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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR MAIO/JUNHO DE 2012 ANO 3 N° 5 Amigos criam projeto social para tentar dar novas perspectivas à comunidade que vive à beira mar, na Praia do Titanzinho. Já são seis projetos em funcionamento Dia das crianças organizado pelo IPOM na Praia do Titanzinho. Na ocasião, houve diversas brincadeiras, como pula-pula, corrida de saco e distribuição de brinquedos. FOTO: GISELLE NUAZ Pôr-do-sol na praia para encerrar um dia de muita alegria. FOTO: GISELLE NUAZ Assim como José Lemos, todos os cidadãos que não podem pagar um advogado particular têm acesso gratuito à Justiça por meio da Defensoria Pública Página 4 Saiba mais http://www.ipompovodo- mar.com.br/ Onda do bem invade a Praia do Titanzinho Giselle Nuaz “Onde todos desistiram, nós fi- zemos”. É com este lema que o IPOM (Instituto Povo do Mar) vem atuando na Praia do Ti- tanzinho, no Bairro Serviluz. O projeto foi fundado por quatro amigos surfistas: Al- demir Calunga (presidente), Paulo Marcelo Vasconcelos (vice-presidente), Paulo Edu- ardo Montenegro (diretor financeiro) e Henrique Mari- nho (diretor executivo). Eles costumavam surfar no local e constantemente viam as neces- sidades da população que vive naquela praia. Depois de muita organiza- ção, no segundo semestre de 2010 criaram o IPOM. O pri- meiro evento organizado pelo grupo foi o Dia Mundial de Limpeza de Praia, que acon- teceu em agosto daquele ano. Em 2011, o Instituto participou da Casa Cor Ceará com stand e apresentação musical para co- memorar o 1º ano de existên- cia do grupo. Na ocasião, hou- ve apresentação de maracatu e foi organizado um leilão com o objetivo de angariar fundos para levar adiante as próximas ações. Projetos Os projetos visam a melhorar a qualidade de vida e as pers- pectivas que as crianças e suas famílias possam ter no futuro. Como a Praia do Titanzinho é berço de conhecidos surfis- tas cearenses, há duas escolas de surfe para as crianças, com aulas diárias para incentivar a prática do esporte. Nomes reconhecidos no mundo todo, através desse esporte, são os de Tita Tavares, Pablo Paulino e Fábio Silva. Os três se desta- caram em competições no Bra- sil e torneios internacionais. Para as mães das crianças há a oportunidade de capacitação no Projeto Brasis. Esse projeto produz acessórios - como bol- sas - e tem como matéria-pri- ma lona e outros materiais que sobravam de outras atividades. O programa conta, atualmen- te, com seis costureiras e uma gerente de projeto. No próximo mês vai come- çar, em parceria com o Instituto Aldy Mentor, o projeto Surfista Digital, para a inclusão digital de 96 crianças inscritas. “Te- mos, hoje, aproximadamente 120 crianças cadastradas”, cal- cula Henrique Marinho. Além desses projetos, há o “Artes com argila”, em que são ministradas aulas de artes visuais às segundas e quartas- feiras. Os dias de música são às terças e quintas, projeto que leva o nome “Maracatu Povo do Mar”. Esse é um grupo percussivo e vocal comandado por Brayner Feijó, que traz a tradição do maracatu cearense com um ritmo diferente e com loas que falam da vida e de sua relação com o mar. Coordenado por um psicólo- go, há o Projeto Grupos Opera- tivos, que todas as sexta-feiras desenvolve atividades criativas e de apoio à comunidade por meio de visitas domiciliares. O mais novo projeto é o “Voluntariado”, que vai sele- cionar pessoas interessadas em contribuir em qualquer um dos projetos citados acima. A ficha de inscrição está disponível no site do IPOM. Desafios O grupo enfrenta vários desafios.“Há um grande desca- so do governo em relação à co- munidade; grande quantidade de jovens envolvidos com dro- gas - principalmente o crack; descaso dos próprios pais em relação à vida de seus filhos e grande violência entre as gan- gues que existem no bairro”, pode ser lido no site do Insti- tuto. O que tem facilitado o traba- lho é que os organizadores do IPOM mantêm um contato es- treito com “pessoas-chave” da comunidade local, como expli- ca a presidente da Associação dos Moradores do Serviluz. “Ela cede o espaço e nos ajuda na parte do relacionamento e interação com a comunidade”, diz Paulo Vasconcelos, vice- presidente do Instituto.

