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LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO. LDB Educação: processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. DEVER da família E do Estado Inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana Finalidade: o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Educação escolar: deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL 1) Igualdade de condições para: Acesso à escola Permanência na escola 2) Liberdade de: Aprender Ensinar Pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber 3) Pluralismo de: Idéias Concepções pedagógicas 4) Respeito à liberdade e apreço à tolerância; 5) Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 6) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 7) Valorização do profissional da educação escolar; 8) Gestão democrática do ensino público; 9) Garantia de padrão de qualidade; 10) Valorização da experiência extra-escolar; 11) Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 1

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Coletânea tópicos concurso AGU 2013

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LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO.LDB

Educação: processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

DEVER da família E do Estado

Inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana

Finalidade: o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Educação escolar: deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL1) Igualdade de condições para:

Acesso à escola Permanência na escola

2) Liberdade de: Aprender Ensinar Pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber

3) Pluralismo de: Idéias Concepções pedagógicas

4) Respeito à liberdade e apreço à tolerância;5) Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;6) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;7) Valorização do profissional da educação escolar;8) Gestão democrática do ensino público;9) Garantia de padrão de qualidade;10) Valorização da experiência extra-escolar;11) Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCARDever do Estado em relação à educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

1) ensino FUNDAMENTAL, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

2) universalização do ensino MÉDIO gratuito; 3) atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,

preferencialmente na rede regular de ensino;4) atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos; (5 ANOS, de

acordo com a Resolução nº5, de 17/12/2009).

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5) acesso a níveis mais elevados do ensino, pesquisa e criação artística, segundo a capacidade;6) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;7) oferta de educação escolar regular para jovens e adultos (garantia de acesso e permanência

na escola aos que forem trabalhadores);8) para o ensino fundamental público:

o programas suplementares de material didático-escolar

o transporte

o alimentação

o assistência à saúde

9) padrões mínimos de qualidade de ensino.10) vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua

residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade.

ACESSO AO ENSINO FUNDAMENTAL:

Direito público subjetivo

Qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente

constituída e o Ministério Público podem acionar o Poder Público para exigi-lo.

COMPETÊNCIAS:Dos Estados, Municípios (em regime de colaboração) com a assistência da União:

recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;

fazer-lhes a chamada pública; zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

O Poder Público assegurará: 1º lugar: Ensino obrigatório 2º lugar: Os demais níveis e modalidades de ensino. O Poder Público deve criar formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino

(independente da escolarização anterior) para garantir cumprimento da obrigatoriedade de ensino.

Pais e responsáveis:Têm o dever de efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental.A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil.

Ensino Privado:O ensino é livre à iniciativa privada.Condições:

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cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino; autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público; capacidade de autofinanciamento.

DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

UniãoEstados organizarão, em colaboração, os respectivos sistemas de Distrito Federal ensino.Municípios

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO Coordenação da política nacional de educação (sistemas de ensino c / liberdade de organização). Elaborar o Plano Nacional de Educação (em colaboração com os Estados, DF e Municípios; Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o

dos Territórios; Prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o

desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

Estabelecer competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio (em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios)

Competências e diretrizes para a educação: nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos. Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e

superior, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino (em colaboração com os sistemas de ensino)

Baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; Assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior (em cooperação

dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino) Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação

superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.

Conselho Nacional de Educação: funções normativas e de supervisão atividade permanente

União terá acesso a dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.

COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; Definir formas de colaboração na oferta do ensino fundamental (com Municípios);

assegurar distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;

Elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação,

integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;3

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Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; Assegurar ensino fundamental e oferecer, com prioridade, ensino médio a todos que o

demandarem; Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.

COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,

integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; Exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino. Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental. É permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas

plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.

INCUMBÊNCIAS DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Elaborar e executar sua proposta pedagógica;

Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

Articular-se com famílias e comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;

Informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se

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for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola;

Notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do MP a relação de alunos com faltas acima de 50% do percentual permitido em lei.

