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POLTICA AMBIENTAL DO MUNICPIO DE GOINIA

PREFEITURA DE GOINIA

SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

CDIGO AMBIENTAL DE GOINIA

(PROPOSTA)

1 APRESENTAO

1.2 Um Cdigo Ambiental deve ser fruto de um movimento

O poeta Pedro Tierra disse que a luta faz a lei. Com essa mesma compreenso, o Dr. Roberto A. R. de Aguiar, jurista e professor de filosofia da UnB, afirma, em seu livro Direito do Meio Ambiente e Participao Popular(1994):

No podemos cair na tentao fcil, que atinge grande parte dos juristas, de confundir Direito com lei. Assim, a luta jurdica no se restringe simples procura de mudanas de leis, como se as leis modificassem o mundo. As leis no o modificam. o mundo que modifica as leis. So as lutas sociais que instauram novos fundamentos e criam novas prticas sociais.Com o Cdigo Ambiental de Goinia no e nem ser diferente. Seu objetivo principal consensual na sociedade, embora nem tudo de que trata o seja. fruto, de alguma forma, do desejo e luta de grande parte dos cidados goianienses, inclusive dos que nem sabem o que um Cdigo Ambiental, mas desejam viver em um ambiente saudvel e favorvel vida digna dos seres humanos em harmonia com as outras espcies da natureza. uma tentativa de sistematizao, em um corpo coeso, dos instrumentos legais para regulao, em nvel municipal, dos direitos e obrigaes relacionados obteno desse ambiente. Constitui-se, portanto, em uma alterao da legislao ambiental municipal, fruto da necessidade, observada nas ltimas dcadas, de dispositivos normativos mais condizentes com os novos rumos e anseios da sociedade goianiense, que j tem demonstrado seu sonho e disposio de erigir uma cidade verdadeiramente sustentvel.

Roberto Aguiar tambm disse, na mesma obra, que A velha retrica, que afirma serem as leis boas e sua aplicao ineficaz comea a fazer gua. Da, o cuidado e a responsabilidade que se deve ter ao se elaborar um Cdigo Ambiental para a cidade. Ele deve ser produto da observao da complexidade dos sistemas envolvidos, com seus inmeros entrelaamentos. Deve fundamentar-se em diretrizes j aceitas e consolidadas em discusses no seio da sociedade, de tal forma que o controle social possa ser exercido quando da sua aplicao.

1.2 A necessidade do Cdigo Ambiental

A legislao municipal ainda carece de dispositivos que efetivamente possam instrumentalizar os administradores para a gesto de meio ambiente. O Cdigo de Posturas e a Lei de Zoneamento formam a principal base legal da atuao do poder pblico nessa questo, mas tm-se mostrado defasados tanto em aspectos tcnicos e cientficos, como tambm em relao compatibilizao com o arcabouo legal das outras esferas administrativas.

Cabe lembrar que a questo ambiental transversal a todas as outras reas, e durante o debate sobre um Cdigo Ambiental descobrem-se as falhas, as impropriedades, as necessidades de ajuste, at mesmo da mquina administrativa, ainda que muitas questes no sejam e nem possam ser objeto de um Cdigo dessa natureza. Pode-se, inclusive, descobrir que para promulgar um Cdigo Ambiental preciso alterar a Lei Orgnica Municipal, ou que no muito fcil instituir uma fiscalizao ambiental realmente eficiente quando a estrutura da composio dos rgos municipais vigente, herdada de outras gestes, coloca, em um mesmo nvel administrativo, reas meio e reas fim, fugindo lgica do planejamento e da gesto organizacional.

Ento, a SEMMA apresenta esta verso de Cdigo Ambiental para Goinia, que no a primeira, mas que tem grandes chances de dar novo e qualitativo impulso ao movimento ainda tmido pela alterao de nossas leis municipais na matria ambiental. Isto porque chega em um momento em que a cidade est mais amadurecida quanto aos problemas ambientais, em que proliferam as organizaes comunitrias de defesa do meio ambiente e quando a administrao faz da participao popular um de seus principais princpios.

1.3 Um breve Histrico

A idia de um Cdigo Ambiental para o municpio de Goinia to antiga quanto o o despertar da cidade para a problemtica ambiental. Tem, portanto, no menos que uma dcada. A discusso com base em um texto preliminar comeou h cerca de oito anos, quando a Assessoria Jurdica da SEMMA solicitou contribuies primeira verso do Cdigo. A pouca ou quase nenhuma participao e o desinteresse dos governantes relegaram, entretanto, o texto ao confinamento nos discos do computador, embora o Cdigo tenha persistido no interesse das comunidades preocupadas com o meio ambiente e de muitos tcnicos do Poder Pblico. No incio da atual administrao, o texto foi retomado e iniciou-se sua reformulao, inclusive com debates em outros rgos municipais e no COMMAm. Muitas dificuldades surgiram e houve uma pausa nas discusses, durante as quais, a SEMMA, ao assumir vrias aes que foram atribudas aos rgos ambientais locais por dispositivos legais federais recentes, logrou amadurecer mais ainda sua prtica de gesto, o que, sem dvida, foi benfico para que se repensasse o Cdigo Ambiental.

No final de 2003, o Secretrio de Meio Ambiente Walter Cardoso Sobrinho designou, ento, para apresentar uma reformulao do Cdigo, a Diretora de Controle Ambiental da SEMMA, Myrna de Ftima Gontijo Neiva, que contaria com o apoio da Assessora Jurdica Viviana Hirata, quando necessrio. Apesar do prazo exguo de quinze dias (em virtude das datas pensadas para a disponibilizao ao debate), a releitura da ltima verso existente quela data fez com que se julgasse necessrio reescrever o Cdigo Ambiental com nova estrutura e novas concepes, sem desmerecer o que j havia sido feito e que j fora importante e inovador em seu perodo histrico. Para tanto, foram realizadas pesquisas em Cdigos de outros municpios, na legislao estadual, federal e municipal, aproveitando-se, em muitos artigos, a redao desses dispositivos e da verso anterior, sempre que se julgou desnecessrio reinventar a roda. Assim, por exemplo, no trecho que vai do artigo 198 ao 216 no houve ainda modificao, no contedo, com relao ltima verso. A verso que ora se apresenta, mesmo como sugesto, ainda poderia sofrer modificaes, pois, alm de ter sido elaborado em perodo de tempo exguo, trata de questes que possuem mltiplas interfaces com outros rgos da administrao, cuja colaborao imprescindvel. Entendeu-se, entretanto, que seria melhor submet-la o quanto antes ao debate, pois a contribuio coletiva traria melhores e mais efetivos resultados.

1.4 A presente proposta

A presente proposta ainda possui muitos problemas semelhantes aos encontrados na anterior, os quais s poderiam ser sanados aps a contribuio multi, interdisciplinar e transdisciplinar, no s de outros tcnicos da administrao, como tambm de qualquer segmento ou indivduo da sociedade. Contudo, norteia-se por princpios e diretrizes que do uma unidade necessria matria tratada e, ao mesmo tempo, tenta integr-la Agenda 21 local, ao Plano Diretor e Carta Ambiental de Goinia.

O Cdigo foi reescrito com estrutura tal que possa instituir, de forma lgica, a Poltica Municipal de Meio Ambiente, com seus princpios e instrumentos, e o Sistema Municipal de Meio Ambiente, com as atribuies de seus componentes, alm das matrias referentes forma de gesto do meio ambiente em Goinia, incluindo o licenciamento ambiental, a fiscalizao, a proteo dos recursos naturais, a educao ambiental.

O texto mais enxuto do que o da verso anterior, tendo-se reduzindo o nmero de artigos de 293 para 240, organizados em cinco ttulos. Muitos detalhes, existentes na verso anterior, na atual deixaram de existir, por se compreender que devam ser tratados nos dispositivos de regulamentao. Outros esto sendo trabalhados nos anexos, ainda em construo. H questes, como determinados procedimentos, que talvez ainda possam ser jogadas para anexos. Enfim, entende-se que muito ainda se deve enxugar e trabalhar para que o texto se torne de fcil manuseio, mas isso ser fruto das contribuies.

Como j foi dito, uma parte do texto (artigos 198 a 216) ainda est como na verso anterior. O Ttulo V Do Poder De Polcia Ambiental foi apresentado pelo Assessor Tcnico de Fiscalizao Valdomiro Ferreira. Esta verso j contm algumas alteraes, como fruto de sugestes. Uma delas foi a supresso do artigo, dentro do Ttulo V, acima citado, que criava o cargo de procurador jurdico ambiental, por ter sido alegado que um Cdigo desta natureza no poderia criar cargos. Aps ser submetida ao COMMAm, teve ligeiras e mnimas alteraes sugeridas pela Comisso criada para apresent-las.

Conforme indicao do COMMAm, o texto que aqui se apresenta j est amadurecido suficientemente para ser apresentado Cmara Municipal. lgico que ainda sofreria mudanas, enquanto houvesse debate. Mas a discusso no se esgota aqui, porque com certeza haver audincia pblica sobre o Cdigo e ainda porque haver a regulamentao do Cdigo. E tambm porque nenhuma lei definitiva.

Portanto, toda contribuio sempre bem vinda.

Ao debate!

Myrna de Ftima Gontijo Neiva

Diretora de Controle Ambiental da SEMMA

2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

( DAS DISPOSIES PRELIMINARES Art 1o e 2.

