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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Andréa Cristina Moreira Pagnota COLEOFAUNA (INSECTA: COLEOPTERA) DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALTOMONTANA EM CAMPOS DO JORDÃO, SP - BRASIL São Paulo 2015 Andréa Cristina Moreira Pagnota

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Andréa Cristina Moreira Pagnota

COLEOFAUNA (INSECTA: COLEOPTERA) DE UM FRAGMENTO DE

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALTOMONTANA EM CAMPOS DO

JORDÃO, SP - BRASIL

São Paulo

2015

Andréa Cristina Moreira Pagnota

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COLEOFAUNA (INSECTA: COLEOPTERA) DE UM FRAGMENTO DE

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALTOMONTANA EM CAMPOS DO

JORDÃO, SP - BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Ciências

Biológicas, da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, como

requisito para obtenção do título

de bacharel em Ciências

Biológicas.

Orientadora: Prof. Dra. Paola Lupianhes Dall’Occo

São Paulo

2015

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Uma vida repleta de atos de amor e bom caráter é a melhor lápide que alguém pode

deixar. Aqueles que te inspiraram e com quem você compartilhou seu amor sempre

se lembrarão de como você os fez sentir. Então esculpa seu nome em corações da

maneira mais positiva possível. O que você tem feito para si mesmo sozinho morre

com você; o que você tem feito para os outros e para o mundo permanece.

ANGEL CHERNOFF

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade Presbiteriana Mackenzie (Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde – CCBS – UPM) pela oportunidade de aprimorar meus

conhecimentos e pela base profissional que me foi concedida.

À Prof.ª Dr.ª Paola Lupianhes Dall’Occo, por aceitar fazer parte deste trabalho,

por sempre estar disposta, interessada e preocupada em ajudar. Obrigada pela

confiança e o grande apoio em absolutamente todos os sentidos e especialmente

obrigada pela paciência.

Ao Prof. Dr. Gustavo Augusto Schmidt de Melo Filho por ter aceitado fazer

parte da minha banca e por ter feito parte da minha formação.

À Amanda por ter aceitado fazer parte da minha banca e pelos conselhos e

ajuda prestados.

À minha família, por todo o amor, amizade, carinho, apoio e confiança. Eu amo

vocês.

À todos os alunos que cursaram a matéria de Ecologia Geral nos anos de 2011

à 2015, responsáveis pelas coletas dos exemplares utilizados nesse trabalho. Em

especial às turmas de 2014 e 2015 que me ajudaram diretamente nas coletas manuais

e instalação das armadilhas.

E aos amigos que ganhei ao longo de todos esses anos e que sempre

estiveram do meu lado tanto fora quanto dentro da faculdade, me apoiando, rindo e

pegando no meu pé. Aos amigos do Planeta Inseto. E aos que me ajudaram

diretamente na confecção do meu TCC: Amanda Alves (Silvia), Maysa Santoro,

Marina Castellari, Fernanda Tenório, Fernanda Lemes, Carolina Attala, Thales Neto e

Bruno Souza.

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RESUMO

A fauna de invertebrados encontrada no bioma de Mata Atlântica é muito

diversa e os besouros (coleópteros) são grande parte desta, representando a

maior ordem de insetos, possuindo aproximadamente 350 mil espécies

descritas, sendo mais de 28 mil só no Brasil. A principal característica desse

grupo é a presença do élitro recobrindo suas asas membranosas. São

adaptados a quase todos os tipos de ambientes e possuem importantes papéis

ecológicos e econômicos além de serem utilizados como bioindicadores. O

objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento da coleofauna

encontrada em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Altomontana na

Colônia de Férias do Instituto Presbiteriano Mackenzie em Campos do Jordão

– SP. Através de armadilhas tipo pitfall e coletas manuais, foram coletados 277

espécimes da coleofauna em 19 Famílias (Alleculidae, Cantharidae, Carabidae,

Cerambycidae, Chrysomelidae, Cleridae, Coccinelidae, Curculionidae,

Elateridae, Erotylidae, Lagriidae, Lycidae, Ostomatidae, Passalidae,

Phalacridae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae e Tenebrionidae) e 77

morfotipos, sendo que Scarabaeidae foi a família com o maior número de

morfotipos encontrados (17) e os crisomelídeos estiveram presentes em todas

as datas de coletas. Foi encontrada uma família no presente estudo que ainda

não havia sido registrada para a floresta ombrófila mista: Silphidae. O método

de captura que se mostrou mais eficiente entre pitfall e manual foi o manual e

não houve uma grande diferença entre o número de famílias encontradas na

primavera e no outono, mas pode-se concluir que a efetividade das armadilhas

se dá de acordo com o período que a mesma permanece no ambiente. O

conhecimento da distribuição das famílias de coleópteros é importante, pois a

mesma não é totalmente conhecida em muitas regiões, podendo fornecer

assim subsídios para projetos de conservação e manejo da fauna e flora local.

Palavras chaves: Coleofauna, Coleoptera, Floresta Ombrófila Mista, biodiversidade,

Campos do Jordão (SP), Brasil.

