64
Coerênc ia Prof. Édson Carlos

Coerência

  • Upload
    myron

  • View
    18

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Coerência. Prof. Édson Carlos. Coerência. Resulta das relações cognitivas e lógicas que são estabelecidas na interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Coerência

CoerênciaProf. Édson Carlos

Page 2: Coerência

Coerência

Resulta das relações cognitivas e lógicas que são estabelecidas na interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários.

Page 3: Coerência

Texto coerente é o que “faz sentido” para seus usuários, o que torna necessária a incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência textual.

(KOCH; TRAVAGLIA, 1993, p. 32)

Page 4: Coerência

“[... ] não existe o texto incoerente em si, mas [...] o texto pode ser incoerente em/para determinada situação comunicativa. Assim, será bom o texto quando o produtor souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção comunicativa, objetivos, destinatários, outros elementos da situação de comunicação em que é produzido, uso dos recursos linguísticos, etc.

(KOCH; TRAVAGLIA, 1993, p. 37)

Page 5: Coerência
Page 6: Coerência
Page 7: Coerência

Fatores de textualidade

Page 8: Coerência

a. conhecimentos linguísticos – domínio e uso da organização da língua em uma cadeia linguística e como e onde cada elemento se encaixa nesta cadeia, isto é do contexto linguístico

Page 9: Coerência
Page 10: Coerência

b. conhecimento de mundo bem como o grau em que esse conhecimento é partilhado pelo(s) produtor(es) e receptor(es) do texto, o que se reflete na estrutura informacional do texto, entendida como a distribuição da informação nova e dada nos enunciados e no texto, em função de fatores diversos

Page 11: Coerência

Depois do tango, chegou a vez do fado. Na Arábia

Manchete, título de reportagem cujo assunto era o jogo pelo campeonato mundial de juniores, na Arábia Saudita.

Page 12: Coerência
Page 13: Coerência
Page 14: Coerência

c. fatores pragmáticos e interacionais: tais como o contexto situacional, os interlocutores em si, suas crenças e intenções comunicativas, a função comunicativa do texto. (KOCH; TRAVAGLIA, 1993, p. 47)

Page 15: Coerência

A gravata. Guillaume Apollinaire

Page 16: Coerência
Page 17: Coerência

d. Intertextualidade: refere-se às diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de um texto dependem do conhecimento de textos anteriores. Pode-se apontar: alusão, epígrafe, paródia, paráfrase, citação, metalinguagem e polifonia

Page 18: Coerência

Guernica. Pablo Picasso, 1937.

Page 19: Coerência

Os Fuzilamentos de três de Maio (1808) – Francisco Goya.

Page 20: Coerência

e. Aceitabilidade: disposição ativa de participar de um discurso e/ou compartilhar um propósito; é preciso que os enunciatários aceitem a manifestação linguística como um texto que tenha para eles alguma relevância.

Page 21: Coerência
Page 22: Coerência

Proposta de Redaçãopara Análise

FUVEST – 2013

Page 23: Coerência

Veja o texto de apoio e as instruções:

Page 24: Coerência

Esta é a reprodução (aqui, sem as marcas normais dos anunciantes, que foram substituídas por X) de um anúncio publicitário real, colhido em uma revista publicada no ano de 2012.

Page 25: Coerência

Como toda mensagem, esse anúncio, formado pela relação entre imagem e texto, carrega pressupostos e implicações: se o observarmos bem, veremos que ele expressa uma determinada mentalidade, projeta uma dada visão de mundo, manifesta uma certa escolha de valores e assim por diante.

Page 26: Coerência

Redija uma dissertação em prosa, na qual você interprete e discuta a mensagem contida nesse anúncio, considerando os aspectos mencionados no parágrafo anterior e, se quiser, também outros aspectos que julgue relevantes. Procure argumentar de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre o assunto.

Instruções:• A redação deve obedecer à norma padrão da língua

portuguesa.• Escreva, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas.• Dê um título à sua redação.