(TITULO I DA COMPETNCIA E DA AO DO MUNICPIO DE GOINIA COM RELAO AO MEIO AMBIENTE Art. 3

(TTULO II DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE - Art. 4( ao 17CAPTULO I - DA ESTRUTURA - Art. 4( ao 5

CAPTULO II - DO CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE COMMAM - Art. 6 ao 14

CAPTULO II DO RGO AMBIENTAL LOCAL- Art. 15

CAPTULO III - DOS RGOS MUNICIPAIS INTEGRADOS E ORGANIZAES COLABORADORAS - Art. 16 e 17

( TTULO III - DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE - Art. 18 ao 76CAPTULO I - DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE - Art. 19 ao 20

CAPTULO II - DOS OBJETIVOS DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE - Art. 21

CAPTULO III - DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE - Art. 22

CAPTULO IV - DA APLICAO DA POLTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE Art 23 ao 76SEO I - DO PLANEJAMENTO E DA GESTO AMBIENTAL - Art. 23 ao 25

SEO II - DA AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL, DA ANLISE DE RISCO E DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANA - Art. 26 ao 31

SEO III - DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL, DA REVISO DE ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS E DAS AUTORIZAES AMBIENTAIS ESPECIAIS - Art. 32 ao 48

SEO III - DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL, DA REVISO DE ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS E DAS AUTORIZAES AMBIENTAIS ESPECIAIS - Art. 32 ao art. 48

SEO IV - DA AUDITORIA AMBIENTAL - Art. 49 ao 54

SEO V - DAS NORMAS, CRITRIOS, PARMETROS, E PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL - Art. 55 ao 58

SEO VI - DO MONITORAMENTO - Art. 59 ao 61

SEO VII - DO ZONEAMENTO AMBIENTAL - Art. 62

SEO VIII - DA FISCALIZAO AMBIENTAL E DAS PENALIDADES DISCIPLINARES E COMPENSATRIAS - Art. 63

SEO IX - DOS ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS - Art. 64

SEO X - DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAES E CADASTROS AMBIENTAIS SICA - Art. 65 ao 67

SEO XI - DOS MECANISMOS DE INCENTIVOS E BENEFCIOS E DA CONTRIBUIO SOBRE A UTILIZAO DE RECURSOS NATURAIS COM FINS ECONMICOS - Art. 68

SEO XII - DA EDUCAO AMBIENTAL E DOS NCLEOS DE MEIO AMBIENTE - Art. 69 ao 76

( TITULO IV - DA PROTEO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL

- Art. 81 a 216

CAPTULO I - DO SOLO

- Art. 81 a 126SEO I - DO USO E CONSERVAO DO SOLO - Art. 82 a 83

SEO II - DA POLUIO DO SOLO - Art. 84 a 95

SEO III - DA MINERAO, DOS ATERRAMENTOS E TERRAPLAPLENAGEM - Art. 96 a 126

Captulo II - DO AR - Art. 127 a 144

Captulo III - DA GUA - Art. 145 a 172

CAPTULO IV - DA EMISSO DE RUDOS E VIBRAES - Art. 173 a 177

Captulo V - DA COMUNICAO E POLUIO VISUAIS - Art. 178 a 197

Captulo VI - DA PROTEO DA FAUNA E FLORA - Art. 198 a 210

Captulo VII - DO CONTROLE DAS ATIVIDADES PERIGOSAS - Art. 211 a 216

( TTULO V - Do Poder de Polcia Ambiental

Art. 217 ao 233CAPTULO I - DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

- Art. 220 ao 237SEO I - DOS SERVIDORES FISCAIS E DA AO FISCALIZADORA - Art. 217

SEO II - DAS PEAS FISCAIS - Art. 218 a 220

SEO III - DAS PENALIDADES - Art. 221 a 219

CAPTULO II - DOS RECURSOS - Art. 230 a 233

DISPOSIES FINAIS - Art. 234 a 236

DAS DISPOSIES PRELIMINARES

Art. 1( - Este cdigo regula os direitos e obrigaes concernentes proteo, preservao, conservao, defesa, controle, monitoramento, fiscalizao, melhoria e recuperao do Meio Ambiente no Municpio de Goinia, considerando o interesse local, o direito de todos dignidade, qualidade de vida e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e institui o Sistema Municipal do Meio Ambiente SIMMA e a Poltica Municipal do Meio Ambiente.

Art. 2 - Os conceitos gerais, para fins e efeitos deste Cdigo, so apresentados no Anexo I.

TITULO I

DA COMPETNCIA E DA AO DO MUNICPIO DE GOINIA COM RELAO AO MEIO AMBIENTE

Art. 3 - Compete ao Municpio de Goinia mobilizar e coordenar suas aes e recursos humanos, financeiros, materiais, tcnicos e cientficos, bem como a participao da populao, na consecuo dos objetivos e interesses estabelecidos neste Cdigo, devendo:

I - planejar e desenvolver aes de promoo, proteo, conservao, preservao, recuperao, restaurao, reparao, vigilncia e melhoria da qualidade ambiental;

II - definir e controlar a ocupao e uso dos espaos territoriais, em conformidade com a legislao pertinente;

III - elaborar e implementar o Zoneamento ambiental do municpio e os planos que visem melhoria da qualidade ambiental do municpio;

IV - exercer o controle da poluio e da degradao ambiental;

V - identificar, criar e administrar espaos territoriais que visem proteo de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, recursos genticos e outros bens e interesses ecolgicos, estabelecendo normas de sua competncia a serem observadas nestas reas;

VI - estabelecer diretrizes especficas para a proteo dos recursos hdricos, por meio de planos de uso e ocupao das reas de drenagem de bacias hidrogrficas;

VII - estabelecer normas e padres complementares de qualidade ambiental, aferio e monitoramento dos nveis de poluio do solo, atmosfrica, hdrica, sonora e visual, dentre outros;

VIII - estabelecer normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

IX - fixar normas de automonitoramento, padres de emisso e condies de disposio final ou lanamento de resduos e efluentes de qualquer natureza no ambiente;

X - conceder licenas, autorizaes e fixar limitaes administrativas relativas ao meio ambiente;

XI - implantar sistema de cadastro e informaes sobre o meio ambiente;

XII - promover a sensibilizao pblica para a proteo do meio ambiente e a educao ambiental como processo permanente, integrado e multidisciplinar, em todos os nveis e formas de ensino;

XIII - fomentar e incentivar a criao, absoro e difuso de tecnologias e o desenvolvimento, a produo e instalao de equipamentos compatveis com a sustentabilidade ecolgica, social, cultural e econmica;

XIV - implantar e operar o sistema de monitoramento ambiental;

XVI - implantar sistemas de controle e fiscalizao, no mbito municipal, das atividades capazes de interferir sobre a qualidade ambiental, orientando, exigindo e cobrando obrigaes do poluidor e/ou degradador conforme legislao vigente;

XVII garantir a participao social e comunitria no planejamento, execuo e vigilncia das atividades que visem proteo, recuperao ou melhoria da qualidade ambiental;

XVIII - regulamentar e controlar, observadas a legislao federal e estadual, a utilizao e o transporte de produtos qumicos, em qualquer atividade, no mbito do municpio;

XIX - incentivar, colaborar e participar de planos e aes de interesse ambiental nos mbitos federal, regional e estadual, por meio de aes compartilhadas, acordos, parcerias, consrcios e convnios;

XX - executar outras medidas consideradas essenciais conquista e manuteno de melhores nveis de qualidade ambiental;

XXI - garantir aos cidados o livre acesso s informaes e dados sobre as questes ambientais do Municpio;

XXII - firmar convnio com rgos pblicos ou privados, visando cooperao tcnica, cientfica e administrativa nas atividades de proteo ao meio ambiente.

TTULO II

DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

CAPTULO I

DA ESTRUTURA

Art. 4( - O conjunto de instituies, inclusive fundaes, responsveis pela proteo, preservao, conservao, defesa, controle, melhoria e recuperao do meio ambiente e dos recursos ambientais do Municpio, constituiro o Sistema Municipal de Meio Ambiente SIMMA, assim estruturado:

I - rgo Consultivo e Deliberativo: Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMMAm;

II - rgo Central e Executor: rgo Ambiental Local;

III - rgos municipais integrados;

IV - Organizaes colaboradoras.

Pargrafo nico - De acordo com a legislao em vigor, poder o Poder Executivo criar Agncias ou Fundaes, jurisdicionadas ao rgo ambiental local, para apoio tcnico cientfico e, se necessrio, execuo de aes de controle e gerenciamento ambiental, como forma de promover a agilizao dessas aes.

Art. 5 - Os rgos e entidades que compem o SIMMA atuaro de forma harmnica e integrada, sob a coordenao do rgo ambiental local.

CAPTULO II

DO CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE COMMAM

Art. 6 - O Conselho Municipal do Meio Ambiente COMMAm, rgo colegiado autnomo de carter consultivo e deliberativo do Sistema Municipal de Meio Ambiente SIMMA, possui as seguintes atribuies:

I colaborar com a formulao e a execuo da Poltica Municipal do Meio Ambiente de Goinia, conforme princpios e diretrizes estabelecidas neste cdigo, mediante estudos, resolues, recomendaes e proposies de normas, procedimentos, planos, programas e projetos;

II acompanhar e avaliar a execuo da Poltica Municipal do Meio Ambiente em Goinia;

III fornecer subsdios tcnicos para esclarecimentos relativos proteo e defesa do meio ambiente;

IV propor diretrizes para a conservao, preservao e recuperao dos recursos ambientais do municpio;

V opinar sobre propostas de legislao e de outros instrumentos que tenham por objetivo a promoo da qualidade ambiental no municpio, como o planejamento, zoneamento, controle e monitoramento ambientais;

VII deliberar sobre:

a) normas, critrios e padres relativos ao controle e manuteno da qualidade ambiental;

b) as penalidades e licenas ambientais emitidas pelo Poder Pblico Municipal, em grau de recurso, como ltima instncia administrativa;

c) a reviso, a aprovao ou a desaprovao dos EIA/RIMAs, aps sua anlise e aps a realizao obrigatria de audincia pblica amplamente divulgada;

VI - analisar propostas de projetos de lei de relevncia;

VII - acompanhar a anlise dos EIA/RIMA e EIV relativos a empreendimentos capazes de provocar impacto no municpio de Goinia, e aprovar a instalao de mecanismos de participao popular, alm da audincia pblica, quando necessrio;

VIII - propor critrios bsicos e fundamentados para a elaborao do zoneamento ambiental;

IX - apresentar sugestes para planos e programas municipais, como, por exemplo, o Plano Diretor do Municpio, no que concerne s questes ambientais;

X - propor a criao de espaos territoriais protegidos e seus componentes, assim como colaborar com sua definio e implantao;

XI - examinar matria em tramitao na administrao pblica municipal, que envolva questo ambiental, a pedido do Poder Executivo, de qualquer rgo ou entidade do SIMMA, ou por solicitao da maioria de seus membros;

XII propor e colaborar com atividades relacionadas Educao Ambiental, inclusive campanhas educativas relacionadas a saneamento, proteo e defesa do patrimnio cultural e paisagstico e do meio ambiente em geral;

XIII fiscalizar a gesto do Fundo Municipal do Meio Ambiente;

XIV - manter intercmbio com entidades pblicas e privadas dedicadas a pesquisas ou a outras atividades que visem defesa do meio ambiente;

XV - Relacionar-se de forma harmnica e integrada com os demais rgos da administrao municipal e com as organizaes da sociedade.

Art. 7 - As sesses plenrias do COMMAm sero sempre pblicas, e ser permitida a manifestao oral de representantes de rgos, entidades e empresas ou autoridades, quando convidados pelo presidente ou pela maioria dos conselheiros.

1. - O quorum das Reunies Plenrias do COMMAm ser de 1/3 (um tero) de seus membros para abertura das sesses e de maioria simples para deliberaes.

2. - O Conselho reunir-se- ordinariamente bimestralmente, e em carter extraordinrio, quantas vezes forem necessrias, sempre que convocado pelo presidente ou por 1/3 (um tero) de seus membros.

Art. 8- O COMMAm composto por representantes de organizaes governamentais e no governamentais, conforme legislao especfica em vigor.