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ABSTRACT

The invertebrate fauna found in the Atlantic Forest biome is very diverse and

the beetles (Coleoptera) are much of this, representing the largest order of

insects with approximately 350.000 described species, more than 28.000 just

being in Brazil. The main feature of this group is the presence of elytra covering

their membranous wings. They are adapted to almost all types of environments

and have important ecological and economic roles besides being used as bio-

indicators. The objective of this study was to survey the coleofauna found in a

fragment of Araucaria Forest in the Upper Montane Colony of Mackenzie

Presbyterian Institute Rentals in Campos do Jordão - SP. 277 specimens of

coleofauna were collected in 19 families (Alleculidae, Cantharidae, Carabidae,

Cerambycidae, Chrysomelidae, Cleridae, Coccinelidae, Curculionidae,

Elateridae, Erotylidae, Lagriidae, Lycidae, Ostomatidae, Passalidae,

Phalacridae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae e Tenebrionidae) and 77

morphotypes, and Scarabaeidae) was the family with the largest number of

morphotypes found (17) and Chrysomelidae were present in all collections

dates. The only family collected in this study that had not yet been registered for

the mixed rain forest is Silphidae. The capture method that proved most

effective was the manual and there was a big difference between the number of

families found in the spring and fall, but it can be concluded that the

effectiveness of traps takes place according to the period that the trap remains

in the environment. Knowledge of the distribution of Coleoptera families is

important while it is not fully understood in many regions, and may thus provide

grants for conservation projects and management of local fauna and flora.

Keywords: Coleofauna, Coleoptera, Atlantic Forest, biodiversity, Campos do

Jordão (SP), Brazil.

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SUMÁRIO

1. Introdução .......................................................................................................................... 1

1.1 Mata Atlântica ............................................................................................................. 1

1.2 Insetos .......................................................................................................................... 2

1.3 Ordem Coleoptera ...................................................................................................... 4

2. Material e métodos ........................................................................................................... 9

2.1 Local do estudo .......................................................................................................... 9

2.2 Coletas ....................................................................................................................... 11

2.3 Identificação taxonômica ......................................................................................... 13

3. Resultados ....................................................................................................................... 16

4. Discussão ........................................................................................................................ 24

5. Conclusões.....................................................................................................................30

6. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 31

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1. Introdução

1.1 Mata Atlântica

A Mata Atlântica, por ser uma área rica em biodiversidade,

endemismo e por ser provavelmente o ecossistema mais devastado e mais

seriamente ameaçado do planeta, restando hoje em torno de 7% a 8% de sua

área original é considerada um hotspot mundial. Os hotspots de biodiversidade

são 34 regiões que representam 2,3% da superfície terrestre e abrigam 50% de

todas as espécies de plantas e 42% das espécies de vertebrados terrestres do

mundo. Além de possuírem uma diversidade biológica única, essas áreas

sofrem graves ameaças de destruição e devido a isso são áreas prioritárias

para conservação (PINTO; BRITO, 2005; LAGOS; MULLER, 2007). A Mata

Atlântica também foi decretada Reserva da Biosfera pela UNESCO e

Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988. Sua composição

original é um mosaico de vegetações definidas como Florestas Ombrófilas

Densa, Aberta e Mista; Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais;

Campos de Altitude, Mangues e Restingas (FUNDAÇÃO SOS MATA

ATLÂNTICA, 2014).

Segundo Veloso (1991), as Florestas Ombrófilas Mistas que também

são chamadas de Mata de Araucária ou Pinheirais devido à predominância

desse tipo de vegetação, têm sua composição florística dominada por gêneros

primitivos como Drymis, Araucaria e Podocarpus e apresenta quatro formações

distintas: Aluvial, Submontana, Montana e Altomontana (fig. 1).

Fig.1: Perfil esquemático da Floresta Ombrófila Mista (Fonte: VELOSO et al., 1991).

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A vegetação das Florestas Ombrófilas Mistas pertencente à região

de Campos do Jordão se classifica como Altomontana, com altitudes acima de

1000m e está muito bem preservada com elementos quase intactos,

apresentando dominância de Araucaria angustifolia. Aproximadamente 10%

das espécies vegetais Altomontanas são endêmicas e restritas a estas regiões,

com distribuição bastante reduzida (VELOSO et al., 1991). Assim, devido a sua

raridade geográfica e fatores como pequeno tamanho populacional e ausência

ou redução de polinizadores e/ ou dispersores, associados aos impactos

antropogênicos, várias espécies vegetais Altomontanas estão susceptíveis à

extinção (FALKENBERG, 2003).

Os Campos de Altitude que também fazem parte da vegetação de

Campos do Jordão (VELOSO et al., 1991) ocorrem nas partes mais elevadas

da Cadeia do Espinhaço, da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar

(VASCONCELOS, 2011), com altitudes que variam de 1200 a 2900 metros

podendo ser denominados também como matas de neblina ou nebulares. A

vegetação encontrada nessa área é constituída por árvores e arbustos de

pouca altura (6 a 10m) (FRUEHAUF, 2000).

De acordo com Diblasi Filho (2007b) apesar de apresentar uma

grande diversidade, sendo os insetos os mais abundantes, a fauna presente

nos Campos de Altitude é considerada relativamente pobre em espécies. Entre

a entomofauna, as ordens que mais se destacam nesse ambiente são

Coleoptera, Orthoptera e Hymenoptera.

1.2 Insetos

Os insetos como os das ordens citadas, são um grupo muito variado

em forma e tamanho, resultado do processo de radiação adaptativa, que

ocasionou o surgimento de cerca de um milhão de espécies. Esse sucesso se

deu principalmente por serem os únicos invertebrados que possuem asas e os

únicos animais que desenvolveram um aparato próprio de voo (REMINGTON,

1980; RAFAEL et al., 2011; CARRANO-MOREIRA, 2015).

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Por apresentarem um rápido desenvolvimento e alto potencial de

reprodução, possuírem variados aparelhos bucais, serem dotados de um

exoesqueleto resistente e impermeável e sistema respiratório traqueal, os

insetos se tornaram o grupo de animais mais bem-sucedido da terra, aptos

para explorar os mais variados ambientes e ocupar os habitats disponíveis

(RAFAEL et al., 2011; CARRANO-MOREIRA, 2015).

