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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SUPRAM - CM Av. N. Sra. Do Carmo, 90 – Carmo – Belo Horizonte – MG CEP 30330-000 Data: 15/05/2008 Página: 1/16 PARECER ÚNICO SUPRAM -CM N.º 091/2008 PROTOCOLO Nº 280752/2008 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 12314/2007/001/2007 LI DEFERIMENTO APEF Nº / XXX XXX Empreendimento: TEKSID DO BRASIL LTDA CNPJ: 16.694.812/0001-14 Município: BETIM Unidade de Conservação: XXX Bacia Hidrográfica: RIO PARAOPEBA Sub Bacia: Rio São Francisco Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe F-05-12-6 ATERRO PARA RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS – CLASSE II, DE ORIGEM INDUSTRIAL 6 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes : Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pelo empreendimento: Ezequiel de Oliveira Filho Registro de classe CREA 46.373/D Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Alberto Baeta Nunes Registro de classe CREA/MG 26.701/D Relatório de vistoria/auto de fiscalização: F – 01728/2008 F – 01737/2008 DATA: 25/02/2008 23/04/2008 Data: Belo Horizonte, 07 de Maio de 2008 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura NELMA GONÇALVES MARQUES CREA 58540/D DIONE PEREIRA CARDOSO CREA 140458956-2 MARIA HELENA GOMES P. FONSECA CRQ 02102005 ANDRÉ T. P. CARNEIRO OAB/MG 79.522 Visto: José Flávio Mayrink Pereira Data: __/__/____

Código DN 74/04 Descrição Classe · ü LO nº 23/2006, FEAM, válida até 07/02/2010, para um forno cubilô com capacidade de 25t/h e de um forno de espera a canal com capacidade

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PARECER ÚNICO SUPRAM-CM N.º 091/2008 PROTOCOLO Nº 280752/2008 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 12314/2007/001/2007 LI DEFERIMENTO

APEF Nº / XXX XXX

Empreendimento: TEKSID DO BRASIL LTDA CNPJ: 16.694.812/0001-14 Município: BETIM Unidade de Conservação: XXX Bacia Hidrográfica: RIO PARAOPEBA Sub Bacia: Rio São Francisco Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe

F-05-12-6 ATERRO PARA RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS – CLASSE II, DE ORIGEM INDUSTRIAL 6

Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pelo empreendimento: Ezequiel de Oliveira Filho

Registro de classe CREA 46.373/D

Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Alberto Baeta Nunes

Registro de classe CREA/MG 26.701/D

Relatório de vistoria/auto de fiscalização: F – 01728/2008 F – 01737/2008

DATA: 25/02/2008 23/04/2008

Data: Belo Horizonte, 07 de Maio de 2008 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura NELMA GONÇALVES MARQUES CREA 58540/D

DIONE PEREIRA CARDOSO CREA 140458956-2

MARIA HELENA GOMES P. FONSECA CRQ 02102005

ANDRÉ T. P. CARNEIRO OAB/MG 79.522

Visto: José Flávio Mayrink Pereira Data: __/__/____

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1 INTRODUÇÃO

A TEKSID DO BRASIL, instalada no município de Betim, possui Licença de Operação (LO), certificado nº454/2003, para sua unidade de produção de autopeças em ferro fundido válida até 09/09/2007 conforme liberação via processo 031/1979/023/2003, tendo sido cadastrada a formalização do processo de revalidação da mesma em 11/06/07, estando esse em fase de análise técnica na SUPRAM CM. A empresa também possui as seguintes licenças de operação vigentes:

ü LO nº 23/2006, FEAM, válida até 07/02/2010, para um forno cubilô com capacidade de 25t/h e de um forno de espera a canal com capacidade do cadinho de 60t.

ü LO nº 447/2003, FEAM, válida até 22/06/2010 para ampliação de sua capacidade produtiva (Linha DISA).

O processo de licenciamento em questão trata-se da expansão do aterro industrial de resíduos não perigosos de propriedade da Teksid. O aterro já possui sua construção iniciada, tendo sido essa etapa licenciada no município de Betim e detentor da licença prévia e de instalação concedidas pelo Conselho de Desenvolvimento Ambiental de Betim, MG. O histórico apresentado detalha as fases do processo:

ü Em 20/04/2006 o CODEMA de Betim concedeu à Enarpe Soluções Ambientais Ltda a Licença Ambiental Prévia nº 001/06, válida até 20/04/2010, para a atividade de depósito de resíduos de fundição – Classes IIA e IIB, sito à Fazenda Candeias, conforme Processo Administrativo 640/06;

ü Em 14/07/2006, o CODEMA de Betim concedeu à Enarpe Soluções Ambientais Ltda a Licença Ambiental de Instalação 06/2006, válida até 14/07/2010, para a atividade de depósito de resíduos de fundição – Classes IIA e IIB, sito à Fazenda Candeias;

ü Em Outubro de 2006 iniciaram-se as obras licenciadas no âmbito municipal; ü Em Janeiro de 2007 a Teksid do Brasil adquiriu o empreendimento; ü Em 25/05/2007, a Teksid solicitou através do ofício CE-081/2007, à Secretaria Adjunta de Meio

Ambiente de Betim, a transferência da titularidade das licenças ambientais concedidas á antiga proprietária Enarpe Soluções ambientais para seu nome;

ü Em 01/06/2007, o CODEMA, através da Secretaria Adjunta de Meio Ambiente de Betim, emitiu o certificado LI nº 06/2006 em nome da Teksid do Brasil Ltda.

