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Profa. Carla

COESÃO TEXTUAL Referencial Sequencial

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tipos de coesão

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  • Profa. Carla

  • A coeso textual, portanto, diz respeito ao fato de os diversos constituintes do texto estarem associados, unidos, formando um todo entendido como um texto, em relao a um no-texto. A coeso, assim definida, um dos fatores indispensveis noo de textualidade.Embora a coeso no ocorra somente entre sentenas, tecnicamente, podemos defini-la como "uma maneira de recuperar, em uma sentena B, um termo presente em uma sentena A".

  • Coeso textual refere-se s relaes de sentido que existem na superfcie textual, formando a textura (caracterstica que distingue texto de no texto). Pedro estudou. Pedro foi bem na prova.

    Pedro estudo, portanto foi bem na prova.

  • No exemplo Pedro estudou, portanto foi bem na prova notamos coeso sequencial e referencial.

    Sequencial: a palavra portanto d continuidade (sequncia) frase.

    Referencial: Na frase h elipse da forma referencial ele (refere-se ao referente Pedro)

  • Coeso referencialA coeso referencial realizada por certos elementos lingusticos cujo papel na lngua indicar, assinalar a referncia, ou seja, so dependentes da referncia para serem interpretados. Veja, a seguir, os elementos lingusticos que realizam a coeso referencial.

  • Um componente da superfcie do texto faz remisso a outro elemento textual. Pode ser:

    Anafrica: remisso para trs. Ex.: As crianas esto viajando. Elas voltaro no final do ms.

    Catafrica: remisso para frente.Ex.: Realizaram todos seus sonhos, menos este: o de entrar para a Fatec.

  • l. Substituio:pronomes: As crianas viajaram. Elas s voltaro no final de semana.verbos: Empresto-lhe o carro mas porque confio em vocadvrbios: Perto da estao havia uma estalagem. L reuniam-se os trabalhadores

  • Os pronomes pessoais (ele, ela, ns, o, a, lhe e flexes)a) Em 1996, o psiclogo iniciara o trabalho de campo. Durante cinco anos, ele trabalhou como gari, de um a trs dias por semana no Campus da Cidade Universitria da Capital Paulista.b) Um exemplo: Enquanto pessoas da classe mdia no cumprimentam o gari por entenderem que no se trata de uma pessoa e sim de uma funo, ele tenta se proteger da violncia da invisibilidade, no respondendo a um eventual cumprimento.

  • Os advrbios (aqui, ali, l, a)Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, bon, camisa e tal. Chegando l eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionrio, recm-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas, os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa tpica dos garis: so pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branqueio, mas isso talvez no seja o diferencial, porque muitos garis ali so brancos tambm.

  • Os artigos definidos o, a, os, as e suas contraes (no, na, nos, nas)Ns estvamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a p, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mo. O sujeito passou pela gente e no nos cumprimentou, o que comum nessas situaes. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e comeou a falar...

  • Os pronomes possessivos (meu, teu, seu e flexes)a) Fazendo-se passar por gari, o psiclogo Fernando Braga Costa varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado sobre a "invisibilidade pblica .b) Braga trabalhava apenas meio perodo como gari, no recebia o salrio de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lio de sua vida: "Descobri que um simples 'bom dia; que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da prpria existncia'; explica o pesquisador.

  • Os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele e suas flexes)a) Fernando cursava o segundo ano da faculdade e tinha uma disciplina voltada ao propsito de psiclogos desenvolverem estudos engajando-se na atividade escolhida. Esse mtodo conhecido como etnogrfico.b) Acredito que essa experincia me deixou curado da minha doena burguesa. Esses homens hoje so meus amigos.

  • d) Os garis e o psiclogo Fernando Braga Costa trabalharam juntos, varrendo as ruas da USP. Este ganhou notoriedade por sua esclarecedora pesquisa; aqueles, entretanto, continuam no anonimato.

    c) O uniforme simboliza a invisibilidade; temos de mudar isso, pois tambm se trata de uma violncia.