A grande maioria dos insetos nasce a partir de ovos depositados

em locais propícios ao seu desenvolvimento. Após o nascimento, a maior parte

pode apresentar dois ciclos de vida distintos, sendo holometábolos (com

metamorfose completa) ou hemimetábolos (com metamorfose incompleta). Os

holometábolos, como besouros, borboletas, vespas, abelhas, formigas,

moscas, entre outros, passam por três fases (ovo, larva e pupa) até chegarem

à fase adulta, possuindo a vantagem de que as diferentes fases de vida podem

ocupar diferentes nichos ecológicos o que pode evitar a competição entre os

seres de uma mesma espécie e ocasionar uma maior probabilidade de

dispersão. Os hemimetábolos, como baratas, gafanhotos, louva-deus, cigarras,

entre outros, possuem apenas duas fases antes de virarem adultos, o ovo e a

ninfa, sendo que a fase jovem na maior parte das vezes, possui o mesmo nicho

do imago (CARRERA, 1980; REMINGTON, 1980; GULLAN; CRANSTON,

2008; GODINHO, 2011a).

Devido à presença desses animais em quase todas as atividades

humanas, os insetos são considerados um grupo de grande importância

socioeconômica e ambiental. Os fitófagos causam danos econômicos à

agricultura mundial, atacando folhas, frutos, sementes e meristemas ou

destruindo galhos, caules e raízes. Aqueles que infestam produtos

armazenados contaminam ou destroem grandes quantidades de grãos e

sementes durante a colheita, armazenamento ou comercialização. Muitos

podem ser vetores de vírus e bactérias causadores de doenças em plantas.

Insetos hematófagos podem ser transmissores de doenças graves ao homem e

animais domésticos. Vespas e abelhas injetam veneno através do ferrão,

provocando reações alérgicas, enquanto lagartas que possuem finas cerdas

causam irritações na pele (CARRERA, 1980; GULLAN; CRANSTON, 2008;

CARRANO-MOREIRA, 2015).

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A importância ambiental dos insetos é notória pela ação

detritívora, triturando e processando restos de plantas no solo, enquanto outros

se alimentam de restos de animais ou fezes, limpando o meio ambiente.

Grande parte das espécies conhecidas é predadora ou parasitóide, agindo no

controle biológico. Muitos também são importantes fontes de alimento para

aves, mamíferos, peixes e humanos. Os polinizadores são essenciais para o

ciclo reprodutivo das plantas. Obtêm-se ainda muitos benefícios diretos dos

insetos: extração de produtos comerciais (mel, cera, seda, laca, corantes);

produção de fármacos (veneno de abelha, pólen, própolis, alantoína,

cantaridina) ; como um auxilio preciso na medicina forense; controlando plantas

indesejáveis; ou simplesmente pelo seu valor folclórico, mitológico e religioso,

ou ainda, estético e decorativo (CARRERA, 1980; GULLAN; CRANSTON,

2008; CARRANO- MOREIRA, 2015).

1.3 Ordem Coleoptera

Inserida na infraclasse Neoptera, dentro da subclasse Pterygota, os

besouros (ordem Coleoptera) representam a maior ordem de insetos, com uma

vasta diversidade ecológica e morfológica divididos em cerca de 180 famílias

possuindo aproximadamente 350 mil espécies descritas, ou seja,

aproximadamente 42% de todas as espécies de insetos já catalogadas

(RUPPERT et al., 2005; BRUSCA; BRUSCA, 2007; GODINHO, 2011;

CARRANO-MOREIRA, 2015).

No Brasil já foram registradas mais de 28 mil espécies de

coleópteros em 105 famílias, porém estima-se que existam entre 1 e 12

milhões de espécies desconhecidas no mundo e 130 mil no Brasil (RAFAEL et

al., 2012). Os indivíduos mais comuns dessa ordem pertencem às famílias

Scarabaeidae, Cerambycidae, Lampyridae, Elateridae, Curculionidae e

Coccinellidae, sendo que as famílias mais numerosas com número aproximado

de espécies descritas são: Curculionidae (70.000), Crysomelidae (35.000),

Staphylinidae (30.000), Cerambycidae (43.200), Carabidae (25.000),

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Scarabaeidae (25.000), Tenebrionidae (17.000) e Buprestidae (13.000)

(EMBRAPA, 2007; GODINHO, 2011).

Os besouros adquiriram tal sucesso principalmente devido a

presença da epicutícula que evita a perda de água, a grande esclerotização do

seu corpo e a transformação de suas asas anteriores em élitros, aumentando a

proteção mecânica e a resistência (RAFAEL et al., 2012). Como a maior parte

das espécies pode voar livremente, utilizam uma vasta gama de recursos

alimentares e habitats, sendo adaptados a quase todos os tipos de ambientes.

Podem ser fitófagos, xilófagos, rizófagos, polinífagos, granívoros, micetófagos,

coprófagos, necrófagos e carnívoros sendo a hematofagia o único hábito

alimentar não escontrado em indivíduos dessa ordem (BELLO, 2010;

CARRANO-MOREIRA, 2015).

Segundo Godinho (2011a), assim como a maioria dos insetos, os

besouros são organismos holometábolos, com sua metamorfose finalizada em

quatro ou cinco etapas distintas (Fig. 2). Ainda segundo esse autor, a fase

larval tem como principal objetivo a alimentação e devido a isso, nessa fase

são organismos simples, sem preocupações reprodutivas e com limitadas

funções sensoriais. Após adultos, tornam-se indivíduos complexos, dotados de

diversos órgãos sensoriais, aparelho reprodutivo, apêndices locomotores bem

desenvolvidos e tegumento esclerotizado.

