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R$ zagoarte design COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOS ANO LETIVO 2018 2º BIMESTRE TEXTO COMPLEMENTAR Série Turma (s) Turno 9º ano- Ens. Fundamental VESPERTINO Professor: GUILHERME SIQUEIRA Disciplina: ARTE Aluno (a): Nº da chamada: Data: / / 2018 Visto do Professor Nota da Atividade XXXXXXXX Quanto tempo dura uma obra de arte? Algumas obras permanecem muito tempo, deterioram. E quando não há preocupação em conservá-las ou resturá-las, essas obras tendem a desaparecer. Mas nem sempre a intemçãodo artista é produzir uma obra que dure muito tempo. Transitória, passageira, fugaz, que dura pouco: essas são caraqcteristicas possíveis da Arte Efêmera. Um exemplo de Arte Efêmera são as esculturas de gelo feitas por Néle Azevedo. Desde 2002, essa artista brasileira coloca pequenas esculturas com o formato de seres humanos em espaços urbanos do mundo todo. Ela criou o Munumento mínimo, que funciona como um antimonumento: em vez de uma escala grandiosa, símbolo de ostentação e poder, uma escala mínima; no lugar do rosto do herói, uma homenagem ao anônimo, ao transeunte; e no lugar de materiais duradouros, o gelo. Conforme Néle Azevedo: “Elas não cristaqlizam na memória, mas ganham fluidez, movimento, e resgatam a função original do monumento: lembrar que morremos”. As esculturas de gelo também são atração na cidade de Harbin, onde acontece o Festival Internacional de Escuturas em Gelo e Neve. As esculturas de grandes dimensões permitem, muitas vezes, que o público percorra seu interior, interagindo com as obras. Primórdios da Arte Efêmera Dois fatos históricos marcaram o surgimento das primeiras ideias de Arte Efêmera: a Guerra Fria (no mundo) e o regime militar (no Brasil). Página 1 de 5 ARTE EFÊMERA Escola de Civismo e Cidadania

Colégio da Polícia Militar hugo de carvalho Ramos · Web viewO artista inglês Julian Beever cria obras efêmeras usando giz colorido sobre opiso das calçadas. Observe como ele

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Page 1: Colégio da Polícia Militar hugo de carvalho Ramos · Web viewO artista inglês Julian Beever cria obras efêmeras usando giz colorido sobre opiso das calçadas. Observe como ele

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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOSANO LETIVO 2018 2º BIMESTRE TEXTO COMPLEMENTAR

Série Turma (s) Turno9º ano- Ens. Fundamental VESPERTINO

Professor: GUILHERME SIQUEIRA Disciplina: ARTEAluno (a): Nº da chamada:

Data: / / 2018Visto do Professor Nota da Atividade

XXXXXXXX

Quanto tempo dura uma obra de arte? Algumas obras permanecem muito tempo, como é o caso das pinturas rupestres; outras sofrem a ação do tempo e se deterioram. E quando não há preocupação em conservá-las ou resturá-las, essas obras tendem a desaparecer.

Mas nem sempre a intemçãodo artista é produzir uma obra que dure muito tempo. Transitória, passageira, fugaz, que dura pouco: essas são caraqcteristicas possíveis da Arte Efêmera.

Um exemplo de Arte Efêmera são as esculturas de gelo feitas por Néle Azevedo. Desde 2002, essa artista brasileira coloca pequenas esculturas com o formato de seres humanos em espaços urbanos do mundo todo. Ela criou o Munumento mínimo, que funciona como um antimonumento: em vez de uma escala grandiosa, símbolo de ostentação e poder, uma escala mínima; no lugar do rosto do herói, uma homenagem ao anônimo, ao transeunte; e no lugar de materiais duradouros, o gelo. Conforme Néle Azevedo: “Elas não cristaqlizam na memória, mas ganham fluidez, movimento, e resgatam a função original do monumento: lembrar que morremos”.

As esculturas de gelo também são atração na cidade de Harbin, onde acontece o Festival Internacional de Escuturas em Gelo e Neve. As esculturas de grandes dimensões permitem, muitas vezes, que o público percorra seu interior, interagindo com as obras.

Primórdios da Arte Efêmera

Dois fatos históricos marcaram o surgimento das primeiras ideias de Arte Efêmera: a Guerra Fria (no mundo) e o regime militar (no Brasil).

O clima de tensão e perseguição a artistas, escritores, músicos, cineastas e intelectuais fez surgir, nesse cenário, um sentimento de finitude. A produção artística passou, então, a sinalizar a precariedade de tudo – inclusive da arte – e a ser instrumento de crítica à situração política.

Os artistas deiblavam a censura usando metáforas. Utilizavam objetos do dia a dia em lugar de pincéis e tintas. Com suas obras, desafiavam os governos e mostravam os sentimentos reprimidos da época.