1 - O COMMAm ser presidido pelo Secretrio Municipal de Meio Ambiente, que exercer seu direito de voto em casos de empate.

2 - Em sua falta ou impedimento, o presidente do COMMAm ser substitudo pelo membro suplente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

3 - Os membros do COMMAm e seus respectivos suplentes sero indicados pelas entidades nele representadas para mandato de 02 (dois) anos, permitida a reconduo.

4 - O mandato para membro do COMMAm ser gratuito e considerado servio relevante para o Municpio.

Art. 9- O COMMAm poder dispor de cmaras tcnicas especializadas como rgos de apoio tcnico s suas aes.

Art. 10 - O Presidente do COMMAm, de ofcio ou por indicao dos membros, poder convidar dirigentes de rgos pblicos, pessoas fsicas ou jurdicas, para esclarecimentos sobre matria em exame.

Art. 11 - O COMMAm manter intercmbio com os demais rgos congneres municipais, estaduais e federais.

Art. 12 - O COMMAm, a partir de informao ou notificao de medida ou ao causadora de impacto ambiental, diligenciar para que o rgo competente providencie sua apurao e determine as providncias cabveis.

Art. 13 - A estrutura necessria ao funcionamento do COMMAm ser de responsabilidade da SEMMA.

Art. 14 - Os atos do COMMAm so de domnio pblico e sero amplamente divulgados pela SEMMA.

CAPTULO II

DO RGO AMBIENTAL LOCAL

Art. 15 - o rgo ambiental local, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMMA, que responsvel pela formulao, coordenao, execuo, controle e avaliao da Poltica Municipal de Meio Ambiente, possuindo as seguintes atribuies e competncias, entre outras definidas em seu regimento interno:

I coordenar e articular as aes do Sistema Municipal de Meio Ambiente SIMMA;

II - desenvolver o planejamento das polticas pblicas ambientais do Municpio;

III - elaborar o Plano de Ao de Meio Ambiente e a respectiva proposta oramentria;

IV incentivar, promover e executar pesquisas e estudos tcnico-cientficos sobre meio ambiente e difundir seus resultados;

V - exercer o controle, o monitoramento e a avaliao dos recursos naturais do Municpio;

VI - realizar o controle e o monitoramento das atividades capazes de interferir no estado e na qualidade do meio ambiente;

VII - manifestar-se sobre questes de interesse ambiental para a populao do Municpio, mediante estudos e pareceres tcnicos;

VIII - implementar as diretrizes da Poltica Municipal de Meio Ambiente, por meio do Plano de Ao;

IX - promover a educao ambiental e a implantao de Ncleos de Meio Ambiente NUMAs nas comunidades locais;

X - fiscalizar, inibir e controlar as diversas formas de poluio ambiental no Municpio;

XI - articular-se com organismos federais, estaduais, municipais e organizaes no governamentais - ONGs, para a execuo coordenada e a obteno de financiamentos para a implantao de programas relativos preservao, conservao e recuperao dos recursos ambientais;

XII - coordenar a gesto do Fundo Municipal do Meio Ambiente, nos aspectos tcnicos, administrativos e financeiros;

XIII - apoiar as aes das organizaes da sociedade civil cujos objetivos e princpios sejam compatveis com os da Poltica Municipal de Meio Ambiente;

XIV - propor a criao e a modificao de limites e finalidades das unidades de conservao, implantando os planos de manejo;

XV - instituir normas, critrios, parmetros, padres, limites, ndices e mtodos para o uso dos recursos ambientais do Municpio;

XVI - realizar, no mbito do municpio, o licenciamento ambiental das atividades que, efetiva e/ou potencialmente, sejam capazes de afetar a qualidade ambiental, conforme o disposto neste cdigo e em outros instrumentos legais pertinentes;

XVII - fixar diretrizes ambientais para elaborao de projetos de parcelamento do solo urbano, bem como para a instalao de atividades e empreendimentos no mbito da coleta e disposio dos resduos;

XVIII - coordenar a implantao do Plano Diretor de Arborizao e reas Verdes e promover sua avaliao e adequao;

XIX - atuar em carter permanente, na recuperao de reas e recursos ambientais poludos ou degradados;

XX - determinar a realizao de estudos prvios de impacto ambiental e de impacto de vizinhana nos processos de licenciamento ambiental;

XXI - dar apoio tcnico, administrativo e financeiro ao COMMAm;

XXII - dar apoio tcnico e administrativo ao Ministrio Pblico, nas suas aes institucionais em defesa do Meio Ambiente;

XXIII - elaborar e acompanhar planos, programas e projetos ambientais;

XXIV - executar outras atividades correlatas atribudas pela administrao.

CAPTULO III

DOS RGOS MUNICIPAIS INTEGRADOS E ORGANIZAES COLABORADORAS

Art. 16 Os rgos municipais integrados ao SIMMA so os demais rgos e entidades do municpio, definidos em ato do Poder Executivo, que desenvolvem atividades que interfiram direta ou indiretamente sobre a rea ambiental.

Art. 17- As organizaes colaboradoras so as Organizaes Sociais - OS, as Organizaes No Governamentais - ONGs, as Organizaes Sociais da Sociedade Civil e Pblica OSCIP, cujos objetivos incluam a atuao na rea ambiental e sejam compatveis com a sustentabilidade em todas as suas formas.

TTULO III

DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Art. 18 - A Poltica Municipal do Meio Ambiente, respeitadas as competncias da Unio e do Estado, tem por objetivo manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de promover sua proteo, preservao, controle, conservao, defesa, recuperao e melhoria para as presentes e futuras geraes.

CAPTULO I

DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Art. 19 - Para elaborao, implementao, e acompanhamento crtico da Poltica Municipal de Meio Ambiente sero observados os seguintes princpios:

I ao governamental na proteo dos ecossistemas e na manuteno do equilbrio ecolgico, considerando o meio ambiente como um patrimnio pblico a ser necessariamente assegurado e protegido para a presente e as futuras geraes, tendo em vista o uso coletivo;

II a promoo do desenvolvimento integral do ser humano em harmonia com o meio ambiente;

III a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade no trato das questes ambientais;

IV - o planejamento do uso dos recursos ambientais, assim como de qualquer ao que possa interferir sobre o meio ambiente;

V - a racionalizao e do uso dos recursos ambientais;

VI a compatibilizao com as polticas nacional e estadual de meio ambiente;

VII - a cooperao e a parceria com outros municpios;

VIII - a unidade e integrao na aplicao das polticas e em sua gesto, sem prejuzo da descentralizao das aes;

IX - a continuidade espacial e temporal das aes bsicas e prioritrias de gesto ambiental, visando contnua melhoria da qualidade do meio ambiente do municpio;

X - a participao e o controle social e comunitrio;

XI - a funo scio-ambiental da propriedade;

XII - a priorizao de aes preventivas;

XIII - a obrigao de recuperar reas degradadas e compensar pelos danos causados ao meio ambiente,

XIV - o estabelecimento de diretrizes especficas para a gesto dos recursos naturais (hdricos, florestais e minerais) do Municpio, por meio de uma Poltica complementar s polticas nacional e estadual, e de planos de uso e gerenciamento desses recursos.

XV - o acompanhamento do estado da qualidade ambiental e das atividades efetiva e/ou potencialmente capazes de interferir sobre o meio ambiente, inclusive as utilizadoras de tecnologia nuclear e qualquer de suas formas e manifestaes, mediante monitoramento, levantamentos, e diagnsticos, respeitando os dispositivos estaduais e federais;

XVI - a compatibilizao e a integrao entre as polticas setoriais e demais aes;

XVII - a prevalncia do interesse pblico;

XVIII - o zoneamento e o controle das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

XIX - a fiscalizao ambiental permanente visando adoo de medidas corretivas e punitivas;

XX - a responsabilizao do poluidor e/ou degradador e a obrigatoriedade de reparao e compensao do dano ambiental, independentemente de outras sanes civis ou penais;

XXI - a precauo nas aes de licenciamento e regularizao de empreendimentos e aes capazes de interferir no meio ambiente e/ou modific-lo;

XXII - a garantia da prestao de informaes relativas ao meio ambiente;

XXIII - o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias voltadas para o uso racional e a proteo dos recursos ambientais;

XXIV - a adoo, em todos os planos, programas, projetos e aes do municpio, de normas que levem em conta a proteo ambiental;XXV a Educao Ambiental com as instituies de ensino, as comunidades e a populao em geral, objetivando a capacitao individual e coletiva para participao ativa na defesa do meio ambiente.

Art. 20 - As diretrizes da Poltica Nacional do Meio Ambiente sero formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ao do poder pblico municipal no que tange preservao da qualidade ambiental e manuteno do equilbrio ecolgico, observados os princpios estabelecidos no artigo 20 desta Lei.

Pargrafo nico - As atividades e os empreendimentos pblicos ou privados sero exercidos em consonncia com as diretrizes da Poltica Nacional do Meio Ambiente.

CAPTULO II

DOS OBJETIVOS DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Art. 21 - So objetivos da Poltica Municipal de Meio Ambiente:

I compatibilizar o desenvolvimento econmico-social do municpio com a preservao da qualidade do meio ambiente e a manuteno do equilbrio ecolgico;

II - estimular a adoo de atitudes, costumes, posturas, prticas sociais e econmicas que protejam, preservem, defendam, conservem e recuperem o Meio Ambiente;

III - definir reas prioritrias de ao governamental relativa qualidade e ao equilbrio ecolgico, atendendo aos interesses do Municpio;

IV estabelecer critrios, parmetros e padres da qualidade ambiental e normas concernentes ao uso e manejo de recursos ambientais, adequando-os permanentemente em face da lei e de inovaes tecnolgicas, respeitando os parmetros mnimos exigidos em Lei Federal e Estadual;

V incentivar e promover o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias orientadas para o uso racional e adequado de recursos ambientais;

VI divulgar dados e informaes ambientais e promover a formao de uma conscincia pblica sobre a necessidade de preservao da qualidade ambiental e do equilbrio ecolgico;

VII preservar e recuperar os recursos ambientais com vistas sua utilizao racional e disponibilidade permanente, contribuindo para a manuteno do equilbrio ecolgico propcio vida;

VIII - implantar a obrigao, ao poluidor e ao predador, de recuperar e/ou indenizar os danos causados,

IX - implantar a obrigao, ao usurio, da contribuio pela utilizao de recursos ambientais com fins econmicos;

X - articular e integrar, quando necessrio, as aes e atividades ambientais desenvolvidas pelos diversos rgos e entidades municipais, com aquelas desenvolvidas pelos rgos federais e estaduais;

XI - atuar na defesa e proteo ambiental no mbito da Regio Metropolitana de Goinia, em parceria, acordo, convnio, consrcio e outros instrumentos de cooperao com os demais municpios;