INCUMBÊNCIAS DOS DOCENTES (PROFESSORES)

Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

Zelar pela aprendizagem dos alunos;

Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar INTEGRALMENTE dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICOOs sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades.

Princípios da gestão democrática: participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Sistemas de ensino: devem assegurar às unidades escolares públicas de educação básica que os integram: 5

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progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira.

SISTEMA FEDERAL DE ENSINO Instituições de ensino mantidas pela União; Instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada; Órgãos federais de educação.

SISTEMA DE ENSINO DOS ESTADOS E DO DF Instituições de ensino mantidas pelo Poder Público estadual e pelo DF; Instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público estadual; Instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada; Órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO instituições ensino fundamental, médio e educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; Instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada; Órgãos municipais de educação.

CATEGORIAS ADMINISTRATIVAS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

PÚBLICAS: as criadas ou incorporadas, mantidas e

administradas pelo Poder Público;

PRIVADAS: as mantidas e administradas por pessoas físicas

ou jurídicas de direito privado.

CATEGORIAS DAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE ENSINO

PARTICULARES EM SENTIDO ESTRITO: instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características das categorias abaixo;

COMUNITÁRIAS: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade;

CONFESSIONAIS: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas. Sem fins lucrativos.

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FILANTRÓPICAS, na forma da lei.

DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO

EDUCAÇÃO BÁSICA(educação infantil + ensino fundamental + ensino médio)

Finalidades: Desenvolver o educando Assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania Fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Organização: em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

Reclassificação: a escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.

Calendário escolar: deverá adequar-se às PECULIARIDADES LOCAIS, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de HORAS LETIVAS previsto nesta Lei.

Carga horária MÍNIMA nos NÍVEIS FUNDAMENTAL E MÉDIO: 800 horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;

800 HORAS em 200 DIAS LETIVOS

Classificação em qualquer série ou etapa (menos a 1ª do ensino fundamental): Por promoção: para alunos que cursaram com aproveitamento a série ou fase anterior, na

própria escola; Por transferência: para candidatos procedentes de outras escolas; Por avaliação feita pela escola: independentemente de escolarização anterior, para definir o

grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permitir sua inscrição na série ou etapa adequada.

Critérios de verificação do rendimento escolar: Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos. Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; Aproveitamento de estudos concluídos com êxito; Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para

os casos de baixo rendimento escolarControle de freqüência: A cargo da ESCOLA, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do

respectivo sistema de ensino.

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Freqüência mínima: 75% do total de HORAS LETIVAS para aprovação

Cada instituição de ensino: expedirá históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos.

Cada sistema de ensino: deverá alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.

Currículos do ensino fundamental e médio: Devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e

estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

Devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.

O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório. A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do ensino de arte.

A educação física é componente curricular obrigatório da educação básica (é matéria facultativa ao aluno que trabalhe mais de 6h, tenha mais de 30 anos, seja militar e/ou que tenha filhos).

A partir da 5ª série e obrigatório o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna. Obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena (no ensino fundamental e

médio). Os conteúdos devem dar difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão conteúdos

curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural, organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas e adequação à natureza do trabalho na zona rural.

EDUCAÇÃO INFANTILEducação infantil: 1ª etapa da educação básica.

Finalidade: desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

A educação infantil será oferecida em:

CRECHES (ou entidades equivalentes):

para crianças de até 3 anos de idade;

PRÉ-ESCOLAS:

para as crianças de 4 a 6* anos de idade.

Avaliação na educação infantil: mediante ACOMPANHAMENTO e REGISTRO do seu desenvolvimento, SEM o objetivo de promoção, inclusive para o acesso ao ensino fundamental.

Currículo da Educação Infantil: é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as

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experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5* anos de idade.* É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.* As crianças que completam 6 anos APÓS 31/03 devem ser matriculadas na EDUCAÇÃO INFANTIL.* Crianças que completam 6 anos ANTES de 31/03 devem ser matriculadas no ENSINO FUNDAMENTAL.