Nesse turbilhão de emoções, nasceu o conceito de que uma obra não tem a obrigatoriedade de ter longa duração. Portanto, até materiais degradáveis (como alimentos) passaram a ser usados em alguns trabalhos.

São exemplos de artistas brasileiros que participaram ativamente desse movimento: Hélio Oiticica, Lygia Pape, Antonio Manuel, Umberto Costa Barros, Carlos Zilio, Nelson Leirner e Cildo Meireles.

Na música, podemos citar os nomes de Geraldo Vandré, Chico Buarque e Mukton Nascimento, entre tantos músicos que levantaram bandeira contra a ditadura. A seguir, um trecho de uma música de Vandré:

Para não dizer que não falei das flores

(Geraldo Vandré)

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ARTE EFÊMERA

Escola de Civismo e Cidadania

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“Nas escolas, nas ruas, campos, construções

Somos todos soldados, armados ou não

Caminhando e cantando e seguindo a canção

Somos todos iguais braços dados ou não

Os amores na mente, as flores no chão

A certeza na frente, a história na mão

Caminhando e cantando e seguindo a canção

Aprendendo e ensinando uma nova lição.

Materiais efêmeros

Com a Arte Efêmera, materiais perecíveis como alimentos, folhas de árvores, flores, insetos, sangue, gelo, terra, areia e até lixo passaram a fazer parte da lista de possibilidades criativas de um artista. Mas outros materiais mais resistentes também podem ser utilizados para fazer esse tipo de arte.

A condição para chamar uma obra de “efêmera” é sua curta duração: ou porque os materiais se degradam com o tempo ou porque o artista só mantém a composição montada durante um certo período.

Como as obras efêmeras são um acontecimento restrito a um momento, pra “guardá-las” é preciso recorrer a formas de registro como a fotografia e o vídeo. Além disso, alguns artistas desesnham projetos e escrevem textos sobre as obras.

Até a água levar...

Desenhar e escrever na areia é algo que muitas pessoas já fizeram. No século XVI, por exemplo, o jesuíta José de Anchieta compôs na areia vários versos de um poema de sua autoria.

Atualmente, entre vários artistas, podemos citar Jim Denevan. Ele extrapola essa possibilidade expressiva criando trabalhos de escala gigantesca, com precisão geométrica. No caso dos desenhos na areia, o artista aproveita a maré baixa e a areia molhada e realiza seu trabalho utilizando galhos secos como ferramenta; quado a maré sobe, seus desenhos somem.

Além da areia, Jim Denevan também utiliza outros elementos da natureza. Já desenhou sobre a superfície congelada do Lago Baikal, na Sibéria, uma espiraql formada por círculos – que desaparecu aso poucos, conforme o gelo derretia sob a ção do sol.

Uma sensação olfativa diferente

A obra é de Lygia Pape. Além de utilizar materiais inusitados e perecíveis, artista também colocou aromas nesta obra.

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< Narizes e línguas (1995), Lygia Pape – Instalação com pães, madeira, arame, cheiros.

Observe, com atenção: Quais materiais utilizados podem ser considerados efêmeros? Em que parte dessa obra você imagina que os aromas tenham sido colocados pela artista? Quais sentidos são necessários para apreciar essa obra?

Obra efêmera na calçada

O artista inglês Julian Beever cria obras efêmeras usando giz colorido sobre opiso das calçadas.Observe como ele emprega a perspectiva para que o observador tenha a sensação de tridimensionalidade (3D).Note também que a ilusão só acontece quando a obra é vista de determinado ângulo. Dependendo da posição

do espectador, o desenho fica todo deformado.

Para ver ou para comer?

Como mensionamos anteriormente, até com alimentos é possível cria arte. Veja, nesta página, alguns exemplos de artistas que transforma – cada um à sua maneira – alimentos em obras de arte.

Carl Warner utiliza legumes e outros alimentos vegetais para compor paisagens. O artistqa Calr Kleiner cria esculturas com leguminosas. Já Vik Muniz faz várias obras com chocolate, açúcar e outros alientos; ao lado, em sua releitura da Mona Lisa (de Leonardo da Vinci) utilizou geleia e pasa de amendoim.

Mandalas e tapetes

Os monges budistas costumam construir delicadas mandalas usando areia colorida. Além do significado religioso, o trabalho com mandalas serve para exercitar a concentração, a paciencia e o desapego ao mundo material.

Após as cerimônias que sucedem à construção da mandala, ela é desfeita e toda a areia é jogada num rio, pois eles creem que assim as bênçãos se espalharão.

No Brasil, em alguns lugares, é costume construir um tapete em via pública, com areia, pó de serragem colorida, borra de café, grãos e outros pós, na celebração de Corpus Christi. O trabalho é realizado por voluntários da comunidade em várias cidades do país.

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Durante a procissão que ocorre nessa data, as pessoas caminham sobre o tapete, desmanchando-o.

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