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COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) Proposta para movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião TATIANE CRIVELARO ME. ACYR ELIAS FREIRE JÚNIOR São Sebastião 2013

COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

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COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM)

Proposta para movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião

TATIANE CRIVELARO

ME. ACYR ELIAS FREIRE JÚNIOR

São Sebastião

2013

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TATIANE CRIVELARO

COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM)

Proposta para movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião

Trabalho de Graduação do Curso de

Tecnologia em Gestão Empresarial da

Faculdade de Tecnologia de São

Sebastião – FATEC, para obtenção do

título de Tecnólogo em Gestão

Empresarial, sob orientação do

Professor Me. Acyr Elias Freire Júnior.

São Sebastião

2013

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TATIANE CRIVELARO

COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM)

Proposta para movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de

Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a

conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial.

São Sebastião, 25 de junho de 2013.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

PROFº ME. ACYR ELIAS FREIRE JÚNIOR

_________________________________________________________

PROFº ESP. DANIEL ROBERTO JUNG

_________________________________________________________

PROFº ME. EDUARDO HIPÓLITO DO REGO

MÉDIA FINAL: ___________________

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Dedico este trabalho à minha família,

principalmente ao meu filho, Bruno Crivelaro Abila,

minha mola propulsora, em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a FATEC SÃO SEBASTIÃO por proporcionar tamanho

conhecimento nesses anos de faculdade, seja o conhecimento adquirido com os

professores ou com os colegas no decorrer do curso. Meu eterno agradecimento por

tamanho crescimento pessoal e profissional que todos me proporcionaram.

Obrigada a todos os professores, mesmo que não sejam citados, saibam que levo

muitos ensinamentos, muito carinho e admiração por todos. Pois acredito que todos

os professores têm uma visão maior do que nós alunos podemos enxergar e

infelizmente muitos não aproveitam de forma correta seus ensinamentos.

Agradeço à colaboração, amizade, paciência, compreensão e atenção

dispensada do meu orientador, que hoje vejo como amigo, Professor Me. Acyr Elias

Freire Júnior, por todo seu conhecimento compartilhado de forma a melhorar e

agregar valor ao desenvolvimento do meu trabalho, mesmo tendo iniciado minha

orientação faltando dois meses para a banca. Pena não ter sua orientação antes,

mas confio e acredito que tudo vem na hora certa e por algum motivo nossa parceria

não foi em vão.

Entre os professores que me incentivaram e deram suporte ao

desenvolvimento deste trabalho, tornando possível o desenvolvimento do mesmo,

com um tema que muito me agrada, tenho que citar a Professora Me. Rosangela

Molento Ferreira, pessoa de extrema importância e incentivo, no meio das

atribulações e dificuldades que enfrentei. Muito obrigada Professora, por não me

deixar desistir de algo que acredito.

O desenvolvimento deste trabalho e apoio nas pesquisas, só foi possível

graças à apresentação do tema, pelo meu ex-professor de Negócios Internacionais e

amigo, Mateus Draxler Damázio, pessoa que admiro por sua visão de negócio, por

não ter medo de dividir conhecimento, e principalmente, pela paciência em me

explicar cada pergunta que surgia na minha cabeça nesses dois anos de pesquisa.

Obrigada, mais uma vez.

Aos arguidores, Daniel Jung e Eduardo Hipólito, meu sincero agradecimento

por todos os comentários, sugestões e atenção dada ao desenvolvimento do

trabalho.

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3

Amigos também fizeram parte disso, alguns mais atuantes: Adriana Puertas,

Beatriz Ciqueira, Fabrício Anselmo, Luiz Marcel, Desserie Laurentino, Anabel

Borges, Marina Armond, Suzy Nozaky, Priscila Freitas, Prescila Acciaris, pelo

carinho, atenção dispensada, conselhos e compreensão na minha ausência e

momentos de mau humor.

Mais uma vez agradeço minha família, primeiramente tenho que agradecer à

minha mãe, Cleonice da Silva Crivelaro e meu pai Delvair Crivelaro, por permitirem

que eu não desistisse da faculdade, dividindo os cuidados do meu filho comigo.

Minha irmã Fabíola Crivelaro Teotônio e cunhado Roberto Teotônio, pelos

incentivos, ajuda, carinho e também cuidados com meu filho. Sem vocês, nada disso

teria sido possível, então, OBRIGADA.

Não posso deixar de agradecer aqueles que tentaram atrapalhar também,

pois sem desafios o desenvolvimento do trabalho teria sido menos divertido.

Enfim, agradecer, dizendo “obrigada” a todos os mencionados anteriormente

é pouco, mas é o que eu posso fazer no momento. Porque graças à contribuição

dada de cada um, posso dizer que estou no caminho que eu sempre quis e espero

que este seja apenas o primeiro passo de algo muito maior.

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Não há nada mais difícil de controlar, mais perigoso de

conduzir, ou mais incerto no seu sucesso, do que liderar

a introdução de uma nova ordem.

Nicolo Machiavelli

(1469 – 1527)

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RESUMO

A globalização proporciona uma acirrada competição entre as empresas, que buscam constantes melhorias quanto aos custos envolvidos nos processos de produção à entrega do produto final ao cliente, buscando a redução dos custos para oferecer um preço mais competitivo e assim se manter ativa no mercado. Sendo assim, este trabalho busca a realização de um estudo teórico sobre a relevância e conceituação do Collaborative Transportation Management ou Gestão do Transporte Colaborativo, para a movimentação de cargas em geral. O objetivo da pesquisa é demonstrar possíveis atributos que tornem o Porto de São Sebastião uma alternativa atraente para este tipo de modalidade de transporte, para as empresas pesquisadas e localizadas no Vale do Paraíba, que utilizam o contêiner para a movimentação de seus produtos, através do auxilio do colaborativismo entre as partes envolvidas no processo de exportação. O crescimento da utilização do transporte marítimo para o escoamento de mercadorias para esta operação e o aumento da movimentação de contêineres vem formando um novo cenário nos terminais que fazem parte das principais rotas comerciais do mundo. Para que a eficiência no atendimento da demanda seja possível é de fundamental importância que os portos sejam dimensionados adequadamente para este fim, para evitar que restrições operacionais e gargalos logísticos apareçam, fato que poderia reduzir a capacidade de movimentação. Este trabalho aborda como a colaboração, utilizando o transporte colaborativo como base de pesquisa, entre as empresas do Vale do Paraíba poderia oferecer benefícios e também os riscos envolvidos nesse processo atual de modalidade de transporte.

