Código Penal Militar (CPM)

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    Presidncia da RepblicaCasa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    DECRETO-LEI N 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.

    (Vigncia) Cdigo Penal Militar

    Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exrcito e da Aeronutica Militar, usando das atribuies que lhesconfere o art. 3 do Ato Institucional n 16, de 14 de outubro de 1969, combinado com o 1 do art. 2, do AtoInstitucional n 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

    CDIGO PENAL MILITAR

    PARTE GERAL

    LIVRO NICO

    TTULO I

    DA APLICAO DA LEI PENAL MILITAR

    Princpio de legalidade

    Art. 1 No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal.

    Lei supressiva de incriminao

    Art. 2 Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em virtudedela, a prpria vigncia de sentena condenatria irrecorrvel, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.

    Retroatividade de lei mais benigna

    1 A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, aindaquando j tenha sobrevindo sentena condenatria irrecorrvel.

    Apurao da maior benignidade

    2 Para se reconhecer qual a mais favorvel, a lei posterior e a anterior devem ser consideradasseparadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicveis ao fato.

    Medidas de segurana

    Art. 3 As medidas de segurana regem-se pela lei vigente ao tempo da sentena, prevalecendo,entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execuo.

    Lei excepcional ou temporria

    Art. 4 A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas ascircunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia.

    Tempo do crime

    Art. 5 Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o doresultado.

    Lugar do crime

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    Art. 6 Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou emparte, e ainda que sob forma de participao, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ao omitida.

    Territorialidade, Extraterritorialidade

    Art. 7 Aplica-se a lei penal militar, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional,ao crime cometido, no todo ou em parte no territrio nacional, ou fora dle, ainda que, neste caso, o agenteesteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justia estrangeira.

    Territrio nacional por extenso

    1 Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extenso do territrio nacional as aeronaves eos navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupadospor ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.

    Ampliao a aeronaves ou navios estrangeiros

    2 tambm aplicvel a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros,desde que em lugar sujeito administrao militar, e o crime atente contra as instituies militares.

    Conceito de navio 3 Para efeito da aplicao dste Cdigo, considera-se navio tda embarcao sob comando militar.

    Pena cumprida no estrangeiro

    Art. 8 A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quandodiversas, ou nela computada, quando idnticas.

    Crimes militares em tempo de paz

    Art. 9 Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

    I - os crimes de que trata ste Cdigo, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela noprevistos, qualquer que seja o agente, salvo disposio especial

    II - os crimes previstos neste Cdigo, embora tambm o sejam com igual definio na lei penal comum,quando praticados:

    a) por militar em situao de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situao ou assemelhado

    b) por militar em situao de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito administrao militar, contramilitar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil

    c) por militar em servio ou atuando em razo da funo, em comisso de natureza militar, ou em formatura,ainda que fora do lugar sujeito administrao militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil (Redaodada pela Lei n 9.299, de 8.8.1996)

    d) por militar durante o perodo de manobras ou exerccio, contra militar da reserva, ou reformado, ouassemelhado, ou civil

    e) por militar em situao de atividade, ou assemelhado, contra o patrimnio sob a administrao militar, oua ordem administrativa militar

    f) revogada. (Vide Lei n 9.299, de 8.8.1996)

    III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituies militares,considerando-se como tais no s os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

    a) contra o patrimnio sob a administrao militar, ou contra a ordem administrativa militar

    b) em lugar sujeito administrao militar contra militar em situao de atividade ou assemelhado, ou

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    contra funcionrio de Ministrio militar ou da Justia Militar, no exerccio de funo inerente ao seu cargo

    c) contra militar em formatura, ou durante o perodo de prontido, vigilncia, observao, explorao,exerccio, acampamento, acantonamento ou manobras

    d) ainda que fora do lugar sujeito administrao militar, contra militar em funo de natureza militar, ou nodesempenho de servio de vigilncia, garantia e preservao da ordem pblica, administrativa ou judiciria,quando legalmente requisitado para aqule fim, ou em obedincia a determinao legal superior.

    Pargrafo nico. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civilsero da competncia da justia comum, salvo quando praticados no contexto de ao militar realizada na formado art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Cdigo Brasileiro de Aeronutica. (Redao dada pelaLei n 12.432, de 2011)

    Crimes militares em tempo de guerra

    Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:

    I - os especialmente previstos neste Cdigo para o tempo de guerra

    II - os crimes militares previstos para o tempo de paz

    III - os crimes previstos neste Cdigo, embora tambm o sejam com igual definio na lei penal comum ouespecial, quando praticados, qualquer que seja o agente:

    a) em territrio nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado

    b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparao, a eficincia ou as operaesmilitares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurana externa do Pas ou podem exp-la a perigo

    IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora no previstos neste Cdigo, quandopraticados em zona de efetivas operaes militares ou em territrio estrangeiro, militarmente ocupado.

    Militares estrangeiros

    Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comisso ou estgio nas fras armadas, ficam sujeitos leipenal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenes internacionais.

    Equiparao a militar da ativa

    Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administrao militar, equipara-se ao militar emsituao de atividade, para o efeito da aplicao da lei penal militar.

    Militar da reserva ou reformado

    Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas do psto ougraduao, para o efeito da aplicao da lei penal militar, quando pratica ou contra le praticado crime militar.

    Defeito de incorporao

    Art. 14. O defeito do ato de incorporao no exclui a aplicao da lei penal militar, salvo se alegado ouconhecido antes da prtica do crime.

    Tempo de guerra

    Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicao da lei penal militar, comea com a declarao ou oreconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilizao se nle estiver compreendido aqule

    reconhecimento e termina quando ordenada a cessao das hostilidades. Contagem de prazo

    Art. 16. No cmputo dos prazos inclui-se o dia do como. Contam-se os dias, os meses e os anos pelocalendrio comum.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12432.htm#ART1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7565.htm#art303
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    Legislao especial. Salrio-mnimo

    Art. 17. As regras gerais dste Cdigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal militar especial, seesta no dispe de modo diverso. Para os efeitos penais, salrio mnimo o maior mensal vigente no pas, aotempo da sentena.

    Crimes praticados em prejuzo de pas aliado

    Art. 18. Ficam sujeitos s disposies dste Cdigo os crimes praticados em prejuzo de pas em guerra

    contra pas inimigo do Brasil:

    I - se o crime praticado por brasileiro

    II - se o crime praticado no territrio nacional, ou em territrio estrangeiro, militarmente ocupado por frabrasileira, qualquer que seja o agente.

    Infraes disciplinares

    Art. 19. ste Cdigo no compreende as infraes dos regulamentos disciplinares.

    Crimes praticados em tempo de guerra

    Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposio especial, aplicam-se as penascominadas para o tempo de paz, com o aumento de um tro.

    Assemelhado

    Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou no, dos Ministrios da Marinha, do Exrcito ouda Aeronutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.

    Pessoa considerada militar

    Art. 22. considerada militar, para efeito da aplicao dste Cdigo, qualquer pessoa que, em tempo de

    paz ou de guerra, seja incorporada s fras armadas, para nelas servir em psto, graduao, ou sujeio disciplina militar.

    Equiparao a comandante

    Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicao da lei penal militar, tda autoridade comfuno de direo.

    Conceito de superior

    Art. 24. O militar que, em virtude da funo, exerce autoridade sbre outro de igual psto ou graduao,considera-se superior, para efeito da aplicao da lei penal militar.

    Crime praticado em presena do inimigo

    Art. 25. Diz-se crime praticado em presena do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivasoperaes militares, ou na iminncia ou em situao de hostilidade.

    Referncia a "brasileiro" ou "nacional"

    Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as pessoasenumeradas como brasileiros na Constituio do Brasil.

    Estrangeiros

    Pargrafo nico. Para os efeitos da lei penal militar, so considerados estrangeiros os aptridas e osbrasileiros que perderam a nacionalidade.

    Os que se compreendem, como funcionrios da Justia Militar

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    Art. 27. Quando ste Cdigo se refere a funcionrios, compreende, para efeito da sua aplicao, os juzes,os representantes do Ministrio Pblico, os funcionrios e auxiliares da Justia Militar.

    Casos de prevalncia do Cdigo Penal Militar

    Art. 28. Os crimes contra a segurana externa do pas ou contra as instituies militares, definidos nesteCdigo, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.

    TTULO II

    DO CRIME

    Relao de causalidade

    Art. 29. O resultado de que depende a existncia do crime smente imputvel a quem lhe deu causa.Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.

    1 A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, produziuo resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou.

    2 A omisso relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Odever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia a quem, de outraforma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado e a quem, com seu comportamento anterior, criou orisco de sua supervenincia.