XII - adequar as aes e atividades de qualquer setor s necessidades de promoo da dignidade humana, da qualidade de vida, do equilbrio ambiental e proteo dos ecossistemas naturais;

XIII - identificar e caracterizar os ecossistemas do Municpio de Goinia, quanto s funes especficas de seus componentes, s fragilidades, s ameaas, aos riscos e aos usos compatveis;

XIV - adotar, nos Planos Municipais, diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano que levem em conta a proteo ambiental;

XV - adotar, na elaborao de polticas pblicas e na gesto das aes municipais, as orientaes e diretrizes estabelecidas pela Agenda 21 local e pela Carta Ambiental de Goinia;

XVI - realizar aes que promovam a reduo dos nveis de poluio atmosfrica, hdrica, sonora, visual e do solo, conforme os critrios e padres tcnicos estabelecidos pelas normas vigentes;

XVII - cumprir as normas federais de segurana, e estabelecer normas complementares referentes ao armazenamento, transporte e manipulao de produtos, materiais e rejeitos perigosos;

XVIII - criar e realizar a manuteno de parques, bosques, reservas, estaes ecolgicas, reas de proteo ambiental e de relevante interesse ecolgico e turstico, entre outros;

XIX - controlar a produo, extrao, comercializao, transporte e o emprego de materiais, bens e servios, mtodos e tcnicas que comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente;

XX exercitar o poder de polcia em defesa da flora e da fauna, assim como estabelecer critrios de arborizao para o Municpio, com a utilizao de mtodos e normas de poda que evitem a mutilao das rvores, no aspecto vital e esttico;

XXI - recuperar e proteger os cursos dgua, nascentes e demais colees hdricas, assim como a vegetao que protege suas margens;

XXII garantir crescentes nveis de sade ambiental da coletividade humana e dos indivduos, por meio do provimento de infra-estrutura sanitria e de condies de salubridade das edificaes, vias e logradouros pblicos;

XXIII - proteger o patrimnio artstico, histrico, esttico, arqueolgico, paleontolgico, espeleolgico, paisagstico, cultural e ecolgico do municpio;

XXIV - monitorar, respeitadas as normas federais, as atividades que utilizam tecnologia nuclear de qualquer tipo e natureza, controlando o uso, a armazenagem, o transporte e a destinao de resduos e garantindo medidas de proteo populao envolvida;

XXV - exigir o prvio licenciamento ambiental, pelo rgo ambiental municipal, para a instalao e funcionamento de empreendimentos e atividades que, de qualquer modo, possam interferir negativamente na qualidade ambiental, mediante a apresentao de estudos dos efeitos e riscos ambientais, conforme legislao vigente;

XXVI - incentivar estudos e pesquisas, objetivando a soluo de problemas ambientais, o uso adequado dos recursos naturais e o desenvolvimento de produtos, processos, modelos e sistema de significativo interesse ecolgico;

XXVII - controlar a produo, extrao, comercializao, transporte e o emprego de materiais, bens e servios, mtodos e tcnicas que possam comprometer a qualidade de vida e o meio ambiente;

XXVIII adotar e estabelecer normas, critrios e padres de emisso de efluentes e de qualidade ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais, adequando-os permanentemente em face da lei e de inovaes tecnolgicas, observando a legislao federal e estadual pertinente e considerando o direito do municpio de ser mais restritivo;XXIX - estimular a aplicao das melhores tecnologias disponveis para a constante reduo dos nveis de poluio;

XXX - preservar, conservar e promover a recuperao dos espaos protegidos do Municpio;

XXXI promover o zoneamento ambiental;

XXXII - promover, incentivar e integrar aes de Percepo e Educao Ambiental, em conformidade com os princpios ticos universais de harmonia dos seres humanos entre si e com o restante da natureza, priorizando o estmulo organizao comunitria.

CAPTULO III

DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 22 - So instrumentos da Poltica Municipal de Meio Ambiente:

I o planejamento e a gesto ambiental;

II a avaliao de impacto ambiental, a anlise de risco e o estudo de impacto de vizinhana;

III o licenciamento ambiental, a reviso de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e as autorizaes ambientais especiais;

IV - a auditoria ambiental;

V - as normas, os critrios, os parmetros e padres de qualidade ambiental;

VI o monitoramento ambiental;

VII - o zoneamento ambiental;

VIII a fiscalizao ambiental

IX - as penalidades disciplinares e compensatrias impostas ao no cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo de degradao ambiental;

X - os espaos territoriais especialmente protegidos pelo poder pblico, tais como reas de preservao permanente, unidades de conservao e outras reas verdes, conforme legislao pertinente.

XI o sistema municipal de informaes e cadastros ambientais, incluindo:

a) O Atlas Ambiental,

b) Relatrio Anual de Qualidade Ambiental do Municpio;

c) O Plano Anual de Defesa do Meio Ambiente

d) os inventrios de fauna e fauna do municpio;

e) o inventrio do patrimnio ambiental, cultural, histrico, arqueolgico e ecolgico do municpio;

f) o cadastro tcnico de atividades poluidoras/degradadoras;

g) o cadastro de pessoas fsicas e jurdicas que atuam na defesa ambiental, conforme critrios definidos pelo rgo ambiental;

h) o inventrio do patrimnio ambiental, cultural, histrico, arqueolgico e ecolgico do municpio;

XII os mecanismos de incentivos e benefcios com vistas produo e instalao de equipamentos e adoo de tecnologias e processos voltados para a melhoria da qualidade ambiental e para a preservao e conservao dos recursos ambientais;

XIII - a contribuio sobre a utilizao de recursos naturais com fins econmicos;

XIV - a Educao Ambiental e os Ncleos de Meio Ambiente.

CAPTULO IV

DA APLICAO DA POLTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

SEO I

DO PLANEJAMENTO E DA GESTO AMBIENTAL

Art. 23 - O Planejamento Ambiental o instrumento da Poltica Municipal de Meio Ambiente que estabelece as diretrizes que orientam o desenvolvimento sustentvel e deve considerar como principais variveis:

I a legislao vigente;

II as tecnologias alternativas para recuperao, preservao e conservao do meio ambiente;

III a viabilidade social, ambiental e econmica dos planos, programas e projetos;

IV as descontinuidades administrativas;

V - as condies do meio ambiente natural e construdo;

VII - as tendncias econmicas, sociais, demogrficas e culturais;

VIII as caractersticas scio-econmicas e as condies ambientais do Municpio;

VIII as necessidades da sociedade civil, considerada em todos os seus segmentos, priorizando a incluso social;

IX o uso, a articulao e a ordenao racional e criteriosa dos espaos, considerando, nas fases de proposio, concepo, projeto e implantao:

a) o diagnstico e o estudo preliminar das condies dos recursos naturais e da qualidade ambiental, das fontes poluidoras, do uso e da ocupao do solo e das caractersticas scio-econmicas;

b) a necessidade de promoo da sensibilizao das comunidades para a questo ambiental;

c) as condies dos recursos;

d) a avaliao e o controle sistemtico dos projetos executados, quantificando e qualificando seus benefcios comunidade e ao meio ambiente.

Pargrafo nico o planejamento deve ser um processo dinmico, participativo, integrado, descentralizado e com base na realidade local.

Art. 24- O Planejamento Ambiental, considerando as especificidades locais, deve:

I produzir subsdios para a formulao das polticas pblicas de meio ambiente;

II definir aes que visem ao aproveitamento sustentvel dos recursos naturais;iii subsidiar a anlise dos estudos de impactos ambientais e de vizinhana, assim como dos relatrios, planos e sistemas de controle e de gesto ambiental;

IV fixar diretrizes para a orientar os processos de interveno sobre o meio ambiente;

V - Recomendar aes que se destinem a integrar os aspectos ambientais dos planos, programas, projetos, atividades e posturas desenvolvidos pelos diversos rgos municipais, estaduais e federais;

VI propiciar a participao dos diferentes segmentos da sociedade na sua elaborao e aplicao;

VII definir as metas plurianuais a serem atingidas para promover e proteger a qualidade ambiental;

VIII determinar a capacidade de suporte dos ecossistemas, indicando limites de absoro de impactos provocados por obras, atividades e servios, bem como a capacidade de saturao resultante de todos os demais fatores naturais e antrpicos.

Art. 25 - A gesto ambiental municipal deve cumprir as diretrizes estabelecidas nos planos e outros produtos de planejamento ambiental ou relacionados, tais como:

a Agenda 21 e o Plano Diretor Municipal;

a Carta Ambiental de Goinia e a Carta de Risco;

o Plano Diretor de Arborizao, reas Verdes e Unidades de Conservao;

o Plano Anual de Defesa do Meio Ambiente;

o Plano Diretor de Comunicao Visual.

SEO II

DA AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL, DA ANLISE DE RISCO E DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANA

Art. 26 - a Avaliao de Impacto Ambiental conjunto de aes relacionadas predio, descrio, anlise e interpretao de impactos sobre a sade, o bem-estar da populao, a economia, a qualidade ambiental e o equilbrio dos ecossistemas na rea de influncia da aplicao de polticas, planos, programas e projetos, consistindo num processo contnuo e integrado capaz de contribuir para a definio de polticas pblicas, estratgias de planejamento e gesto ambiental, e tomadas de deciso com vistas ao desenvolvimento sustentvel. Compreende:

I a considerao da varivel ambiental nas polticas, planos, programas e projetos, de todas as reas, que possam provocar os impactos referidos no caput;

II a Avaliao Ambiental Estratgica;

III - a elaborao, a reviso e a anlise de relatrios e estudos sobre impactos ambientais tais como o Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o Relatrio de Impacto Ambiental RIMA, o Relatrio de Controle Ambiental RCA, o Relatrio Ambiental Preliminar, o Estudo de Impacto de Vizinhana, entre outros.

Art. 27 - A Avaliao de Impacto Ambiental tem como objetivos:

I harmonizar o desenvolvimento urbano e scio-econmico com o meio ambiente;

II propiciar a concepo de polticas, planos, programas e projetos compatveis com a proteo e defesa do meio ambiente e o desenvolvimento de tecnologias sustentveis;

III prevenir e minimizar a ocorrncia de conflitos, considerando as diferentes necessidades e percepes de risco de todos os envolvidos;

IV informar ao pblico em geral seus resultados, garantindo acesso a todos os dados disponveis;

V instrumentalizar a tomada de deciso pelo rgo local do SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente.

Pargrafo nico A avaliao de impacto ambiental dever incorporar o processo de planejamento de polticas, planos, programas e projetos como instrumento para a tomada de deciso do rgo ou entidade competente.