Page 27: Coerência

Análise da proposta de Redação – FUVEST

– 2013

Page 28: Coerência

Em 2013, dada a pouca coletânea oferecida ao candidato, a Fuvest apenas apontou “caminhos” para a reflexão que deveria ser engendrada. Esses apontamentos estavam no segundo parágrafo, no trecho textual posterior à imagem acompanhada dos dizeres publicitários (“Aproveite o melhor que o mundo tem a oferecer com o cartão de crédito X”). Lá, havia a seguinte indicação: “se o observarmos bem, veremos que ele expressa uma determinada mentalidade, projeta uma dada visão de mundo, manifesta uma certa escolha de valores e assim por diante”.

Page 29: Coerência

Para a produção da dissertação, o aluno teria que ter pensado: qual é a mentalidade expressa pela propaganda? Qual é e como é a visão de mundo projetada? Quais valores estão manifestados, direta e indiretamente, na campanha publicitária?

Page 30: Coerência

Redação para Análise I

Page 31: Coerência

“Escravos Capitalistas”

Há na sociedade contemporânea uma problemática que torna-se exponencialmente incontrolável: a combinação entre o consumismo exacerbado e a interferência da mídia no cotidiano de cada cidadão.

Page 32: Coerência

Substituímos a compra por necessidade e estamos aderindo a todas as inovações tecnológicas, por pleno prazer e, também, por status. Com a exorbitante otimização em empresas, busca-se promover comodidade e conforto aos consumidores e, portanto, as inovações são intermináveis e á curto prazo, fazendo com que exista uma obrigação em adquirir o melhor produto, o mais avançado, sendo que o antigo na maioria das vezes ainda mantem um bom desempenho funcional.

Page 33: Coerência

Além disso, para contribuir com o consumismo, contamos com o capitalismo selvagem, priorizando puramente o lucro e, o papel das mídias que influem no comportamento de cada um: omitir informações a respeito de produtos para que a venda seja realizada com maior facilidade, é um dos artifícios clássicos da propaganda, por exemplo; oferecer facilidade em compras parceladas e omitir juros significantes para consumidores leigos é também outra forma de ostentar o dinheiro.

Page 34: Coerência

Assim sendo, com o consumismo incontrolável estamos cada vez mais nos estereotipando como escravos do capitalismo, pois aparentemente só reconhecemos valores materiais e não mais o valor pessoal que cada um carrega consigo, já que não é necessário consumir para adquirir e comprovar uma boa posição social, pois o acúmulo de dinheiro tem nos tornado apenas mais carentes.

Page 35: Coerência

Análise da Redação

Page 36: Coerência

A dissertação “Escravos Capitalistas” pode ser avaliada como um texto de mediano a bom. Ideias relevantes acerca do recorte temático (consumismo), um considerável desenvolvimento argumentativo e uma adequada coesão entre os parágrafos garantem uma argumentação progressiva razoável. Mas alguns problemas com elementos coesivos (dentre eles, a pouca pontuação) e/ou com escolhas lexicais equivocadas no interior dos segmentos frasais acabam afetando as relações de coerências em “pontos” determinados o que, por acúmulo, prejudica a qualidade da produção.

Page 37: Coerência

No primeiro parágrafo, já se nota uma escolha lexical pouco adequada, comprometendo, portanto, a clareza das ideias que estão para serem expostas: em “a interferência da mídia no cotidiano de cada cidadão”, percebe-se, pelo contexto temático proposto pela prova, que a questão não se trata especificamente de “culpa da mídia” na rotina do cidadão, uma vez que esta é apenas um veículo para as grandes empresas, indústrias, lojas e entidades comercias as quais – estas sim – almejam atingir o dia-a-dia dos indivíduos para neles incutir a necessidade da compra.

Page 38: Coerência

No final do terceiro parágrafo, tem-se que “é também outra forma de ostentar o dinheiro”: a ideia da ostentação do dinheiro parece deslocada, pouco elucidativa. Talvez o autor pudesse ter pensado em “(…) outra forma de incitar ao consumo desnecessário”. No último parágrafo, a utilização do advérbio “aparentemente” (“pois aparentemente só reconhecemos valores materiais e não mais o valor pessoal que cada um carrega consigo”) deixa a frase ambígua e, portanto, com uma imprecisão nada esperada em um trecho do texto que deveria ser contundentemente conclusivo.