    Art. 30. Diz-se o crime:

    Crime consumado

    I - consumado, quando nle se renem todos os elementos de sua definio legal

    Tentativa

    II - tentado, quando, iniciada a execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente.

    Pena de tentativa

    Pargrafo nico. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuda de um a dois teros,podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.

    Desistncia voluntria e arrependimento eficaz

    Art. 31. O agente que, voluntriamente, desiste de prosseguir na execuo ou impede que o resultado seproduza, s responde pelos atos j praticados.

    Crime impossvel

    Art. 32. Quando, por ineficcia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, impossvel consumar-se o crime, nenhuma pena aplicvel.

    Art. 33. Diz-se o crime:

    Culpabilidade

    I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo

    II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, ateno, ou diligncia ordinria, ouespecial, a que estava obrigado em face das circunstncias, no prev o resultado que podia prever ou,prevendo-o, supe levianamente que no se realizaria ou que poderia evit-lo.

    Excepcionalidade do crime culposo

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    Pargrafo nico. Salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido por fato previsto como crime,seno quando o pratica dolosamente.

    Nenhuma pena sem culpabilidade

    Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas s responde o agente quando os houvercausado, pelo menos, culposamente.

    rro de direito

    Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituda por outra menos grave quando o agente, salvo em setratando de crime que atente contra o dever militar, supe lcito o fato, por ignorncia ou rro de interpretao dalei, se escusveis.

    rro de fato

    Art. 36. isento de pena quem, ao praticar o crime, supe, por rro plenamente escusvel, a inexistnciade circunstncia de fato que o constitui ou a existncia de situao de fato que tornaria a ao legtima.

    rro culposo

    1 Se o rro deriva de culpa, a ste ttulo responde o agente, se o fato punvel como crime culposo.

    rro provocado

    2 Se o rro provocado por terceiro, responder ste pelo crime, a ttulo de dolo ou culpa, conforme ocaso.

    rro sbre a pessoa

    Art. 37. Quando o agente, por rro de percepo ou no uso dos meios de execuo, ou outro acidente,atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmentepretendia atingir. Devem ter-se em conta no as condies e qualidades da vtima, mas as da outra pessoa,

    para configurao, qualificao ou excluso do crime, e agravao ou atenuao da pena. rro quanto ao bem jurdico

    1 Se, por rro ou outro acidente na execuo, atingido bem jurdico diverso do visado pelo agente,responde ste por culpa, se o fato previsto como crime culposo.

    Duplicidade do resultado

    2 Se, no caso do artigo, tambm atingida a pessoa visada, ou, no caso do pargrafo anterior, ocorreainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.

    Art. 38. No culpado quem comete o crime:

    Coao irresistvel

    a) sob coao irresistvel ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a prpria vontade

    Obedincia hierrquica

    b) em estrita obedincia a ordem direta de superior hierrquico, em matria de servios.

    1 Responde pelo crime o autor da coao ou da ordem.

    2 Se a ordem do superior tem por objeto a prtica de ato manifestamente criminoso, ou h excesso nosatos ou na forma da execuo, punvel tambm o inferior.

    Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade

    Art. 39. No igualmente culpado quem, para proteger direito prprio ou de pessoa a quem est ligado por

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    estreitas relaes de parentesco ou afeio, contra perigo certo e atual, que no provocou, nem podia de outromodo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que no lhe erarazovelmente exigvel conduta diversa.

    Coao fsica ou material

    Art. 40. Nos crimes em que h violao do dever militar, o agente no pode invocar coao irresistvelseno quando fsica ou material.

    Atenuao de pena

    Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possvel resistir coao, ou se a ordem no eramanifestamente ilegal ou, no caso do art. 39, se era razovelmente exigvel o sacrifcio do direito ameaado, o

    juiz, tendo em vista as condies pessoais do ru, pode atenuar a pena.

    Excluso de crime

    Art. 42. No h crime quando o agente pratica o fato:

    I - em estado de necessidade

    II - em legtima defesa

    III - em estrito cumprimento do dever legal

    IV - em exerccio regular de direito.

    Pargrafo nico. No h igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praa de guerra, naiminncia de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar servios emanobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desnimo, o terror, a desordem, a rendio, arevolta ou o saque.

    Estado de necessidade, como excludente do crime

    Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio,de perigo certo e atual, que no provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por suanatureza e importncia, considervelmente inferior ao mal evitado, e o agente no era legalmente obrigado aarrostar o perigo.

    Legtima defesa

    Art. 44. Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios, repeleinjusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

    Excesso culposo

    Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de excluso de crime, excede culposamente os limites danecessidade, responde pelo fato, se ste punvel, a ttulo de culpa.

    Excesso escusvel

    Pargrafo nico. No punvel o excesso quando resulta de escusvel surprsa ou perturbao de nimo,em face da situao.

    Excesso doloso

    Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punvel o fato por excesso doloso.

    Elementos no constitutivos do crime

    Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:

    I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando no conhecida do agente

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    II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de servio ou de quarto, ou a de sentinela,vigia, ou planto, quando a ao praticada em repulsa a agresso.

    TTULO III

    DA IMPUTABILIDADE PENAL

    Inimputveis

    Art. 48. No imputvel quem, no momento da ao ou da omisso, no possui a capacidade de entendero carter ilcito do fato ou de determinar-se de acrdo com sse entendimento, em virtude de doena mental, dedesenvolvimento mental incompleto ou retardado.

    Reduo facultativa da pena

    Pargrafo nico. Se a doena ou a deficincia mental no suprime, mas diminui considervelmente acapacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminao, no fica excluda a imputabilidade,mas a pena pode ser atenuada, sem prejuzo do disposto no art. 113.

    Embriaguez

    Art. 49. No igualmente imputvel o agente que, por embriaguez completa proveniente de caso fortuito oufra maior, era, ao tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o carter criminoso do fatoou de determinar-se de acrdo com sse entendimento.

    Pargrafo nico. A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o agente por embriaguez proveniente decaso fortuito ou fra maior, no possua, ao tempo da ao ou da omisso, a plena capacidade de entender ocarter criminoso do fato ou de determinar-se de acrdo com sse entendimento.

    Menores

    Art. 50. O menor de dezoito anos inimputvel, salvo se, j tendo completado dezesseis anos, revelasuficiente desenvolvimento psquico para entender o carter ilcito do fato e determinar-se de acrdo com steentendimento. Neste caso, a pena aplicvel diminuda de um tro at a metade.

    Equiparao a maiores

    Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que no tenham atingido essa idade:

    a) os militares

    b) os convocados, os que se apresentam incorporao e os que, dispensados temporriamente desta,deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento

    c) os alunos de colgios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direo e disciplina militares, que jtenham completado dezessete anos.

    Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e maiores de dezesseisinimputveis, ficam sujeitos s medidas educativas, curativas ou disciplinares determinadas em legislaoespecial.

    TTULO IV

    DO CONCURSO DE AGENTES

    Co-autoria

    Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a ste cominadas.

    Condies ou circunstncias pessoais

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    1 A punibilidade de qualquer dos concorrentes independente da dos outros, determinando-se segundoa sua prpria culpabilidade. No se comunicam, outrossim, as condies ou circunstncias de carter pessoal,salvo quando elementares do crime.

    Agravao de pena

    2 A pena agravada em relao ao agente que:

    I - promove ou organiza a cooperao no crime ou dirige a atividade dos demais agentes

    II - coage outrem execuo material do crime

    III - instiga ou determina a cometer o crime algum sujeito sua autoridade, ou no punvel em virtude decondio ou qualidade pessoal

    IV - executa o crime, ou nle participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

    Atenuao de pena

    3 A pena atenuada com relao ao agente, cuja participao no crime de somenos importncia.

    Cabeas

    4 Na prtica de crime de autoria coletiva necessria, reputam-se cabeas os que dirigem, provocam,instigam ou excitam a ao.

    5 Quando o crime cometido por inferiores e um ou mais oficiais, so stes considerados cabeas,assim como os inferiores que exercem funo de oficial.

    Casos de impunibilidade

    Art. 54. O ajuste, a determinao ou instigao e o auxlio, salvo disposio em contrrio, no sopunveis se o crime no chega, pelo menos, a ser tentado.

    TTULO V

    DAS PENAS

    CAPTULO I

    DAS PENAS PRINCIPAIS

    Penas principais

    Art. 55. As penas principais so:

    a) morte

    b) recluso

    c) deteno

    d) priso

    e) impedimento

    f) suspenso do exerccio do psto, graduao, cargo ou funo

    g) reforma.

    Pena de morte

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    Art. 56. A pena de morte executada por fuzilamento.

    Comunicao

    Art. 57. A sentena definitiva de condenao morte comunicada, logo que passe em julgado, aoPresidente da Repblica, e no pode ser executada seno depois de sete dias aps a comunicao.