ENSINO FUNDAMENTAL Obrigatório Duração: 9 anos Gratuito na escola pública Início: 6* anos (no caso de crianças que completarem 6 anos ANTES de 31 de março) Objetivo: formação básica do cidadão Presencial, ensino a distância como complemento da aprendizagem ou em situações emergenciais.

Currículo do ensino fundamental: conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal

Ensino religioso: de matrícula FACULTATIVA, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil.

Jornada escolar: pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.

ENSINO MÉDIO

Etapa final da educação básica Duração mínima: 3 anos Finalidades: consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino

fundamental / preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando / aprimoramento do educando como pessoa humana / compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Currículo do ensino médio: destacará o domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; será incluída uma língua estrangeira moderna como disciplina obrigatória e uma segunda em caráter optativo; serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.

Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos (acesso ao nível superior).

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO Preparação para o exercício de profissões técnicas. A preparação geral para o trabalho e a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos

próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional.

A educação profissional técnica de nível médio será articulada com o ensino médio; OU será subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio.

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A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida de forma:o Integrada: oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental;

o Concomitante: oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso.

Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

Sistemas de ensino: devem assegurar educação GRATUITA aos jovens e aos adultos e oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho.

Deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola,

mediante ações integradas e complementares entre si.

DA EDUCAÇÃO PROFISSIONALDA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

A educação profissional e tecnológica integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.

Os cursos poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino.

Tipos de cursos:o de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;

o de educação profissional técnica de nível médio;

o de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.

Cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação: seguirão as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação.Instituições de educação profissional e tecnológica: devem oferecer cursos especiais, abertos à comunidade.

EDUCAÇÃO SUPERIORFinalidades: estimular criação cultural e desenvolvimento do espírito científico e pensamento reflexivo; formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional estimular conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular nacionais e regionais promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e

benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

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Cursos e programas: CURSOS SEQÜENCIAIS: por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a

candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; DE GRADUAÇÃO: abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e

tenham sido classificados em processo seletivo; PÓS-GRADUAÇÃO: compreendendo mestrado e doutorado, especialização, aperfeiçoamento e

outros, abertos a diplomados em graduação que atendam exigências das instituições de ensino; EXTENSÃO: abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas

instituições de ensino.Ministrada em: instituições de ensino superior, PÚBLICAS ou PRIVADAS.No caso de instituição pública: o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.Ano letivo regular na educação superior: no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais.

200 DIAS de trabalho acadêmico

Freqüência de alunos e professores: OBRIGATÓRIA, salvo nos programas de educação a distância. É obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas. Características das universidades (instituições pluridisciplinares de formação dos quadros

profissionais de nível superior):o produção intelectual institucionalizada

o um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado

o um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

Universidades mantidas pelo Poder Público: estatuto jurídico especial. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para

manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática (os

docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão). Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de 8 horas

semanais de aulas.

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Educação especial: modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede

REGULAR de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que

não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Início da educação especial: na faixa etária de 0 a 6 anos, durante a educação infantil. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas

necessidades. Terminalidade específica: para os que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do

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ensino fundamental, em virtude de suas deficiências. Aceleração: para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados. Professores: com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento

especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.

Educação especial para o trabalho: visa à sua efetiva integração na vida em sociedade. Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o

respectivo nível do ensino regular.

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃOProfissionais da educação escolar básica: os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:

PROFESSORES HABILITADOS EM NÍVEL MÉDIO OU SUPERIOR: para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PORTADORES DE DIPLOMA DE PEDAGOGIA: com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO: portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.

Formação de docentes para atuar na educação básica: nível SUPERIOR, em curso de LICENCIATURA.Exceção: para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino

fundamental, é exigida como formação mínima o nível MÉDIO, na MODALIDADE NORMAL. Formação inicial, formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério: deve ser

promovida pela União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios em regime de colaboração. A educação à distância é válida para estes fins. Porém, a formação inicial deve dar preferência ao ensino presencial.

Formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica: será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação.

Formação docente (LICENCIATURA): incluirá prática de ensino de no mínimo 300 horas (exceto para a educação superior).