Palavras chave: contêiner, Porto de São Sebastião, movimentação portuária,

transporte colaborativo, CTM.

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ABSTRACT

Globalization provides a fierce competition among companies, seeking constant improvements regarding the costs involved in production processes to final product delivery to the customer, seeking lower costs to offer a more competitive price and keep active in the market. Thus, this work seeks to carry out a theoretical study on the significance and conceptualization of Collaborative Transportation Management, for cargo handling in General. The goal of the research is to demonstrate possible attributes that make the port of São Sebastião an attractive alternative for this type of transport mode, for the surveyed companies and located in the Paraíba Valley, which use the container for the movement of their products, through the help of the collaborativism between the parties involved in the export process. The growth of the use of maritime transport to the disposal of goods to this operation and the increase in the movement of containers is forming a new scenario on the terminals that are part of the main trade routes of the world. For efficiency in meeting the demand is possible is of fundamental importance that the ports are sized appropriately for this purpose, to avoid operational constraints and logistical bottlenecks appear, a fact that could reduce the ability to move. This paper discusses how collaboration, using the collaborative research as a basis for transport, among the companies of the Vale do Paraíba region could offer benefits and also the risks involved in the current process of transport mode.

Keywords: Container, Port of São Sebastião, port handling, collaborative

transportation, CTM.

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Lista de figuras

FIGURA 1 - Localização do Vale do Paraíba ............................................................ 14

FIGURA 2 - O Vale do Paraíba e seus municípios .................................................... 15

FIGURA 3 - Obras do Projeto Original, em 1940 ...................................................... 19

FIGURA 4 - Vista aérea do Porto de São Sebastião ................................................. 21

FIGURA 5 - Porto de São Sebastião: instalações de atracação ............................... 22

FIGURA 6 - Porto de São Sebastião: instalações de armazenagem ........................ 23

FIGURA 7 - Relação entre peso e custo de transporte por Kg.................................. 70

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Lista de gráficos

GRÁFICO 1- Movimentação de contêineres referente ao peso e quantidade

movimentada ............................................................................................................. 38

GRÁFICO 2 - Amostra de interesse do CTM pelas empresas entrevistadas ............ 66

GRÁFICO 3 - Valor FOB de exportação e importação dos municípios do Vale do

Paraíba .. ................................................................................................................... 74

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Lista de tabelas

TABELA 1 - Vantagens Potenciais da Conteinerização ............................................ 34

TABELA 2 - Movimentação unitária anual de contêineres nos portos brasileiros, no

ano de 2012 .............................................................................................................. 36

TABELA 3 - Movimentação unitária de contêineres nos portos brasileiros, referente

aos anos de 2007 a 2011 .......................................................................................... 37

TABELA 4 - Classificação do porte segundo a receita bruta anual das empresas pelo

BNDES ...................................................................................................................... 39

TABELA 5 - Classificação do porte segundo sua receita bruta anual das empresas

pelo SEBRAE ............................................................................................................ 40

TABELA 6 – Classificação do porte da empresa segundo seu número de

funcionários ............................................................................................................... 40

TABELA 7 - Benefícios potenciais do transporte colaborativo, para o embarcador e

transportador ............................................................................................................. 59

TABELA 8 - Forma de elaboração de questionário para empresas .......................... 62

TABELA 9 - Estimativa de quantidade de TEUS exportados pelas empresas do Vale

do Paraíba ................................................................................................................. 65

TABELA 10 - Reduções de distâncias Porto de São Sebastião e Porto de Santos .. 71

TABELA 11 - Redução em potencial do CO2 no meio ambiente ............................. 72

TABELA 12 - Exportação e Importação das empresas do Vale do Paraíba ............ 74

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Lista de abreviaturas e siglas

ABRATEC - Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público

ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários

CDSS - Companhia Docas de São Sebastião

DER - Departamento de Estradas e Rodagem

DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental de São

Sebastião

EMPLASA - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano

FEU - Forty Feet Equivalent Unit,

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PSS - Porto de São Sebastião

RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas empresas

SECEX - Secretaria de Comércio Exterior

SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior

TEBAR - Terminal Marítimo Almirante Barroso

TEU - Twenty Feet Equivalent Unit

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SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 9

1.1 Conceituação de ambiente ........................................................................... 12

1.1.1 O Vale do Paraíba ................................................................................. 13

1.1.2 O Porto de São Sebastião ..................................................................... 18

1.1.3 A Rodovia dos Tamoios ......................................................................... 25

2 A conteinerização ............................................................................................... 28

2.1 Definição de contêiner .................................................................................. 29

2.1.1 Tipos de contêineres ............................................................................. 32

2.1.2 Vantagens do contêiner ......................................................................... 34

2.1.3 Movimentação e perspectiva de crescimento da movimentação de

contêiner no Brasil ............................................................................................. 35

3 Classificação das empresas ............................................................................... 39

3.1 Exportação e importação ............................................................................. 41

3.2 Requisitos e características das empresas exportadoras e importadoras ... 42

4 Logística ............................................................................................................. 45

4.1.1 Custos logísticos .................................................................................... 49

4.1.2 Transportes ........................................................................................... 50

4.2 Supply Chain Management (SCM) ou Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos ........................................................................................................... 53

4.3 Collaborative, Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR) ............... 55

4.4 Collaborative Transportation Management (CTM) ....................................... 57

5 Metodologia ........................................................................................................ 61

6 Resultados e discussão ..................................................................................... 64

7 Conclusões ........................................................................................................ 80

Referências ............................................................................................................... 86

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Apêndices.................................................................................................................. 94

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Introdução

Devido à globalização atual em um mundo onde as empresas devem ser

altamente competitivas e flexíveis às mudanças em seu meio, cabe as mesmas

buscarem soluções que reduzam os custos do produto final e agilizem seu

transporte.

A evolução da logística vem acontecendo com o passar dos anos, assim

como termos relacionados a essa prática, devido aos estudos realizados por

diversos especialistas como Fleury (2009); Bowersox e Closs (2009); Ballou (2008),

por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos

clientes com o menor custo total, dada a melhora nos processos que possam

permitir que este valor seja abatido no produto final.

