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Coletânea de Contos - Aquicultura

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Coletânea de Contos - Aquicultura

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Coletânea de CONTOS

Page 3: Coletânea de Contos - Aquicultura

Índice DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 5

O ASSASSINATO EM VENEZA .................................................................................................. 6

O AMOR SEM ESCOLHA .......................................................................................................... 7

O REENCONTRO ..................................................................................................................... 9

JOAQUIM E O MENINO FREDERICO ...................................................................................... 11

O HOMEM SOLITÁRIO .......................................................................................................... 13

LEMBRANÇAS ....................................................................................................................... 14

ANA E JOÃO ......................................................................................................................... 16

CORRA ATRÁS DE QUEM AMA ............................................................................................. 17

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR .......................................................................................... 20

A ÁRVORE ............................................................................................................................ 22

OS RUÍDOS DA MORTE ......................................................................................................... 22

O NAVIO FANTASMA ............................................................................................................ 23

O MENDIGO E O MENINO .................................................................................................... 24

O AMOR PROIBIDO .............................................................................................................. 25

O AMOR GUARDADO ........................................................................................................... 26

O CADERNO DE SOFIA .......................................................................................................... 28

MARCELO E JASMIM ............................................................................................................ 30

O MENINO, SEU AVÔ E A ÁRVORE DA VIDA .......................................................................... 30

O HOMEM POBRE E O RICO ................................................................................................. 33

O MELHOR AMIGO DO HOMEM ........................................................................................... 34

O DOUTOR E O VELHO ANALFABETO.................................................................................... 35

O MEDO DE UM RECOMEÇO ................................................................................................ 36

VIVER A VIDA ....................................................................................................................... 38

O DESPERTAR DE ELISA ........................................................................................................ 39

Page 4: Coletânea de Contos - Aquicultura

VIDAS CRUZADAS ................................................................................................................. 57

A RAPOSA E O LENHADOR .................................................................................................... 61

AS FORMIGAS ...................................................................................................................... 62

DOCE ILUSÃO ....................................................................................................................... 63

Page 5: Coletânea de Contos - Aquicultura

DEDICATÓRIA

A maior aventura de um ser humano é viajar,

E a maior viagem que alguém pode empreender

É para dentro de si mesmo.

E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,

Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,

Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas

E descobrir o que as palavras não disseram...

É com grande prazer que a turma de Aquicultura oferece à você caro(a) leitor(a) essa

Coletânea de Contos. Esperamos que a leitura destes lhes proporcione momentos prazerosos e

divertidos, já que os mesmos foram feitos pelos próprios alunos da turma com muito carinho

pra você.

Page 6: Coletânea de Contos - Aquicultura

O ASSASSINATO EM VENEZA

Virginia era uma mulher bela, que morava co seu esposo, que se chamava

Alexandre em Veneza cidade italiana ,este casal brasileiro morava á 7 anos

fora de seu país de origem e eram muito felizes .

Certa manhã ,ao acordar Virginia percebe que seu esposo não está em

casa ,neste dia comemorava-se os 10 anos de casados. Virginia não

gostando do sumiço do marido decidiu ligar ,mas ele não atendia ,ligou para

o escritório onde seu esposo trabalhava e lá informaram a ela que ele não

havia trabalhado naquela manhã. A mulher preocupada fica perambulando

de um lado para o outro na conzinha ,quando de repente a porta da sala se

abre e se fecha muito rápido a mulher corre para ver o que é ,poderia ser seu

marido ou um vento muito forte mais nada teria mostrado que poderia ser

seu marido.

Virginia muito nervosa pega seu casaco que estava na sala e parte para a

casa vizinha onde morava sua amiga. Chegando lá, percebe que a amiga não

estava em casa .Então ,volta para casa e na divisa de sua casa com a da

vizinha havia um portão logo ali abaixo atrás do portão vê homens fortes

levando coisas para dentro de sua residência ,ela acha isso muito estranho

,vê seu esposo e sua amiga atrás do caminhão de caixas .Sem chegar muito

perto a mulher se esconde atrás de um arbusto ela ouve seu marido falando

com a amiga ,mas não consegue entender absolutamente nada.

Virginia entra na casa pelos fundo ,sem que ninguém a veja ,ela entra e

sobe rapidamente as escadas,tira seu casaco e deita em sua cama ,fingindo

estar dormindo,cinco minutos depois aparece seu marido com um café para

eles, os dois tomam o café e a mulher vai tomar um banho. Logo seu marido

há avisa que vai sair de novo e ela pergunta onde ele está indo ,mas ele

desconversa e diz que não pode lhe falar. Quando seu marido sai ,a mulher

pega um táxi e vai atrás .Ele entra em uma lanchonete ,da um beijo na boca

de outra mulher e senta com ela em uma mesa .Virginia vendo a cena do

lado de fora da lanchonete e vai embora chorando. Ela chega em casa e na

Page 7: Coletânea de Contos - Aquicultura

frente de casa senta numa calçada. A amiga, sua vizinha ,vê Virginia

chorando e vai dar uma força .

Virginia de cabeça quente discute com amiga dizendo vários palavrões

e bate a porta na cara dela .Ao meio dia após seu marido chegar ,Virginia

pede a separação. O marido sem entender nada, diz que não aceita a

separação. Ela toda arrumada sai de casa e vai para um restaurante,do outro

lado da cidade. Chegando lá, ela se senta e pede o cardápio ,quando de

repente vem um homem e senta ao seu lado e sussurra em seu ouvido, á

dizendo que ela é muito bonita . A mulher toda envergonhada pede para o

homem sentar com ela para comer alguma coisa e ela o beija. Logo aparece

seu marido lá ele vê ela sentada abraçando outro homem e vai embora

.Quando ela chega em casa ,não o vê e seu ex-marido liga para a mãe e

conta tudo o que aconteceu ,ao desligar o telefone ela joga a bolsa na cama e

tira o casaco. Ela se vira para o outro lado ,quando ela faz isto é acertada

com um tiro ,diretamente em seu peito esquerdo. No dia seguinte quando o

marido chega em casa vê o corpo da mulher estirado no chão ,chora muito e

liga para a policia e a mãe de sua mulher. Quando conta para a mãe de sua

esposa, chora muito o marido, a amiga ou quem poderia ter assassinado a

mulher. A mãe dela coloca os melhores detetives da Itália atrás do assassino

mas apenas anos depois descobrem que quem assassinou Virginia foi seu

marido . Ele é preso e julgado á pena de morte e diz não se arrepender

,todos ficaram assustados mas felizes por terem conseguido justiça .

Alex Renan Galvão. Nº:01

O AMOR SEM ESCOLHA

O meu quarto estava escuro, quando levantei para abrir a janela,

abri é percebi que estava trocando a noite pelo o dia. Tinha ido dormir 4:30

da manha preparando panquecas com macarrão que sobrou do jantar.

Quando olhei para fora da janela avistei uma garota. Alta, olhos verdes,

morena cabelos longos, rosto arredondado e com um estilo interessante. Ele

pensou, aquela garota é do meu interesse. Avó de Bruno subiu para o quarto

é bateu na porta é chamou

- Bruno, Bruno. – duas vezes muito zangada.

Page 8: Coletânea de Contos - Aquicultura

Ele abriu a porta é falou.

- Oi vó. – com maior cara de sono.

- Vamos agora para novena nos estávamos muito atrasados.

-Vó eu não gosto de novena.

- Você vai para a novena sim, você Bruno não pode ficar só em

casa.

-Está bem vou me arrumar.

Sua avó desseu é esperou na sala pelo o seu Bruno, quando ele

terminou de se arrumar, eles foram para a novena, quando ele chegou ele

veu a garota da janela, com um vestido rosa, sapatinha de onçinha e cabelos

soltos.

Ele olhou para ela já com um ár de apaixonado, já quase sem

reação, se aproxima da mesma é falou.

- Boa noite. – com um lindo sorriso no rosto.

- Boa noite, para você também .

- Como você se chama?

- Sofia, é você.

- Bruno.

Sua avó chega perto é fala.

- Bruno eu quero apresentar alguém para você.

- Quem vó. – com cara de assustado.

- Sua prima Sofia.

Bruno com a notícia que recebeu ficou muito surpreso é pessou,

aquela garota da janela que mi apaixonei, em minha prima. Mais ele

percebeu que o amor não tem escolha.

Page 9: Coletânea de Contos - Aquicultura

Aline Alcântara. Nº: 02

O REENCONTRO

Era 3 (três) de março, em um finalzinho de tarde. E como sempre, ao

regressar da faculdade, sentava-me em uma lanchonete, próximo a uma

pequena praça para lanchar. Lembro-me como se fosse hoje, quando um

velho homem veio em minha direção, sentou-se ao meu lado, sem ao menos

pedir permissão, e disse:

- Ola meu jovem! Descupe-me a entromissão.

Já puxando a cadeira a minha frente para se sentar.

- Sou novo por aqui e venho lhe observando desde o momento em que

cheguei. Como de costume, passo sempre minhas manhãs aqui nesta praça.

Mais não se assuste, pois o que pretendo é lhe passar confiança.

Mais o que se esperar de um homem que não me recordava e, de uma

hora pra outra, ja entrava em meu caminho tendo tanto outros lugares para

se acomodar? Mais por incrivel que pareça, não senti medo. E lhe perguntei:

- O que pretendes ganhando minha confiança pobre homem?

E o homem responde:

- Quando te vi, senti-se como se fossemos amigos, como se nos

conhececemos a muito tempo.

Sentado ao seu lado permaneci calado. Devia ter, no máximo, uns 60

anos de idade, rosto de homem sofrido. Passado alguns minutos em silêncio

ele fala:

- Olha aqui Thomas! Sei que a vida não tem sido fácil, temos batalhas

a serem vencidas, colhemos hoje o que vinhemos plantando no decorrer de

nossas vidas. Sei que é rapaz, moço...

Não vinha entendendo absolutamente nada sobre o motivo daquela

conversa, pra mim aquele homem era mais um fanático do que um contador

de Estórias. Mais quando falou meu nome, interrompe sua fala, até então

Page 10: Coletânea de Contos - Aquicultura

surpresso:

- Só um momento Senhor. Chegas aqui, falas comigo. Ao menos me

disse como se chamas? E quando menos espero, falas o meu nome. Quem é

você? Me conheci?

Derrepente ele fala:

- Sim! Te conheço muito bem. Agora preste bastante atenção.

Olhando fixo em seus olhos, queria uma explicação, e ele prossegue:

- Lembra-te da bicicleta azul, que ganhas-tes quando ainda era

pequeno? Pois bem, foi comprada com bastante esforço vindos das mão de

um marceneiro.

-Ah! E a queda do telhado? Onde subistes para pegar a bola que

brincava com teus amigos. Devia ter no máximo uns 7 (sete) anos de idade.

Sei que foi dificil ter que passar dias em um hospital, esperando a cirurgia

pela gravidade da queda. Mais graças a Deus estas bem, o que lhe restou foi

apenas uma cicatriz na barriga.

Ao ouvir isso, lágrimas caiam de meu rosto, não tinha nem a coragem

de perguntar como ele sabia de tudo isso já sabendo do óbvio, e ele conclui:

- Eu sei Thomas, fácil não foi, ter que passar noites em claro com

receio de que teria ou não o que comer no dia seguinte, pelo fato de ter ido

pra cama sem a janta. Foram momentos ruins, eu sei. Mais tudo isso acabou.

Desnortiado sem reação, lembrando-me daquela face que agora ja

estava fixada em minha mente, falei:

- Não me diga que se chamas Mauricio?

- Sim, sei que te apareci derrepente, sem ao menos me apresentar,

mais sabia que iria me conhecer. Posso te pedir uma coisa? um abraço?! ...

Pois foi assim, tudo muito rápido.

- Só um momento. Poxa papai! Muito contraditório tudo isso e

Page 11: Coletânea de Contos - Aquicultura

inacreditavel. Mais o que aconteceu? você o abraçou?

- Não! lhe dei apenas um aperto de mão, ja me levantando, pela hora

que se passava. Lhe falei algo que, por pedido dele, ficará só entre nós, e

sai. Não guardo magoas pelo fato de ter me deixado. O "PAI" que me

abandonou a uns 20 (vinte) anos atrás, era aquele com quem conversei por

um curto periodo de tempo.

Amanda Brandão Dias. Nº: 03

JOAQUIM E O MENINO FREDERICO

Um dia quando saia do trabalho encontrei um garoto na rua ele

estava com frio e fome, já era madrugada eu senti dor dele deu vontade de

levar ele para casa, e ainda mais ele era muinto fofinho Tinha mais ou

menos 8 anos, mas por sigurança não levei tinha medo que foce um mine

ladrão.