Em 25/02/2008 e 23/04/2008 foram realizadas vistorias na área destinada ao aterro.

2 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

MEIO FÍSICO

A empresa iniciou suas operações em 1976, com sede em Betim/MG, localizando-se estrategicamente num dos pólos industriais brasileiros, onde as atividades metalúrgicas têm se projetado com grande destaque.

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A Teksid do Brasil é uma empresa pertencente ao grupo Fiat e produz peças em ferro fundido, de pequenas, médias e grandes dimensões, tais como blocos e cabeçotes de motor, girabrequins, eixos comando de válvulas, coletores, discos, tambores de freios e outros. Os serviços e os produtos da TEKSID DO BRASIL são destinados ao mercado brasileiro, principalmente FIAT, e ao exterior.

Durante o processo produtivo da empresa ocorre a geração de resíduos sólidos, tendo os mesmos as devidas destinações. Dentre esses resíduos, incluem-se alguns classificados como não perigosos pertencentes às classes 2A e 2B. O empreendimento objeto de licenciamento, é um aterro de resíduos sólidos industriais classe 2 (A e B) que deverá receber, majoritariamente, areias finas e médias, com relativa coesão aparente, descartadas (não reutilizadas) geradas no processo, além de outros resíduos, também oriundos do processo industrial: escórias e pós (areias) retidos nos sistemas de exaustão/filtragem utilizados no tratamento dos efluentes atmosféricos. Consta nos autos do processo uma análise de classificação do resíduo – areia de fundição, comprovando ser classe 2 segundo NBR 10.004. No quadro de condicionantes solicitamos uma nova análise de classificação dos resíduos que serão dispostos no aterro.

Segundo a empresa, a composição básica dos resíduos é:

60% de quartzo (sílica) 6 a 12% de argila (bentonita) 3 a 10% de hematita 3 a 12% de óxidos de ferro 10 a 21% de carbono (carvão e outras impurezas) Outros óxidos com teor inferior a 1% (sem a presença de metais pesados). Também foram apresentados estudos de estabilidade realizados pela empresa Solosconsult.

Atualmente, a empresa possui um aterro de resíduos classes 2A e 2B – Aterro do Distrito Industrial Paulo Camilo, licenciado pelo COPAM, que se apresenta em fase final de vida útil. Esse aterro, conforme condicionante da Licença de Operação principal da empresa LO nº 454 é objeto de gerenciamento e auditoria por empresa terceirizada, com Anotação de Responsabilidade Técnica e encaminhamento à FEAM de relatório trimestral sobre atividades, procedimentos e ocorrências no mesmo. A equipe técnica da SMAL (Saneamento e Meio Ambiente Ltda) é responsável pela realização do diagnóstico do andamento do processo de deposição de resíduos e também fornece uma visão geral do estado do depósito. Tais informações são obtidas por inspeções realizadas na área, sendo essas sistematizadas em relatórios mensais, enviados à Teksid, contendo as ocorrências mais significativas e sugestões de medidas e/ou ações para correções de situações identificadas como inadequadas.

A área escolhida para o novo aterro localiza-se no local denominado Fazenda Candeias e dista aproximadamente 3 km, em linha reta, da Teksid do Brasil. O acesso será feito pela rodovia BR-381, entrando em retorno na Avenida do Contorno da Fiat, seguindo por estrada desativada. O percurso total corresponde a aproximadamente 7 km. A estimativa é de que o trânsito de veículos seja de aproximadamente três caminhões por dia. O isolamento da área é feito com uma cerca de vedação constituída de mourões com onze fios de arame. O empreendimento irá operar com 8 empregados.

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Geologia e hidrogeologia

Consta nos autos do processo a descrição da geologia regional do empreendimento. Já o estudo da geologia e hidrogeologia local informa que o empreendimento está inteiramente sobre a unidade geológica do Complexo Belo Horizonte onde predominando rochas granito-gnáissicas sobre as quais desenvolve um manto de solo que tende a se enquadrar ao perfil pedológico típico da região. Além das estruturas gnáissicas, nas vizinhanças da área de ocupação do empreendimento ocorrem falhas e/ou fraturas, as quais alguns vales e drenagens estão subordinadas.

Os recursos hídricos subterrâneos da região de Betim se inserem, em sua totalidade, no domínio dos aqüíferos fissurados, intimamente relacionados com as rochas gnáissicas do Embasamento Cristalino.

Sob o aspecto conceitual hidrogeológico, admite-se que os limites da bacia da água subterrânea é a mesma da bacia superficial. Consta no processo de licenciamento uma planta geral – hidrogeologia básica, mostrando os limites da bacia hidrográfica no empreendimento com a direção do fluxo de água subterrânea.

Foram apresentados estudos referentes a geomorfologia regional e local assim como estudos sobre o solo. Quanto aos aspectos principais Geológico-Geotécnico foram apresentadas algumas considerações tais como: as resistências ao ensaio SPT, obtidos nas sondagens, apresentam aumento progressivo e de forma acentuada nos horizontes se solo residual imaturo; zona sem risco de enchente (CETEC, 1994); análise preliminar de estabilidade do depósito projetado apresenta fator de segurança favorável.