    Pargrafo nico. Se a pena imposta em zona de operaes de guerra, pode ser imediatamenteexecutada, quando o exigir o intersse da ordem e da disciplina militares.

    Mnimos e mximos genricos

    Art. 58. O mnimo da pena de recluso de um ano, e o mximo de trinta anos o mnimo da pena dedeteno de trinta dias, e o mximo de dez anos.

    Pena at dois anos imposta a militar

    Art. 59 - A pena de recluso ou de deteno at 2 (dois) anos, aplicada a militar, convertida em pena depriso e cumprida, quando no cabvel a suspenso condicional: (Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar

    II - pela praa, em estabelecimento penal militar, onde ficar separada de presos que estejam cumprindopena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos.

    Separao de praas especiais e graduadas

    Pargrafo nico. Para efeito de separao, no cumprimento da pena de priso, atender-se-, tambm, condio das praas especiais e das graduadas, ou no e, dentre as graduadas, das que tenham graduaoespecial.

    Pena do assemelhado

    Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o psto ou graduao que lhe correspondente. Pena dos no assemelhados

    Pargrafo nico. Para os no assemelhados dos Ministrios Militares e rgos sob contrle dstes, regula-se a correspondncia pelo padro de remunerao.

    Pena superior a dois anos, imposta a militar

    Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, cumprida empenitenciria militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito aoregime conforme a legislao penal comum, de cujos benefcios e concesses, tambm, poder gozar.(Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    Pena privativa da liberdade imposta a civil

    Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justia Militar, em estabelecimento prisional civi l, ficando elesujeito ao regime conforme a legislao penal comum, de cujos benefcios e concesses, tambm, podergozar. (Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    Cumprimento em penitenciria militar

    Pargrafo nico - Por crime militar praticado em tempo de guerra poder o civil ficar sujeito a cumprir apena, no todo ou em parte em penitenciria militar, se, em benefcio da segurana nacional, assim o determinara sentena. (Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    Pena de impedimento

    Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuzo dainstruo militar.

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    Pena de suspenso do exerccio do psto, graduao, cargo ou funo

    Art. 64. A pena de suspenso do exerccio do psto, graduao, cargo ou funo consiste na agregao,no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentena, semprejuzo do seu comparecimento regular sede do servio. No ser contado como tempo de servio, paraqualquer efeito, o do cumprimento da pena.

    Caso de reserva, reforma ou aposentadoria

    Pargrafo nico. Se o condenado, quando proferida a sentena, j estiver na reserva, ou reformado ouaposentado, a pena prevista neste artigo ser convertida em pena de deteno, de trs meses a um ano.

    Pena de reforma

    Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado situao de inatividade, no podendo perceber mais deum vinte e cinco avos do sldo, por ano de servio, nem receber importncia superior do sldo.

    Supervenincia de doena mental

    Art. 66. O condenado a que sobrevenha doena mental deve ser recolhido a manicmio judicirio ou, nafalta dste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custdia e tratamento.

    Tempo computvel

    Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de priso provisria, no Brasil ou noestrangeiro, e o de internao em hospital ou manicmio, bem como o excesso de tempo, reconhecido emdeciso judicial irrecorrvel, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a deciso seja posterior aocrime de que se trata.

    Transferncia de condenados

    Art. 68. O condenado pela Justia Militar de uma regio, distrito ou zona pode cumprir pena emestabelecimento de outra regio, distrito ou zona.

    CAPTULO II

    DA APLICAO DA PENA

    Fixao da pena privativa de liberdade

    Art. 69. Para fixao da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e apersonalidade do ru, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensodo dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execuo, os motivos determinantes, ascircunstncias de tempo e lugar, os antecedentes do ru e sua atitude de insensibilidade, indiferena ouarrependimento aps o crime.

    Determinao da pena

    1 Se so cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas aplicvel.

    Limites legais da pena

    2 Salvo o disposto no art. 76, fixada dentro dos limites legais a quantidade da pena aplicvel.

    Circunstncias agravantes

    Art. 70. So circunstncias que sempre agravam a pena, quando no integrantes ou qualificativas docrime:

    I - a reincidncia

    II - ter o agente cometido o crime:

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    a) por motivo ftil ou torpe

    b) para facilitar ou assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagem de outro crime

    c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou fra maior

    d) traio, de emboscada, com surprsa, ou mediante outro recurso insidioso que dificultou ou tornouimpossvel a defesa da vtima

    e) com o emprgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio dissimulado ou cruel,ou de que podia resultar perigo comum

    f) contra ascendente, descendente, irmo ou cnjuge

    g) com abuso de poder ou violao de dever inerente a cargo, ofcio, ministrio ou profisso

    h) contra criana, velho ou enfrmo

    i) quando o ofendido estava sob a imediata proteo da autoridade

    j) em ocasio de incndio, naufrgio, encalhe, alagamento, inundao, ou qualquer calamidade pblica, ou

    de desgraa particular do ofendido

    l) estando de servio

    m) com emprgo de arma, material ou instrumento de servio, para sse fim procurado

    n) em auditrio da Justia Militar ou local onde tenha sede a sua administrao

    o) em pas estrangeiro.

    Pargrafo nico. As circunstncias das letras c , salvo no caso de embriaguez preordenada, l, me o , sagravam o crime quando praticado por militar.

    Reincidncia

    Art. 71. Verifica-se a reincidncia quando o agente comete nvo crime, depois de transitar em julgado asentena que, no pas ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

    Temporariedade da reincidncia

    1 No se toma em conta, para efeito da reincidncia, a condenao anterior, se, entre a data documprimento ou extino da pena e o crime posterior, decorreu perodo de tempo superior a cinco anos.

    Crimes no considerados para efeito da reincidncia

    2 Para efeito da reincidncia, no se consideram os crimes anistiados.

    Art. 72. So circunstncias que sempre atenuam a pena:

    Circunstncia atenuantes

    I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos

    II - ser meritrio seu comportamento anterior

    III - ter o agente:

    a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral

    b) procurado, por sua espontnea vontade e com eficincia, logo aps o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe asconseqncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano

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    c) cometido o crime sob a influncia de violenta emoo, provocada por ato injusto da vt ima

    d) confessado espontneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou imputada a outrem

    e) sofrido tratamento com rigor no permitido em lei. No atendimento de atenuantes

    Pargrafo nico. Nos crimes em que a pena mxima cominada de morte, ao juiz facultado atender, ouno, s circunstncias atenuantes enumeradas no artigo.

    Quantumda agravao ou atenuao

    Art. 73. Quando a lei determina a agravao ou atenuao da pena sem mencionar o quantum , deve o juizfix-lo entre um quinto e um tro, guardados os limites da pena cominada ao crime.

    Mais de uma agravante ou atenuante

    Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravante ou mais de uma atenuante, o juiz poder limitar-se a umas agravao ou a uma s atenuao.

    Concurso de agravantes e atenuantes

    Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelascircunstncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime,da personalidade do agente, e da reincidncia. Se h equivalncia entre umas e outras, como se no tivessemocorrido.

    Majorantes e minorantes

    Art. 76. Quando a lei prev causas especiais de aumento ou diminuio da pena, no fica o juiz adstritoaos limites da pena cominada ao crime, seno apenas aos da espcie de pena aplicvel (art. 58).

    Pargrafo nico. No concurso dessas causas especiais, pode o juiz limitar-se a um s aumento ou a umas diminuio, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.

    Pena-base

    Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada ou diminuda, de quantidade fixa ou dentro de determinadoslimites, a que o juiz aplicaria, se no existisse a circunstncia ou causa que importa o aumento ou diminuio.

    Criminoso habitual ou por tendncia

    Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendncia, a pena a ser imposta ser por tempoindeterminado. O juiz fixar a pena correspondente nova infrao penal, que constituir a durao mnima dapena privativa da liberdade, no podendo ser, em caso algum, inferior a trs anos.

    Limite da pena indeterminada

    1 A durao da pena indeterminada no poder exceder a dez anos, aps o cumprimento da penaimposta.

    Habitualidade presumida

    2 Considera-se criminoso habitual aqule que:

    a) reincide pela segunda vez na prtica de crime doloso da mesma natureza, punvel com pena privativa deliberdade em perodo de tempo no superior a cinco anos, descontado o que se refere a cumprimento de pena

    Habitualidade reconhecvel pelo juiz

    b) embora sem condenao anterior, comete sucessivamente, em perodo de tempo no superior a cincoanos, quatro ou mais crimes dolosos da mesma natureza, punveis com pena privativa de liberdade, edemonstra, pelas suas condies de vida e pelas circunstncias dos fatos apreciados em conjunto, acentuadainclinao para tais crimes.