  • Os numerais (primeiro, segundo, ambos etc.)

    a) Com o mestrado, a pesquisa se desenvolveu em dois nveis. Primeiro, conhecer e avaliar as condies de trabalho dos garis, bem como as condies morais e psicolgicas nas quais esto inseridos na cena pblica. O segundo, analisar as aberturas e barreiras psicossociais que operam nos encontros entre o psiclogo social e os garis, ou seja, se havia aproximao e de que forma.

    b) Fernando e um gari resolveram almoar no Bandejo Central da USP. Ambos se tornaram "invisveis pelo simples fato de estarem vestidos como garis..

  • Palavras ou expresses sinnimas ou quase sinnimasO estudioso comenta que a distino de classe social determina a ao social. (...) enquanto pessoas da classe mdia no cumprimentam o gari (...) ele tenta se proteger da violncia da invisibilidade no respondendo a um eventual cumprimento.Uma das sadas a esta situao, destaca o pesquisador, seria num primeiro momento ter conscincia sobre a invisibilidade pblica.

  • Coeso por metonmia

    Para o FMI, o governo brasileiro ser tentado a gastar mais do que o previsto para este ano, mas Braslia deve resistir s presses por gastos.

  • II. Definitivizao Comprei um livro. O livro era sobre lingustica.

    III. ElipseAs crianas viajaram. S voltaro no final de semana.

  • Coeso por elipse ou ausnciaTrata-se de um mecanismo de retomada por supresso de um elemento j mencionado anteriormente.Os garis so carregados na caamba da caminhonete junto com as ferramentas. como se eles fossem ferramentas tambm. Eles no deixaram eu viajar na caamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de : insistir muito para poder viajar com eles na caamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.

  • sinnimos: A porta abriu-se e apareceu uma menina. A garotinha tinha olhos azuis.hipernimos: Vimos o carro aproximar-se. Alguns minutos depois, o veculo estacionava.nomes genricos: A multido ouviu o rudo de um motor. Todos olharam para o alto e viram a coisa se aproximandoexpresses nominais definidas: Bento XVI esteve no Brasil. O Papa visitou vrios estados.

  • Procedimentos lingusticos fazem a progresso do texto.

    Exs.: O investimento no projeto foi enorme, mas o retorno financeiro foi insignificante.

    Tudo ocorreu como estava previsto.

  • I. Recorrncia de termos: E o trem corria, corria, corria...

    de estruturas: Nosso cu tem mais estrelas Nossas vrzeas tm mais flores Nossos bosques tm mais vida Nossas vidas mais amores.

  • de contedos semnticos: Ele vai ficar fora algum tempo, isto , uns quatro meses.

    de recursos fonolgicos: O poeta um fingidorFinge to completamenteQue chega a fingir que dor A dor que deveras sente.

  • II. Progressomanuteno temtica: por uso de termos do mesmo campo lexical. O desabamento provocou srios acidentes. Diversas ambulncias transportaram as vtimas para o hospital da cidade mais prxima.b. encadeamento por:Justaposio: Voc tem razo, a menina bonita. Mas, voltando ao assunto , quando mesmo a prova? Conexo: Se no houver alunos inscritos, o curso de extenso no ser oferecido este semestre. Relao: Joo , sem dvida, o melhor candidato, alm disso, revela conhecer os problemas do povo.

  • Coerncia o que faz sentido para o leitor.

    Princpio de interpretabilidade do texto, num processo cooperativo entre quem l e quem escreve.

    Conhecimento de mundo compartilhado.

  • Conceitos: so conhecimentos que temos de objetos, situaes, eventos, aes.

    Frames: so modelos cognitivos globais que contm conhecimento de senso comum.

    Superestruturas: so estruturas globais caractersticas de certos tipos de discursos.

  • argumentos compatveis com a realidade;relaes entre argumentos apresentados compatveis com a realidade que se pretende analisar.

    As pessoas roubam porque tm fome.As meninas se prostituem por um prato de comida.

  • Organizao conceitual interna do texto que supe:

    Continuidade;No contradio;Articulao de argumentos (coeso).

  • Repetio o texto deve ter carter sequencial, desenvolvimento homogneo e contnuo, ausncia de ruptura.

    Progresso contribuio semntica constantemente renovada.

  • No contradio no introduo de nenhum elemento semntico que contradiga o contedo posto ou pressuposto por uma ocorrncia anterior.

    Relao preciso que os fatos que se denotam no mundo representado estejam relacionados.