores deverãoestar disponibilizados e todas asunidades contempladas estarãoequipadas com as salas específicaspara as capacitações. Essas salasforam projetadas para que os alu-nos tenham contato tanto com ateoria quanto com a prática. A in-fraestrutura utiliza recursos de al-to padrão tecnológico e didático,com sistema de som e imagens.

Cinco cursos estão sendo lança-dos, adaptados ao equipamento. Osconteúdos abordarão temas comocondução segura e econômica, si-tuações de risco, uso de tecnolo-

gias embarcadas no veículo, aper-feiçoamento de motoristas para otransporte de passageiros (ônibus)e cargas especiais (caminhão) emanobras do veículo. Eles são ade-quados para o profissional habilita-do nas categorias C, D ou E, que pre-cisam aprimorar os conhecimentose as habilidades de condução.

Tecnologia no treinamentoO simulador híbrido do SEST

SENAT utiliza cenários urbanose rodoviários, totalizando mais

de 80 quilômetros de percurso.Nas situações urbanas, os alu-nos dirigem em vias e condi-ções parecidas às dos grandescentros, incluindo corredoresde BRT (Transporte Rápido porÔnibus, na tradução para o por-tuguês). Nos cenários rodoviá-rios, haverá pista simples demão dupla, com e sem acosta-mento; pista dupla com cantei-ro central, com e sem acosta-mento; entre outras.

“Os motoristas também pode-

rão testar suas habilidades eaprender a melhor forma de con-duzir em diferentes condições detempo, como chuva e neblina. Há apossibilidade ainda de simular pro-blemas na sinalização, obstáculosnas vias, subidas e descidas íngre-mes, entre outras inúmeras situa-ções”, afirma Clésio Andrade.

O treinamento com o simuladorde direção é importante porque ca-pacita o condutor para que ele rea-ja de forma correta e segura a to-das as possíveis situações no trân-

Cabine reproduz as mesmas sensações que os motoristas têm nos ônibus e nos caminhões

Tornar o motorista mais completo profissionalmente e reduzir custosdos transportadores. É a alta tecnologia chegando ao SEST SENAT

❛ ❛

Clésio Andrade, presidente dos conselhos nacionais do SEST e do SENAT e da CNT

ARQU

IVO

CNT

FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 23

sito. Os conteúdos teórico e práticocontribuem para a conscientização.Entre as vantagens, os simuladoresnão emitem gases poluentes duran-te os cursos, permitem o acompa-nhamento do desempenho dos alu-nos em tempo real e o monitora-mento da evolução com dados co-letados a cada exercício e possibili-tam a vivência de situações impos-síveis de serem simuladas na práti-ca. Quando o motorista dirige deforma mais adequada, há economiade combustível, menos gasto com

PRIMEIRO CONTATO

O SEST SENAT de Samambaia (DF) promoveu, especialmente para a CNT Transporte Atual, a primeira experiência de alunos com o novo

simulador. Participaram da atividade motoristas de transporte de cargas e de passageiros que, na ocasião, estavam integrando outras

capacitações. Em seu primeiro contato com a ferramenta, os profissionais destacaram a oportunidade única de corrigir e antecipar erros

de direção, o realismo dos cenários simulados e as similaridades com o dia a dia nas rodovias e nos centros urbanos. Confira os relatos:

É uma ferramenta muito interessante para

aperfeiçoar o aprendizadodos trabalhadores do

transporte. Sai da teoria e vai mais

para a parte prática

Diego Marques dos Santos, Motorista de ônibus

Foi uma experiência diferente. Se tivermos

isso na formação, poderemos corrigir

uma série de maus hábitosque temos e nem

percebemos

Jhonathan Conceição Narcísio, Motorista de ônibus

❛No simulador, qualquer

erro pode ser identificado e corrigido. Um problema

frequente que enfrentamossão os animais nas

pistas. Por isso, é essencialaperfeiçoar os reflexos

Cristiano Souza de Oliveira, Motorista de caminhão

O simulador oferece umimportante aprendizado. A cabine do equipamento é tão realista, que chega

a superar, em termos de qualidade, a do

próprio veículo

Evando Aquino Lopes, Motorista de carreta

NOVOS CURSOS QUE UTILIZARÃO O SIMULADORCurso Carga horária

Aperfeiçoamento de Motoristas para a Condução Antecipatória (Segura e Econômica) 28 h

Aperfeiçoamento de Motoristas para a Condução em Situações de Risco 28 h

Aperfeiçoamento de Motoristas para o Uso de Tecnologias Embarcadas no Veículo 20 h

Aperfeiçoamento de Motoristas para o Transporte de Passageiros (ônibus)

e Cargas Especiais (caminhão)

Aperfeiçoamento de Motoristas para Manobra do Veículo 28 h

Exercício de Adaptação ao Simulador 15 minutos

32 h

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mação de condutores, que inte-grou o grupo de trabalho que ela-borou a proposta pedagógica doscursos do SEST SENAT.

Segundo ela, os materiais fo-ram pensados de modo que teo-ria e prática se complementem.“Os conceitos teóricos discutidose relembrados em sala de aulasão posteriormente praticadosno simulador. Essa interação éimportante pelo fato de sair umpouco do conceitual (que esta-mos acostumados nos cursos re-

manutenção e redução dos custosoperacionais dos transportadores.

“Esses treinamentos serão cer-tamente um grande avanço na for-mação dos condutores profissio-nais, e o SEST SENAT novamenteestá na vanguarda de ações volta-das à segurança no trânsito. Inves-tir em capacitação tem sido pontoextremamente relevante quandose trata de melhorar a segurançado trânsito no nosso país”, diz Ro-berta Torres, especialista em segu-rança, educação no trânsito e for-

CENÁRIOS SIMULADOS

Veículos simulados

• Micro-ônibus

• Ônibus rígido urbano

• Ônibus rígido rodoviário

• Ônibus urbano articulado

• Ônibus urbano biarticulado

• Caminhão rígido com plataforma

e baú

• Cavalo mecânico com um ou

dois reboques, com opções de

implemento: plataforma, baú,

tanque e prancha para cargas

indivisíveis

Caminhão trafega em rodovia com pavimento ruim Cenário de serra com trecho não pavimentado e tráfego médio

Visão interna do veículo, com chuva, no cenário urbano-BRT

Visao interna do veículo em rotatória no cenário urbano-BRT

É muito importante ter, na sala de aula, a condição de simular as situações do dia

a dia do motorista

José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística

(Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística)

❛ ❛

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capacitação de profissionais já ha-bilitados como uma ferramentaque possibilita criar situações que,embora o motorista possua bas-tante tempo de condução, talveznão tenha passado. A vantagem douso dos simuladores para esse tipode treinamento é a segurança doambiente virtual, que é controlado,além das diversas possibilidadesque não seriam possíveis em umtreinamento real.”

No simulador, é possívelcriar situações bem complexas

gulares) e ir para o campo práti-co, onde poderemos desenvolveras habilidades técnicas e práti-cas desses condutores.”

Também integrante do grupoque trabalhou na proposta pedagó-gica dos cursos, Paulo Guimarães,engenheiro e diretor técnico doObservatório de Segurança Viária,considera que a inserção de simu-ladores de direção – tanto na for-mação quanto no treinamento –trata-se de uma “grande evoluçãopara o Brasil”. “Vejo o simulador na

Obrigatoriedade nas demais categoriasPREVISÃO

Desde janeiro deste ano, é ob-rigatório o uso do simulador dedireção veicular nas autoescolaspara quem vai tirar CNH (CarteiraNacional de Habilitação) e dirigircarros de passeio, na categoriaB. O candidato que for tirar a pri-meira habilitação terá que fazer,no mínimo, 25 horas de aula prá-tica. Do total, 20 horas em veícu-lo de aprendizagem, sendo qua-tro horas no período noturno. Asdemais serão feitas no simuladorde direção, sendo uma hora comconteúdo noturno. Quem já temcarteira de motorista e vai adi-cionar a categoria B deve fazer20 horas de aula, sendo cinco ho-ras no simulador.

No equipamento, os alu-nos têm reproduzidas situa-ções como ultrapassagem,mudança de faixa, direçãocom chuva e manobra emmarcha à ré. De acordo com oContran (Conselho Nacional

de Trânsito), numa segundaetapa, será obrigatório o usodo simulador para quem diri-gir veículos comerciais, cami-nhão, ônibus e motos.

“Praticamente todos osEstados já estão utilizando ossimuladores. Percebo umamudança de paradigma apósa utilização, tanto dos alunos,quanto dos instrutores. Te-nho um centro de formaçãode condutores e é perceptívela aceitação dos alunos apósusarem a ferramenta. Os ins-trutores têm reportado umadiferença significativa entreos alunos que vão para a di-reção com o simulador e osque vão sem passar pelo si-mulador”, afirma RobertaTorres, especialista em segu-rança, educação no trânsito eformação de condutores.

O primeiro Estado que im-plementou o uso de simula-

dores como parte do proces-so para obtenção da CNH foio Rio Grande do Sul, em 2014.Depois de um ano, o Sindica-to dos Centros de Formaçãode Condutores do Estado doRio Grande do Sul realizou es-tudos e pesquisas e compro-vou que os novos motoristasestavam não apenas maisbem preparados, como tam-bém haviam reduzido seuscustos com a obtenção dacarteira, uma vez que o nú-mero de aulas extras e re-marcação de exame, por re-provação, diminuiu significa-tivamente. “Hoje, o Estado éum exemplo de como os si-muladores são capazes detransformar a educação notrânsito, contribuindo para aformação de motoristas maisconscientes e preparados”,diz Sheila Borges, especialis-ta em simuladores.

do e tráfego médio

FOTOS PROSIMULADOR/DIVULGAÇÃO

Trata-se de uma ótima ferramenta para formação

profissional

Eurico Galhardi, presidente do Conselho

Diretor da NTU (Associação Nacional dasEmpresas de Transportes Urbanos)

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aperfeiçoamento. O equipamentoconta com imagens de alta quali-dade e que são representaçõesfiéis do que os motoristas enfren-tam no seu dia a dia nos grandescentros e nas rodovias.

Dirceu Alves Junior, chefe doDepartamento de Medicina de Trá-fego Ocupacional da Abramet (As-sociação Brasileira de Medicina deTráfego), pondera que longos pe-ríodos atrás do volante, ao mesmotempo em que tornam os conduto-res mais hábeis e confiantes, tam-bém podem originar hábitos peri-gosos, como manobras arriscadase dirigir com apenas uma dasmãos. Para ele, tão difícil quantoeliminar esses costumes é detectá-los por conta própria e dimensio-nar seus riscos.

para que o condutor vivencie,aprenda a agir, treine e, quandoocorrer no ambiente real, estejapreparado, a exemplo de comoacontece na formação de pilo-tos de avião. “Todo tipo de qua-lificação desses profissionaisrefletirá em um ganho para otrânsito das cidades e rodovias,uma vez que tendo motoristasmais capacitados, esses serãotambém mais conscientes. Aeducação deve ocorrer de ma-neira contínua. O avanço da tec-nologia, assim como as mudan-ças na legislação, acabam exi-gindo desses profissionais umaatualização constante”, comen-ta Guimarães.

No caso do SEST SENAT, não setrata de formação, mas sim de

Infraestrutura das salas de aula foi adaptada

Estudos mostram eficácia MUNDO

Estudos realizados pelo Na-tional Center for Injury Preven-tion and Control, agência fede-ral de prevenção e controle delesões dos Estados Unidos,mostram que o uso do simula-dor pode reduzir até a metadeo número de acidentes nos 24primeiros meses de habilita-ção. Uma das mais conceitua-das universidades do mundo, ade Iowa, nos Estados Unidos,conta com o centro de desen-volvimento National AdvancedDriving Simulator – Nads, ór-gão parceiro do Departamentode Transportes dos EUA e quehá 25 anos utiliza simuladoresde direção para conduzir estu-dos e pesquisas.

Omar Ahmad, diretor deoperações do Nads, com maisde 19 anos de experiência emsimulação de direção, defineos aparelhos como ferramen-tas de alta precisão que re-criam a experiência de dirigir.Sobre a importância da utiliza-ção dos simuladores no pro-cesso de formação de condu-tores, Ahmad explica que a fer-ramenta coloca pessoas emum ambiente seguro e contro-lado. Segundo ele, o objetivodesse tipo de tecnologia é "re-duzir os acidentes por meio deuma melhor compreensão dotrânsito e dos fatores humanosna condução veicular".

Também nos Estados Uni-dos, um estudo de caso ava-liou alunos durante um se-

mestre e revelou que o de-sempenho dos estudantesque foram treinados com o si-mulador foi melhor em even-tos considerados de risco, co-mo mudanças de faixa, ultra-passagens, entre outros. Es-ses alunos também tiverammenos comportamentos deexcesso de velocidade do queos alunos que não foram trei-nados no simulador. Na Holan-da, os simuladores de direçãoforam introduzidos na forma-ção de novos condutores comfoco na didática proporciona-da por essa ferramenta. Osinstrutores holandeses co-mentam que eles gastam me-nos tempo explicando concei-tos básicos, deixando maistempo para as habilidadesque precisam de maior refina-mento.

Em 2010, foi realizado umestudo de longo prazo emMontreal, Quebec, com o obje-tivo de analisar a eficácia dasubstituição do treinamentoprático nas ruas. Nos resulta-dos preliminares, os autoresperceberam que uma hora nosimulador pode substituiruma hora das aulas de direçãonas ruas. Outros países comoChile, Japão, Tailândia, China,Finlândia, Marrocos, França,Bielorrússia, República Tche-ca, Irlanda, Lituânia, Romênia,Rússia e Eslováquia tambémutilizam simuladores na for-mação de condutores.

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“Além de essenciais para a for-mação de condutores, os simula-dores auxiliam na educação con-tinuada de motoristas que preci-sam ter suas posturas modifica-das, conforme avaliação do ins-trutor”, argumenta. Alves Juniorcompleta que condutores de lon-ga data tendem a cometer faltasmais arriscadas à segurança porconta do excesso de confiança.“São comuns falhas posturais, co-mo deixar o braço para fora ou di-rigir com apenas uma das mãos, ecerto desleixo quanto à falta desinalização das ações ou uso in-correto das lanternas. O simula-dor é a melhor maneira de rever-ter esses hábitos.” l

(Com Cynthia Castro e Livia Cerezoli)

Iniciativa trará ganhos para o setorTRANSPORTADORES

Relevantes na estruturaçãode vias mais seguras e na edu-cação continuada de motoris-tas, os simuladores de direçãotêm sido alvo de investimentosde empresas interessadas emoportunizar treinamentos paraos colaboradores. Esse foi o ca-so da Braspress, empresa na-cional de transporte de enco-mendas, que utiliza a tecnolo-gia desde 2009. Segundo Uru-batan Helou, presidente daBraspress, o simulador não en-sinará ninguém a dirigir, masaperfeiçoará o motorista em si-tuações críticas. “A partir dele,corrigimos vícios e utilizamos atelemetria para aprimorar aatuação desses profissionais.”Para José Hélio Fernandes,presidente da NTC&Logística

(Associação Nacional doTransporte de Cargas e Lo-gística), a adoção de simula-dores na capacitação demotoristas profissionaiscontribuirá de forma decisi-va na qualificação da mãode obra no transporte. “Émuito importante ter, na sa-la de aula, a condição de si-mular todas a situações queesses motoristas poderãoenfrentar no dia a dia. Tam-bém é essencial conferir on-de errou, com correção ime-diata e documentação daatividade.”

Eurico Galhardi, presi-dente do Conselho Diretorda NTU (Associação Nacio-nal das Empresas de Trans-portes Urbanos), defende o

uso de simuladores na for-mação. “Trata-se de umaótima ferramenta para for-mação profissional. Nessesentido, temos um projetode lei, que está tramitandono Congresso Nacional, quepropõe a obrigatoriedade deaulas em simuladores de di-reção veicular quando daobtenção da CNH, na cate-goria D, quando se tratarde condutores já habilita-dos nas categorias B e C.Essa nossa iniciativa dialo-ga com o projeto do SESTSENAT de mudança de ca-tegoria. Em momentos decrise, essa é uma das alter-nativas para ter motoristasqualificados à disposiçãodo mercado”, diz.

alas de aula foi adaptada com sistema de som e imagem

Tecnologia de ponta na sala de aulaTREINAMENTO

O simulador do SEST SENATpossui uma plataforma com mo-vimento, composta por assentoe componentes que simulam oveículo real. No projeto, estãoprevistas aulas interativas,aliando teoria e prática, de até15 alunos em uma mesma tur-ma. Cercado por uma área vi-sual com três telas de 75 pole-gadas, o aparelho utiliza siste-ma de som 5.1, que permite aoaluno uma verdadeira experiên-cia de imersão, possibilitando

uma maior e mais produtiva ab-sorção e conhecimento.

O software utilizado em to-das as simulações foi construí-do com base nas regras de trá-fego e sinalização do Código deTrânsito Brasileiro. Serão gera-dos relatórios individuais deta-lhados com informações relati-vas ao desempenho do condu-tor (infrações, vícios de condu-ção, consumo de combustível,emissão de poluentes).