O empreendimento ocupará aproximadamente 8 ha, parte da área de 13 ha da Fazenda Candeias, gleba B. Essa gleba é confrontante com fazenda de terceiros e com outro depósito de resíduos já implantado. Próximo ao sistema de tratamento de efluente percolado do aterro e do sistema de dissipação da drenagem pluvial há um pequeno córrego que aflue o córrego São João contribuinte do córrego Bandeirinhas e este desemboca diretamente no Rio Paraopeba.

O depósito será constituído pelos resíduos da fundição de peças da Teksid, composto de areia fina e média com relativa coesão aparente. Será construído pelo método ascendente, tomando-se como base que o transporte do material será feito como atualmente na área do Distrito Industrial Paulo Camilo, através de caminhões com capacidade de 12t a 15t, sendo espalhados e compactados por carregadeira sobre pneus, sendo o descarte em pilhas de aproximadamente 2m de altura.

Os caminhões, devidamente identificados, transportadores dos resíduos, ao entrarem no aterro serão cadastrados de modo que se possa controlar os materiais que aí chegam e são dispostos. O depósito deverá ser acompanhado através da execução de “as built”, possibilitando o controle da evolução da disposição no tempo.

O maciço de aterro compactado que conterá o resíduo, será construído em etapas, sendo que cada etapa terá altura máxima de 6m. De acordo com o projeto, já foi implantado um dique de Gabião de 1m de altura no pé do talude do primeiro alteamento, previsto na Licença de Instalação concedida pela Secretaria de Meio Ambiente de Betim. Cada alteamento terá taludes com inclinações de 1V:2H. O paramento de jusante será composto por bermas de 3m de largura a cada 6m de altura, formando, ao final da construção, um ângulo de 22º com a horizontal. O depósito ocupará no futuro uma área de 8 a 9 ha e atingirá uma altura máxima de 57m.

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Estudo de estabilidade

Foi apresentado o estudo de estabilidade realizado no depósito considerando a execução do dique de partida com crista de elevação 814,50 e alteamento com crista na elevação 868,50 m.

A geometria do maciço compactado foi definida em função dos critérios:

- estabelecer taludes compatíveis com fator de segurança para a situação final do depósito;

- melhorar a operacionalidade construtiva de disposição dos resíduos;

- estabelecer um liner de impermeabilização e sistema de drenagem interna no depósito capaz de recolher as águas percoladas dentro do maciço e encaminhá-las para um sistema de tratamento, de modo a proteger o lençol freático.

Para impermeabilizar o terreno de fundação e impedir que águas percoladas pelo maciço de resíduos se infiltrem na fundação, o projeto prevê a construção de uma cobertura impermeável composta por uma camada de argila compactada e manta de PEAD de 2 mm de espessura em toda área do depósito. Esse sistema de impermeabilização atingirá as paredes laterais do aterro e será prolongado à medida que o maciço for sendo alteado.

A drenagem dos líquidos percolados foi implantada sobre o liner de impermeabilização. Trata-se de dreno de fundo tipo espinha de peixe com areia, brita e tubo drenante, cujo objetivo de recolher o líquido percolado, que ficar retido dentro do maciço e encaminhá-lo à unidade de tratamento de efluentes líquidos. Estima-se uma vazão total de final de plano de 0,16l/s de líquido percolado que será direcionado para as duas lagoas de tratamento e monitoramento.

Existem dois drenos, compostos por brita, areia e tubo “Kananete”, situados abaixo do manto de impermeabilização, construídos em toda a extensão do talvegue principal e transpondo o barramento, cujo objetivo será captar e conduzir as águas sub-superficiais para a drenagem natural fora da área do empreendimento, evitando-se que o nível de água suba e faça pressão na base do aterro, mantendo assim a linha freática rebaixada assegurando as condições de estabilidade do depósito. Esses drenos serão usados como testemunhos de qualidade da água natural, assim como monitoramento da integridade do sistema de proteção exercida pelo liner argila-PEAD.

A drenagem de água de chuva superficial é composta de canaletas e o lançamento final em ponto afastado do depósito para evitar erosão e contaminação com líquido percolado. O depósito deve receber somente a água de chuva que caem sobre a área específica do depósito.

O estudo realizado utilizou o programa computacional GEO-SLOPE/W, produzido pela GeoSlope International Ltda, Calgary, Alberta, Canadá. Foram utilizados como documentos de referência o levantamento planialtimétrico e locação dos furos de sondagem, seções geológico-geotécnicas, escavação e drenagem subterrânea, arranjo geral do depósito, seções do maciço do depósito, e planta de dreno de percolado.

A conclusão do estudo demonstrou que o depósito será estável para as condições projetadas.

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Implantação do Depósito

A primeira etapa foi a execução do dreno sub-superficial, da camada de argila compacta e do dreno de fundo e dreno de pé. Em seguida, foi executado o dique de gabião como dispositivo de segurança para contenção de possíveis carreamentos de resíduos pelas águas pluviais. Está prevista a implantação de piezômetros para monitorar as condições do nível de água no interior do maciço desde o início de execução do depósito.

