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BOLETIM OFICIAL ÍNDICE ASSEMBLEIA NACIONAL: Resolução nº 41/VIII/2012: Aprova o Orçamento Privativo da Assembleia Nacional para o ano de 2012. Recticação: À Lei nº 10/VIII/2012, que aprova o orçamento de Estado para o ano de 2012. CHEFIA DO GOVERNO: Recticação: Ao Decreto nº 1/2012, Publicado no Boletim Ocial nº 1, de 5 de Janeiro de 2012. CHEFIA DO GOVERNO, MINISTÉRIO DO AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRI- TÓRIO, MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DO PLANEAMENTO, MINISTÉRIO DAS IN- FRAESTRUTURAS E ECONOMIA MARÍTIMA, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E MINISTÉRIO DO TURISMO, INDÚSTRIA E ENERGIA: Portaria conjunta nº 3/2012: Cria com carácter temporário, a Comissão de Reforma do Sector de Água e Saneamento, na dependência da Ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território. MINISTÉRIO DAS INFRAETRUTURAS E ECONOMIA MARÍTIMA E MINISTÉRIO DO AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO: Portaria conjunta nº 4/2012: Aprova o Código Técnico da Edi cação, abreviadamente designado CTE Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012 I Série Número 2 1 460000 002 1 0 3

Código Técnico Da Edificação Cv

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  • BOLETIM OFICIAL N D I C E

    ASSEMBLEIA NACIONAL:

    Resoluo n 41/VIII/2012:

    Aprova o Oramento Privativo da Assembleia Nacional para o ano de 2012.

    Recti cao:

    Lei n 10/VIII/2012, que aprova o oramento de Estado para o ano de 2012.

    CHEFIA DO GOVERNO:

    Recti cao:

    Ao Decreto n 1/2012, Publicado no Boletim O cial n 1, de 5 de Janeiro de 2012.

    CHEFIA DO GOVERNO, MINISTRIO DO AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRI-TRIO, MINISTRIO DAS FINANAS E DO PLANEAMENTO, MINISTRIO DAS IN-FRAESTRUTURAS E ECONOMIA MARTIMA, MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E MINISTRIO DO TURISMO, INDSTRIA E ENERGIA:

    Portaria conjunta n 3/2012:

    Cria com carcter temporrio, a Comisso de Reforma do Sector de gua e Saneamento, na dependncia da Ministra do Ambiente, Habitao e Ordenamento do Territrio.

    MINISTRIO DAS INFRAETRUTURAS E ECONOMIA MARTIMA E MINISTRIO DO AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITRIO:

    Portaria conjunta n 4/2012:

    Aprova o Cdigo Tcnico da Edi cao, abreviadamente designado CTE

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    um diploma legal com este objecto e extenso, aconselham a que se estabelea um perodo experimental, ndo o qual o Cdigo seja obrigatoriamente objecto de reviso. Permite-se, assim, no s a continuao de uma discusso pblica terica, mas colher os ensinamentos resultantes da sua prtica. Para melhor aproveitar as crticas e suges-tes que certamente sero feitas e avaliar a experincia da sua aplicao experimental, criada uma comisso que recolha todos os elementos teis e proponha as alte-raes e melhoramentos que se mostrarem aconselhveis.

    Assim, ao abrigo do n. 4 do artigo 4. do Decreto-Lei n. 18/2011, de 28 de Fevereiro; e

    No uso da faculdade conferida pela alnea b) do artigo 205. e pelo n. 3 do artigo 264. da Constituio;

    Manda o Governo, pelos Ministros das Infra-estruturas e Economia Martima e do Ambiente, Habitao e Orde-namento do Territrio, o seguinte:

    Artigo 1

    Aprovao

    aprovado o Cdigo Tcnico da Edi cao, abrevia-damente designado CTE, em anexo presente Portaria, da qual faz parte integrante e baixa assinado pelos membros do Governo responsveis pelos sectores das infra-estruturas e habitao.

    Artigo 2

    Observncia de especi caes tcnicas prprias

    As edi caes que, pelo uso a que se destinam, estejam sujeitas a especi caes tcnicas prprias, devem res-peitar o CTE nos aspectos no cobertos por aquelas especi caes.

    Artigo 3

    Reviso

    1. O CTE revisto obrigatoriamente no prazo de 3 (trs) anos a contar da data da sua entrada em vigor, sem pre-juzo de alteraes pontuais que se mostrem necessrias.

    2. Para efeitos do n. 1, criada uma Comisso de Reviso composta por 2 (dois) arquitectos, sendo, um deles, representante da Ordem dos Arquitectos, e um engenheiro, com mais de 10 (dez) anos de experincia, a designar pelos membros de Governo responsveis pelos sectores das infra-estruturas e habitao, que regista as crticas e sugestes feitas e analisa a experincia da sua aplicao, cabendo-lhe apresentar queles membros do Governo, at 31 de Dezembro de 2014, propostas de alteraes que se mostrem necessrias ao Cdigo Tcnico da Edi cao.

    Artigo 4

    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Gabinete dos Ministros das Infra-estruturas e Economia Martima e do Ambiente, Habitao e Ordenamento do Territrio, na Praia, aos 6 de Janeiro de 2012. Os Mi-nistros, Jos Maria Fernandes da Veiga, e Sara Maria Duarte Lopes.

    CDIGO TCNICO DA EDIFICAO

    CAPITULO I

    Disposies geraisArtigo 1

    Objecto

    O Cdigo Tcnico da Edi cao (CTE) disciplina as regras gerais e espec cas a serem obedecidas no projecto, construo, uso e manuteno de edi caes, sem prejuzo do disposto nos regulamentos municipais.

    Artigo 2

    Objectivo

    1. O CTE visa estabelecer padres de qualidade dos espaos edi cados que satisfaam as condies mnimas de segurana, conforto, higiene e sade dos usurios e de-mais cidados, por meio da determinao de parmetros tcnicos que so observados pela Administrao Pblica e pelos demais interessados e envolvidos no projecto, na execuo de obras e na utilizao das edi caes.

    2. Os padres de qualidade de que trata o nmero an-terior so, sempre que possvel, majorados em benefcio do consumidor e do usurio das edi caes.

    Artigo 3

    mbito

    1. O CTE aplica-se execuo de novas edi caes, de obras de interveno em edi caes existentes e de obras que impliquem alterao da topogra a local dentro do permetro urbano e das zonas rurais de proteco xadas para as sedes de Concelho e para as demais localidades sujeitas por lei a planos urbansticos.

    2. Exceptuam-se as obras de interveno em edi -caes classi cadas ou as que estiverem previstas nos instrumentos de gesto territorial, salvaguardadas as exigncias de segurana e de salubridade estabelecidas no presente cdigo e em regulamentao espec ca.

    3. Fora das zonas e localidades a que faz referncia o n. 1, o CTE aplica-se nas povoaes a que seja tornado extensivo por deliberao municipal e em todos os casos, s edi caes de carcter industrial ou de utilizao colectiva.

    4. As edi caes que, pelo uso a que se destinam, es-tejam sujeitas a especi caes tcnicas prprias, devem respeitar o presente cdigo nos aspectos no cobertos por aquelas especi caes.

    Artigo 4

    Aplicao de legislao estrangeira

    Na ocorrncia de situaes no cobertas pelo presente cdigo, devem ser adoptados, por ordem de prioridade, a regulamentao portuguesa, a regulamentao interna-cional ou de outros pases e pareceres ou especi caes tcnicas especializadas, devendo estas situaes ser objecto de prvia anlise e aprovao pelos membros do Governo responsveis pelos sectores de infra-estruturas e habitao.

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    Artigo 5

    Responsabilidade

    1. Compete Administrao Central e aos municpios assegurar o cumpri mento do presente cdigo.

    2. Os municpios podem elaborar regulamentos munici-pais que pormenorizem as disposies do presente cdigo.

    Artigo 6

    Intervenes em edi caes

    1. As intervenes em edi caes existentes so clas-si cadas pelo promotor, proprietrio ou projectista, sem prejuzo do disposto na lei sobre o regime jurdico das operaes urbansticas, nas seguintes categorias:

    a) Nivel I : Q 5%;

    b) Nivel II: 5% < Q 25%;

    c) Nivel III: 25% < Q 50%; e

    d) Nivel IV: Q > 50%.

    2. Para efeitos do disposto no n. 1, Q a percentagem do custo da interveno (Ci) relativamente ao custo da construo (Cn) de um edifcio novo, em idntico local, de idnticas caractersticas construtivas e funcionais, calculado com base nos preos unitrios de nidos nas tabelas o ciais, ou seja:

    Q = Ci /Cn * 100

    3. Para o efeito do clculo de Q, o custo da interveno das zonas comuns do imvel obtido adicionando-lhe os custos a preos constantes acrescidos do imposto sobre o valor acrescentado acumulados de todas as intervenes executadas na edi cao nos 5 (cinco) anos anteriores ou desde a ltima interveno do nvel IV.

    Artigo 7

    Projecto de execuo

    O projecto de execuo de novas edi caes ou as in-tervenes em edi caes existentes obedece ao disposto na lei sobre o regime jurdico das operaes urbansticas.

    Artigo 8

    Obras impostas por servios pblicos

    Quando determinadas obras forem impostas por um servio pblico, deve obrigatoriamente ser dado conhe-cimento ao Municpio da noti cao aos interessados.

    Artigo 9

    De nies

    1. Para efeitos do presente diploma, entende-se por:

    a) Acesso coberto: tipo de toldo dotado de apoios no solo, destinado a proteger a(s) entrada(s) de uma edi cao;

    b) Acessibilidade: conjunto de alternativas de acesso a edi caes, espaos pblicos e

    mobilirio urbano, que atende s necessidades de pessoas com diferentes formas de di culdade de locomoo e oferecem condies de utilizao com segurana e autonomia;

    c) gua-furtada: pavimento habitvel compreendido entre o forro e a cobertura da edi cao;

    d) guas residuais domsticas: guas residuais de servios e de instalaes residenciais, essencialmente provenientes do metabolismo humano e de actividades domsticas;

    e) guas residuais industriais: guas residuais provenientes de qualquer tipo de actividade que no possam ser classi cadas como guas residuais domsticas nem sejam guas pluviais;

    f) guas residuais pluviais: guas que resultam da precipitao atmosfrica cada directamente sobre o local a drenar ou a ele a uentes a partir dos terrenos limtrofes e que no tenham sido sensivelmente alteradas nas suas caractersticas fsico-qumicas durante o escoamento;

    g) Alvenaria: obra composta de blocos naturais ou arti ciais, ligados ou no por meio de argamassa;

    h) Andaimes: estruturas necessrias execuo de trabalhos em lugares elevados, onde no possam ser executados em condies de segurana a partir do piso, sendo utilizados em servios de construo, reformam, demolio, pintura, limpeza e manuteno;

    i) rea: medida de superfcie, dada em metros quadrados;

    j) rea bruta de um fogo: soma da rea desse fogo com a quota-parte correspondente rea do fogo, da diferena entre a rea do edifcio e a soma das reas de todos os fogos neles integrados;

    k) rea til: rea realmente disponvel para ocupao, medida entre os paramentos internos das paredes que delimitam o compartimento;

    l) rea til de um compartimento: rea de pavimento desse compartimento, deduzida da rea de implantao de pilares destacados e da rea de superfcie com p direito inferior aos mnimos regulamentares, nos compartimentos que ocupam 2 (dois) pisos, a rea do compartimento integra as reas dos 2 (dois) pavimentos e a rea em planta da escada de ligao interior;

    m) rea til de um fogo: soma das reas teis de todos os compartimentos desse fogo, acrescida da rea da superfcie destinada ao tratamento de roupa situada numa dependncia desse fogo;