Coletivo #5

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UNIFOR - 2012.1

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Page 1: Coletivo #5

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR MAIO/JUNHO DE 2012 ANO 3 N° 5

Amigos criam projeto social para tentar dar novas perspectivas à comunidade que vive à beira mar, na Praia do Titanzinho. Já são seis projetos em funcionamento

Dia das crianças organizado pelo IPOM na Praia do Titanzinho. Na ocasião, houve diversas brincadeiras, como pula-pula, corrida de saco e distribuição de brinquedos. FOTO: GISELLE NUAZ

Pôr-do-sol na praia para encerrar um dia de muita alegria. FOTO: GISELLE NUAZ

Assim como José Lemos, todos os cidadãos que não podem pagar um

advogado particular têm acesso gratuito à Justiça por meio da

Defensoria Pública Página 4

Saiba mais

http://www.ipompovodo-mar.com.br/

Onda do bem invade a Praia do Titanzinho

Giselle Nuaz

“Onde todos desistiram, nós fi -zemos”. É com este lema que o IPOM (Instituto Povo do Mar) vem atuando na Praia do Ti-tanzinho, no Bairro Serviluz.

O projeto foi fundado por quatro amigos surfi stas: Al-demir Calunga (presidente), Paulo Marcelo Vasconcelos (vice-presidente), Paulo Edu-ardo Montenegro (diretor fi nanceiro) e Henrique Mari-nho (diretor executivo). Eles costumavam surfar no local e constantemente viam as neces-sidades da população que vive naquela praia.

Depois de muita organiza-ção, no segundo semestre de 2010 criaram o IPOM. O pri-meiro evento organizado pelo grupo foi o Dia Mundial de Limpeza de Praia, que acon-teceu em agosto daquele ano. Em 2011, o Instituto participou da Casa Cor Ceará com stand e apresentação musical para co-memorar o 1º ano de existên-

cia do grupo. Na ocasião, hou-ve apresentação de maracatu e foi organizado um leilão com o objetivo de angariar fundos para levar adiante as próximas ações.

ProjetosOs projetos visam a melhorar a qualidade de vida e as pers-pectivas que as crianças e suas famílias possam ter no futuro.

Como a Praia do Titanzinho é berço de conhecidos surfi s-

tas cearenses, há duas escolas de surfe para as crianças, com aulas diárias para incentivar a prática do esporte. Nomes reconhecidos no mundo todo, através desse esporte, são os de Tita Tavares, Pablo Paulino e Fábio Silva. Os três se desta-caram em competições no Bra-sil e torneios internacionais.

Para as mães das crianças há a oportunidade de capacitação no Projeto Brasis. Esse projeto produz acessórios - como bol-

sas - e tem como matéria-pri-ma lona e outros materiais que sobravam de outras atividades. O programa conta, atualmen-te, com seis costureiras e uma gerente de projeto.

No próximo mês vai come-çar, em parceria com o Instituto Aldy Mentor, o projeto Surfi sta Digital, para a inclusão digital de 96 crianças inscritas. “Te-mos, hoje, aproximadamente 120 crianças cadastradas”, cal-cula Henrique Marinho.

Além desses projetos, há o “Artes com argila”, em que são ministradas aulas de artes visuais às segundas e quartas-feiras. Os dias de música são às terças e quintas, projeto que leva o nome “Maracatu Povo do Mar”. Esse é um grupo percussivo e vocal comandado por Brayner Feijó, que traz a tradição do maracatu cearense com um ritmo diferente e com loas que falam da vida e de sua relação com o mar.

Coordenado por um psicólo-go, há o Projeto Grupos Opera-tivos, que todas as sexta-feiras desenvolve atividades criativas e de apoio à comunidade por meio de visitas domiciliares.