Art. 28 - O processo de Avaliao de Impacto Ambiental compreende as seguintes etapas:

I anlise ambiental prvia, incluindo escopo das aes capazes de provocar impactos e sua abrangncia;

II - definio de Termos de Referncia;

III elaborao do estudo ambiental pertinente (Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatrio de Impacto ambiental -EIA-RIMA, Estudo de Impacto Ambiental - EIV, Plano de Gesto Ambiental PGA, Sistema de Gesto Ambiental SGA, Anlise de Risco, Relatrio de Controle ambiental - RCA, ou outro);

IV anlise tcnica e reviso dos estudos e relatrios;

V realizao de audincias pblicas;

VI deciso sobre a viabilidade ambiental;

VII acompanhamento, monitoramento;

VII - auditoria ambiental.

Pargrafo nico para garantir a apreciao abrangente e/ou mais acurada do objeto da avaliao de impacto ambiental, podero ser inseridos nesse processo novas etapas e/ou instrumentos.

Art. 29 - novas diretrizes, condies e critrios tcnicos gerais de abordagem necessria no processo de avaliao de impacto ambiental podero ser estabelecidas pelo rgo ambiental local do SISNAMA e por Resoluo do Conselho Municipal de Meio Ambiente, ouvido o rgo tcnico competente.

Art. 30- o Estudos de Impacto Ambiental/Relatrio de Impacto Ambiental e de Vizinhana, a Anlise de Risco, assim como outros estudos ambientais determinados conforme o grau de significncia dos impactos, so instrumentos de realizao da poltica ambiental destinados a predizer, descrever, avaliar e analisar, sistemtica e previamente, as conseqncias da implantao de empreendimentos ou atividades que possam causar, potencial e/ou efetivamente, impactos ambientais ou de vizinhana.

Pargrafo nico As propostas legislativas e polticas, assim como planos, programas e projetos governamentais no Municpio, sero objeto de Avaliao de Impacto Ambiental.

Art. 31- o Estudos de Impacto Ambiental/Relatrio de Impacto Ambiental e de Vizinhana, o Relatrio e o Plano de Controle Ambiental, assim como outros estudos ambientais devero obedecer s diretrizes e determinaes estabelecidas pela legislao federal.

Pargrafo nico - O rgo ambiental local poder determinar, quando julgar necessrio, estudos especficos e/ou complementares, assim como estabelecer instrues adicionais para a realizao dos estudos de que trata o caput, caso sejam necessrias conforme as peculiaridades do projeto e as caractersticas ambientais da rea, considerando-se, inclusive, os impactos cumulativos.

SEO III

DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL, DA REVISO DE ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS E DAS AUTORIZAES AMBIENTAIS ESPECIAIS

Art. 32 - O Licenciamento Ambiental Municipal um conjunto de procedimentos tcnicos/administrativos pelo qual o rgo ambiental local licencia a execuo de planos, programas, projetos, a localizao, instalao, ampliao e a operao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, de qualquer forma, possam causar degradao ambiental, de iniciativa privada ou pblica, sem prejuzo de outras licenas legalmente exigveis, considerando as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas para cada caso.

1 Esto sujeitos ao licenciamento ambiental municipal todos os empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais naturais e/ou consideradas efetiva e potencialmente poluidoras de impacto local e aquelas delegadas ao Poder Pblico Municipal pelo Estado ou pela Unio, por instrumento legal ou convnio.

I - A relao dos empreendimentos ou atividades sujeitas ao licenciamento ambiental municipal so aquelas estabelecidas pela Resoluo CONAMA 237/1997, observado o disposto no 1 deste artigo;

II A relao dos empreendimentos ou atividades sujeitas elaborao do EIA/RIMA so aquelas estabelecidas pela Resoluo CONAMA 01/1986 e ainda as que, a critrio do rgo ambiental, forem consideradas complexas e capazes de gerar impactos ambientais significativos;

2 - o rgo ambiental local, observada a legislao federal, definir os estudos ambientais e procedimentos pertinentes ao processo de licenciamento de cada atividade ou empreendimento, conforme seu potencial de impacto.

Art 33 - o rgo ambiental municipal dever envolver o empreendedor, a equipe multidisciplinar, as comunidades afetadas e a populao em geral no Licenciamento Ambiental, tornando-o um instrumento efetivo de controle, melhoria e recuperao ambiental, visando ao desenvolvimento scio-econmico sustentvel.

Pargrafo nico - o procedimento de Licenciamento Ambiental, satisfeitas todas as exigncias tcnicas e legais, culmina com a expedio da Licena Ambiental pertinente, a qual tem carter complexo e vinculado.

Art. 34 - Caber ao rgo ambiental local expedir as seguintes Licenas Ambientais:

I - Licena Ambiental Prvia (LP) concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando a sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao.

II - Licena Ambiental de Instalao (LI) autoriza a instalao do empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

III - Licena Ambiental de Operao (LO) autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao.

IV - Licena Ambiental Simplificada (LAS) autoriza a operao da atividade ou empreendimento, que, a critrio do rgo ambiental competente, seja de pequeno potencial de impacto ambiental.

1 - O requerimento e a expedio das licenas ambientais devem cumprir a legislao ambiental federal, estadual e municipal pertinente e em vigor por ocasio de sua ocorrncia.

2 - A ampliao da atividade ou do empreendimento sempre depender de autorizao ou licena prvia do rgo ambiental local.

3- para cada tipo de licena o rgo ambiental local exigir documentos tcnicos compatveis com o tipo de empreendimento e/ou atividade, o potencial e significncia dos impactos gerados.

Art. 35 o rgo ambiental local definir, em regulamento especfico, os prazos para requerimento e validade das licenas ambientais, o procedimento, os critrios de exigibilidade, em consonncia com a legislao.

I - o prazo de validade da Licena Ambiental Prvia-LA dever ser, no mnimo, o estabelecido no cronograma de elaborao dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, no podendo ser superior a 5 (cinco) anos.

II O prazo de validade da Licena Ambiental de Instalao LI dever ser, no mnimo, o estabelecido pelo cronograma de instalao do empreendimento ou atividade, no podendo ser superior a 6 (seis) anos.

III O prazo de validade da Licena Ambiental de Operao LO dever considerar os planos de controle ambiental e ser, no mnimo, 4 (quatro) anos e, no mximo, 10 (dez) anos, podendo o rgo ambiental competente estabelecer prazos de validade especficos quando se tratar de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificao em prazos inferiores.IV O prazo de validade da Licena Ambiental Simplificada LAS dever ser, no mnimo, o estabelecido pelo cronograma de instalao do empreendimento ou atividade, no podendo ser superior a 1(um) ano.

Art. 36 As licenas ambientais so intransferveis e, ocorrendo a alterao na Razo Social e/ou CNPJ/MF do empreendimento ou atividade, a devida substituio dever ser requerida no rgo ambiental local, acompanhada dos documentos comprobatrios da referida alterao.

Art. 37 Mediante deciso justificada, o rgo ambiental local poder suspender ou cancelar as licenas ambientais, bem como modificar as suas condicionantes e as medidas de controle, quando constatada:

I inadequao ou no cumprimento de qualquer condicionante ou violao da legislao ambiental vigente;

II omisso ou falsa descrio que subsidiaram a expedio da licena;

III supervenincia de graves riscos ambientais, de segurana ou de sade.

Art. 38 Alm das normas estabelecidas nos artigos anteriores, o Licenciamento Ambiental Municipal deve seguir, nos procedimentos que esta Lei no contemplar, as determinaes das resolues do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA pertinentes.

Art. 39 - o Licenciamento Ambiental obedecer s seguintes etapas:

I Apresentao, pelo empreendedor, de carta consulta ao rgo ambiental local, caracterizando o empreendimento ou atividade;

II Definio, pelo rgo ambiental local, com a participao do empreendedor, dos documentos, projetos, estudos ambientais e respectivos termos de referncia necessrios ao incio do processo de licenciamento correspondente licena a ser requerida;

III - Requerimento da Licena Ambiental, pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

IV - Reviso e anlise, pelo rgo ambiental local, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e realizao de vistorias tcnicas, quando necessrias;

V Solicitao ao empreendedor, pelo rgo ambiental local, de esclarecimentos e complementaes, uma nica vez, em decorrncia da anlise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiterao da mesma solicitao caso os esclarecimentos e complementaes no tenham sido satisfatrias;

VI - Realizao de audincia pblica, conforme legislao pertinente;

VII - Solicitao, pelo rgo ambiental local, de esclarecimentos e complementaes decorrentes de audincias pblicas, podendo haver reiterao da solicitao quando os esclarecimentos e complementao no tenham sido satisfatrios;

VIII - Emisso de parecer tcnico conclusivo e, quando couber, parecer jurdico;

IX - Anuncia do COMMAm Conselho Municipal de Meio Ambiente, quando o empreendimento for sujeito a Estudo de Impacto Ambiental EIA, ou conforme a relevncia ou implicao scio-ambiental do empreendimento.

X - Deferimento ou indeferimento do pedido de licena, dando-se a devida publicidade.

1 - o rgo ambiental local, para melhor subsidiar a tomada de deciso, poder criar outros mecanismos de participao popular no processo de licenciamento ambiental, como audincias pblicas intermedirias, comits de assessoramento tcnico-cientfico e grupos de assessoramento popular.

2 - o rgo ambiental local deve manifestar-se conclusivamente, no mbito de sua competncia, sobre os estudos ambientais e a aprovao do empreendimento ou atividade em at 180 (cento e oitenta) dias a contar da data do recebimento, excludos os perodos dedicados apresentao de estudos e informaes complementares, exceto quando a atividade for sujeita a EIA/RIMA, o que far com que o prazo mximo seja de 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art. 40 - de competncia do rgo ambiental local a exigncia do EIA/RIMA e demais estudos ambientais para o licenciamento de atividade potencial ou efetivamente degradadora do meio ambiente no Municpio bem como sua deliberao final, observada a legislao ambiental vigente.

1 - O EIA/RIMA dever observar a legislao federal, estadual e municipal em vigor, os demais dispositivos deste Cdigo, e demais diretrizes estipuladas pelo rgo ambiental local, conforme julgar necessrio por motivos fundamentados tecnicamente.

2 - mesmo que uma atividade j tenha sido aprovada, poder ser exigido novo EIA/RIMA para sua ampliao ou renovao tecnolgica.

3 - Caso seja implantada alguma mudana no projeto sem o devido licenciamento ambiental, a licena ambiental j concedida ser cassada, independentemente de notificao prvia.

Art. 41 - No licenciamento ambiental dos empreendimentos sujeitos ao EIA/RIMA obrigatria a realizao de Audincia Pblica, conforme legislao municipal pertinente.

1 - O Poder Pblico Municipal publicar Edital no Dirio Oficial e em jornal de grande circulao local, comunicando a realizao da Audincia Pblica, com 15 (quinze) dias de antecedncia.

2 - Constar do edital mencionado no 1 deste artigo:

I data, local e hora da audincia;

II endereo completo do local onde se encontra o RIMA disposio dos interessados.