O equipamento também per-

mite retorno imediato ao aluno,mediante a análise de erros eacertos no trajeto simulado. Épossível experimentar situaçõescom os seguintes veículos: micro-ônibus, ônibus rígido urbano, ôni-bus rígido rodoviário, ônibus ur-bano articulado, ônibus urbanobiarticulado, caminhão rígidocom plataforma e baú, cavalo me-cânico com um ou dois reboques,com opções de implemento (pla-taforma, baú, tanque e pranchapara cargas indivisíveis).

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Page 28: CNT Transporte Atual

Oano de 1995 foi o mar-co inicial de uma pu-blicação que viria ase tornar referência

no setor transportador brasi-leiro. A primeira edição da Re-vista CNT Transporte Atual foipublicada em maio daqueleano e tratou, na reportagem de

capa, sobre os monopólios quesucateavam o país à época.Neste mês, a revista chega àsua 250ª edição. Em 21 anos,passou por diferentes fases,jornalistas e projetos gráficos;acompanhou a mudança detrês governos federais; deba-teu e discutiu avanços e difi-culdades dos modais no Brasile no mundo.

Publicada mensalmente, a

revista vai além dos temas es-pecíficos do transporte, tratan-do também sobre economia,negócios e meio ambiente,sempre relacionados ao setor.O presidente da CNT (Confede-ração Nacional do Transporte),Clésio Andrade, abordou essasdiferentes faces da publicaçãono primeiro editorial. “A revis-ta pretende ser um fórum per-manente de debate das novas

Revista CNT Transporte Atual chega à 250ª edição; em 21 anos, publi caçãPOR EVIE GONÇALVES E

JANE ROCHA

EM PAUTA

Tradição no trealidades e necessidades bra-sileiras para demonstrar queos transportadores estão inte-grados e querem participar daconstrução de um país melhor.”

Hoje, ele avalia o cresci-mento da publicação – com ti-ragem inicial de 10 mil exem-plares e atual de 40 mil exem-plares – como fruto de um tra-balho árduo da equipe da Con-federação. “Estamos atentos a

Edição 9 1996

Edição 341998

Edição 632000

Edição 21 1997

Edição 471999

Edição 11995

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todos os temas envolvendo otransporte nos diferentes seg-mentos do país. Queremos co-locar em pauta a discussão dainfraestrutura. As rodovias,ferrovias, hidrovias, portos eaeroportos ainda carecem demuito investimento e é nossopapel contribuir com o deba-te”, ressalta.

Além das tradicionais repor-tagens, a revista traz entrevis-

tas em todas as edições com es-pecialistas ligados ao setor,possui uma página assinada pe-lo cartunista e chargista Duke,na qual são apresentadas situa-ções do transporte de maneirabem-humorada, dá destaquepara notas curtas na colunaMais Transporte, disponibilizaum espaço para debate comopiniões de especialistas sobreum tema contemporâneo e ofe-

rece os boletins Estatístico, Eco-nômico, Despoluir e Ambiental,com dados atualizados dotransporte nacional. As açõesdo SEST SENAT pelo Brasil tam-bém são destacadas mês a mês.

Fonte de informação paradiversos setores, a publicaçãotem contribuído, ao longo detodos esses anos, para enri-quecer o debate econômico,social e político do país. O

publi cação contribui para o debate e fortalecimento do setor transportador

o transportepresidente da Anfavea (Asso-ciação Nacional dos Fabrican-tes dos Veículos Automoto-res), Antonio Megale, parabe-niza a revista pelo profissio-nalismo e pela dedicação. “ACNT Transporte Atual trazinformações relevantes sobreos mais variados modais detransporte e é capaz de de-senvolver conteúdo que auxi-lia profissionais da indústria

Edição 832002

Edição 1082004

Edição 1322006

Ediçãoespecial

Edição 712001

Edição 1012003

Edição 1162005

Edição 1412007

Edição 1462007

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Page 30: CNT Transporte Atual

que a revista informa algumaalteração, levamos a publica-ção para a sala de aula”, diz.

DestaquesNesses 21 anos, inúmeras

matérias foram destaque naCNT Transporte Atual. Em1996, por exemplo, já se ques-tionava acerca da necessida-de de investimento nas con-cessões de rodovias. A revistatrouxe uma reportagem sobreo início das concessões na re-gião Sudeste. Na edição de nú-mero 34, matéria especial tra-tou sobre a entrada em vigordo CTB (Código de Trânsito

a acompanhar o dinamismode mercado e estar sempreatentos às mudanças.”

A revista também é fontede conhecimento nos cursosdo SEST SENAT oferecidos nasUnidades de todo o país. Oinstrutor Ademir Urrutia Cal-das, que leciona sobre resolu-ções do Contran (ConselhoNacional de Trânsito) , desta-ca os dados estatísticos e,principalmente, as matériascom informações sobre mu-danças nas legislações. “Asleis de trânsito não são ho-mogêneas. Elas são modifica-das o tempo todo. Toda vez

NA REDAÇÃOConfira o processo de produção da revista:

• Reunião de pauta da equipe: repórteres, redatores e editor se reúnem

mensalmente e sugerem pautas de todos os modais, incluindo tecnologia,

meio ambiente e trabalhos da CNT, do SEST SENAT e do ITL

• Reunião de pauta do Conselho: o Conselho editorial, formado por

membros da equipe de Comunicação e por diretores da CNT, do

SEST SENAT e do ITL, se reúne para aprovar as pautas sugeridas

• Apuração:

Reportagem: repórteres entrevistam fontes e redigem textos. Também

participam de seminários, congressos, coletivas e outros eventos

Entrevista: a cada mês, é aprovado o nome de uma personalidade de

destaque para falar sobre assuntos de interesse do setor transportador

• Edição:

Textos: passam por edição dos redatores para que sejam feitas alterações

necessárias

Seção de artigos: dois profissionais são escolhidos para escrever artigos

debatendo questões do transporte

Cartum: a revista publica mensalmente um cartum relacionado ao setor

Boletins: são publicados boletins técnicos, atualizados, com dados

estatísticos, econômicos e sobre meio ambiente e transporte

• Fotografia: paralelamente à produção das reportagens, as fotografias de

cada pauta são produzidas

• Correção: as matérias passam por um revisor que analisa se os textos e se

os termos estão empregados corretamente

Edição 174 2009

Edição 193 2011

Edição 1552008

Edição 1862011

CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201630

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Page 31: CNT Transporte Atual

Brasileiro), que completoumaioridade recentemente.

Nos primeiros anos, a publi-cação também abordou o rou-bo de cargas, o início das con-cessões das ferrovias e a che-gada do SEST SENAT a todas asregiões do país. Em 2003, a re-portagem de capa falou sobrea Pesquisa CNT de Rodovias,que revelou, já naquela época,que 80% das rodovias do paísestavam em condições precá-rias. A última pesquisa da Con-federação, em 2015, completou100 mil km pesquisados e cons-tatou que mais da metade daextensão avaliada ainda tem

problemas no pavimento, na si-nalização ou na geometria davia, o que comprova que o in-vestimento nas rodovias aindaé tímido e necessário.

A publicação também tratousobre a Ponte Rio-Niterói, consi-derada uma das sete obras deengenharia mais belas e funcio-nais do país, e a respeito doaeroporto de Congonhas, umdos mais importantes terminaisdo Brasil. Abordou ainda o caosno trânsito de São Paulo, comcongestionamentos que chega-vam a 200 km, em 2007. No mes-mo ano, duas capas importantesdestacaram o lançamento do

Despoluir – Programa Ambientaldo Transporte, desenvolvido eexecutado pelo SEST SENAT como apoio da CNT e do Plano CNTde Transporte e Logística.

Em 2012, a revista acompa-nhou a Rio+20, no Rio de Janei-ro, e os inúmeros desafios am-bientais da conferência da ONU(Organização das Nações Uni-das), entre eles a necessidadede implantação do transportesustentável. A publicação trou-xe ainda, em 2014, uma matériasobre a abertura do escritórioda CNT na China para atrair in-vestimentos nas áreas de infra-estrutura e transporte.

No ano passado, três temasrelevantes foram abordadospela publicação: o transportede órgãos, que é realizadocom a ajuda das empresas dosetor aéreo e da FAB (Força Aé-rea Brasileira); os drones, queestão em toda parte, mas aindacarecem de regulamentação; ea possibilidade de construçãoda ferrovia Transoceânica, quepretende ligar o Brasil aos por-tos peruanos. Este ano, a edi-ção 246 da revista trouxe ma-téria sobre as gratuidades notransporte coletivo e a neces-sidade de busca de novas fon-tes de financiamento. l

Edição 210 2013

Edição 227 2014

Edição 234 2015

Edição 246 2016

Edição 2032012

Edição 2242014

Edição 2332015

Edição 2362015

CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 31

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AQUAVIÁRIO

Oportunidade dFalta de infraestrutura dos portos impedirá o Brasil de se

Aampliação do Canal doPanamá será revolucio-nária para o comérciomundial, mas o Brasil

não se beneficiará da obra deimediato. O motivo é a falta de in-fraestrutura dos complexos por-tuários do país, principalmentenas regiões Norte e Nordeste.

Inaugurado no fim de junhodeste ano com a travessia doporta-contêineres chinês CoscoShipping Panama pela eclusa deembarque de Água Clara, o ter-ceiro canal do complexo tornou-se necessário devido ao tama-nho cada vez maior dos naviosde carga que navegam na rotaque liga o Atlântico ao Pacífico.Graças à abertura das novaseclusas, o canal receberá os NewPanamax, supercargueiros deaté 366 metros de extensão e 49metros de largura que represen-tam 16% da frota de porta-con-têineres do mundo.

A ampliação triplicou a capa-cidade dos navios que circulampor ali, permitindo a passagemde embarcações com até 14 mil

ram uma década para seremconcluídas e foram entreguescom 20 meses de atraso, au-mentarão a capacidade do co-mércio entre os países. Porém,os principais portos do Brasilnão têm capacidade para rece-ber esses novos navios. Os NewPanamax precisam de 15 metros

TEUs (unidade equivalente a umcontêiner de 20 pés).

Ao custo de US$ 5,2 bilhões,a ampliação do Canal do Pana-má é a solução para o local quedeixava de receber 32% da fro-ta mundial porque os navios degrande porte não passavam pe-las eclusas. As obras, que leva-

de calado para operar plena-mente, mas quase todos os por-tos brasileiros operam abaixodisso. É o caso do Porto de San-tos, o maior do Brasil, por ondepassa um em cada três contêi-neres movimentados no país. Oterminal diminuiu sua capacida-de de movimentação de cargas

POR JANE ROCHA

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Page 33: CNT Transporte Atual

e desperdiçadaBrasil de se beneficiar da ampliação do Canal do Panamá

depois de ter o calado reduzido.Atualmente, a profundidade éde 13,2 metros.

Nos terminais do Norte edo Nordeste, que têm maispossibilidade de receber asgrandes embarcações quecruzam o Canal do Panamápor conta da localização geo-

gráfica, a realidade não é di-ferente. Em Suape (PE), dos 15berços, apenas um tem cala-do superior a 15 metros deprofundidade. Há alguns anos,já foram anunciadas obras pa-ra a construção de novos ter-minais de contêineres, masaté o momento não foi defini-

da a previsão do lançamentodos editais. No Porto de Itaqui(MA), onde a movimentaçãode contêineres ainda é peque-na, a expectativa é que futu-ramente sejam construídosnovos berços para receber osnavios New Panamax, o quevai permitir maior eficiência

na exportação de grãos e naimportação de fertilizantes,mas tudo não passa de proje-to. Dos sete berços do termi-nal, quatro têm profundidadeacima de 15 metros.

Para o coordenador do Nú-cleo de Logística, Supply Chain eInfraestrutura da Fundação DomCabral, Paulo Resende, a amplia-ção do Canal do Panamá trazpossibilidades para o Brasil atin-gir grandes mercados com a re-dução das distâncias de trans-portes, porém, as áreas respon-sáveis por pensar a logística es-tão longe de enxergar tais opor-tunidades com planos e projetosmultimodais. “Os portos devem

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Ampliação do Canal do Panamá triplicou a capacidade de movimentação de navios de grande porte no localAmpliação do Canal do Panamá triplicou a capacidade de movimentação de navios de grande porte no local

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201634

Maersk Line no Mercosul, opera-dora logística dedicada à presta-ção de serviços de navegaçãomarítima, Antonio Dominguez,confirma que a ampliação do Ca-nal do Panamá não trará benefí-cios imediatos aos portos brasi-leiros. Para ele, o grande entravetambém é a profundidade doscomplexos portuários. “O proble-ma do Brasil é a infraestruturalocal. Os portos brasileiros nãooferecem condições para naviosde maior porte atracarem. Ainda

é preciso muito investimento”,destaca Dominguez.

As altas taxas que deverãoser cobradas durante as pas-sagens pelas eclusas paname-nhas também são considera-das um entrave para o Brasil.Atualmente, para cruzar o ca-nal, um navio de 4,6 mil TEUspaga US$ 82 por contêiner. Es-se valor pode ser ainda maiorse forem consideradas todasas sobretaxas. A média depreço pode ficar entre US$ 125

ser consolidados de forma estra-tégica para aproveitar o momen-to certo de usar essas vantagenscomparativas e competitivas.Faltam corredores logísticos in-ternos que levem os produtospara esses portos e estruturasde movimentação de cargas paradar conta do movimento de na-vios de grande porte. Alguns ain-da precisam de aprofundamentodos canais de acesso para garan-tir maior calado”, defende.

O diretor-superintendente da

O novo canal foi ina

Peça-chave na navegação mundial

IMPORTÂNCIA

Construído pelos norte-americanos com o intuitode ligar o Oceano Atlânticoao Oceano Pacífico, o Canaldo Panamá tem grande im-portância na economia dospaíses envolvidos e no flu-xo marítimo internacional,que hoje corresponde a4% do comércio marítimomundial. Localizado naAmérica Central, o canalfoi aberto em 1912 e possui82 quilômetros de exten-são, 91,5 metros de largurae 26 metros de profundida-de. Sua travessia leva cer-ca de nove horas e o tráfe-go passa de 14 mil embar-cações por ano.

As principais trajetóriassaem do litoral leste norte-americano com destino, prin-cipalmente, à costa oeste daAmérica do Sul. Há tambémfluxo de origem europeia paraa costa oeste dos EUA e do Ca-nadá. Nessa rota, estão con-centrados 60% de todo o trá-fego. São 160 países conecta-dos através de 144 rotas.

Peça-chave na navega-ção mundial, o Canal doPanamá já permitiu o trân-sito de mais de 700 mil em-barcações. Ele contribuipara 6% do PIB anual dopaís, gera 13.100 trabalhosdiretos, obteve US$ 2,61 bi-lhões de faturamento até

maio de 2016. Os EstadosUnidos são os principaisusuários do canal por car-ga transportada, seguidosda China, Japão, Colômbia,Coreia do Sul, Peru, México,Equador, Canadá e Panamá.

O tempo médio que umaembarcação leva para cruzaro canal é de 10 horas. A pas-sagem mais rápida foi feitapelo Hydrofoil Pegasus daMarinha Americana, em 2 ho-ras e 41 minutos. A maior car-ga foi transportada pelo na-vio Arco Texas em 1981, com65.229 toneladas de petróleo.Em 100 anos de operação,mais de um milhão de barcosatravessaram o canal.

Ampliaçãoé a soluçãopara o localque deixavade receber

32%da frotamundial

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 35

cerca de 28% do trânsito do ca-nal, mas respondem por 58% dasreceitas.

O presidente do conselho ad-ministrativo da Logz LogísticaBrasil, holding que tem investi-mentos em empresas de logísti-ca portuária, Nelson Carlini, acre-dita que, além da tarifa do canal,é preciso computar o custo emterra no Brasil para levar a cargapara os portos do Norte e do Nor-deste em vez de encaminhar pa-ra os portos de outras regiões.

e US$ 150 por TEU, dependen-do do navio e da rota.

“No caso do contêiner, que le-va principalmente carga indus-trializada, a aposta é que uma ro-ta pelo novo canal só se viabiliza-ria se houvesse carga âncoradesse tipo em volume no Norte eno Nordeste. Porém, hoje, a ori-gem e o destino do contêiner noBrasil estão concentrados no Sule no Sudeste”, explica Domin-guez, reforçando que os naviosde contêineres contribuem com

"Questões como armazenagem elogística terrestre ainda são umproblema", conclui.

Para o diretor da AEB (Asso-ciação de Comércio Exterior doBrasil) e diretor da seção aqua-viária da CNT, Aluísio Sobreira, afalta de infraestrutura dos com-plexos portuários brasileiros re-duz a capacidade de comércioexterior do país. Ele reforça ain-da que a crise econômica dimi-nuiu bastante a movimentaçãode cargas nos portos brasileirosde 2014 para 2015. “Os poucos in-vestimentos que ocorreram nosetor foram muito aquém da ne-cessidade. Para se ter uma ideia,apenas 0,6% do PIB brasileiro foiinvestido em transporte. En-quanto isso, Peru e Colômbiaaplicaram mais de 4%. O Brasil éo segundo maior produtor de so-ja e o primeiro maior exportadordo grão, mas não tem infraestru-tura de transporte para escoar aprodução. Além disso, há umafalsa impressão de que o paísimporta e exporta bastante porconta do superavit da balançacomercial”, explica.