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    n) rea til de uma habitao: soma das reas teis dos compartimentos do fogo e das dependncias do fogo, que conjuntamente constituem essa habitao;

    o) Armazm: edi cao usada para a guarda ou depsito transitrio de mercadorias;

    p) Balano: avano, a partir de certa altura, de parte da fachada da edi cao sobre logradouro pblico ou recuo regulamentar, por extenso, qualquer avano da edi cao ou de parte dela sobre pavimentos inferiores;

    q) Crcea: dimenso vertical de uma construo, contada a partir do ponto da cota mdia do terreno, no alinhamento da fachada, at linha superior do beirado, da platibanda ou da guarda do terrao;

    r) Condomnio: contitularidade prpria do regime de propriedade horizontal, que se caracteriza no facto de as fraces de um mesmo prdio, constituindo unidades independentes, autnomas e isoladas entre si, pertencerem a proprietrios diversos;

    s) Corredor: local de circulao interna de uma edi cao, con nado, que serve de comunicao horizontal entre 2 (dois) ou mais compartimentos ou unidades autnomas;

    t) Corrimo: barra, cano ou pea similar, com superfcie lisa, arredondada ou no e contnua, localizada junto s paredes ou guarda das escadas, rampas ou corredores para as pessoas nele se apoiarem ao subir, descer ou se deslocar;

    u) Cota: distncia vertical entre um ponto do terreno e um plano horizontal de referncia, nmero colocado sobre uma linha na auxiliar traada em paralelo com uma dimenso ou ngulo de um desenho tcnico, que indica o valor real de distncia ou abertura correspondente no mesmo representado;

    v) Cota de soleira: indicao ou registo que corresponde ao nvel do acesso de pessoas edi cao e ao nvel dos pilotis em projeco;

    w) Degrau: cada um dos pisos onde se assenta o p ao subir ou descer uma escada;

    x) Depsito: edi cao destinada a armazenagem de bens e produtos ou o compartimento em uma edi cao destinado exclusivamente a armazenar utenslios, louas, roupas, materiais e mercadorias, dentre outros, sem banheiro privativo, no se constituindo em unidade imobiliria autnoma;

    y) Ducto: canal ou tubo oco e comprido, fabricado em cermico, metal ou plstico, com o objectivo de conduzir lquidos e/ou gases;

    z) Edifcio: construo permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por

    paredes exteriores ou paredes-meeiras que vo das fundaes cobertura, destinada a utilizao humana ou a outros ns;

    aa) Entrepiso: conjunto de elementos de construo, com ou sem espaos vazios, compreendido entre a parte inferior do tecto de um pavimento e a parte superior do piso do pavimento imediatamente superior;

    bb) Escada: elemento de composio arquitectnica cuja funo propiciar a possibilidade de circulao vertical entre 2 (dois) ou mais pisos de diferentes nveis, constituindo uma sucesso de, no mnimo, 3 (trs) degraus;

    cc) Estaleiro de obras: rea destinada a instalaes temporrias e a servios necessrios execuo e ao desenvolvimento de obras;

    dd) Exposio solar adequada: existncia de cobertura em terrao ou de cobertura inclinada com gua cuja normal esteja orientada numa gama de azimutes de 90 (noventa graus) entre sudeste e sudoeste, que no sejam sombreadas por quaisquer obstculos no perodo que se inicia diariamente 2 (duas) horas depois de o nascer do Sol e termina 2 (duas) horas antes do ocaso;

    ee) Fachada: cada uma das faces aparentes do edifcio, constituda por 1 (uma) ou mais paredes exteriores directamente relacionadas entre si;

    ff) Fogo: uma parte ou a totalidade de um edifcio, dotada de acesso independente, constituda por 1 (um) ou mais compartimentos destinados habitao e por espaos privativos complementares;

    gg) Forro: nome que se d ao material de acabamento dos tetos dos compartimentos;

    hh) Fundao: parte da construo que, estando geralmente abaixo do nvel do terreno transmite, ao solo, as cargas dos alicerces;

    ii) Galeria: espao, provido ou no de guarda, destinado circulao de pedestres, situado na parte externa de uma edi cao, sob o pavimento superior;

    jj) Garagem: ocupao ou uso de edi cao onde so estacionados ou guardados veculos, com ou sem abastecimento de combustvel nveis, constituindo uma sucesso de, no mnimo, 3 (trs) degraus;

    kk) Guarda: barreira protectora vertical, macia ou no, delimitando as faces laterais abertas de escadas, rampas, patamares, terraos, balces, mezaninos, servindo como proteco contra eventuais quedas de um nvel para outro;

    ll) Habitao: unidade na qual se processa a vida de um agregado residente no edifcio, a qual compreende o fogo e as suas dependncias;

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    mm) Inclinao da cobertura: valor do ngulo formado pelos planos da cobertura do edifcio com o plano horizontal;

    nn) Infra-estruturas urbanas: sistemas tcnicos de suporte directo ao funcionamento dos aglomerados urbanos ou da edi cao em conjunto;

    oo) Iluminao: distribuio de luz natural ou arti cial num recinto ou logradouro;

    pp) Laje: elemento laminar, normalmente plano, com grandes dimenses em planta e pequena espessura (h

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    integradas num mesmo edifcio, ou conjunto de edifcios, sendo os respectivos titulares comproprietrios das zonas comuns artigo 1414 e seguintes do Cdigo Civil;

    ooo) Quartos: todos os compartimentos habitveis, para alm da sala de visita, sala de refeies, escritrio e da cozinha;

    ppp) Quarto de banho ou instalao sanitria: diviso/compartimento destinado aos cuidados de higiene;

    qqq) Rampa: elemento de composio arquitectnica, cuja funo propiciar a possibilidade de circulao vertical entre desnveis, atravs de um plano inclinado;

    rrr) Resduo slido: qualquer substncia ou objecto de que o detentor se desfaz ou tem a inteno ou a obrigao de se desfazer, nomeadamente os identi cados na lista de resduo aprovada em diploma espec cosss) Saguo: espao con nado e descoberto situado no interior de edifcios;

    ttt) Sobreloja: pavimento situado imediatamente acima do pavimento trreo de uma edi cao, integrado loja, que ocupa mais de 50% (cinquenta por cento) da rea da loja, com ou sem acesso independente, quando permitido na le

    uuu) Sto ou mansarda: espao til sob a cobertura da edi cao e adaptado ao desvo do telhado, com ou sem ventilao e iluminao natural, destinado a uma nica funo, no se constituindo em compartimento;

    vvv) Tapume: vedao provisria usada durante a construo;

    www) Terrao: local descoberto sobre uma edi cao ou ao nvel de um dos seus pisos, acima do primeiro, constituindo piso acessvel ou utilizvel;

    xxx) Tecto: acabamento inferior dos entrepisos, ou a vedao entre o ltimo pavimento e a cobertura do prdio;

    yyy) Tecto falso: tecto construdo sob um outro, de modo a diminuir a altura de uma ou mais divises;

    zzz) Tijolo macio: componente cermico para alvenaria que possui todas as faces plenas de material, podendo apresentar rebaixos de fabricao em uma das faces de maior rea;

    aaaa) Unidade imobiliria: bem imvel registado na Conservatria do Registo Predial;

    bbbb) Varanda ou sacada: espao sob cobertura ou no situado no permetro de uma edi cao em consola que se comunica com seu interior, provido ou no de guarda;

    cccc) Vo: abertura em elementos de diviso do edifcio, interiores ou exteriores, com o objectivo de facultar passagem, visualizao, ventilao;

    dddd) Vo livre: distncia entre 2 (dois) apoios medida entre as faces internas; e

    eeee) Vestbulo: espao interno da edi cao que serve de acesso ou de ligao entre as circulaes horizontal e vertical, o mesmo que trio.

    2. Para efeitos do presente diploma, aplica-se ainda, todas as de nies constantes do artigo 3 do Decreto-Lei n. 18/2011, de 28 de Fevereiro.

    CAPITULO II

    Meio ambienteSeco I

    Integrao no meio fsico

    Artigo 10

    Edi caes e os respectivos espaos livres

    1. As edi caes e os respectivos espaos livres, seja qual for a natureza e o m a que se destinem, devem ser concebidos, executados e mantidos, de forma a con-triburem para a valorizao ambiental do meio em que venham a integrar-se.

    2. As edi caes a construir em zonas urbanas con-solidadas devem ter em considerao as caractersticas morfolgicas urbanas e as tipologias arquitectnicas existentes, no cumprimento dos parmetros urbansticos que estiverem estabelecidos.

    3. O disposto nos nmeros anteriores aplica-se igual-mente s obras de interveno em edi caes existentes.

    4. Na localizao das edi caes deve garantir-se o cumprimento das condies de segurana, salubridade, conforto e acessibilidade, de nidas no presente cdigo e em legislaes espec cas aplicveis.

    Artigo 11

    Intervenes em edi caes e em elementos naturais classi cados

    Nas edi caes e nos elementos naturais classi cados que tenham sofrido alteraes prejudiciais, a permisso administrativa para trabalhos de recuperao ou trans-formao pode ser condicionada execuo simultnea do que for necessrio para a sua reintegrao nas carac-tersticas iniciais.

    Artigo 12

    Espaos livres pblicos

    No devem ser permitidas obras que prejudiquem o bom uso pblico, o carcter, a acessibilidade, e o bom aspecto dos espaos livres pblicos, devendo condicionar-se a instalao de equipamentos e mobilirio urbano e de outros elementos susceptveis de provocar intruso e degradao visual, e de prejudicar a segurana na cir-culao e nas acessibilidades de emergncia.

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    Artigo 13

    Espaos livres e logradouros privados

    Os espaos livres e logradouros privados das edi caes devem ser tratados e ter uma utilizao de modo a ga-rantir condies de segurana e de salubridade para os utentes e para as edi caes que por aquelas possam ser afectadas.

    Artigo 14

    rvores e macios arbreos

    1. Os espaos livres e logradouros, tanto pblicos como privados, devem prever a reposio, a manuteno ou a insero de espcies arbreas ou outras, de acordo com o ecossistema respectivo, preservando desta forma a continuidade do espao natural e evitar a permeabili-dade dos espaos livres e logradouros e, por outro lado, assegurar a existncia de vegetao compatvel com o ecossistema local.

    2. A remoo das espcies arbreas das quais depen-dam ecossistemas deve ser feita segundo critrios de sustentabilidade e de preservao do ambiente natural.

    3. As rvores e macios arbreos classi cados como de interesse pblico, nos termos da lei, apenas podem ser suprimidos, precedendo licena ou autorizao municipal e da tutela do ambiente, em casos de perigo iminente e de reconhecido prejuzo para a salubridade ou segurana de pessoas e bens.