Figura 2. Ciclo de vida holometábolo dos besouros. (GULLAN; CRANSTON, 2008)

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De acordo com Ruppert (2005), Brusca e Brusca (2007), Bello

(2010) e Rafael (2012), os papéis econômicos e ecológicos desempenhados

pelos besouros se aplicam à agricultura e a medicina forense, além é claro, de

atuarem na polinização e dispersão de sementes, na ciclagem de nutrientes e

no controle biológico, sendo também importantes para a cadeia alimentar,

servindo de alimento para diversos grupos de animais como anfíbios, répteis,

aves, peixes, mamíferos e outros artrópodes.

Os coleópteros também possuem uma grande importância como

bioindicadores da qualidade e da degradação ambiental, pois apresentam alto

grau de especialização em seus nichos ecológicos, são altamente

diversificados taxonômicamente e ecologicamente, facilmente coletáveis em

grandes quantidades e funcionalmente importantes nos ecossistemas

(CARVALHO, 2011; CASARI; IDE, 2012; WINK et al., 2005), além de serem

bem conhecidos sistematicamente e biologicamente e possuírem uma vasta

distribuição geográfica (DAJOZ, 2005).

Muitos estudos são realizados analisando e identificando possíveis

famílias bioindicadoras. Carvalho (2011), Campos (2012) e Otavo (2012),

alegam que a família Scarabaeidae possui indivíduos que são afetados por

intervenções humanas e que por apresentarem um comportamento de

natureza sedentária, se tornam vulneráveis às mudanças ambientais. Já

Fernandes (2011) utilizou os estafilinídeos e os silfídeos como potenciais

bioindicadores, por apresentarem sensibilidade em relação à composição

florística, nível de serapilheira e luminosidade.

A pesquisa de Pimenta (2011) indica a importância dos

crisomelídeos como bioindicadores principalmente por manterem uma estreita

relação com suas plantas hospedeiras; já Viviani et al. (2010), mostrou a

relevância das famílias dos lampirídeos, elaterídeos e fengodídeos, que

possuem bioluminescência e devido a isso decrescem consideravelmente com

a urbanização, pois a iluminação artificial afeta sua ocorrência.

Os coleópteros que compõem a macrofauna aquática também se

mostraram muito importantes como bioindicadores da qualidade da água. Os

trabalhos de Abílio et al. (2007), Arias (2007), Nunes (2011), Oliveira (2011) e

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Silva (2012), são apenas alguns dos que se utilizam desse tipo de ferramenta

para análise das características dos cursos de água.

Casari e Ide (2011), Godinho (2011b), Quinteiro et al. (2012) e

Triplehorn e Johnnson (2012) indicam ainda a importância de muitas outras

famílias de coleópteros como bioindicadores, sendo as principais: Coccinelidae

cujo declínio pode ser caracterizado pela urbanização intensa e uso de

agrotóxicos; Carabidae que podem indicar a poluição de metais no solo;

Staphylinidae que são mais encontrados em solos com bastante material

orgânico sendo bioindicadores das propriedades do solo e Sacarabaeidae que

estão ligados diretamente com a decomposição de frutas, fezes e carcaças de

vertebrados.

Segundo Fernandes et al. (2007), estudos em nível de família são

importantes, pois podem ser usados para auxiliar a avaliação da qualidade

ambiental, possibilitando de acordo com Carvalho (2011), retratar e monitorar

uma área com o uso da entomofauna bioindicadora.

De acordo com os trabalhos de Ganho e Marinoni (2006), Rech

(2007) e Iantas et al. (2010) já foram encontrados representantes de 65 familias

(quadro 1) em regiões de Floresta Ombrófila Mista semelhantes à da região de

Campos do Jordão.

Considerando que a fauna de invertebrados encontrada no bioma de

Mata Atlântica possui grande diversidade e que os coleópteros representam

grande parte desta, mostra-se de suma importância a realização de

levantamentos da coleofauna fornecendo subsídios para a elaboração de

projetos de conservação e manejo da fauna e flora local. Assim o objetivo

desse estudo é realizar um levantamento da coleofauna presente em um

fragmento de Floresta Ombrófila Mista Altomontana na colônia de férias do

Instituto Presbiteriano Mackenzie em Campos do Jordão - SP.

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Quadro 1. Famílias de coleópteros citadas nos trabalhos de Ganho e Marinoni (2006), Rech (2007) e Iantas et al. (2010) em áreas de floresta ombrófila mista.

Alleculidae Chenolariidae Endomychidae Lycidae Phengodidae

Anobiidae Chrysomelidae Erotylidae Megalopodidae Platypodidae

Anthicidae Cincinelidae Eucnemidae Melandrydae Pselaphidae

Anthribidae Cleridae Geotrupidae Mordelidae Ptilodactyliade

Apionidae Coccnelidae Gyrinidae Mycetophagidae Scarabaeidae

Belidae Colydiidae Lagriidae Mycteridae Sciertidae

Brentidae Cucujidae Languriidae Oedemeridae Scolytidae

Brostrichidae Cryotophagidae Lampyridae Nitidulidae Scraptiidae

Buprestidae Curculionidae Lathridiidae Ostomidae Scydmaenidae

Cantharidae Dascillidae Hydrophilidae Meloidae Silvanidae

Carabidae Dermestidae Histeridae Monommatidae Staphylinidae

Cerambycidae Dytiscidae Leiodidae Passalidae Tenebrionidae

Ceratocanthidae Elateridae Lucanidae Phalacridae Trogossitidae

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2. Material e métodos

2.1 Local do estudo

A cidade de Campos do Jordão está localizada a leste da capital de

São Paulo, na Serra da Mantiqueira, no médio Vale do Paraíba (fig. 3)

(PORTAL DA CIDADE DE CAMPOS DO JORDÃO, 2014). O local de pesquisa

é uma área pertencente ao Instituto Presbiteriano Mackenzie e localiza-se no

bairro de Umuarama, município de Campos do Jordão - SP (fig. 4) em uma

região com muitas montanhas, vales, nascentes, riachos e lagos em uma área

de 1.110.000 metros quadrados (fig. 5), sendo a altitude local de

aproximadamente 1.800 metros e a temperatura média em torno de 13ºC

(MACKENZIE, 2014).