Pensando desta forma, o Collaborative Transportation Management (CTM) ou

“Transporte Colaborativo”, poderia ser sugerido como uma ferramenta de auxilio

para a movimentação de cargas no Vale do Paraíba, juntamente com a utilização de

contêineres. Com base na realização de um estudo teórico sobre a conceituação e

relevância do tema abordado, para demonstração de benefícios e riscos que esta

prática poderia proporcionar.

A justificativa para a importância da pesquisa é o fato de que a colaboração

entre as empresas envolvidas no processo de exportação e importação de

mercadorias, pode ser uma possibilidade para a otimização das exportações e

importações realizadas pelas empresas do Vale do Paraíba, onde empresas

concorrentes passariam a agir em conjunto, com a formação de alianças em busca

de um beneficio para todos os envolvidos nesse ciclo.

Tendo como problematização e hipótese que a movimentação de contêineres

vem aumentando anualmente, de acordo com a ABRATEC (2011) e ANTAQ (2012)

e o crescimento da industrialização nos municípios do Vale do Paraíba vem

acompanhando este desenvolvimento (ALMEIDA, 2011; PRINCE, 2006; EMPLASA,

2012), alternativas de atendimento, na busca por hipóteses para estas modalidades

em crescimento considerável devem ser realizadas, idealizando que possivelmente

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possa existir uma demanda no Porto de São Sebastião, para assim colaborar na

minimização dos gargalos logísticos nas operações.

Dado que a movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião não é

usual e o porto mais próximo à cidade de São Sebastião é o Porto de Santos, que

no momento atual de pesquisa enfrentava gargalos logísticos, a pesquisa busca

identificar atributos durante o desenvolvimento do trabalho que indiquem a

possibilidade de atendimento para contêineres no Porto de São Sebastião (PSS),

com base na infra-estrutura atual, juntamente com a ideia da colaboração entre as

empresas, ou seja, a operação via CTM, para que estas possam realizar o

embarque das mercadorias de forma eficiente.

O objetivo geral é dar visibilidade ao conceito do Collaborative Transportation

Management (CTM), ou seja, a colaboração entre as partes que estariam envolvidas

nesse processo, buscando atributos no PSS para que este possa ser sugerido como

uma alternativa para realizar operações com cargas conteinerizadas com o auxilio

do colaborativismo entre as empresas exportadoras e/ou importadoras da região do

Vale do Paraíba. Com base em uma análise teórica do conceito abordado e a infra-

estrutura oferecida pelo Porto de São Sebastião, no ano da pesquisa, mais

precisamente entre os anos de 2011 e 2012, analisando riscos e benefícios da

prática, nas condições atuais do levantamento dos dados.

A pesquisa tem como objetivo específico, realizar um levantamento das

empresas no Vale do Paraíba e sua capacidade exportadora e/ou importadora; obter

levantamentos da capacidade de operacionalizar os contêineres no PSS; a

apresentação das vantagens e desvantagens da utilização dos contêineres e por fim

conseguir um levantamento das empresas com capacidade para operar via CTM.

A divisão do trabalho é dada da seguinte forma: inicialmente, conceituou-se o

ambiente estudado, onde realizou-se uma abordagem resumida sobre a localização

do Vale do Paraíba, demonstrando os municípios localizados nesta região, também

fez-se um levantamento sobre o crescimento da industrialização nestes municípios.

No segundo capítulo do trabalho, em continuidade ao ambiente de estudo,

breves comentários sobre o Porto de São Sebastião foram realizados com o intuito

de melhorar o entendimento sobre a infra-estrutura, localização, estatísticas sobre o

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volume de exportação de cargas em geral, histórico e fatores de relevância ao

estudo.

A Rodovia dos Tamoios está inserida no terceiro capítulo do trabalho, sendo este

o terceiro ambiente demonstrado na pesquisa, onde se comentou brevemente a

relevância da Rodovia para o tema abordado, por ser a Rodovia principal de acesso

à cidade de Caraguatatuba, para assim chegar-se ao Porto de São Sebastião.

A conteinerização e os tipos de contêineres foram demonstrados no quarto

capítulo do trabalho com a finalidade de apresentar os modelos existentes e

utilizados no desenvolvimento da pesquisa. Apontando de forma teórica, os

benefícios e riscos dos mesmos (BOWERSOX E CLOSS, 2008).

Prosseguindo, abordou-se as características das empresas que poderiam

participar desta modalidade de transporte, com o propósito de demonstrar que toda

empresa que estiver enquadrada nos requisitos demonstrados no capítulo 4 seriam

capazes de se inserir no contexto proposto no estudo.

Logo após, conceituou-se os temas oriundos à logística, como a definição da

palavra e a aplicação da logística nos processos de movimentação de cargas, onde

se realizou resumidos comentários sobre as práticas consideradas colaborativas,

como o Supply Chain Management (SCM) e o Collaborative Planning, Forecasting

and Replenishment (CPRF), para assim dar a definição do conceito do Collaborative

Transportation Management (CTM).

Após definição do tema abordado, dados da pesquisa são referenciados e como

conclusão, demonstrou-se os benefícios e riscos encontrados para conceito,

buscando atributos no Porto de São Sebastião que visem minimizar os impactos da

chegada de uma nova modalidade no mesmo, para assim, poder ser considerado

uma alternativa para implantação do conceito na região.

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Referencial Teórico

1.1 Conceituação de ambiente

Para melhor apresentação e contextualização do estudo, torna-se necessária

a apresentação dos ambientes de estudo, ou seja, as partes que foram avaliadas e

analisadas no desenvolvimento do trabalho. Partindo deste principio, torna-se

necessária uma apresentação do ambiente estudado, apontando fatores relevantes

ao estudo.

Para Sanchéz (2009) o conceito de ambiente, no campo do planejamento e

gestão ambiental, é considerado amplo por poder envolver a natureza e a

sociedade, multifacetado pela possibilidade de ser analisado de diferentes

perspectivas e maleável porque ao ser considerado amplo e multifacetado, pode-se

ampliar ou reduzir este ambiente de acordo com as necessidades e interesses

analisados, das partes envolvidas.