    Artigo 15

    Integrao urbana das edi caes

    1.Os projectos de execuo devem ser concebidos com base em instrumentos urbansticos.

    2. Os municpios podem exigir o estudo demonstrativo da integrao urbana das obras de construo de novas edi caes, ou de interveno nas edi caes existentes, quando no existirem instrumentos urbansticos e ca-zes, que de nam os parmetros a observar, justi cada a necessidade de avaliar o impacte urbanstico.

    3. A clari cao dos critrios espec cos bem como os processos, de acordo com a qual o municpio pode ou deve solicitar a demonstrao, est presente no presente cdigo e, de forma mais pormenorizada, nos regulamentos municipais.

    4. No processo de avaliao de impacto urbanstico, deve assegurar-se o direito da populao a ser informada e consultada.

    Seco II

    Salubridade do meio fsico

    Artigo 16

    Saneamento dos terrenos

    1. S podem ser construdas novas edi caes ou feitas intervenes em edi caes existentes em terreno que seja reconhecidamente salubre, nos termos da lei, ou sujeito previamente s necessrias obras de saneamento.

    2. Em terrenos alagadios ou hmidos, a construo ou interveno em qualquer edi cao deve ser precedida das obras necessrias para enxugar o terreno e desviar as guas pluviais, garantindo-se que a construo que preservada da humidade e das consequentes anomalias.

    3. S podem construir-se novas edi caes em terrenos que no tenham sido utilizados como vazadouros, lixeiras e outros depsitos, a no ser que se proceda sua prvia limpeza e preparao.

    4. Em terrenos prximos de cemitrios no se pode construir qualquer edi cao sem se fazerem as obras porventura necessrias para os tornar inacessveis s guas de in ltrao provenientes do cemitrio.

    Artigo 17

    Actividades industriais e agrcolas

    Sem prejuzo do disposto em legislao espec ca, a construo ou a interveno em edi caes destinadas a usos industriais ou agrcolas s pode realizar-se des-de que no provoquem perigo de poluio dos recursos aquferos, da atmosfera, das redes de saneamento bsico, deteriorao de outras redes de infra-estruturas e das edi caes vizinhas.

    Artigo 18

    Instalaes para animais

    1. As instalaes para animais que forem autorizadas nos termos da legislao em vigor, devem constituir edi caes autnomas, construdas em condies de no originarem, directa ou indirectamente, qualquer prejuzo para a salubri dade e conforto de edifcios habitveis.

    2. Qualquer actividade de explorao pecuria, nome-adamente de suinicultura e de avicultura, ou instalao de depsito de estrumes, deve ser localizada fora dos permetros urba nos e em condies de no prejudicar a sade pblica, nos termos referidos no artigo anterior, devendo obedecer regulamentao espec ca estabele-cida para o e feito.

    3. As instalaes para animais, e as estrumeiras ou nitreiras, devem ter manuteno de forma a no preju-dicar a sade pblica.

    CAPITULO III Qualidade do espao edi cado

    Seco I

    Relao entre edi caes

    Artigo 19

    Parmetros urbansticos

    1. A construo de novas edi caes ou intervenes em edi caes existentes devem garantir, para alm dos parmetros urbansticos de nidos nos planos urbansti-cos as disposies contidas nos artigos 20. a 24., bem como as relativas s exigncias de segurana, salubridade e conforto.

    2. A entidade licenciadora pode exigir a apresentao de estudos que permitam avaliar o cumprimento do es-tipulado no nmero anterior.

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    Artigo 20

    Exigncias gerais para as edi caes

    1. A construo de novas edi caes ou qualquer in-terveno em edi caes existentes deve executar-se de modo a que quem asseguradas a ventilao, a ilumi-nao natural, a exposio solar do edifcio e, onde for exigvel, a acessibilidade, dos espaos livres contguos, pblicos e privados, bem como das edi caes vizinhas, e toda a legislao espec ca em vigor.

    2. As cmaras municipais devem condicionar a permis-so administrativa para se executarem obras importantes em edi caes existentes bem como simultaneamente trabalhos acessrios indispensveis para lhes assegurar condies mnimas de salubridade prescritas no presente cdigo.

    Artigo 21

    Alturas de fachada

    1. As edi caes devem garan tir o princpio de que a altura das respectivas fachadas seja igual ou infe rior ao afastamento entre o plano de fachada e planos de fachada opostos.

    2. Quaisquer elementos de construo recuados em relao ao plano de fachada so considerados para a determinao da altura da fachada, se a distncia ao plano desta for inferior altura do elemento de constru-o recuado, altura a qual se mede a partir de um plano horizontal assente no topo do plano da fachada.

    3. Quando, em dois planos de fachada contguos, da aplicao do n 1 resultarem valores diferentes, admite-se que o plano de fachada em situao mais desfavorvel possa atingir a altura do plano contguo, numa extenso mxima de 15,00 m (quinze metros).

    4. Nas edi caes implantadas em terrenos em declive ao longo da fachada, o limite de nido no n 1 pode ser ex-cedido at ao mximo de 1,50 m (quinze metros), apenas na parte descendente a partir do plano mdio da fachada.

    Artigo 22

    Afastamento mnimo entre fachadas

    1. Sem prejuzo do disposto no n. 1 do artigo 21., o afastamento mnimo entre fachadas fronteiras a espaos de utilizao pblica xado em 11,00 m (onze metros), salvo no caso de alinhamentos preexistentes, quando forem de manter.

    2. O afastamento entre qualquer fachada onde existam vos de compartimentos habitveis e outro lote ou par-cela con nante deve ser igual ou superior a metade da sua altura, com o valor mnimo de 5,00 m (cinco metros).

    3. O afastamento entre qualquer fachada onde existam vos de compartimentos no habitveis e outro lote ou parcela con nante deve ser igual ou superior a 1,50 m (um metro e meio).

    4. No caso de existirem corpos salientes das fachadas, os afastamentos mnimos referidos nos nmeros 1 e 2 so medidos a partir desses corpos.

    Artigo 23

    Ptios interiores

    1. Em edifcios destinados a servios ou a habitao multifamiliar, admite-se a existncia de ptios no interior do lote, desde que garantidas as seguintes condies:

    a) O afastamento mnimo entre as fachadas que de nem o ptio deve permitir a inscrio de um cilindro com o dimetro igual ou superior a metade da altura da fachada mais alta, com um mnimo de 4 m (quatro metros);

    b) A organizao do ptio deve permitir a existncia de um acesso directo ao exterior do lote com a largura mnima de 1,60 m (um metro e sessenta), para um mximo de 15,00 m (quinze metros), salvaguardando deste modo a acessibilidade dos bombeiros ao ptio interior;

    c) Os elementos emergentes das fachadas, mesmo de carcter provisrio, designadamente estendais, no podem interferir com a de nio do cilindro referido na alnea a);

    d) A cota mais baixa do pavimento do ptio, preferencialmente coincidente com os pontos de escoamento, deve situar-se, no mnimo, a 0,30 cm ( do piso mais baixo que com ele con ne, sem prejuzo de se assegurar, caso o ptio seja visitvel ou esteja integrado nas partes comuns, uma diferena mxima de 0,02 cm ( em cada soleira que com ele con ne.

    e) A cota do pavimento do ptio deve situar-se, no mnimo, a 0,30 m abaixo da cota do piso mais baixo que com ele con ne;

    f) Constituam parte comum do edifcio, sejam descobertos e apenas acessveis a partir dos restantes espaos comuns; e

    g) Prevejam, sempre que as condies bioclimticas locais o aconselhem, a existncia de elementos vegetais.

    2. Podem abrir para os ptios interiores vos dos es-paos no habitveis, das cozinhas, dos suplementos de reas referidas no artigo 33 e ainda vos secundrios das salas, no contando estes ltimos para o clculo de rea envidraada referida no n. 1 do artigo 77.

    Artigo 24

    Corpos e elementos localizados sobre espaos de utilizao pblica

    1. Os corpos de volumetria proeminente e outros ele-mentos salientes das fachadas no podem, pelo balano e altura acima do solo, prejudicar a segurana, a acessi-bilidade para as pessoas com mobilidade condicionada, a arbo rizao presente e ou futura, a iluminao pblica, e ocultar letreiros de toponmia.

    2. A distncia destes elementos ao solo medida na vertical, no pode ser inferior a 3,00 m da face inferior.

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    3. Os elementos referidos no n. 1, s podem existir sobre zonas onde no se veri que circulao automvel e nunca a menos de 0,50 m da vertical do limite da faixa de circulao.

    4. Exceptuam-se no nmero anterior, as situaes em que exista circulao pblica de automveis atra-vs de corpos vazados do edifcio, devendo, neste caso, assegurar-se que distncia de qualquer elemento da construo faixa de circulao, medida na vertical, no seja inferior a 4,50 m.

    Artigo 25.

    Outras solues em desacordo com o presente diploma

    Podem admitir-se outras solues em desacordo com o disposto nos artigos anteriores, desde que quem em todo o caso estritamente asseguradas as condies mnimas de salubridade exigveis, mas s quando se trate de edi- caes cuja natureza, destino ou carcter arquitectnico requeiram disposies especiais.

    Seco II

    Espaos interiores das edi caes

    Subseco I

    mbito

    Artigo 26

    mbito

    As disposies contidas nesta Seco so aplicveis aos espaos interiores das novas edi caes e s intervenes do nvel III e IV, de acordo com o n. 1 do artigo 6., nas edi caes existentes destinadas a habitao, comrcio e servios administrativos, devendo para as restantes situaes aplicar-se a regulamentao espec ca da cons-truo e utilizao, remetendo-se para o presente cdigo as situaes em que seja aplicvel e em que a referida regulamentao espec ca seja omissa.

    Subseco II

    Disposies gerais

    Artigo 27

    P-direito

    1. Nos espaos destinados a habitao, o p-direito m-nimo de 2,70 m, dimenso que pode baixar at 2,40m nos vestbulos, corredores, instalaes sanitrias e arrumos.

    2. Nos espaos destinados a servios administrativos e comrcio, o p-direito mnimo de 3,20 m, salvo os casos sujeitos a regulamentao espec ca.

    3. Nos espaos referidos no n. 2, quando resultantes de alterao do uso permitido, o p-direito mnimo pode ser de 2,70 m.

    4. No caso de tectos com vigas aparentes, inclinados, abobadados, falsos ou contendo superfcies salientes, os ps direitos mnimos de nidos nos nmeros 1 e 2 devem ser mantidos, pelo menos, em 80% da superfcie, admitindo-se que, na superfcie restante, o p direito possa descer at 2,30 m no caso do n 1 e at 2,70 m no caso do n. 2.

    5. O p-direito mnimo dos espaos destinados a arru-mos localizados nos desvos de coberturas ou caves deve ser de 2,20 m em pelo menos 20% da sua superfcie, com o mnimo de 1,00 metro quadrado.

    6. Nos espaos destinados a estacionamento de viaturas ligeiras, o p direito mnimo de 2,20 m, medido abaixo de qualquer elemento saliente, em zonas de, estaciona-mento e circulao.