O bioma da região é de Floresta Ombrófila Mista Altomontana, e

pela classificação climática de Koeppen, o clima é Cfb, ou seja, subtropical de

altitude, mesotérmico e úmido, sem estiagem, com temperaturas do mês mais

quente inferiores a 22º C (fig. 6 e tabela 1). Porém, em razão da grande

redução da cobertura vegetal da região, sobretudo nas encostas, ocorreu

modificação, para clima mesotérmico com verões brandos (ANDRADE, 2002) e

dias com umidade relativa inferiores a 51% entre os anos de 2010 e 2015

(INMET, 2015).

Figura 3. Mapa de São Paulo indicando a localização de Campos do Jordão. Adaptado de Google Maps (2015).

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Figura 4. Mapa de Campos do Jordão indicando a localização da Colônia de Férias Mackenzie. Adaptado de Google Maps (2015).

Figura 5. Mapa esquemático da área de estudo. Ilustração cedida por João Menezes .

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Figura 6. Climograma de Campos do Jordão. Fonte: Adaptado de Barbosa (2006).

2.2 Coletas

Os coleópteros analisados foram capturados entre os anos de 2010

e 2015, sendo realizadas uma ou duas amostragens anuais nos meses e dias

indicados no quadro 2, através de coleta de remoção que segundo Diblasi Filho

(2007a) pode ser aplicada para estimar quantitativamente e qualitativamente a

fauna, sendo mais utilizada em pesquisas com insetos e outros invertebrados

de pequeno porte. Para sua realização foram utilizadas armadilhas de queda

(pitfall) e luminosas, além de coleta manual.

Quadro 2: Datas das coletas realizadas entre os anos de 2010 a 2015.

Mês/Ano/Dia 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Março - - - 21 e 22 - -

Abril - 28 e 29 11 e 12 - 9 e 10 9 e 10

Setembro - 22 e 23 - 25 e 26 18 e 19 -

Outubro 14 e 15 - - - - 7 e 8

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Cada coleta diurna foi realizada em dois dias. No primeiro dia

durante a tarde, e juntamente com as coletas manuais ao longo do caminho

percorrido também foram instaladas armadilhas pitfall em pontos aleatórios

(figs. 7 e 8). No segundo dia, no período matutino, mais uma vez foram feitas

as coletas manuais ao longo do caminho e a retirada das armadilhas.

Para o preparo das armadilhas pitfall, foram usados recipientes

redondos com 7 cm de diâmetro e 9 cm de profundidade e recipientes

retangulares com 12 cm de largura, 16 cm de comprimento e 11 cm de

profundidade, que foram enterrados no solo, com a abertura ao nível da

superfície. Nos recipientes foi colocado cerca de um terço do volume de água e

algumas gotas de detergente para ocorrer a quebra da tensão superficial do

líquido, além disso, para aumentar a eficiência das armadilhas foram utilizados

como iscas fígado cru, mel, fezes de animais, carne bovina e sardinha.

Figura 7. Exemplos de locais onde foram realizadas as coletas manuais.

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Figura 8. Pitfalls instaladas em pontos aleatórios, ao longo das trilhas percorridas.

Cada coleta noturna foi realizada apenas em uma noite tendo os

esforços de coleta reduzidos, uma vez que o caminho percorrido foi menor

(mais próximo à sede). Além da utilização de uma armadilha luminosa,

utilizando um pano branco estendido próximo a uma fonte de luz, também

houve coletas manuais, principalmente aproveitando a luminosidade artificial do

local que atrai uma grande quantidade de insetos, incluindo besouros.

2.3 Identificação taxonômica

Na identificação taxonômica foi utilizado estereomicroscópio (lupa)

para observação das características diagnósticas de cada família (figs. 9, 10 e

11), e a classificação realizada com auxílio de guias de identificação

disponíveis em livros e artigos científicos como Godinho (2011c), Triplehorn e

Johnnson (2011) e Casari e Ide (2012).

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Os espécimes devidamente identificados foram depositados na

coleção entomológica do Laboratório de Taxonomia e Ecologia Animal, no

núcleo de pesquisa do curso de Ciências Biológicas da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, onde estão armazenados em caixas entomológicas.

Os espécimes foram identificados apenas até o nível taxonômico de

família, sendo segundo EMBRAPA (2007), este o padrão adotado em vários

trabalhos devido à enorme riqueza do grupo, o que dificulta muito a

identificação ao nível genérico e específico. E para uma melhor análise dos

resultados, os besouros foram separados de acordo com seu morfotipo, que

pode ser definido como um organismo individual ou um conjunto de organismos

dentro de uma população que se distinguem por possuírem uma estrutura

física distinta, sugerindo um número aproximado de espécies por família.

Foram tiradas fotos de alguns representantes de cada família que

estavam em melhores condições, para ilustrar os diferentes morfotipos

encontrados.

Figura 9. Tipos de antenas de coleópteros. a-filiforme; b- clavada; c- moniliforme; d- serrilhada; e- flabelada; f- cotovelada; g- pectinada; h- lameliforme (GODINHO, 2011a).