No outro dia quando sai do trabalho ela lá estava no mesmo lugar

fui em direção a ele.

- Garoto qual o seu nome?

- Frederico senhor.

- O que você faz aqui sozinho ?

- Sobrevivendo senhor.

- Você quer e para minha casa?

- Sim senhor.

Então levando ele para minha casa não sei que ele sentia na quela

hora, felicidade ou medo de esta andando com um estranho, mas sei que ele

vai ter uma baita surpresa quando nós chegarmos em casa.

- Senhor que casa legal.

- Eu sei, e você pode brincar com todos esses brinquedos.

- Sério?

Page 12: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Já posso brincar

- Ainda não primeiro vai tomar banho e comer.

O garoto já tinha tomado banho, comido e brincado muinto então já

tava na hora de dormi.

- Já tabom de brincadeira por hoje.

- Mas já?

- Sim

- Então eu já vou.

- Não.

- A partir de hoje essa é sua nova casa.

- Sério mesmo?

- Claro pode ficar aqui o tempo que quiser.

O garoto muinto feliz foi dormi, mas antes ele me perguntou.

- Quem é o senhor?

- O que o senhor faz?

- Sou Joaquim barto

- Dono da brinquedopatria.

O muleque foi dormir muinto feliz de saber que eu sou o dono da

brinquedopatria o lugar onde ele ficava toda noite esperando que a sorte

viesse com o vento.

O garoto cresceu me ajudou muinto, tinha muinto talento o garoto

fez a impresa de brinquedopatria para brinquedomundo, hoje já tou velho e

fraco mas sei que minha mição que foi comprida com a formação desse

garoto.

Amsterdan Vasconcelos. Nº: 04

Page 13: Coletânea de Contos - Aquicultura

O HOMEM SOLITÁRIO

Havia um homem muito solitário que vivia na margura da solidão,

mas um dia lindo encontro u sua amada, com isso ela resolveu casar e ter

vários filho, pois sua esposa ficou muito triste ao saber-lhe que estava muito

doente com isso ela não quiz dizer sseu marido para não vê-lo sofre-lo, mas

um dia sua esposa estava muito ocupada e pedio ao seu Diogo para arrumar

o quarto deles, com isso viu um diagnóstico, que pertencia sua esposa e

perguntou Diogo a sua esposa

- você estar doente?

- não querido não estou.

- mas o que significa isso?

- não é só um diagnóstico.

- mas esse diagnóstico estar transmitindo que você tem câncer. com isso eles

dois começaram a chorar e Diogo deixou seu trabalho para viver mais

tempo com ela, com o passar do tempo ela morreu. Passando alguns dias ele

foi ate o seu guarda-roupa e viu uma carta que sua esposa tinha deixado na

carta estava escrito essa mensagem:

...Que o sol ao nascer te faça sorrir te mostrando qe mais um dia se inicia.

Que o vento leve seus sonhos ate Deus e que tudo se realize... Mas quando

entardecer e tudo se escurecer, não desanime, as estrelas vão brilhar e logo

mais a lua aparecera... mas se As nuvens cobrirem o céu feche os olhos e

perceba. Nem todos os dias terminam como a gente quer mas podem

começar como a gente sonha. sempre estarei ao seu lado mesmo que voce

não possa mim ver...

Te amo amor!

Quando ele terminou de ler a mensagem ficou muito triste e se matou, e

seus filhos ainda inconformados com a morte de seus pais são levados para

um orfanato.

Ana Flávia. Nº:06

Page 14: Coletânea de Contos - Aquicultura

LEMBRANÇAS

O céu tão escuro, nublado, ou como minha mãe diz o tempo fechou,

como se a terra precisasse da escuridão por alguns minutos. Meu avô

sempre comparava o céu à vida. Tempos de chuva, tempos de sol, quando a

vida tá nublada, depois vem o arco Iris. Dizia ele. Talvez o céu estivesse de

luto junto comigo. Olhei ao meu redor e vitantos túmulos, também me vi

entre aquele amontoado de pessoas, tantos altos como baixos, tantos gordos

como magros, uns ruivos, outros com óculos, uns de preto, outros de branco,

tão diferentes, tão vazios, que se amontoaram com o mesmo objetivo. Eu

estava segurando uma rosa vermelha na minha mão direita.

- Jogue. Sussurrou minha mãe ofegante. Olhei para a rosa, tão linda,

tão pura, como meu pai, que mundo injusto.Pensei.

- Por quê? Ele não a verá mãe. Falei tão sinceramente, que nem

parecia comigo, eu que sempre fui escondida, nunca dei minhas opiniões,

ninguém precisava pra falar a verdade, preferia ficar calada e só conseguia

me abrir em uma roda de amigos, mas nunca fui eu mesma. Minha mãe me

olhou assustada.

- Marina, jogue está flor. Pediu mais uma vez, quase derramando o

que restava de suas lagrimas.

- Não percebe que isso é em vão? . Todos me olharam tão

assustados, outros cochichavam um. O que ela está falando? . Ela perdeu o

juízo? . Pobrezinha. Resmungavam. A maioria dessas pessoas não

conheceu o meu pai, mãe. Não sabem seu sorvete favorito, nem o jeito que

ele dormia, não sabem nem porque estão chorando, só ficam repetindo, ele

foi um homem bom, ele era uma boa pessoa, isso foi uma tragédia,

perdemos mais uma pessoa pura no mundo, foi à mesma coisa que disseram

no enterro da vovó.

- Marina, o que pensa que está fazendo? . Gritou meu tio Aroldo,

pegando no meu braço. Vá para o carro, já conversamos. Obedeci. Antes

olhei para aquelas pessoas encarando e disse.

Page 15: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Sabem o nome completo do meu pai pelo menos? . Olhei para um

homem em especial que vestia um terno preto, ele adorava ligar pro meu pai

e chama-lo para sair, devia ser porque o meu pai pagava as despesas do bar

sempre, meus pais sempre brigavam por causa disso. Entrei em um carro

preto, e ouvi minha mãe chorar escandalosamente no peito do meu tio. Senti

pena e uma enorme tristeza, porém não consegui chorar, minha prima disse

que isso é normal, demora um pouco pra conseguir captar as coisas, o

problema é que eu estava entendendo muito bem, até mais do que eu queria.

Vi um cara pelo espelho do carro, acocado em um tumulo, ele era

mais ou menos da minha idade, tinha cabelo preto comprido e usava uma

calça azul, meio rasgada. Saí do carro e me aproximei. Não sei bem porque

fiz isso, mas eu fiz nada mais me importava naquele momento. Fiquei atrás

dele, e li o nome que estava escrito na lápide. Ana Lucia. Li os primeiros

nomes.

- Você está com aquele pessoal? . Perguntou o homem, nem me

olhava, parecia fixo naquelas letras.

- Sim. Sussurrei.

- Quem morreu? . Perguntou ele de uma forma tão normal, que me

assustei. Soltei um “nossa” sem querer.

- O quê? . Ele me olhou. Ah... Desculpe. Sei que a maioria das

pessoas fala de uma forma mais doce, tentando amenizar a dor do outro, de

alguma forma isso funciona, mas prefiro ser mais direto. Eu odeio pena.

Falou ele, e voltou a olhar aquele nome. Ana Lucia.

- É melhor assim, cansei da piedade das pessoas. Ele deu uma risada

abafada - Quem é Ana Lucia pra você? – Perguntei sendo menos discreta do

que imaginei. Ele demorou um pouco pra entender a pergunta.

- Alguém que eu realmente gostava. Finalmente falou.

- Não gosta mais? . Perguntei espontaneamente. Ele sorriu.

Page 16: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Agora eu a amo. – Sorri com aquelas palavras. Sabe, quando

alguém morre a gente passa a valorizar mais do que antes, mas aí já é tarde.

- Isso não é tecnicamente verdade. Corrigi, sendo a filosofa como

sempre, zoada pelo pessoal da minha sala. A gente passa a valorizar as

lembranças. Às vezes penso pobre daqueles que perdem suas lembranças.

Ele me olhou, se levantou.

- Não respondeu minha pergunta. Ele levantou uma das

sobrancelhas, seu rosto era pálido meio cristalino. Quem morreu? . Repetiu.

- Alguém que eu amo muito. Olhei para os meus pés.

- Ana Lucia, ficava em uma biblioteca da escola, São Jorge, não

muito longe daqui. Conheci-a lá.

- Vocês se apaixonaram?

- Eu sim. Ela se apaixonou, mas por outro e ele fez mal a ela. Toquei

no seu ombro, não sabia o que falar. “Eu sinto muito” saiu tão fraco.

- Odeia pena – Falou sorrindo.

- Sinto muito. E rimos juntos. Ele olhou para um carro vermelho,

onde uma mulher de óculos escuros o esperava.

- Tenho que ir. Talvez nos esbarramos por aí. Falou ele acenando.

- Sim, tchau. – falei. Foi a primeira e ultima vez que vi aquele

homem. Quando olhei em minha volta, senti algo pegajoso escorrer na

minha bochecha e percebi que era a primeira vez que chorava naquele dia.

Meu pai é só mais um de muitos túmulos, mas que sempre será lembrado

por mim. Pensei.

Antônia Brena. Nº: 07

ANA E JOÃO

Um dia tão bonito numa cidade pequena, lá onde morava uma bela

menina chamada Ana, lá estava triste como sempre sofredo de amor pelo

um menino chamado João, ela amava muito ele, era completamente

Page 17: Coletânea de Contos - Aquicultura

apaixonada a pobre vivia nos cantos da escola sozinha para não expressa o

que sentia por ele além disso tudo ele o João considerava ela a ama como

uma amiga apenas. João confiava muito mesmo nela, contava tudo para

Ana, por quem ele se apaixonava e tudo mais por isso Ana tinha medo de

dizer que amava, era completamente louca por ele.

Os dias passavam e o seu amor aumentava e o medo ia junto, Ana

sofria mais ainda.

Um dia Ana resolveu conta tudo para uma ‘’amiga’’ chamada Lívia

disse tudo do começo onde ela começou a se apaixona pelo João passou

horas contando.

- Ana disse, por favor não conta o que você ouviu para ninguém!

- Lívia disse, certo da minha boca não sair nada dessa historia pode confiar

em mim!

No outro dia todos do colégio já sabia da história, começaram a zoar

Ana alunos disseram, Ana gostam de João hum!

Então os aluno não paravam de brinca com ela. Assim ela fugiu.

- o João chega, sabe de tudo, e disse que também ama, onde ela esta.

Então chega a noticia que Ana tinha morrido João se desespera, vai

atrás de sabe o que aconteceu e ai, atropelado por um carro.

Débora Ísis. Nº: 10

CORRA ATRÁS DE QUEM AMA

Numa manhã qualquer, de um dia qualquer. Ela estava na praça mais

movimentada perto da cidade. O lugar era lindo, cheio de flores e árvores.

Lugar onde ela ia quase todos os dias. Uma moça sozinha, com aparência

triste e pensamentos longes. O clima estava agradável, não estava quente e

nem muito frio. A moça estava sentada em um banco, ela olhava para o céu,

com uma certa angústia. Ela estava alí, pois precisava ficar sozinha, parecia

estar cheia de decepções. E de repente soa uma voz ao seu lado, que à

encantou, logo quando à escutou.

Page 18: Coletânea de Contos - Aquicultura

— Está um belo dia.

Ela se virou, e viu um homem, bonito, que se sentou ao seu lado.

• Sim, está um lindo dia mesmo.

A moça, apesar de aparentar-se triste, sorri para o homem encantador, esperando

alguma resposta.

— Você parece está preocupada, talvez uma dor que quer tentar esconder.

— A vida nos trazem decepções...

— Não deveria está assim, você é linda e não deve esconder sua beleza toda,

com tanta tristeza.

— Pena que algumas vezes, não escolhemos o que iremos sentir

— Mas podemos passar por cima e tentar algo novo.

— Não quando você acha que tudo o que irá fazer, é inútil.

— Nunca diga que o que irá fazer, é inútil, impossível, pois sempre você terá

novas chances.

— Sempre te observei nessa praça, sempre tive vontade de falar com você, mas

nunca tive coragem.

— Por que não teve coragem?

— Porque você não é igual as outras, você tem algo diferente. Sempre quando te

via, sentia que você era especial...

— Desculpa, mas tenho quer ir.

— Poderia me dizer seu nome?

— Isabela, e o seu?

— Muito prazer Isabela, me chamo Kaique.