    7. O disposto nos nmeros anteriores no se aplica, desde que haja vontade expressa do dono de obra e esteja assegurado o cumprimento de regulamentos espec cos e salvaguardada a salubridade.

    Artigo 28

    Caves

    1. As caves devem ser su cientemente ventiladas e pro-tegidas contra a humidade e a respectiva utilizao ser feita nas condies de segurana e salubrida de xadas no presente cdigo e em outras disposies regulamentares e sem prejuzo dos edifcios vizinhos.

    2. S permitida a utilizao de caves como espaos habitveis quando, para alm de todas as determinaes do presente cdigo, sejam cumpridas as seguintes regras:

    a) Resultarem do aproveitamento do desnvel natural do terreno, permitindo dotar o espao de, pelo menos, uma fachada totalmente em elevao, devendo a cota do pavimento situar-se, no mnimo, 0,15 m acima da cota do terreno adjacente a essa fachada;

    b) Todos os espaos habitveis forem iluminados e ventilados directamente, atravs de vos abertos na fachada totalmente em elevao; e

    c) A localizao de cozinhas ou instalaes sanitrias pressupe que seja garantido o escoamento gravtico directo para a rede pblica das respectivas guas residuais, caso no se utilize o sistema de bombas.

    3. Sempre que exista recurso a um piso totalmente em cave para comrcio, devem car asseguradas as seguintes condies:

    a) O piso imediatamente superior referida cave deve garantir, no mnimo, o disposto na alnea a) do n. 2;

    b) O piso referido na alnea anterior deve ser vazado numa percentagem mnima de 30% da rea til da cave, sendo que essa percentagem pode ser conseguida atravs de uma ou mais aberturas que permitam a inscrio, em planta, de uma circunferncia de pelo menos 7,00 m de dimetro;

    c) A zona vazada referida na alnea anterior deve constituir-se em toda a periferia em zona de circulao pblica aberta para a zona vazada; e

    d) No piso em cave, a zona correspondente ao vazado do piso superior deve ser totalmente utilizada como zona de circulao pblica.

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    4. Os espaos habitveis podem ser iluminados e ventilados atravs de outras fachadas parcialmente em elevao, desde que os desnveis entre os peitoris e o terreno adjacente sejam pelo menos de 0,40 m.

    5. As caves destinadas a arrecadaes s podem ter comunicao directa com o interior dos fogos em edifcios unifamiliares ou de habitao colectiva.

    6. As caves destinadas a armazns ou arrecadaes de estabelecimentos comerciais devem ter acessos directos a esses estabelecimentos, sempre que lhes sejam contguos.

    7. Regulamentos municipais podem ainda xar outras disposies especiais a que devam obedecer as arreca-daes nas caves, tendentes a impedir a sua utilizao eventual para ns de habitao.

    Artigo 29

    Desvos das coberturas existentes

    1. Os desvos das coberturas existentes, nomeadamen-te, stos, guas-furtadas e mansardas, podem ser des-tinados a arre cadaes, permitindo-se outras utilizaes como espaos habitveis desde que quem garantidas para o prprio desvo, para o edifcio onde se insere e para os edifcios vizinhos, as condies de segurana, salubridade e conforto xadas no presente cdigo, no podendo constituir fraces autnomas.

    2. Os desvos das coberturas existentes podem ser fraces autnomas, se cumprirem as condies do Cdigo Civil para a sua constituio, para alm das relacionadas com a funcionalidade, segurana, e salubridade.

    3. permitido que os respectivos compartimentos te-nham o p-direito mnimo regulamentar s em metade da sua rea, no podendo, porm, em qualquer ponto afastado mais de 30 centmetros do permetro do com-partimento, o p-direito ser inferior a 2 m.

    4. Em todos os casos devem car devidamente assegu-radas boas condies de isolamento trmico.

    5. Os desvos das coberturas existentes s podem ter acesso pela escada principal da edi cao ou elevador quando satisfaam s condies mnimas de habitabili-dade xadas no presente cdigo.

    6. interdita a construo de cozinhas ou retretes nos desvos das coberturas existentes quando no renam as demais condies de habitabilidade.

    Artigo 30

    Dimenses de vos de acesso

    1. A largura til de passagem nos vos de acesso aos edifcios ou aos espaos comuns no pode ser inferior a:

    a) Acesso dos edifcios, 0,90 m;b) Todos os outros vos, incluindo os dos ascensores,

    exceptuando as arrecadaes, arrumos e instalao sanitria secundria da habitao,

    c) Os compartimentos, exceptuados os previstos na alnea b), 0,70 m;

    d) Acesso de viaturas, 2,40 m.

    2. A altura til de passagem dos vos de acesso aos edifcios ou aos espaos comuns no pode ser inferior a:

    a) Acessos, com excepo de viaturas, 2,00 m; eb) Acesso de viaturas, 2,20 m.

    3. Os vos de acesso aos edifcios ou aos espaos comuns devem permitir uma abertura fcil e sem grande esforo.

    4. A pega ou puxador no devem requerer, por parte do utilizador, a sua preenso ou manipulao, podendo ser operados com o punho fechado.

    5. No lado varrido pela porta, deve assegurar-se a exis-tncia de uma rea livre correspondente a um rectngulo com um vrtice no eixo de rotao, um lado complanar com a porta com o comprimento igual a soma de 0,60m a largura til, e um lado perpendicular a porta com 1,50m de comprimento, 1,50m num lado no varrido pela porta, uma rea livre correspondente a um rectngulo com um vrtice no eixo de rotao, um lado complanar com a porta com o comprimento igual a soma de 0,30m a largura til, e um lado perpendicular a porta com 1,20m de comprimento.

    6. Quando exista uma porta giratria, deve existir uma passagem alternativa adjacente, equivalente e funcional em permanncia.

    Artigo 31

    Espaos para estacionamento de viaturas

    1. Todas as novas edi caes devem dispor, sempre que possvel, de espaos para estacionamento de viaturas dos utentes, cujas caractersticas e nmero de unidades de estacionamento so de nidos de acordo com as disposi-es regulamentares aplicveis.

    2. Nas intervenes dos nveis III e IV em edifcios existentes, deve garantir-se o cumprimento deste ar-tigo, exceptuando-se as situaes em que as condies existentes no o permitam, ou que no se justi que em termos urbansticos locais, desde que devidamente fundamentado.

    3. Os espaos destinados a estacionamento colectivo devem ser amplos e s podem ser utilizados para esse m.

    4. Os espaos destinados a estacionamento colectivo, excepto quando localizados em ptios logradouros ou em caves, no podem ser compartimentados, excepto por exigncias regulamentares de segurana contra incndio.

    5. Sempre que o acesso ao estacionamento colectivo abra directamente para a via pblica deve existir uma luz sinalizadora e uma zona de espera com uma inclinao mxima de 4,00% , que obedea aos seguintes requisitos:

    a) Comprimento mnimo de 5,00 m a partir do espao de circulao; e

    b) Largura mnima de 3,00 m.6. A largura das rampas deve ser igual ou superior a 3,00m.7. Nos casos em que as rampas apresentem troos

    curvos, o raio de curvatura mnima do bordo exterior de 6,50 m e a largura da faixa de rodagem igual ou superior a 4,00 m.

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    8. A inclinao das rampas no pode ser superior a 18,00%, sendo que, sempre que a inclinao ultrapasse 12,00%, devem ser previstos troos de concordncia com os pisos, numa extenso mnima de 3,50 m e com a inclinao reduzida a metade da inclinao da rampa.

    9. As faixas de circulao devem garantir a largura mnima de 3,00m, excepto quando contguas a espaos de estacionamento, que devem corresponder a:

    a) 3,50m, quando contguas apenas a estacionamento longitudinal; e

    b) 5,50m, quando contguas a outras geometrias de estacionamento.

    10. Devem ser previstas zonas livres em locais prximo das rampas de modo a permitir a passagem cruzada ou espera de veculos.

    11. Qualquer lugar de estacionamento deve permitir a inscrio de um rectngulo com dimenses teis mnimas de 2,30m por 5,00m, excluindo-se o estacionamento longi-tudinal em que a largura til mnima pode ser de 2,00m.

    12. Os lugares devem ser independentes, assinalados no pavimento e identi cados, de acordo com o respectivo projecto, permitindo a entrada e sada de qualquer veculo sem interferncia com os restantes, admitindo-se contudo os lugares interdependentes, desde que afectos mesma fraco autnoma habitacional.

    13. Devem ser previstos lugares para veculos destina-dos a utilizadores com mobilidade condicionada no piso com mais fcil acesso via pblica e junto aos acessos pedonais, que garantam o seguinte:

    a) Estacionamentos de utilizao pblica, um lugar com a largura til mnima de 3,50 m em estacionamentos com lotao at 50 lugares, dois lugares com as mesmas caractersticas em estacionamentos com lotao at 200 lugares, e a partir deste nmero, um lugar por cada cem lugares ou fraco;

    b) Em estacionamentos adstritos utilizao habitacional, deve existir pelo menos um lugar utilizvel por cada veculo de pessoas com mobilidade condicionada, com a largura til mnima de 3,50 m e um comprimento mnimo de 5,00 m;

    c) A criao do lugar referido na alnea anterior tem carcter de obrigatoriedade em estacionamentos com mais de doze lugares, constituindo um lugar supletivo a localizar no espao comum do edifcio devendo o nmero total de lugares deste tipo obedecer mesma regra que a enunciada na alnea a); e

    d) A existncia de um percurso acessvel at as zonas pedonais da via pblica ou aos espaos comuns, bem como, quando existam, at postos de atendimento ou pagamento integrados no espao de estacionamento.

    Artigo 32

    Sistemas alternativos de estacionamento de veculos

    1. permitida a aplicao de monta-carros em substi-tuio de rampas nos casos devidamente fundamentados pela impossibilidade de circulao interior, desde que satisfaa os seguintes requisitos:

    a) Servir um estacionamento com capacidade mxima para 50 lugares, distribudos pelo mximo de 3 pisos;

    b) Prever a aplicao de um monta-carros por cada 25 veculos;

    c) A plataforma deve ter as dimenses mnimas livres de 2,50 m de largura e 5,00 m de comprimento;

    d) Ter um patamar em conformidade com o n. 5 do artigo 30.; e

    e) Seja facilmente opervel a partir do interior da viatura.

    2. admitida a aplicao de solues alternativas de estacionamento atravs de meios mecnicos ou outros, com a nalidade de optimizar o espao disponvel, sem prejuzo das condies de segurana, conforto e acessi-bilidade para o condutor.

    Artigo 33

    Compartimentos para resduos slidos e para limpeza

    Em todos os edifcios, excepo dos de habitao unifamiliar, deve atender-se ao seguinte:

    a) Quando no se preveja sistema alternativo de recolha de resduos slidos, deve existir pelo menos um compartimento encerrado, bem ventilado e facilmente acessvel do exterior, destinado a depsito de contentores, com dimenses relacionadas com o nmero de contentores adequados s necessidades do edifcio e s caractersticas do sistema de recolha, com a rea mnima de 6,00 m2;

    b) Deve existir um compartimento encerrado com a rea mnima de 2,00 m2, bem ventilado, destinado a arrecadao de material de limpeza; e

    c) Os compartimentos referidos nas alneas anteriores devem ser dotados de um ponto de gua com altura mnima para utilizao de 0,60 m e o respectivo ponto de drenagem.