O mais novo projeto é o “Voluntariado”, que vai sele-cionar pessoas interessadas em contribuir em qualquer um dos

projetos citados acima. A fi cha de inscrição está disponível no site do IPOM.

Desafi osO grupo enfrenta vários desafi os.“Há um grande desca-so do governo em relação à co-munidade; grande quantidade de jovens envolvidos com dro-gas - principalmente o crack; descaso dos próprios pais em relação à vida de seus fi lhos e grande violência entre as gan-gues que existem no bairro”, pode ser lido no site do Insti-tuto.

O que tem facilitado o traba-lho é que os organizadores do IPOM mantêm um contato es-treito com “pessoas-chave” da comunidade local, como expli-ca a presidente da Associação dos Moradores do Serviluz. “Ela cede o espaço e nos ajuda na parte do relacionamento e interação com a comunidade”, diz Paulo Vasconcelos, vice-presidente do Instituto.

Assim como José Lemos, todos os cidadãos que não podem pagar um

advogado particular têm acesso gratuito à Justiça por meio da

Defensoria Pública

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2 MAIO/JUNHO DE 2012

Serviços como segunda via de CPF ou dar entrada em certidão negativa já podem ser realizados via Internet por meio do site do Governo Federal. Foto: thalyta Martins

Governo ao alcance de um clique

Enfrentar filas para conseguir ates-tados e certidões? Deslocar-se até uma delegacia para registrar um BO? Saiba como o governo eletrônico pode facilitar esse tipo de processo

Renata Frota

O E-GOV (eletronic govern-ment) ou Governo Eletrônico é uma tendência mundial que surgiu para facilitar a vida dos cidadãos. Implantado no Bra-sil no início da década de 1990 - sendo considerado pioneiro na América Latina -, o progra-ma tem como objetivos: apro-ximar Governo e sociedade por meio das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), ampliar a participação

popular, facilitar o acesso a in-formações de interesse público e, principalmente, melhorar e agilizar a prestação de serviços públicos, como solicitação de documentos, atestados e cer-tidões.

Graças ao projeto Governo Eletrônico já é possível resol-ver diversos processos sim-ples, porém burocráticos, sem sair de casa. Alguns exemplos são: registro de um boletim de ocorrência, consulta de CPF, atestado de antecedentes cri-minais, emissão de passapor-tes, declaração de imposto de renda, dentre outros. Na maio-ria dos estados, portais do Go-verno oferecem esse tipo de serviço online.

No Ceará, órgãos como o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Polícia Fe-

deral, Secretaria de Cultura, Secretaria da Educação, Corpo de Bombeiros Militar e De-fensoria Pública são apenas alguns dos que já possuem si-tes disponíveis para acesso no portal do Governo do Estado (www.ceara.gov.br).

“O cidadão não precisa mais enfrentar longas esperas para tirar uma única dúvida. Ele agora pode encontrar em por-tais de órgãos públicos”, expli-ca o professor de Jornalismo Alejandro Sepúlveda, que já desenvolveu pesquisa a respei-to do Governo Eletrônico.

Mais que a prestação de serviços, o programa também tem como desafio incluir digi-talmente o cidadão. No entan-to, de acordo com Sepúlveda ainda é preciso que o cidadão compreenda a ferramenta que

está usando.“As tecnologias por si só não

resolvem os problemas, elas podem facilitar as nossas vi-das. Mas é evidente que existe uma série de desafios a serem superados. Hoje, no Brasil, não são todos os cidadãos que podem comprar um computa-dor. E mesmo que você possua o equipamento, há o problema de dominar a linguagem des-sas novas tecnologias porque não é todo mundo que conse-gue”, explica.

Além disso, o professor também destaca a questão da escassa divulgação dos por-tais. “Pouca gente sabe disso. Ainda há a cultura de que você precisa ir pessoalmente, quan-do, na verdade, existe a possi-bilidade de resover muita coisa sem sair da sua casa”.