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    Criminoso por tendncia

    3 Considera-se criminoso por tendncia aqule que comete homicdio, tentativa de homicdio ou lesocorporal grave, e, pelos motivos determinantes e meios ou modo de execuo, revela extraordinria torpeza,perverso ou malvadez.

    Ressalva do art. 113

    4 Fica ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 113.

    Crimes da mesma natureza

    5 Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no mesmo dispositivo legal, bem como os que,embora previstos em dispositivos diversos, apresentam, pelos fatos que os constituem ou por seus motivosdeterminantes, caracteres fundamentais comuns.

    Concurso de crimes

    Art. 79. Quando o agente, mediante uma s ou mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou maiscrimes, idnticos ou no, as penas privativas de liberdade devem ser unificadas. Se as penas so da mesmaespcie, a pena nica a soma de tdas se, de espcies diferentes, a pena nica e a mais grave, mas com

    aumento correspondente metade do tempo das menos graves, ressalvado o disposto no art. 58. Crime continuado

    Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso,pratica dois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas condies de tempo, lugar, maneira de execuo eoutras semelhantes, devem os subseqentes ser considerados como continuao do primeiro.

    Pargrafo nico. No h crime continuado quando se trata de fatos ofensivos de bens jurdicos inerentes pessoa, salvo se as aes ou omisses sucessivas so dirigidas contra a mesma vtima.

    Limite da pena unificada

    Art. 81. A pena unificada no pode ultrapassar de trinta anos, se de recluso, ou de quinze anos, se dedeteno.

    Reduo facultativa da pena

    1 A pena unificada pode ser diminuda de um sexto a um quarto, no caso de unidade de ao ouomisso, ou de crime continuado.

    Graduao no caso de pena de morte

    2 Quando cominada a pena de morte como grau mximo e a de recluso como grau mnimo, aquelacorresponde, para o efeito de graduao, de recluso por trinta anos.

    Clculo da pena aplicvel tentativa

    3 Nos crimes punidos com a pena de morte, esta corresponde de recluso por trinta anos, para clculoda pena aplicvel tentativa, salvo disposio especial.

    Ressalva do art. 78, 2, letra b

    Art. 82. Quando se apresenta o caso do art. 78, 2, letra b , fica sem aplicao o disposto quanto aoconcurso de crimes idnticos ou ao crime continuado.

    Penas no privativas de liberdade

    Art. 83. As penas no privativas de liberdade so aplicadas distinta e integralmente, ainda que previstaspara um s dos crimes concorrentes.

    CAPTULO III

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    DA SUSPENSO CONDICIONAL DA PENA

    Pressupostos da suspenso

    Art. 84 - A execuo da pena privativa da liberdade, no superior a 2 (dois) anos, pode ser suspensa, por 2(dois) anos a 6 (seis) anos, desde que: (Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    I - o sentenciado no haja sofrido no Pas ou no estrangeiro, condenao irrecorrvel por outro crime a penaprivativa da liberdade, salvo o disposto no 1 do art. 71 (Redao dada pela Lei n 6.544, de 30.6.1978)

    II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstncias do crime, bem como suaconduta posterior, autorizem a presuno de que no tornar a delinqir. (Redao dada pela Lei n 6.544, de30.6.1978)

    Restries

    Pargrafo nico. A suspenso no se estende s penas de reforma, suspenso do exerccio do psto,graduao ou funo ou pena acessria, nem exclui a aplicao de medida de segurana no detentiva.

    Condies

    Art. 85. A sentena deve especificar as condies a que fica subordinada a suspenso.

    Revogao obrigatria da suspenso

    Art. 86. A suspenso revogada se, no curso do prazo, o beneficirio:

    I - condenado, por sentena irrecorrvel, na Justia Militar ou na comum, em razo de crime, ou decontraveno reveladora de m ndole ou a que tenha sido imposta pena privativa de liberdade

    II - no efetua, sem motivo justificado, a reparao do dano

    III - sendo militar, punido por infrao disciplinar considerada grave.

    Revogao facultativa

    1 A suspenso pode ser tambm revogada, se o condenado deixa de cumprir qualquer das obrigaesconstantes da sentena.

    Prorrogao de prazo

    2 Quando facultativa a revogao, o juiz pode, ao invs de decret-la, prorrogar o perodo de prova at omximo, se ste no foi o fixado.

    3 Se o beneficirio est respondendo a processo que, no caso de condenao, pode acarretar a

    revogao, considera-se prorrogado o prazo da suspenso at o julgamento definitivo.

    Extino da pena

    Art. 87. Se o prazo expira sem que tenha sido revogada a suspenso, fica extinta a pena privativa deliberdade.

    No aplicao da suspenso condicional da pena

    Art. 88. A suspenso condicional da pena no se aplica:

    I - ao condenado por crime cometido em tempo de guerra

    II - em tempo de paz:

    a) por crime contra a segurana nacional, de aliciao e incitamento, de violncia contra superior, oficial dedia, de servio ou de quarto, sentinela, vigia ou planto, de desrespeito a superior, de insubordinao, ou dedesero

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    b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu pargrafo nico, ns. I a IV.

    CAPTULO IV

    DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

    Requisitos

    Art. 89. O condenado a pena de recluso ou de deteno por tempo igual ou superior a dois anos pode serliberado condicionalmente, desde que:

    I - tenha cumprido:

    a) metade da pena, se primrio

    b) dois teros, se reincidente

    II - tenha reparado, salvo impossibilidade de faz-lo, o dano causado pelo crime

    III - sua boa conduta durante a execuo da pena, sua adaptao ao trabalho e s circunstncias atinentes

    a sua personalidade, ao meio social e sua vida pregressa permitem supor que no voltar a delinqir.

    Penas em concurso de infraes

    1 No caso de condenao por infraes penais em concurso, deve ter-se em conta a pena unificada.

    Condenao de menor de 21 ou maior de 70 anos

    2 Se o condenado primrio e menor de vinte e um ou maior de setenta anos, o tempo de cumprimentoda pena pode ser reduzido a um tro.

    Especificaes das condies

    Art. 90. A sentena deve especificar as condies a que fica subordinado o livramento.

    Preliminares da concesso

    Art. 91. O livramento smente se concede mediante parecer do Conselho Penitencirio, ouvidos o diretordo estabelecimento em que est ou tenha estado o liberando e o representante do Ministrio Pblico da JustiaMilitar e, se imposta medida de segurana detentiva, aps percia conclusiva da no periculosidade doliberando.

    Observao cautelar e proteo do liberado

    Art. 92. O liberado fica sob observao cautelar e proteo realizadas por patronato oficial ou particular,dirigido aqule e inspecionado ste pelo Conselho Penitencirio. Na falta de patronato, o liberado fica sobobservao cautelar realizada por servio social penitencirio ou rgo similar.

    Revogao obrigatria

    Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em sentena irrecorrvel, a penalprivativa de liberdade:

    I - por infrao penal cometida durante a vigncia do benefcio

    II - por infrao penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas, no fica prejudicado o requisitodo art. 89, n I, letra a

    Revogao facultativa

    1 O juiz pode, tambm, revogar o livramento se o liberado deixa de cumprir qualquer das obrigaesconstantes da sentena ou irrecorrvelmente condenado, por motivo de contraveno, a pena que no seja

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    privativa de liberdade ou, se militar, sofre penalidade por transgresso disciplinar considerada grave.

    Infrao sujeita jurisdio penal comum

    2 Para os efeitos da revogao obrigatria, so tomadas, tambm, em considerao, nos trmos dosns. I e II dste artigo, as infraes sujeitas jurisdio penal comum e, igualmente, a contravenocompreendida no 1, se assim, com prudente arbtrio, o entender o juiz.

    Efeitos da revogao

    Art. 94. Revogado o livramento, no pode ser novamente concedido e, salvo quando a revogao resultade condenao por infrao penal anterior ao benefcio, no se desconta na pena o tempo em que estve slto ocondenado.

    Extino da pena

    Art. 95. Se, at o seu trmo, o livramento no revogado, considera-se extinta a pena privativa deliberdade.

    Pargrafo nico. Enquanto no passa em julgado a sentena em processo, a que responde o liberado porinfrao penal cometida na vigncia do livramento, deve o juiz abster-se de declarar a extino da pena.

    No aplicao do livramento condicional

    Art. 96. O livramento condicional no se aplica ao condenado por crime cometido em tempo de guerra.

    Casos especiais do livramento condicional

    Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condicional por crime contra a segurana externa do pas, ou derevolta, motim, aliciao e incitamento, violncia contra superior ou militar de servio, s ser concedido aps ocumprimento de dois teros da pena, observado ainda o disposto no art. 89, prembulo, seus nmeros II e III e 1 e 2.