    Artigo 34

    Comunicaes verticais

    1. As escadas, as rampas e os dispositivos mecnicos de comunicao vertical nomeadamente os, ascensores, monta-cargas, escadas ou tapetes rolantes, devem ser em nmeros e com localizao e dimenses adequadas as necessidades de utilizao de todos os utentes, incluindo aqueles com mobilidade condicionada.

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    2. Em qualquer edifcio obrigatrio que todos os pisos sejam servidos por escadas ou por rampas, convenien-temente iluminadas e ventiladas, por meio naturais ou arti ciais, e que quando o piso for servido por uma escada exista em alternativa um acesso alternativo, equivalente e disponvel em permanncia, utilizvel por uma pessoa em cadeira de rodas.

    3. Nas zonas de entrada e de circulao de uso comum no devem existir desnveis superiores a 0,02m.

    4. Sempre que nas zonas de entrada e circulao de uso comum existam desnveis superiores a 0,02m, deve prever-se uma rampa ou um dispositivo mecnico para vencer esse desnvel que cumpram o disposto respecti-vamente no artigo 36 ou no artigo 37.

    5. Todas as edi caes com mais de quatro pisos, in-cluindo cave e sto quando habitveis, no dotadas de monta-cargas utilizvel por pessoas, tem, alm da escada principal, uma escada de servio, incorporada, sempre que possvel, no permetro da construo, com acesso directo, e quanto possvel independente para a rua.

    6. A escada de servio estabelecida para que permita fcil acesso a todas as habitaes e utilizao cmoda e segura.

    Artigo 35

    Caractersticas das escadas

    1. Deve ser tratado como escada todo o conjunto de dois ou mais degraus consecutivos ou no intervalados entre si por espaos com comprimento igual ou superior a 1,50m.

    2. A largura til mnima das escadas e patamares de uso comum deve ser:

    a) 1,20m, nos edifcios de altura at 28,00m; b) 1,40m, nos edifcios de altura superior a 28,00m

    3. A largura til mnima das escadas das habitaes ou de outras unidades de ocupao, que no faam parte de um caminho de evacuao do edifcio, deve ser de 1,10 m.

    4. Nos patamares para onde abram portas de ascen-sores, ou de acesso as habitaes ou as unidades de ocupao dos edifcios, deve ser possvel inscrever um crculo com o dimetro mnimo de 1,50m, que no seja intersectado pelo varrimento das portas.

    5. Em edifcios pblicos, equipamentos colectivos, via publica e espaos comuns de prdios de habitao ou servios, os degraus no podem ter o espelho vazado nem o focinho saliente, devendo assegurar-se no cober-tor, junto a aresta do degrau, em toda a sua largura e numa profundidade mnima de 0,03 m, um revestimento anti-derrapante e um su ciente contraste cromtico e lumnico.

    6. A altura mxima de um degrau, espelho, de 0,18m e a sua profundidade mnima, cobertor, de 0,28m, sendo para determinao da profundidade do degrau considerada a medida que excede a projeco vertical do degrau superior, devendo garantir-se para as escadas referidas no n. 3, esta profundidade mnima em 2/3 da largura da escada.

    7. Nas escadas de uso comum obrigatria a existncia, no mnimo, do seguinte nmero de corrimos:

    a) Escadas de largura at 1,20 m, um;

    b) Escadas de largura superior a 1,20 m, dois.

    8. A exigncia de corrimos duplos veri ca-se em relao aos edifcios pblicos, equipamentos colectivos e via pblica, bem como as reas comuns de edifcios de habitao e servios.

    9. Para alm do ltimo degrau exigido sempre um prolongamento de corrimo.

    10.Cada lano de escadas de uso comum dos edifcios no pode vencer um desnvel superior a 2,40 m, devendo a largura dos patamares ser igual ou superior largura dos lan os e com a profundidade mnima de 0,70 m.

    11.As escadas devem garantir uma altura livre mnima de utilizao de 2,20 m em toda a sua extenso, sendo medida en tre o tecto e os patamares ou os limites dos degraus.

    12. No arranque de cada lano deve existir um pata-mar com uma largura til igual, no mnimo, soma das larguras dos lanos que serve e com uma profundidade mnima de 2,50m no extremo inferior de cada lano, e de 1,70m no extremo superior de cada lano, medidas perpendicularmente a partir da aresta do degrau mais recuado.

    13. As escadas de uso secundrio ou eventual, tais como as de acesso a depsitos e mezaninos com at 30,00m de rea, garagens, terraos de cobertura, adegas, cam dispensadas das exigncias previstas nos artigos precedentes.

    14. As escadas de acesso a depsitos, mezaninos com rea superior a 30,00m e at 80,00m tm largura m-nima de 0,90m.

    15. A existncia de elevador em uma edi cao no dispensa a construo de escada.

    16. A existncia de escada rolante no dispensa nem substitui qualquer escada ou elevador exigido pela le-gislao.

    17. As edi caes que por suas caractersticas de ocu-pao, rea e altura, requeiram sada de emergncia, devem atender s disposies de legislao espec ca.

    Artigo 36

    Caractersticas das rampas

    1. As rampas dos edifcios, em espaos de utilizao comum, devem ter uma inclinao mxima de 6%.

    2. Os lanos das rampas no devem ter extenso supe-rior a 6,00 m, devendo cada lano ser precedido e seguido por plataforma de descanso, com largura igual da rampa e o comprimento mnimo de 1,50m.

    3. As rampas dos edifcios, em espaos de utilizao comum, devem ter largura e altura teis mnimas, res-pectivamente de 1,00m e 2,20m.

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    4. Nas rampas indicadas nos nmeros anteriores que venam um desnvel superior a 0,40m, obrigatria a exis tncia em ambos os lados de duplo corrimo, prolon-gado em 0,30 m para alm dos limites da rampa e com a con gurao de nida no ponto seguinte.

    5. Quando a regulamentao espec ca o permitir, as rampas que venam desnveis inferiores a 0,40 m podem possuir corrimo duplo em apenas um dos lados, desde que que impedida a queda para o pavimento imediata-mente adjacente a rampa e as respectivas plataformas de descanso.

    6. Os corrimos do duplo corrimo devem estar a 0,75m e 0,90m de altura, medidos na vertical da superfcie da rampa at ao topo de cada corrimo, possuir uma super-fcie regular, contnua, sem arestas vivas e um dimetro exterior entre 0,04m e 0,05m.

    7. As rampas que possuam um desnvel superior a 0,10m em relao ao pavimento adjacente devem ser ladeadas em toda a sua extenso por uma proteco com uma altura mnima de 0,10m medida a partir da superfcie da rampa, que deve prolongar-se pelos lados das plataformas de descanso que estejam nas mesmas condies.

    Artigo 37

    Dispositivos mecnicos de comunicao vertical

    1. Em todos os edifcios com mais de quatro pisos so-brepostos consecutivos ou com diferena de cotas entre pisos utilizveis, superior a 14,00m, incluindo pisos destinados a estacionamento e arrecadaes obrigatria a instalao de dispositivos mecnicos de comunicao vertical que sirvam todos os pisos.

    2. Sem prejuzo do expresso no nmero anterior deve sempre ser garantido nos restantes edifcios, excepo dos edifcios de habitao unifamiliar, o espao necessrio para a futura instalao do referido dispositivo mecnico de comunicao vertical.

    3. Sem prejuzo de regulamentao espec ca referente a dimensionamento, segurana e utilizao de disposi-tivos mecnicos de comunicao vertical, deve garantir-se a instalao de uma cabine com as dimenses teis mnimas interiores de 1,10 m x1,40 m.

    4. Quando o nmero de pisos for superior a cinco, sempre que no haja monta-cargas utilizvel por pessoa, obrigatria a instalao de um monta-cargas para objectos, com a capacidade mnima de 100 quilogramas, permanentemente utilizvel e que sirva todos os pisos.

    Artigo 38

    Corredores

    1. Os corredores principais devem atender as seguintes condies:

    a) Ter p-direito mnimo de 2,20m;

    b) Ter largura mnima de 1,10m;

    c) Ter piso regular, contnuo e no interrompido por degraus;

    d) Ser livre de obstculos, devendo as infra-estruturas urbanas de saneamento, de telecomunicaes e de servios de combate a incndio, e outros, ser colocadas em nichos ou locais apropriados; e

    e) Ter ventilao para cada trecho mximo de 15,00m de extenso.

    2. Os corredores das galerias de uso pblico devem per-manecer abertos ao trnsito pblico ininterruptamente.

    Artigo 39.

    Passagens

    As passagens tm:

    a) P-direito mnimo de 2,20m; e

    b) Largura mnima 0,90m.Subseco III

    Habitao

    Artigo 40

    Tipologias, reas e organizao dos fogos

    1. O tipo de fogo de nido pelo nmero de quartos de dormir e, para a sua identi cao, utiliza-se o smbolo Tn, em que n representa o nmero de quartos de dormir.

    2. No nmero de compartimentos referidos no n. 1 no se incluem vestbulos, instalaes sanitrias, arrumos e outros compartimentos de funo similar.

    3. As reas mnimas dos compartimentos habitveis, e dos suplementos de rea para os vrios tipos de fogos, so as indicadas no Anexo I ao presente diploma, do qual faz parte integrante.

    4. A rea de um fogo , em cada piso ocupada pelo fogo, delimitada pelo contorno externo das paredes que sepa-ram o fogo dos espaos comuns do edifcio, pelo contorno intermdio das paredes que separam o fogo do resto do edifcio e pelo contorno externo das paredes exteriores do edifcio, somando as reas assim determinadas nos dife-rentes pisos ocupados pelo fogo, obtemos a rea do fogo.

    5. As tipologias superiores a T6 devem garantir as reas habitveis expressas no n. 3 para esta tipologia, e que todos os restantes quartos tenham rea habitvel mnima de 7,00 m2.

    6. Nos fogos T0 e T1, os espaos destinados a sala, co-zinha, tratamento de roupa e refeies podem constituir um nico compartimento desde que seja garantido:

    a) Que a rea total prevista seja maior ou igual ao somatrio das reas parciais previstas para cada um dos espaos; e

    b) Que o espao de cozinha tenha a rea mnima de 6,50m2, e que permita o respectivo encerramento.

    7. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, todos os compartimentos da habitao devem ser individuali-zados, admitindo-se no entanto a supresso de algumas

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    paredes divisrias devidamente identi cadas no projec-to, desde que seja salvaguardado que as cozinhas e as instalaes sanitrias constituam espaos autnomos encerrveis.

    8. Nos fogos desenvolvidos em mais de um piso deve garantir-se que a partir da entrada se aceda, sem recurso a desnveis superiores a 0,02m, aos seguintes compar-timentos:

    a) Um quarto,

    b) Uma cozinha; e

    c) Uma instalao sanitria completa conforme decorre dos nmeros 3 e 4 do artigo 43.

    9. Apenas se admitem fogos de exposio simples quando de tipologia igual ou inferior a T1, e desde que essa exposio garanta uma insolao su ciente dos compartimentos habitveis, conforme as disposies dos nmeros 1 e 2 do artigo 76.