Depois desse dia, eles nunca mais se viram. Ela ia para a praça todos os dias, com

esperança que aquele homem que à encantou, chegasse ao seu lado no banco e

Page 19: Coletânea de Contos - Aquicultura

conversasse com ela, pois naquele dia que o conheceu, parecia que todos aqueles

grandes problemas, enormes tristezas e decepções, tinham sido esquecidos, nem

que isso tivesse sido apenas naquele momento.

Isabela, que trabalhava com turismo, recebe uma proposta de viajar, mas à

trabalho. Mas antes dessa viagem, por conta do destino, eles se reencontraram,

em um shopping. Ela não conseguiu se segurar e foi falar com ele.

— Olá, que bom te ver, de novo.

— Oi, é..

— Tá tudo bem?!

— Sim, só estou um pouco ocupado.

— Ei, você está me evitando?

— Quer saber.. Sim, estou te evitando, sei que parece loucura, mas eu tenho

medo...

— Medo?!

— Sim, desde aquele dia, na praça, venho sentindo algo estranho, algo que todo

esse tempo, nunca tinha sentido por ninguém.

— E o que você sente, é algo ruim?

— Não, mas é melhor não falar, estou ocupado, foi bom conversar com você.

Ela, sabendo que ele estava à ignorando, virou para ele, com lágrimas nos olhos.

— Só queria que soubesse que viajo amanhã, vou bem cedo, viajar à trabalho e

quero te falar que mesmo você me evitando, desde aquele dia na praça, senti que

por você, eu faria tudo, até o impossivel...

Ele olhou para ela, mas virou ás costas e apenas continuou o que estava fazendo.

Ela voltou para casa, arrumou suas malas, e estava pronta para esquecer aquele

dia, em que aquele homem, a fez se sentir bem e a conquistou tão de repente.

Page 20: Coletânea de Contos - Aquicultura

Na manhã seguinte, ela pegou um táxi e se dirigiu para o aeroporto. Estava tão

angustiada, mas sabia que aquela viagem iria lhe fazer bem, ao contrário, se não

podia ficar com o homem que amava, não iria ficar tendo que pensar em

encontra-lo casualmente, em qualquer lugares, horas.

Quando já estava quase entrando no avião, ouviu alguém gritando o seu nome, ela

sabia que aquela voz não era estranha. Quando de repente, era Kaique, correndo

ao encontro de Isabela.

— Não pude deixar de vim.

— O que faz aqui?

Vim te falar algo e só quero que escute.

— Naquele dia na praça, que eu fui falar com você, já vinha te observando á

vários dias. Naquele dia, eu criei coragem e fui falar com você, mas depoiste

evitei, pois quando falei com você, senti que tudo que sempre procurei em uma

mulher pra mim, estava em você, mas por já ter sofrido tanto por amor, acreditei

demais em sentimentos e as pessoas só fizeram me machucar, e foi por isso que

te evitei, não queria sofrer ainda mais. Depois percebi que desdeaquele dia, não

parei de pensar em você, e sendo por você, sofro tudo de novo, por que você é

tudo o que eu sempre sonhei.

Ele á beijou e ficou ancioso com o que Isabela iria falar.

Você chegou do nada e conseguiu me conquistar tão rápido, viver sempre com

você, é tudo que mais quero.

Elilia Duarte. Nº: 11

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR

Como qualquer mãe, quando Raquel soube que um bebê estava a

caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Micael com três

anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era

uma menina, e todos os dias Micael cantava da barriga de sua mãe. Ele já

amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer a gravidez se desenvolveu

normalmente.

Page 21: Coletânea de Contos - Aquicultura

No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos;

depois a cada três minutos; então, a cada minuto uma contração. Entretanto

surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Raquel demorou

horas. Todos discutiam a necessidade provocável de uma cesariana. Até

que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Micael nasceu. Só que

ela estava muito mal. Com a sirene no último volume a ambulância levou a

recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias

passaram. A menina piorava. O médico, disse aos pais: “preparem-se para o

pior. Há poucas esperanças”. Raquel e seu marido começaram então, os

preparativos para funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto

para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros: Enquanto isso,

Micael, todos os dias, pedia aos pais que levassem para conhecer a sua

irmãzinha: -“Eu quero cantar pra ela” – ele dizia. A segunda semana de UTI

entra e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Micael

continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua

irmã, mas crianças não eram permitidos na UTI. Entretanto, Raquel decidiu.

Ela levaria Micael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a

Irma e, se não fosse hoje, talvez não visse viva. Ela vestiu Micael com uma

roupam um pouco maiorm para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A

enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali.

Mas Raquel insistiu. –“ele não irá embora até que veja a irmãzinha”. Ela

levou Micael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que

perdia a batalha pela vidas. Depois de alguns segundos olhando, ele

começou a cantar, com uma voz pequeninha: -“Voce é o meu sol, o meu

único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...” Nesse

momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se

estabilizou. Raquel encorajou Micael a continuar cantando. “você não sabe,

querida, quanto, eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora...”

Enquanto Micael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.

“Continue, querido” , pediu Raquel, emocionada. “Outra noite, querida, eu

sonhei que você estava em meus braços...” O bebê começou a relaxar.

“Cante mais um pouco Micael.” A enfermeira começou a chorar.

Page 22: Coletânea de Contos - Aquicultura

-“Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o

céu está escuro... Por favor, não leve o meu sol embroa...” No dia seguinte,

a irmã de Micael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.

O Womans Day Magaizine chamou essa história de “O milagre da canção

de um irmão”. Os médicos chamaram simplesmente de um “milagre”.

Raquel chamou de “milagre de amor de Deus”

Paula Santos. Nº: 13

A ÁRVORE

Ao amanhecer, quando o sol mostra seu primeiros raios do dia vindo

ainda uma leve brisa fria, acorda a pequena menina para ver sua querida

arvore no alto de uma serra frente sua casa, com os braços presos ao peito e

uma manta longa fica horas a observa e conversar com sua leal amiga. Ela

era bela, cheia de flores, cintilava a todo seu redor com o verde tão forte

vindo de seus galhos como se distribuísse felicidade e trazia a pequena

harmonia.

Assim, repetia-se o fato todos os dias. Menos naquele no qual, por

doença, a menininha não se apresentou a seu compromisso no alto da serra.

E a sua amiga perdera o brilho e as folhas aos poucos caim como pedra no

chão a espera, sua raízes já se encontrava seca pois mesmo tando molhadas

não tinha o carinho da quela que tanto amava .

Renata Meneses. Nº: 14

OS RUÍDOS DA MORTE

Os habitantes das ilhas Samoa acreditam que, quando a morte se aproxima,

pancadas secas paranormais são ouvidas na casa da vítima.

Esse estranho fenômeno já foi chamado de ruídos da morte, e sua existência

representa mais do que mero folclore.

Johnny Miller, por exemplo, sempre ouviu esses estranhos ruídos,

principalmente na infância. As pancadas ocorreram durante o verão de 1924

em Carolina do sul, quando sua irmã, Stephanie, ficou acamada com uma

doença misteriosa.

Page 23: Coletânea de Contos - Aquicultura

Enquanto a menina permanecia na cama, ruídos estranhos, semelhantes a

batidas feitas com os dedos, ecoavam pela casa. Eles soavam de três em

três, sendo que o primeiro era mais longo do que os outro dois.

Certa vez, o pai da família ficou tão irritado com os ruídos que arrancou

todas as cortinas das janelas da casa, culpando-as por aquele barulho

infernal. Contudo, essa demonstração de nervosismo de pouco adiantou para

terminar com aquele sofrimento.

No dia 4 de outubro, já se sabia que Stephanie estava morrendo. Quando o

médico chegou, ele também ouviu as pancadas estranhas.

- O que é isso? - perguntou, voltando-se para tentar descobrir a fonte do

barulho.

Quando se virou novamente para a pequena paciente, ela pronunciou suas

últimas palavras e morreu. As pancadas diminuíram a atividade após a

morte de Stephanie, porém nunca chegaram a parar de todo. Elas voltaram,

ocasionalmente, quando a família se mudou para uma casa nova.

Então, em 1928, o irmão de Stephanie morreu afogado quando a superfície

congelada de um rio, sobre a qual caminhava, quebrou-se. A partir dessa

época, os ruídos da morte nunca mais foram ouvidos.

Francisco de Assis. Nº: 15

O NAVIO FANTASMA

Em um dia havia um homem chamado Roberto, ele estava em alto mar, com os

seus tripulantes e uns dos seus tripulantes se chamava José, Francisco. Pois em certo

dia no mar, ele viu um nevoeiro em sua frente e disse:

- O que é aquilo, será que é outro navio pirata. Quando de repente ele viu que era um

navio fantasma, pois ele invade o navio fantasma para poder busca informações

sobre aquele navio abandonado.

E ainda em alto mar no dia mais quente, Roberto viu uma ilha por perto, pois ele

parou o navio para poder descansa. Logo após a noite ele se lançou ao mar outra vez,

e outra vez ele viu o nevoeiro, pois ele sabia que era o navio fantasma e desta vez

havia cadáveres abordo daí eles entraram no período de guerra entre os dois navios.

Porém o Roberto descobriu algo precioso, que era um tesouro escondido, pois ele viu

que o navio fantasma só aparecia á noite, porque ele via que estava na hora de tomar

o baú de tesouro daquele navio. Porém o Francisco disse:

- Capitão o que será que tem dentro daquele baú de tesouro. E o Roberto disse:

Page 24: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Não sei, vamos descobrir. Logo após a se lançarem em alto mar outra vez, eles

viram o navio fantasma, pois eles entraram em guerra, porque eles iam à busca do

tesouro, e depois o José conseguiu invade o navio em busca do baú de tesouro,

quando de repente lá estava o baú de tesouro, pois o José viu e disse:

- Finalmente encontramos o baú de tesouro agora eu vou leva para o capitão. Pois

ainda na guerra, José pegou e jogou para o navio do capitão Roberto, depois ele

pulou de volta para o navio do Capitão, e então eles fugiram para um lugar bem

distante. Porém Francisco viu uma ilha e disse:

- Terra a vista. E o Roberto disse:

- Vamos para aqui. Quando eles chegaram à ilha, eles desceram do navio para

conhecer a ilha, pois o Roberto mandou o José abrir o baú de tesouro para saber o

que tinha dentro, depois o José disse:

- Capitão esta cheio de pedras. E depois o Francisco disse:

- Fomos enganados capitão. Depois o Capitão disse:

- Pois então continuamos pobres José e Francisco.

Ísmael Cícero. Nº: 17

O MENDIGO E O MENINO

Seria o mesmo mendigo a quem feriu com uma pedra no dia anterior?

Depois disso, nunca mais jogou pedra em ninguém, e nem em animais.

Enterrou o estilingue com medo de ser pego, e julgado. Passaram semanas,

meses e nenhum culpado foi encontrado. Um grande alívio para o menino

que se tornou homem com consciência do passado. Pesadelo assombra ele

todas as noites quando ele vai dormir.

Respira fundo e tenta acalma-se. Passam-se alguns minutos, ele tenta

aproxima-se da sacada e vê se o mendigo ainda está lá fora. Está, sim! Na

sacada, por dentro olhando para ele com seus olhos vermelhos e brilhantes

parecendo as chamas do inferno. Ouve uma alma gritando na consciência

dele. Está rindo. Rindo dele. Ali há um pesadelo. Um pesadelo muito real. O

homem não grita, não pisca e nem mexe. Sabe que nada adiantaria fugir de

um pesadelo, pois este está dentro da sua mente. O mendigo se transforma

em um ser demoníaco, e suas mãos em garras chegam próximas a ele. O

homem enfia a mão no bolso e retira um coração que bate furiosamente,

jorrando sangue por entre os seus dedos até explodir.

Ele não acorda aos berros como costume todas as noites. Nem mexe.

Nem geme. E nem respira.

Page 25: Coletânea de Contos - Aquicultura

Janderson Freitas. Nº:18

O AMOR PROIBIDO

Ao sair da casa de sua mãe às cinco horas da tarde Diego visualizou

uma linda mulher que no mesmo instante se apaixonou-se por ela,

aproveitando que aquela linda mulher tinha deixando seu livro cai no chão,

Diego o apanhou e entregou a ela, com essa situação acabou conhecendo

aquela linda mulher que se chamava Maria, tinha cabelos longos e pretos e

seus olhos de cor verde, como duas esmeralda. Ficou triste a pensar que

estava só passando férias na casa de sua mãe e não podia ter uma relação

séria com Maria, cada dia ficava na janela de sua casa para vê-la passar

sempre com aquele sorriso, mas estava cansado de só vê-la queria algo

mais, então quis falar com ela

-olá

-oi

-você esta bem?