Page 39: Coerência

O bom título – “Escravos Capitalistas” – é um dos vários indícios de que a dissertação, se for retrabalhada, repensada e reescrita, tem grandes chances de deixar de ser um texto mediano ou bom para se tornar uma excelente produção dissertativa.

Page 40: Coerência

Redação para Análise II

Page 41: Coerência

“Consumismo, alienação e sustentabilidade: um novo desafio”

A economia mundial está baseada na obtenção do lucro; e para alcançar tal objetivo as empresas submetem a sociedade ao “vale-tudo” capitalista, no qual consumir é o primeiro mandamento.

Page 42: Coerência

Comprar o necessário não condiz com o novo modelo econômico que supervaloriza o status e a aparência em detrimento do essencial. O valor do caráter humano deu lugar à superficialidade presente nas marcas das roupas e nos preços dos carros. Gradativamente, o próprio homem tornou-se um produto da ditadura do consumo. Pessoas felizes, bonitas e satisfeitas fazem parte dos anúncios publicitários, a fim de plantar nos receptores a vontade de comprar e de usufruir da mesma alegria.

Page 43: Coerência

São muitas a s armas usadas com o objetivo de conquistar o maior número de clientela possível. O crédito fácil é uma das causas do alto endividamento da população brasileira a qual, na maioria das vezes, adquire mais do que o orçamento permite. As crianças também são alvos diários: os pais acabam substituindo a educação tradicional e a presença familiar pelo brinquedo de última geração que o filho deseja. Assim, esta “doença” perpetua-se iniciando novos ciclos viciosos.

Page 44: Coerência

Não há como esquivar-se das propagandas presentes no dia-a-dia, porém a escolha de comprar está no poder de cada cidadão. Saber diferenciar o necessário do supérfluo pode ser difícil, no entanto, diante da situação crítica na qual o planeta encontra-se, todos são capazes de compreender a necessidade de diminuir a produção de lixo. Num mundo onde as coisas são criadas para a obsolescência, é dever do ser humano dizer não ao consumo exacerbado, a fim de construir um planeta sustentável.

Page 45: Coerência

Análise da Redação

Page 46: Coerência

O texto “Consumismo, alienação e sustentabilidade: um novo desafio” pode ser avaliado como regular. Há, nele, boas ideias acerca do recorte temático (consumismo) proposto pela Fuvest 2013: a “superficialidade presente nas marcas das roupas e nos preços dos carros” , ou ainda “o próprio homem tornou-se um produto da ditadura do consumo” são dois bons trechos extraídos do segundo parágrafo. Há também “são muitas as armas usadas com o objetivo de conquistar o maior número de clientela possível”, no início do terceiro parágrafo. Mas o pouco desenvolvimento argumentativo, entremeado por algumas linhas de raciocínio não tão relevantes (a da sustentabilidade é um exemplo) para a abordagem que a proposta exigia, acaba prejudicando esta dissertação.

Page 47: Coerência

A ausência de elementos coesivos unindo mais e melhor as partes do texto também constitui outro senão: com problemas na coesão, a argumentação não progride o que, claro, é ruim. Um indício dessa falha argumentativa está na “conclusão” que, efetivamente, quase nada conclui sobre a reflexão que a Fuvest exigia. A parte final da dissertação traz, por exemplo, a ideia de que “saber diferenciar o necessário do supérfluo pode ser difícil”, mas essa linha ideológica (que seria até interessante para o enfoque temático proposto) não foi discutida, não foi elucidada anteriormente: o que é necessário? O que é supérfluo? Qual a relação entre supérfluo e consumismo (tema da prova)? Essas respostas deveriam, mas não estão presentes no texto em questão.

Page 48: Coerência

Aliás, nem o que é “consumismo” está bem trabalhado no texto: nele, não há o conceito claro de “consumismo” como um consumo exagerado/desnecessário; não há, portanto, uma explícita e desenvolvida distinção entre “consumismo” e “consumo”. Essa diferenciação está presente apenas de forma tangencial, no segundo parágrafo (“comprar o necessário não condiz com o novo modelo econômico que supervaloriza o status e a aparência em detrimento do essencial”).