Já de acordo com Odum e Sarmento (1997) apud Barbieri et al (2012) os

ambientes se distinguem em três tipos:

1º tipo de ambiente: é aquele que foi desenvolvido ou fabricado pelos

humanos, composto pelas cidades, parques industriais e corredores de

transporte, como as ferrovias e portos;

2º tipo de ambiente: é o ambiente domesticado, ou seja, adaptado para

atender as necessidades dos seres humanos quanto à utilização deste

ambiente, o que envolve as áreas agrícolas, florestas plantadas, açudes, por

exemplo;

3º tipo de ambiente: o ambiente natural que são as matas virgens e outras

forças da natureza que não dependem de fluxos de energia1 que sejam

diretamente controladas pela ação humana, como já acontece nos tipos

anteriores.

1 Neste contexto, Odum e Sarmento (1997) se referem às forças da natureza, como os ventos e as

águas, sendo estes considerados fenômenos naturais, desprovidos da intervenção humana.

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Dada a definição de ambiente, seguem as descrições dos ambientes

estudados e as devidas pontuações de cada, considerando que estas informações

ou dados sejam relevantes ao tema abordado e discutido, para desenvolvimento do

trabalho.

1.1.1 O Vale do Paraíba

A região do Vale do Paraíba tem uma localização privilegiada, pois esta

situada entre os maiores pólos econômicos do Brasil, no caso, Rio de Janeiro ao Sul

e São Paulo ao Leste, sendo estas as regiões metropolitanas mais importantes do

país, por concentrar uma parcela considerável do PIB do Brasil, fato este que fez a

região ficar conhecida como “Vale da Fortuna” (PRINCE, 2006).

Sua superfície equivale a 16.268 km, em sua composição existem 39

municípios, os limites de estado, é dado pelos Estados de Minas Gerais e Rio de

Janeiro. O destaque atual da região do Vale do Paraíba é referente à concentração

dos pólos tecnológicos e industriais de grande importância para o Brasil, pois os

parques industriais da região são considerados um dos mais avançados do Brasil

por apresentarem tecnologia de ponta e produção industrial diversificada, incluindo

neste contexto os setores de aviação, automobilísticos, telefonia, televisores,

maquinário pesado, química têxtil, alimentação, siderúrgica, entre outros. Já no setor

agropecuário, a região ganha destaque com a produção de arroz, mandioca, milho,

batata, tomate, feijão, verduras e floricultora e na pecuária a produção de leite faz

com que esta região seja considerada uma das principais produtoras no Estado de

São Paulo, de acordo com Prince (2006).

A região também ganha destaque nacional pela sua diversidade e intensidade

nas atividades econômicas (Emplasa2, 2012), tendo como ponto de discussão

também a produção industrial, considerada altamente desenvolvida nos municípios

2 EMPLASA - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – é uma empresa de apoio ao

planejamento, programação, organização, coordenação e execução dos serviços comuns de

interesse metropolitano ou relativo a eles.

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da região, surgindo novamente alguns setores anteriormente citados no ano de 2006

ainda como destaques, como os setores automobilísticos, bélico, aeronáutico,

aeroespacial nos municípios que se localizam no eixo da Rodovia Presidente Dutra,

as atividades petroleiras no Litoral Norte e o turismo na Serra da Mantiqueira, Litoral

e cidades históricas, sendo esta criada pelo projeto de lei 66/2011 (EMPLASA,

2012).

Na área dos transportes, o Vale do Paraíba possui a Rodovia Presidente

Dutra, a Rodovia dos Tamoios, o Porto de São Sebastião, a Rodovia Carvalho Pinto

que esta localizada paralelamente à Dutra, que faz a ligação da região com São

Paulo e os aeroportos de São José e Taubaté de acordo com Prince (2006).

Para melhor localização e entendimento da região, a figura 1 demonstra a

localização do Vale do Paraíba no mapa, primeiramente na América do Sul, em

seguida sua localização dentro do Brasil sendo esta situada no estado de São Paulo

e por fim o Vale do Paraíba e seus respectivos municípios, sem uma identificação

mais detalhada dos mesmos como demonstra a ultima imagem na figura.

Figura 1: Localização do Vale do Paraíba

(Fonte: EXPLOREVALE)

A área total do Vale do Paraíba corresponde a 6,52% do Estado de São Paulo

onde os 39 municípios localizados nesta área, são divididos em 5 sub-regiões

(EMPLASA, 2012).

Na Figura 2 os municípios do Vale do Paraíba são localizados de forma mais

clara, pois esta figura demonstra as legendas com o nome de cada município que

faz parte desta região, sem a demonstrar as sub-regiões.

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Figura 2: O Vale do Paraíba e seus municipios

(Fonte: www.emtu.sp.gov.br)

A industrialização do Vale do Paraíba foi marcada por diversos eventos de

acordo com Ferreira3 (2006). O autor comenta que o processo de modernização do

Brasil, com os processos de industrialização e a urbanização iniciada no século XIX,

fez com que surgisse uma racionalização do transporte de café, a principal fonte de

renda de muitos trabalhadores e o alicerce da economia brasileira na época, tudo

isso forçou os trabalhadores a certas adaptações e modificações para cada fase de

industrialização.

3 FERREIRA, Hamilton Rosa. O advento da ferrovia e a modernização do Vale do Paraíba . In

PRINCE, Ana Enedi (org.). Metodologias Diversificadas para o Ensino da história local: Vale do

Paraíba. Taubaté/SP: Cabral editora e livraria universitária, 2006

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Para Ferreira (2006) as fases de industrialização no Vale do Paraíba,

ocorreram em fases distintas, como demonstra a seguir.

A primeira fase da industrialização no Vale do Paraíba, aconteceu entre os

anos de 1870 a 1914, anos em que a industrialização foi vista como uma porta para

novos empregos, pois desvinculava a exploração das terras, após a crise cafeeira

que aconteceu na região. Nesta época, as fábricas de produtos alimentares, têxteis

e cerâmica eram predominantes.

A substituição de produtos industriais, que antes eram importados, nos anos

de 1914 a 1943, alavancou a industrialização na região, pois surgiram fábricas de

transformação de minerais, produtos agropecuários, têxteis, entre outros.