-sim estou muito abrigada por pergunta como eu estou

-posso lhe falar algo muito importante para mim

-sim, o que?

-desse do primeiro dia que eu lhe vi fiquei apaixonado por você agora não

consigo te esquece

-mais você não pode

-por quê?

-já sou comprometida, tenho ir, ate outro dia

-não deixe aqui sozinho alguém que lhe amar muito

-tenho que ir, adeus

Chegando do encontro que teve com Maria, Diego ficou com coração

partido, queria beijar sua boca e olhar nos olhos de Maria e dizer eu te amo.

Page 26: Coletânea de Contos - Aquicultura

Com tudo que aconteceu Diego foi embora, mas dentro do seu coração tinha

uma grande tristeza que era esquecer Maria.

Muitos tempos se passaram, quanto, mas Diego tentava esquecer Maria, mas

o lembrava, com isso foi visitar sua mãe e perguntou pela sua amada

- Mãe você sabe alguma informação sobre Maria?

-sim filho

- onde ela esta

-infelizmente ela faleceu

-mas não pode ter acontecido isso

-ela me falou que também te amava muito, mas não podia ficar com você

porque estava com dias contados, tinha câncer, por isso ela mentiu para

você falando que tinha namorando, mas na verdade ela não queria ver você

sofrer.

-não

Chorando Diego foi ao cemitério onde sua amada estava enterrada,

chegando a seu túmulo ficou pensado: se ela estivesse mim aceitado apesar

de pouco tempo nos dois iríamos ser felizes.

Apesar de tudo o amor eterno vive no coração de Diego, nunca ele vai

esquece aquela linda mulher que lhe roubou o coração.

Joana Andrada. Nº: 19

O AMOR GUARDADO

Tudo se inicia em uma cidade tranqüila chamada Montilaguna, mais

precisamente em uma escola pública onde se tem como passado uma das

mais belas histórias de amor sem fim.

O romance começa com uma espécie de rotina que prende de certa

forma a vida de todas as pessoas, uma garota chamada Linda que todos os

dias se encaminhava a escola com toda sua dedicação, do outro lado estava

Page 27: Coletânea de Contos - Aquicultura

Carlitos que estudava na mesma escola que Linda, embora cursando o

mesma série ambos em salas diferentes. A escola onde os dois estudavam

era nova o contato entre os alunos era frio e a “fisionomia” aparentemente

diferente. Com o tempo nada de mais, relações se firmando e sentimentos

aflorando. Carlitos começaram a olhar, entreolhar e até mesmo a encarar

apesar de tímido Linda, que despertou sentimentos diferentes cujo

desconhecimento se fazia sentir, ainda mais quando ele ao gostar do jeito

dela, ela percebia de certa forma que ela nem lhe dava bola e que por menos

que fosse poderia continuar a olhar os movimentos e gestos de quem só lhe

despertava admiração.

O tempo passou e o inesperado aconteceu Linda tinha amigas antigas

na mesma sala de Carlitos e de surpresa Milene e Dani que também eram

suas amigas chegaram até ele e de certa forma deram-lhe uns “toques”

dizendo que Linda também tinha por ele tamanhas formas de se questionar

passou a se questionar.

- Nossa que surpresa! Mas eu nunca pensei! Ela é tão especial como devo

chegar nela?

Com o passar do tempo ele estando feliz e aflito por dentro começou

a juntar forças para falar com ela, ele então fala

-Linda vem aqui. É verdade que você gosta de mim?

Como um cavalo é assim que ele se analisa diante do que falou diante

de sua amada que por ser muito inteligente pensava que esta não merecia

enrolação. Linda logo após diz as amigas como foi.

- Vocês não sabem o que ele me disse pela primeira vez...

Os dois em meio a curtas conversas resolvem se conhecer melhor, o

que foi muito interessante ele sorriu quando ela falou de sua família que era

enorme em relação a dele e ele pensava que seria ao contrário. Ele nunca

soube o que ela realmente sentiu, sabe que não estavam se relacionado o

bastante para estabelecerem uma relação firme o que foi em parte culpa

dele. Mas ele tentou, mesmo enfrentando diversos problemas.

Page 28: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Como falar? Como agir? Ele era um completo bobo se enrolava com as

palavras até ao escrever para ela.

Carlitos então se afastou sem saber direito o que fazer, tentando

arranjar tempo para tomar uma decisão, ela o pressionou

-Eu só queria alguém que me desse à atenção que eu sei que mereço!

Ele ficou ainda mais cabisbaixo, pois o velho problema que sempre

rondava sua vida voltara a persuadir diretamente em sua autoconfiança e em

sua insuficiência e foi aí que Linda tomou um decisão e começou em pouco

tempo a namorar Damião.Carlitos não pensou em nada, não falou nada,

apenas continuou a viver achando melhor pra ela mesma ter uma pessoa que

ao menos tivesse segurança. Ele não quis mais ninguém e passou a se

dedicar aos estudos foi bom em diversas profissões, solitário apesar de

alegre e guardou na lembrança apenas os momentos em que pode ter o

sorriso de Linda próximo a sua face.

João Vitor. Nº:20

O CADERNO DE SOFIA

Virginia era uma mulher bela, que morava co seu esposo, que se

chamava Alexandre em Veneza cidade italiana ,este casal brasileiro morava

á 7 anos fora de seu país de origem e eram muito felizes .

Certa manhã ,ao acordar Virginia percebe que seu esposo não está em

casa ,neste dia comemorava-se os 10 anos de casados. Virginia não

gostando do sumiço do marido decidiu ligar ,mas ele não atendia ,ligou para

o escritório onde seu esposo trabalhava e lá informaram a ela que ele não

havia trabalhado naquela manhã. A mulher preocupada fica perambulando

de um lado para o outro na conzinha ,quando de repente a porta da sala se

abre e se fecha muito rápido a mulher corre para ver o que é ,poderia ser seu

marido ou um vento muito forte mais nada teria mostrado que poderia ser

seu marido.

Virginia muito nervosa pega seu casaco que estava na sala e parte para a

casa vizinha onde morava sua amiga. Chegando lá, percebe que a amiga não

Page 29: Coletânea de Contos - Aquicultura

estava em casa .Então ,volta para casa e na divisa de sua casa com a da

vizinha havia um portão logo ali abaixo atrás do portão vê homens fortes

levando coisas para dentro de sua residência ,ela acha isso muito estranho

,vê seu esposo e sua amiga atrás do caminhão de caixas .Sem chegar muito

perto a mulher se esconde atrás de um arbusto ela ouve seu marido falando

com a amiga ,mas não consegue entender absolutamente nada.

Virginia entra na casa pelos fundo ,sem que ninguém a veja ,ela entra e

sobe rapidamente as escadas,tira seu casaco e deita em sua cama ,fingindo

estar dormindo,cinco minutos depois aparece seu marido com um café para

eles, os dois tomam o café e a mulher vai tomar um banho. Logo seu marido

há avisa que vai sair de novo e ela pergunta onde ele está indo ,mas ele

desconversa e diz que não pode lhe falar. Quando seu marido sai ,a mulher

pega um táxi e vai atrás .Ele entra em uma lanchonete ,da um beijo na boca

de outra mulher e senta com ela em uma mesa .Virginia vendo a cena do

lado de fora da lanchonete e vai embora chorando. Ela chega em casa e na

frente de casa senta numa calçada. A amiga, sua vizinha ,vê Virginia

chorando e vai dar uma força .

Virginia de cabeça quente discute com amiga dizendo vários palavrões

e bate a porta na cara dela .Ao meio dia após seu marido chegar ,Virginia

pede a separação. O marido sem entender nada, diz que não aceita a

separação. Ela toda arrumada sai de casa e vai para um restaurante,do outro

lado da cidade. Chegando lá, ela se senta e pede o cardápio ,quando de

repente vem um homem e senta ao seu lado e sussurra em seu ouvido, á

dizendo que ela é muito bonita . A mulher toda envergonhada pede para o

homem sentar com ela para comer alguma coisa e ela o beija. Logo aparece

seu marido lá ele vê ela sentada abraçando outro homem e vai embora

.Quando ela chega em casa ,não o vê e seu ex-marido liga para a mãe e

conta tudo o que aconteceu ,ao desligar o telefone ela joga a bolsa na cama e

tira o casaco. Ela se vira para o outro lado ,quando ela faz isto é acertada

com um tiro ,diretamente em seu peito esquerdo. No dia seguinte quando o

marido chega em casa vê o corpo da mulher estirado no chão ,chora muito e

liga para a policia e a mãe de sua mulher. Quando conta para a mãe de sua

esposa, chora muito o marido, a amiga ou quem poderia ter assassinado a

Page 30: Coletânea de Contos - Aquicultura

mulher. A mãe dela coloca os melhores detetives da Itália atrás do assassino

mas apenas anos depois descobrem que quem assassinou Virginia foi seu

marido . Ele é preso e julgado á pena de morte e diz não se arrepender

,todos ficaram assustados mas felizes por terem conseguido justiça.

Joaquina Acácio. Nº: 21

MARCELO E JASMIM

Marcelo tinha 15 anos de idade, era um menino pobre, ele morava em

uma pequena casa, todo dia ele saia de manhã sedo para ajudar seu pai a

entregar jornais.

Certo dia seu pai lhe deu dinheiro e ele foi correndo comprar sorvete,

ele foi comendo sorvete para a praça, lá ele esbarrou em uma menina

chamada Jasmim que também tinha 15 anos e era de uma família bastante

rica. Ela como sempre muito mal educada foi logo dizendo:

- Você não olha por onde anda seu desastrado. Você estragou minha roupa

nova.

- Desculpa! Não foi por mal! Disse Marcelo.

Ela não ligou e saiu esnobando-o, mas os dois ficaram chateados.

Tempos depois Jasmim voltou à mesma praça para reencontrar

Marcelo, mas não o encontrou muito triste Jasmim se sentou em um banco e

começou a pensar como foi mal educada com ele. De repente Jasmim olha

pra traz e ver Marcelo, os dois se olham apaixonadamente, arrependida pelo

o q fez Jasmim pediu desculpas a Marcelo, ele sorrindo a convidou pra ir ao

cinema.

Moral da história: os opostos se atraem.

José Deyvisson. Nº: 22

O MENINO, SEU AVÔ E A ÁRVORE DA VIDA

Era uma vez um menino chamado Felipe que morava com seus pais e

seu avô. Todos os dias, quando o sol já não era tão forte, Felipe e seu avô

Page 31: Coletânea de Contos - Aquicultura

faziam longas caminhadas ao longo do rio ou pelos campos, aventurando-se

também nas matas da região.

Felipe gostava dessas caminhadas com seu avô, pois seus pais muito

ocupados com inúmeros trabalhos, não tinha tempo para ficar com ele e

passear. O avô não contrario, tinha o dia inteiro pra ficar com seu neto. Foi

caminhando com o avô que Felipe conheceu muitos segredos e mistérios da

vida. E que os avôs, com a experiência que tem, adquirem a sabedoria da

vida. Um desses segredos

referia-se ao rio ao longo do qual caminhavam frequentemente. Era um rio

extremamente perigoso. Ninguém conseguia atravessá-lo, apesar de muitos

esforços. Todos os que tentaram, nele perderam sua vida, e seus barcos se

despedaçaram contra as pedras da correnteza.

Do outro lado desse rio havia uma floresta, e dentro dela uma árvore capaz

de curar qualquer tipo de doenças. Os antigos moradores do lugar a

chamavam de árvore da vida . Num dia em que caminhavam a beira do rio,

o avô de Felipe contou-lhe que conhecia o segredo para atravessar sem

perigo o rio. Revelou-lhe também a frase mágica a frase mágica que faria

aparecer a árvore da vida quando alguém conseguisse passar para a outra

margem. O menino Felipe decorou a frase mágica.

Alguns dias depois o rei daquela lugar decretou que todos os idosos, por

serem improdutivos deveriam desaparecer do reino dentro de uma semana.

quem desobedecesse a ordem seria morto. Foi assim que os velhinhos

começaram a desaparecer. Quem tinha recursos mudara-se para outro lugar,

longe do malvado rei; outros morreram de tristeza e abandonados; outros

ainda foram mortos pelo decreto impiedoso do rei. Não ficou sequer um

velhinho naquela região .

Felipe não queria se separar do seu querido amigo avô. com a ajuda de seus

pais, escondeu-o numa alto montanha, de modo que todos pensavam que o

velho tivesse mudado para outra região. O passado algum tempo, um vento

mau trouxe uma grave doença para toda aquela região. Nem o médico que

pudesse curar as pessoas. Muito gente morreu.