Page 49: Coerência

Voltando ao último parágrafo como exemplo de falha na estratégia temático-argumentativa, depois de “saber diferenciar o necessário do supérfluo pode ser difícil” tem-se que “no entanto, diante da situação crítica na qual o planeta encontra-se (…)”. Como apontado no início deste comentário, a linha ideológica da “sustentabilidade” – presente, também, no título dado ao texto – diante de tantas outras possibilidades, mostra-se pouco relevante para o bom tratamento temático. Fica até parecendo uma “forçação de barra”, ou seja, fica a aparência de que se utiliza de um assunto – o da sustentabilidade – apenas porque se trata de um tema bastante comentado ultimamente.

Page 50: Coerência

Proposta de Redaçãopara Análise

unicamp – 2010

Page 51: Coerência

2) Para o sociólogo húngaro Karl Mannheim, a geração consiste em um grupo de pessoas nascidas na mesma época, que viveram os mesmos acontecimentos sociais durante a sua formação e crescimento e que partilham a mesma experiência histórica, sendo esta significativa para todo o grupo. Estes fatores dão origem a uma consciência comum, que permanece ao longo do respectivo curso de vida. A interação de uma geração mais nova com as precedentes origina tensões potencializadoras de mudança social. O conceito que aqui está patente atribui à geração uma forte identidade histórica, visível quando nos referimos, por exemplo, à “geração do pós-guerra”. O conceito de “geração” impõe a consideração da complexidade dos fatores de estratificação social e da convergência sincrônica de todos eles; a geração não dilui os efeitos de classe, de gênero ou de raça na caracterização das posições sociais, mas conjuga-se com eles, numa relação que não é meramente aditiva nem complementar, antes se exerce na sua especificidade, ativando ou desativando parcialmente esses efeitos.

(Adaptado de Manuel Jacinto Sarmento, Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br)

Page 52: Coerência

3) A partir do advento do computador, as empresas se reorganizaram rapidamente nos moldes exigidos por essa nova ferramenta de gestão. As organizações procuraram avidamente os “quadros técnicos” e os encontraram na quantidade demandada. Os primeiros quadros “bem formados” tiveram em geral carreiras fulminantes. Suas trajetórias pessoais foram tomadas como referência pelos executivos mais jovens. Aqueles “grandes executivos” foram considerados portadores de uma “visão de conjunto” dos problemas empresariais, que os colocava no campo superior da “administração estratégica”, enquanto o principal atributo da nova geração passa a ser a contemporaneidade tecnológica. Os constrangimentos advindos do choque geracional encarregaram-se de fazer esses “jovens” encarnarem essa característica, dando a esse trunfo a maior rentabilidade possível. Assim, exacerbaram-se as diferenças entre os recém-chegados e os antigos ocupantes dos cargos. No plano simbólico, toda a ética construída nas carreiras autodidatas é posta em xeque no conflito que opõe a técnica dos novos executivos contra a lealdade dos antigos funcionários que, no mais das vezes, perdem até a capacidade de expressar o seu descontentamento, tamanha é a violência simbólica posta em marcha no processo, que não se trava simplesmente em cada ambiente organizacional isolado, mas se generaliza.

(Adaptado de Roberto Grün, Conflitos de geração e competição no mundo do trabalho. Cadernos Pagu. Campinas, vol. 13, p. 63-107, 1999.)

(....).

Page 53: Coerência

A PROPOSTALeia a coletânea e elabore sua dissertação a partir do seguinte recorte temático: A relação entre gerações é frequentemente caracterizada pelo conflito. Entretanto, há outras formas de relacionamento que podem ganhar novos contornos em decorrência de mudanças sociais, tecnológicas, políticas e culturais.Instruções:1. Discuta formas pelas quais se estabelecem as relações entre as gerações.2. Argumente no sentido de mostrar que essas diferentes formas coexistem.3. Trabalhe seus argumentos de modo a sustentar seu ponto de vista.