A implantação de grandes fábricas metalúrgicas e mecânicas, a criação do

pólo tecnológico em São José dos Campos e a modernização das indústrias de bens

de consumo aconteceram entre os anos de 1943 a 1970, com a inauguração da

Rodovia Presidente Dutra, Usina Siderúrgica de Volta Redonda e o Centro Técnico

Aeroespacial, sendo esta considerada pelo autor a terceira fase da industrialização

do Vale do Paraíba.

Entre os anos de 1970 e 1996, ocorreu uma aceleração no processo industrial

e o início de uma profunda crise para o Vale do Paraíba que havia se consolidado no

setor fabril. A crise no Vale do Paraíba é marcada pela defasagem tecnológica, a

crise do petróleo, cortes com os gastos públicos e fim das encomendas

governamentais.

Após o ano de 1996, os investimentos voltam a acontecer na região, com a

instalação de empresas no Vale do Paraíba como um todo, aquecendo novamente a

economia da região, finaliza Ferreira (2006).

A metropolização em grande escala da região do Vale do Paraíba faz com

que as regiões de São Paulo, Campinas, Baixada Santista e a Região do Vale do

Paraíba e Litoral Norte sejam consideradas regiões de importância estratégica

(EMPLASA, 2012) o que demonstra que estudos para a identificação das

oportunidades que podem existir nessa região em crescimento expressivo, são de

fundamental importância, para que este desenvolvimento ocorra de forma ordenada.

O Vale do Paraíba sofreu diversas modificações e transformações com a

construção das rodovias, facilitando assim o escoamento de diversos produtos

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17

produzidos pelas cidades ao longo dos anos, pois a região tinha uma cultura

tradicionalmente agrícola e a industrialização e urbanização das cidades fez com

que esta região ganhasse um novo foco com as indústrias e novos moradores,

(FERREIRA, 2006).

De acordo com Almeida (2011), a Região do Vale do Paraíba está na mira

dos investidores, pois o mesmo acredita que o Estado de São Paulo tem a melhor

infra-estrutura, mão-de-obra qualificada, cadeia de fornecedores, mercado

consumidor, entre outros fatores que estimulam a procura pelos municípios do

estado para investir em instalações novas ou expansão dos negócios. Prosseguindo,

Almeida comenta que nos anos de 2009 e 2010, a Investe SP4 levou para a Região

do Vale do Paraíba cinco empresas que no total de investimento na construção das

fábricas vão gastar R$ 3,4 bilhões e estas mesmas fábricas, o que significaria um

desenvolvimento econômico e social para a região do Vale do Paraíba, pontua

Almeida (2011).

A localização de parques industriais e a presença de empresas de ponta nos

setores automobilístico, aeroespacial, petrolífero e farmacêutico, como dito

anteriormente, e os pólos científicos e econômicos, o Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

(DCTA) e o Instituto de Aeronáutica (ITA), o crescimento populacional (EMPLASA,

2012), fortalecem a ideia de que estudos para um melhor escoamento de

mercadorias sejam realizados.

4 INVESTE SP - Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade - É uma entidade

social autônomo de direito privado, vinculada à Secretaria de desenvolvimento Econômico, Ciência e

Tecnologia e criada pelo Governo do Estado de São Paulo. Maiores informações, disponível em:

<http://www.investe.sp.gov.br> .

Page 25: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

18

1.1.2 O Porto de São Sebastião

Para Souza Junior (2008):

A noção de porto não se confunde com a de simples acidente geográfico,

embora neste tenha sua origem. No passado, e ainda hoje, o acidente

geográfico determina o porto, como lugar escolhido dentre aqueles que

reúnam o maior número de características facilitadoras para o seu

aproveitamento.

Cretella Júnior citado por Souza Júnior (2008, p. 19), diz que porto:

é a conjugação da terra firme e da água, obra da natureza, escolhida pelo

homem em razão de sua funcionalidade [...] a forma que as águas tomam

ao preencher os espaços terrestres, bem como a profundidade do elemento

líquido, perto das terras, constituem fatores determinantes na eleição do

porto.

O porto é um objeto natural físico, um dado da natureza, que no sentido fiscal

e administrativo é um ambiente oportuno para as operações de desembarque e

embarque de pessoas e de carga e descarga de coisas (SOUZA JÚNIOR, 2008).

Para o intercâmbio comercial, os portos são estruturas básicas, tanto interno quanto

externo, na cadeia de transportes, pois nas instalações portuárias interligações

indispensáveis entre os modais marítimos e terrestres são realizadas, fator

importante para o desenvolvimento regional, pois geram empregos e aumento das

receitas tributárias da região onde ocorrem essas movimentações. Analisando uma

expansão das empresas brasileiras no exterior, o desenvolvimento das atividades

portuárias é uma condição básica para que esta expansão seja possível, já que 95%

das mercadorias que saem ou entram no Brasil são movimentadas via portos,

finaliza Souza Junior (2008).

Partindo desta ideia, seguem as características do Porto de São Sebastião,

relevantes ao estudo.

Com dados encontrados no EIA/RIMA (2011), historicamente falando sobre o

Porto de São Sebastião, comentou-se que sua implantação no que se diz respeito à

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sua infra-estrutura, o porto público teve inicio nos anos de 1940, tendo iniciado o

projeto em 1934 e suas obras sendo estendidas até o ano de 1954, e o Terminal

Marítimo Almirante Barroso (TEBAR) teve inicio às obras em meados dos anos

1960, sendo estes fatores considerados decisivos para o desenvolvimento

econômico da região de São Sebastião.

A figura 3 demonstra as obras iniciais do projeto de construção do Porto de

São Sebastião, no ano de 1940.

Figura 3 - Obras do Projeto Original, em 1940

(Fonte: EIA/RIMA, 2011)

O Porto de São Sebastião está situado a 200 km de São Paulo capital, sua

inauguração e liberação para o tráfego ocorreram em 1955, mais precisamente em

20 de janeiro de 1955.

O canal localiza-se entre a própria cidade de São Sebastião e Ilhabela, o que

torna este privilegiado sendo considerado uma das melhores áreas portuárias do

mundo, quanto à localização (EIA/RIMA, 2011).