Resolva sem sair de casaNo portal do Governo do Esta-do do Ceará (www.ceará.gov.br) existem diversos serviços que visam a facilitar a vida do cida-dão. Afinal, este não precisará sair de sua residência e enfren-tar filas enormes para resolver, em alguns casos, questões que não requerem tanta burocracia. Sendo assim, veja alguns dos serviços ofertados:

Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)https://www.sefaz.ce.gov.br/

Boletim de ocorrência eletrônico (B.O)http://www.delegaciaeletronica.ce.gov.br/beo/

Nota fiscal eletrônica http://nfe.sefaz.ce.gov.br/

Atestado de antecedentes criminaishttp : / /w w w.bras i l .gov.br/para/servicos

Solicitação de passaportehttp : / /w w w.bras i l .gov.br/para/servicos

Ouvidoria geral do Sistema Único de Saúde (SUS)http : / /w w w.bras i l .gov.br/para/servicos

Certidão negativa ou positiva de naturalizaçãohttp : / /w w w.bras i l .gov.br/para/servicos

O concurso terá sétima edição realizada no segundo semestre deste ano. Foto: Divulgação

Prêmio Ceará de Cidadani@ Eletrônica Promovido anualmente pelo Go-verno do Estado do Ceará por meio da Secretaria do Plane-jamento e Gestão (SEPLAG), o Prêmio Ceará de Cidadania Ele-trônica foi idealizado pela Coor-denadoria de Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação (CGETI) da então Secretaria da Administração do Estado do Ce-ará (SEAD), em 2003, a fim de “fomentar, divulgar e reconhecer a qualidade dos projetos públi-cos, assim como os benefícios advindos da aplicação da Tecno-logia da Informação e Comunica-ção na Administração Pública”, explica a coordenadora de estra-tégias de TIC (COETI), Caroline Siqueira Guerra.

De acordo com ela, os partici-pantes - que devem ser órgãos,

entidades da Administração Pú-blica Estadual e Municipal do Estado ou instituições no âmbito Federal dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sediadas

no Ceará - podem se inscrever em cinco categorias, que são: “software livre, inclusão digital, TI verde, governança de TI e inovação”, explica.

Sendo assim, a comissão jul-gadora - formada por institui-ções públicas como Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (SEPLAG/CE), Empresa e Tecnologia da Informação do Ceará, Gabinete do Governador, Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Universidade Estadu-al do Ceará (UECE), Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e Centrais de Abastecimento do Ceará S/A (CEASA) - escolhe três projetos de cada uma das cinco categorias da premiação para serem contemplados com o troféu do evento.

Em 2011, 15 projetos dos 52 inscritos foram agraciados durante cerimônia realiza-da no auditório da SEPLAG.

Saiba mais

Portal do concurso:http://premioceara.seplag.ce.gov.br/

Saiba mais

Sugestões, comentários e críticas: [email protected] (85) 3477.3105

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profª Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Projeto gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Fernanda Carneiro - Professor orientador: Alejandro Sepúlveda - Coordenação de Fotografia - Júlio Alcântara - Revisão: Prof. Antonio Celiomar de Lima - Fotografia: Giselle Nuaz, Iago Ribeiro, Luiz Carlos Bonfim e Thalyta Martins - Edição: Marília Pedroza - Redação: Giselle Nuaz, Luiz Carlos Bonfim, Marília Pedroza e Renata Frota - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares

Dentre os premiados estavam Tecnologia Informação em Instituição de Saúde Mental (SESA), Sistema de Eventos, SisEventos (UECE), Sis-tema Natuur Mobile - Auto de Infração Eletrônico (SE-MACE), Sala de situação da dengue no ceará (SESA) e Práticas de Governança de TI (Cagece).

Este ano o concurso chega a sua sétima edição, que de-verá acontecer durante o se-gund0 semestre.

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3MAIO/JUNHO DE 2012

Jovens de comunidades caren-tes recebem apoio de gente que desempenha trabalho social e voluntário na Associação Resgate dos Valores pela Arte (Revarte)

Luiz Carlos Bomfim

Diante de uma estante cheia de troféus, Kécia Ribeiro, 17 anos, confessa: “eu gosto muito do judô”. Os troféus que ali estão não são apenas resultado in-dividual dessa jovem judoca, mas de várias crianças e ado-lescentes que, como ela, co-meçaram cedo a praticar esse esporte. Eles frequentam uma escolinha de judô na Associa-ção Resgate dos Valores pela Arte (Revarte).