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Figura 10. Principais características diagnósticas de coleópteros. a- cabeça; b- pronoto; c- escutelo; d- élitros; e- abdome; f- pigídio; g- espiráculos; h- asa; i- palpos; j- antenas; k- fêmures; l- tíbias; m- tarsos, n- unhas; o- olhos (GODINHO, 2011a).

Figura 11. Tipos mais comuns de pernas de coleópteros. a- posterior de Crysomelidae (Alticinae); b- anterior de Scarabaeidae; c- Cerambicydae; d- anterior de Dytiscidae; e- posterior de Dytiscidae; f- posterior de Gyrinidae; g- anterior de Gyrinidae; h- Hidrophiliodae; i- Byrrhidae; j- Tenebrionidae (GODINHO, 2011a).

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3. Resultados

Foi coletado um total de 277 espécimes pertencentes a coleofauna,

identificados em 19 famílias e 77 morfotipos (Fig. 12), sendo 260 por coleta

manual e 17 pelo pitfall (Fig. 26), 95 no período noturno e 182 no período

diurno (Fig. 13). Foi encontrado um total de 14 famílias na primavera e 18 no

outono (Quadro 3 e figs. 14 e 55). O ano em que houve maior riqueza de

famílias coletadas foi 2015 com 15 famílias e o com menor riqueza foi 2010

com apenas 7.

Figura 12: Morfotipos por família.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Scarabaeidae

Chrysomelidae

Curculionidae

Cerambycidae

Coccinelidae

Tenebrionidae

Carabidae

Elateridae

Staphylinidae

Alleculidae

Cantharidae

Erotylidae

Ostomatidae

Passalidae

Lagridae

Cleridae

Lycidae

Phalacridae

Siphidae

QUANTIDADE DE MORFOTIPOS

FAMÍLIAS MORFOTIPOS POR FAMÍLIA

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Figura 13. Quantidade de indivíduos encontrados de acordo com o período de coleta.

Quadro 3: Famílias encontradas no outono (O) e Primavera (P), nos respectivos anos de coleta. 2010 2011 2012 2013 2014 2015

FAMÍLIAS O P O P O P O P O P O P

Chrysomelidae

X X X X

X X X X X X

Scarabaeidae

X X X X

X - X - X X

Passalidae

X X - X

- - - - X X

Curculionidae

X X X X

X - X X X X

Silphydae

- - X X

- - - - X X

Coccinelidae

- - X X

X - X X X X

Tenebrionidae

- X - X

X - - X X X

Cleridae

- - - X

X - - - X -

Phalacridae

- - - -

X - - - - -

Carabaeidae

X X - X

- - - X - X

Cerambycidae

- - - X

- - X - X X

Alleculidae

- - - -

- - - - X X

Cantharidae

- - X -

- - X X - X

Lagriidae

- - - -

X - - - X -

Staphylinidae

X - - -

- - - X X -

Elateridae

- - - X

- - - X - -

Lycidae

- X - X

- - - - - -

Erotilidae

X - - -

- - - - - X

Ostomatidae - - - X - - - - - -

TOTAL 7 7 6 13 8 1 6 8 12 12

95

182

Número de indivíduos por período de coleta

Noturna Diurna

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Figura 14. Quantidade de famílias encontradas na primavera e no outono.

Figura 15. Número de famílias encontradas no Outono e na Primavera nos respectivos anos de coleta (Não houve coletas na primavera de 2012 e no outono de 2010).

14

18

Famílias Encontradas

Primavera Outono

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Figura 16. Morfotipos das famílias Passalidae (PAS) e Silphydae (SIL)

Figura 17. Morfotipos das famílias Alleculidae (ALL) e Cantharidae (CAN).

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Figura 18. Morfotipos da família Carabidae (CAR)

Figura 19. Morfotipos das famílias Staphylinidae (STA) e Tenebrionidae (TEN)

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Figura 20. Morfotipos da família Scarabaeidae (SCA).

Figura 21. Morfotipos das famílias Coccinelidae (COC) e Erotilidae (ERO).

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Figura 22. Morfotipos das famílias Cleridae (CLE), Elateridae (ELA), Lagriidae (LAG) e

Ostomidae (OST).

Figura 23. Morfotipos da família Chrysomelidae (CHR).

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Figura 24. Morfotipos da família Curculionidae (CUR).

Figura 25. Morfotipos da família Cerambycidae (CER).

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4. Discussão

Dentre as 19 famílias encontradas, 18 também são mencionadas

nos trabalhos de Rech (2007), Ganho e Marinoni (2006) e Iantas et al.

(2010) (Quadro 4). A única família coletada no presente estudo que ainda

não havia sido registrada para a floresta ombrófila mista é Silphidae (Fig.

16), composta em sua maioria por besouros de hábito necrófago, atraídos

principalmente por armadilhas que contenham carne em decomposição ou

encontrados enterrados sob carcaças (CASARI; IDE, 2012; GODINHO,

2011b). Assim, a ausência de registros anteriores dessa família nesse bioma

provavelmente está relacionada ao tipo de isca e o método de captura que

foi utilizado nos trabalhos analisados.

Os representantes das 18 famílias que aparecem em comum nos

trabalhos consultados são bem diversificados e possuem distribuição

geográfica ampla, habitando diferentes ambientes, sendo que nenhum é

exclusivo do bioma estudado. As famílias Carabidae (Fig. 18), Elateridae

(Fig. 22), Tenebrionidae (Fig. 19) e algumas subfamílias de Scarabaeidae

(Fig. 20) como Rutelinae e Prioninae, são compostas principalmente por

espécies de hábitos noturnos, que durante seu período de atividade podem

ser encontrados na superfície de folhas, na serapilheira, dentro ou sob

madeira em decomposição, no caule de diversas plantas e sob pedras

(CASARI; IDE, 2012; GODINHO, 2011b; MARTINS, 1999; TRIPLEHORN;

JOHNNSON, 2011).