O novo canal foi inaugurado no fim de junho deste ano com a travessia do porta-contêineres chinês Cosco Shipping Panama

“Os portosbrasileiros não têm

infraestruturapara navios demaior porteatracarem”

ANTONIO DOMINGUEZ

DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA MAERSK LINE

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201636

Em 2015, o Brasil importou US$171,453 bilhões e, em 2014, US$229,031 bilhões, o que represen-tou uma queda de 25,1% nas im-portações. Com relação às expor-tações, o Brasil exportou no anopassado US$ 191,134 bilhões e, em2014, US$ 225,101 bilhões, o querepresentou uma queda de 15,1%.“Como pode-se verificar, no con-junto (importação mais exporta-ção), entre os anos de 2014 e 2015,a queda foi de 20,2%. Assim, o fa-to de o saldo da balança comer-

Novos terminais de contêineres foram anunciados para o Porto de Itaqui (MA), mas os edit

Canal da Nicarágua é concorrente

MAIOR DO MUNDO

Considerado o maior ca-nal do mundo e com inaugu-ração prevista para 2020, oCanal da Nicarágua tambémligará os oceanos Atlântico ePacífico através da AméricaCentral. Com 278 quilômetros,o canal passará pelo Mar doCaribe, cruzando boa partedo Rio San Juan até chegarao gigantesco Lago Cocibol-ca, o segundo maior da Amé-rica Latina. A obra, orçada emUS$ 40 bilhões, foi iniciada nofim de 2014. A previsão é deque seja concluída em 2019.

O período de concessãoprevê 50 anos pelos direitosde construir o canal e outros50 para administrá-lo. O localdeve abrigar também umoleoduto, uma rodovia, umaferrovia transcontinental,dois portos de águas profun-das, dois aeroportos, duas zo-nas francas, um centro turís-tico e um parque industrial. OCanal da Nicarágua permitiráa passagem dos maiores na-vios do mundo, embarcaçõesdo comprimento de arranha-céus, grandes demais para oCanal do Panamá.

Três vezes mais longo eduas vezes mais profundo

que o Canal do Panamá, o daNicarágua enfrenta resistên-cia de ambientalistas e co-munidades locais. A preocu-pação são os impactos emcomunidades pobres da re-gião e em reservas naturais,pois o canal atravessará umaimportante fonte de água eum lago, o que pode asso-rear rios locais.

O Canal da Nicarágua é oinvestimento chinês mais im-portante na América Latinanesta década, recebendoquase um quinto, cerca deUS$ 250 bilhões, que o gigan-te asiático tem previsto desti-nar ao continente nos próxi-mos dez anos. Além disso, oprojeto colocará a Nicaraguáno mesmo patamar dos prin-cipais parceiros comerciaisda China na região, como Ve-nezuela, Brasil e Argentina.

Estratégico para o Brasil eseus planos de expansão deprodução petrolífera no sen-tido de tornar-se um dosmaiores produtores mun-diais, o canal deverá ser usa-do pela China para importarpetróleo do pré-sal, consoli-dando, numa gigantesca ope-ração bilateral com o Brasil.

“A falta deinfraestrutura

dos portosreduz a

capacidade de comércio

exterior”ALUÍSIO SOBREIRA, DIRETOR DA AEB

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 37

tos em sua infraestrutura para seadequarem a uma demandamaior de cargas, como aprofun-dar o canal de navegação na fozdo rio Amazonas, no caso de por-tos da região Norte do país. Alémdisso, para permitir que a cargachegue a esses portos de formaeficiente, a pasta sugere melho-rias nos acessos terrestres e hi-droviários, principalmente paraagilizar o escoamento dos grãosproduzidos nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

cial ter sido positivo não repre-sentou grande benefício para ocomércio exterior brasileiro co-mo pode parecer”, detalha.

Os números mostram que a fal-ta de investimentos tem prejudi-cado o comércio exterior brasilei-ro. Segundo o Banco Mundial, opaís caiu da 45ª posição para a60ª no ranking mundial de eficiên-cia logística de 2012 para 2014.

A SEP (Secretaria de Portos)reconhece que os portos brasi-leiros necessitam de investimen-

Segundo o Plano CNT deTransporte e Logística, o setorportuário tem importância es-tratégica para a economia dopaís, dada sua expressiva parti-cipação na movimentação totalde mercadorias. O levantamentoaponta que os entraves vão des-de a carência de terminais flu-viais até a insuficiência de aces-sos terrestres. Para solucionaresses problemas, são necessá-rios R$ 121 bilhões em investi-mentos em 368 projetos. l

Itaqui (MA), mas os editais ainda não foram lançados

PORTO DE ITAQUI/DIVULGAÇÃO

Apenas

0,6%do PIB

brasileiro foiinvestido emtransporte

de 2014para 2015

AM PA

MT

MA

PI

TO

GO

MS

SP

PR

RS

SC

RJ

ES

SEAL

PEPB

RN

MG

BA

CE

DF

RR AP

AC

RO

Porto de Ilhéus

Porto de Salvador

Porto de Maceió

Porto de NatalPorto de Areia Branca

Porto de Fortaleza

Porto de Cabecelo

Porto de Suape

Porto de Aratu

Porto de Itaqui

Porto de Recife

Porto de Belém

Porto de Vila do Conde

Porto de Santana

IMPACTOPortos que poderiam ser influenciados pela ampliação do Canal do Panamá

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Page 38: CNT Transporte Atual

mentos esportivos, como 25 milbolinhas de tênis, 2.900 bolas defutebol e 840 bolas de basquete.Além disso, são mais de 17 milentregas, um milhão de enco-mendas, 120 mil cadeiras, 30 milcamas, 30 mil colchões, 25 milmesas, 18 mil sofás, 36 mil baga-gens de atletas, 8.600 amostras

de antidoping e 300 quilômetrosde barreiras (alambrados). E issoé apenas uma amostra de todo oaparato que será utilizado tantonas arenas de competição quan-to na Vila dos Atletas.

Mais de 2.000 pessoas estãoenvolvidas com a operação lo-gística. Estão sendo utilizados

cerca de 200 caminhões, quepercorrerão 1,2 milhão de quilô-metros, e 2.000 equipamentosde movimentação – paleteiras,empilhadeiras, trator, guindastee outros – para o transporte dosmateriais.

Para a competição de tiroesportivo, por exemplo, serão

Olimpíada e Paralimpíada no Brasil envolvem complexa operação de transporte e

armazenamento de equipamentos e materiaisPOR DIEGO GOMES

RIO 2016

LogísticaolímpicaO

maior evento es-portivo do planeta –os Jogos Olímpicose Paralímpicos –

não exige o máximo apenasdos atletas que buscam aconsagração no panteão doesporte. A realização de umevento de dimensões e nú-meros maiúsculos requeruma operação gigantesca delogística e transporte de car-gas de variados tipos e gêne-ros. Para preparar e montaros palcos dos jogos que se-rão disputados ao longo dosmeses de agosto e setembrona cidade do Rio de Janeiro,por onde passarão quase 15mil atletas de 206 países, es-tão sendo movimentados 30milhões de itens, entre equi-pamentos esportivos, mó-veis, utensílios, bagagens,barreiras e alambrados.

No total, são 980 mil equipa-

CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201638

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AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 39

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ficado e lançado em um siste-ma. Toda vez que um objeto émovimentado, é feito o acom-panhamento e, periodicamen-te, um inventário para saberse todos estão armazenados.”Até agora, segundo o dirigen-te, os itens mais complicadosde transportar foram os obs-táculos do cross-country(uma das provas do concursocompleto de equitação do hi-pismo). Com alto grau de com-plexidade, o transporte dos

ganizados horizontalmente emcerca de 200 corredores, e ver-ticalmente em sete andares."São 26 mil posições de porta-paletes e alguns itens poderãoser reorganizados internamen-te, criando novos contêinerescom equipamentos necessáriospara envio a um local específi-co”, informa.

Cotrim explica que toda or-ganização é sistematizada einformatizada. "Cada itemque entra no armazém é codi-

usados 320 mil pratos que ser-vem como alvo para os compe-tidores. Já os atletas paralím-picos que disputarão o goalball(jogo praticado por pessoasque possuem deficiência vi-sual, cujo objetivo é arremes-sar uma bola com as mãos nogol do adversário) utilizarão2.300 vendas para os olhos.

Todos esses itens estão sen-do armazenados em três centroslogísticos no Rio de Janeiro, sen-do dois em Duque de Caxias e um

na Barra da Tijuca, em uma áreatotal de 100 mil metros quadra-dos, o equivalente a 12 estádiosdo Maracanã. Em seus momen-tos de maior atividade – três me-ses antes e três meses depoisdos Jogos –, a operação envolvecerca de 1.500 trabalhadores pa-ra receber e despachar os itens eequipamentos.

Fernando Cotrim, diretor deSuprimentos da Rio 2016, expli-ca que os contêineres no cen-tro de logística estão sendo or-

Mais de 2.000 pessoas e

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Mais acessibilidadePARALIMPÍADA

Uma preocupação impor-tante da Anac (Agência Na-cional de Aviação Civil), eque mereceu esforços contí-nuos com operadores aero-portuários, empresas aérease órgãos parceiros, é o aco-lhimento dos PNAEs (Passa-geiros com Necessidade deAtendimento Especial). Paraos Jogos Paralímpicos – queserão promovidos entre osdias 7 e 18 de setembro –,são esperados cerca de4.000 atletas, reforçando odesafio de acessibilidadenos aeroportos brasileiros.Com base nessa percepção,

a Anac, a SAC (Secretaria deAviação Civil) e a SDH (Secre-taria de Direitos Humanos),do Ministério da Justiça e Ci-dadania, elaboraram o Proje-to Acessibilidade. O objetivofoi treinar e capacitar oexercício humanizado aosPNAEs, pensando especial-mente nos Jogos Olímpicos eParalímpicos Rio 2016.

Além disso, uma série deobras de acessibilidade foirealizada na cidade para re-ceber os milhares de atletas,paratletas e torcedores. Aprefeitura do Rio de Janeiroinforma que foram criadas

novas calçadas com piso tá-til em 59 bairros cariocas,sendo 20% das ruas em lo-calidades da Zona Norte,10% na Zona Oeste e o res-tante na Zona Sul e nos en-tornos dos equipamentos es-portivos, como nas ruas doEngenho de Dentro, na ZonaNorte, nas imediações do es-tádio Engenhão. A expectati-va é que, até o início dos Jo-gos, estariam funcionandodez rotas acessíveis, que le-vam a pontos turísticos co-mo Jardim Botânico, VistaChinesa, Pão de Açúcar, Ci-nelândia, Corcovado.

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protocolares para a organiza-ção de quaisquer eventos, alogística nos Jogos Olímpicosé determinante para a concre-tização ou não das competi-ções. Para ilustrar essa rele-vância, basta voltar no tempoe relembrar o caso da atletabrasileira Fabiana Murer, quenão disputou uma prova desalto com vara na Olimpíadade 2008, em Pequim, porqueuma de suas varas sumiu. Naocasião, ela chegou a pedir a

obstáculos representou umdesafio para o Comitê Organi-zador em decorrência do pe-so, do tamanho e da falta depadrão dos objetos. Por essemotivo, a entrega dos equipa-mentos nos locais das provascomeçou com um mês de an-tecedência do início dos Jo-gos Olímpicos.

Importância estratégicaEmbora aparente se tratar

de um conjunto de questões

s de 2.000 pessoas estão envolvidas com a operação logística dos Jogos Rio 2016

CORREIOS/DIVULGAÇÃO

MARATONA LOGÍSTICA

Conheça detalhes da Megaoperaçãodos correios para os Jogos Rio 2016

+ De 17 mil entregasUm milhão de encomendas

300 quilômetros de alambrados

+ de 2.000 pessoas envolvidas

Cerca de 200 caminhões e 2.000equipamentos de movimentação

Aproximadamente 200 veículos,no total, que percorrerão 1,2 milhão de quilômetros

120 milcadeiras

30 mil camas

25 milmesas

18 milsofás

8,6 custódias(amostras de antidoping)

30 mil colchões

36 mil bagagens de atletas

980 mil partes de equipamentos esportivos

Área total de armazenagem100 mil m2 = 12 campos de futebol

Megaoperação Logística Rio 2016

Fonte: Comitê RIO 2016

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caminhamento correto de to-dos os objetos. Segundo o Co-mitê Organizador, todos osequipamentos estão separa-dos e os kits que serão utili-zados em cada jogo estãomontados. “Podem acontecererros, todo mundo está sujei-to a esse tipo de coisa, mastodas as providências estãosendo tomadas para que, doponto de vista logístico, nãohaja qualquer problema du-rante os Jogos”, explica Car-

paralisação da prova e procu-rou o equipamento, mas não oencontrou. Posteriormente, avara foi encontrada com equi-pamentos de outras atletasque já tinham sido eliminadasda disputa.

Para evitar incidentes des-sa natureza, já foram realiza-dos mais de 40 eventos testesnos últimos dois anos. Nas ex-periências, os Correios, em-presa responsável pela opera-ção logística, treinaram o en-

Os mais de 300 cavalos que partic

Segurança no espaço aéreo PROCEDIMENTOS

O setor aéreo brasileirovem se preparando para rece-ber os Jogos Olímpicos e Para-límpicos Rio 2016. A Secretariade Aviação Civil – vinculada aoMinistério dos Transportes,Portos e Aviação Civil – promo-veu, ao longo do mês de julho,oito simulados operacionaiscom o objetivo de testar novosprocedimentos de inspeção desegurança na aviação executi-va. As medidas serão válidaspara o período de 3 a 22 deagosto e de 7 a 19 de setembro.As regras, já usadas na avia-ção comercial, criam barreirasextras de proteção para pousoe decolagem de aeronavesexecutivas com destino ou ori-gem no Rio de Janeiro ou nascidades onde serão realizadasas partidas de futebol.

As restrições no espaçoaéreo do Rio de Janeiro paraa segurança dos Jogos Olím-picos e Paralímpicos começa-ram a ser impostas no dia 24de julho, quando foi aberta aVila dos Atletas. Serão usa-das 80 aeronaves na opera-ção, que envolve 15 mil milita-res. Até 22 de agosto, estaráem vigor a chamada ÁreaBranca, que abrange grandeparte do Estado do Rio de Ja-neiro, de Angra dos Reis a Ca-bo Frio, e do Oceano Atlânti-co, até as proximidades da di-visa com Minas Gerais. A res-

trição retorna no período dosJogos Paralímpicos. Nessaárea, não serão permitidosvoos de treinamento, de ins-trução e de turismo, além deoperações com paraquedas,parapentes, balões, dirigíveis,ultraleves, aeronaves experi-mentais, asas-deltas, pulveri-zação agrícola, reboque defaixas, aeromodelos, fogue-tes e veículos aéreos remota-mente pilotados.

A Secretaria de AviaçãoCivil elaborou um Manual dePlanejamento do Setor Aéreopara os Jogos Olímpicos eParalímpicos Rio 2016. O do-cumento consiste em umgrande acordo operacional ede planejamento, que padro-niza a operação dos 40 aero-portos sob regime especialde funcionamento durante omegaevento. Em torno de2.200 controladores de voojá receberam treinamentoespecífico para a administra-ção do fluxo da aviação noperíodo da competição emais de mil vagas extras jáestão mapeadas nos pátiosdos terminais para estacio-namento de aeronaves noperíodo. Os dez principaisaeroportos que devem aten-der à demanda do evento,em sua maioria, terão umefetivo aproximado de 11 milprofissionais no período.

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mento por câmeras e outros pro-cedimentos que não são divulga-dos por questões de segurança.Segundo o Comitê Organizador,cerca de 70% da operação logís-tica para os Jogos Olímpicos jáfoi concluída, o que inclui a en-trega de mobiliário para a VilaOlímpica. “O que fica para ser fei-to durante os jogos, que é o ma-terial esportivo, entre 20% e30%, é um volume bem menorem relação a toda operação quefazemos”, salienta de Luca.

Outra operação logísticacercada de cuidados e deta-lhes determinantes, com capi-laridade em diversas áreas,diz respeito aos procedimen-tos exigidos para a entrada ea saída do Brasil dos equipa-mentos esportivos e de mídiaque serão utilizados por atle-tas e profissionais de impren-sa de todo o mundo duranteos Jogos Rio 2016. Com o ob-jetivo de facilitar a compreen-são desses procedimentos, o

los Henrique de Luca, coorde-nador-geral de logística doprojeto Rio 2016.

DetalhesTambém estão sendo trans-

portados itens delicados como asmedalhas que adornarão os cor-pos dos atletas campeões. Elas jáestão armazenadas no ComitêRio 2016 e serão levadas até asarenas olímpicas com escolta. Oscentros logísticos contam comsegurança privada, monitora-

governo brasileiro produziu oGuia Aduaneiro para os JogosOlímpicos e os Jogos Paralím-picos de 2016, elaborado pelaReceita Federal. O documentofoi produzido com base na Leinº 12.780/2013, no Decreto nº8.463/2015 e nas diversas nor-mas que regulamentam asmedidas tributárias e adua-neiras relativas aos bens des-tinados aos eventos das duascompetições.