3 - Correro por conta do proponente do projeto todas as despesas referentes realizao da audincia pblica.

4 - A audincia pblica obedecer, alm das normas estabelecidas pela legislao Federal e Estadual pertinentes, s seguintes condies:

I preliminarmente ser obrigatria a leitura e apresentao do projeto em anlise, que dever:

a) ser apresentado pela equipe tcnica responsvel pela elaborao do RIMA;

b) conter informaes a respeito da rea de influncia do projeto;

c) utilizar linguagem acessvel, ilustrada por mapas, grficos e demais tcnicas de comunicao visual, de modo que se possam entender e analisar os impactos, bem como as conseqncias ambientais de sua implantao;

II no processo de discusso deve-se analisar, preferencialmente, as questes e implicaes tcnicas scio-ambientais do projeto.

Art. 42 - O Estudo de Impacto de Vizinhana EIV, quando necessrio ao processo de Licenciamento Ambiental, cumprir Termo de Referncia especfico elaborado pelos rgos ambiental e de planejamento locais, respeitadas as diretrizes do Art. 37, incisos I a VII, da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade).

Art. 43 o Licenciamento Ambiental dever ser realizado de forma isenta e tica, sendo vedada aos funcionrios de rgos da administrao municipal ligados direta ou indiretamente ao processo, a elaborao e/ou execuo, com assinatura ou no, de estudos e projetos por solicitao do empreendedor, com ou sem pagamento, exceto nos casos de empreendimentos pblicos, quando no houver impedimento tico ou legal.

Pargrafo nico: o infrator do que se refere o caput deste artigo estar sujeito a processo por improbidade administrativa, sem prejuzo das demais sanes legais.

Art. 44 O Licenciamento Ambiental respeitar os dispositivos legais federais, estaduais e municipais pertinentes e vigentes na ocasio de sua ocorrncia.

2 - Os valores das Taxas de Licena Ambiental so apresentados no Anexo VII desta Lei.Art.

Art. 45 - Resguardado o sigilo industrial, os pedidos de licenciamento, em qualquer de suas modalidades, bem como a sua renovao para empreendimentos e atividades, sero objeto de publicao resumida, paga pelo interessado, no Dirio Oficial do Municpio de Goinia e em peridico de grande circulao regional ou local.

Pargrafo nico - Os modelos para carta consulta, requerimento de licena ambiental e para editais de publicao encontram-se nos anexos IV, V e VI desta Lei, respectivamente, podendo ser alterados pelo rgo ambiental local, aps a devida justificativa tcnica, mediante portaria, sem prejuzo das disposies federais;

Art. 46 - O rgo ambiental local far a reviso das atividades potencial e efetivamente poluidoras, sempre que o desenvolvimento scio-econmico e as condies ambientais exigirem, definindo novas normas e critrios para licenciamento ambiental conforme necessrio, respeitada a legislao estadual e federal em vigor.

Art. 47 As autorizaes ambientais especiais sero concedidas pelo rgo ambiental local, para atividades e eventos especiais.

1 - Considera-se para efeito desta Lei:

I Autorizao Ambiental Especial: ato administrativo discricionrio, pelo qual o rgo ambiental local estabelece condies, restries e medidas de controle ambiental de empreendimentos ou atividades especficas, com prazo estabelecido de acordo com o evento, a critrio deste rgo.

II Atividades e Eventos Especiais: utilizao de explosivos na construo civil e na extrao de minerais, festejos populares, utilizao de veculo de publicidade e propaganda, realizao de festas, utilizao de espaos em reas do Sistema de Unidade de Conservao do Municpio e outros definidos em ato do titular do rgo ambiental local.

Art. 48 Na realizao dos eventos especiais de grande porte poder ser exigido o PRE-URBANO Plano de Realizao de Evento Urbano, o qual servir de subsdio para concesso da autorizao ambiental.

SEO IV

DA AUDITORIA AMBIENTAL

Art. 49 Para os efeitos deste Cdigo, denomina-se auditoria ambiental o processo documentado de inspeo, anlise e avaliao peridica ou ocasional das condies gerais e especficas de funcionamento de atividades ou empreendimentos, ou de desenvolvimento de obras, capazes de causar impacto ambiental, com o objetivo de:

I - verificar os nveis efetivos ou potenciais de poluio e degradao ambiental provocados pelas atividades ou obras auditadas;

II - verificar o cumprimento de normas ambientais federais, estaduais e municipais;

III - examinar a poltica ambiental adotada pelo empreendedor ou responsvel pela atividade, bem como o atendimento aos padres legais em vigor, objetivando preservar o meio ambiente e a sadia qualidade de vida;

IV - avaliar os impactos sobre o meio ambiente causados por obras ou atividades auditadas;

V - analisar as condies de operao e de manuteno dos equipamentos e sistemas de controle das fontes poluidoras e degradadoras;

VI - examinar, com referncia em padres e normas de operao e manuteno, a capacitao dos operadores e a qualidade do desempenho da operao e manuteno dos sistemas, rotinas, instalaes e equipamentos de proteo do meio ambiente;

VII - identificar riscos de provveis acidentes e de emisses contnuas, que possam afetar, direta ou indiretamente, a sade da populao residente na rea de influncia;

VIII - analisar as medidas adotadas para a correo de no conformidades legais detectadas em auditorias ambientais anteriores, tendo como objetivo a preservao do meio ambiente e a sadia qualidade de vida.

1 - As medidas referidas no inciso VIII deste artigo devero ter o prazo para a sua implantao determinado pelo rgo ambiental local, a partir da proposta do empreendedor ou responsvel pela atividade.

2 - O no cumprimento das medidas nos prazos estabelecidos na forma do pargrafo primeiro deste artigo, sujeitar a infratora, pessoa fsica ou jurdica, s penalidades administrativas e s medidas judiciais cabveis.

Art. 50 o rgo ambiental local poder determinar aos responsveis pela atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora a realizao de auditorias ambientais peridicas ou ocasionais, estabelecendo diretrizes e prazos especficos.

Pargrafo nico - Nos casos de auditorias peridicas, os procedimentos relacionados elaborao das diretrizes a que se refere o caput deste artigo devero incluir a consulta aos responsveis por sua realizao e comunidade afetada, avaliando o resultado de auditorias anteriores.

Art. 51 As auditorias ambientais sero realizadas por conta e nus da empresa a ser auditada, por equipe tcnica ou empresa de sua livre escolha, devidamente cadastrada no rgo ambiental municipal, e acompanhadas, a critrio desse rgo, por servidor pblico, tcnico da rea de meio ambiente,

1 - Antes de dar incio ao processo de auditoria, a empresa informar ao rgo ambiental local, qual equipe tcnica ou empresa contratada realizar a auditoria.

2 - A omisso ou sonegao de informaes relevantes descredenciaro os responsveis para a realizao de novas auditorias, pelo prazo mnimo de 5 (cinco) anos, sendo o fato comunicado ao Ministrio Pblico para as medidas judiciais cabveis.

Art. 52 Devero, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais peridicas, as atividades de elevado potencial poluidor e degradador, conforme legislao pertinente.

1 - para os casos previstos neste artigo, o intervalo mximo entre as auditorias ambientais peridicas ser de 2 (dois) anos.

2 - sempre que constatadas infraes aos regulamentos federais, estaduais e municipais de proteo ao meio ambiente, devero ser realizadas auditorias peridicas sobre os aspectos a eles relacionados, at a correo das irregularidades, independentemente de aplicao de penalidade administrativa, de Termo de Ajustamento de Conduta e da provocao de ao civil pblica.

Art. 53 O no atendimento da realizao da auditoria nos prazos e condies determinados sujeitar a infratora pena pecuniria, sendo essa, nunca inferior ao custo da auditoria, que ser promovida por instituio ou equipe tcnica designada pelo rgo ambiental local, independentemente de aplicao de outras penalidades legais j previstas.

Art. 54 Todos os documentos decorrentes das auditorias ambientais, ressalvados aqueles que contenham matria de sigilo industrial, conforme definido pelos empreendedores, sero acessveis consulta pblica dos interessados nas dependncias do rgo ambiental, independentemente do recolhimento de taxas ou emolumentos.

SEO V

DAS NORMAS, CRITRIOS, PARMETROS, E PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Art. 55 - Os padres de qualidade ambiental so os valores de concentraes mximas tolerveis no ambiente para cada poluente, de modo a resguardar a sade humana, a fauna, a flora, as atividades econmicas e o meio ambiente em geral.

1 - Os padres de qualidade ambiental devero ser expressos, quantitativamente, indicando as concentraes mximas de poluentes suportveis em determinados ambientes, devendo ser respeitados os indicadores ambientais de condies de auto-depurao do corpo receptor.

2 - Os padres de qualidade ambiental incluiro, entre outros, a qualidade do ar, das guas, do solo, os nveis de rudos.

Art. 56- Padro de emisso o limite mximo estabelecido para lanamento de poluente por fonte emissora que, ultrapassado, poder afetar a sade, a segurana e o bem-estar da populao, bem como ocasionar danos fauna, flora, s atividades econmicas e ao meio ambiente em geral do Municpio de Goinia.

Art. 57 - Os padres e parmetros de emisso e de qualidade ambiental so aqueles estabelecidos pelos Poderes Pblicos Estadual e Federal, pela ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas podendo o Poder Pblico Municipal estabelecer padres mais restritivos ou acrescentar padres para parmetros no fixados pelos rgos estadual e federal.

Art. 58 O municpio, por meio de seu rgo ambiental, com aprovao do Conselho Municipal do Meio Ambiente, estabelecer, por meio de dispositivo especfico, as normas, critrios, parmetros e padres de qualidade ambiental, inclusive nveis sonoros, jamais menos restritivos que os estabelecidos pelos dispositivos estaduais e federais.

1 - na ausncia de normas, critrios, parmetros e padres ambientais municipais, devero ser utilizados os estabelecidos pela legislao federal ou estadual pertinente;

2 - de qualquer forma, prevalecero sempre as normas, critrios, parmetros e padres ambientais mais restritivos, sejam eles estabelecidos por dispositivos municipais, estaduais ou federais.

3 - O rgo ambiental municipal, baseado em parecer tcnico, proceder a elaborao peridica de proposta de reviso das normas, critrios e padres ambientais limites de padres, sujeita a apreciao do COMMAM, com o objetivo de incluir outras substncias e adequar os dispositivos legais aos avanos das tecnologias de processo industrial e de controle da poluio.