A área prevista para a expansão do depósito deverá sofrer uma limpeza para o início dos trabalhos com uma escavação aproximada de 1,0 m de solo. O solo vegetal removido será estocado de maneira apropriada para ser utilizado futuramente. Todos os procedimentos relativos ao preparo do local foram descritos no RCA.

O solo da área do empreendimento apresenta-se com as características físicas e químicas, bióticas e antrópicas favoravelmente aptas à ocupação, haja vistas a sua utilização anterior como local de agrícolas e pastoris.

De maneira simplificada, a atividade de aterramento dos resíduos consta de recepção dos resíduos no aterro, disposição e compactação dos resíduos na frente de serviços, recobrimento final dos resíduos com argila e terra vegetal, drenagem e tratamento do percolado, e manutenção geral.

Descomissionamento

O empreendedor informou que a estimativa da vida útil de um Aterro de Resíduos é um cálculo não preciso em função da variabilidade de resíduos a serem aterrados, do crescimento econômico, da demanda de mercado, financiamentos macro e micro, dentre outros.

MEIO BIÓTICO

A área do empreendimento situa-se entre as coordenadas geográficas 19°59’23” e 19°59’08” de latitude sul e 44°07’54” e 44°07’58” de longitude oeste de Greenwich, a uma altitude média de 830 m, no município de Betim, no Estado de Minas Gerais. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é Aw, clima tropical, com inverno seco e estação chuvosa no verão (Brasil, 1969). A classe de solos dominante, conforme o Relatório de Controle Ambiental - RCA é Cambissolos Tb álico e distrófico textura média, susceptíveis à erosão.

A vegetação da área do empreendimento é classificada como Área de Tensão Ecológica entre duas fitofisionomias (Mata Atlântica e Cerrado) do tipo encrave, com manchas de Cerrado Stricto Sensu, em estágio inicial de regeneração, dentro da fitofisionomia de Floresta Estacional Semidecidual, em estágio inicial e médio de regeneração.

As espécies florestais que caracterizam o bioma Mata Atlântica da propriedade são: aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allem.), embaúba (Cecropia pachystachya Trécul), sangra-d’água (Croton urucurana Baill), Jacarandá (Machaerium sp), canela (Nectandra sp), canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.), pau-d’óleo (Copaifera langsdorffii Desf.), jatobá (Hymenaea courbaril L.), angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan), ingá (Inga sp), açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart.), entre outras. E, as espécies do bioma Cerrado são: barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.)

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Coville), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Trécul.), pau-terra (Qualea grandiflora Mart.), lixeira (Curatella americana L.), entre outras.

2.1.1 RESERVA LEGAL

O Termo de Responsabilidade de Preservação Florestal, anexo ao processo de APEF nº: 09010000418/2006, averbado à margem do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Betim/MG no dia 14.06.2006, não delimita o perímetro da área de Reserva Legal correspondente à 3,30 ha do empreendimento, uma vez que cita, tão-somente, que tal área localiza-se na porção “norte e sul da propriedade”. O sistema de controle dos atos da Administração Pública adotado no Brasil é o jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma inexorável ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas no âmbito da Administração, no tocante à sua legalidade. É, portanto, denominado controle finalístico, ou de legalidade. À Administração Pública, por conseguinte, cabe tanto a anulação dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e eficazes, quando considerados inconvenientes ou inoportunos aos fins buscados pela Administração. Essa forma de controle endógeno da Administração denomina-se “Princípio da Autotutela”. Tal princípio faculta à Administração Pública a revisão de seus atos, de forma a possibilitar a adequação destes à realidade fática em que atua, declarando nulos os efeitos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade. Partindo deste “Princípio da Autotela” e de que a anterior Reserva legal foi averbada sem a devida observância dos parâmetros e premissas delineadoras do perímetro da área, foi elaborado e averbado novo Termo de Responsabilidade de Preservação Florestal, com a exata delimitação do perímetro. Cabe ressaltar que a anterior Reserva Legal totalizava 3,30 ha da propriedade ou 25,04%. A atual área de 2,64 ha corresponde a 20,03% da Reserva Legal. Tal redução atente ao preceituado no art. 14, da Lei Estadual nº 14.309/2002:

“Art. 14 - Considera-se reserva legal a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, ressalvada a de preservação permanente, representativa do ambiente natural da região e necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas, equivalente a, no mínimo, 20% (vinte por cento) da área total da propriedade”. (grifamos).

Não bastasse isto, parte da anterior Reserva Legal foi averbada em uma área de solo exposto, sem cobertura vegetal, o que não atende ao descrito no diploma legal supracitado, visto que este não é representativo do ambiente natural da região. 2.2 AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

A Teksid do Brasil Ltda. requer intervenção florestal de 4,83 ha em área antropizada. Objetiva-se com esta intervenção, a ampliação do depósito de resíduos sólidos industriais classes 2A e 2B.

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Somos favoráveis à emissão da APEF (Laudo da Vistoria – Anexo II), conforme área demarcada na planta topográfica planialtimétrica. Como o levantamento quantitativo da flora não consta nos estudos apresentados no licenciamento, o rendimento lenhoso médio foi estimado, baseado na vistoria técnica, sendo o mesmo de 3 m3/ha. Portanto, na área de 4,83 ha, teremos um baixo rendimento de material lenhoso, de 14,49 m3. A destinação do material lenhoso é para uso doméstico. Desta forma, a intervenção supracitada será regularizada com a emissão da APEF do processo nº: 03324/2007. Ressalta-se que é proibido o uso do fogo sem a prévia autorização do Instituto Estadual de Florestas.