As informações têm relação

00 cavalos que participam das provas de hipismo têm tratamento diferenciado

GETTYIMAGES/DIVULGAÇÃO

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Transporte sustentável ATLETAS

Carros elétricos serão usa-dos nos Jogos Rio 2016 para otransporte dos atletas dentroda Vila Olímpica. Carregadoresserão instalados no local paraabastecer a frota de cerca de30 veículos. No total, são 4.200carros de sete modelos da Nis-san, entre veículos compactos,sedãs, picapes e os elétricos. Opresidente da Nissan do Brasil,François Dossa, explica em no-ta que os carros elétricos tam-bém serão usados para levaros atletas brasileiros medalhis-tas dos locais da competiçãoaté a Casa Brasil, espaço mon-tado no centro do Rio de Janei-

ro que vai receber exposições,organizar shows, fazer a recep-ção de atletas e autoridadesestrangeiras, além de servir co-mo escritório para ministrosdespacharem fora de Brasília.

Os veículos já foram usadosem um programa piloto de tá-xis elétricos no Rio de Janeiro eem São Paulo, que durou qua-tro anos e foi encerrado emabril deste ano. Nesse período,25 carros rodaram 2,2 milhõesde quilômetros e evitaram aemissão de 340 toneladas dedióxido de carbono (CO2). Osveículos têm autonomia de 160quilômetros.

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com as operações de impor-tação e de exportação reali-zadas por delegações estran-geiras das diversas modalida-des em disputa, por outrosentes que organizarão e exe-cutarão ações relacionadasaos eventos no Brasil e, prin-cipalmente, aos operadoreslogísticos e despachantesaduaneiros contratados poresses entes. As orientaçõestambém servem aos profis-sionais de imprensa não resi-

Durante o

Restrições para a movimentação de cargasTRÂNSITO

O transporte de cargastambém passa por alteraçõesem decorrência da operaçãologística dos Jogos. Até o dia18 de setembro, transportado-res que circulam pelo Rio deJaneiro devem estar atentosao planejamento dos roteirose das entregas, devido às res-trições ao fluxo de veículosde cargas. Os limites foramampliados em relação aospraticados normalmente e co-meçaram em 18 de julho. Asrestrições foram estabeleci-das, de formas distintas, paraas Linhas Amarela e Verme-lha, Avenida Brasil, Centro eZona Sul, Zonas Norte e Oeste,além da Ponte Rio-Niterói, on-de as mudanças foram esta-belecidas pela ANTT (AgênciaNacional de Transportes Ter-restres).

O presidente da Fetrans-carga (Federação do Trans-porte de Cargas do Estadodo Rio de Janeiro), EduardoRebuzzi, alerta que os limi-tes de horário para acessarcentros comerciais impor-tantes da cidade do Rio fa-zem aumentar os custosoperacionais do transportee de quem depende das en-tregas. “O comércio tem queficar aberto à noite para re-ceber cargas, tem custo ex-

cedente com trabalhador. Asempresas, para ter produti-vidade maior nas janelas emque o trânsito está liberado,estão colocando mais mãode obra. Aumento de custoexiste para todo mundo.Apesar disso, o evento é degrande relevância”, diz.

Além disso, todos os con-dutores devem estar aten-tos para a Rede de FaixasOlímpicas. São pistas, em di-versas vias, reservadas paraveículos credenciados peloComitê Rio 2016, indicadascom a marca Rio 2016. Quemtrafegar nessas faixas semter autorização está sujeitoà multa de R$ 1.500. EdgarFerreira de Sousa, presiden-te da Fencavir (FederaçãoNacional dos Taxistas eTransportadores Autônomosde Passageiros), explica que,embora os taxistas tenhamse preparado para aperfei-çoar o atendimento aos tu-ristas durante a Olimpíada –investindo em nova frota eem cursos de idiomas –, es-se esquema de faixas tornao trânsito carioca aindamais caótico. “A sinalizaçãona cidade ainda é precária enossa categoria não foi con-vidada a participar do pro-cesso decisório. Estamos

preocupados com o trânsitonesse período.”

MobilidadeOutras marcas da prepara-

ção da Rio 2016 foram o atraso eo não cumprimento do crono-grama de obras de mobilidade einfraestrutura. Entretanto, o di-retor de Comunicação e Engaja-mento da Rio 2016, Mário Andra-da, destaca que a competiçãopromoveu, sim, uma transfor-mação na cidade. “Refez toda aparte central da cidade, retirouo elevado da Perimetral, cons-truiu os novos túneis, abriu oBRT [do inglês Bus Rapid Transit,transporte rápido por ônibus]para zonas que antes não eramacessíveis em alta velocidade ealta demanda."

Andrada citou o BRT que ligaa Barra a Deodoro, que conside-ra uma das ligações norte-sulmais importantes da cidade, ecomentou que o Rio tem, final-mente, um transporte de massae de alta velocidade até o aero-porto internacional. "Agoraexiste uma opção rápida, baratae confortável para sair do aero-porto e chegar à Barra. E a joiada coroa vai ser o metrô, um so-nho de várias gerações de ca-riocas, que já está funcionandoe vai chegar até a Barra.”

(Com Natália Pianegonda)

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40 animais. Os aviões são adapta-dos para conduzi-los de maneirasegura e o mais confortável possí-vel. Esses ilustres passageiros re-cebem, no voo, uma dose especialde feno. Para viajar, os cavalosprecisam vestir um equipamentode proteção especial. Em circuns-tâncias excepcionais, podem aténecessitar de medicamentos parase acalmar durante o voo.

Já em solo brasileiro, são che-cados se os documentos de iden-tificação dos equinos são válidos.

“Um cavalo, como um humano,tem o próprio passaporte. Nelecontêm informações importantes,como a descrição física detalha-da, a lista de competições dispu-tadas e as vacinas tomadas”, con-ta Alex Titan, gerente de Competi-ção do Comitê Rio 2016. Do Aero-porto Internacional do Rio de Ja-neiro, os cavalos serão conduzi-dos em caminhões para o CentroNacional de Hipismo, localizadono Parque Olímpico de Deodoro.

Segundo a Secretaria de Avia-

dentes no país, quando essestrouxerem do exterior, emsua bagagem, equipamentosprofissionais para a cobertu-ra jornalística do evento.

Tratamento diferenciadoAtletas de alta performance e

dignos de atenção redobrada, osmais de 300 cavalos que virão aoRio de Janeiro para as competi-ções de hipismo estão sendotransportados em aeronaves ex-clusivas, com capacidade para até

ção Civil, o transporte dessesequinos significa de 20 a 22 voosno Aeroporto do Galeão. O geren-ciamento estratégico da infraes-trutura aeroportuária tenta evitarimprevistos que podem impactara operação de rotina dos termi-nais, gerando efeitos como atra-sos em cascata e obstrução deáreas importantes do aeroporto."Há um grande volume de passa-geiros, bagagens e cargas queprecisa atender a critérios de tem-po, espaço e etapas dentro doaeroporto”, exemplifica ThiagoMeirelles, coordenador do CTOE(Comitê Técnico de Operações Es-peciais), órgão criado no âmbitoda Comissão Nacional de Autori-dades Aeroportuárias.

O Manual de Planejamento pa-ra os Jogos Olímpicos e Paralím-picos Rio 2016 traz definições so-bre o transporte especial dos ca-valos, dos cães-guias que acom-panharão os atletas com deficiên-cia visual e das armas e muniçõesutilizadas nas competições. Essasúltimas serão usadas por cercade 390 atletas olímpicos durantenove dias de competição e 150atletas paralímpicos em sete diasde competição. l

Durante os Jogos Rio 2016, apenas veículos credenciados poderão trafegar pelas chamadas faixas olímpicas

RIO 2016/DIVULGAÇÃO

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COMPLIANCE

Ainda desconhecido pa-ra boa parte dos brasi-leiros, o conceito decompliance já é bas-

tante utilizado e explorado nomeio corporativo, especialmenteno exterior, que, cada vez mais,preocupa-se com a gestão deriscos. Proveniente do verbo “tocomply”, ele significa adequar-

se, obedecer, estar em conformi-dade com as regras. Na realidadeorganizacional, denota, portan-to, a obrigação de agir de acordocom as normas e regras.

O Brasil vive um contexto decombate à corrupção. É um mo-mento em que se busca a transpa-rência em todos os processos. Háum agravamento da crise econômi-

ca e a franca ascensão de deman-das por ética. Diante disso, a imple-mentação de um código de condu-ta tem se mostrado cada vez maiscompulsório às empresas. Cientedessa tendência mundial, o SESTSENAT (Serviço Social do Transpor-te e Serviço Nacional de Aprendiza-gem do Transporte) criou umaCoordenação de Compliance.

O presidente da CNT e dosconselhos nacionais do SEST edo SENAT, Clésio Andrade, des-taca a importância da iniciati-va. "Por meio da implantaçãodo compliance, pautado emnossa visão, missão e valores,assumimos um compromissocom a sociedade e com todosque nos relacionamos, de for-

POR DIEGO GOMES

Cumprindoa regra

SEST SENAT investe em programa de compliance, tendênciacorporativa mundial, a fim de garantir lisura de processos

internos e estabelecer código de conduta dos colaboradores

❛Por meio da implantação do compliance, pautado em nossa visão, missão e valores, assumimos um compromisso com a sociedade e com

todos que nos relacionamos, de forma a assegurar a conformidade dos procedimentos internos, como os padrões e as boas práticas

Clésio Andrade, presidente dos conselhos nacionais do SEST e do SENAT e da CNT

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ma a assegurar a conformida-de dos procedimentos inter-nos, como os padrões e as boaspráticas.” O que se espera éque todos os envolvidos to-mem ciência do que está sendoconstruído, compreendam asua importância e apliquemdiariamente em suas ativida-des, diz Clésio Andrade. “Agin-

do assim, estaremos fortale-cendo os valores que direcio-nam nossas ações e o compor-tamento diante de nossos pú-blicos de relacionamentos."

João Varga, coordenador deCompliance do SEST SENAT, expli-ca que o estabelecimento de nor-mas para programas dessa natu-reza – de modo a condicionar

funcionários, colaboradores efornecedores a seguirem um ar-cabouço de regras – ganhou cor-po, no Brasil, a partir da Lei Anti-corrupção (nº 12.846/2014). A no-va legislação responsabiliza ne-gócios que praticam atos lesivosà administração pública nacionalou estrangeira, tanto na esferaadministrativa quanto na civil.

Além das empresas, a LeiAnticorrupção é voltada parafundações, associações e ór-gãos do terceiro setor que te-nham vínculo com o poder pú-blico direta ou indiretamente.Com 147 unidades em todo oBrasil, o SEST SENAT estabele-ceu parceria com o escritóriode advocacia G&VM, visando a

ARQUIVO SEST SENAT

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uma maior transparência nosseus processos e relações. Arecém-criada Coordenação deCompliance está em operaçãona sede da Diretoria Executivada instituição, em Brasília.

“Nesse primeiro momento,implementaremos um código deética e conduta, que espelharátodos os princípios da organiza-ção, tudo aquilo que é corretode se fazer, nos relacionamen-tos com pares, fornecedores,parceiros, órgãos públicos”, dizVarga, informando que tambémserá implementada uma carti-lha orientadora com diretrizes

para evitar casos de corrupção,fraude ou lavagem de dinheiro.

Ao iniciar um sistema decompliance, a grande dificulda-de é a resistência. Essa é a ava-liação de Diego Martinez, coor-denador de compliance no es-critório G&VM. “Mexer na cultu-ra de uma instituição é difícil.Esse é o maior desafio. As pes-soas, em regra, têm problemascom mudança e renovação.Precisamos identificar os ris-cos e mostrar que todos estãojuntos em prol de um mesmoobjetivo.”

Sócio do escritório G&VM,

GESTÃO

Nesse primeiro momento,implementaremos um código de ética

e conduta, que espelhará todos os princípios da

organização

João Varga, coordenador de Compliance

do SEST SENAT

Mexer na cultura de uma instituição

é difícil. Esse é o maior desafio

Diego Martinez, coordenador de compliance

no escritório G&VM

❛ ❛

Esse processo é muito importante, pois atua na parte

interna da empresa, diretamente com os funcionários

Leonardo Guimarães, Sócio do escritório G&VM

SEST SENAT cria Coordenação de Complianc

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Leonardo Guimarães, ponderaque ter um sistema de com-pliance mostra o comprometi-mento da empresa a fim de evi-tar a ocorrência de irregularida-des e preocupação em preser-var sua imagem. “Esse processoé muito importante, pois atuana parte interna da empresa, di-retamente com os funcionários,de modo a tornar a reputaçãoda instituição ilibada, corrigin-do erros e minimizando riscos.”

LegislaçãoAté então, anteriormente ao

advento do novo dispositivo le-

gal da Lei Anticorrupção, a puni-ção somente era aplicada se ainvestigação confirmasse a prá-tica de um ato corrupto por umfuncionário e o conhecimentoda empresa sobre esse ilícito.João Varga, coordenador deCompliance do SEST SENAT, ex-plica que precisaria haver provade que a ordem para cometertal irregularidade havia sidoemanada de um alto executivoda organização. Agora, tambémhá a figura da responsabilidadeobjetiva. Ou seja, a empresa nãopode mais alegar desconheci-mento do que ocorre entre fun-

cionários, fornecedores, colabo-radores ou outras empresas co-ligadas ou consorciadas e a ad-ministração pública.

Com essa nova interpreta-ção, a organização é considera-da, antecipadamente, culpadapor não ter evitado o ato ilícito.É nesse ponto que programasde compliance e áreas para cui-dar dessa gestão de risco se fa-zem estrategicamente relevan-tes. As penalidades mudam con-forme a gravidade do caso. Elaspodem incluir multas de até20% do faturamento bruto,proibição de recebimento de in-

centivos e financiamentos pú-blicos e até a dissolução do em-preendimento.

A nova legislação, contudo,reduz a penalidade para as enti-dades que adotam mecanismosde compliance. “O trabalho noprocesso de compliance é muitomais preventivo. Damos orien-tações para a organização paraque ela cumpra a legislação eos princípios éticos definidospela instituição. O objetivo é darmaior tranquilidade, à alta ges-tão, de que todas regras estãosendo seguidas e cumpridas”,comenta João Varga. l

VITOR SÁ/CNT

PASSO A PASSOImplementação de departamento de compliance

1º - Contratação de especialistas para elaborar um código de conduta

2º - Disseminação das regras e procedimentos para o bom desempenho da

empresa

3º - Ter um canal de comunicação para tirar dúvidas e receber denúncias

de condutas inadequadas

4º - É essencial que o alto escalão da empresa dê o exemplo e aja com

justiça internamente e preze por ações éticas na competição externa

5º - É importante mostrar que a empresa não se envolve em atos imorais denação de Compliance, que implementará código de ética e conduta na organização

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AÉREO

Passageiros das quatromaiores companhiasaéreas brasileiras jápodem usar aparelhos

eletrônicos em modo avião du-rante todas as fases do voo. Aolongo do tempo, embora nãohouvesse estudos comprobató-rios, os passageiros eram obri-gados a desligarem seus equipa-mentos para não correrem o ris-co de as ondas eletromagnéti-cas emitidas interferirem na co-municação entre a aeronave e atorre de comando. Depois de au-

torização concedida pela Anac(Agência Nacional de Aviação Ci-vil), as aéreas brasileiras estãoalterando essa realidade.

A Instrução Suplementarnº 91.21-001, editada pelaagência, simplificou, ao longodo último ano, os processosde solicitação da permissãopara o uso de dispositivos ele-trônicos portáteis de mão emmodo avião para todos os mo-mentos do voo. Gol e Latamforam autorizadas em 2015. AAvianca recebeu a autoriza-

ção em fevereiro deste ano, ea Azul liberou em junho.

Pela instrução, os passagei-ros da Gol, por exemplo, foramautorizados também a utilizarseus aparelhos celulares parafazer chamadas (modo trans-missão) após o pouso, assim queas aeronaves iniciam os procedi-mentos de táxi para o pátio.

Os aparelhos em modoavião permitem ao usuário uti-lizar quase a totalidade dasfunções do equipamento. En-tretanto, fica bloqueada a

POR DIEGO GOMES

Celularesa bordo

Companhias brasileiras passam a permitir usodos aparelhos no modo avião em todas as fasesdo voo; possibilidade de interferência é remota

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SERGIO ALBERTO/CNT

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eletromagnéticas dos celulares,e eletrônicos em geral, interferi-rem na comunicação entre aaeronave e a torre de comando –e até mesmo em alguns instru-mentos do avião. A grande ques-tão é que isso não passa de umateoria, com hipóteses remotas.