Ainda no Porto de São Sebastião, encontra-se o Terminal Marítimo Almirante

Barroso, o TEBAR, como dito anteriormente, que pertence à Petrobras Transportes

S/A, sendo esta uma empresa subsidiária da Petrobrás, para a exploração de óleos,

derivados de petróleo e álcool combustível de acordo com o EIA/RIMA (2011).

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20

Falando um pouco mais sobre o histórico do Porto de São Sebastião, sua

administração no ano de 1989 ao ano de 2007, era realizada pela DERSA5, até a

modificação na administração do Porto em meados de 2007, ano em que a

Companhia Docas de São Sebastião6 (CDSS) assume o controle das

administrações do Porto de São Sebastião. A CDSS é uma empresa de propósito

específico, criada por Decreto estadual 52.102/07 (EIA/RIMA, 2011).

Os produtos que são importados em volume considerável no Porto são:

sulfato de sódio, malte, cevada, barrilha, máquinas e equipamentos, bobinas de fios

de aço, trigo, produtos siderúrgicos e cargas gerais. Já os produtos de exportação

são: peças, veículos, máquinas e equipamentos, produtos siderúrgicos e cargas

gerais. O Porto de São Sebastião é público, e no ano de 2010 movimentou

aproximadamente 655 mil toneladas de produtos7.

O acesso ao Porto de São Sebastião pode ser realizado pelo modal rodoviário

ou modal marítimo, como segue:

Pelo modal rodoviário, a estrada principal de chegada até a cidade de São

Sebastião é a Rodovia dos Tamoios, sendo uma estrada obrigatória para

chegada à cidade, passando pela cidade de Caraguatatuba primeiramente,

após a descida da Serra do Mar. No caso das empresas localizadas no Vale

do Paraíba o acesso pode ser realizado pela Via Dutra, que faz intersecção

com a Rodovia dos Tamoios, estrada principal de acesso ao Porto de São

Sebastião.

Pelo modal marítimo, o acesso se dá pelas duas barras de entrada

demarcadas pelos faróis, respectivamente, da Ponta das Canas, no norte, e

da Ponta das Selas, no sudoeste da ilha de São Sebastião. A primeira, barra

norte possui 550m de largura e profundidade de 18m; e a segunda, barra sul,

5 DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A – Empresa de economia mista, fundada no ano de 1969.

Tem como principal acionista o Governo do Estado de São Paulo, sendo esta responsável pelo

desenvolvimento e introdução de diversas tecnologias no campo da engenharia rodoviário no Brasil.

6 Companhia Docas de São Sebastião – Empresa de economia mista, sendo a atual

Autoridade\Administradora Portuária.

7 As informações referentes ao porto de São Sebastião foram extraídas do site do Porto de São

Sebastião. Informações disponíveis em: <http://www.portodesaosebastiao.com.br>

Page 28: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

21

largura de 300m, com profundidade de 25m. Os canais de acesso

correspondentes dispõem, respectivamente, de largura e profundidade de

500m e 18m (norte) e 300m e 25m (sul), num total de 22,8km de extensão,

conforme a figura 4.

Figura 4 – Vista aérea do Porto de São Sebastião

(Fonte: ANTAQ, 2012)

As instalações para atracação encontradas no Porto de São Sebastião, em

sua totalidade medem 362 metros, sendo estes distribuídos em 4 berços. O berço

principal tem 150 metros de comprimento, estando este associado a dois dolphins8,

totalizando assim 375 metros de extensão, permitindo a atracação de navios de até

250 metros, com no máximo 9 metros de profundidade. Os quatro berços restantes,

são berços internos, tem um comprimento e profundidade menores, sendo a

profundidade igual a 7 metros nestes berços, podendo atender às embarcações de

porte menor (EIA/RIMA, 2011). Como ilustra a imagem a seguir:

8 Dolphins: são instalações portuárias com a finalidade de auxiliar a amarração do navio.

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Figura 5 - Porto de São Sebastião: instalações de atracação

(Fonte: EIA/RIMA, 2011)

Atualmente, o Porto de São Sebastião realiza suas movimentações de cargas

com apenas um berço de atracação. Tal condição torna imprescindível a criação um

regulamento para controle e uso correto deste único berço que existe até o momento

no Porto de São Sebastião. O regulamento operacional do Porto de São Sebastião9

pode ser localizado no site do PSS, sendo possível verificar os processos inerentes

às operações portuárias.

As instalações de armazenagem presentes no Porto são demonstradas na

figura 6, em sua composição existem quatro armazéns e quatro pátios de acordo

com o EIA/RIMA (2011). Onde o armazém nº. 3 possui uma área de 1.331 m² e os

outros três armazéns, que estão localizados na retaguarda do pátio 3, tem 2.000 m²

cada um o que totaliza uma área de 6.000m². Estes armazéns são cobertos por uma

lona sintética10 e estrutura de aço.

Os pátios 1 e 2 são descobertos e totalizam uma área de 65.800 m², estes

pátios são cercados e neles acontecem a armazenagem de contêineres,veículos,

9 PORTO DE SÃO SEBASTIAO. Regulamento Portuário. Disponível em:

<http://portodesaosebastiao.com.br/pt-br/documentacao.asp>

10 As lonas sintéticas impedem a propagação de chamas, no caso de incêndios.

Page 30: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

23

máquinas e equipamentos, carga geral e outras cargas que não tenham a

necessidade de cobertura. Nesses espaços também se localiza uma sala de

conferentes, abrigo para retrabalho e casa de força. Os pátios 3 e 4 são pátios não

alfandegados, sendo o primeiro utilizado para a montagem de tanques de aço e o

segundo para deposição de materiais provenientes de obras de dragagem de

manutenção (EIA/RIMA, 2011).

Figura 6 - Porto de São Sebastião: instalações de armazenagem

(Fonte: EIA/RIMA, 2011)

A movimentação no porto em 2011 foi equivalente a 669.423 toneladas,

sendo este volume referente à exportação e importação de produtos no mesmo ano.

Classificou-se como principais cargas de importação: cargas de projeto, máquinas e

equipamentos, cargas rolantes, carga viva, produtos destinados ao apoio offshore11

e a construção de dutos submarinos, barrilha, sulfato de sódio, malte e cevada,

sendo os mesmo produtos classificados como principais produtos de exportação

também em balanço realizado pelo Porto de São Sebastião (2012)12.