Page 54: Coerência

Redação para Análise III

Page 55: Coerência

A relação e conflitos de gerações sempre estão se renovando, sempre tem algo a se aprender, a se ensinar, na vida não bastar parar para pensar, tem que sempre buscar mais e mais. Enquanto houver filhos para nascer, sempre vai existir uma “galera”, toda uma geração, seja ela de cultura, de modo de como se comportar, e isso se assemelha e se faz comparações com outras gerações, as passadas, que já tem toda uma história.

Page 56: Coerência

Quem nunca se comparou com a geração de sua mãe, de sua avó, de seu avô? Quem nunca teve curiosidade de saber como se vivia, de como era a época? Mas nem tudo são flores, pois bem, aí começa o chamado conflito, um querendo ser mais que o outro, é inevitável dizer para os mais antigos que agora é tudo bem mais rápido, e que ás vezes eles não entendem isso, pois foram criados de outra forma, e se adequaram desta maneira, deste modo, achando que estão corretos. E logo vem a réplica, dizendo que em seu tempo tudo era feito com mais naturalidade, com mais amor, e que as pessoas saíam á noite para namorar, ver as estrelas, a lua, não tinham medo de viver.

Page 57: Coerência

Não é de hoje que isso acontece, sempre somos expostos a isso, nos debatemos. É um conflito desnecessário, porém de orgulho, de honra. No trabalho, nas escolas, em lugares públicos, todas as situações onde se possa imaginar que tenha diferentes idades e gerações, estamos julgando, não importa se o sujeito é uma pessoa do bem ou não, mal o conhece, e somente pela maneira de se vestir já comete o ato de comparar.

Page 58: Coerência

Portanto, enquanto houver humanos que estão sempre em plena evolução e renovação, vão existir as comparações e conflitos, pouco se pode fazer, é puro instinto, mas mesmo assim devemos procurar deixar isso um pouco de lado, devemos entender que cada um tem seu tempo, e que é importante o respeito do mesmo.

Page 59: Coerência

Análise da redação

Page 60: Coerência

Primeiro, é importante ressaltar que a prova de redação utilizada para a produção do texto em questão é do vestibular de 2010 (modelo antigo da Unicamp) e apresenta três propostas que estão integradas ao conjunto da coletânea. Cada proposta corresponde a um tipo de texto (dissertação, narração e carta argumentativa), um recorte temático e instruções específicas.

Page 61: Coerência

A proposta escolhida para ser trabalhada na redação em questão é a dissertação. De acordo com o recorte temático, esperava-se que o texto mostrasse que não é apenas o conflito que marca as relações entre gerações, mas também, segundo a coletânea, o convívio e a troca entre lembranças distintas e a assimilação de saberes específicos de uma geração por outra (sem uma ordem – o mais velho também pode aprender com o mais novo). Deveria se argumentar no sentido de demonstrar que essas relações não se excluem, e que existe uma contínua partilha de saberes sob a forma de um convívio que pode ser conflituoso.

Page 62: Coerência

O texto traz marcas de oralidade, repetidos ao longo dele: expressões, como “pois bem”, e excessiva colocação de vírgula, dando caráter oral ao que é escrito, ocasionando problemas à modalidade, coerência e, consequentemente, ao tipo de texto. Além disso, essas ocorrências agravam a construção de parágrafos confusos e frases mal estruturadas. Claramente não houve o planejamento de texto.

Page 63: Coerência

Há pouca argumentação sobre o recorte temático pedido. O texto fica restrito a mostrar, de maneira bastante superficial, apenas o conflito existente entre gerações, apontando somente as diferenças entre elas, ignorando a instrução 2 da proposta – “argumente no sentido de mostrar que essas diferentes formas coexistem”. Apenas no último parágrafo há uma leve tentativa de passar a ideia do convívio das gerações, mas de forma pouco clara. O texto traz uma argumentação fraca, que se restringe quase totalmente em listar aspectos de conflitos e diferenças entre as gerações, deixando de lado a discussão necessária para um texto dissertativo.

Page 64: Coerência

Assim, estamos diante de um texto muito frágil do ponto de vista do recorte temático, do tipo de texto e da leitura de coletânea – que é muito pouco utilizada pelo candidato.