SEO VI

DO MONITORAMENTO

Art. 59 O monitoramento ambiental consiste no acompanhamento da qualidade e disponibilidade dos recursos ambientais, com o objetivo de:

I - aferir o atendimento aos padres de qualidade ambiental e aos padres de emisso, inclusive de sons;

II - controlar o uso e a explorao de recursos ambientais;

III - avaliar os efeitos de planos, polticas e programas de gesto ambiental e de desenvolvimento econmico e social;

IV - acompanhar o estgio populacional de espcies da flora e fauna, especialmente as ameaadas de extino e em extino;

V - subsidiar medidas preventivas e aes emergenciais em casos de acidentes ou episdios crticos de poluio;

VI - acompanhar e avaliar a recuperao de ecossistemas ou reas degradadas;

VII - subsidiar a tomada de deciso quanto necessidade de auditoria ambiental.

Art. 60 A atividade de monitoramento ser exercida por tcnicos habilitados, os quais expediro os respectivos laudos tcnicos, contendo de forma explicitada o constatado.

Art. 61 Constatando-se qualquer irregularidade os responsveis devem tomar as medidas cabveis conforme a legislao pertinente, acionando os mecanismos de fiscalizao.

SEO VII

DO ZONEAMENTO AMBIENTAL

Art. 62 o rgo ambiental local, no que lhe compete, realizar o zoneamento ambiental, compatibilizando com as diretrizes estabelecidas na Agenda 21, no Plano Diretor Municipal e na Carta Ambiental de Goinia.

SEO VIII

DA FISCALIZAO AMBIENTAL E DAS PENALIDADES DISCIPLINARES E COMPENSATRIAS

Art. 63 A Fiscalizao Ambiental e as penalidades disciplinares e compensatrias sero tratada em Ttulo especfico deste Cdigo.

SEO IX

DOS ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

Art. 64 os espaos territoriais especialmente protegidos so objeto de legislao municipal especfica, como a que estabelece o Sistema Municipal de Unidades de Conservao e reas Verdes SMUC

SEO X

DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAES E CADASTROS AMBIENTAIS SICA

Art. 65 .O Sistema Municipal de Informaes e Cadastros Ambientais - SICA ser organizado, mantido e atualizado sob responsabilidade do rgo ambiental local para utilizao pelo Poder Pblico e pela sociedade, com os seguintes objetivos:

I - coletar e sistematizar dados e informaes de interesse ambiental;

II - coligir de forma ordenada, sistmica e interativa os registros e as informaes dos rgos, entidades e empresas de interesse para o SIMMA;

III - atuar como instrumento regulador dos registros necessrios s diversas necessidades do SIMMA;

IV - recolher e organizar dados e informaes de origem multidisciplinar de interesse ambiental, para uso do Poder Pblico e da sociedade;

V - articular-se com os sistemas congneres.

Art. 66 - O SICA ser organizado e administrado pelo rgo ambiental local, que prover os recursos oramentrios, materiais e humanos necessrios.

Art. 67 O SICA conter unidades especficas para:

I - registro de entidades ambientalistas com ao no Municpio;

II - registro de entidades populares com jurisdio no Municpio, que incluam, entre seus objetivos, a ao ambiental;

III - cadastro de rgos e entidades jurdicas, inclusive de carter privado, com sede no Municpio ou no, com ao na preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao e controle do meio ambiente;

IV - registro de empresas e atividades cuja ao, de repercusso no Municpio, comporte risco efetivo ou potencial para o meio ambiente;

V - cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que se dediquem prestao de servios de consultoria sobre questes ambientais, bem como elaborao de projeto na rea ambiental,

VI - cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que cometeram infraes s normas ambientais incluindo as penalidades a elas aplicadas;

VII - organizao de dados e informaes tcnicas, bibliogrficas, literrias, jornalsticas e outras de relevncia para os objetivos do SIMMA;

VIII - outras informaes de carter permanente ou temporrio.

1 - O rgo ambiental local fornecer certides, relatrio ou cpia dos dados e proporcionar consulta s informaes de que dispe, observados os direitos individuais e o sigilo industrial.

2 - As pessoas fsicas ou jurdicas, inclusive as empresas e entidades pblicas da administrao indireta, cuja as atividades sejam potencial ou efetivamente poluidoras ou degradadoras, ficam obrigadas ao cadastro no SICA.

3 - As pessoas fsicas ou jurdicas que se dediquem prestao de servios de consultoria sobre questes ambientais, bem como elaborao de projeto na rea ambiental, sero cadastradas mediante critrios a serem definidos pelo rgo ambiental local, em portaria especfica.

SEO XI

DOS MECANISMOS DE INCENTIVOS E BENEFCIOS E DA CONTRIBUIO SOBRE A UTILIZAO DE RECURSOS NATURAIS COM FINS ECONMICOS

Art. 68 -os mecanismos de incentivos e benefcios sero objeto de regulamento prprio, sem prejuzo das disposies legais federais e estaduais pertinentes.

SEO XII

DA EDUCAO AMBIENTAL E DOS NCLEOS DE MEIO AMBIENTE

Art. 69 - Entende-se por Educao Ambiental o processo que visa a sensibilizar a populao acerca das questes ambientais, criando condies para a preservao, planejamento e uso racional dos recursos naturais, desenvolvendo uma postura tica e ideolgica voltada proteo da vida.

Art. 70 - A Educao Ambiental prev atuao formal e informal, dentro e fora dos estabelecimentos de ensino, com as comunidades e toda a populao do municpio, num processo permanente e participativo, de explicitao de valores, instruo sobre problemas especficos relacionados com o gerenciamento do meio ambiente, formao de conceitos e aquisio de competncias que resultem no planejamento, preservao, defesa e melhoria do ambiente.

Art. 71 - A Educao Ambiental, no mbito escolar, ser desenvolvida na rede de ensino de todos os nveis, de forma inter e multidisciplinar, de acordo com a filosofia educacional do Pas e em conjunto com as Secretarias de Educao do Municpio, do Estado, Ministrio da Educao e com as Diretorias das Escolas e Universidades.

Art. 72 - A Educao Ambiental atender tambm a comunidade fora do contexto escolar e ter caracterstica popular e institucionalizada, feita atravs de palestras, oficinas, debates, cursos, desenvolvimento de programas de proteo e defesa ambiental envolvendo organizaes comunitrias, e outras estratgias de informao e sensibilizao.

Art. 73 O rgo ambiental municipal dever desenvolver, sob sua coordenao, programas de Educao Ambiental junto comunidade em geral, em conjunto com outros rgos e entidades responsveis do Municpio.

Art. 74- A Educao Ambiental preceder as fases de criao e implantao de Unidades de Conservao, por meio de programas direcionados ao corpo funcional destas unidades e s diferentes comunidades a serem envolvidas.

Art. 75 - A Educao Ambiental formal ser promovida pela Secretaria de Educao do Municpio, do Estado, Ministrio da Educao, Diretoria das Escolas e Universidades, visando capacitar os corpos docente e discente das escolas, com apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Art. 76 - A Educao Ambiental ser fundamentada em pesquisas multi, inter e transdisciplinares, realizadas de forma tica.

TITULO IV

DA PROTEO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL

Art. 77 - vedado o lanamento ou a liberao nas guas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matria ou energia, que cause comprovada poluio ou degradao ambiental, acima dos padres estabelecidos pela legislao.

Art. 78 - Sujeita-se ao disposto neste Cdigo todas as atividades, empreendimentos, processos, operaes, dispositivos mveis ou imveis, meios de transportes, que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar poluio ou degradao do meio ambiente.

Art. 79 - O Poder Executivo, por meio do rgo ambiental, tem o dever de determinar ou solicitar medidas de emergncia a fim de evitar episdios crticos de poluio ou degradao do meio ambiente ou impedir sua continuidade, em casos de grave ou iminente risco para a sade pblica e o meio ambiente, observada a legislao vigente.

Art. 80- No ser permitida a implantao, ampliao ou renovao de quaisquer licenas ou alvars municipais de atividades econmicas em dbito com o Municpio, em decorrncia da aplicao de penalidades por infraes legislao ambiental.

CAPTULO I

DO SOLO

Art. 81 - A proteo do solo no Municpio de Goinia visa a:

I - garantir o uso racional do solo urbano, atravs dos instrumentos de gesto competentes, observadas as diretrizes estabelecidas pela Agenda 21, pela Carta Ambiental de Goinia, pelo Plano Diretor, pelo Zoneamento Ambiental e outros dispositivos de apoio gesto ambiental, e em conformidade com esta Lei.

II - garantir a utilizao do solo cultivvel, por meio de planejamento, desenvolvimento, fomento e disseminao de tecnologias e manejos, sempre em consonncia com as normas tcnicas e a legislao ambiental em vigor;

III - priorizar o controle da eroso, a recuperao e a revegetao das reas degradadas;

IV - priorizar a utilizao de controle biolgico de pragas.

SEO I

DO USO E CONSERVAO DO SOLO

Art. 82 - Na anlise de projetos de uso, ocupao e parcelamento do solo o rgo ambiental municipal, no mbito de sua competncia, dever manifestar-se, necessariamente nos seguintes aspectos, dentre outros:

I - usos propostos, densidade de ocupao, desempenho do assentamento e acessibilidade;

II - reserva de reas verdes e proteo de interesses paisagsticos, arquitetnicos, urbansticos, histricos, arqueolgicos, culturais, espeleolgicos e ecolgicos;

III - utilizao de reas com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), bem como de terrenos alagadios, midos ou sujeitos a inundaes;

IV - saneamento de reas j aterradas com material nocivo sade ;

V - ocupao de reas onde o nvel de poluio local impea condies sanitrias mnimas;

VI - proteo do solo, da fauna, de cobertura vegetal e das guas superficiais, subterrneas, fluentes, emergentes e reservadas;

VII - sistema de abastecimento de gua;

VIII - coleta, tratamento e disposio final de esgotos e resduos slidos;

IX - viabilidade geotcnica, quando o projeto atingir reas de risco geolgico, assim definidas pelo rgo competente.

Art. 83 Caber aos proprietrios a conservao de seus terrenos, por meio de limpeza, execuo de obras de escoamento de guas pluviais e de combate eroso, com a aprovao do rgo ambiental municipal, no que determinar a legislao em vigor.

1 - Quando as guas pluviais colhidas em logradouros pblicos transitarem ou desaguarem em terrenos particulares, com volume que exija a sua canalizao, ser buscada soluo que d ao Municpio o direito de escoar essas guas atravs de tubulao subterrnea, como contraprestao das obras impeditivas da danificao do imvel.2 - Os proprietrios de terrenos marginais s rodovias, ferrovias e estradas vicinais so obrigados a permitir o livre fluxo das guas pluviais, sendo proibida a sua obstruo e/ou a danificao das obras feitas para aquele fim.

SEO II

DA POLUIO DO SOLO

Art. 84 - proibido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular, no solo, resduos em qualquer estado de matria, de natureza poluente, que alterem as condies fsicas, qumicas ou biolgicas do meio ambiente, conforme legislao em vigor.