    10. As reas brutas dos fogos tm os seguintes valores mnimos:

    a) T0 = 29, 40 m2;

    b) T1 = 42 m2;

    c) T2 = 54 m2;

    d) T3 = 68, 40 m2;

    e) T4 = 80,40 m2 ;

    f) T5 = 94,80 m2 ;

    g) T6 = 105,60 m2; e

    h) Tn = 1,2 x Ahab que corresponde ao somatrio dos compartimentos teis.

    11. As habitaes de interesse social regem-se por diploma especial.

    Artigo 41

    Dimenses dos compartimentos habitveis

    As dimenses dos compartimentos habitveis devem obedecer s seguintes condies:

    a) Nos compartimentos destinados a salas e quartos, quando no existam vos de iluminao e ventilao em paredes opostas ou contguas, a dimenso maior, quando considerada na perpendicular ao plano da fachada onde se situam os vos de iluminao e ventilao do compartimento, no deve exceder o dobro da dimenso menor, medida paralelamente a esse plano;

    b) As dimenses da sala devem permitir a inscrio de um crculo de dimetro maior ou igual a 2,70m;

    c) Nos quartos de rea maior ou igual a 7,00 m2 deve poder inscrever-se um quadrado com 2,40m de lado, e nos quartos de rea maior ou igual a 10,50 m2 deve poder inscrever-se um quadrado com 2,60 m de lado;

    d) Na cozinha, a dimenso menor no deve ser inferior a 2,10 m e a distncia mnima entre bancadas no deve ser inferior a 1,20 m, devendo ainda existir uma rea livre que permita inscrever um cilindro assente no pavimento, com 1,50 m de dimetro e 0,30m de altura; e

    e) Quando um compartimento se articular em dois ou mais espaos, a dimenso horizontal que de ne o respectivo contacto no deve ser inferior a dois teros da menor dimenso horizontal do espao maior, com o mnimo de 2,10 m, exceptuando as cozinhas, em que este valor 1,70 m.

    Artigo 42

    Equipamento das cozinhas

    1. A cozinha de cada fogo deve ser dotada do seguinte e quipamento xo mnimo:

    a) Lava-loia;

    b) Bancada de preparao e confeco de alimentos; e

    c) Apanha fumos.

    2. Este equipamento deve ser disposto de forma a deixar espao su ciente para instalar o seguinte equi-pamento mvel:

    a) Fogo;

    b) Dispositivo para aquecimento de gua quando no exista sistema centralizado para preparao de gua quente sanitria no edifcio;

    c) Dispositivo para lavagem de roupa; e

    d) Frigor co ou equivalente.

    3. Os espaos destinados aos dispositivos referidos nas alneas b), c) e d) do nmero anterior podem, em alternativa, ser localizados noutros compartimentos no habitveis do fo go.

    Artigo 43

    Caractersticas e dimensionamento das instalaes sanitrias

    1. As edi caes devem ser providas de instalaes sani trias dimensionadas e equipadas de acordo com o nmero dos seus utentes e tendo em ateno, alm das disposies do presente diploma, as outras regulamen-taes espec cas, nomeadamente aquelas referentes a acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada.

    2. As instalaes sanitrias devem ser ventiladas, poden do no ter vos para o exterior, desde que que e -cazmente assegurada a renovao constante e su ciente do ar, por ventilao natural ou forada, nos termos dos artigos 75 e 76.

    3. Os fogos tipo T0, T1 e T2 devem ser dota dos com uma instalao sanitria com a rea mnima de 3,00m2 e o seguinte equipamento mnimo, base de chuveiro, lavatrio e bacia de retrete.

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    4. O equipamento deve ser colocado de modo a deixar livre um espao onde possa inscrever-se um cilindro com base assente no pavimento, de 1,50 m de dimetro e 0,30 m de altura, qual estejam adjacentes, banheira, lavatrio, bacia de retrete e porta.

    5. Os fogos de tipologia igual ou superior a T3 devem ser dotados com o mnimo de duas instalaes sanitrias, ambas, no mnimo, com as caractersticas enunciadas no n. 3.

    6. A porta deve, sempre que possvel, abrir para fora, quando devidamente protegida e no inter ra directa-mente com as circulaes, caso a porta abra para dentro da instalao sanitria, o seu varrimento no pode interceptar o espao livre de nido pelo cilindro referido no n. 4.

    7. permitido a instalao de dispositivo para a lava-gem de roupa nas instalaes sanitrias.

    Artigo 44

    Espaos de entrada e de circulao

    1. Os espaos de entrada devem permitir a inscrio no pavimento de um crculo de dimetro igual ou superior a 1,50m.

    2. Os espaos de circulao devem ter largura igual ou superior a 1,10 m, mas no caso de corredores de com-primento igual ou inferior a 1,50 m, essa largura pode reduzir-se a 0,90m.

    Artigo 45

    Arrumos

    1. As habitaes devem dispor de reas para arrumos interiores ou exteriores ao permetro do fogo, devidamente ventilados, destinadas a despensas de apoio cozinha e roupeiros.

    2. As reas referidas no n. 1 podem distribuir-se por vrios espaos e devem ser iguais ou superiores a:

    a) T0 e T1 1,50 m2, garantindo um volume interior de 3,00 m3;

    b) T2 2,50 m2, garantindo um volume interior de 5,00 m3;

    c) Maiores ou iguais a T3 -3,00 m2, garantindo um volume de 6,00 m3.

    3. Os espaos referidos nos nmeros anteriores, quando constituam compartimentos encerrados, podem ter di-menses, em planta, inferiores a 1,60 m.

    Artigo 46

    Espaos para sala de condomnio

    1. Nos edifcios em que venha a constituir-se o regime de propriedade horizontal, e sempre que o nmero de fraces seja superior a 12, devem constituir-se espaos destinados a utilizao do condomnio, que satisfaam as condies seguintes:

    a) Serem independentes, terem acesso fcil a partir das reas de circulao do condomnio, serem

    acessveis para pessoas com mobilidade condicionada e serem constitudos no mnimo, por uma sala e uma instalao sanitria;

    b) A sala deve cumprir as exigncias estabelecidas para os compartimentos habitveis e ter uma rea mnima de 1,00 m2 por fraco autnoma, at 40 fraces, aumentando 0,50 m2 por fraco acima deste nmero; e

    c) A instalao sanitria deve, no mnimo, dispor de uma bacia de retrete e de um lavatrio, assegurando-se, quando houver mais de uma, que pelo menos uma deve possuir as dimenses teis mnimas de 2,20 m por 2,20 m e estar equipada para utilizadores com mobilidade condicionada.

    2. O espao de nido no nmero anterior no pode ser uti lizado para outros ns.

    Subseco IV

    Comrcio e servios

    Artigo 47

    Disposies genricas e espec cas

    As disposies contidas nesta subseco devem ser complementares com as disposies que existam em regulamentao espec ca para a utilizao a que se destinam os espaos.

    Artigo 48

    Condies de habitabilidade

    1. Para as situaes tratadas nesta subseco consi-dera-se que as condies de habitabilidade se referem fraco autnoma independentemente da sua comparti-mentao, devendo no entanto ser garantida a ventilao e a iluminao de todos os seus espaos.

    2. No caso de galerias comerciais pode considerar-se a utilizao comercial da primeira cave enterrada, nas condies expressas no n. 3 do artigo 28.

    Artigo 49

    Disposies genricas sobre instalaes sanitrias

    1. Todas as edi caes so providas de instalaes sanitrias adequadas ao destino e utilizao efectiva da construo e reconhecidamente salubres, tendo em ateno, alm das disposies do presente diploma e as da lei sobre as canalizaes de esgoto.

    2. Sempre que seja instalada uma bacia de retrete deve existir um lavatrio, no compartimento no interior do qual se encontra a bacia de retrete.

    3. No permitida a colocao de bids nas instalaes sanitrias.

    4. As instalaes sanitrias no podem abrir directa-mente para a zona de trabalho ou pblica.

    5. As instalaes sanitrias acessveis ao pblico devem dispor de acesso a partir de zonas comuns, sendo a porta de abrir para o exterior.

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    6. A distncia mxima a percorrer entre a instalao sanitria e o ponto mais desfavorvel da fraco no pode ser superior a 50,00 m medidos em planta, nem vencer mais de um piso de desnvel, contando para esta medida circulaes horizontais e escadas.

    Artigo 50

    Instalaes sanitrias em servios em espaos autnomos

    1. Todas as fraces autnomas devem ter pelo menos uma instalao sanitria com rea mnima de 2,00 m2, equipada com uma bacia de retrete e um lavatrio.

    2. Em qualquer fraco autnoma as instalaes sani-trias devem ser em nmero que garanta uma unidade expressa no n. 1 por cada 65,00 m2 de rea til da fraco.

    3. Deve assegurar-se a existncia de pelo menos uma instalao sanitria com as dimenses mnimas de 2,20m x 2,20m, equipada para utilizadores com mobilidade condicionada, localizada nas reas comuns do edifcio e acima do solo, por cada 5000 m2 ou fraco de rea bruta de construo.

    4. Nas habitaes com mais de 4 quartos de dormir que apenas possuam uma bacia de retrete e uma instalao de banho, as instalaes sanitrias devem ter acessos independentes.

    Artigo 51

    Instalaes sanitrias em comrcio em espaos autnomos

    1. Os espaos com rea igual ou superior a 25,00 m2 devem ter no mnimo uma instalao sanitria com rea igual ou superior a 2,00 m2, equipada com uma bacia de retrete e um lavatrio.

    2. Os espaos cuja rea de acesso ao pblico seja supe-rior a 150 m2 devem dispor de pelo menos uma instalao sanitria com a dimenso til mnima de 2,20 m por 2,20 m equipada para utilizadores com mobilidade condiciona-da, e os espaos com mais de 300 m2 de rea livre devem dispor de pelo menos mais uma instalao sanitria.

    Artigo 52

    Instalaes sanitrias em conjunto de unidades comerciais

    1. Os conjuntos de unidades comerciais cujo total de rea comercial seja inferior ou igual a 150,00 m2 devem ter no mnimo duas instalaes sanitrias, uma das quais acessvel, equipadas com uma bacia de retrete e um lava-trio e uma com a dimenso mnima de 2,20 m x 2,20 m equipada para utilizadores com mobilidade condicionada.

    2. Por cada mais 150,00 m2 de rea comercial ou frac-o, para alm das instalaes sanitrias referidas no n-mero anterior devem ser previstas mais duas instalaes sanitrias com rea mnima de 2,00 m2 cada, equipadas com uma bacia de retrete e um lavatrio.

    3. A distncia mxima da instalao sanitria ao ponto mais desfavorvel de qualquer fraco no pode ser superior a 50,00 m nem vencer mais de um piso de desnvel, contando para esta medio circulaes hori-zontais e escadas.

    4. Ambos os sexos tm ao seu dispor uma instalao sanitria acessvel, sendo aceitveis as instalaes sa-nitrias unissexo.

    Artigo 53

    Acessos e circulaes

    1. As reas destinadas a comrcio ou servios em edif-cios multifuncionais devem, em regra, dispor de acessos ao exterior do edifcio, autnomos.