A licença pleiteada ficará condicionada à manutenção das práticas conservacionistas adotadas, o controle dos processos erosivos localizados na área do empreendimento e o plantio de espécies florestais nativas em solos expostos (Anexo I). 2.2.1 INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A construção de canais dissipadores de energia que reduzem o escoamento superficial da enxurrada em APP foi acobertada pela Autorização para Exploração Florestal n° 0021885/2006.

Com relação ao presente processo (PA COPAM n° 12314/2007/001/2007) não haverá intervenção em APP.

2.3 UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Consulta no SIAM realizada com as coordenadas planas (590.828 e 7.789.405).

Dados Georreferenciados do SIAM. Disponível em: <http:// www2.siam.mg.gov.br/webgis/semadmg/viewer.htm> Acesso em: 12/5/08.

2.3.1 Restrição Ambiental Relação de Unidade de Conservação distante até 10 Km (Restrição Amarela).

Identificador Distância (Km) Tipo Nome Município

13 7.23 APAE APA Sul Betim

164 6.06 APEE Manancial Taboão Betim 367 7.42 APAE Várzea das Flores Betim

2.3.2 Relação de Corpos D'água distante até 30 metros

Nenhum indicativo de restrição encontrada. No entanto, a equipe técnica constou, durante a vistoria técnica, um curso d’água no da porção norte, nordeste e noroeste.

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2.3.3 Relação de Corpos D'água distante entre 30 e 500 metros (Restrição Amarela).

Identificador Distância (m) Tipo Nome Município

575981 427.36 Não consta na base Não consta na base Betim

575995 473.25 Não consta na base Não consta na base Betim 575996 345.39 Não consta na base Não consta na base Betim

576120 187.65 Não consta na base Não consta na base Betim

576121 180.11 Não consta na base Não consta na base Betim

576122 267.4 Não consta na base Não consta na base Betim

2.3.4 Áreas Prioritárias para Proteção à Biodiversidade (Restrição Amarela)

Identificador Distância (m) Tipo Local Categoria

16 Coordenada dentro da Área Herpeto Espinhaço Sul Especial O empreendimento está localizado numa área especial para a herpetofauna, de acordo com o Atlas de Áreas Prioritárias para Proteção à Biodiversidade, portanto, a equipe pede o monitoramento do grupo faunístico (Anexo I).

2.4 UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Atualmente, a água utilizada na área é fornecida por caminhão pipa. Caso a empresa opte por realizar captação de água para consumo, que não seja da fonte atual ou de concessionária, deverá obter outorga.

2.5 IMPACTOS / MEDIDAS MITIGADORAS

MEIO FÍSICO

Os principais impactos ambientais a serem gerados na fase de implantação e operação do empreendimento estão relacionados às emissões atmosféricas, efluentes líquidos, ruídos e resíduos sólidos.

Para minimizar os eventuais efeitos negativos sobre a paisagem, corpo hídrico, fauna e flora da região foi planejada uma recuperação da área de maneira a proteger a estabilidade do depósito, evitar contaminações ambientais e facilitar a revegetação natural da área. Quando do fechamento de cada alteamento o talude e a berma do mesmo deverá ser recoberto com uma camada argilosa do mesmo material especificado para o tapete impermeável do fundo do depósito, com declividades que permitam o escoamento das águas pluviais. Nos taludes de jusante será executada proteção vegetal com um consórcio de sementes de gramíneas e leguminosas.

Após o encerramento das atividades a área deverá ser reabilitada e monitorada continuamente por um período de pelo menos 10 anos. Está previsto para a reabilitação a implantação de um “liner de impermeabilização” de cobertura sobre os resíduos aterrados, dispositivo de drenagem pluvial sobre

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as áreas encerradas, plantio de vegetação nas áreas descobertas, e manutenção do mesmo monitoramento realizado quando da fase de operação.

Nas áreas cobertas com resíduo serão formadas faixas de vegetação de alta densidade, dispostas em nível nos sopés dos taludes e ao longo dos drenos superficiais. A principal finalidade desta vegetação será de reduzir a velocidade de escoamento das águas de chuva sobre o solo, diminuindo assim a quantidade de terra e resíduo arrastados pela enxurrada, além de proteger as obras de drenagem e o próprio maciço do aterro. As espécies serão capim-napier e o bambuzinho. Também estão previstas a revegetação das áreas não cobertas com o resíduo e a área limítrofe da gleba.

Constam no Plano de Controle Ambiental para a fase de operação o monitoramento da qualidade das águas superficiais, das águas subterrâneas, dos efluentes percolados do aterro, todos com cerca de trinta parâmetros a serem analisados. Monitoramento da operação das unidades, monitoramento dos recalques, e monitoramento da saúde do pessoal. Todos os monitoramentos sugeridos constam também de periodicidade.

Emissões atmosféricas

Os principais efluentes atmosféricos provêm da emissão de material particulado de escavações e aterramento de resíduos, e gases por combustão em veículos e equipamentos.