11

Offshore: Atividades desenvolvidas em alto mar

12Características do Porto de São Sebastião. Disponível em:

<http://www.portodesaosebastiao.com.br/pt-br/caracteristicas.asp>

Page 31: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

24

A estatística13 de movimentação do Porto Organizado nos últimos cinco anos,

ou seja, de 2007 a 2011 como demonstra o Apêndice 1, sendo os valores

demonstrados na mesma referente a toneladas, de acordo com informações do

Porto de São Sebastião (2012).

O conceito de Porto Organizado é jurídico e definido pela Lei dos Portos nº.

8.630/93. A área do porto organizado é aquela que é compreendida pelas

instalações portuárias, como por exemplo, piers de atracação e acostagem, docas,

cais, ancoradouros, armazéns, edificações, vias de circulação interna, assim como

sua infra-estrutura de proteção e acesso aquaviário, de acordo com Souza Júnior

(2008).

Keedi e Mendonça (2000) consideram que portos organizados são aqueles

que estão aparelhados e foram construídos para o atendimento das necessidades

de movimentação, armazenagem das mercadorias e navegação, sendo estes portos

explorados ou concedidos pela União, cujo controle de operações portuárias e o

trafego são administrados por estatais vinculadas ao Ministério dos Transportes.

Para a realização de operações de movimentação de cargas e atracação de

navios e os serviços que são prestados no porto, deve-se solicitar que estas

operações sejam realizadas por alguma empresa de operação portuária, que seja

qualificada e os encargos sobre as prestações de serviços serão cobrados por parte

destas empresas para a realização do serviço (SOUZA JÚNIOR, 2008; KEEDI E

MENDONÇA, 2000).

O operador portuário de acordo com Souza Júnior (2008)

é a pessoa jurídica pré-qualificada para a execução de operações

portuárias, constituídas pela movimentação ou armazenagem de

mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, realizada

no porto organizado.

13

Estatísticas de movimentação no Porto organizado. Disponível em:

<http://www.portodesaosebastiao.com.br/pt-br/estatisticas.asp>

Page 32: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

25

Prosseguindo o autor comenta que os operadores portuários devem seguir o

regulamento vigente no porto em que serão prestados os serviços e demais normas

legais relativas ao transporte marítimo.

1.1.3 A Rodovia dos Tamoios

A Rodovia dos Tamoios (SP-099) faz a ligação das cidades de São José dos

Campos no Vale do Paraíba e Caraguatatuba no Litoral Norte, é uma estrada de

importância para a chegada das mercadorias do Vale do Paraíba por fazer

intersecções com as seguintes rodovias: Via Dutra (BR-116), Rodovia Rio-Santos

(SP-55/ BR-101) de acordo com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER,

2012).

A construção da Rodovia dos Tamoios foi realizada pelo DER no ano de

1930, sendo que a extensão da rodovia tem o equivalente a 82 km. No governo de

Jânio Quadros, em meados de 1957, a Rodovia foi pavimentada onde o método

utilizado ficou nomeado como “Mixed in Place” popularmente conhecido como

“virado paulista” (DER, 2012). Problemas como o excesso de lama e pó que existiam

na rodovia, foram minimizados, pois a estrada era considerada intransitável, aliando

os problemas estruturais e a neblina constante, que causavam graves acidentes a

quem utilizava esta rodovia, na maioria das vezes por apresentar tais condições de

tráfego, de acordo com o DER (2012).

O inicio da Rodovia dos Tamoios (SP-099) tem encontro com a Rodovia

Presidente Dutra (BR-116), que faz parte da área urbana do município de São Jose

dos Campos e seu fim faz entroncamento com a Rodovia Rio-Santos (SP-055) em

Caraguatatuba de acordo com a Desenvolvimento Rodoviário S/A (DERSA)

(EIA/RIMA,2011)

A SP-099 é uma das principais ligações entre os municípios do Litoral Norte e

demais regiões do estado de São Paulo, incluindo a Região Metropolitana (RMSP),

sendo esta região interligada à Rodovia dos Tamoios pelas Rodovias Governador

Carvalho e Ayrton Senna de acordo com o DERSA (EIA/RIMA,2011). O aumento no

fluxo durante a temporada e finais de semana, pode ser notável na SP-099, o que

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26

reflete em alguns congestionamentos devido à estrutura atual da rodovia completa o

DERSA (EIA/RIMA, 2011)

No momento do desenvolvimento da pesquisa, a Rodovia dos Tamoios

estava em inicio de obras para a sua duplicação, portanto, comentou-se no

desenvolvimento do trabalho, a utilização da Rodovia dos Tamoios em sua estrutura

atual (ou seja, sem mencionar sobre sua ampliação para comparação dos benefícios

e riscos), para utilização e mensuração de atributos, pois sem o acabamento da

ampliação da Rodovia é ilusório se pensar em mensurar tais atributos, sem ter

dados que sejam relevantes para esta afirmação.

Alguns projetos em andamento, como os contornos viários de Caraguatatuba

e São Sebastião integram o pacote de duplicação da Rodovia dos Tamoios,sendo

estes considerados fatores estratégicos para a logística e infra-estrutura de

transporte do Estado de São Paulo e são considerados de grande importância para

a viabilização da expansão das atividades econômicas do município, segundo o

DER (2012).

O início da duplicação equivale a 54 km, já que este trecho tem início em São

José dos Campos seguindo até o alto da serra (DER, 2012).

Com a construção do Contorno Sul, a capacidade rodoviária entre os

municípios de São Sebastião e Caraguatatuba será fortalecida e criará uma via

alternativa ao atual trecho rodoviário da Rodovia Rio-Santos. Tal ampliação deverá

atender ao aumento de tráfego, que poderá acontecer futuramente (EIA/RIMA,

2011).

Atualmente, a duplicação da Rodovia dos Tamoios encontra-se em

andamento, o que afeta o tráfego de veículos, pois existem interdições da rodovia

em determinados horários e trechos em ambos os lados da Rodovia dos Tamoios.

Tais interdições podem ser verificadas no site do DER que disponibiliza os horários

de paralisação da Rodovia dos Tamoios.