O próprio rei com toda o seu poder, não escapou desse mal. Morreu em

poucos dias, cheio de desespero e tristeza por ver partir, antes dele sua

amada esposa e seus adorados filhos Felipe lembrou-se,então do seu avô.

Page 32: Coletânea de Contos - Aquicultura

Ele conhecia o segredo para atravessar o rio e ter acesso a árvore da vida.

quem sabe o avô pudesse salvar toda a população.

Pensando nisso,foi mais que depressa a montanha contou o casa ao avô e

pediu insistentemente que descesse para salva o resto do povo. O

velho,compadecido de sua gente e também porque amava Felipe,abandonou

seu esconderijo na montanha e,quando lhe permitiam suas forças,correu

com seu neto a beira do grande e perigoso rio. Parou em cento lugar e disse:

- E aqui que se deve atravessar. vamos,venha comigo!

- E muito perigoso!-respondeu Felipe

- Não tenha medo! Eu vou a frente.

Os dois entraram na água. O velho sabia que,naquele lugar,havia grandes e

invisíveis pedras atravessando todo o rio. Quem pisasse nelas mal molhava

os pés, e podia atravessá-lo com se estivesse caminhando em campo aberto.

Em poucos minutos os dois estavam na outra margem. Então Felipe

lembrou-se da frase mágica e gritou a plenos pulmões: e então a floresta

começou a ser agitada por forte vento. As árvores balançavam pra Lá e para

Cá, até que apareceu diante delas uma árvore majestosa, coberta de folhas

que reluziam ao sol. – A árvore da vida !exclamou Felipe. – vamos colher

folhas, o mais que pudermos- disse ao avô – pois e com elas que o nosso

povo será a doença mortal.!

Os dois colheram grande quantidade de folhas e voltaram imediatamente.

Convocaram todos as pessoas para fazem um chás com as folhas de árvore

da vida. A saúde, e a vida voltou a alegria e voltou a festa. vendo o que

acontecera o novo rei aboliu o decreto de expulsão dos idosos de modo,que

todos os velhinhos puderam voltar para suas famílias amigos e parentes.

Felipe voltou a caminhar todos os dias com seu avô, aprendendo dele

muitos segredos para uma vida feliz e todos, naquela região descobriram

que a salvação muitas vezes pode estar nas pessoas que julgamos inúteis ou

improdutivos.

José Gleidson. Nº:24

Page 33: Coletânea de Contos - Aquicultura

O HOMEM POBRE E O RICO

Um homem rico e um pobre, levara seus filhos para alto de uma

montanha. Chegando lá, o homem rico põe a mão no ombro de seu filho,

aponta para as terras a sua frente e diz:

- Veja! Um dia tudo isso será seu.

O filho olhou para as terras a sua frente, sorriu e disse:

- Obrigado por você ser tão rico e poder me dar tudo que eu quero, mas eu

não quero terras... quero dinheiro!

O homem pobre, que assistira à tudo, também pôs a mão no ombro de

seu filho e disse:

- Veja eu não posso te dar tudo que você quer e deseja, muito menos terras e

dinheiro, mas saiba que sempre vou amar e torcer por você.

O filho olhando para o horizonte, falou:

- Pai, você já me oferece tudo que preciso e vou ser sempre grato por isso.

O tempo passou, o homem rico morreu e seu filho ficou com as terras

e o dinheiro de seu pai. Mas, com era de se esperar, gastou todo o dinheiro e

só restou-lhe as terras, que julgava sem valor algum.

O filho do homem pobre, que também havia falecido, trabalhou muito após

a morte de seu pai e assim ficou rico. Quando ficou sabendo da história do

outro, resolveu ajudá-lo de alguma forma, então lembrou-se das terras e

resolveu comprá-las. Quando lançou-lhe sua proposta o jovem, já falido,

não hesitou e vendeu-lhe as terras, mas disse:

-Essas terras pertenceram a minha família por mais de seis gerações... e eu,

um jovem irresponsável não tive capacidade de mantê-las no nome de

minha família. Por favor, cuide bem delas...

O jovem, agora proprietário das terras, ficou comovido com aquelas

palavras, enxugou uma lágrima que escorria-lhe na face falou:

Page 34: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Você só fez o que julgou certo e não pensou no futuro. Já está mais que na

hora de mudar isso... E eu vou te ajudar...

Assim, os dois tornaram-se amigos, trabalharam juntos e hoje vivem nas

terras que um dia um desses jovens julgou sem valor e que hoje é , para as

duas lindas famílias que moram lá, uma benção do Criador, pois é um lugar

com muito amor e carinho.

Joyce Marques. Nº:25

O MELHOR AMIGO DO HOMEM

No interior do Ceará contam uma história de um sujeito que se perdeu

em uma mata. Ficou vagando por dias, sem água ou comida. Todo

maltrapilho e à beira da morte viu de longe em uma clareira um cão que

latia para ele. Por um momento pensou que fosse uma alucinação causada

pelo seu estado debilitado. Chegando mais perto, pode ver que se tratava de

um cão de verdade que se afastava a passos lentos cada vez que o sujeito se

aproximava.

Pensou então com ele: "Se há um cachorro aqui, devo estar perto de

alguma casa. Alguém deve morar por perto. Vou segui-lo.”.

Andou na direção do animal, que se afastava como que mostrando um

caminho para o homem. Após algumas horas o sujeito pode ver uma

pequena casinha mal construída, feita de barro e palha, onde um casal

sentado à porta conversava sobre intimidades.

Feliz e desesperado, o homem correu na direção dos dois moradores,

sentindo-se salvo.

Assustados, os dois receberam o homem tentando entender o que

havia se passado. Depois de beber um pouco d'água e se recuperar, o sujeito

contou a história, falando do cachorro que o havia guiado pela mata até o

local onde estava agora.

Page 35: Coletânea de Contos - Aquicultura

Entreolhando-se, os dois moradores desconfiaram da história, dizendo que

não havia nenhum cachorro pelas redondezas. Ele, então, se propôs a levar

os dois ao local onde havia visto o cachorro pela primeira vez.

Ao chegar lá, nada viram a não ser uma cruz sobre uma cova rasa, que

o morador informou tratar-se do túmulo do filho, que havia sido assassinado

por uma matilha de lobos.

Kauan Hessler. Nº: 27

O DOUTOR E O VELHO ANALFABETO

Foi em um rio do estado de Ceará. Pode ter sido em qualquer um, não faz

diferença. Era um doutor, destes metido a besta que gostava de pisar nas

pessoas, principalmente os humildes. Belo dia estava na margem de um rio,

desejando passar para o outro lado. De repente avistou um caboclo e falou:

Caboclo, eu quero passar para o outro lado. Qual é a tua canoa? Ele nem

ao menos perguntou se o caboclo podia ou não passar para o outro lado.

O caboclo indicou com um gesto na boco a direção da canoa, e o doutor

embarcou.

Mal a pequena canoa embarcou o doutor começou a humilhar o caboclo.

Ele perguntou:

- Caboclo, tu és formado em quê?

- Formado, o que é isto dotô?

- Que faculdade tu cursou?

- Ora dotô, eu não cursei nenhuma faculdade.

- Então, perdeste dez anos da tua vida. Mas tu cursou o segundo grau?

- Não senhor, isto não tem por aqui não.

- Perdeste mais dez anos de tua vida. Mas pelo menos tu cursou o

primeiro grau?

- Não, seu dotô.

- Perdeste mas dez anos de tua vida.

O caboclo ficou parado, calado, pensando, e fez as conta e percebeu que

já tinha perdido trinta anos de sua vida. Ele olhava o doutor com espanto. E

o doutor fez mais perguntas.

Page 36: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Mas caboclo, tu sebe ler e escrever?

- Sei não senhor, eu sou analfabeto.

- Pois perdeste mais dez anos de tua vida.

Já eram quarenta anos que o caboclo tinha perdido. E os dois já estavam

bem no meio do rio, quando começou a entrar água na canoa e rapidamente

a afundar.

Aí, o caboclo perguntou ao doutor:

- Dotô, o senhor sabe nadar?

- Não... Disse o doutor com medo

– Pois então o senhor perdeu sua vida enquanto eu perdi quarenta anos!

Clarisse Almeida. Nº:31

O MEDO DE UM RECOMEÇO

Lembro-me bem quando a conheci, logo depois de uma tragédia que

aconteceu em minha família, quando perdi a única pessoa que eu tinha, que

estava sempre ao meu lado, meu querido pai John.

Maio desatou uma torrente de chuva, depois de um inverno de seca

total, em um dia assim, chuvoso que conheço a Melissa a mulher da minha

vida . Estava eu olhando pela janela os pingos caírem um por um,como as

lágrimas que rolavam no meu rosto, com pensamentos vagando alto sem

direção, quando a visto uma mulher no meio da chuva andando sem rumo ,

toda ensopada, veio em minha mente: quem será essa mulher? Logo sem

pensar saí de casa e fui em direção a ela, ela com um olhar assustado, me

pediu ajuda, logo percebi sua beleza sublime, em meio à tristeza em sua

face, a levei até minha casa, preparei um lanche e umas roupas secas para

ela, não trocamos uma só palavra, fiquei só parado admirando a sua beleza,

cabelos pretos ondulados, seus olhos cor de mel, que neles retratavam uma

tristeza. Logo após de lanchar, ela me perguntou, qual era meu nome, e fui

logo me desculpando, pois não havia me apresentado, e disse: _ me chamo

Henry Félix e o seu ? Ela me respondeu com uma voz doce e suave, _ me

chamo melissa. E passamos horas conversando, mas eu não perguntei

porque ela estava, no meio da tempestade, ficamos tão entusiasmados que

não vimos que a chuva já havia passado. E quando percebemos, ela foi logo

Page 37: Coletânea de Contos - Aquicultura

se despedindo e agradecendo. Ela saiu e sem trocarmos informações. Não

nos vimos mais, com o tempo fiquei procurando por ela na rua, mas não

consegui encontrá-la. Até que um dia caminhando nas ruas de São Paulo a

avistei dentro de uma cafeteria , ela também me viu e nos abraçamos,

passamos horas conversando, mas dessa vez trocamos endereços. Passei o

dia pensando naquela garota misteriosa, e resolvi convidá-la para sair, liguei

para ela, e marcamos um encontro, depois desse encontro percebi que ela

era uma garota diferente e que não passava mais um dia sem pensar nela.

Passamos a nos encontrar todos os fins de semana, quando pela primeira vez

nos beijamos, e foi maravilhoso, contei para ela que estava sentindo algo

diferente por ela, quando a vejo chorando e pergunto por que ela estava

assim, e ala só me fala que não queria que eu me apaixonasse por ela, pois

tinha medo de se relacionar com alguém, mas era inevitável porque nós já

estávamos loucos apaixonados um pelo outro.. E passamos a namorar e vivi

os melhores momentos de minha vida, planejava casar, ter dois filhos uma

casa um cachorro. Durante o tempo que passamos juntos foi maravilhoso,

não poderia viver sem ela. Em um dia, normal, liguei para ela mas ela não

atendeu, resolvi ir até a casa dela pra encontrá-la, mas sua casa estava vazia

sem ninguém, quando voltei para casa, e vi uma carta.

Querido Félix

Estou lhe escrevendo, para te dizer o quanto você foi importante para

mim, e que com você passei os melhores momentos de minha vida, você me

fez muito feliz. Nesses últimos dias que me restavam. E estou contendo as

emoções, escolhendo as melhores palavras para te dizer que com você

queria construir uma família, te dar as duas crianças que tanto

sonhávamos, construirmos nosso ninho de amor, um lar para vivermos

felizes. Quero que você saiba, que quando te conheci naquele dia de

tempestade estava sem rumo, sem vontade para viver , pois eu tinha sido

diagnosticada, o medico me revelou que eu estava com pouco tempo de vida

e que a minha doença era muito grave e não tinha cura . você me fez olhar

a vida com o novo jeito, quando te olhei meu sol votou a brilhar, meu

coração se encheu de esperança, com você voltei a sonhar. Tentei ser forte

e guardar a realidade comigo mesma, não te contei que eu estava na beira

Page 38: Coletânea de Contos - Aquicultura

da morte, pois não queria que você sofresse e fui o mais forte possível, mas

a doença foi mais forte que eu... Por isso tinha tanto medo que você se

apaixonasse por mim. Meu amor vou sempre estar ao seu lado, mesmo que

você não possa me ver. Se quiseres lembrar-se de mim olhe para a lua, pois

ela sempre te acompanhará para onde você for. E nunca esqueça que foi

com você que vivi pouco, mas foi o bastante para ser feliz. Recomece sua

vida ao lado de uma pessoa que te faça feliz, assim como você me fez.

Eu te amo.