Preparação para o exercício do magistério superior: nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.

Estatutos e planos de carreira do magistério público:

Ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos

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Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim

Piso salarial profissional

Progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desepenho

Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho

Condições adequadas de trabalho

DOS RECURSOS FINANCEIROSOrigens dos recursos públicos destinados à educação:

Receita de IMPOSTOS próprios da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios

Receita de TRANSFERÊNCIAS constitucionais e outras transferências

Receita do SALÁRIO-EDUCAÇÃO e de outras contribuições sociais

Receita de INCENTIVOS FISCAIS

Outros recursos previstos em lei

União Aplicará anualmente nunca menos de 18% Da receita resultante de IMPOSTOS + transferências

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constitucionais*Estados, Distrito

Federal e MunicípiosAplicarão anualmente nunca menos de 25%

* Os impostos transferidos pela União aos Estados, DF e Municípios assim como os impostos transferidos pelos Estados aos respectivos Municípios NÃO serão considerados receita do governo que a transferir.* As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária de impostos serão consideradas excluídas das receitas de impostos.

Diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios: serão apuradas e corrigidas A CADA TRIMESTRE do exercício financeiro.

Repasse dos valores do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação.

Prazos:o recursos arrecadados do 1ª ao 10º dia de cada mês: até o 20º dia;

o recursos arrecadados do 11º ao 20º dia de cada mês: até o 30º dia;

o recursos arrecadados do 21º dia ao final de cada mês: até o 10º dia do mês subseqüente.

Despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino: Remuneração e aperfeiçoamento do PESSOAL docente e demais profissionais da educação; Aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos NECESSÁRIOS

ao ensino; Uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino; Levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando ao aprimoramento da qualidade e à

expansão do ensino; Realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino; Concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas PÚBLICAS e PRIVADAS; Amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender essas despesas; Aquisição de MATERIAL DIDÁTICO-ESCOLAR e manutenção de programas de TRANSPORTE

ESCOLAR.Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:

Pesquisa não vinculada às instituições de ensino, ou quando efetivada fora dos sistemas de ensino que vise ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;

Subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural; Formação de quadros especiais a administração pública, militares ou civis, inclusive diplomáticos; Programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e

psicológica, e outras formas de assistência social; Obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indireta rede escolar; Pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em

atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão

mínimo de oportunidades educacionais para o ENSINO FUNDAMENTAL, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. O custo mínimo será calculado pela União ao

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final de cada ano, com validade para o ano subseqüente, considerando variações regionais nos custos.Ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados: será exercida de modo a corrigir as disparidades

de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino. A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos

Municípios se estes oferecerem vagas em número inferior à sua capacidade de atendimento.Capacidade de atendimento de cada governo: definida pela razão entre os recursos de uso

constitucionalmente obrigatório na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno (relativo ao padrão mínimo de qualidade).

Transferência direta de recursos: a União poderá fazer a cada estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos que efetivamente freqüentam a escola.

Recursos públicos: serão destinados às ESCOLAS PÚBLICAS, mas também podem ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:

o Comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;

o Apliquem seus excedentes financeiros em educação;

o Assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades;

o Prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.

Recursos públicos: poderão ser destinados a BOLSAS DE ESTUDO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.

Atividades universitárias de pesquisa e extensão: também poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de estudo.

DISPOSIÇÕES GERAIS O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de

assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas.

A União apoiará técnica e financeiramente sistemas de ensino na educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa.

O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância,

em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por

instituições especificamente credenciadas pela União. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, desde que

obedecidas as disposições desta Lei. Os DISCENTES (alunos) da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e

pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.

Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor não concursado por mais de 6 anos.

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As instituições de educação superior constituídas como universidades se integrarão ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia na condição de instituições de pesquisa.

A Década da Educação foi instituída um ano a partir da publicação desta Lei. A partir da publicação desta Lei, o DF, cada Estado e Município, e supletivamente a União, devem:

o matricular todos os educandos a partir dos 6 anos de idade no ensino fundamental;

o prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados;

o realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância;

o integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar.

Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos PROFESSORES habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço.

Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral.

As creches e pré-escolas existentes ou que vieram a ser criadas deverão tiveram um prazo de 3 anos, a contar da publicação desta Lei, para integrar-se ao respectivo sistema de ensino.

COMPETÊNCIAS - RESUMO

União

Formulação da política nacional Coordenação nacional (articulação com outros órgãos e ministérios que tenham

políticas e programas para crianças de 0 a 6 anos) Estabelecimento de diretrizes gerais Assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios Coleta, análise e disseminação de informações educacionais Regulamentação e normatização pelo CNE Formação universitária de professores Fomento à pesquisa

Estados

Formulação da política estadual Coordenação estadual Execução das ações estaduais Assistência técnica e financeira aos municípios Normatização pelo Conselho Escolar Estadual Autorização, reconhecimento, credenciamento, fiscalização, supervisão e

avaliação dos estabelecimentos do seu sistema de ensino Formação universitária de professores Fomento à pesquisa Formação de professores na modalidade Normal, em nível médio

Municípios com sistema municipal de ensino:

Formulação da política municipal Coordenação da política municipal Execução dos programas e das ações

Municípios integrados ao sistema estadual de ensino:

Formulação da política municipal Coordenação da política municipal Execução dos programas e das ações

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Normatização pelo CME (se houver) Autorização, reconhecimento, credenciamento,

fiscalização, supervisão e avaliação dos estabelecimentos do seu sistema de ensino

Formação continuada de professores em exercício

Fomento à pesquisa

Formação continuada de professores em exercício Fomento à pesquisa

POLÍTICA DE COTAS E AÇÕES AFIRMATIVAS Lei 12.711/12

Art. 1o Instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário- per capita.

Art. 3o Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1o desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do IBGE.

Parágrafo único. No caso de não preenchimento das vagas segundo os critérios estabelecidos no caput deste artigo, aquelas remanescentes deverão ser completadas por estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Art. 4o As instituições federais de ensino técnico de nível médio reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso em cada curso, por turno, no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental em escolas públicas.

Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita.

Art. 5o Em cada instituição federal de ensino técnico de nível médio, as vagas de que trata o art. 4o desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do IBGE.

Parágrafo único. No caso de não preenchimento das vagas segundo os critérios estabelecidos no caput deste artigo, aquelas remanescentes deverão ser preenchidas por estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escola pública.

Art. 6o O Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, serão responsáveis pelo acompanhamento e avaliação do programa de que trata esta Lei, ouvida a Funai.

Art. 7o O Executivo promoverá, no prazo de 10 anos, a contar da publicação desta Lei, a revisão do programa especial para o acesso de estudantes pretos, pardos e indígenas, bem como daqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, às instituições de educação superior.

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Art. 8o As instituições de que trata o art. 1o desta Lei deverão implementar, no mínimo, 25% da reserva de vagas prevista nesta Lei, a cada ano, e terão o prazo máximo de 4 anos, a partir da data de sua publicação, para o cumprimento integral do disposto nesta Lei.

ADPF 186O que decidiu o STF? Por unanimidade, o STF decidiu que o sistema de cotas é CONSTITUCIONAL e

julgou improcedente a ADPF.Resumo dos argumentos expostos no voto do relator

Igualdade formal versus igualdade materialDe acordo com o artigo 5º CF, "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".A CF/88 proclamou princípio da isonomia não apenas no plano formal, mas buscou emprestar a

máxima concreção a esse importante postulado, de maneira a assegurar a igualdade material ou substancial, levando em consideração – é claro –a diferença que os distingue por razões naturais, culturais, sociais, econômicas ou até mesmo acidentais, além de atentar, de modo especial, para a desequiparação ocorrente no mundo dos fatos entre os distintos grupos sociais.

Para possibilitar que a igualdade material entre as pessoas seja levada a efeito, o Estado pode lançar mão de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades decorrentes de situações históricas particulares.

Justiça distributivaA transformação do direito à isonomia em igualdade de possibilidades, sobretudo no tocante a uma

participação equitativa nos bens sociais, apenas é alcançado, segundo John Rawls, por meio da aplicação da denominada “justiça distributiva”.