“Faço judô há quase seis anos aqui na Revarte e não pretendo parar. Pretendo me tornar atleta”, diz Kécia. Ela tem muitos motivos para apos-tar no futuro, pois a delegação de judocas da Associação con-seguiu recentemente 17 meda-

Crianças carentes têm oportunidade de realizar apresentação musical em shopping de Fortaleza. Foto: luiz Carlos BoMFiM

Renato Morais prestigia apresentação em evento apoiado por ele. Foto: luiz Carlos BoMFiM

lhas de ouro, 10 de prata e 11 de bronze na seletiva local para o Campeonato Brasileiro Região 1 2012. A Revarte foi campeã geral na seletiva e lidera o ranking da Federação Cearen-se de Judô com 530 pontos.

A maior parte desses atletas vem de famílias humildes e en-frenta dificuldades para con-seguir apoio ou oportunidades para persistir na prática do judô. Nem todos conseguem seguir adiante. Alguns jovens são obrigados a abandonar os treinos porque precisam traba-lhar para ajudar suas famílias.

Não é apenas o esporte que as crianças e adolescentes en-contram na Associação. Ítalo

Saiba mais

De acordo com o site da Re-varte, a associação desenvol-ve um o projeto social, cultu-ral e comunitário que atende aos moradores do Conjunto Alvorada visando melhorar a qualidade de vida das pes-soas. Maiores informações podem ser obtidas no ende-reço: http://www.revarte.org.br/index.html

Procon Estadual - Decon0800 275 8001 / (85) 3452-4516www.decon.ce.gov.br

Procon Assembleia(85) 3277-3801Av. Desembargador Moreira, 2807Dionísio TorresFortaleza - CE

ANEEL - 167Conselho de Consumidores da COELCE(85) 3453-4600 / 3453-46010800 285 0196

Serviço

Oliveira (à esq. na foto acima), 9 anos, estuda flauta. Ele re-cebe de sua “madrinha” uma ajuda com os custos das aulas em uma escola particular. As-sim como os jovens do judô, ele recebe apoio da Revarte juntamente com outras crian-ças que optaram pela música. O reconhecimento veio e gerou frutos: o grupo musical recebe apoio de vários comerciantes da cidade.

Como é o caso de Renato Morais, que é dono de uma li-vraria e faz parte do grupo que apoia a formação dos novos talentos. “É importante inves-tirmos nessas crianças, é algo bem recompensador”.

Revarte traz futuro para jovens

por Thalyta MartinsDireito do consumidor

“Tenho um filho de 8 anos e a escola em que ele está matricu-lado exige uma lista de material escolar enorme. Entre os itens obrigatórios estão papel higiênico e giz de cera. Gostaria de saber se esses pedidos têm cabimento”.

Maria José PereiraDona de casa

Segundo o art. 51 da Lei 8.078/90 do Código de Defesa do Consumidor, é abusiva a cláusula no contrato de fornecimen-to de serviços educacionais que vincula a efetivação da matrí-cula à entrega de material de uso coletivo (álcool, copo des-cartável, papel higiênico, giz, caixa de borracha, papel ofício, entre outros). O Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon/CE). Vinculado à Secretária de Estado de Justiça e Defesa do Consumidor, lembra aos consumidores que só é permitido a cobrança de itens relacionados ao pro-cesso didático-pedagógico do aluno, tendo em vista que o va-lor para a compra de materiais de uso coletivo deve estar in-cluso nas mensalidades. A exigência desses produtos só não é abusiva quando solicitados para atividades educacionais que estejam detalhadas no plano de aula. Para evitar conflitos, o Decon aconselha que os pais ou responsáveis conversem com a direção da escola para retirar da lista os materiais que não são de uso individual.

“Quais são os meus direitos quando eu tenho um aparelho eletrodoméstico queimado devido a uma queda de energia?”