    CAPTULO V

    DAS PENAS ACESSRIAS

    Penas Acessrias

    Art. 98. So penas acessrias:

    I - a perda de psto e patente

    II - a indignidade para o oficialato

    III - a incompatibilidade com o oficialato

    IV - a excluso das fras armadas

    V - a perda da funo pblica, ainda que eletiva

    VI - a inabilitao para o exerccio de funo pblica

    VII - a suspenso do ptrio poder, tutela ou curatela

    VIII - a suspenso dos direitos polticos.

    Funo pblica equiparada

    Pargrafo nico. Equipara-se funo pblica a que exercida em emprsa pblica, autarquia, sociedadede economia mista, ou sociedade de que participe a Unio, o Estado ou o Municpio como acionista majoritrio.

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    Perda de psto e patente

    Art. 99. A perda de psto e patente resulta da condenao a pena privativa de liberdade por tempo superiora dois anos, e importa a perda das condecoraes.

    Indignidade para o oficialato

    Art. 100. Fica sujeito declarao de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja apena, nos crimes de traio, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240,

    242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

    Incompatibilidade com o oficialato

    Art. 101. Fica sujeito declarao de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimesdos arts. 141 e 142.

    Excluso das fras armadas

    Art. 102. A condenao da praa a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa suaexcluso das fras armadas.

    Perda da funo pblica

    Art. 103. Incorre na perda da funo pblica o assemelhado ou o civil:

    I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violao de deverinerente funo pblica

    II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos.

    Pargrafo nico. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercciode funo pblica de qualquer natureza.

    Inabilitao para o exerccio de funo pblica

    Art. 104. Incorre na inabilitao para o exerccio de funo pblica, pelo prazo de dois at vinte anos, ocondenado a recluso por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violaodo dever militar ou inerente funo pblica.

    Trmo inicial

    Pargrafo nico. O prazo da inabilitao para o exerccio de funo pblica comea ao trmo da execuoda pena privativa de liberdade ou da medida de segurana imposta em substituio, ou da data em que seextingue a referida pena.

    Suspenso do ptrio poder, tutela ou curatela

    Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual fr o crime praticado,fica suspenso do exerccio do ptrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execuo da pena, ou da medidade segurana imposta em substituio (art. 113).

    Suspenso provisria

    Pargrafo nico. Durante o processo pode o juiz decretar a suspenso provisria do exerccio do ptriopoder, tutela ou curatela.

    Suspenso dos direitos polticos

    Art. 106. Durante a execuo da pena privativa de liberdade ou da medida de segurana mposta emsubstituio, ou enquanto perdura a inabilitao para funo pblica, o condenado no pode votar, nem servotado.

    Imposio de pena acessria

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    Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, n II, e 106, a imposio da pena acessria deve constarexpressamente da sentena.

    Tempo computvel

    Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitaes temporrias o tempo de liberdade resultante da suspensocondicional da pena ou do livramento condicional, se no sobrevm revogao.

    CAPTULO VI

    DOS EFEITOS DA CONDENAO

    Obrigao de reparar o dano

    Art. 109. So efeitos da condenao:

    I - tornar certa a obrigao de reparar o dano resultante do crime

    Perda em favor da Fazenda Nacional

    II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f:

    a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienao, uso, porte oudeteno constitua fato ilcito

    b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a suaprtica.

    TTULO VI

    DAS MEDIDAS DE SEGURANA

    Espcies de medidas de segurana

    Art. 110. As medidas de segurana so pessoais ou patrimoniais. As da primeira espcie subdividem-seem detentivas e no detentivas. As detentivas so a internao em manicmio judicirio e a internao emestabelecimento psiquitrico anexo ao manicmio judicirio ou ao estabelecimento penal, ou em seo especialde um ou de outro. As no detentivas so a cassao de licena para direo de veculos motorizados, o exliolocal e a proibio de freqentar determinados lugares. As patrimoniais so a interdio de estabelecimento ousede de sociedade ou associao, e o confisco.

    Pessoas sujeitas s medidas de segurana

    Art. 111. As medidas de segurana smente podem ser impostas:

    I - aos civis

    II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por tempo superior a doisanos, ou aos que de outro modo hajam perdido funo, psto e patente, ou hajam sido excludos das frasarmadas

    III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48

    IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicao dos seus 1, 2 e 3.

    Manicmio judicirio

    Art. 112. Quando o agente inimputvel (art. 48), mas suas condies pessoais e o fato praticado revelamque le oferece perigo incolumidade alheia, o juiz determina sua internao em manicmio judicirio.

    Prazo de internao

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    1 A internao, cujo mnimo deve ser fixado de entre um a trs anos, por tempo indeterminado,perdurando enquanto no fr averiguada, mediante percia mdica, a cessao da periculosidade do internado.

    Percia mdica

    2 Salvo determinao da instncia superior, a percia mdica realizada ao trmino do prazo mnimofixado internao e, no sendo esta revogada, deve aquela ser repetida de ano em ano.

    Desinternao condicional

    3 A desinternao sempre condicional, devendo ser restabelecida a situao anterior, se o indivduo,antes do decurso de um ano, vem a praticar fato indicativo de persistncia de sua periculosidade.

    4 Durante o perodo de prova, aplica-se o disposto no art. 92.

    Substituio da pena por internao

    Art. 113. Quando o condenado se enquadra no pargrafo nico do art. 48 e necessita de especialtratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituda pela internao em estabelecimentopsiquitrico anexo ao manicmio judicirio ou ao estabelecimento penal, ou em seo especial de um ou deoutro.

    Supervenincia de cura

    1 Sobrevindo a cura, pode o internado ser transferido para o estabelecimento penal, no ficando excludoo seu direito a livramento condicional.

    Persistncia do estado mrbido

    2 Se, ao trmino do prazo, persistir o mrbido estado psquico do internado, condicionante depericulosidade atual, a internao passa a ser por tempo indeterminado, aplicando-se o disposto nos 1 a 4do artigo anterior.

    brios habituais ou toxicmanos 3 idntica internao para fim curativo, sob as mesmas normas, ficam sujeitos os condenadosreconhecidos como brios habituais ou toxicmanos.

    Regime de internao

    Art. 114. A internao, em qualquer dos casos previstos nos artigos precedentes, deve visar no apenasao tratamento curativo do internado, seno tambm ao seu aperfeioamento, a um regime educativo ou detrabalho, lucrativo ou no, segundo o permitirem suas condies pessoais.

    Cassao de licena para dirigir veculos motorizados

    Art. 115. Ao condenado por crime cometido na direo ou relacionadamente direo de veculosmotorizados, deve ser cassada a licena para tal fim, pelo prazo mnimo de um ano, se as circunstncias docaso e os antecedentes do condenado revelam a sua inaptido para essa atividade e conseqente perigo para aincolumidade alheia.

    1 O prazo da interdio se conta do dia em que termina a execuo da pena privativa de liberdade ou damedida de segurana detentiva, ou da data da suspenso condicional da pena ou da concesso do livramento oudesinternao condicionais.

    2 Se, antes de expirado o prazo estabelecido, averiguada a cessao do perigo condicionante dainterdio, esta revogada mas, se o perigo persiste ao trmo do prazo, prorroga-se ste enquanto no cessaaqule.

    3 A cassao da licena deve ser determinada ainda no caso de absolvio do ru em razo deinimputabilidade.

    Exlio local

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    25/05/2016 DEL1001Compilado

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    Art. 116. O exlio local, aplicvel quando o juiz o considera necessrio como medida preventiva, a bem daordem pblica ou do prprio condenado, consiste na proibio de que ste resida ou permanea, durante um ano,pelo menos, na localidade, municpio ou comarca em que o crime foi praticado.

    Pargrafo nico. O exlio deve ser cumprido logo que cessa ou suspensa condicionalmente a execuoda pena privativa de liberdade.

    Proibio de freqentar determinados lugares

    Art. 117. A proibio de freqentar determinados lugares consiste em privar o condenado, durante um ano,pelo menos, da faculdade de acesso a lugares que favoream, por qualquer motivo, seu retrno atividadecriminosa.

    Pargrafo nico. Para o cumprimento da proibio, aplica-se o disposto no pargrafo nico do artigoanterior.

    Interdio de estabelecimento, sociedade ou associao

    Art. 118. A interdio de estabelecimento comercial ou industrial, ou de sociedade ou associao, pode serdecretada por tempo no inferior a quinze dias, nem superior a seis meses, se o estabelecimento, sociedade ouassociao serve de meio ou pretexto para a prtica de infrao penal.