    2. As circulaes pblicas interiores ou exteriores de acesso a espaos comerciais, devem ter uma largura til mnima de 2,25 m, independentemente do estipulado nos regulamentos de segurana aplicveis.

    CAPITULO IV

    Segurana, salubridade e conforto

    Seco I

    Generalidades

    Artigo 54

    Disposies gerais

    1. As edi caes devem ser concebidas com os requi-sitos necessrios para que lhes quem asseguradas, de modo duradouro, as condies de segurana, salubridade, acessibilidade e conforto adequadas respectiva utiliza-o, procurando ainda minimizar os impactes ambientais que provoquem.

    2. As edi caes devem ser construdas com observn-cia das boas regras de construo, respeitando as normas de qualidade e regulamentao de segurana, procurando ainda optimizar os aspectos de sustentabilidade do ciclo de vida da edi cao, com base nos estudos de arquitec-tura sustentvel existentes actualmente, importantes no mbito da situao geomorfolgica de Cabo Verde.

    Artigo 55

    Obras de reconstruo ou transformao de edi caes existentes.

    1. As disposies do artigo anterior so aplicveis s obras de reconstruo ou transformao de edi caes existentes.

    2. Quando se trate de ampliao ou outra transfor-mao de que resulte aumento das cargas transmitidas aos elementos no transformados da edi cao ou s fundaes, no podem as obras ser iniciadas sem que se demonstre que a edi cao suporta com segurana o acrscimo de solicitao resultante da obra projectada.

    Artigo 56

    Condies especiais para zonas ssmicas

    Nas zonas sujeitas a impactos ssmicos devem ser -xadas condies restritivas especiais para as edi caes, ajustadas mxima violncia provvel aos abalos e in-cidindo especialmente sobre a altura mxima permitida para as edi caes, a estrutura destas e a constituio dos seus elementos, as sobrecargas adicionais que se devam considerar, os valores dos coe cientes de segurana e a continuidade e homogeneidade do terreno de fundao.

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    Seco II

    Segurana estrutural

    Artigo 57

    Exigncias de segurana

    1. As edi caes devem ser projectadas, construdas e mantidas de modo que seja garantida a segurana estrutural ao longo da Vida til do Edifcio (VUE), bem como a segurana dos ocupantes, dos edifcios vizinhos e a segurana pblica.

    2. As exigncias de segurana das estruturas e das edi- caes, devem ser estabelecidas e veri cadas de acordo com os critrios constantes da regulamentao aplicvel.

    3. Nos novos edifcios deve ser sempre deixada uma junta com os edifcios adjacentes.

    4. Sempre que entre edifcios adjacentes ou entre corpos do mesmo edifcio, existam diferenas de altura superiores ao dobro da altura de um deles, e que o de menor altura tenha pelo menos quatro pisos, a junta re-ferida no n. 3 deve ser dimensionada de modo a absorver os deslocamentos ssmicos.

    Artigo 58

    Intervenes em edi caes

    1. Sempre que se pretenda dar a uma edi cao ou a parte desta, mesmo que temporariamente, uma utilizao diferente daquela para que foi projectada, construda ou licenciada a respectiva utilizao, se disso resultar o agravamento das aces inicialmente consideradas, deve ser demonstrado por estudo adequado que os elementos da estrutura e das fundaes, nas condies de durabili-dade existentes, suportam com segurana os efeitos desse agravamento, e se necessrio devem ser efectuadas as obras de reforo adequadas, conforme projecto devida-mente fundamentado.

    2. O nvel de segurana a adoptar no projecto indicado no nmero anterior depende do nvel da interveno de nida no n 1 do artigo 6 e conforme indicado nos nmeros seguintes.

    3. Nas intervenes do nvel I, deve ser garantido que as condies de segurana estrutural aplicveis no sejam inferiores s existentes antes da interveno.

    4. Nas intervenes dos nveis II e III devem ser ga-rantidas, para as aces permanentes e sobrecargas, as condies de segurana estrutural das edi caes novas, mas combinando-as com as restantes aces variveis afectadas de um coe ciente de segurana unitrio.

    5. Nas intervenes do nvel IV a edi cao deve ser reabilitada de forma a garantir as condies de segurana estrutural aplicveis s edi caes novas.

    6. Nas intervenes realizadas em edifcios classi -cados, ou em edifcios includos em zonas de proteco, o nvel de segurana a adoptar deve ser de nido pela entidade tutelar da classi cao, salvaguardando sem-pre que possvel, que para as intervenes do nvel IV

    os critrios no sejam inferiores aos de nidos para as intervenes de nveis II e III, mantendo-se os critrios para as restantes categorias.

    7. Nas veri caes de segurana indicadas nos nmeros anteriores devem ser consideradas as condies existen-tes nos materiais que forem reutilizados e a eventual nova vida til de nida pelo dono de obra.

    Seco III

    Segurana contra incndio

    Artigo 59

    Exigncias gerais de segurana

    1. As edi caes, devem ser projectadas e construdas com vista a limitar os riscos de ocorrncia e de desenvol-vimento de incndio.

    2. As edi caes devem ser projectadas e construdas de forma a facilitar a evacuao dos ocupantes e a inter-veno dos bombeiros.

    3. As edi caes devem ser servidas por vias que per-mitam a aproximao, o estacionamento e a manobra das viaturas dos bombeiros.

    Artigo 60

    Aplicao diferente daquela para que for autorizada

    A nenhuma edi cao, ou parte de edi cao, pode ser dada, mesmo temporariamente, aplicao diferente daquela para que for autorizada, de que resulte maior risco de incndio, sem que previamente sejam executadas as obras de defesa indispensveis para garantia da segu-rana dos ocupantes do prprio prdio ou dos vizinhos.

    Artigo 61

    Exigncias espec cas de segurana

    As edi caes, esto sujeitas ao cumprimento das disposies regulamentares espec cas relativas a risco de incndio.

    Artigo 62

    Exigncias para intervenes

    1. Para as intervenes dos nveis I, II e III, as edi caes devem respeitar as eventuais exigncias de nidas em regulamento municipal.

    2. Nas intervenes do nvel IV as edi caes devem ser reabilitadas tendo em conta a regulamentao espec ca relativa a risco de incndio.

    Seco IV

    Segurana pblica e sade dos operrios no decurso das obras

    Artigo 63

    Exigncias gerais de segurana

    1. Durante a execuo de obras de qualquer natureza devem ser obrigatoriamente adoptadas:

    a) As precaues e as disposies necessrias para garantir a segurana do pblico e dos trabalhadores;

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    b) Medidas que salvaguardem as condies normais de circulao dos transeuntes, nomeadamente a acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada e, trnsito na via pblica;

    c) Medidas que evitem quaisquer danos causados a terceiros; e

    d) Garantir a limpeza permanente de todo o espao envolvente obra.

    2. As edi caes devem ser projectadas, construdas e mantidas respeitando a legislao em vigor sobre segu-rana e sade dos trabalhadores e do pblico.

    3. Todos os intervenientes na realizao das edi caes devem observar os princpios gerais de preveno de riscos pro ssionais estabelecidos na legislao espec ca sobre segurana e sade no trabalho.

    4. Os documentos de preveno de riscos devem ser elaborados e aplicados nos termos previstos na legislao em vigor para a preveno de riscos, na execuo das obras e nas intervenes posteriores para a manuteno durante todo o perodo de vida til da edi cao.

    5. So interditos quaisquer processos de trabalho susceptveis de comprometer o exacto cumprimento do disposto no n. 1.

    Artigo 64

    Estaleiro de obras

    1. O estaleiro das obras de construo, demolio ou ou-tras que interessem segurana dos transeuntes, quando no interior de povoaes, devem em regra ser fechados ao longo dos arruamentos ou logradouros pblicos por veda-es do tipo xado pelas respectivas cmaras municipais, tendo em vista a natureza da obra e as caractersticas do espao pblico con ante.

    2. Quando as condies do trnsito na via pblica impossibilitem ou tornem inconveniente a construo da vedao, podem ser impostas, em sua substituio, disposies especiais que garantam por igual a segurana pblica, sem embarao para o trnsito.

    3. O estaleiro de obras, suas instalaes e equipamentos tem de respeitar o direito de vizinhana e obedecer ao disposto no presente diploma, nas normas tcnicas cabo-verdianas, na legislao das concessionrias de servios pblicos e na legislao sobre segurana.

    Artigo 65

    Andaimes, escadas e outros dispositivos

    1. Os andaimes, escadas e pontes de servio, passadios, aparelhos de elevao de materiais e, de um modo geral, todas as construes ou instalaes acessrias e dispo-sitivos de trabalho utilizados para a execuo das obras devem ser construdos e conservados em condies de per-feita segurana dos operrios e do pblico de forma que constituam o menor embarao possvel para o trnsito.

    2. As cmaras municipais podem exigir disposies especiais, no que se refere constituio e modo de utili-zao dos andaimes e outros dispositivos em instalaes acessrias das obras, tendo em vista a salvaguarda do trnsito nas artrias mais importantes.

    Artigo 66

    Terraplanagens, abertura de poos galerias, valas e caboucos

    Na execuo de terraplanagens, abertura de poos ga-lerias, valas e caboucos, ou outros trabalhos de natureza semelhante, os revestimentos e escoramentos devem ser cuidadosamente construdos e conservados, adoptando-se demais disposies necessrias para impedir qualquer acidente, tendo em ateno a natureza do terreno, as condies de trabalho do pessoal e a localizao da obra em relao aos prdios vizinhos.

    Artigo 67

    Tapumes e passeios pblicos

    1. Nenhuma construo ou demolio pode ser feita no alinhamento das vias pblicas ou com recuo inferior a 4,00 m, sem que haja em toda a sua frente, bem como em toda a sua altura, um tapume provisrio que acompanha o andamento da construo ou demolio, ocupando, no mximo, a metade da largura do passeio.

    2. Nas construes recuadas de 4,00 m ou mais obri-gatria a construo de tapume com 2,00 m de altura mnima no alinhamento e tambm um tapume junto construo, a partir da altura determinada pela propor-o 1:3, recuo e altura.

    3. As construes recuadas de 8,00 m ou mais esto isentas de construo de tapume no alinhamento.

    4. A colocao do tapume deve observar a existncia de vegetais no terreno ou passeio de forma a no prejudic-los.

    5. permitida a ocupao mxima de 50% (cinquenta por cento) do passeio, preservando uma passagem livre de 1,00m para pedestres, quando for tecnicamente indispen-svel o uso de maior rea do passeio, deve o responsvel requerer a devida autorizao, justi cando o motivo.

    6. A permisso de que trata o n. 5 exclui a construo de quiosques e edi caes destinadas comercializao das unidades em construo ou j concludas, na rea a que se refere o passeio.

    7. O disposto no n. 5 aplica-se a qualquer obra reali-zada no prprio passeio pblico, com sua pavimentao ou reforma, instalao ou consertos em redes, sejam de saneamento, de gua, elctrica, telecomunicaes, de transmisso de dados ou imagem.