1 inclui-se neste artigo o depsito e o lanamento de resduos de qualquer natureza, inclusive entulhos, nos logradouros e reas pblicos, incluindo as margens de rodovias, ferrovias e estradas, assim como em terrenos baldios, mesmo que os resduos estejam bem acondicionados;

2 para efeitos deste artigo proibida a realizao, em logradouros pblicos, de qualquer ao capaz de poluir o solo, como, por exemplo, a efetuao de reparos, troca de leo e lavagem em veculos, excetuando-se os casos de emergncia, assim como o acondicionamento inadequado de lixo para a coleta.

Art. 85 O acondicionamento, o manejo, a coleta, o transporte, o tratamento e a disposio final dos resduos devero ser feitos de acordo com projetos especficos que atendam aos requisitos de proteo do solo e do meio ambiente em geral, em conformidade com as normas da ABNT e com a legislao federal e estadual, previamente aprovados pelo rgo ambiental.

Art. 86 O solo somente poder ser utilizado para destino final de resduos poluentes de qualquer natureza se a disposio for feita adequadamente, vedando-se a simples descarga ou depsito, seja em propriedade pblica ou particular.

1 - A forma de disposio dos resduos ser estabelecida em projetos especficos que incluam o transporte e que atendam o disposto no artigo 76 desta Lei;

2 - Os resduos de produtos qumicos e farmacuticos e de reativos biolgicos, devero receber tratamento que eliminem riscos ambientais, antes de se lhes ser dada a destinao final.

3 - Quando a disposio final, mencionada neste artigo, exigir a execuo de aterros sanitrios, devero ser tomadas medidas adequadas para a proteo das guas superficiais e subterrneas;

4 - Toda e qualquer disposio de resduo no solo dever possuir sistema de monitoramento das guas subterrneas, em obedincia legislao ambiental vigente.

5 - Toda e qualquer disposio de resduo no solo, em qualquer estado e de qualquer natureza, s ser permitida mediante comprovao da capacidade do solo de autodepurar-se, levando-se em conta os seguintes aspectos:

I capacidade de degradao do resduo;

II - capacidade de percolao no solo;

III - garantia de no contaminao dos aqferos subterrneos;

IV - limitao e controle da rea afetada;

V - reversibilidade dos efeitos negativos.

Art. 87 - S podero ser no utilizados na agricultura resduos cuja qualidade e ausncia de patogenicidade ou toxidade seja comprovada conforme determinaes do rgo ambiental e dos outros rgos afins.

Art. 88 proibida a disposio diretamente no solo e in natura, de resduos de qualquer natureza portadores de germes patognicos ou de alta toxidade, bem como inflamatrios, explosivos, radioativos e perigosos em geral.

Art. 89 - A acumulao temporria de resduos de qualquer natureza, em sua fonte ou em qualquer outro local, somente ser tolerada pelo prazo mximo de um (1) ano e desde que o responsvel comprove que no h risco sade pblica e ao meio ambiente.

Pargrafo nico O armazenamento de resduos slidos deve ser praticado de maneira a prevenir a atrao, abrigo ou gerao de vetores e eliminar condies nocivas.

Art. 90 - O tratamento, quando for o caso, o transporte e a disposio final de resduos de qualquer natureza de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestao de servios, quando no forem de responsabilidade do Municpio, devero ser feitos pelo prprio responsvel pela fonte de poluio e s suas custas.

1 - A execuo, pelo Municpio, dos servios mencionados neste artigo, no exime de responsabilidade o responsvel pela fonte de poluio, quanto eventual transgresso de dispositivos desta Lei.

2 - O disposto neste artigo, aplica-se tambm aos lodos digeridos ou no, e a sistemas de tratamento de resduos e de outros materiais.

3 - A disposio final dos resduos de qual trata este artigo, somente poder ser feita em locais aprovados pelo rgo ambiental municipal.

Art. 91 - Os resduos de qualquer natureza, portadores de patognicos ou de alta toxicidade, inclusive agrotxicos, bem como inflamveis, explosivos, radioativos e outros assemelhados, devero sofrer, antes de sua disposio final no solo, tratamento e/ou acondicionamento adequados, estabelecidos atravs de projetos especficos, que atendam aos requisitos de proteo sade pblica e ao meio ambiente e que estejam devidamente aprovados pelos rgos competentes.

1 - Os resduos de servios de sade, provenientes de hospitais, clnicas mdicas, laboratrios de anlises, do Instituto Mdico Legal, de rgos de pesquisa e congneres, devero ser acondicionados, transportados, tratados e destinados, conforme Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade PGRSS aprovado pelo rgo de vigilncia sanitria, e, no que couber, pelo rgo ambiental municipal, sempre em consonncia com a legislao vigente.

2 - Os resduos provenientes do tratamento de enfermidades infecto-contagiosas, bem como os animais mortos que tenham sido usados para experincias, devero ser coletados separadamente dos demais resduos, submetidos a imediato tratamento adequado e acondicionados em recipientes apropriados, at a sua posterior destinao final.

3 - Os rgos municipais de defesa civil devero ser informados quanto localizao dos pontos de destinao final dos resduos de que trata este artigo.

Art. 92 O uso de agrotxicos dever observar a legislao em vigor, inclusive no que se refere destinao das embalagens.

Art. 93 A incinerao de resduos slidos ou semi-slidos, para evitar o desenvolvimento de espcies indesejveis de animais ou vegetais, somente ser tolerada quando autorizada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Art. 94 O Municpio dever implantar adequado sistema de coleta, tratamento e destinao dos resduos slidos urbanos, incluindo coleta seletiva, segregao, reciclagem, compostagem e outras tcnicas que promovam a reduo do volume total dos resduos slidos gerados, em especial um programa de educao ambiental visando reduo do consumo suprfluo e da produo de resduos na fonte geradora.Art. 95 A implantao, a operao, a manuteno de projetos especficos de tratamento, acondicionamento, transporte e a disposio final de resduos de qualquer natureza esto sujeitas ao licenciamento e fiscalizao por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, conforme legislao em vigor.

Pargrafo nico A execuo, pelo municpio, do servio mencionado neste artigo ocasionar responsabilidades civis e criminais ao responsvel pela fonte poluidora quando da eventual transgresso de normas deste Cdigo.

SEO IIIDA MINERAO, DOS ATERRAMENTOS E TERRAPLAPLENAGEM

Art. 96 - As atividades de minerao, aterramento e terraplenagem no municpio so regidas, no que concerne proteo ambiental, por este Cdigo, pela legislao estadual e federal e, ainda, pelas normas complementares editadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, aprovadas pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente.

1 - As atividades de que trata este artigo esto sujeitas ao licenciamento ambiental pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mediante a apresentao de EIA/RIMA, Plano de Gesto Ambiental ou Plano de Controle Ambiental PCA, a critrio do rgo ambiental, sempre em conformidade com a legislao estadual e federal em vigor.

2 -Para o licenciamento das atividades de minerao ser obrigatria a apresentao de Plano de Recuperao da rea Degradada PRAD;

3 - O Plano de Recuperao da rea Degradada PRAD dever, sempre que possvel, ser executado concomitantemente com a explorao;

4 -O Plano de Recuperao da rea Degradada PRAD, para fins de controle e fiscalizao, ser executado pelos empreendimentos de minerao, inclusive nos j existentes ou mesmo naqueles que estejam abandonados ou paralizados ou que vierem a se expandir.

Art. 97 O licenciamento ambiental para aterramentos, terraplenagem e explorao de jazidas minerais, incluindo areia, argila e cascalho, no territrio do municpio, cumprir as determinaes da legislao em vigor, observando-se o seguinte:

I - a jazida no dever estar situada em topo de morro ou em rea que apresente potencial turstico, importncia paisagstica ou ecolgica, ou que se caracterize como de preservao permanente ou unidade de conservao, declarada por legislao municipal, estadual ou federal;

II - a explorao mineral no dever atingir as reas nativas de valor histrico, arqueolgico, ambiental e paisagstico, assim caracterizadas pela legislao vigente;

III - a explorao mineral no poder se constituir em ameaa ao conforto e segurana da populao, nem comprometer o desenvolvimento urbanstico da regio.

IV - a explorao mineral no poder prejudicar o funcionamento normal de escola, hospital, ambulatrio, educandrios, instituies cientficas, estabelecimentos de sade ou repouso, ou similares.

V - ao redor das nascentes e olhos d'gua estabelecidos pelo rgo municipal competente so vedados os aterramentos, as terraplenagens e a explorao mineral a uma distncia no inferior a cem metros da rea mida.

VI - a montante dos locais de captao de gua para abastecimento pblico vedada qualquer explorao mineral dentro da bacia hidrogrfica. Excees sero permitidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, ouvido o Conselho Municipal do Meio Ambiente, mediante a prvia apresentao de EIA/RIMA e desde que observe uma distncia de segurana determinada pelo rgo ambiental com base em estudos tcnico-cientficos

VII -. a explorao mineral nunca dever comprometer os mananciais hdricos, sejam eles naturais ou artificiais;

VIII - fica expressamente proibida a atividade mineradora nos espaos protegidos por lei e a uma distncia de segurana destes, definida pelo rgo ambiental, no inferior a cem metros;

IX Toda a atividade que envolva projetos de engenharia civil como trabalhos de terraplanagem e/ou movimentos de terra, assim com aterramentos com resduos, implicando descaracterizao da morfologia natural da rea, dever ser submetida aprovao do rgo ambiental;

X Para a realizao de terraplenagem ser exigida a construo de sistema de conteno de lama proveniente da eroso do solo exposto s intempries, e ainda um sistema que possibilite a limpeza dos pneus, alm da cobertura dos caminhes, com a finalidade de manter limpas as vias pblicas do Municpio.

XI as atividades no podero obstruir o escoamento das guas superficiais;

XII as atividades no podero oferecer perigo estabilidade de pontes, pontilhes, muralhas ou de qualquer obra construda;

XIII as atividades no podero envolver a retirada ou debilitao de espcies vegetais, salvo comprovao da extrema necessidade por parte do rgo Municipal competente;

XIV os aterramentos s podero ser feitos com material inerte e jamais em terrenos que apresentem umidade natural na poca das chuvas;

XIV o local requerido para extrao mineral no podero exceder a declividade de 10% (dez por cento).

XV as excees a qualquer dispositivo desse artigo sero analisadas pelo rgo ambiental e, quando for o caso, pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, devendo ser observada a motivao de segurana e interesse sociais e coletivos e a condio de no prejudicar o estado e a qualidade do meio ambiente, observando sempre a legislao em vigor;

Art. 98 - A licena para o exerccio das atividades de que trata este captulo somente poder ser transferida, com prvia anuncia do Poder concedente.

Pargrafo nico: Em caso de transferncia de licena, o novo titular fica obrigado a dar continuidade aos projetos apresentados ao Poder Pblico.

Art. 99 - O licenciamento ambiental ser concedido por at 02 (dois) anos, sendo renovvel atravs de