Melissa Fanizzi.

Fiquei em choque meu mundo desmoronou, passei horas chorando e

pensando por que ela partiu. Por que nosso amor vai embora, talvez por ter

chegado a hora. Mas com tanto desespero e angustia veio uma leve alegria

por ter feito ela tão feliz. Ó como a minha vida ficou vazia e calma quando a

perdi, e até hoje rezo para ao menos encontrar alguém que me lembre ela,

uma pessoa que me faça sorrir novamente. Mas tenho medo de um

recomeço sem ela.

Gerliane Lima. Nº:33

VIVER A VIDA

Um homem que amava toda a sua família. Certo dia todo isso virou

apenas um sonho ele perdeu sua mulher que foi embora com a sua filha, ele

ficou sozinho abandonado. Então resolveu adotar uma menina chamada

Hya. Como se fosse a sua filha verdadeira. A menina cresceu . – Ela sempre

falava que queria encontrar a sua verdadeira mãe, quando um dia, o homem

chamado Carlos encontra uma mulher linda que viram amigos – ela conta

toda a sua história pra ele. Eles se apaixonam, quando um dia ela marca ir

na casa dele, chegando lá, ela ver uma meninazinha, ela reconheçe que a

menina é sua filha abraça a garotinha. E diz finalmente senhor eu achei a

minha filha. A menina fica super contente. Eles conversam e vão marcar um

dia do seu casamento, já o dia marcado se casam e vivem felizes por pouco

tempo. Quando ele descobre que ela tinha câncer ela não falo para ele que

não era para ele ficar preucupado, a sua filha já tinha dezoito anos já estava

Page 39: Coletânea de Contos - Aquicultura

trabalhando e morando em sua própria casa. Sua mãe estava muito mal

quando um dia ela morre. Com o passar do tempo seu marido fica muito

triste é resolve se mata quando sua filha chega; não deixa seu pai se mata.

Salvando é levando o para mora com ela vivendo um pouco feliz o pai e a

filha tentando esquecer o que acontece com a sua mãe.

Rafaela Silva. Nº: 34

O DESPERTAR DE ELISA

“Colégio Sta. Maria 1961

Elisa já não conseguia prestar atenção na aula, se

contorcia de um lado para o outro com as mãos entre

as pernas que balançavam tentando segurar.

- Elisa! Posso saber o que está acontecendo? –

perguntou a professora chamando a atenção de toda a

classe.

Era o que Elisa temia, a sala toda olhando para ela, sua

pele pálida ficou ruborizada. Elisa era uma garota

tímida, não tinha amiga, e era sempre hostilizada no

colégio. Toda escola tem um aluno que é alvo de

piadas, gozações e humilhações. Ela era a preferida no

colégio feminino Sta. Maria, um dos mais rígidos e

tradicionais colégios de São Paulo.

As outras meninas judiavam dela, por ser

extremamente ingênua e não ter o padrão de beleza

ideal para elas. Elisa era magra, de pouca estatura,

cabelo preto escorrido, seus olhos verdes ficavam

quase escondidos pela longa franja.

Foi assim durante anos, e Elisa aos dezesseis não era

muito diferente de quando ingressou, sempre

introvertida, era muito difícil vê-la sorrir, não

participava das conversas e rodinhas das suas

Page 40: Coletânea de Contos - Aquicultura

companheiras de sala. De família humilde, Elisa se

esforçava o máximo para tirar boas notas, mantendo

assim a sua bolsa de estudo.

Agora não tinha saída, ela já sabia que seria motivo de

piada novamente. Levantou-se e com a cabeça baixa

pediu:

- Desculpe professora… É que eu preciso ir ao

banheiro.

- Porque você não foi na hora do intervalo? –

perguntou a professora sem obter resposta. – Vai! Não

quero ninguém fazendo na calça, justamente na minha

aula.

A turma foi ao delírio. Elisa se arrumou rapidamente e

saiu da sala sob o coro de Mijona!”

As meninas aguardavam com ansiedade a chegada de

Clara, elas combinaram de se encontrar no vestiário.

- Você não quer ligar pra ela? Está demorando. Não

temos muito tempo. – disse Regina.

- Ela deve estar chegando. Vou mandar uma

mensagem. – respondeu Ana.

- Não precisa! Já cheguei…

- Clara! Ainda bem, não temos muito tempo. E aí

conseguiu? – perguntou Regina

- Claro! Olha aqui… – respondeu Clara tirando da

mochila um pedaço de cartolina e uma caixa de papel.

Clara estendeu a cartolina no chão e colocou

trouxinhas de pano em cada extremidade enquanto Ana

acendia as velas.

Page 41: Coletânea de Contos - Aquicultura

“ Elisa caminhou pelo corredor escuro do vestiário de

cabeça baixa tentando não chamar atenção.

Impossível! Havia algumas meninas se trocando no

vestiário e uma delas logo percebeu sua presença. A

garota ficou espiando pela fresta atrás dos armários

para ver em qual banheiro ela entrava.

- Pessoal, sabe quem acaba de entrar no banheiro? –

sussurrou – Aquela menina esquisita. Como é mesmo o

nome dela?

- Elisa? Não acredito! – respondeu a amiga dando um

largo sorriso – Vamos dar um susto nela?”

Na cartolina estava o alfabeto e algarismos distribuídos

em círculo e as palavras sim e não em cada

extremidade.

Sob os olhares atenciosos de suas amigas Clara

explicava com calma, passo a passo o ritual para a

comunicação com espíritos através do jogo do copo.

- Sempre tive medo de brincar com isso. E se der

errado? – disse Ana

- Não fique com medo. Já fiz várias vezes e nunca

aconteceu isso, só precisamos seguir as regras direito

para que não ocorra nenhum problema. O segredo é

acreditar e não demonstrar medo. – respondeu Clara.

As meninas deram as mãos em torno do tabuleiro e

começaram o ritual.

- Estamos aqui para nos comunicar com o plano

espiritual, gostaríamos de fazer perguntas aos espíritos

que aqui se encontram. – disse Clara.

Com o dedo indicador em cima do copo, elas

começaram a invocação.

Page 42: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Tem alguém querendo se comunicar? – perguntou

Clara

O copo permaneceu imóvel.

- Algum espírito gostaria de se comunicar? –

perguntou novamente.

- Acho que eles não estão muito afim. – disse Regina

- Concentrem-se! Deixem a mente vazia… – disse

Clara – Invocamos os espíritos que aqui estejam e

queiram se comunicar. Tem alguém ai?

O copo se arrastou vagarosamente até a palavra SIM e

retornou para o centro. Ana e Regina arregalaram os

olhos.

- Você quer se comunicar conosco? – perguntou Clara.

O copo novamente se moveu na direção afirmativa.

- Quem é você? Pode dizer o seu nome? – perguntou

Ana

O copo começou a se mover quando foi interrompido

por uma forte batida no armário.

- Posso saber o que vocês estão fazendo aqui?

“As garotas retiraram folhas de seus cadernos,

juntaram embaixo da porta sem que Elisa percebesse, e

colocaram fogo. O papel começou a queimar

rapidamente, as chamas começaram a queimar o fundo

da porta. Elas tentavam segurar a vontade de rir e se

amontoavam no banheiro ao lado para ver o que

aconteceria. Elisa se assustou ao ver toda aquela

fumaça saindo da porta, vestiu sua saia rapidamente e

tentou abrir a trava, mas o fogo estava consumindo

rapidamente a velha porta de madeira. Ela começou a

Page 43: Coletânea de Contos - Aquicultura

berrar desesperada e as meninas riam com toda a

situação.

- Elisa aqui em cima! Suba por aqui! – gritou uma

delas no vão do banheiro ao lado.

O sistema de incêndio foi acionado, o alarme ecoava

pela escola inteira.”

Clara levantou assustada e ficou na frente do tabuleiro,

ela conhecia essa voz. Todos no colégio conheciam.

Era a inspetora Helena, a funcionária mais velha do

colégio, sua vida era o Sta. Maria, não se cansava

nunca de desempenhar o duro trabalho que carregava

há quase quarenta anos.

Elas rapidamente foram ao encontro da inspetora para

evitar que ela visse o tabuleiro.

- Desculpa Dona Helena, sou eu, a Clara.

- O que vocês estão fazendo nessa escuridão meninas?

- Estávamos procurando o brinco da Regina, mas já

encontramos. – retrucou Clara tentando disfarçar.

- E estão procurando brinco no escuro? Ora vamos

logo! Vocês estão atrasadas… Mas o que é isso? Pra

que essas velas?

As meninas tentaram, mas, não conseguiram enganar a

velha inspetora.

- Alguém pode me dizer que diabos é isso?

As meninas ficaram sem reação…

- Até você Clara?

- Eu posso explicar. Isso é apenas um jogo. – disse

Clara

Page 44: Coletânea de Contos - Aquicultura

A inspetora se abaixou e com sua lanterna iluminou o

tabuleiro.

- Isso mais parece um culto a Satanás. As senhoritas

conhecem as regras da nossa escola. Jogos não são

perm…

A velha Helena não podia acreditar no que via. O copo

começou a mover-se sozinho pelo tabuleiro.

“Elisa apoiou-se no vaso sanitário, tentando atravessar

a divisória.

- Isso Elisa! Força! – gritou desesperada uma das

meninas – Você está conseguindo!

Ficou na ponta dos pés, chegando ao limite e segurou

firme a divisória. Os sapatos molhados não

sustentaram a pressão, Elisa não conseguiu se segurar,

sofreu uma forte alavanca e bateu a cabeça no vaso.

- Oh! Meu Deus! Ela caiu! Ela caiu! – gritou a menina

desesperada.

O zelador e a inspetora entraram correndo pelo

vestiário com um extintor. Enquanto ela tentava apagar

as labaredas que consumiam a porta, o zelador subia

pelo banheiro ao lado.

- Ela está ferida. Helena, eu vou ter que pular.

O zelador saltou e com pontapés derrubou o que

restara da porta.

Elisa estava caída com um corte profundo na cabeça, o

vaso estava repleto de sangue, seus olhos estavam

abertos sem nenhuma direção.

- Afastem-se! Afastem-se! – gritava o zelador com a

garota no colo.

Page 45: Coletânea de Contos - Aquicultura

O vestiário já estava repleto de professores e alunos

curiosos, tentando saber o que se passava.

- Minha nossa! Ela está… Ela está… Morta! – gritou a

inspetora levando as mãos à cabeça.”

Juntamente com a inspetora as meninas se

aproximaram para ver o copo. Ele começou a deslizar

vagarosamente entre as letras.

“E”

- Meu Deus está formando algo.

“L”

- Não acredito! O que significa isso Clara?

“I”

- Um espírito… Ele está usando o copo para se

comunicar. “S”

- Não pode ser…

“A”

- O espírito está respondendo o que perguntamos. É o

nome dela! – falou Regina

- Elisa? Isso é loucura! – disse a inspetora – Recolham

isso agora!

- Não podemos terminar assim Dona Helena… –

retrucou Clara

As meninas explicaram que tinham que finalizar o que

começaram, mas a inspetora não ficou convencida e

retirou o copo do tabuleiro.

- Não por favor! Não pode ser assim… – pediu Clara

em vão.

Page 46: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Já vi muito por hoje. E quero as três em quinze

minutos em minha sala. – disse a inspetora – E esse

material fica comigo.

A inspetora recolheu o copo e o tabuleiro e saiu do

vestiário.

“Elisa foi levada para a enfermaria do colégio, mas não

havia nada a ser feito. Foi velada no salão de

cerimônias do próprio colégio. Usando o vestido preto

que vestiria em sua formatura. Sua pele pálida

contrastava com o cabelo negro, escorrido, em volto a

flores. As mãos repousavam sobre o peito com os

dedos entrelaçados segurando um terço de prata. A

cerimônia foi interrompida algumas vezes por causa

dos desmaios de sua mãe e também para fechar os

olhos de Elisa que se abriram duas vezes durante a

madrugada. Ninguém soube explicar sua morte e nem

achar os culpados por aquela infeliz brincadeira. Elisa

se despediu de uma vida que não teve.”

Ainda no vestiário as meninas tentavam entender o que

tinha acontecido. Clara disse que nunca tinha visto o

copo se mover sozinho daquele jeito. Ana e Regina

estavam mais preocupadas com a advertência que

provavelmente receberiam.

- Meti vocês em confusão né? Desculpa… – disse

Clara.

- Não! Estávamos curiosas para saber como era esse

jogo. – respondeu Ana – Gente vocês acham que essa

Elisa existiu mesmo? Tinha mesmo um espírito

naquele copo?

- Eu acredito que sim! E o pior é que não terminamos,

e isso não é nada bom.