Segundo James Waterhouse,professor do Departamento deEngenharia Aeronáutica da Es-cola de Engenharia da USP (Uni-versidade de São Paulo) em SãoCarlos, colocar o aparelho nomodo avião “é mais uma pre-caução, porque não existem es-tudos que comprovem o risco''.Essa interferência, diz o espe-

transmissão de sinais wi-fi ebluetooth, que podem causarinterferências nos sistemas daaeronave. A autorização parao uso de dispositivos eletrôni-cos portáteis durante o voo éuma demanda antiga tantodos passageiros quanto dascompanhias aéreas, mas asempresas encontravam difi-culdades para assegurar que ouso desses equipamentos nãocausasse interferências nossistemas de comunicação enavegação. A Instrução Suple-mentar da Anac auxilia as em-presas nessa demonstração eapresenta um método padro-

nizado para que os dispositi-vos possam ser utilizados emtodas as fases do voo.

Última das quatro grandescompanhias nacionais a liberarseus passageiros a usar disposi-tivos eletrônicos em modo aviãodurante todas as etapas do voo,a Azul realizou uma série de tes-tes para tomar tal decisão. “Fi-zemos diversos estudos parapoder proporcionar essa novida-de aos clientes, sempre manten-do os nossos rigorosos padrõesde segurança, primeiro valor daempresa”, destaca Flavio Costa,vice-presidente Técnico-Opera-cional da empresa.

Segundo a companhia, du-rante o táxi da aeronave, após opouso, já é possível efetuarchamadas telefônicas. Nas de-mais etapas da viagem, os dis-positivos precisarão estar emmodo avião, acionado assimque as portas fecharem. A com-panhia ainda ressaltou que, emcasos de decolagem e pousosob condições de baixa visibili-dade, a tripulação poderá soli-citar que todos os aparelhossejam desligados.

De acordo com especialistasem aviação, um avião não cairácaso algum celular esteja ligado.O que pode ocorrer são as ondas

Instrução da Anac simplificou, no último ano, os processos d

Rádios piratas oferecem mais risco

INTERFERÊNCIA

As rádios piratas, até ho-je, são as vilãs das comuni-cações aeronáuticas. “Elassão piores que celulares, ta-blets e outros dispositivosna medida em que traba-lham na mesma frequênciaque a comunicação dasaeronaves. Nesse sentido,interferem diretamente nacomunicação entre tripula-ção e torre de controle, au-mentando a probabilidadede ocorrência de acidentesaéreos'', diz o professor Ja-mes Waterhouse, do Depar-

tamento de EngenhariaAeronáutica da Escola deEngenharia da USP (Univer-sidade de São Paulo) emSão Carlos.

De acordo com ele, to-dos os aparelhos que pos-suem motor elétrico emi-tem, ainda que muito pou-co, ondas eletromagnéti-cas, mas, nesses casos, nãooferecem risco à comuni-cação via radiofrequência.São os casos, por exemplo,de secadores de cabelo ebarbeadores elétricos.

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te ao de microfonia ou de quan-do um celular se aproxima deuma caixa de som. ''Esses equi-pamentos podem interferir seestiverem em uma faixa de fre-quência baixa, muito semelhan-te à do avião.”

Os períodos mais críticosde um voo e que exigem aten-ção redobrada da tripulaçãosão o pouso e a decolagem.São nesses momentos queocorre a comunicação entrepiloto e torre de comando,com orientações imprescindí-veis para que a aeronave pos-sa decolar ou pousar. Interfe-rências nessa fase podem oca-

cialista, não afeta os sistemasde comando do avião por teruma potência de emissão deondas eletromagnéticas muitobaixa. ''O perigo é atrapalhar aradiocomunicação. A probabili-dade de isso ocorrer, emborabaixa, existe.''

O professor explica que oscelulares emitem ondas eletro-magnéticas em uma banda defrequência da ordem de Giga-hertz (GHz). Já o avião, na fre-quência dos Megahertz (MHz).Essa distinção pode provocar oúnico fenômeno efetivamentecomprovado: uma espécie dedesconforto sonoro, semelhan-

sionar erros que, por sua vez,podem levar a acidentes.

O professor Waterhouse es-clarece, contudo, que as aero-naves são projetadas com pro-teção especial contra esse tipode interferência. “As normas deprojeto de equipamentos ele-trônicos usados nas aeronaves(não os dos passageiros) – tan-to de controle quanto do siste-ma do avião – são muito com-pletas e complexas. Os equipa-mentos de voo não podem so-frer nenhuma interferência esão feitos inúmeros testes an-tes de o avião começar a ope-rar. Por isso dizemos que a pro-

babilidade é pequena de haveralgum problema.”

FatalidadeEm 10 de janeiro de 2000, um

avião da companhia Crossair quepartia de Zurique (Suíça) paraDresden (Alemanha) caiu poucosminutos após decolar, matandoos dez passageiros e tripulantes abordo. O relatório oficial atribuiuo acidente a uma série de falhashumanas, mas os jornais locais naépoca noticiaram que um passa-geiro teria atendido a uma liga-ção no momento em que o pilotopassava do controle manual parao piloto automático. l

mo ano, os processos de solicitação da permissão para uso de dispositivos em modo avião

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

Wi-fi a bordo

TECNOLOGIA

Liberar o uso de disposi-tivos em modo avião é oprimeiro passo para os pas-sageiros brasileiros acessa-rem a internet a bordo – oque já acontece em compa-nhias internacionais. Paraisso, no entanto, as aerona-ves precisam de antenas dereceptação via satélite, al-go que somente a Gol ofe-recerá no Brasil em breve. Aempresa iniciará a instala-ção dos equipamentos emsuas aeronaves ainda esteano. Já as outras empresas,por hora, têm apenas estu-dos sobre o tema e nenhumprazo de implementação. ACNT Transporte Atualapurou que a Latam já de-

tém autorização da Anac(Agência Nacional AviaçãoCivil) para empregar a tec-nologia nos seus voos.

Segundo o professorJames Waterhouse, a pro-babilidade de interferên-cia do wi-fi é a mesmaque a de celulares, mas agrande diferença é que ainternet sem fio só podeser usada fora dos mo-mentos críticos do voo(pousos e decolagens),além de existir a exigên-cia das agências de avia-ção para que empresas sóofereçam o serviço apósdemonstrarem que nãohá riscos ao sistema decomunicação do avião.

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Eles são surfistas. Mas apraia não é o cenárioprincipal. O surfe épraticado em outro lu-

gar: em cima de metrôs e trensde cargas ou de passageiros.Esses meios de transporte cos-tumam ser utilizados por pes-soas que se equilibram de for-ma arriscada em busca deadrenalina. Há também aquelesque se arriscam para economi-zar o custo do transporte.

O surfe ferroviário não se

resume apenas a ficar em pésobre os veículos. Os pratican-tes também se arriscam saltan-do de um vagão para outro como trem em movimento. E asconsequências são traumáti-cas. A queda pode ser fatal.Além disso, ainda existe o riscode morte devido aos fios de al-ta tensão das redes elétricas.

No Brasil, o surfe ferroviário émais comum em cidades nordes-tinas. Em Fortaleza, por exemplo,a atividade é vista, por muitos,

como uma forma de lazer. Oschamados "surfistas de trem"costumam subir nos vagões emmovimento quando a composi-ção percorre o interior dos bair-ros que margeiam a via férrea.

De acordo com uma pesquisarealizada em 2009 pela ALL(América Latina Logística), con-cessionária que administra 12mil quilômetros de ferroviasque passam por mais de 450 ci-dades do Rio Grande do Sul,Santa Catarina, Paraná, Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul eSão Paulo, quem normalmentepratica o surfe ferroviário é ojovem. E a prática é feita embusca de emoção. “Eles não têmnoção do perigo e praticam pe-la adrenalina, porém o prejuízoé muito grande para a vida”,destaca a coordenadora do Ins-tituto ALL Educação e Cidada-nia, Carolina Figueiredo Goulart.

Segundo a ALL, apenas em2016 foram registrados 13 casosde morte por atropelamentos em

Caronaperigosa

POR JANE ROCHA E CECÍLIA MELO

FERROVIÁRIO

A prática de andar em cima de trens de cargas e de passageiros é crime e coloca a vida de muitas pessoas emrisco; concessionárias fazem campanha de conscientização

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trilhos incluindo praticantes desurfe ferroviário. Em 2015, foram28 e, em 2014, 26 vítimas. Paraconter o problema, as compa-nhias adotaram, desde as déca-das de 1980 e 1990, quando a prá-tica teve seu auge com cercaduas mortes por semana, medi-das preventivas e de punição.Operadoras ferroviárias realiza-ram treinamentos para maqui-nistas e condutores, monitora-mento da via férrea e campanhasde conscientização. Após esse in-

tenso trabalho, as ocorrênciastêm diminuído nos últimos anos,mas não acabaram.

A ALL percorre escolas de co-munidades próximas a estradasde ferro dos Estados onde atua eministra palestra sobre seguran-ça ferroviária e meio ambiente.Durantes as oficinas, especialis-tas promovem atividades recrea-tivas e educativas para envolveros alunos nos temas. Os jogosfuncionam como estratégia deconscientização sobre os riscos

enfrentados na travessia de umaferrovia e sobre a importância dese manter distância segura dostrilhos. Além disso, a concessio-nária também apresenta a peçade teatro “Capitão Maquinista”,que conta a história do filho deum maquinista que decidiu co-meçar a surfar em cima dostrens. A ALL também realiza blit-ze educativas em comunidadespróximas de passagens em nível.Agentes da companhia abordamas pessoas, conversam sobre co-

mo atravessar os trilhos de for-ma segura e distribuem materialexplicativo, como forma de am-pliar a abrangência das ações.

A FTL (Ferrovia Transnordes-tina Logística), responsável pe-la gestão da malha ferroviáriana qual circulam os trens decarga do Ceará, também inves-tiu em ações educativas. Alémdos treinamentos, a empresarealiza campanhas periódicasde conscientização sobre o pe-rigo do surfe ferroviário nas

JOSÉ LEOMAR/AGÊNCIADIÁRIO

Jovens se arriscam em cima de vagões, em Fortaleza

Jovens se arriscam em cima de vagões, em Fortaleza

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Rosali, em São João de Meriti,com o corpo completamente forado trem praticando o chamadosurfe ferroviário de portas.

Desde 2009, uma liminar ex-pedida pela 6ª Vara Empresarialdo Rio de Janeiro proíbe que aconcessionária deixe os trenscircularem com as portas aber-tas, com multa prevista de R$ 20mil por dia. Mesmo assim, a prá-tica ilegal continua sendo ob-servada. A SuperVia afirma queos trens novos têm dispositivosque impedem a abertura das

portas depois de fechadas. Aconcessionária alega que há re-gistros de uso de moedas, pi-lhas, chaves de fenda, pedras eaté vergalhões para abrir a por-ta ao longo do percurso.

O presidente da ANPTrilhos(Associação Nacional dos Trans-portadores de Passageiros sobreTrilhos), Joubert Flores, afirmaque o problema do surfe ferroviá-rio é uma triste realidade que fi-cou no passado. “Antigamente, tí-nhamos muitas mortes por contadisso, mas com as melhorias nos

escolas e nas proximidades daspassagens em nível. Um siste-ma de monitoramento da viaférrea por câmeras é utilizadopara informar autoridades poli-ciais sobre os locais em que aprática é realizada.

O surfe ferroviário também jáfoi muito praticado no Rio de Ja-neiro. Segundo a SuperVia, em-presa que opera 201 trens, a prá-tica na capital carioca foi abolidahá 18 anos, porém, em novembrodo ano passado, dois surfistas fo-ram flagrados na estação de Vila

Surfe para chegar aos EUA

SONHO AMERICANO

Para chegar aos EUA,latinos já se arriscaram nosurfe ferroviário da imi-gração. Em busca do so-nho americano, a viagematé os Estados Unidos co-meçava na cidade de Ar-riaga, no estado mexicanode Chiapas. Trens de em-presas de cimentos eramutilizados por imigrantesque escalavam os vagõesem movimento. Além doperigo de cair do vagão oude ser atingido pela redeelétrica, havia também ris-cos de serem assaltados

por grupos de narcotrafi-cantes mexicanos.

Durante a viagem osimigrantes estavam sem-pre prontos para saltar dotrem em movimento casoaparecesse algum perigo.A economia da imigraçãoque cruza o México pelomodal ferroviário envolviatambém oficiais e agentespoliciais que costumam fa-zer operações no meio damadrugada. Desde 2001não há mais registros des-se tipo de prática por imi-grantes latinos.

Trens que circulam com

as portasabertas têm

multa de R$ 20 mil

por dia

Ciclista “pega carona” na

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sistemas, as pessoas entenderamo risco que elas corriam”, afirma.

E a prática, mesmo menosfrequente no Brasil, ocorre tam-bém em outros países. O surfeferroviário também é comumem países como a Índia e o Mé-xico. Na Indonésia, por exemplo,a maioria dos praticantes fazpor lazer, mas alguns alegamque a superpopulação nos va-gões faz com que eles tomemmedidas sem nenhuma seguran-ça para chegar ao trabalho ouem casa. Para conter a prática,

governantes do país adotaramuma medida drástica: foram ins-taladas bolas de concreto em ci-ma dos vagões, nos pontos deentrada e saída das estações.

CrimeSegundo o Código Penal Brasi-

leiro, andar sobre vagões detrens em movimento é crime porcolocar a vida de outras pessoasem risco e ser capaz de pertur-bar o serviço nas estradas de fer-ro. No primeiro, a pena varia detrês meses a um ano de detenção

e, no segundo, é imputada reclu-são de dois a cinco anos, assimcomo a aplicação de multa.

Em 2000, o STJ (Superior Tri-bunal de Justiça) excluiu a res-ponsabilidade do transportadorquando há algum tipo de aciden-te devido a essa prática. De acor-do com o STJ, as empresas detransporte ferroviário não sãoresponsáveis por acidentes gera-dos pela prática de surfe ferro-viário, sendo o dano inexigível eaté mesmo impraticável a fiscali-zação por parte da empresa. l

“Com as melhorias nossistemas, as

pessoas entenderam o

risco que elas corriam”

JOUBERT FLORES, PRESIDENTE DA ANPTRILHOS

Risco também nas rodovias

IMPRUDÊNCIA

Não são apenas os sur-fistas de trem que agemnas cidades brasileiras. Hátambém jovens que arris-cam a vida pegando caronana traseira dos ônibus e doscaminhões. Com bicicletaou a pé, a prática que tam-bém é ilegal e pode levar àmorte. E as tragédias se re-petem com frequência. Emnovembro do ano passado,por exemplo, um cadeirantefoi flagrado em Goiânia (GO)agarrado a um pneu estepeatrás de um carro que an-dava a 50 km/h. A cena as-sustou quem circulava pelaAvenida Goiás.

Em Curitiba (PR), um jo-vem de 19 anos ficou grave-mente ferido ao cair de ci-

ma de um ônibus biarticula-do em movimento em outu-bro de 2015. Segundo aURBS (Urbanização de Curi-tiba), apenas em 2014 a em-presa recebeu 85 denún-cias, mas apenas quatro fla-grantes foram registrados.No ano passado houve ape-nas um flagrante.

De acordo com o Detranda capital paranaense, se ocondutor não tiver conheci-mento do fato, não há des-respeito às leis de trânsito.Caso o motorista fosse coni-vente com a "carona", a in-fração seria consideradagrave e ele poderia ter ocarro retido, receber multade R$ 127,69 e levar cincopontos na carteira.

clista “pega carona” na traseira de caminhão em rodovia, aumentando o risco de acidente

CC0 PUBLIC DOMAIN/DIVULGAÇÃO

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Cadê a se gCrianças enfrentam longas distâncias, estradas de terra

Otransporte deve sergratuito para os alu-nos que moram amais de 2 km da es-

cola ou em áreas de difícilacesso, mas o dia a dia dos es-tudantes que vivem em zonasrurais do Brasil, a história éoutra. As condições precáriasdo deslocamento até as esco-las no interior do país aindafazem parte das rotinas diá-rias de crianças e adolescen-tes. Há anos, eles enfrentamcaminhadas longas em estra-das de terra, rios, subidas ín-gremes, além disso, se loco-movem em veículos em mauestado de conservação assimcomo sofrem com alagamen-tos e atoleiros.

Relatos de pais, alunos, pro-fessores e até mesmo dos con-dutores apontam a precarieda-de do serviço e as más condi-ções das estradas. A maioriaafirma que os veículos sãopoucos diante da demanda,não há manutenção e eles sãoprojetados para as ruas pavi-mentadas das cidades, incom-patíveis para estradas de terra.Além disso, os alunos viajam

POR CECÍLIA MELO

TRANSPORTE ESCOLAR

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e gurança?as de terra e veículos sucateados para chegarem à escola

sem cinto de segurança, semcolete salva-vidas – no caso detravessias de rios em barcos -,e quase sempre com superlo-tação. Em alguns casos, ascrianças se amontoam e sependuram em paus de arara.

Segundo pesquisa do FNDE(Fundo Nacional de Desenvolvi-mento da Educação), em parce-ria com a UnB (Universidade deBrasília), 66% dos veículos uti-lizados para o transporte esco-lar em área rural comprome-tem a segurança e a qualidadedo serviço oferecido. Os dadosda pesquisa mostram aindaque 70% da frota têm entre 10e 20 anos. Alguns veículos acu-mulavam 70 anos de prestaçãode serviço à comunidade.