    1 A interdio consiste na proibio de exercer no local o mesmo comrcio ou indstria, ou a atividadesocial.

    2 A sociedade ou associao, cuja sede interditada, no pode exercer em outro local as suasatividades.

    Confisco

    Art. 119. O juiz, embora no apurada a autoria, ou ainda quando o agente inimputvel, ou no punvel,deve ordenar o confisco dos instrumentos e produtos do crime, desde que consistam em coisas:

    I - cujo fabrico, alienao, uso, porte ou deteno constitui fato ilcito

    II - que, pertencendo s fras armadas ou sendo de uso exclusivo de militares, estejam em poder ou emuso do agente, ou de pessoa no devidamente autorizada

    III - abandonadas, ocultas ou desaparecidas.

    Pargrafo nico. ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f, nos casos dos ns. I e III .

    Imposio da medida de segurana

    Art. 120. A medida de segurana imposta em sentena, que lhe estabelecer as condies, nos trmosda lei penal militar.

    Pargrafo nico. A imposio da medida de segurana no impede a expulso do estrangeiro.

    TTULO VII

    DA AO PENAL

    Propositura da ao penal

    Art. 121. A ao penal smente pode ser promovida por denncia do Ministrio Pblico da Justia Militar.

    Dependncia de requisio

    Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ao penal, quando o agente for militar ouassemelhado, depende da requisio do Ministrio Militar a que aqule estiver subordinado no caso do art. 141,quando o agente fr civil e no houver co-autor militar, a requisio ser do Ministrio da Justia.

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    TTULO VIII

    DA EXTINO DA PUNIBILIDADE

    Causas extintivas

    Art. 123. Extingue-se a punibilidade:

    I - pela morte do agente

    II - pela anistia ou indulto

    III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso

    IV - pela prescrio

    V - pela reabilitao

    VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, 4).

    Pargrafo nico. A extino da punibilidade de crime, que pressuposto, elemento constitutivo oucircunstncia agravante de outro, no se estende a ste. Nos crimes conexos, a extino da punibilidade de umdles no impede, quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

    Espcies de prescrio

    Art. 124. A prescrio refere-se ao penal ou execuo da pena.

    Prescrio da ao penal

    Art. 125. A prescrio da ao penal, salvo o disposto no 1 dste artigo, regula-se pelo mximo da penaprivativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

    I - em trinta anos, se a pena de morte

    II - em vinte anos, se o mximo da pena superior a doze

    III - em dezesseis anos, se o mximo da pena superior a oito e no excede a doze

    IV - em doze anos, se o mximo da pena superior a quatro e no excede a oito

    V - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois e no excede a quatro

    VI - em quatro anos, se o mximo da pena igual a um ano ou, sendo superior, no excede a dois

    VII - em dois anos, se o mximo da pena inferior a um ano.

    Supervenincia de sentena condenatria de que smente o ru recorre

    1 Sobrevindo sentena condenatria, de que smente o ru tenha recorrido, a prescrio passa aregular-se pela pena imposta, e deve ser logo declarada, sem prejuzo do andamento do recurso se, entre altima causa interruptiva do curso da prescrio ( 5) e a sentena, j decorreu tempo suficiente.

    Trmo inicial da prescrio da ao penal

    2 A prescrio da ao penal comea a correr:

    a) do dia em que o crime se consumou

    b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa

    c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia

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    d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.

    Caso de concurso de crimes ou de crime continuado

    3 No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a prescrio referida, no pena unificada,mas de cada crime considerado isoladamente.

    Suspenso da prescrio

    4 A prescrio da ao penal no corre:

    I - enquanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reconhecimento da existncia docrime

    II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

    Interrupo da prescrio

    5 O curso da prescrio da ao penal interrompe-se:

    I - pela instaurao do processo

    II - pela sentena condenatria recorrvel.

    6 A interrupo da prescrio produz efeito relativamente a todos os autores do crime e nos crimesconexos, que sejam objeto do mesmo processo, a interrupo relativa a qualquer dles estende-se aos demais.

    Prescrio da execuo da pena ou da medida de segurana que a substitui

    Art. 126. A prescrio da execuo da pena privativa de liberdade ou da medida de segurana que asubstitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado na sentena e verifica-se nos mesmos prazos estabelecidos noart. 125, os quais se aumentam de um tro, se o condenado criminoso habitual ou por tendncia.

    1 Comea a correr a prescrio:

    a) do dia em que passa em julgado a sentena condenatria ou a que revoga a suspenso condicional dapena ou o livramento condicional

    b) do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo da interrupo deva computar-se napena.

    2 No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento ou desinternao condicionais, aprescrio se regula pelo restante tempo da execuo.

    3 O curso da prescrio da execuo da pena suspende-se enquanto o condenado est prso por outro

    motivo, e interrompe-se pelo incio ou continuao do cumprimento da pena, ou pela reincidncia. Prescrio no caso de reforma ou suspenso de exerccio

    Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrio nos crimes cuja pena cominada, no mximo, dereforma ou de suspenso do exerccio do psto, graduao, cargo ou funo.

    Disposies comuns a ambas as espcies de prescrio

    Art. 128. Interrompida a prescrio, salvo o caso do 3, segunda parte, do art. 126, todo o prazo comeaa correr, novamente, do dia da interrupo.

    Reduo

    Art. 129. So reduzidos de metade os prazos da prescrio, quando o criminoso era, ao tempo do crime,menor de vinte e um anos ou maior de setenta.

    Imprescritibilidade das penas acessrias

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    25/05/2016 DEL1001Compilado

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    Art. 130. imprescritvel a execuo das penas acessrias.

    Prescrio no caso de insubmisso

    Art. 131. A prescrio comea a correr, no crime de insubmisso, do dia em que o insubmisso atinge aidade de trinta anos.

    Prescrio no caso de desero

    Art. 132. No crime de desero, embora decorrido o prazo da prescrio, esta s extingue a punibilidadequando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.

    Declarao de ofcio

    Art. 133. A prescrio, embora no alegada, deve ser declarada de ofcio.

    Reabilitao

    Art. 134. A reabilitao alcana quaisquer penas impostas por sentena definitiva.

    1 A reabilitao poder ser requerida decorridos cinco anos do dia em que fr extinta, de qualquer modo,

    a pena principal ou terminar a execuo desta ou da medida de segurana aplicada em substituio (art. 113), oudo dia em que terminar o prazo da suspenso condicional da pena ou do livramento condicional, desde que ocondenado:

    a) tenha tido domiclio no Pas, no prazo acima referido

    b) tenha dado, durante sse tempo, demonstrao efetiva e constante de bom comportamento pblico eprivado

    c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta impossibilidade de o fazer at o diado pedido, ou exiba documento que comprove a renncia da vtima ou novao da dvida.

    2 A reabilitao no pode ser concedida:

    a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em contrrio

    b) em relao aos atingidos pelas penas acessrias do art. 98, inciso VII, se o crime fr de natureza sexualem detrimento de filho, tutelado ou curatelado.

    Prazo para renovao do pedido

    3 Negada a reabilitao, no pode ser novamente requerida seno aps o decurso de dois anos.

    4 Os prazos para o pedido de reabilitao sero contados em dbro no caso de criminoso habitual ou por

    tendncia. Revogao

    5 A reabilitao ser revogada de ofcio, ou a requerimento do Ministrio Pblico, se a pessoa reabilitadafr condenada, por deciso definitiva, ao cumprimento de pena privativa da liberdade.

    Cancelamento do registro de condenaes penais

    Art. 135. Declarada a reabilitao, sero cancelados, mediante averbao, os antecedentes criminais.

    Sigilo sbre antecedentes criminais

    Pargrafo nico. Concedida a reabilitao, o registro oficial de condenaes penais no pode sercomunicado seno autoridade policial ou judiciria, ou ao representante do Ministrio Pblico, para instruo deprocesso penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado.

    PARTE ESPECIAL

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    LIVRO I

    DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO

    DE PAZ

    TTULO I

    DOS CRIMES CONTRA A SEGURANA

    EXTERNA DO PAS

    Hostilidade contra pas estrangeiro

    Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra pas estrangeiro, expondo o Brasil a perigo de guerra:

    Pena - recluso, de oito a quinze anos.

    Resultado mais grave

    1 Se resulta ruptura de relaes diplomticas, represlia ou retorso:

    Pena - recluso, de dez a vinte e quatro anos.

    2 Se resulta guerra:

    Pena - recluso, de doze a trinta anos.

    Provocao a pas estrangeiro

    Art. 137. Provocar o militar, diretamente, pas estrangeiro a declarar guerra ou mover hostilidade contra o

    Brasil ou a intervir em questo que respeite soberania nacional:

    Pena - recluso, de doze a trinta anos.

    Ato de jurisdio indevida

    Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no territrio nacional, ato de jurisdio de pas estrangeiro, oufavorecer a prtica de ato dessa natureza:

    Pena - recluso, de cinco a quinze anos.