Para atenuar os impactos pela emissão de poeira e material particulado deverá ser aspergida água sobre a superfície dos acessos, e periodicamente regulagem nos veículos visando minimizar a emissão de gases na atmosfera.

Efluentes líquidos e águas pluviais

Os efluentes líquidos são constituídos de líquidos percolados no maciço de resíduos durante período de chuva, esgotos sanitários provenientes das instalações de apoio e descarga da drenagem pluvial.

O sistema de tratamento de efluentes líquidos já se encontra instalado e devidamente licenciado pelo município de Betim. O sistema de tratamento para os líquidos percolados pelo maciço é composto por bacia de contenção de sedimentos e monitoramento. Inicialmente os efluentes serão monitorados e caracterizados quali-quantitativamente, e caso seja necessário será implantado tratamento complementar. O controle do lançamento dos efluentes será em atendimento à legislação ambiental principalmente DN COPAM 10/86. A freqüência das análises físico-químicas será trimestral, desde que haja volume de efluente a ser descartado.

Serão construídos piezômetros garantindo assim o monitoramento das condições do nível da água no interior do maciço desde o início da execução do depósito.

Cada camada de alteamento deverá receber uma canaleta trapezoidal circundante, executada em solo/cimento. As águas destas canaletas serão conduzidas às escadas de dissipação que por sua vez serão lançadas em novas canaletas até o lançamento final em bacias de dissipação.

A cada período chuvoso o sistema de drenagem superficial deverá passar por uma vistoria, recuperando seus componentes, caso seja necessário.

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O efluente sanitário será tratado em sistema de fossa séptica.

Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos constituem-se basicamente de lixo doméstico proveniente das instalações de apoio, bem como de solo desestabilizado a partir de cortes e taludes de serviço. Poderá ocorrer também material retido no fundo das lagoas de tratamento.

O controle dos resíduos sólidos será feito a partir da minimização de excedentes, da reutilização de solos e da revegetação nos cortes e taludes. O material retido no fundo das lagoas de tratamento será objeto de limpeza periódica e conduzido ao corpo do maciço aterrado.

Ruídos

Os ruídos serão provenientes de emissões de vibrações sonoras por tráfego de veículos e equipamentos.

Para o controle de ruídos serão realizadas manutenção nos equipamentos e implantação de cerca viva.

MEIO BIÓTICO

De acordo com o responsável pelo Relatório de Controle Ambiental, os impactos ambientais da implantação do depósito sobre o meio biótico não alteram significativamente as condições ambientais existentes, principalmente porque é uma área impactada e não possui vegetação representativa, considerando que já existe um empreendimento implantado de acordo com critérios e diretriz ambientais com acompanhamento técnico e jurídico da SECRETARIA ADJUNTA DE MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE BETIM. Com relação à fauna, serão de natureza irreversível, mas de baixa magnitude.

MEIO ANTRÓPICO

Os impactos decorrentes tanto da implantação como da operação do depósito sobre o meio antrópico foi considerado pela empresa que desenvolveu o RCA e PCA como inexpressíveis, uma vez que adensamentos urbanos distam em média cerca de 1 Km, além do empreendimento fazer limite com um aterro de resíduos industriais existente e já licenciado.

As áreas de relevância ambiental, cultural e histórica existentes no município encontram-se localizadas em regiões afastadas do empreendimento, o que segundo a empresa de consultoria, impossibilita a incidência de quaisquer impactos advindo da implantação e operação do depósito.

Tendo em vista possíveis efeitos sobre a distribuição de rendimentos entre os trabalhadores locais e, conseqüentemente, sobre a multiplicação da renda local, no PCA foi sugerido que seja utilizada preferentemente mão-de-obra local, tanto na fase de implantação quanto na fase de operação.

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2.6 COMPENSAÇÃO FLORESTAL

A Teksid do Brasil LTDA deve apresentar uma proposta de compensação florestal com base na área liberada para a intervenção florestal.

2.7 CONTROLE PROCESSUAL

O empreendedor em epígrafe solicitou Licença de Instalação – LI para ampliação/modificação consistente na expansão do aterro industrial de resíduos não perigosos de seu empreendimento, localizada no município de Betim, Minas Gerais. O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação exigível.

O empreendedor informa que a água consumida é fornecida por caminhão pipa. No que concerne a intervenção florestal, a mesma encontra guarida no processo de APEF n°03324/2007. Por localizar-se em zona rural, apresenta a Reserva Legal da área do empreendimento devidamente averbada no Cartório de Registro de Imóveis, conforme o que preceitua a Lei Estadual nº 14.309/2002.

A análise técnica é favorável ao deferimento desta Licença, desde que atendidas as condicionantes listadas em seu Anexo I.

Ressalte-se que as licenças ambientais em apreço não dispensam nem substituem a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis, devendo tal observação constar do(s) certificado(s) de licenciamento ambiental a ser(em) emitido(s). Insta salientar que em caso de descumprimento das condicionantes e/ou qualquer alteração, modificação, ampliação realizada sem comunicar ao órgão licenciador, torna o empreendimento passível de autuação.