Larissa AlvesEngenheira de alimentos

O prejuízo do consumidor deve ser ressarcido em caso de apa-relhos danificados por problemas no fornecimento de energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reco-menda que o consumidor entre em contato com a companhia distribuidora de energia do seu Estado para que seja feita uma vistoria no aparelho danificado por problemas no fornecimen-to de energia. O prazo máximo para que essa avaliação ocorra é de dez dias. Esse prazo cai para um dia em caso de equipamen-tos que contêm produtos perecíveis, como geladeiras. Após a avaliação, a distribuidora tem o prazo de 15 dias para informar ao consumidor, por escrito, o resultado do pedido. No caso de o laudo ser favorável ao consumidor, conserto, substituição do aparelho ou restituição do mesmo deve ocorrer em até 20 dias úteis. O Procon/CE orienta que o consumidor, ao fazer contato com a companhia elétrica, reúna comprovações sobre o ocor-rido para facilitar a resolução do problema:

Tenha em mãos uma fatura com seu código de cliente;*

Informe o dia, mês e a hora do problema ocorrido;*

Descreva as características do produto danificado: modelo, mar-* ca, ano de fabricação e número de série;

Segundo o Procon/CE, o consumidor pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor ou pedir a intervenção da Aneel caso dis-corde do laudo da concessionária de energia.

Material de uso coletivo

Aparelho danificado

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4 MAIO/JUNHO DE 2012

Defensoria garante cidadania a pessoas de baixa renda

Eficácia e rapidez são a opinião de José Lemos sobre o êxito no atendimento no EPJ da Unifor. Foto: iago riBeiro

EPJ é importante para estudantes e para a comunidade. Foto: iago riBeiro

Marília Pedroza

Assim como o acesso à saúde e à educação, o acesso à jus-tiça é um direito garantido a todos os cidadãos brasileiros pela Constituição Federal de 1988. Por isso, naquele mes-mo ano, foi criada a Defenso-ria Pública, uma instituição voltada para quem não tem condições de pagar um advo-gado particular.

Segundo Francisco Pereira Torres, titular da 9ª Defensoria Cível da Capital, que contempla a 10ª e a 12ª vara cível, a Defen-soria Pública lida em todos os campos do Direito, do penal, no júri (quando você comete um cri-me de homicídio, contra a vida), defesa do consumidor, juizados especiais. “Mas o grande carro chefe da Defensoria Pública, pela necessidade da população, são as ações de família, ligadas à famí-lia. Seria o divórcio, investigação de paternidade, ação de alimen-tos, partilha dos bens, guarda dos filhos, interdição (pra que você possa nomear um curador, alguém que tá com problema de saúde), tutela”, complementa.

Os assistidosPodem dispor dos serviços da Defensoria as pessoas que vivem em estado de necessidade, cuja renda é insuficiente para mora-

Inaugurada em 1988, a Defensoria Pública foi criada para garantir o acesso à Justiça àqueles que não podem pagar um advogado particular

dia, educação e, consequente-mente, para que ela possa con-tratar um advogado particular. Torres explica a questão da se-guinte maneira: “alguém que tem uma renda, mas que essa renda, por todos os encargos assumidos – porque você paga os impostos, mas muitas vezes paga uma edu-cação particular, de qualidade. Você tem o SUS, mas tem que pagar um plano de saúde – é até razoável, mas a pessoa não teria condições de pagar um advogado particular sem prejuízo pro seu próprio sustento”.

É o caso do aposentado José Luciene Natalense Lemos, de 69 anos. Insatisfeito com os valores da sua conta de água, ele procu-rou o Escritório de Práticas Jurí-dicas (EPJ) da Universidade de

Fortaleza (Unifor) em fevereiro deste ano. Isso é possível porque todas as faculdades que têm o curso de Direito têm o núcleo de petição inicial que atende às pes-soas carentes. José Lemos tam-bém aproveitou para dar entrada em um processo solicitando um medicamento para o tratamento da filha, o qual ele não tinha con-dições financeiras de adquirir.