Só ela permite superar as desigualdades que ocorrem na realidade fática, mediante uma intervenção estatal determinada e consistente para corrigi-las, realocando-se os bens e oportunidades existentes na sociedade em benefício da coletividade como um todo.

No que interessa ao presente debate, a aplicação do princípio da igualdade, sob a ótica da justiça distributiva, considera a posição relativa dos grupos sociais entre si. Mas, convém registrar, ao levar em conta a inelutável realidade da estratificação social, não se restringe a focar a categoria dos brancos, negros e pardos. Ela consiste em uma técnica de distribuição de justiça, que, em última análise, objetiva promover a inclusão social de grupos excluídos ou marginalizados, especialmente daqueles que, historicamente, foram compelidos a viver na periferia da sociedade.

Conceito de ações afirmativasAções afirmativas são medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a

proteção de certos grupos raciais de indivíduos pertencentes a estes grupos com o objetivo de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberdades fundamentais (art. 2°, II, da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Organização das Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968).

Origem das ações afirmativas

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Segundo o Min. Lewandowski, ao contrário do que se costuma pensar, as políticas de ações afirmativas não são uma criação norte-americana. Elas, em verdade, têm origem na Índia, país marcado, há séculos, por uma profunda diversidade cultural e étnico-racial, como também por uma conspícua desigualdade entre as pessoas, decorrente de uma rígida estratificação social.

Com o intuito de reverter esse quadro, politicamente constrangedor e responsável pela eclosão de tensões sociais desagregadoras - e que se notabilizou pela existência de uma casta “párias” ou “intocáveis” -, proeminentes lideranças políticas indianas do século passado, entre as quais o patrono da independência do país, Mahatma Gandhi, lograram aprovar, em 1935, o conhecido Government of India Act.

Critérios para ingresso no ensino superiorDiante disso, entendeu o Ministro ser essencial calibrar os critérios de seleção à universidade para

que se possa dar concreção aos objetivos maiores colimados na Constituição. Nesse sentido, as aptidões dos candidatos devem ser aferidas de maneira a conjugar-se seu conhecimento técnico e sua criatividade intelectual ou artística com a capacidade potencial que ostentam para intervir nos problemas sociais.

Adoção do critério étnico-racialO uso do termo “raça” é justificável nas políticas afirmativas em razão deste “fator” ter sido

utilizado, historicamente, para a construção de “hierarquias” entre as pessoas. Assim, se a raça foi utilizada para construir hierarquias, deverá também ser utilizada para desconstruí-las.

Após serem “desconstruídas” estas hierarquias, as ações afirmativas baseadas na raça podem ser abandonadas, adotando-se então apenas políticas universalistas materiais.

Consciência étnico-racial como fator de exclusãoOs programas de ação afirmativa são uma forma de compensar a discriminação histórica,

culturalmente arraigada, não raro, praticada de forma inconsciente e à sombra de um Estado complacente.As ações afirmativas, portanto, encerram também um relevante papel simbólico. Uma criança

negra que vê um negro ocupar um lugar de evidência na sociedade projeta-se naquela liderança e alarga o âmbito de possibilidades de seus planos de vida. Há, assim, importante componente psicológico multiplicador da inclusão social nessas políticas.

O papel integrador da UniversidadeTodos sabem que as universidades, em especial as universidades públicas, são os principais centros

de formação das elites brasileiras. Não constituem apenas núcleos de excelência para a formação de profissionais destinados ao mercado de trabalho, mas representam também um celeiro privilegiado para o recrutamento de futuros ocupantes dos altos cargos públicos e privados do País.

É certo afirmar que o grande beneficiado pelas políticas de ação afirmativa não é estudante que ingressou na universidade por meio das políticas de reserva de vagas, mas todo o meio acadêmico que terá a oportunidade de conviver com o diferente ou, nas palavras de Jürgen Habermas, conviver com o outro.

Reserva de vagas ou estabelecimento de cotasA política de reserva de vagas não é estranha à CFB, tanto que a Carta prevê, em seu art. 37, VIII, a

reserva de um percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência.