    8. Quando, por razes tcnicas, for indispensvel a obstruo do passeio pblico, a circulao de pedestres realizada com estreitamento da pista para veculos, em corredor cuja largura no seja inferior a 1m, descon-siderados os equipamentos de proteco e sinalizao, que so obrigatrios, segundo normalizao dos rgos competentes.

    9. Aps o trmino das obras, os tapumes devem ser retirados no prazo mximo de 10 dias.

    Artigo 68

    Outras medidas de segurana

    Alm das medidas de segurana referidas no presente captulo, podem as cmaras municipais, tendo em vista a comodidade e a higiene pblica, e dos operrios, impor outras relativas organizao dos estaleiros.

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    Artigo 69

    Conservao e limpeza dos logradouros e proteco s propriedades

    1. Durante a execuo das obras o pro ssional respon-svel deve pr em prtica todas as medidas necessrias para que os logradouros, no trecho fronteiro obra, sejam mantidos em estado permanente de limpeza e conservao.

    2. Nenhum material pode permanecer no logradouro pblico seno o tempo necessrio para sua descarga e remoo.

    3. No caso de se veri car a paralisao por mais de 90 (noventa) dias, a construo deve:

    a) Ter todos os seus vos fechados de maneira segura e conveniente; e

    b) Ter seus andaimes e tapumes removidos, quando construdos sobre o passeio.

    Seco V

    Salubridade

    Artigo 70

    Exigncias gerais

    A construo de qualquer nova edi cao e as inter-venes do nvel IV, devem ser executadas de forma que para todas as fraces autnomas habitveis quem as-seguradas as condies de salubridade, nomeadamente a renovao geral e permanente de ar, iluminao natural e o acesso aco directa dos raios solares, bem como o abastecimento de gua potvel e evacuao das guas pluviais e residuais.

    Artigo 71

    Estanqueidade gua

    1. As envolventes das edi caes bem como todos os elementos em contacto directo com o solo, devem assegurar a estanqueidade gua, observando-se os seguintes preceitos:

    a) A progresso da humidade do solo s paredes e aos pavimentos deve ser impedida atravs de disposies construtivas adequadas;

    b) Todos os elementos constituintes das fachadas, incluindo os componentes dos vos, devem ser concebidos de forma a proporcionar uma estanqueidade gua adequada sua exposio;

    c) As coberturas das edi caes devem ser concebidas de forma a garantir a drenagem das guas pluviais, serem estanques gua e resistentes aos agentes atmosfricos.

    2. Os restantes espaos exteriores das edi caes, nomeadamente, varandas, rampas, oreiras, ptios e logradouros, devem ter tratamento e sistema de drenagem, que assegure o rpido e completo escoamento das guas pluviais ou de lavagem.

    3. Nos locais do interior das edi caes, onde exis-tam dispositivos de utilizao de gua, os elementos de construo devem ser estanques e resistir presena permanente ou prolongada da gua.

    Artigo 72

    Exigncias de distribuio e drenagem de gua

    1. Devem ser cumpridas as disposies regulamentares espec cas de distribuio de gua e de drenagem de guas residuais domsticas e pluviais.

    2. A drenagem de guas residuais contaminadas e radioactivas deve merecer aprovao das entidades licenciadoras.

    Artigo 73

    Qualidade do ar interior

    1. Atravs de uma seleco correcta dos materiais de construo e da garantia de condies adequadas de renovao do ar, as edi caes devem ser projectadas, construdas e mantidas de forma a garantir que a qua-lidade do ar no seu interior seja continuamente prpria ocupao humana, nomeadamente:

    a) Evitando a acumulao de substncias perigosas para a sade, tais como gases, vapores, poeiras e aerossis; e

    b) Evitando os cheiros incmodos.

    2. A satisfao dos objectivos referidos no nmero anterior deve ter em conta:

    a) O uso da edi cao e as actividades que nele decorrem;

    b) O nmero de ocupantes; e

    c) Os mecanismos adoptados para a renovao do ar e no caso de existncia de sistemas mecnicos de ventilao, a eventual existncia de dispositivos de limpeza do ar.

    Artigo 74

    Materiais de construo no poluentes

    1. Os materiais de construo, em particular os mate-riais de revestimento, nomeadamente, tintas, vernizes, estuques, madeiras, contraplacados e materiais brosos, devem ser seleccionados de forma a no libertarem gases poluentes para o ar interior, devendo utilizar-se apenas os que sejam certi cados como ecologicamente limpos e no emissores de Compostos Orgnicos Volteis (COV).

    2. Quando forem aplicados materiais que no sejam certi cados como ecologicamente limpos, devem ser adop-tadas as medidas adequadas para permitir a garantia da qualidade do ar interior, nos termos de regulamentao espec ca.

    3. O departamento governamental responsvel pela rea do ambiente disponibiliza uma base de dados e de certi caes.

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    Artigo 75

    Renovao do ar

    1. A renovao do ar nas edi caes pode ser realizada por ventilao natural, mecnica ou hbrida, devendo ser garantida em permanncia para cada compartimento de qualquer das fraces autnomas habitveis, indepen-dentemente da necessidade de aberturas de janelas ou portas pelos ocupantes.

    2. As taxas mnimas de renovao do ar so as xadas em regulamentao espec ca, sendo obrigatrio instalar, em cada compartimento habitvel:

    a) Tomadas de ar exterior permanentes ou auto-regulveis, directas ou por condutas, quando no houver ventilao mecnica; e

    b) Grelhas alimentadas por sistema de ventilao mecnica, quando existir.

    3. A ventilao natural deve obedecer aos requisitos indicados na alnea a) do n. 2 e obedecer aos preceitos da regulamentao ou normalizao nacional aplicvel.

    4. A ventilao mecnica deve obedecer aos requisitos indicados na alnea b) do n 2, deve respeitar a regula-mentao espec ca, tendo em conta a garantia de taxas mnimas de ventilao, a e cincia da ventilao e a cor-respondente e cincia energtica, bem como as condies que permitam a manuteno preventiva e correctiva dos sistemas que assegurem a qualidade do ar interior e o conforto trmico e acstico.

    5. A soluo adoptada para a ventilao de uma edi cao ou fraco autnoma deve ser devidamente descrita e justi cada no projecto de execuo, que deve abordar as questes ligadas renovao do ar e garantia da qualidade do ar interior, bem como satisfao dos requisitos de evacuao de e uentes, conforme disposto nos artigos 148 e 149.

    Artigo 76

    Iluminao e ventilao naturais

    1. Nos espaos destinados habitao todos os com-partimentos habitveis devem ser iluminados por vos e ventilveis naturalmente por comunicao directa com o exterior, sendo que a rea de envidraados no deve ser inferior a 1/8 da rea til do compartimento onde se situam.

    2. Para efeitos de aplicao do nmero anterior, na quanti cao da rea til, considera-se apenas a rea adjacente ao vo, at 6 m de qualquer ponto deste, garantindo-se nesta rea o cumprimento das alneas b) e c) do artigo 41.

    3. Os restantes compartimentos habitveis devem se-guir regra idntica do n 1, com excepo dos casos em que razes de ordem tcnica fundamentadas justi quem soluo diferente.

    4. A ventilao natural de nida nos nmeros ante-riores, deve ser conseguida de preferncia atravs de aberturas em fachadas de orientao diferente.

    5. Em situaes em que no seja possvel cumprir o disposto no n. 4 devem adoptar-se dispositivos comple-mentares da ventilao natural, para alm do disposto na alnea b) do n. 6.

    6. Independentemente das exigncias espec cas da regulamentao ou normalizao previstas no n. 3 do artigo 75, as disposies mnimas a prever para assegu-rar a ventilao natural nas habitaes so as seguintes:

    a) Nas cozinhas, alm dos vos previstos no n. 1 deste artigo e no n. 2 do artigo anterior, deve existir ainda uma abertura para extraco de ar viciado, localizada sobre o espao destinado ao fogo, que pode tambm ser usada para extraco mecnica;

    b) Nos compartimentos sem vos para o exterior e em espaos destinados a instalaes sanitrias e arrumos, obrigatria a existncia de sistemas de extraco de ar viciado, que podem coincidir com os usados para extraco mecnica;

    c) As condutas de ventilao natural podem ser individuais ou colectivas mas, neste caso, devem ser justi cadas por estudo fundamentado que demonstre a respectiva viabilidade tcnica, na garantia total das condies de segurana e salubridade exigidas por este regulamento;

    d) As condutas colectivas de ventilao mecnica devem ter um nico ventilador colocado acima do ponto mais alto de extraco e devem assegurar um funcionamento contnuo, salvo estudo fundamentado que demonstre a viabilidade tcnica de outra soluo, na garantia total das condies de segurana e salubridade exigidas por este regulamento; e

    e) Nas condutas de extraco mecnica deve garantir-se que no haja reverso de fumos e cheiros.

    7. As frestas ou outros vos praticadas em paredes con nantes com prdios contguos no so considerados vos de iluminao ou de ventilao para os ns do dis-posto no presente artigo.

    Artigo 77

    Desobstruo dos vos de iluminao

    1. Os vos envidraados dos compartimentos habitveis devem distar de qualquer muro ou fachada fronteiros, que possam constituir obstculo iluminao natural, mais de metade da altura desse muro ou fachada, aci-ma do nvel do pavimento do compartimento, sendo a distncia medida perpendicularmente ao plano do vo, com o mnimo de 3 m.

    2. Quando nas paredes sobre logradouros ou ptios houver varandas, alpendres ou quaisquer outras cons-trues, salientes das paredes, susceptveis de prejudicar as condies de iluminao ou ventilao natural, as

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    distncias ou dimenses mnimas para efeitos do nmero anterior, so contadas a partir dos limites externos dessas construes.

    3. No deve haver a um e outro lado do eixo vertical do vo qualquer obstculo iluminao a distncia in-ferior a 2 m, devendo garantir-se, em toda esta largura, o afastamento mnimo de 3 m xado no n. 1.

    4. Exceptuam-se do disposto no n. 3 os elementos com projeco inferior a 1 m relativamente ao plano desse vo.

    Artigo 78

    Insolao de espaos habitveis

    1. As edi caes com habitaes devem ser localizadas, orientadas e concebidas de modo a que em cada fogo, pelo menos um dos compartimentos habitveis, de preferncia o de maior rea, tenha exposio su ciente radiao solar directa.

    2. Para cumprimento do disposto do nmero anterior, deve-se observar o seguinte:

    a) O perodo de tempo durante o qual as superfcies envidraadas daquele compartimento esto expostas radiao solar directa no deve ser inferior a cinco horas dirias; e

    b) A contagem desde perodo deve ser feita entre as 7 e as 17 horas solares e quando os raios solar que incidem nos envidraados estejam contidos no diedro vertical de 140 cujo plano bissector inclua o eixo desses envidraados.

    3. O disposto nos nmeros anteriores deve tambm ser considerado na avaliao da obstruo da radiao solar directa que a nova edi cao produz nas edi caes existentes ou a construir na rea envolvente.

    4. Sem prejuzo do disposto no n. 8 do artigo 40, quanto a novos fogos, exceptuam-se do cumprimento das disposies dos nmeros 1 a 3, as edi caes inseridas e a inserir em reas urbanas consolidadas.

    5. Os m