Page 47: Coletânea de Contos - Aquicultura

Logo após, as meninas se dirigiram a sala da inspetora,

ouviram duras broncas, ela condenou aquilo que

chamou de obra de satanás e disse que se aquilo se

repetisse ela teria que reportar a diretora.

As três prometeram não fazer mais esse tipo de jogo e

se preocupar mais com os estudos.

Após saírem, Helena debruçou na janela, e pensou em

voz alta:

- Elisa…?!?!

A inspetora jamais esqueceu daquele olhar triste, Elisa

sentada em sua sala, chorando, humilhada, tinham

destruído o trabalho que ela apresentaria na feira de

ciências. A inspetora sempre esperou que um dia Elisa

fosse explodir, soltar toda sua angustia, revidar as

provocações. Mas isso nunca aconteceu. Quanto mais

era provocada, mais se isolava. Por mais que quisesse

ela não pode ajudá-la.

No dia seguinte Clara não conseguia prestar atenção na

aula, tinha passado a noite inteira pensando no que

tinha acontecido. A voz da professora parecia diminuir

cada vez mais, os movimentos pareciam cada vez mais

lentos…

Mas algo chamou sua atenção, ela viu uma menina

passando pelo corredor, pode ver pela janela a menina

andar lentamente até a porta. Ela vestia uma camisa

branca totalmente fechada, uma saia de pregas azul

marinho, e meias brancas. A menina ficou parada em

frente à porta, com a cabeça baixa.

Ela olhou para suas amigas, mas todas prestavam

atenção no que a professora dizia, se levantou e foi ao

encontro da garota. Quanto mais se aproximava menos

Page 48: Coletânea de Contos - Aquicultura

ouvia a voz da professora. Ficou frente a frente com

ela. A menina tremia, as lágrimas escorriam no rosto

delicado. Clara passou a mão no rosto da garota e

levantou sua cabeça. A pele era pálida, gelada e

endurecida, os olhos verdes arredondados tinham as

pupilas dilatadas. A menina começou a caminhar pelo

corredor. Clara passou a acompanhá-la. Seus passos

eram curtos e rápidos. As duas desceram a enorme

escadaria e continuaram caminhando. A menina parou

em frente à diretoria e quando Clara se aproximou, ela

se curvou e começou a expelir sangue. O sangue

tomou conta de todo o corredor.

Clara gritou desesperada…

Todos na sala se assustaram com o grito de Clara.

- Clara? – perguntou a professora – O que aconteceu

querida? Você está bem?

Ela olhou para a professora e apenas balançou a

cabeça.

- Acho que você cochilou. Vá ao banheiro e lave seu

rosto.

Regina se ofereceu para acompanhá-la e com a

permissão da professora, elas se dirigiram ao banheiro.

- Ela está aqui! Rê, eu vi… Era ela… Elisa.

- Isso é loucura! Você teve um pesadelo.

- Foi real! Eu pude sentir. Ela estava muito triste, e

começou a sair sangue de sua boca…

- A brincadeira do copo nos impressionou e você

cochilou e acabou tendo um sonho ruim. Eu também

não consegui dormir direito à noite.

Page 49: Coletânea de Contos - Aquicultura

As duas entraram no vestiário, enquanto Clara lavava o

rosto, Regina ficou lendo os recados no mural pregado

na parede.

- Que maravilha! Dia vinte tem show dos… Clara?

Ela não estava mais no lavatório. Regina estranhou e

foi até o banheiro.

- Clara? Você está ai? – sem resposta, ela começou

abrir a porta de cada cabine.

O medo tomou conta de Regina, a cada porta aberta

sua tensão aumentava. Restara apenas a ultima porta.

Ela suspirou fundo e tentou abrir. Estava fechada.

- Clara? Você está bem? Você quase me mata de susto!

- Clara? Quem está aí? Abra essa porta!

- Rê… Estou aqui! Fui pegar um lenço no meu

armário.

- Mas… Se não é você, quem está nesse banheiro?

Nesse momento a trava da porta se abriu. Os pés de

Clara e Regina pareciam cimentados pelo medo. A

porta foi se abrindo lentamente com um ranger forte e

lento.

Elas não esboçaram nenhuma reação…

Até que saiu do banheiro uma garota usando um fone

de ouvido. Todas se assustaram. Após ela atravessar o

corredor, as duas não conseguiram parar de rir.

- Tá vendo Clara? Estamos muito impressionadas.

Você viu a cara dela?

- É verdade. Não sei quem estava com mais medo se

era a gente ou ela…

Page 50: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Precisamos voltar! Daqui a pouco a professora manda

alguém ver o que está acontecendo.

- Vai subindo! Eu já vou… Toda essa história acabou

mexendo com meu intestino. – disse Clara

Regina sorriu, colocou a mão no ombro de Clara e

disse:

- Ok! Mas não demora hein? Bom, pelo menos você

está melhor…

Regina saiu do vestiário. Clara, desabotoou a calça

rapidamente e entrou no banheiro. E como sempre

repetiu o velho ritual antes de travar a porta. Alternou a

trava para OPEN e CLOSED duas vezes para não

correr o risco de ficar trancada. Clara chegava a ser

paranóica com algumas coisas. Tinha diversas manias,

na sua casa antes de dormir, verificava pelo menos

umas três vezes se tinha fechado a porta. Gostava de

tirar todos os aparelhos da tomada e sempre fechar o

registro do gás antes de sair.

Após terminar mais uma das suas verificações, enfim

pode relaxar. Abaixou a calça, sentou no vaso e com os

braços apoiados nas pernas repousou seu queixo sobre

os punhos.

Naquele instante ela pôde ouvir passos. Alguém

andava rapidamente pelo corredor. A pessoa estava

ofegante e de repente bateu a porta e travou. Clara

ficou arrepiada, alguém tinha acabado de entrar no

banheiro ao lado.

Ela tentou se distrair, mas o som que vinha do outro

banheiro a deixava aflita.

Page 51: Coletânea de Contos - Aquicultura

Clara podia ouvir a respiração ofegante que saia do

banheiro ao lado.

Ela estava com medo, mesmo assim decidiu ver o que

estava acontecendo. Subiu em cima do vaso e se

apoiou na divisória, tentando espiar.

Viu a menina de cabeça baixa, chorando, com as duas

mãos na nuca.

- O que foi? Precisa de ajuda?

A menina levantou a cabeça e estendeu as mãos cheias

de sangue.

- Elisa?!?

Nesse momento, ela perdeu o equilíbrio e caiu. Ela

estava no vestiário, mas tudo era diferente. Viu um

amontoado de meninas conversando. E não acreditou

quando viu aquela menina cruzar o corredor. Elisa…

Ela estava entrando no banheiro.

Clara ficou imóvel, olhando tudo o que acontecia ao

seu redor. Viu as meninas retirarem as folhas dos

cadernos e atearem fogo na porta.

Ela gritou, tentou ajudar, mas nada acontecia. Era

como se ela não estivesse lá, era como um pesadelo.

Aproximou-se das meninas que se amontoavam no

banheiro ao lado para ver o desespero de Elisa. Viu a

maldade estampada no rosto de cada uma delas. Ao

perceber que o fogo aumentava as meninas se

afastaram do banheiro. Menos uma. Ela estava

pendurada no vaso. Clara não hesitou e subiu ao seu

lado. A menina dos cabelos cacheados estendeu a mão

na direção de Elisa.

Page 52: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Elisa aqui em cima! Suba por aqui! – gritou

O sistema de incêndio foi acionado, o alarme ecoava

pela escola inteira.

Elisa apoiou-se no vaso sanitário, tentando atravessar a

divisória.

- Isso Elisa! Força! – gritou desesperada – Você está

conseguindo!

Elisa ficou na ponta dos pés, chegando ao limite e

segurou firme a divisória até alcançar a mão da

menina. Mas, a menina pregava a ultima peça em

Elisa. No momento que Elisa conseguiu segurar sua

mão ela puxou. Sofreu uma forte alavanca e caiu.

A menina deu um largo sorriso, virou para trás e

Gritou:

- Óh meu Deus! Ela caiu! Ela caiu!

Sentindo uma forte dor na cabeça Clara se levantou.

Abriu a porta devagar e espiou pela fresta. Não havia

ninguém no corredor. Cautelosa, saiu do banheiro sem

fazer barulho. Não havia nada no outro no banheiro, e

todas as outras portas estavam abertas.

- O que você quer de mim? O que você quer de mim?

O que você quer? – gritou

Foi até o lavatório, abriu a torneira, encheu as mãos de

água e jogou no rosto. No intervalo, Clara contou para

suas amigas o que tinha acontecido.

- Meu Deus… Parecia tão… real… Eu vi, ela estava no

banheiro. Ela morreu aqui… Ela morreu no banheiro.

- Isso é loucura. Eu já falei pra você. – disse Regina

Page 53: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Foi o jogo! Nós a despertamos com o jogo. Mas

porque ela me atormenta? O que ela quer?

- Eu acho que sei o que podemos fazer, vamos

conversar com a Dona Helena. Ela trabalha há muito

tempo aqui, se Elisa um dia botou os pés nesse colégio

ela pode nos ajudar.

As meninas seguiram a idéia de Ana. E procuraram a

inspetora.

Entraram na sala e Clara começou a contar tudo o que

tinha acontecido.

Dona Helena estava espantada. Não conseguia

esconder sua perplexidade perante o que ouvia.

- Meninas… Não sei como dizer isso pra vocês. Mas o

que a Clara acaba de contar, realmente aconteceu.

Elisa estudou aqui nesse colégio há quarenta anos

atrás, eu tinha acabado de entrar aqui. Tinha alguns

meses de escola quando aconteceu um terrível

acidente. Houve um principio de incêndio no banheiro

e Elisa tentando escapar acabou tendo um

traumatismo. Ela já estava morta quando socorremos.

Foi tudo muito rápido.

- Então é verdade? Essa Elisa existiu mesmo? Não

quero entrar naquele banheiro tão cedo. – disse Ana

- Sim! Querem ver a foto dela? Nós temos todos os

prontuários.

A inspetora Helena abriu o extenso arquivo aonde

guardava fichas de alunos de cada ano.

- Hummm… Cinqüenta e sete, cinqüenta e oito…

Achei! Turma de sessenta e um.

Ela retirou as fichas e colocou em cima da mesa.

Page 54: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Aqui está. Essa era Elisa. Ela era um anjo. Um amor

de menina.

Clara pegou a foto e ficou olhando atentamente.

- Foi ela… Agora tenho certeza. Essa é a garota que

tenho visto.

Dona Helena pediu para as outras meninas saírem da

sala. Sentou ao lado de Clara e disse:

- Minha filha, eu disse para vocês não fazerem esse

tipo de brincadeira. Mexer com pessoas que já se

foram sempre atrai coisa ruim. Vou pedir para o Padre

Lauro fazer uma oração no vestiário. Mas me promete

que não vai contar para mais ninguém o que me disse.

Não quero tumulto na escola. – disse a inspetora.

Clara concordou, mas ao sair, uma das fichas chamou

sua atenção.

”Meu Deus… Foi essa garota que eu vi no banheiro.

Ela não ajudou Elisa”.- pensou

Olhou atentamente para a foto e disse:

- Dona Helena, quem é essa?

Ela deu um enorme sorriso.

- Ah, sim! Não consegue reconhecer?

- Não pode ser. Jura?

- Sim, minha linda… Sim!

Clara saiu da sala muito confusa. As visões que teve

pipocavam em sua mente. Saiu correndo pelo corredor

e entrou com tudo na sala da diretora.

- O que é isso menina? – perguntou a diretora.

Page 55: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Desculpa Dona Shirley. Mas a senhora… Precisa me

ajudar. A Dona Helena…

- Calma…

- Não! Eu… Estou bem… Mas a senhora precisa vir

comigo. – disse Clara ofegante

- Mas o que está acontecendo?

A diretora acompanhava os largos passos de Clara,

sem entender o que acontecia.

- O que aconteceu? Diga o que aconteceu. – perguntou

a diretora.

Mas Clara não respondia, andava cada vez mais

depressa até parar em frente ao vestiário.

- Aqui! Ela está aqui… Entre, por favor…

As duas entraram no vestiário, a diretora acompanhava

os passos de Clara.

- No banheiro, ela está no banheiro!

As duas entraram no corredor dos banheiros.

- Maldito zelador! Quantas vezes eu preciso pedir pra

ele trocar essas lâmpadas.

- Ela está naquele banheiro! – disse Clara

- Não tem ninguém aqui menina! – respondeu a

diretora ao abrir a porta.