Mesmo que os esforços de coleta noturna tenham sido menores

do que das coletas diurnas, foram encontrados representantes dessas

famílias (Fig. 13), pois muitas espécies repousam sob galhos, troncos de

árvore e folhas durante o dia, permitindo a coleta manual nesse período.

Além disso, houve a captura através das armadilhas de pitfall que

pernoitaram na mata e também, através da armadilha luminosa no período

da noite.

Os representantes das famílias Curculionidae (Fig. 24), Lagriidae

(Fig. 22), Lycidae, Coccinelidae (Fig. 21), Phalacridae, Chrysomelidae (Fig.

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23), Aleculidae (Fig. 17), Cleridae (Fig. 22) e Scarabaeidae (Lamiinae) são

compostas principalmente por espécies predadoras ou fitófagas com hábitos

diurnos sendo encontradas geralmente sob folhas, flores e cascas de

árvores (CASARI; IDE, 2012; EMBRAPA, 2007; GODINHO, 2011b;

TRIPLEHORN; JOHNNSON, 2011; VANIN, 1999).

Assim, a coleta manual mais uma vez se mostra eficiente para

coletar representantes desses grupos, pois estão quase sempre expostos e

são facilmente encontrados, o que não ocorre com espécimes pertencentes

a famílias fungívoras e decompositoras, como os erotilídeos (Fig. 21) e os

passalideos (Fig. 16) que estão menos expostos por permanecerem a maior

parte do tempo sob ou dentro de madeira em decomposição, mas que no

presente estudo foram encontrados por meio da quebra de troncos ao longo

da trilha percorrida.

Silfídeos (Fig 16) e alguns tipos de escarabídeos necrófagos são

encontrados próximos ou dentro de carcaças de animais, já escarabídeos

coprófagos são encontrados em excrementos, sendo facilmente coletados

manualmente ou até mesmo capturados em armadilhas tipo pitfall. Sob a

serapilheira podem ser observados stafilinídeos (Fig 19), que são

representantes da fauna edáfica e, portanto muitas vezes acabam caindo em

armadilhas de queda (COSTA LIMA, 1952; 1953; FERNANDES et al., 2011;

GODINHO, 2011b; TRIPLEHORN; JOHNNSON, 2011; CASARI; IDE, 2012).

A coleta manual se mostrou mais eficiente neste estudo, sendo

que 260 espécimes foram coletados dessa forma contra apenas 17 no pitfall

(Fig. 26). Isso pode ter ocorrido por diversos fatores: as coletas manuais

foram feitas durante dois dias e uma noite; a coleta manual permite que o

coletor vá em busca dos indivíduos mesmo se estes estiverem em locais de

difícil acesso; o tempo que os pitfalls ficaram no local e a coleta manual

permite que os esforços sejam direcionados apenas para o grupo de insetos

de interesse

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Figura 26. Quantidade de indivíduos coletados por coleta manual e pitfall.

Quadro 4: Famílias não coletadas no presente estudo e citadas nos trabalhos de Rech (2007), Ganho e Marinoni (2006) e Iantas et al. (2010) em áreas de floresta ombrófila mista.

Anobiidae Crytophagidae Lampyridae Oedemeridae

Anthicidae Cucujidae Lathridae Phengodidae

Anthiribidae Dascilidae Leiodidae Platypodidae

Apionidae Dermestidae Lucanidae Pselaphidae

Belidae Dytiscidae Megalopodidae Ptilodactylidae

Brentidae Endomychidae Melandrydae Sciertidae

Brostrichidae Eucnemidae Meloidae Scolytidae

Buprestidae Geotrupidae Monommatidae Scraptiidae

Ceratocanthidae Gyrinidae Mordelidae Scydmaenidae

Chenolariidae Histeridae Mycetophagidae Sylvanidae

Cincinelidae Hydrophilidae Mycteridae Trogossitidae

Colydiidae Languriidae Nitidulidae

A ausência das famílias Cryptophagidae, Leiodidade,

Mycetophagidae, Mycteridae, Sciertidae, Pselaphidae, Scraptiidae e

Silvanidae no presente levantamento pode ser devido ao pequeno tamanho

de seus representantes que segundo Godinho (2011b) e Costa-Lima (1952)

260

17

Número de espécimes por método de coleta

Coleta Manual Pitfall

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varia entre 0,5 mm e 5 mm, dificultando assim a localização destes no

ambiente.

Cicindelidae e Mordelidae são compostas por espécimes de voo

rápido que se assemelham ao voo de moscas e Brostrichidae é composta

por indivíduos que permanecem a grandes alturas nas árvores (GODINHO,

2011b). Devido a isso são muito difíceis de serem capturadas em coletas

manuais e raramente caem no pitfall o que pode explicar o fato de não terem

sido capturados indivíduos dessas famílias no presente estudo.

Ceratocanthidae é uma família composta por besouros que

assumem a forma de uma bola quando são assustados; Dermestidae é

encontrada principalmente compondo a fauna cadavérica seca e

Platypodidae e Scotylidae são compostas por brocas de troncos vivos

(GODINHO, 2011b; COSTA-LIMA, 1953; 1956) o que torna mais difícil a

captura das mesmas através dos métodos de coleta aqui utilizados.