    Violao de territrio estrangeiro

    Art. 139. Violar o militar territrio estrangeiro, com o fim de praticar ato de jurisdio em nome do Brasil:

    Pena - recluso, de dois a seis anos.

    Entendimento para empenhar o Brasil neutralidade ou guerra

    Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com pas estrangeiro, para empenhar o Brasil neutralidade ou guerra:

    Pena - recluso, de seis a doze anos.

    Entendimento para gerar conflito ou divergncia com o Brasil

    Art. 141. Entrar em entendimento com pas estrangeiro, ou organizao nle existente, para gerar conflitoou divergncia de carter internacional entre o Brasil e qualquer outro pas, ou para lhes perturbar as relaesdiplomticas:

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    Pena - recluso, de quatro a oito anos.

    Resultado mais grave

    1 Se resulta ruptura de relaes diplomticas:

    Pena - recluso, de seis a dezoito anos.

    2 Se resulta guerra:

    Pena - recluso, de dez a vinte e quatro anos.

    Tentativa contra a soberania do Brasil

    Art. 142. Tentar:

    I - submeter o territrio nacional, ou parte dle, soberania de pas estrangeiro

    II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o territrio nacional, desde que ofato atente contra a segurana externa do Brasil ou a sua soberania

    III - internacionalizar, por qualquer meio, regio ou parte do territrio nacional:

    Pena - recluso, de quinze a trinta anos, para os cabeas de dez a vinte anos, para os demais agentes.

    Consecuo de notcia, informao ou documento para fim de espionagem

    Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notcia, informao ou documento, cujo sigilo seja deintersse da segurana externa do Brasil:

    Pena - recluso, de quatro a doze anos.

    1 A pena de recluso de dez a vinte anos:

    I - se o fato compromete a preparao ou eficincia blica do Brasil, ou o agente transmite ou fornece, porqualquer meio, mesmo sem remunerao, a notcia, informao ou documento, a autoridade ou pessoaestrangeira

    II - se o agente, em detrimento da segurana externa do Brasil, promove ou mantm no territrio nacionalatividade ou servio destinado espionagem

    III - se o agente se utiliza, ou contribui para que outrem se utilize, de meio de comunicao, para darindicao que ponha ou possa pr em perigo a segurana externa do Brasil.

    Modalidade culposa

    2 Contribuir culposamente para a execuo do crime:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, no caso do artigo ou at quatro anos, no caso do 1, n I.

    Revelao de notcia, informao ou documento

    Art. 144. Revelar notcia, informao ou documento, cujo sigilo seja de intersse da segurana externa doBrasil:

    Pena - recluso, de trs a oito anos.

    Fim da espionagem militar

    1 Se o fato cometido com o fim de espionagem militar:

    Pena - recluso, de seis a doze anos.

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    Resultado mais grave

    2 Se o fato compromete a preparao ou a eficincia blica do pas:

    Pena - recluso, de dez a vinte anos.

    Modalidade culposa

    3 Se a revelao culposa:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, no caso do artigo ou at quatro anos, nos casos dos 1 e2.

    Turbao de objeto ou documento

    Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporriamente, objeto ou documentoconcernente segurana externa do Brasil:

    Pena - recluso, de trs a oito anos.

    Resultado mais grave

    1 Se o fato compromete a segurana ou a eficincia blica do pas:

    Pena - Recluso, de dez a vinte anos.

    Modalidade culposa

    2 Contribuir culposamente para o fato:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Penetrao com o fim de espionagem

    Art. 146. Penetrar, sem licena, ou introduzir-se clandestinamente ou sob falso pretexto, em lugar sujeito administrao militar, ou centro industrial a servio de construo ou fabricao sob fiscalizao militar, paracolhr informao destinada a pas estrangeiro ou agente seu:

    Pena - recluso, de trs a oito anos.

    Pargrafo nico. Entrar, em local referido no artigo, sem licena de autoridade competente, munido demquina fotogrfica ou qualquer outro meio hbil para a prtica de espionagem:

    Pena - recluso, at trs anos.

    Desenho ou levantamento de plano ou planta de local militar ou de engenho de guerra

    Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou planta de fortificao, quartel, fbrica, arsenal, hangar ouaerdromo, ou de navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado, utilizados ou em construo sobadministrao ou fiscalizao militar, ou fotograf-los ou film-los:

    Pena - recluso, at quatro anos, se o fato no constitui crime mais grave.

    Sobrevo em local interdito

    Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito:

    Pena - recluso, at trs anos.

    TTULO II

    DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE

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    OU DISCIPLINA MILITAR

    CAPTULO I

    DO MOTIM E DA REVOLTA

    Motim

    Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:

    I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la

    II - recusando obedincia a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violncia

    III - assentindo em recusa conjunta de obedincia, ou em resistncia ou violncia, em comum, contrasuperior

    IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fbrica ou estabelecimento militar, ou dependncia de qualquerdles, hangar, aerdromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais oumeios de transporte, para ao militar, ou prtica de violncia, em desobedincia a ordem superior ou em

    detrimento da ordem ou da disciplina militar:

    Pena - recluso, de quatro a oito anos, com aumento de um tro para os cabeas.

    Revolta

    Pargrafo nico. Se os agentes estavam armados:

    Pena - recluso, de oito a vinte anos, com aumento de um tro para os cabeas.

    Organizao de grupo para a prtica de violncia

    Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material blico, depropriedade militar, praticando violncia pessoa ou coisa pblica ou particular em lugar sujeito ou no administrao militar:

    Pena - recluso, de quatro a oito anos.

    Omisso de lealdade militar

    Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cujapreparao teve notcia, ou, estando presente ao ato criminoso, no usar de todos os meios ao seu alcance paraimpedi-lo:

    Pena - recluso, de trs a cinco anos. Conspirao

    Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prtica do crime previsto no artigo 149:

    Pena - recluso, de trs a cinco anos.

    Iseno de pena

    Pargrafo nico. isento de pena aqule que, antes da execuo do crime e quando era ainda possvelevitar-lhe as conseqncias, denuncia o ajuste de que participou.

    Cumulao de penas

    Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 so aplicveis sem prejuzo das correspondentes violncia.

    CAPTULO II

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    DA ALICIAO E DO INCITAMENTO

    Aliciao para motim ou revolta

    Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prtica de qualquer dos crimes previstos no captuloanterior:

    Pena - recluso, de dois a quatro anos.

    Incitamento

    Art. 155. Incitar desobedincia, indisciplina ou prtica de crime militar:

    Pena - recluso, de dois a quatro anos.

    Pargrafo nico. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito administraomilitar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenhaincitamento prtica dos atos previstos no artigo.

    Apologia de fato criminoso ou do seu autor

    Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito administrao militar:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano.

    CAPTULO III

    DA VIOLNCIA CONTRA SUPERIOR OU

    MILITAR DE SERVIO

    Violncia contra superior

    Art. 157. Praticar violncia contra superior:

    Pena - deteno, de trs meses a dois anos.

    Formas qualificadas

    1 Se o superior comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general:

    Pena - recluso, de trs a nove anos.

    2 Se a violncia praticada com arma, a pena aumentada de um tro.

    3 Se da violncia resulta leso corporal, aplica-se, alm da pena da violncia, a do crime contra apessoa.

    4 Se da violncia resulta morte:

    Pena - recluso, de doze a trinta anos.

    5 A pena aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em servio.

    Violncia contra militar de servio

    Art. 158. Praticar violncia contra oficial de dia, de servio, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ouplanto:

    Pena - recluso, de trs a oito anos.

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    30/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001Compilado.htm 30/81

    Formas qualificadas

    1 Se a violncia praticada com arma, a pena aumentada de um tro.

    2 Se da violncia resulta leso corporal, aplica-se, alm da pena da violncia, a do crime contra apessoa.

    3 Se da violncia resulta morte:

    Pena - recluso, de doze a trinta anos.

    Ausncia de dlo no resultado

    Art. 159. Quando da violncia resulta morte ou leso corporal e as circunstncias evidenciam que o agenteno quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa diminuda demetade.

    CAPTULO IV

    DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A

    SMBOLO NACIONAL OU A FARDA

    Desrespeito a superior

    Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano, se o fato no constitui crime mais grave.

    Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de servio

    Pargrafo nico. Se o fato praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial-

    general, oficial de dia, de servio ou de quarto, a pena aumentada da metade.

    Desrespeito a smbolo nacional

    Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito administrao militar, ato que se traduzaem ultraje a smbolo nacional:

    Pena - deteno, de um a dois anos.

    Despojamento desprezvel

    Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecorao militar, insgnia ou distintivo, por menosprzo ou

    vilipndio:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano.