3 CONCLUSÃO

Em face do exposto, sugere-se a CONCESSÃO da Licença de Instalação – LI para ampliação/modificação consistente na expansão do aterro industrial de resíduos não perigosos de seu empreendimento localizada no município de Betim, Minas Gerais, com prazo de validade de 04 (quatro) anos, conforme disposto no artigo 1º da Deliberação Normativa nº 17, de 17 de dezembro de 1996. Cabe salientar que o empreendedor deve, num processo de melhoria contínua, executar todas as medidas apontadas no PCA e aquelas que por ventura surgirem com o avanço tecnológico, naquilo que trouxer melhorias sensíveis ao meio ambiente.

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ANEXO I Processo COPAM Nº: 12314/2007/001/2007 Classe/Porte: 6 Empreendimento: Teksid do Brasil Ltda CNPJ: 16.694.812/0001-14 Atividade: Aterro para resíduos não perigosos – classe II, de origem industrial Endereço: Fazenda Candeias Localização: PTB Município: Betim Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 04 ANOS ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

1 Apresentar classificação dos resíduos que serão dispostos no aterro, conforme NBR 10.004/04, com análises atuais.

Na formalização do processo de Licença de Operação

2

De acordo com a proposta apresentada no RCA/PCA, apresentar dados que comprovem a contratação de mão de obra local para a fase de instalação e operação do empreendimento

Na formalização do processo de Licença de Operação

3 Cumprir todas as propostas de proteção ambiental para o empreendimento na fase de instalação e operação, conforme RCA/PCA

Na formalização do processo de Licença de Operação

4 Manutenção das práticas conservacionistas adotadas e controle dos processos erosivos localizados na área do empreendimento.

Durante a vigência da licença

5

Apresentar programa executivo de monitoramento de fauna, contemplando os grupos Avifauna e Herpetofauna, uma vez que não foi feito diagnóstico nesta fase de licenciamento. Prever o envio de relatórios periódicos para esta superintendência.

60 dias

6 Realizar o plantio de espécies florestais nativas em solos expostos. 90 dias

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ANEXO II SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS AUTARQUIA CRIADA PELA LEI Nº 2.606 DE 05/01/62

LAUDO DE VISTORIA TÉCNICA RESOLUÇÃO Nº 218 DE 19/06/73 – CONFEA / LEI 14.309/02

ESCRITÓRIO FLORESTAL DE Belo Horizonte - MG PROCESSO Nº 03324/2007

ESCRITÓRIO REGIONAL SUPRAM-CM GPMAMB Belo Horizonte 1- IMÓVEL Nº REGISTRO: 126.689

COMARCA Betim LIVRO: FOLHA: 1 a 3

DENOMINAÇÃO: Fazenda Candeias – Gleba B INCRA: 4260240011391 MUNICÍPIO/DISTRITO: Betim CPR:

COORD. GEOGR. LAT1: 7.789.405 LONG1 : 590.828 IDENT. CARTA (MI):

PLANAS (UTM): LAT2: 7.789.887 LONG2 : 590.729 DATUM HORIZONTAL SAD 69 PROPRIETÁRIO: Teksid do Brasil Ltda CPF/CGC: 16.694.812/0001-14 ENDEREÇO: Senador Giovanni Agnelli 230 a 906 BAIRRO: Distrito Industrial Paulo Camilo MUNICÍPIO: Betim FONE: (31)2123-8133 CEP: 32662-000 2- EXPLORADOR REGISTRO NO IEF: CATEGORIA: CPR: NOME: O mesmo CPF/CNPJ: ENDEREÇO: BAIRRO: MUNICÍPIO: FONE: CEP: 3- SITUAÇÃO DO IMÓVEL (ha) Área Total Propriedade: 13,1791

NATIVA PLANTADA TOTAL Florestal

Área de Cobertura Vegetal Campestre Tensão Ecológica 9,20 9,20 Total 9,20 9,20

Área Requerida 4,83 4,83 Área Liberada 4,83 4,83 Área de Cobertura Vegetal Remanescente 4,37 Área de Preservação Permanente 1,73 1,73 Área de Reserva Legal 2,64 2,64 4- DA AUTORIZAÇÃO (ha) * (un) 4.1- TIPO DE EXPLORAÇÃO

NATIVA PLANTADA NATIVA PLANTADA 1- Corte raso com destoca 4,83 5- Cortes de

árvores*

2- Corte raso sem destoca 6- Destoca 3- Corte seletivo em manejo 7- Limpeza de pasto 4-Corte seletivo/outros Uso de máquinas ( X ) Sim ( ) Não Uso de fogo ( ) Sim ( X ) Não 4.2- COBERTURA VEGETAL X FINALIDADE DA EXPLORAÇÃO (ha)

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1.Agricultura 2.Pecuária 3.Reflorestamento

4. Exploração Sustentada

5.Regeneração 6.Loteamento 7.Outras

1. CCE – Campo Cer. 2. CER – Cerrado

4,83

3. CAA - Caatinga 4. MTA - Mata 5. MSE - Mata Seca 6. MCI - Mata Ciliar 7. CAP - Capoeira 8. TEC - TensãoEcol. 9. REF - Reflorest.