Diante desse cenário, osacidentes são quase inevitá-veis. Nos últimos dez anos, pe-lo menos 50 deles foram fa-tais e tiveram como vítimascrianças e adolescentes. Amaioria, na região Nordeste.Mas o número é subestimado,pois, segundo a PRF (PolíciaRodoviária Federal), não háestatísticas oficiais.

Um desses acidentes acon-teceu em Bacuri, no norte doMaranhão. No Estado, os alunos

LÚCIO VAZ/ARQUIVO PESSOAL

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501,8 km da capital. O acidentetambém resultou na morte deuma criança de 5 anos, e ou-tras 16 ficaram feridas. Nesteano, em Patos de Minas (MG),no Alto Paranaíba, uma estu-dante de 13 anos morreu atro-pelada por um ônibus de trans-porte escolar.

Auditoria realizada pela en-tão CGU, hoje Ministério daTransparência, Fiscalização eControle, de 2011 a 2014, com-

ônibus escolar. O menino caiu ea roda traseira do veículo pas-sou por cima dele. Uma criançade 5 anos morreu após cair deum veículo na zona rural dePorteiras, a 250,8 km de Forta-leza. A polícia local informouque a porta do veículo, que eraterceirizado, estava quebradae não fechava. Em novembrodo mesmo ano, uma caminho-nete capotou na CE-176, nasproximidades de Assaré, a

vão para a escola, em suamaioria, na carroceria de cami-nhonetes ou nos famosos pausde arara. Em abril do ano pas-sado, oito estudantes morre-ram e oito ficaram feridos como tombamento de um veículo.Em 2015, outros acidentes tam-bém tiraram a vida de crianças.No povoado de Busca Vida, emCorrentina, na Bahia, UarleiAraújo dos Santos, de apenas 7anos, morreu após descer do

Leis avançam, mas falta fiscalização

REGRAS

Entre as principais exigên-cias do Código de TrânsitoBrasileiro (Lei nº 9.503/97), notransporte escolar, estão aobrigatoriedade de cintos desegurança para todos osusuários, inspeção regular doveículo feita pelo Detran (De-partamento de Trânsito) paraverificação dos equipamen-tos de segurança, veículo de-vidamente registrado comode uso escolar e com a pre-sença de tacógrafos que rea-lizam a sua medição de velo-cidade. Além disso, o veículodeve ter uma faixa horizontal,na cor preta, com a palavra“Escolar”. Segundo a lei, éproibido transportar um nú-mero de estudantes acima dacapacidade estabelecida pelofabricante e, além disso, o

motorista deve ser habilitadona categoria D. O Ministérioda Educação recomenda queos veículos não tenham maisde sete anos de uso.

No caso do transporte flu-vial ou marítimo, as embarca-ções devem ser equipadascom coletes salva-vidas namesma proporção de sua ca-pacidade, possuir registro naCapitania dos Portos e mantera autorização para trafegarem local visível. Recomenda-se, ainda, que a embarcaçãopossua cobertura para prote-ção contra o sol e a chuva;grades laterais para proteçãocontra quedas; boa qualidadee bom estado de conservação.

Para o especialista emeducação e sociologia notrânsito e mobilidade urba-

na, José Nivaldino Rodrigues,a fiscalização do transporteescolar, principalmente nazona rural, é deficitária e nãoacompanhou os avanços nalegislação. “Há uma maiorpreocupação na formaçãodos condutores e nos equipa-mentos de segurança obriga-tórios em termos de leis queregem essas regras, mas afiscalização é um retrocesso.As condições continuam pre-cárias e não houve muitamudança nos últimos anos.Os alunos, crianças e adoles-centes, que vivem na zonarural ainda sofrem com lon-gas distâncias, veículos semmanutenção e falta de ampa-ro por parte dos órgãos mu-nicipais, em sua maioria”,ressalta Rodrigues.

Segundo o FNDE, 66%

“Os alunos que vivem na

zona rural sofrem com veículos semmanutenção”

JOSÉ NIVALDINO RODRIGUES,ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO E SOCIOLOGIA

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primeiro semestre deste ano, aCGU iniciou o 2º Ciclo do Pro-grama de Fiscalização.

O diretor da escola munici-pal Divina Ribeiro Borges deCariri do Tocantins (TO), Janirde Oliveira, afirma que a de-manda pelo transporte escolaré muito maior que a quantida-de de ônibus oferecidos pelogoverno. Segundo ele, desde2013, a instituição de ensinosolicita mais veículos para os

provou o uso para transporteescolar de veículos fora das es-pecificações permitidas, comosem registro, lanterna, cinto desegurança; lotação maior que acapacidade disponível; e faltade inspeção. Além disso, o rela-tório apontou desvio nos re-cursos públicos destinados àeducação por meio do Progra-ma Nacional de Apoio ao Trans-porte Escolar. No total, foramfiscalizados 131 municípios. No

alunos da zona rural. Até hoje,nenhum chegou. “Existem maisalunos com acesso à escola. Osônibus até funcionam, mas ademanda é muito maior. Por is-so, são usadas kombis e outrosmeios de locomoção forneci-dos pela prefeitura para darconta de todas as rotas de alu-nos da região. A gente faz oque pode”, ressalta Oliveira. Deacordo com ele, a escola rece-be, no período matutino, osalunos da zona urbana e, à tar-de, da área rural, para evitar asausências devido ao tempomaior de deslocamento. As ro-tas para buscar as crianças eos adolescentes da zona ruralcomeçam por volta das 9h eeles chegam à escola só às 13h.

“Acordavam com as gali-nhas aqui. Umas 4h da manhã.Agora eles estudam à tarde.Mesmo assim, às vezes, nãodá tempo de almoçar. Aí elestêm que comer na escolamesmo”, diz a lavadeira NelcyBarbosa, mãe de nove filhos,que mora na área rural de Ca-riri. Dois filhos dela estudam

Segundo o FNDE, 66% dos veículos utilizados no transporte escolar na área rural colocam em risco a integridade das crianças

LÚCIO VAZ/ARQUIVO PESSOAL

“Os ônibus até funcionam,

mas a demanda é

muito maior”

JANIR DE OLIVEIRA,DIRETOR DE ESCOLA MUNICIPAL NO TOCANTINS

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cletas aos alunos de baixarenda das zonas rurais do Bra-sil. Segundo o FNDE, uma ter-ceira parcela de 2016 já foi re-passada aos Estados e Municí-pios pelos programas nacio-nais de Alimentação Escolar ede Apoio ao Transporte do Es-colar. Cerca de R$ 55 milhõesserão usados para ajudar notransporte de estudantes resi-dentes em áreas rurais.

A garantia do transporte

curto ou médio prazos. “Daívêm as ações imediatistas quecolocam em risco a segurançados alunos. Há um esforço,mas a realidade é muito adver-sa. A malha de rodovias tam-bém ainda é muito precária”.

O Caminho da Escola émantido, desde 2007, pelo go-verno federal. Com R$ 7,5 bi-lhões já investidos, foram dis-tribuídos mais de 39 mil ôni-bus escolares e 176.988 bici-

na escola municipal. De poucaconversa, a mãe nunca estu-dou, mas sabe da importânciado ensino para seus filhos. Aoser questionada sobre a segu-rança durante o deslocamen-to até a escola, Nelcy foi taxa-tiva: “Não sei se eles usamcinto de segurança. Mas euvou fazer o quê?”

Alessio Costa Lima, presi-dente da Undime (União Nacio-nal dos Dirigentes Municipaisde Educação) e dirigente muni-cipal de educação de Tabuleirodo Norte (CE), reforça que, naprática, o que se vê é um siste-ma precário, mas há avanços.“A demanda por transporte es-colar aumentou significativa-mente nos últimos anos, poismais alunos estão tendo aces-so à educação. O programa Ca-minho da Escola é muito im-portante. Em 2015, não houveveículo algum disponibilizadopor falta de recursos”. Para opresidente, os municípios nãotêm frota própria e nem di-nheiro para sair dos paus dearara e ir para os ônibus comequipamentos adequados em

Relatório da CGU apontou que, entre 2011 e 2014,

“O programaCaminho da

Escola émuito

importante”

ALESSIO COSTA LIMA,DIRIGENTE MUNICIPAL DE ESCOLA NO CEARÁ

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postas na Resolução nº45/2013. A fiscalização, deacordo com o FNDE, é feitapelos órgãos de controlesexterno e interno e pelo Mi-nistério Público Federal.

No Brasil, existem ao todoquase 49 milhões de alunosmatriculados em toda a redede ensino, sendo 43 milhõesprovenientes de áreas urbanase 5,7 milhões da zona rural, deacordo com dados do Censo

escolar, de acordo com a Leide Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional (nº 9.394/96),é responsabilidade dos Esta-dos, do Distrito Federal e dosMunicípios para os alunosmatriculados em escolas dassuas respectivas redes deensino. O governo federal, noâmbito do Programa Cami-nho da Escola, editou nor-mas para o uso desses veícu-los escolares, que estão dis-

SEST SENAT capacita condutores

TREINAMENTO

O SEST SENAT oferecetreinamentos específicospara os motoristas queatuam no transporte escolarpúblico ou particular. Oscursos estão disponíveisnas 147 unidades em funcio-namento nas cinco regiõesdo país e são oferecidosconforme demanda.

O curso é regulamentadopela Resolução nº 168/2004do Contran (Conselho Nacio-nal de Trânsito) e abordaconteúdos como legislação,direção defensiva, noçõesde primeiros socorros, con-vívio social no trânsito e re-lacionamento interpessoal.

Nas aulas, os profissio-nais são capacitados paraagir de forma adequada ecorreta no caso de eventua-lidades, sabendo tomar ini-ciativas quando necessário;

conhecer e aplicar preceitosde segurança e comporta-mentos preventivos; e reali-zar o transporte com segu-rança de maneira a preser-var a integridade física dopassageiro, do condutor, doveículo e do meio ambiente.

Podem participar profis-sionais que tenham interes-se em atuar no transporteescolar. É preciso ter maisde 21 anos, ser habilitado nacategoria D, não ter cometi-do infração grave ou gravís-sima ou ser reincidente eminfrações médias durante osúltimos 12 meses, não estarcumprindo pena de suspen-são do direito de dirigir, cas-sação da CNH, pena decor-rente de crime de trânsito,bem como não estar impedi-do judicialmente de exercerseus direitos.

Escolar 2015. Desses, cerca de8 milhões usam transporte es-colar para chegar ao local on-de estudam, sendo 4,8 milhõesem zonas rurais. A maioria - 5,8milhões de estudantes - étransportada por ônibus, o res-tante é composto por outrosveículos não especificados. NaAmazônia, pelas característi-cas próprias da região, a pre-dominância do transporte épor meio de barcos. l

que, entre 2011 e 2014, muitos veículos estavam sem registro, lanterna e cinto de segurança

FNDE/DIVULGAÇÃO

Brasil temquase

6 milhõesde alunos

que moramna zona

rural

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Agora é lei. Desde odia 8 de julho, moto-ristas que trafegampor rodovias devem

deixar o farol baixo aceso tam-bém durante o dia, inclusivenas vias que passam pelos cen-tros urbanos. Segundo a legis-lação, “o condutor manteráacesos os faróis dos veículos,utilizando luz baixa, durante anoite e durante o dia nos tú-neis providos de iluminaçãopública e nas rodovias”. O des-cumprimento da medida é con-siderado infração média, com

multa de R$ 85,13 e quatro pon-tos na carteira de habilitação.

A legislação foi sanciona-da pelo presidente em exercí-cio Michel Temer, em maio, eos condutores tiveram 45dias para fazer a transição.Um dos principais argumen-tos para a medida é a segu-rança. Especialistas acredi-tam que os motoristas conse-guem enxergar a luz do farolaceso a uma distância de até3 km, o que pode evitar aci-dentes e mortes no trânsito.

“Diminuímos o tempo de

resposta no reflexo quando ve-mos o farol. Quando ele não es-tá aceso, temos que fixar maistempo no veículo para consta-tar a existência de um carroadversário ”, explica o profes-sor do departamento de Enge-nharia Civil e Ambiental da UnB(Universidade de Brasília),Dickran Berberian. Segundoele, com segundos a mais, ocondutor tem mais tempo parase prevenir e tomar algumamedida, como pisar no freio.

O projeto aprovado na Câ-mara dos Deputados, de auto-

Acenda o farol

POR EVIE GONÇALVES

LEGISLAÇÃO

Desde o começo de julho, motoristas devem deixar o dispositivoligado a qualquer hora nas rodovias, mesmo as que cortamcidades; medida busca aumentar a segurança no trânsito

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FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT

ria de Rubens Bueno (PPS/PR),traz resultados positivos daaplicação da medida em outrospaíses. Nos Estados Unidos, porexemplo, o número de atrope-lamentos foi reduzido em 5% eo de acidentes, em geral, caiu12%. Dados do Denatran (De-partamento Nacional de Trânsi-to) mostram que, no ano passa-do, houve 40 mil mortes notrânsito no Brasil e mais de 200mil feridos, o que custou R$ 40bilhões aos cofres públicos.

Embora haja vantagens re-lacionadas à segurança, Ber-berian avalia que a medidapossui aspectos negativos. Oprimeiro deles é o envelheci-mento precoce da bateria doveículo e a diminuição da vi-da útil das lâmpadas, que, aoficarem mais tempo acesas,terão que ser substituídasmais rapidamente. A desvan-tagem econômica também éapontada. Segundo o profes-sor, o número de multas apli-cadas pode crescer muito emfunção da nova regra, assimcomo ocorreu quando os ra-dares de trânsito passaram acoibir o excesso de velocida-de nas vias. “Algo bom podese tornar ruim. Os órgãos detrânsito vão faturar mais,

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Alguns parlamentares tam-bém avaliam que a legislaçãonão deveria valer para as cida-des. Projeto de lei tramita noSenado Federal para que a ob-rigatoriedade seja mantidaapenas nas vias rurais, quecompreendem estradas e rodo-vias. Nas vias urbanas, aindaque sejam consideradas rodo-vias, o uso seria dispensado. Ajustificativa é que, em condi-ções de tráfego pesado, com apresença de motociclistas,manter todos os faróis acesospode piorar a segurança. O pro-

Porto Alegre, Recife, Rio deJaneiro, Salvador e São Paulodevem redobrar a atençãoquanto ao uso do farol baixo,já que algumas rodovias cru-zam essas cidades. A moto-rista Natália Ponte, moradorada capital federal, não vê ne-cessidade na medida. “Per-corro distâncias curtas. Porque ligar o farol durante odia? Estou preocupada commeu veículo, que ainda é mo-delo antigo e não me avisacaso eu deixe a luz acesa aodesligar o carro.”

ção do órgão, Diego Brandão,avalia que a adesão é maior doque o esquecimento por causadas campanhas nas próprias ro-dovias e na mídia. “A legislaçãoestá em vigor e temos que cum-pri-la”, ressalta. Para não esque-cerem a nova regra, alguns mo-toristas têm colocado lembretesem seus veículos.

CidadesCom a nova legislação, mo-

toristas que trafegam por ci-dades como Belo Horizonte,Brasília, Curitiba, Fortaleza,

mas, se salvarem uma vida, alei já se torna benéfica”,acredita Berberian.

O esquecimento dos condu-tores ou o desconhecimento dalegislação são impasses paraque a lei seja aplicada de manei-ra eficaz. Uma parcela pequenados motoristas ainda está habi-tuada à regra antiga e esquecede ativar o dispositivo. A PRF(Polícia Rodoviária Federal) nãotem levantamento do númerode infrações aplicadas desde oinício da vigência da lei. Entre-tanto, o assessor de comunica-

Muitos m

AM PA

MT

MA

PI

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SP

PR

RS

SC

RJ

ES

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PEPB

RN

MG

BA

CE

DF

RR AP

AC

RO

ATENÇÃO NAS CIDADESConfira algumas rodovias em áreas urbanas, onde há exigência de farol durante o dia

BR-040, AnelRodoviário, Fernão Dias

Régis Bittencourt,Grande Estrada

BR-116, Av. dosEstados, Av. Farrapos

Marginais Tietê/Pinheiros,Rua Anhanguera

Linha Vermelha, Av. Brasil,Ponte Rio-Niterói

BR-324, BA-528, Estrada do Coco

Av. Marechal Mascarenhas de Morais e Boa Viagem

Av. WashingtonSoares, BR-116

EPTG, Eixão, EPIA, Estrutural, EPGU, L4

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Page 67: CNT Transporte Atual

CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 67

jeto, apresentado em junho,ainda vai ser analisado pelaCCJ (Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania).

Para Berberian, porém, amedida deveria valer para to-das as pistas do país. Ele avaliaque tudo é questão de costu-me assim como ocorreu quan-do a obrigatoriedade do cintode segurança surgiu. “As prin-cipais colisões ocorrem nas ci-dades, e não nas rodovias.Precisamos evoluir o pensa-mento. A medida é salutar. Setodas as pistas fossem con-

templadas, o impacto seria po-sitivo e muita gente deixariade morrer ou de se acidentar.”