    Pargrafo nico. A pena aumentada da metade, se o fato praticado diante da tropa, ou em pblico.

    CAPTULO V

    DA INSUBORDINAO

    Recusa de obedincia

    Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sbre assunto ou matria de servio, ou relativamente adever impsto em lei, regulamento ou instruo:

    Pena - deteno, de um a dois anos, se o fato no constitui crime mais grave.

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    31/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001Compilado.htm 31/81

    Oposio a ordem de sentinela

    Art. 164. Opor-se s ordens da sentinela:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano, se o fato no constitui crime mais grave.

    Reunio ilcita

    Art. 165. Promover a reunio de militares, ou nela tomar parte, para discusso de ato de superior ou

    assunto atinente disciplina militar:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano a quem promove a reunio de dois a seis meses a quem delaparticipa, se o fato no constitui crime mais grave.

    Publicao ou crtica indevida

    Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licena, ato ou documento oficial, ou criticar pblicamenteato de seu superior ou assunto atinente disciplina militar, ou a qualquer resoluo do Govrno:

    Pena - deteno, de dois meses a um ano, se o fato no constitui crime mais grave.

    CAPTULO VI

    DA USURPAO E DO EXCESSO OU ABUSO

    DE AUTORIDADE

    Assuno de comando sem ordem ou autorizao

    Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorizao, salvo se em grave emergncia, qualquer comando,ou a direo de estabelecimento militar:

    Pena - recluso, de dois a quatro anos, se o fato no constitui crime mais grave.

    Conservao ilegal de comando

    Art. 168. Conservar comando ou funo legitimamente assumida, depois de receber ordem de seu superiorpara deix-los ou transmiti-los a outrem:

    Pena - deteno, de um a trs anos.

    Operao militar sem ordem superior

    Art. 169. Determinar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos em que essa se dispensa,

    movimento de tropa ou ao militar:

    Pena - recluso, de trs a cinco anos.

    Forma qualificada

    Pargrafo nico. Se o movimento da tropa ou ao militar em territrio estrangeiro ou contra fra, navioou aeronave de pas estrangeiro:

    Pena - recluso, de quatro a oito anos, se o fato no constitui crime mais grave.

    Ordem arbitrria de invaso

    Art. 170. Ordenar, arbitrriamente, o comandante de fra, navio, aeronave ou engenho de guerramotomecanizado a entrada de comandados seus em guas ou territrio estrangeiro, ou sobrevo-los:

    Pena - suspenso do exerccio do psto, de um a trs anos, ou reforma.

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    32/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001Compilado.htm 32/81

    Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insgnia

    Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insgnia de psto ougraduao superior:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano, se o fato no constitui crime mais grave.

    Uso indevido de uniforme, distintivo ou insgnia militar por qualquer pessoa

    Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insgnia militar a que no tenha direito:

    Pena - deteno, at seis meses.

    Abuso de requisio militar

    Art. 173. Abusar do direito de requisio militar, excedendo os podres conferidos ou recusando cumprirdever impsto em lei:

    Pena - deteno, de um a dois anos.

    Rigor excessivo

    Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor no permitido, ou ofendendo-opor palavra, ato ou escrito:

    Pena - suspenso do exerccio do psto, por dois a seis meses, se o fato no constitui crime mais grave.

    Violnciacontra inferior

    Art. 175. Praticar violncia contra inferior:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano.

    Resultado mais grave

    Pargrafo nico. Se da violncia resulta leso corporal ou morte tambm aplicada a pena do crime contraa pessoa, atendendo-se, quando fr o caso, ao disposto no art. 159.

    Ofensa aviltante a inferior

    Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violncia que, por natureza ou pelo meio empregado, seconsidere aviltante:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico. Aplica-se o disposto no pargrafo nico do artigo anterior.

    CAPTULO VII

    DA RESISTNCIA

    Resistncia mediante ameaa ou violncia

    Art. 177. Opor-se execuo de ato legal, mediante ameaa ou violncia ao executor, ou a quem estejaprestando auxlio:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Forma qualificada

    1 Se o ato no se executa em razo da resistncia:

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    33/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

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    Pena - recluso de dois a quatro anos.

    Cumulao de penas

    2 As penas dste artigo so aplicveis sem prejuzo das correspondentes violncia, ou ao fato queconstitua crime mais grave.

    CAPTULO VIII

    DA FUGA, EVASO, ARREBATAMENTO E

    AMOTINAMENTO DE PRESOS

    Fuga de prso ou internado

    Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente prsa ou submetida a medida de seguranadetentiva:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Formas qualificadas

    1 Se o crime praticado a mo armada ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento:

    Pena - recluso, de dois a seis anos.

    2 Se h emprgo de violncia contra pessoa, aplica-se tambm a pena correspondente violncia.

    3 Se o crime praticado por pessoa sob cuja guarda, custdia ou conduo est o prso ou internado:

    Pena - recluso, at quatro anos.

    Modalidade culposa

    Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente prsa, confiada sua guarda ou conduo:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano.

    Evaso de prso ou internado

    Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se o prso ou internado, usando de violncia contra a pessoa:

    Pena - deteno, de um a dois anos, alm da correspondente violncia.

    1 Se a evaso ou a tentativa ocorre mediante arrombamento da priso militar:

    Pena - deteno, de seis meses a um ano.

    Cumulao de penas

    2 Se ao fato sucede desero, aplicam-se cumulativamente as penas correspondentes.

    Arrebatamento de prso ou internado

    Art. 181. Arrebatar prso ou internado, a fim de maltrat-lo, do poder de quem o tenha sob guarda oucustdia militar:

    Pena - recluso, at quatro anos, alm da correspondente violncia.

    Amotinamento

    Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de priso militar:

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    34/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

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    Pena - recluso, at trs anos, aos cabeas aos demais, deteno de um a dois anos.

    Responsabilidade de participe ou de oficial

    Pargrafo nico. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento ou, sendo oficial e estandopresente, no usa os meios ao seu alcance para debelar o amotinamento ou evitar-lhe as conseqncias.

    TTULO III

    DOS CRIMES CONTRA O SERVIO

    MILITAR E O DEVER MILITAR

    CAPTULO I

    DA INSUBMISSO

    Insubmisso

    Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado incorporao, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou,apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporao:

    Pena - impedimento, de trs meses a um ano.

    Caso assimilado

    1 Na mesma pena incorre quem, dispensado temporriamente da incorporao, deixa de se apresentar,decorrido o prazo de licenciamento.

    Diminuio da pena

    2 A pena diminuda de um tro:

    a) pela ignorncia ou a errada compreenso dos atos da convocao militar, quando escusveis

    b) pela apresentao voluntria dentro do prazo de um ano, contado do ltimo dia marcado para aapresentao.

    Criao ou simulao de incapacidade fsica

    Art. 184. Criar ou simular incapacidade fsica, que inabilite o convocado para o servio militar:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Substituio de convocado

    Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentao ou na inspeo de sade.

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.

    Favorecimento a convocado

    Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tom-lo a seu servio, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou

    meio que obste ou dificulte a incorporao, sabendo ou tendo razo para saber que cometeu qualquer dos crimesprevistos neste captulo:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano.

    Iseno de pena

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    35/81

    25/05/2016 DEL1001Compilado

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    Pargrafo nico. Se o favorecedor ascendente, descendente, cnjuge ou irmo do criminoso, fica isentode pena.

    CAPTULO II

    DA DESERO

    Desero

    Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licena, da unidade em que serve, ou do lugar em que devepermanecer, por mais de oito dias:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos se oficial, a pena agravada.

    Casos assimilados

    Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:

    I - no se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trnsito ou frias

    II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em quetermina ou cassada a licena ou agregao ou em que declarado o estado de stio ou de guerra

    III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias

    IV - consegue excluso do servio ativo ou situao de inatividade, criando ou simulando incapacidade.

    Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:

    Atenuante especial

    I - se o agente se apresenta voluntriamente dentro em oito dias aps a consumao do crime, a pena

    diminuda de metade e de um tro, se de mais de oito dias e at sessenta

    Agravante especial

    II - se a desero ocorre em unidade estacionada em fronteira ou pas estrangeiro, a pena agravada deum tro.

    Desero especial

    Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que tripulante, ou do deslocamento da unidade ou fora em que serve: (Redao dada pela Lei n 9.764, de18.12.1998)

    Pena - deteno, at trs meses, se aps a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de vinte equatro horas, autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, autoridade policial, para ser comunicada aapresentao ao comando militar competente.(Redao dada pela Lei n 9.764, de 18.12.1998)

    1 Se a apresentao se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e no excedente a cincodias:

    Pena - deteno, de dois a oito meses.

    2o Se superior a cinco dias e no excedente a oito dias: (Redao dada pela Lei n 9.764, de18.12.1998)

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