Clara empurrou a diretora para dentro do banheiro e a

porta se fechou. Ela se levantou e tentou abrir, mas

sem sucesso.

- O que você está fazendo? Menina estúpida! Você vai

pagar por essa brincadeira. Vai me pagar! – gritou

enquanto socava a porta.

Page 56: Coletânea de Contos - Aquicultura

- Está com medo agora, senhora diretora? Engraçado…

Achei que gostasse de brincar no banheiro. Você não

gostava? Você e suas amigas?

- Cale essa boca! Você será expulsa! Menina

insolente… Abra essa porta!

- Isso não te lembra alguma coisa?

- Não sei do que você está falando. Você deve estar

maluca! Abra essa porta!

De repente um som estranho invadiu todo o vestiário.

As portas dos armários começaram a bater. O ar ficou

pesado e frio…

- Ela está chegando Dona Shirley. Consegue sentir?

Elisa está aqui!

- Isso é loucura! Ela está morta! Elisa está morta!

- Sim ela está morta… Mas ela quer acertar as contas

com alguém que lhe fez mal… Uma ex-aluna da

escola. Uma garota mimada que adorava fazer

maldade. Consegue se lembrar diretora?

A diretora estava cada vez mais desesperada. De

repente ela sentiu algo agarrar sua perna. Ela olhou

para baixo e viu Elisa saindo de um imenso buraco que

se abria no chão. Ela estava com o rosto coberto de

sangue. A diretora tentava se desvencilhar, mas não

conseguia. Sentia seus ossos serem quebrados pela

pressão exercida. A diretora gritou por socorro, e

agarrou-se no vaso, mas já não conseguia conter a

força de Elisa. Ao olhar para cima pode ver Clara,

espiando tudo pela divisória.

- Me ajude… Por favor… Por fa…

Page 57: Coletânea de Contos - Aquicultura

A diretora foi completamente engolida pelo buraco,

que então se fechou.

A diretora jamais foi encontrada. Seu desaparecimento

ganhou notícias diárias em vários jornais e emissoras

por um longo período.

Alguns meses depois:

Clara estava jogando handebol em um campeonato na

escola. No calor da partida uma menina lhe acertou o

rosto com uma bolada.

- O que foi sua idiota? Não gostou? Fracote!

Clara se virou para a arquibancada e lá estava Elisa

observando atentamente. Ela então voltou seu olhar

para a garota, deu um sorriso e disse:

- Vamos resolver isso, eu e você… Após a aula no

vestiário.

Natiane Pimentel. Nº: 37

VIDAS CRUZADAS

André está em uma rodoviária, sentado, espera

aproximadamente 15 minutos para o seu ônibus partir

em direção à cidade de Esperança. Indo com o objetivo

de conhecer uma garota muito especial, Cecília. Ele à

ama, mesmo sem nunca ter visto ela pessoalmente,

pois a conheceu pela internet.

Tudo começou em abril, quando André decidiu

entrar em uma sala de bate papo, foi amor a primeira

vista. A partir desse dia eles passaram a conversar

diariamente, trocaram histórias e segredos, sabia tudo

sobre a garota, menos seu endereço e telefone, pois ela

se recusava a lhes dá. Somente após dois meses ele

Page 58: Coletânea de Contos - Aquicultura

conseguiu seus dados. Descobriu que morava em

cidades bem distantes, separados por 70 km, mas a

vontade foi maior, e decidiu conhece - lá

pessoalmente.

André estava muito curioso para ver Cecília,

decidiu dormir durante a viagem.

-Acorda moço, chegamos à Esperança. – disse o

motorista, dando um leve empurram em André.

Chegou à hora, ao descer suas pernas

começaram a tremer e ficaram meio bambas. Entregou

a passagem ao motorista.

-Você está bem? – perguntou o motorista,

percebendo suas mãos trêmulas.

-Sim, estou bem. Obrigado.

André desceu do ônibus pegou um taxi, para

conduzi- lo até a casa de sua amada. Com o endereço

em mãos, nem precisou olhar, pois já havia decorado.

Entrou no taxi, e de repente todo o seu pavor se

transformou em excitação. Pois sentia que algo

maravilhoso iria acontecer. Levaram menos de 10

minutos para chegar até a casa de Cecília. Ele estava

muito ansioso, queria tocar a campainha e a vê- lá ir

abrir a porta para ele. Chegando ao local destinado,

tocou a campainha, seu coração bateu mais forte.

Esperou, mas ninguém foi atende- lo. Tocando a

campainha pela segunda vez, suspeitava que a casa

estivesse vazia

-Isso é muita falta de sorte. – disse André

preocupado.

Novamente tocou a campainha, e uma senhora

abril a porta. Ela tinha uma aparência de uns 40 e

poucos anos. -O que

você quer? - gritou a mulher.

Page 59: Coletânea de Contos - Aquicultura

Sua voz travou. Tudo o que ele conseguiu foi

sussurrar:

-Eu queria saber se Cecília esta em casa.

A mulher não conseguiu ouvi- lo, e novamente

repetiu:

-O que você quer? – ela tornou a perguntar, agora

parecendo mais irritada.

-Eu queria saber se Cecília mora aqui.

Ela saiu sem responder, deu uma volta pelo

jardim que cercava toda a casa, indo até André, disse:

-Eu posso ajuda- lo? – ela perguntou, agora com o

tom de voz bem suave. Nem parecia a mesma pessoa

de segundos atrás.

-Gostaria de saber se é aqui que mora a Cecília.

– finalmente, André conseguiu se expressas de forma

clara.

A mulher esbugalhou os olhos, começando a

chorar.

-A senhora esta bem? – perguntou André sem saber

o que fazer.

A mulher continuou chorando, olhando para o

jardim. De repente um senhor veio em sua direção.

A mulher continuava a chorar

desesperadamente. E o homem olhou para André meio

espantado.

-O que houve? – ele perguntou irritado. –O que

você quer?

O homem aproximou- se da senhora e a

abraçou, mas continuava fitando André.

-Perdoe- me, senhor. - André disse tremendo de

nervoso.

-O que você quer?

-Eu só perguntei a ela, se é aqui que mora Cecília.

Page 60: Coletânea de Contos - Aquicultura

-Perdoe- me. – disse André - parece que errei de

casa.

-Não exatamente. – falou o homem abraçando a

senhora.

-Aqui é a casa de Cecília.

André ficou surpreso.

-Ela esta?

-Não. Cecília morreu faz três meses, meu rapaz.

André entrou em desespero. Não acreditando.

-O senhor esta brincando comigo.

O homem ficou enfurecido.

-Brincadeira? Quem você acha que sou, um

moleque?

-Perdão, senhor, mas isso não pode ser verdade. Já

faz quatro meses que converso com ela, isso

diariamente.

-Olha, eu não sei quem é você, eu só peço que saia

daqui imediatamente. Veja só o que você fez com

minha esposa! Que brincadeira de mau gosto é esta?

-Perdão, senhor, mas não é brincadeira, eu...

-Eu vou chamar a polícia. Qual é seu nome?

-Calma, senhor, não precisa fazer isso. Eu vou

embora. Meu nome é André.

Quando André pronunciou seu nome, ambos

ficaram ainda mais assustados.

-Como é mesmo seu nome? – perguntou o homem.

-André.

-Não pode ser. – sussurrou o homem, olhando

espantado parar a mulher.

-O que foi? – perguntou André assustado.

A mulher parando de chorar abriu o portão para

ele entrar.

-Entre, por favor.

Olhando meio espantado, ele entrou.

Page 61: Coletânea de Contos - Aquicultura

-Provavelmente queira ver isso. – disso o

homem.

Entraram todos pelo jardim.

-Dê uma olhada. – disse o homem, lhe mostrando

uma árvore.

Examinou André a árvore e não compreendeu o

que estava querendo lhe mostrar.

-Não estou vendo nada. – disse ele.

-Olhe com mais atenção.

André fez o que o homem pediu e finalmente

compreendeu do que se tratava.

Havia alguns desenhos na árvore, como se estivesse

sido feitos com um canivete , desenhos em forma de

coração, com os nomes Cecília e André escritos no

meio.

-Faz pouco mais de um mês que isso começou a

aparecer nas árvores. – disse a mulher, com os olhos

vermelhos. –Em todas as nossas árvores.

Raquel Carneiro. Nº:38

A RAPOSA E O LENHADOR

Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava

o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho

lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de

estimação e de sua total confiança.

Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a

raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua

chegada.

Sempre os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal

selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a

criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa

era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:

- Lenhador, abra os olhos!

Page 62: Coletânea de Contos - Aquicultura

- A raposa vai comer seu filho.

- Quando ela sentir fome vai devorar seu filho!

Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses

comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a

boca totalmente ensanguentada.

O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada

na cabeça da raposa. A raposinha morreu instantaneamente.

Desesperado, entrou correndo no quarto e encontrou seu filho no

berço, dormindo tranquilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra

morta.

Moral da História: Se você confia em alguém, não importa o que os

outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe

influenciar.

Rômulo Nunes. Nº: 39

AS FORMIGAS

Quando eu e meu irmão descemos do carro, já era quase

noite. Ficamos imóveis diante da velha casa de janelas redondas

iguais a dois olhos tristes, um deles quebrado por uma pedra.

- pelo menos não vi baratas por aqui – disse meu irmão.

Nos fomos dormi. No sonho, eu estava em um filme de

terror em que um louco de cabelo recortado no meio entrou no

quarto fumando charuto. Sentou-se em uma cadeira que estava no

lado da cama do meu irmão, e ficou muito serio vendo-o a dormi.

Eu quis gritar, tem um louco do seu lado !mas acordei antes. A luz

estava acesa. Ajoelhado no chão, ainda vestido meu irmão estava

olhando fixamente algum ponto do chão.

O que você esta fazendo ai? - perguntei.

Essas formiga. Apareceram de repente já enfileiradas. Tão

decididas, esta vendo.

Levantei e dei de cara com as formigas pequenas e

vermelhas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da

Page 63: Coletânea de Contos - Aquicultura

porta, atravessando o quarto para a cozinha subiam o armário iam

para a lata de açúcar, disciplinadas como exército em marcha

exemplar.

São milhares, nunca vi tantas formigas assim. E não tem

trilha de volta, só de ida – estranhei.

Meu irmão calçou os sapatos e como fosse equilibrista

andou no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro

na trilha de formigas.

No chão a trilha de formigas mortas era agora uma fita

escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança

passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as

mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir

numa fresta do assoalho.

As cinco horas o despertador disparou. Travei a campainha.

Meu irmão dormia com a cabeça coberta. No banheiro, olhei para

as paredes, para o chão de cimento, à procura delas e nunca mais

elas voltaram.

Sâmylo Rodrigues. Nº: 41

DOCE ILUSÃO

Já era noite e o vento frio e suave tocava o rosto de Rosana, uma garota linda e

que sonhava em encontrar seu príncipe encantado. Sentada em um banco da praça,

conversava atenciosamente com sua amiga Izabel. De repente olhou pro lado e viu

que tinha uma turma de amigos, e percebeu que um deles lhe olhava sem parar.

Vendo isso, levantou-se e seguiu com sua amiga. Quando passou perto do rapaz, seu

coração disparou. Por um instante decidiu ela ir falar com o garoto, então deu alguns

passos e perguntou:

-“ Qual seu nome?

E ele respondeu:

- Marcos. E o seu? Disse ele...

- Me chamo Rosana.

Page 64: Coletânea de Contos - Aquicultura

Nesse momento aproximaram-se um do outro, seus olhares se cruzaram,

seus lábios se encontraram e suas bocas se saciaram. Depois disso conversaram, e

Rosana perguntou: Você é solteiro?

Ele respondeu:

-Totalmente.

Ao ouvir isso a menina se encheu de alegria e esperança. Mas esses

sentimentos ficaram mais intensos , quando Marcos olhou e perguntou se queria ser

sua namorada,e como estava encantada com ele, não pensou duas vezes e disse

sim. Então chegou a hora de Rosana ir pra casa, se despediu do amor e partiu com

um lindo sorriso estampado no rosto. No outro dia quando se dirigia a casa de sua

amiga, avistou um casal passando de mãos dadas na sua frente, de longe

reconheceu Marcos seu grande amor. Naquele momento a tristeza tomou conta do

seu coração, e uma lagrima de seus olhos caiu. No dia seguinte começou a arrumar

as malas, dizia ela ir embora pra bem longe. A verdade é que nada disso fez,

conversou com as amigas, e as mesmas perguntaram sobre Marcos e ela

respondeu: “Marcos foi apenas uma doce ilusão”. Mas a realidade é que tinha

vergonha de dizer o que estava sentido.

Sem nome...