Luz de circulação diurnaInicialmente, a legislação

trouxe uma polêmica: o usodas luzes de circulação diur-na, existentes em carros demodelos mais recentes e ca-ros. Essas lâmpadas auxiliaresacendem automaticamentesempre que o veículo está li-gado, mesmo que de dia. E aluminosidade delas é melhorque a dos faróis normais. E,

nologia, não precisam acenderos faróis durante o dia. A fiscali-zação da legislação será feitapelos agentes de trânsito comos automóveis em movimento.De acordo com o professor Ber-berian, em um futuro próximo,os radares poderão fotografaros veículos que trafegarem como farol apagado. “É só uma ques-tão de reprogramar os chama-dos ‘pardais’. Essa possibilidadeé boa, pois evita a impessoalida-de da ação do agente de trânsi-to e torna a regra igualitária pa-ra todos”, diz. l

como a nova lei fala somenteem farol baixo, não conside-rou esse dispositivo, presenteem inúmeros veículos. Ou se-ja, mesmo os condutores quepossuíssem automóveis coma tecnologia, teriam queacender o farol durante o dia,o que inutilizaria o sistema.

Após diversas reclamaçõesdos condutores, o Contran (Con-selho Nacional de Trânsito) emi-tiu um ofício aos órgãos fiscali-zadores liberando também ouso dessas luzes. Isso significaque veículos que possuam a tec-

Muitos motoristas ainda se esquecem de acender o farol durante o dia

Alguns Estados adiam multaTRANSIÇÃO

Desde a vigência da novalegislação, alguns Estados sus-penderam a aplicação da re-gra. Em Pernambuco (PE), porexemplo, o tempo de transiçãofoi estendido em 40 dias paraque as campanhas educativasabrangessem maior númerode condutores. A decisão foitomada pelo DER (Departa-mento de Estradas de Roda-gens) após 79 pessoas teremsido multadas somente na PE-01, em Olinda. Muitas informa-ram que foram surpreendidascom a medida.

Em Santa Cantarina (SC),deputados aprovaram a sus-pensão das multas na As-sembleia Legislativa pelomesmo motivo. Em Goiás(GO), a Agetop (Agência Goia-na de Transportes e Obras), o

Detran (Departamento deTrânsito) e a Polícia Militarestenderam o início da co-brança das multas por 15dias, além dos 45 dias detransição. O argumento utili-zado foi que as rodovias es-taduais deveriam estar devi-damente sinalizadas. A medi-da não incluiu as rodovias fe-derais, fiscalizadas pela PRF.

Em Brasília, o governadorRodrigo Rollemberg tambémdecidiu transformar as multasaplicadas nos dez primeirosdias de vigência da lei em ad-vertência. Somente no perío-do, foram aplicados mais de5.000 autos de infração nas ro-dovias da capital federal. Ochefe do executivo local justifi-cou dizendo que a lei deve sereducativa e não arrecadatória.

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BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 64.045 11.945 75.990Estadual 119.747 105.601 225.348Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 157.561Total 210.619 1.352.464 1.720.643

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 19.463Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.655.707Cavalo mecânico 597.383 Reboque 1.320.503Semi-reboque 879.251Ônibus interestaduais 19.923Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 25.205Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 121

Portos 33

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 184

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 22.037

Embarcações próprias 2.381

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.576Total Concedida 29.165Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 12.018FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 7.215MRS Logística S.A. 1.799Outras 8.133Total 29.165

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 106.721Locomotivas 3.077

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 37Aeroportos Domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.550

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 1.166Transporte não regular: táxi aéreo 1.677Privado 10.859Outros 10.803Total 24.505

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201670

BOLETIM ECONÔMICO

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB.

(2) Taxa Selic conforme Copom 08/06/2016 e Boletim Focus.

(3) Inflação acumulada no ano e expectativas segundo o Boletim Focus.

(4) Posição dezembro/2015 e junho/2016 em US$ bilhões.

(5) Câmbio de fim de período, média entre compra e venda junho/2016.

(6) Saldo da balança comercial até junho/2016.

* A taxa de crescimento do PIB para 2016 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro a março de 2016 a preços de mercado.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 24/06/16),Banco Central do Brasil.

Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até junho/2016 - R$ 5,82 bilhões)

0,54(9,4%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JUNHO/2016

2015 Acumuladoem 2016

Expectativapara 2016

Expectativapara 2017

PIB (% cresc a.a.)1 -3,85 -5,42 -3,44 1,00

Selic (% a.a.)2 14,25 14,25 13,25 11,00

IPCA (%)3 10,67 4,42 7,29 5,50

Balança Comercial6 19,67 23,67 50,76 50,00Reservas Internacionais4 356,46 364,15 - -

Câmbio (R$/US$)5 3,90 3,45 3,60 3,80

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

10,0

18,0

14,016,0

12,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL - Senado Federal)

0,61(10,4%)

0,11(1,9%)

Investimento Total

2011

15,6 13,7 14,2 15,8 11,0

Rodoviário 11,2 9,4 8,4 9,1 6,0Ferroviário 1,6 1,1 2,3 2,7 1,6Aquaviário (União+Cia Docas) 1,0 0,8 0,6 0,8 0,5Aéreo (União+Infraero) 1,8 2,4 2,9 3,3 3,0

2012 2013 2014 2015

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

0

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados acumulados até junho/2016)

Autorizado Total PagoValores Pagos do Exercício

Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

20

15

R$

bilh

ões

10

5

0

25

0,75

10,79

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL - Senado Federal).

Restos a Pagar Pagos

Autorizado União 10.792,32Autorizado das Estatais (Infraero e Cia Docas) 1.275,03Total de Recursos Disponíveis 12.067,35

Rodoviário 4.559,52Ferroviário 544,74Aquaviário (União + Cia Docas) 201,73Aéreo (União + Infraero) 878,79

Investimento Total (Total Pago) 6.184,78

Notas: (A) Atualizado em 01.07.2016 com dados acumulados SIGA BRASIL até 30.06.2016.

(B) Para fins de cálculos do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento).

(C) Os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e

adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20XV, 118T,3133, e 2923.

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERALORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(R$ milhões correntes - acumulados até junho de 2016)

5,825,07

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

4,56(78,4%)

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INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(valores em R$ milhões correntes)1

Orçamento Fiscal (Total Pago2 por modal de transporte)

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo),não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O Total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de Restos a Pagar Pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de umestado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.(4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2016. (5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado até junho 2016. (6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao Total Pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas Empresas Estatais.(7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo oManual de Técnico de Orçamento 2016.

REGI

ÕES3

Rank

ing

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Ordem R$ milhões6

1º2º3º4º5º6º7º 8º 9º 10º

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte*Orçamento Fiscal da União, atualizado em 01.07.2016 com dados acumulados SIGA BRASIL até 30.06.2016.

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo TotalAcre 72,65 0,00 0,00 0,00 72,65Alagoas 119,45 0,00 0,00 0,00 119,45Amapá 51,49 0,00 0,00 0,22 51,70Amazonas 183,28 0,00 24,78 1,59 209,65Bahia 314,16 293,98 0,00 0,00 608,14Ceará 76,71 0,00 0,00 0,01 76,72Distrito Federal 20,47 0,00 0,00 0,00 20,47Espírito Santo 25,67 0,00 13,87 0,00 39,53Goiás 93,15 129,28 0,00 0,01 222,44Maranhão 145,68 0,00 0,00 0,00 145,68Mato Grosso 281,44 0,00 0,00 0,14 281,59Mato Grosso do Sul 128,95 0,00 0,00 0,01 128,96Minas Gerais 494,35 44,57 0,00 5,86 544,78Pará 380,78 0,00 7,51 0,04 388,33Paraíba 58,79 0,00 0,00 0,01 58,79Paraná 228,86 0,00 0,00 4,78 233,64Pernambuco 203,09 0,00 0,00 0,01 203,10Piauí 58,07 0,00 0,00 0,00 58,07Rio de Janeiro 134,93 1,99 5,12 0,00 142,03Rio Grande do Norte 42,77 0,00 0,00 0,00 42,77Rio Grande do Sul 586,96 0,02 27,82 1,62 616,41Rondônia 220,47 0,00 0,00 0,01 220,48Roraima 71,59 0,00 0,00 0,00 71,59Santa Catarina 370,20 1,80 10,95 0,00 382,95São Paulo 15,77 25,50 2,72 0,02 44,01Sergipe 40,13 0,00 0,00 0,00 40,13Tocantins 81,78 0,00 0,00 0,01 81,79Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nacional 57,90 47,61 15,12 590,81 711,44Total 4.559,52 544,74 107,88 605,15 5.817,29

Esta

dos

Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Norte 711,35Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Nordeste 664,50Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sul 609,70Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sudeste 416,89Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Centro-Oeste 375,70Recomposição do Equilibrio Financeiro - Concessão BR - 290/RS 241,69Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - Ihéus/BA - Caetite/BA - EF 334 174,72Construção da Segunda Ponte Sobre o Rio Guaiba e Acesso - Na BR-16/290/RS 157,83Adequação de Trecho Rodoviário - Entrocamento BR - 116/259/451 (Governador Valadadres) - Entrocamento MG-020 - Na BR-381/MG 154,66Estudos, Projetos e Planejamento de Infraestrutura de Transportes 139,69Total 3.646,74Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até junho - 2016 62,7%

Ações orçamentárias7

Maiores Desembolsos4 (Total Pago acumulado até junho de 2016)5

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201672

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senatlançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte -DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento decaminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em trans-porte e da sociedade na construção de um desenvolvimentoverdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e

terminais de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu estado.

BOLETIM DO DESPOLUIR

Carga(empresas)

FETRAMAZFETRACANFENATACFETCEMGFETRANSPARFETRANSCARGAFETRANSULFETRANCESCFETCESPFECAM-SCFECAM-RSFECAM-RJFETAC-PRFETAC-MGFETRANORTEFETRONORFETRANS*FETRASULFETRAMFETRAMARFEPASCFETRANSPORFETERGSFETPESPFETRANSPORTESFETRABASE

AC, AM, AP, PA, RO e RRAL, CE, MA, PB, PE, PI, e RN

DF, GO, MS, MT e TOMGPRRJRSSCSPSCRSRJPRMG

AC, AM, AP, PA e RRAL, PB, PE e RN

CE, PI e MADF, GO, SP e TO

MGMS, MT e RO

PR e SCRJRSSPES

BA e SE

Raimundo Augusto de Araújo Jorge do Carmo RamosPatrícia DanteMarta Gusmão MoraisSolange CaumoRenato NeryCarlos BeckerRodrigo OdaSandra CaravieriJean BiazottoDanna Campos VieiraThompson BahienseFelipe CuchabaRegiane ReisRafhael PinaAdriana Fernandes DiasMarcelo BrasilVilma Silva de OliveiraGeraldo MarquesCarlos Alberto da Silva CorsoRoberto Luiz Harth T. de FreitasGuilherme WilsonAloisio BremmJoão Carlos ThomazJoão Paulo da F. LamasCleide da Silva Cerqueira

(92) 3658-6080(81) 3441-3614(61) 3361-5295(31) 3490-0330(41) 3333-2900(21) 3869-8073(51) 3374-8080(48) 3248-1104(11) 2632-1010(49) 3222-4681(51) 3232-3407(21) 3495-2726(42) 3027-1314(31) 3531-1730(92) 3584-6504(84) 3234-2493(85) 3261-7066(62) 3233-0977(31) 3274-2727(65) 3027-2978(41) 3244-6844(21) 3221-6300(51) 3228-0622(11) 3179-1077(27) 2125-7643(71) 3341-6238

[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@fetrabase.org.br

Carga e Passageiros

Carga(autônomos)

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS COORDENAÇÃO TELEFONE E-MAILSETOR

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2016 (até junho )

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS *

* A FETRANS corresponde à antiga CEPIMAR, conforme atualização em julho de 2015.

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2016 (até junho )

* Dados preliminares, sujeitos a alterações.

1.800.000

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

20074.734

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Federações participantes

26

Avaliações ambientais (até jun/2016) 1.663.719

Aprovação no período 85,25%

Empresas atendidas 14.781

Caminhoneiros autônomos atendidos 17.951

Unidades de atendimento 93

1.507.447

1.235.589

1.033.455

820.587

590.470392.524

228.860100.839

1.663.719

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Page 73: CNT Transporte Atual

Materiais institucionais do Despoluir

folder e portfólio

Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de CargasIdentifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursosnaturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

Conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Caderno Oficina Nacional Transportee Mudanças ClimáticasExibe o resultado dos trabalhos de 89representantes de 56 organizações,com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidadeurbana, transferência modal e tecnologias veiculares.

A Fase P7 do Proconve e o impacto no Setor de TransporteApresenta as novas tecnologias e as implicações da fase P7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente.

Caminhoneiros no Brasil: RelatórioSíntese de Informações Ambientais –autônomos e empregados de frotaPresta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais deste setor de transporte.

A mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15

Apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação

brasileira na Conferência das Partes das Nacões

Unidas para Mudança do Clima.

Sondagem Ambiental do Transporte

Demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas

de transporte rodoviário.

Procedimentos para preservação da qualidade

do Óleo Diesel BElaborada para auxiliar

a rotina operacional dos transportadores, apresentando

subsídios a adoção de procedimentos para garantir a

qualidade do óleo diesel B.

Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos

e Renovação de FrotaApresenta as diretrizes

levantadas sobre o assunto noevento realizado pela CNT com aparticipação de especialistas da

Espanha, Argentina e México.

A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no BrasilDescreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

Série educativa de cartilhas com temas ambientais• Os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro

• Meio Ambiente: responsabilidade de cada um • Caminhoneiro Amigo do Meio Ambiente

• Queimadas: o que fazer?• Lixo: faça a sua parte!

• Aquecimento Global • Plante Árvores

8

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201674

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 20 de junho de 2016.

2010MODAL 2011 2012 2013 20152014

TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 CONSUMO PARCIAL - ATÉ MAIO/2016 **

BOLETIM AMBIEN TAL

Rodoviário 34,46 36,38 38,60 40,68 41,40 40,20

Ferroviário 1,08 1,18 1,21 1,20 1,18 1,14

Hidroviário 0,13 0,14 0,16 0,18 0,18 0,18

Total 35,67 37,70 39,97 42,06 42,76 41,52

Outros setores3,0%

Rodoviário7,8%

Aéreo0,5%

Outros meios de transporte0,4%

Diesel48,4%

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

45

05

10152025303540

2010 2011 2012 2013 20152014

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2015

Rodoviário Ferroviário Hidroviário

Industrial8,9%

Geração de energia3,1%

Transporte 8,7%

Mudança no uso da terra

76,3%

Etanol13,1%Diesel 49,23 52,26 55,90 58,57 60,03 57,21

Gasolina 29,84 35,49 39,69 41,42 44,36 41,14

Etanol 15,07 10,89 9,85 11,75 12,99 17,86

BIODIESEL MISTURA OBRIGATÓRIA DE BIODIESEL AO DIESEL FÓSSIL (% em volume)*

PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em milhões de m3) *

• Biodiesel é um combustível biodegradável

derivado de fontes renováveis como óleos

vegetais e gorduras animais.

• No Brasil, as principais matérias-primas são a

soja (77,4%), o sebo bovino (18,5%) e óleo de

algodão (2,0%) .

• Atualmente, o diesel comercializado no Brasil é o

B7, isto é, composto por 7% de biodiesel e 93% de

diesel fóssil. A Lei federal nº 13.263/2016 dispõe

sobre os novos percentuais de adição de biodiesel

ao óleo diesel fóssil. Confira o infográfico.2010

2,39 2,67 2,72 2,92

3,42 3,94

1,57

2011 2012 2013 2014 20162015(até maio)

2016

7% 8% 9% 10% Até 15%**

2017março

2018março

2019março

Após 2019março

* Conforme Lei Federal nº 13.263/2016.** Após a validação por testes e ensaios em motores.

* Dados atualizados em 30 de junho de 2016.

4,504,003,503,002,502,001,501,000,50

0

PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

Gasolina38,5%

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 75

• Proconve - Programa de Controle de Polui-ção do Ar por Veículos Automotores. Criadopelo CONAMA, tem o objetivo de reduzir econtrolar a contaminação atmosférica ge-rada pelos veículos automotores. O progra-ma tem como base a regulamentação prati-cada na União Europeia (EURO) para veícu-los pesados.

* De acordo com o artigo 5º da Resolução ANP nº 50 de 23.12.2013, o diesel S500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. No entanto, constata-se que o S10 já é comercializado em todos os estados brasileiros.

TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7S (ppm)

10

FASESPAÍSES

Brasil*

Japão

União Europeia

Austrália

EUA

Rússia

China

México

ÍndiaÁfrica do Sul

50

EURO

PROCONVE

500 - 2000

15

VIVIIIIII0-

NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - DEZEMBRO 2015*

5.500

4.500

5.000

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

500

1.000

0AC

103336 258

47

1.4291.037

194438

936 791

2.355

448 719756

4121.086

503

1.7141.126

321 34659

2.0491.447

220268

5.159

AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - MAIO 2016

* Percentual de reprovação em 'Aspecto' por região: 0,1% (Sudeste) e 0,1% (Centro-oeste). Nas demais Regiões não constam reprovações em Aspecto.