No dia da nossa entrevista, José Lemos recebeu a notícia de que o processo sobre o me-dicamento da filha havia sido deferido. A advogada auxiliar do EPJ interrompeu nossa conversa para dar a boa notícia e ele, só elogios pelo atendimento, que julgou como rápido e eficaz.

Ana Vládia Feitosa, profes-sora e uma das supervisoras do

Escritório de Prática Jurídica

Em toda faculdade de Direito há um núcleo de petição inicial. O da Unifor leva o nome de Escri-

tório de Práticas Jurídicas (EPJ) e tem também um caráter acadê-mico, pois abriga estudantes do

curso de Direito das disciplinas Estágio 4 e Estágio 5. Antônio Ricardo Santos de Abreu, um

EPJ, descreveu a importância do convênio com a Defensoria-Universidade. “É que, além de a gente ter um viés social, de levar esse serviço de assistên-cia judiciária à comunidade, a grande importância, didati-camente falando, é o aprendi-zado prático do Direito pelos nossos alunos. Então a gente tenta sempre aliar essas duas vertentes, a questão da pres-tação social com a questão do aprendizado dos alunos”.

Defensoria Geral do Estado(85) 3101-3424 Rua Caio Cid, 100Luciano Cavalcante

Serviço

Entrevista

Palavra de especialistaFrancisco Pereira Torres, titular da 9ª Defensoria Cível da Capital, que contempla a 10ª e a 12ª vara cível e ex-gerente das Defensorias da capital e do interior (2010 - 2011) opina:

“Hoje, das três carreiras jurí-dicas – a magistratura, o mi-nistério público e a defenso-ria – a nossa carreira é a que está sendo menos observa-da, vamos dizer assim, pelos olhos do poder constituí-do. Ou seja, hoje você tem 395 juízes, 398 promotores de justiça e somente 284 defensores públicos. Então 60% das comarcas do inte-rior não têm um defensor público. Aonde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais baixo você não pode contar com um advo-gado. Então, qual seria hoje o grande clamor da popu-lação carente, necessitada, que hoje corresponde a 80% da população cearense: se-ria que a defensoria pública tivesse o mesmo olhar, que o poder constituído tives-se o mesmo olhar para a Defensoria Pública que tem para as outras carreiras, ou seja, que tivesse pelo menos um defensor público em cada comarca do interior. E isso, hoje, não está sendo cumprido, apesar da Consti-tuição Estadual e da Consti-tuição Federal contemplar e prever a Defensoria Pública em todas as comarcas ”.

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to: Ma

rília PeD

roza

dos supervisores do EPJ, explica que o Escritório trata de todos os casos de natureza cível que a Defensoria atende, de acordo com o convênio firmado entre as duas instituições. Só ficam de fora as questões que envolvem a área penal. Na Unifor, as deman-das geralmente dizem respeito a direito de família, defesa do con-sumidor, questão de contratos e revisionais bancários.

Segundo Santos de Abreu, o EPJ é importante para a comu-nidade e os estudantes. “O aluno vai ver como se entrevista um cliente, todo aquele procedimen-to que ele aprenderia se estivesse num escritório. O professor vai acompanhar e depois eles vão discutir o caso”. Ainda segundo o supervisor, a Unifor é bastante conhecida na prestação desses serviços jurídicos. Por isso mui-tos cidadãos, ao invés de se diri-gem à Defensoria Pública, bus-

cam diretamente a Universidade para ter acesso à Justiça.

Além do atendimento, o Es-critório dispõem dos serviços de psicologia, núcleo do Programa de Orientação e Proteção ao Con-sumidor (Procon), serviço social e um Núcleo de Conciliação e Me-diação. “Quando chega na cabine de atendimento e o professor vê que, se chamar a outra parte dá pra tentar um acordo sem entrar judicialmente, ele encaminha pra fazer um atendimento no Núcleo de Conciliação e Mediação. En-tão, às vezes, a gente consegue resolver conflitos sem precisar entrar com um acordo judicial”, revela o supervisor.

O Escritório foi criado em 2000 e realiza em torno de 8 a 10 mil atendimentos por semestre. No mês de março, mês de pico, foram totalizados 4.003 atendi-mentos entre retornos, concilia-ções e psicologia.