Transitoriedade das políticas de ação afirmativa19

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É importante ressaltar a natureza transitória das políticas de ação afirmativa, já que as desigualdades entre negros e brancos não resultam, como é evidente, de uma desvalia natural ou genética, mas decorrem de uma acentuada inferioridade em que aqueles foram posicionados nos planos econômico, social e político em razão de séculos de dominação dos primeiros pelos segundos.

Assim, na medida em que essas distorções históricas forem corrigidas e a representação dos negros e demais excluídos nas esferas públicas e privadas de poder atenda ao que se contém no princípio constitucional da isonomia, não haverá mais qualquer razão para a subsistência dos programas de reserva de vagas nas universidades públicas, pois o seu objetivo já terá sido alcançado.

Assim, as políticas de ação afirmativa fundadas na discriminação reversa apenas são legítimas se a sua manutenção estiver condicionada à persistência, no tempo, do quadro de exclusão social que lhes deu origem. Caso contrário, tais políticas poderiam converter-se em benesses permanentes, instituídas em prol de determinado grupo social, mas em detrimento da coletividade como um todo, situação – é escusado dizer – incompatível com o espírito de qualquer Constituição que se pretenda democrática.

No caso da Universidade de Brasília, que figurou como arguida na ADPF, o critério da temporariedade foi cumprido, uma vez que o Programa de Ações Afirmativas instituído pelo Conselho Superior Universitário - CONSUNI daquela instituição estabeleceu a necessidade de sua reavaliação após o transcurso do período de 10 anos.

Dipositivo da decisãoIsso posto, considerando, em especial, que as políticas de ação afirmativa adotadas pela

Universidade de Brasília (1) têm como objetivo estabelecer um ambiente acadêmico plural e diversificado, superando distorções sociais historicamente consolidadas, (2) revelam proporcionalidade e a razoabilidade no concernente aos meios empregados e aos fins perseguidos, (3) são transitórias e prevêem a revisão periódica de seus resultados, e (4) empregam métodos seletivos eficazes e compatíveis com o princípio da dignidade humana, julgo improcedente esta ADPF.

Crédito Estudantil e contratos de empréstimo. (FIES: Lei 10.260/01)

Revalidação de diploma obtido no estrangeiroA AGU comprovou, no STJ, a autonomia didático-científica das universidades para definir os

requisitos necessários à revalidação de diplomas estrangeiros no Brasil, dentre eles o limite do número de inscrições para o procedimento.

O Departamento de Contencioso da Procuradoria-Geral Federal (DEPCONT/PGF), a Procuradoria Regional Federal da 5ª Região (PRF5), a Procuradoria Federal no estado de Alagoas (PF/AL) e a Procuradoria Federal junto a Universidade Federal de Alagoas (PF/UFAL) atuaram em ações sobre o tema na Justiça Federal no estado.

Inicialmente, o Juízo da 1ª Vara Federal de Alagoas deferiu o pedido liminar de uma autora para determinar que a UFAL efetivasse a inscrição definitiva da impetrante, para que possa ser submetida aos exames exigidos para a revalidação do seu diploma de graduação em Medicina expedido por instituição de ensino superior estrangeira, sem observar o prazo de seis meses previsto no artigo 8º da Resolução Conselho Nacional de Educação nº 01/2002.

Contra essa decisão, os procuradores federais interpuseram apelação junto ao TRF5 o qual, no entanto, negou provimento ao recurso e afastou os efeitos do Edital nº 40/2008-UFAL, sob o argumento de

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que "a instituição de ensino superior deve receber os pedidos de revalidação dos diplomas, muito embora sem a fixação de prazo para a sua apreciação".

As unidades da AGU entraram com Recurso Especial no STJ destacando violação à Lei nº 9.394/96. Argumentaram que a limitação do número de inscrições para revalidação de diploma obtido no estrangeiro encontra-se dentro da autonomia didático-científica e administrativa das universidades e ir contra essa prerrogativa violaria também a Constituição Federal.