10. PTG - Pastagem

11. AGR - Agricultura

12. VER – Vereda 5- DESTINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO MATERIAL LENHOSO (m3)

NATIVA PLANTADA NATIVA PLANTADA 1- Lenha para carvão 4- Madeira para serraria 2- Lenha para uso doméstico 14,49 5- Madeira para celulose 3- Lenha para outros fins 6- Madeira para outros fins 5.1- RENDIMENTO PREVISTO POR PRODUTO / SUBPRODUTO (1.01) Carvão vegetal floresta plantada m3 (5.04) Madeira de escoramento dz (1.02) Carvão vegetal / nativa sob manejo m3 (5.05) Madeira para andaime dz (1.03) Carvão vegetal de origem nativa m3 ( ) Dorm. (citar código class.) dz (1.04) Lenha de floresta plantada m3 ( ) Dorm. Bitola estreita (citar cód class.) dz (1.05) Lenha de origem nativa sob manejo m3 (7.01) Bambu ton (1.06) Lenha de origem nativa 14,49 m3 (7.02) Cascas em geral Arr./15kg (1.14) Torete de floresta plantada m3 (7.03) Coco - Macaúba Alq./60

lt. (1.15) Torete de origem nativa sob manejo m3 (9.01) Folha de essências florestais ton (1.16) Torete de origem nativa m3 Flores (citar código class. /espécie)

Madeira em toras/Flor.plantada (citar código class./espécie) ( ) kg ( ) m3 Achas/Moirões (citar código class. /espécie) ( ) m3 (5.03 ) Sucupira Branca dz ( ) m3 ( ) dz

Madeira em tora de lei (citar código class. /espécie) Postes até 9,00 m (citar código class. /espécie) (2.08) m3 ( ) m/l (2.09) m3 ( ) m/l ( ) m3 Postes acima de 9,00 m (citar código class. /espécie) (2.18) Madeira em toras/Outras esp. de lei m3 ( ) m/l (2.16) Madeira em toras/Branca m3 ( ) m/l

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CARACTERÍSTICAS DA ÁREA TOTAL: A área do empreendimento situa-se entre as coordenadas geográficas 19°59’23” e 19°59’08” de latitude sul e 44°07’54” e 44°07’58” de longitude oeste de Greenwich, a uma altitude média de 830 m, no município de Betim/MG. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é Aw clima tropical, com inverno seco e estação chuvosa no verão (Brasil, 1969). A propriedade denominada fazenda Candeias-Gleba B, apresenta relevo plano a forte ondulado, solos classificados de acordo com o RCA como cambissolos Tb álico e distrófico textura média, susceptíveis à erosão. A região pertence à bacia hidrográfica do Rio São Francisco, sendo drenada pelos rios pertencentes à sub-bacia do Rio Paraopeba. Apresenta um córrego (não identificado), situado a norte, nordeste e noroeste, cuja Área de Preservação Permanente é uma vegetação denominada Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, em estágio inicial de regeneração na margem esquerda e em estágio inicial e médio de regeneração na margem direita. A região onde se encontra inserida a propriedade apresenta vegetação dos biomas Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) e Cerrado (Cerrado Stricto Sensu em estágio inicial de regeneração). Dentre as espécies nativas observadas na propriedade, destaca-se: sangra-d’água, embaúba, pau-d’óleo, jatobá, açoita-cavalo, ingá, lobeira, quaresmeira, entre outras. A fauna da região, segundo relatos do empreendedor é composta por aves, répteis, insetos, entre outros. A Reserva Legal é composta por quatro áreas totaliza uma área de 2,64 ha, não inferior a 20% da área total da propriedade, encontra-se averbada no Cartório de Registro de Imóveis de Betim. Práticas conservacionistas, de caráter vegetativo e mecânico, com intuito de prevenir e minimizar os processos erosivos foram instaladas na área do empreendimento. 7-PARECER TÉCNICO: A Teksid do Brasil Ltda requer intervenção florestal de 4,83 ha em área antropizada. Objetiva-se com esta intervenção, a ampliação do depósito de resíduos sólidos industriais classes 2A e 2B. Somos favoráveis à emissão da APEF, conforme área demarcada na planta topográfica planialtimétrica, sendo uma planta com todas as demarcações entregue ao empreendedor, devendo o mesmo obedecer aos limites da área autorizada para a intervenção. Como o levantamento quantitativo da flora não consta nos estudos apresentados no licenciamento, o rendimento lenhoso médio foi estimado, baseado na vistoria técnica, sendo tal rendimento de 3 m3/ha. Portanto, na área de 4,83 ha, teremos um rendimento de material lenhoso de 14,49 m3. A destinação do material lenhoso é para uso doméstico. É obrigatória durante vigência da licença, a manutenção das práticas conservacionistas adotadas, o controle dos processos erosivos localizados ao redor da estrada de acesso interno e o plantio de espécies florestais nativas em áreas com solos expostos. Não ocorrerá intervenção florestal em Área de Preservação Permanente. É proibido o uso do fogo sem a prévia autorização do Instituto Estadual de Florestas. LEGISLAÇÃO APLICADA E OBSERVAÇÕES: Lei Florestal: 14.309 de 19/06/2002 regulamentada pelo decreto nº43.710/2004. Provimento Nº 023/97 da Corregedoria Geral de Justiça de Minas Gerais.

9- TAXA FLORESTAL ARRECADADA: Data: APEF Nª BANCO: TERMO DE ACORDO N º : 10- AVERBAÇÃO M: 126.689 Livro: 1G Pág.: 2 Verso Data : 14/06/2006 PROTOCOLADO EM: 30/11/2007 VISTORIADO EM: 25/02/2008 22/04/2008