Segundo Godinho (2011b), os lucanídeos normalmente não são

muito comuns, e na região neotrópica as espécies em sua maioria, podem

ser definidas como muito raras ou extremamente raras, sendo que muitas

delas só se conhece um único exemplar, o tipo, que foi utilizado para

descrever a espécie. Suas populações são pouco numerosas, em geral de

restrita distribuição geográfica, quase sempre limitadas a regiões

montanhosas e frequentemente cada espécie é encontrada apenas em uma

determinada montanha, numa serra específica ou somente em determinado

platô ou em um dos lados de determinado vale.

Aparentemente não houve uma diferença muito significativa entre

o número de famílias encontradas no outono (18) e na primavera (14). Isso

pode ser explicado através dos dados climáticos (Tabela 1) da região

estudada, que mostra pouca diferença entre esses períodos em relação a

pluviosidade, umidade relativa do ar e temperatura média. Estudos como

Silveira et al. (1976) e Coelho (1997), afirmam que os insetos em geral

possuem uma forte ligação a fatores climáticos, sendo a precipitação um

fator muito importante, pois permite a renovação do crescimento natural dos

vegetais, além disso, a umidade relativa tem grande importância existindo

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uma faixa favorável que vai de 40 a 80%, onde os insetos apresentam

menor mortalidade, maior fecundidade, longevidade e velocidade de

desenvolvimento, ocorrendo o inverso quando fora dela.

Tabela 1. Aspectos climáticos de Campos do Jordão. Adaptado de Fundação COPPETEC (2002).

Apectos/Meses JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANO

Umidade Relativa (%) 87 84 83 85 88 84 77 76 76 80 86 87 83

Evaporação Total (mm) 44,5 39,6 43,8 42,1 47,9 43,8 51,2 58,7 60,7 53,8 50,3 42,2 578,7

Temperatura Máxima (oC) 21 20,8 20,3 18,6 17,6 15,9 14,8 16,9 18,6 18,9 20,1 19,6 18,6

Temperatura Média (oC) 21,5 15,6 15,1 14,2 11,4 9,2 8,2 10,1 11,6 13,4 14,8 15,4 13,4

Temperatura Mínima (oC) 12,4 12,2 11,3 9 5,7 3,6 2,7 4 6,4 8,5 10,1 11,6 8,1

Nebulosidade (0-10) 7,1 6,8 6,8 6,3 5,2 4,8 5 5,4 6,5 7,5 7,5 7,8 6,4

Insolação Total (Horas Décimos)

112,2 97 126 140,3 160,7 146,9 153,5 153,1 135,2 128,6 116,2 108,6 1578,2

Pressão Atmosférica (hPa)

675,2 640,7 647,9 626 705,6 666,1 643,5 643 642 647,8 640 618,7 649,7

Precipitação Total (mm) 321,6 237,9 176,1 106,3 74 49,9 37,6 75,7 79,2 150,8 194,5 279,5 1783

As outras famílias como: Arobiidae; Anthicidae; Anthiribidae;

Apionidae; Belidae; Brentidae; Buprestidae; Chelonariidae; Colydiidae;

Cucujidae; Dascilidae; Endomychidae; Eucnemidae; Histeridae;

Languriidae,; Lampyridae; Melandrydae; Meloidae; Morommatidae;

Nitidulidae; Phengolidae; Ptilodactylidae; Scydmaenidae e Trogossidae que

não se enquadram em nenhuma dessas características descritas acima,

como o tamanho reduzido, padrão de vôos diferenciados, raridade,

dificuldade na localização (por estarem a maior parte do tempo dentro de

troncos vivos), não foram coletadas provavelmente devido a sazonalidade,

isso porque no presente estudo apenas houveram coletas na primavera e no

outono, já nos trabalhos analizados, as coletas foram durante o ano todo,

abrangendo todas as estações do ano.

Além disso, os trabalhos analisados utilizaram formas diferentes

de captura, como armadilha Malaise (interceptadora de voo) e armadilha de

melaço a uma altura de 1,5 m do chão. Isso provavelmente também explique

a ausência de coleta de algumas famílias (quadro 4).

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No presente estudo não houve esforço de coleta em ambientes

aquáticos, e devido a isso não foram capturados exemplares de dysticideos,

gyrinideos e hidrofilídeos que compõem esta macrofauna.

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5. Conclusões

Foram coletados 277 espécimes da coleofauna em 19 família

(Alleculidae, Cantharidae, Carabidae, Cerambycidae, Chrysomelidae, Cleridae,

Coccinelidae, Curculionidae, Elateridae, Erotylidae, Lagridae, Lycidae,

Ostomatidae, Passalidae, Phalacridae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae,

Tenebrionidae) e 77 morfotipos. A família Chrysomelidae foi capturada em

todas as coletas realizadas e Scarabaeidae foi a família com maior número

de morfotipos identificados (17).

A coleta manual se mostrou mais eficiente do que o Pitfall e não

houve uma grande diferença em relação às coletas realizadas no outono e

na primavera quando comparado o número de famílias encontradas.

A utilização de outros tipos de armadilhas, como Malaise

(Interceptadora de voo) e de melaço, mostra-se de suma importância para

obter famílias presentes em uma região com resultados mais satisfatórios,

além disso também deve-se levar em conta o tempo de permanência das

armadilhas no ambiente. Há também a necessidade de efetuar novas

coletas visando diferentes estações do ano.

Um maior esforço na identificação dos espécimes coletados

chegando à nível genérico ou específico, pode enriquecer ainda mais esse

tipo de trabalho permitindo um conhecimento mais profundo das

características da área estudada.

O levantamento e estudo da distribuição das famílias de

coleópteros são importantes ao passo que a mesma não é totalmente

conhecida em muitas regiões, além de indicar a presença de grupos

bioindicadores na área estudada, podendo fornecer assim subsídios para a

elaboração de projetos de conservação e manejo da fauna e flora local.

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