* Aumento do número de postos em aproximadamente 13% em relação ao total contabilizado na última atualização (março/2015).

Teor de Biodiesel81,8%

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

Ponto de Fulgor9,1%

Aspecto* 0,0%

Corante 0,0%

Ponto de Fulgor 9,1%

Enxofre 9,1%

Teor de Biodiesel 81,8%

Outros (massa específica, destilação) 0,0%

Enxofre9,1%

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Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

Poluentes Principais fontes CaracterísticasEfeitos

Saúde humana Meio ambiente

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Em grandes quantidades pode levar à morte.

Dióxido de Carbono

(CO2)

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado da queima de combustíveis, além de atividadesagrícolas, pecuária, aterros sanitários e processos industriais1.

Gás tóxico, incolor, inodoro.Explosivo ao adicionar a água.

Causa asfixia se inalado, além de paradacardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

Aldeídos(RCHO)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. Aumenta a sensibilidade da pele. Causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.

Óxidos de nitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e pormeio da queima de biomassa ecombustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel emágua; O NO2 é um gás de corcastanho-avermelhada, tóxico eirritante;O N2O é um gás incolor,conhecido popularmente comogás do riso.

O NO2 provoca irritação nos pulmões. É capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

Gases de efeito estufa quecausam o aquecimento global.Estes óxidos, em contato com aumidade do ar, formam ácidoscausadores da chuva ácida.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Gás denso, incolor, não-inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares.

Ozônio (O3)

Poluente secundário, resultado dereações químicas em presença daradiação solar. Os hidrocarbonetosnão-metano (NMHC) são precursoresdo ozônio troposférico.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a suanatureza corrosiva.

Material particulado(MP)

Resultado da queima incompletade combustíveis e de seus aditivos, de processos industriaise do desgaste de pneus e freios.

1 Processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

Material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões.Sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

Causa irritação no nariz e garganta. Está relacionado a doenças respiratórias enos casos mais graves, ao câncer de pulmão.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas.

Causa o aquecimento global,por ser um gás de efeito estufa.

Monóxido de carbono

(CO)

CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%CO

Comerciais leves

NMHC NOX MP CH4 RCHO

Caminhões semileves

Caminhões leves

Caminhões médios

Caminhões semipesados

Caminhões pesados

Ônibus urbanos

Micro-ônibus

Motocicletas

Ônibus rodoviários

Automóveis

CO - monóxido de carbono; MP - material particulado incluindo o MP proveniente da combustão e do desgaste do veículo; NMHC - hidrocarbonetos não-metano; CH4 - metano; NOx – óxidos de nitrogênio; RCHO - aldeídos.

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TEMA DO MÊS

“O Brasil enfrenta um deficit de infraestrutura, e as empresas alemãs possuem especial sofisticação nesse setor”

Brasil e Alemanhaapresentam muitasoportunidades parao comércio e o in-

vestimento bilateral. Em ter-mos de vantagens comparati-vas, a carteira de exportaçãobrasileira se compõe de ma-térias-primas. Em termos deinvestimento, o Brasil pareceser destino para a economiaalemã. Por exemplo, o Brasilenfrenta um deficit de infra-estrutura, e as empresas ale-mãs possuem especial sofisti-cação nesse setor. Para asempresas alemãs, o investi-mento em infraestrutura noBrasil pode oferecer retornosatualmente indisponíveis naEuropa continental.

Em meio a várias discus-sões sobre um possível alinha-mento econômico entre osblocos Mercosul e União Euro-peia, as relações brasileiro-germânicas se apresentam co-mo estratégicas. A Alemanha éo principal parceiro comercialdo Brasil na Europa e o quartono mundo. O fluxo anual de in-vestimentos diretos alemãesno Brasil atingiu US$ 1,4 bilhãoem 2014, segundo dados do Mi-nistério da Indústria, Comércio

CLÁUDIO FERREIRA DA SILVA

Oportunidades da relaçãoentre Brasil e Alemanha

CLÁUDIO FERREIRA DA SILVAMestre em ciência política e professor de comércio exterior do curso de relações internacionais do UniCEUB

Exterior e Serviços. Mais de1.600 empresas alemãs estãoinstaladas no país. Estima-seque a contribuição dessas em-presas para a formação do PIBindustrial brasileiro gire emtorno de 10%. Só em São Pau-lo, há mais de 800 subsidiáriasde empresas alemãs, que ge-ram mais de 250 mil empregosdiretos. A capital paulista é amaior “cidade industrial ale-mã” fora da Alemanha.

No setor de portos, ambosos países têm acordo voltadopara o intercâmbio de expe-riências em especialização,treinamento e formação. Oacordo também vai promoverprojetos conjuntos e aumentara cooperação entre empresas eorganizações, além de permitirmaior interface entre os seto-res público e privado e auxiliarno cumprimento da nova Leidos Portos.

A visão dos propulsores docomércio entre o Brasil e aAlemanha, elaborado pelaBertelsmann Stiftung, apontaos benefícios para ambos ospaíses. Para a Alemanha: umamplo mercado em cresci-mento para os bens nacionais;o desenvolvimento brasileiro

implica maiores oportunida-des de comércio para as em-presas; manutenção da segu-rança nacional de recursospara o setor industrial; líderglobal em exportações deenergia verde. Para o Brasil:importante diversificação co-mercial, não limitada aos EUAe à China; a especializaçãoalemã é crucial para o desen-volvimento da infraestrutura;a demanda por commoditiesalemãs aumentará a quanti-dade e os preços das exporta-ções brasileiras; dedicação aodesenvolvimento de tecnolo-gias verdes.

Mas, além da Alemanha, hámuitos investidores estrangei-ros interessados na área de in-fraestrutura de transporte bra-sileira, como projetos de aero-portos, portos e ferrovias. Sóque temos de criar aqui umabase competitiva e um ambien-te de negócios favorável. É deinteresse de ambos os ladosdesenvolver as trocas comer-ciais e fortalecer o trabalho emconjunto nos campos da econo-mia, política e pesquisa comocontribuição para a continuida-de da história de sucesso entreBrasil e Alemanha.

As relações comerciais entre Brasil e Alemanha e os inves

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“Com a implantação do escritório em Berlim, a CNT dá um importante passo em direção ao avanço do transporte e atração de parcerias”

CNT na Alemanha: a portade entrada para a Europa

THIAGO RAMOS DOS SANTOS

uma intensiva atividade econô-mica bilateral desde 1954. Em2014, havia cerca de 1.600 em-presas com capital alemão noBrasil, bem como câmaras decomércio alemãs em São Paulo,Rio de Janeiro e Porto Alegre. AAHK (Câmara de Comércio e In-dústria Brasil-Alemanha) apontaque o capital alemão representaaproximadamente 10% do PIBindustrial do país, sendo SãoPaulo a cidade com maior nú-mero de empresas de origemalemã do mundo. A Alemanha éhoje o quarto parceiro comer-cial mais importante para o Bra-sil, atrás da China, EUA, Argenti-na, somando um comércio bila-teral de US$ 15,6 bilhões. A coo-peração bilateral ocorre na edu-cação, cultura, ciência e tecno-logia, mudanças climáticas emeio ambiente, trabalho e as-suntos sociais, energia e gestãode crises internacionais.

Berlim é um dos maiorescentros europeus para atraçãode investimentos, juntamentecom Paris (França) e Londres(Reino Unido). A região de Ber-lim faz a ligação entre as Euro-pas ocidental e oriental, sendoo elo entre as maiores rotas eu-ropeias. As principais rodovias,

THIAGO RAMOSDiretor-executivo do Escritório da CNT na Alemanha

ACNT está inaugurandoo seu escritório de re-presentação em Ber-lim, na Alemanha. Esse

escritório visa fomentar as inte-rações e as parcerias entre ins-tituições brasileiras e europeiaspara identificar oportunidadesde investimento, de transferên-cia de tecnologia e de capacita-ção profissional em prol do se-tor de transporte.

Um relatório recente do Ban-co Mundial que compara o Índicede Desempenho em Logística –LPI - de 160 países coloca a Ale-manha em primeiro lugar desde2014, enquanto o Brasil ocupa a55ª posição e a China apareceem 27ª colocada. O relatóriomenciona que 94% dos carrega-mentos feitos na Alemanha atin-gem os padrões de qualidade es-tabelecidos pelos operadores lo-gísticos globais. Esses padrõesconsideram questões de infraes-trutura, agilidade dos procedi-mentos de fronteira, custos paraorganização das remessas, com-petência dos serviços logísticos,pontualidade, habilidade de ras-treamento e acompanhamento.

Além do excelente desempe-nho logístico, a Alemanha e oBrasil estão entrelaçados em

ferrovias e aerovias transeuro-peias se intersectam ali. Sãocerca de 200 empresas do se-tor automotivo, cerca de 150 dosetor aeroespacial, cerca 100do setor ferroviário e cerca de100 empresas do setor de logís-tica. Em 2014, o PIB de Berlimfoi de 105,5 bilhões de euros,sendo 21% vinculados aos seto-res de transporte, armazena-mento, acomodação, atividadesrelacionadas a produtos ali-mentícios e informação e co-municação.

Berlim abriga 37 universida-des e 67 centros de pesquisa,sendo considerada uma das prin-cipais cidades no desenvolvimen-to da mobilidade elétrica e dossistemas de transporte inteligen-tes. Esse cenário inovador hospe-da 135 mil eventos e feiras porano e gera uma nova empresa acada 20 minutos.

Com a implantação do escri-tório em Berlim, a CNT dá um im-portante passo em direção aoavanço do transporte, estabele-cendo um ponto de referência ede atração de parcerias em umdos principais centros mundiaisda área. Ali estão presentes to-dos os ingredientes necessáriospara o sucesso da iniciativa.

e os investimentos em infraestrutura de transporte

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ALEX

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 2016 81

á quem lembre com alívio que o Brasil, por seuespírito cordial, está livre do terrorismo. Nemprecisamos disso. Já temos terror suficiente portoda a parte, todos os dias em cidades de todosos tamanhos, em todos os lugares. E nosso espí-rito cordial é desmentido pela crueldade dasações e pela banalização da morte violenta. En-

tre homicídios dolosos e acidentes de trânsito, a média éde cerca de 300 mortes por dia. Recentemente um assal-to a uma empresa de transporte de valores, em RibeirãoPreto, demonstrou o quanto o crime está organizado earmado. Fuzis, explosivos potentes e até metralhadora demeia polegada de calibre foram usados, tal como têm si-do usados em guerras para abater aviões ou penetrar emparedes e blindagens. Em nenhuma ação terrorista na Eu-ropa atual, tanta gente foi usada quanto nesse assalto,em que um policial rodoviário foi morto. A polícia se quei-xa de que o crime tem armas mais potentes que a lei.

Assaltos a cargas vêm aumentando há décadas e areação política tem sido ineficiente, como demonstramas estatísticas. Os prejuízos são enormes, sem contar asvidas sacrificadas. O custo do frete com relação às me-didas de prevenção aumenta cerca de 10%, o que elevao custo da insegurança a cerca de R$ 16 bilhões por ano,segundo se calcula. A isso se somam as perdas com a máqualidade das estradas. Portanto, há custos que pode-riam ser evitados se o Brasil fosse um país “normal” ecom estradas seguras em todos os sentidos.

Aqui, faz-se lei imaginando que isso é o bastante pa-ra resolver problemas, como se as palavras postas nopapel fossem a solução. Pois se fez lei há mais de 10anos, criando-se um sistema de inteligência para preve-nir e desarmar ações criminosas contra o transporte, enada aconteceu, a não ser o aumento do banditismo. OEstado brasileiro se mostra incapaz de acabar com ocrime nas estradas e nas ruas do país. E de impedir queas armas cheguem aos bandidos. O seguro fica mais ca-ro, as empresas de segurança faturam mais, os presí-

dios já não têm mais vagas, a Justiça não tem tornoze-leiras suficientes e os transportadores ficam a confiarna sorte ou em sistemas dispendiosos para dar segu-rança aos seus caminhões e às mercadorias que trans-portam. Se uma grande empresa dissuade o assaltantecom uma cobertura ostensiva de proteção, os bandidosprocuram empresas menores, que não têm como sus-tentar grandes esquemas de proteção.

A maior parte desse terrorismo de asfalto age na re-gião de São Paulo. E quando transportadoras mudam roti-nas, adotam trajetos e horários que encarecem o transpor-te, porque contrariam a racionalidade, os bandidos logopercebem as mudanças e alteram também suas ações.Sempre, claro, que assaltam determinada carga, já pos-suem comprador para ela, já que não existem depósitossuficientes para armazenar o tanto que roubam. Mas os as-saltantes não são os únicos bandidos. Há os que mandamroubar, os que encomendam cargas, os que se dispõem afazer a receptação ilícita. Nada que um bom serviço de in-teligência policial e fiscal não seja capaz de desmontar. Is-so em teoria. A realidade triste é outra.

O que se nota na raiz da aterrorizante insegurançanacional é um conjunto de omissões: não se fazem leisque desestimulem o crime, não se investe em polícia su-ficiente para capturar criminosos e não se tem agilidadejudicial para tirar os fora da lei de circulação. Finalmen-te, nem se tem lugar para confiná-los. Só controlam ar-mas das pessoas de bem. Parece que o crime nos intimi-dou. Ou nos alienou. Parecemos ovelhas que vão passi-vamente para a tosquia. “Desarme-se. Não reaja.” - detanto se ouvir isso, vamos nos tornando cordeiros pron-tos para o sacrifício. O Estado tem o monopólio da forçae a Justiça e precisa agir. Não se trata de questão social,pois não são descuidistas em furtar um celular. São ban-dos organizados e bem armados a planejar e roubargrandes cargas de celulares prontos para a venda. O pro-blema é grande demais para medidas tímidas. Vai serpreciso um bom lava a jato no asfalto brasileiro.

H

“Assaltos a cargas vêm aumentando há décadas e a reaçãopolítica tem sido ineficiente, como demonstram as estatísticas”

Terrorismo no asfalto

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JULHO 201682

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Soares de Andrade

PRESIDENTE DE HONRAJosé Fioravanti

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Eurico Divon Galhardi Paulo Alencar Porto LimaTRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaNorival de Almeida SilvaTRANSPORTE MARÍTIMO, DE CARGAS E PASSAGEIROS

Edson Palmesan TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo VilaçaJoubert Fortes Flores Filho TRANSPORTE AÉREO

Eduardo Sanovicz Wolner José Pereira de Aguiar INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Glen Gordon Findlay

CONSELHO FISCAL (TITULARES)Luiz Maldonado Marthos José Hélio FernandesJerson Antonio PícoliEduardo Ferreira Rebuzzi

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez André Luis Costa

DIRETORIATRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knittel José Luís Santolin Francisco Saldanha Bezerra João Rezende FilhoDante José Gulin Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Paulo Sergio Ribeiro da Silva

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emilio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Vianna

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Moacir da SilvaSergio Antonio OliveiraJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides Rodrigues Sandoval Geraldino dos Santos Renato Ramos Pereira

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Marcos Machado Soares

Claudomiro Picanço Carvalho Filho

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Aloísio Sobreira

José Rebello III

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavalcante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva

André Luiz Macena de Lima

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

AQUAVIÁRIO

Investir em shiploaders para agilizar o carregamento de grãosfoi uma boa sacada do Porto deParanaguá. Sabemos que o Brasil é um grande produtor de soja e milho e que o escoamento da safra estava sendo prejudicado.Luiz MouraSalvador (BA)

DESEMPENHO

Que iniciativa bacana da Scaniaem promover o concurso “MelhorMotorista de Caminhão do Brasil”.Ter um caminhão zero quilômetroscomo prêmio para o campeão daAmérica Latina é motivador. Quero acompanhar cada fase dessa competição que será disputadíssima. Antônio QueirozCuritiba (PR)

SAÚDE

Distribuir cartilhas educativas que orientem os caminhoneiros a cuidar melhor da alimentação foi uma excelente ideia do SESTSENAT. Os profissionais dotransporte têm dificuldades em encontrar alimentação saudável nas rodovias. Jacinto AntunesVarginha (MG)

CAPA

Consolidar os principais dados sobre os modais do transporte no Brasil tanto na área de cargas como na de passageirosmostra a diversidade da atuação dos transportadores, a evolução do setor e os desafios a serem superados. Parabéns aos envolvidos. Daniela AlmeidaSão Paulo (SP)

REFORMA URBANA

A revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro ainda não trouxe a mobilidade urbana prometida e a moradiasacessíveis a moradores de baixarenda. É triste perceber que a região privilegia apenas interesses imobiliários e empreendimentos residenciais de média e alta renda. Torço para que no futuro a obra beneficie quem mais precisa.Ana Luiza PontesRio de Janeiro (RJ)

AVIAÇÃO

Importante ressaltar os riscos e consequências que soltar balões traz para a segurança aérea e para o meio ambiente.Mesmo fazendo parte da cultura brasileira, esse tipo de prática deve ser abolida para evitar acidentes graves e até mortes.Rafael BenevidesPorto Alegre (RS)

Cartas:SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected] Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

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