Para o procurador federal, um dos responsáveis pela atuação da AGU, a exigência de revalidação de diplomas de graduação e de certificados de pós-graduação obtidos em instituições de ensino estrangeiras se insere no âmbito da autonomia universitária, consagrada no texto da Constituição. "Se essa exigência se insere no âmbito da autonomia universitária é evidente que a decisão do TRF5, ao afastar a limitação imposta no regramento do Edital nº 40/, violou diretamente o artigo 207 da CF/88".

No julgamento do Recurso Especial no STJ, o ministro relator, Mauro Campbell Marques, acolheu os argumentos da AGU e julgou procedente o pedido, entendendo "que a exigência pela universidade federal brasileira de realização de exame seletivo para fins de revalidação de diploma obtido em universidade estrangeira, encontra-se dentro da autonomia didático-científica e administrativa das universidades".

Para o ministro do STJ, o artigo 53, inciso V, da Lei 9.394/96 permitiu às universidades fixarem normas específicas a fim de disciplinar o processo de revalidação de diplomas de graduação expedidos por estabelecimentos estrangeiros de ensino superior.

COBRANÇA DE TAXAS EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS DE ENSINOSúmula Vinculante 12 diz que cobrança de taxa de matrícula por universidade pública é inconstitucional (Fonte: www.stf.gov.br)

Por maioria de votos, os ministros do STF reconheceram a inconstitucionalidade da cobrança de taxa de matrícula pelas universidades públicas. A decisão aconteceu na tarde desta quarta-feira (13), no julgamento conjunto de diversos Recursos Extraordinários sobre o mesmo tema. A Corte já havia reconhecido a existência de repercussão geral no tema.

Logo após o julgamento dos recursos, os ministros aprovaram, por unanimidade, a redação da Súmula Vinculante nº 12: "A cobrança de taxa de matrícula nas Universidades Públicas viola o disposto no artigo 206 , inciso IV , da Constituição Federal".

JulgamentoO julgamento foi de um recurso (RE 500171) interposto pela UFG contra decisão do TRF1, favorável

a sete candidatos que passaram no vestibular daquela instituição. Para o TRF-1, a cobrança da contribuição para efetivação da matrícula dos estudantes seria inconstitucional por violar o artigo 206 , IV , da Constituição . Isso porque as instituições de ensino oficiais têm a obrigação de prestar ensino gratuito.

Entre outros fundamentos, a universidade sustenta que "não se trata de taxa, como espécie de tributo, mas de preço público". Segundo a instituição, a taxa de matrícula não é cobrada a título de contraprestação pelo ensino público de nível superior, mas para tornar efetivo o dispositivo (art. 206, I) que impõe à sociedade o compromisso de garantir igualdade de acesso e permanência a todos, também, ao ensino superior. Com isso, a instituição vem garantindo a permanência de alunos carentes, com o pagamento de despesas com bolsa, transporte, alimentação, moradia.

O ministro Lewandowski, contudo, afirmou que a Constituição já obriga que a União aplique 18% de tudo que é recolhido com impostos na educação. Com isso, as despesas apontadas no recurso com alunos carentes, como bolsa, transporte, alimentação, são atendidos por esses recursos públicos.

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Lewandowski negou provimento ao recurso, lembrando que a cobrança de taxa de matrícula é verdadeira triagem social baseada na renda, a matrícula "é formalidade essencial para ingresso na universidade". O direito à educação é uma das formas de realização concreta do ideal democrático, frisou o ministro, para quem a política pública mais eficiente para alcançar esse ideal é a promoção do ensino gratuito, da educação básica até a universidade.

DivergênciaA ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha votou pela constitucionalidade da cobrança por parte da

universidade, lembrando que ela não é obrigatória e fazendo referência explicita ao caso da Universidade Federal de Minas Gerais, que a ministra disse conhecer de perto. Segundo Cármen Lúcia, a UFMG estabeleceu essa "taxa" em 1929, em benefício das pessoas que não podem ter acesso, tendo como base o princípio da solidariedade. Quem não pode pagar, fica isento, ressaltou a ministra.

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