A duplicação da Nova Tamoios14 de acordo com o DER (2012), visa a criação

de um novo acesso ao Porto de São Sebastião, desviando o fluxo de caminhões da

área urbana, como uma forma de reduzir os congestionamentos que possam surgir

14

Nova Tamoios – Nome do Projeto de Duplicação da Rodovia dos Tamoios, sendo este

administrado pela DERSA

Page 34: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

27

devido a um fluxo maior de caminhões no Porto de São Sebastião, bem como

aumentar a segurança dos usuários desta rodovia para sua chegada ao Porto de

São Sebastião (EIA/RIMA, 2011).

Page 35: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

28

2 A conteinerização

O transporte de mercadorias dentro de contêineres é definido como

conteinerização (BOWERSOX E CLOSS, 2008). Estas cargas podem ser

intercambiadas e oportunamente transferidas e carregadas entre diferentes tipos de

modais de transporte, mesmo que estas mercadorias apresentem diferentes

tamanhos, de acordo com Moura e Banzatto (2007) apud Mello et al (2010).

Na concepção de Bowersox e Closs (2008) o termo conteinerização tem

como objetivo o aumento da eficiência no manuseio dos materiais, transformando

cargas fracionadas, em um volume único.

De acordo com Dias (1993) a busca frequente por melhorias e competitividade

entre as empresas de um modo geral, torna indispensável a criação de uma

“embalagem” que comporte e atenda às necessidades dos exportadores e clientes,

para que a exportação e importação de produtos ocorra de acordo com o esperado.

Pois caso a diversidade fosse muito grande dessas “embalagens” para transportar

as mercadorias, seria praticamente impossível unificar as cargas e transporta-las de

forma eficiente, devido à falta de uma padronização no transporte de mercadorias,

que poderiam ter um volume diferente, em um mesmo modal (DIAS, 1993).

Para Guandalini (2007) no ponto de vista do comércio mundial, o contêiner foi

a invenção que mais causou impacto nas movimentações de cargas, ou seja, a

exportação e importação de mercadorias. Tal impacto, na concepção do autor

ocorreu porque esta nova modalidade de “embalagem” proporcionou uma redução

no tempo de embarque das mercadorias nos navios cargueiros. Pois por mais que o

contêiner, ainda não estivesse padronizado, como está atualmente, proporcionaram

a redução do tempo de embarque e a movimentação de trabalhadores nas

operações de embarque, simplesmente por unitizar as cargas. Permitindo assim,

que cargas fracionadas, que são cargas cujo volume não completa uma embalagem

de transporte ou veículo, pudessem ser consolidadas com cargas compatíveis para

o preenchimento e aproveitamento total do contêiner.

Prosseguindo, o autor comenta que as exportações mundiais tiveram um

crescimento de 500%, quando se compara as movimentações de exportação dos

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29

anos de 1980 a 2007, graças à utilização deste novo modelo de “embalagem” de

transporte de mercadorias, o contêiner (GUANDALINI, 2007).

Keedi (2002) comenta que o contêiner foi desenvolvido pela empresa

Sealand, uma empresa de navegação dos Estados Unidos, em meados de 1956. E

que em apenas 45 anos da existência do contêiner, no ano de 2001 haviam sido

movimentados cerca de 200 milhões de contêineres de 20 pés, fato que possibilita

dizer que a utilização do contêiner, um equipamento de grande utilidade no ponto

vista técnico, foi um grande marco para a globalização na segunda metade do

século XX, fato que modificou o transporte e a forma de unitizar mercadorias,

permitindo assim uma integração dos países de forma mais rápida (KEEDI, 2002).

A escolha do contêiner correto é uma questão importante, pois a utilização de

um equipamento inadequado poderia prejudicar o embarque do mesmo e

possivelmente gerar gastos desnecessários em frete (KEEDI E MENDONÇA, 2000).

Em termos de movimentação de produtos acabados, Ballou (2008)

caracteriza as embalagens de transporte de mercadorias como uma forma de

movimentar os produtos sejam estes acabados ou semi-acabados, sem provocar

avarias nestes produtos que serão exportados, priorizando as padronizações destas

embalagens como forma de garantir a armazenagem e manuseio de forma eficiente.

2.1 Definição de contêiner

Contêiner segundo a definição Artigo 4º do Decreto 80.145 de 15 de agosto

de 1977 é:

O container é um recipiente construído de material resistente, destinado a

propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e

rapidez, dotado de dispositivo de segurança aduaneira e devendo atender

às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação nacional e

pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil.

A navegação marítima vem evoluindo com o passar dos anos bem como o

modo de transportar as mercadorias sem que estas fiquem expostas às variações do

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30

tempo e possíveis danos no decorrer do transporte de sua origem ao seu destino.

Podem-se levar em consideração as evoluções tecnológicas, a melhoria da

engenharia naval, o volume de produção das empresas bem como a necessidade de

expandir o mercado e ter acesso aos produtos importados para desenvolvimento de

produtos mais competitivos, entre outros fatores que ocorrem com a globalização e

desenvolvimentos de tecnologias para a melhoria dos processos, redução de custos

e lead time15, para que estas mercadorias cheguem ao cliente, com maior agilidade

e sem avarias (VANTINE, 2012).

A unitização das cargas teve sua origem com os pallets, segundo Dias (1993)

a partir das necessidades mercadológicas e de transporte, foi evoluindo até chegar

ao conceito dos contêineres que são utilizados atualmente, sendo que o conceito de

unitizar se refere à união de cargas menores formando uma única carga, com um

volume maior para movimentação. Prosseguindo, O autor opina que o conceito de

carga unitizada seria referente à “uma carga constituída de embalagens de

transporte, arranjadas ou acondicionadas de modo que possibilite o seu manuseio,

transporte e armazenagem por meios mecânicos e como uma unidade” (DIAS,1993,

p. 165).

Panitz (2006) define o pallet ou palete de duas formas, a primeira definição

encontrada é a seguinte: “plataforma retangular, usualmente feita de madeira,

plástico, papelão ou metálica, onde produtos são empilhados e unitizados para fins

de movimentação e estocagem.”.

A segunda definição dada para pallet pelo autor é dada a seguir:

Conjunto formado por um estrado e pela carga geral fracionada unitizada

pelo mesmo. Pode ter peso de ate 2.000 Kg. Também chamado de estrado,

ele pode ser formado por dois planos separados por vigas ou base única

sustentada por pés, cuja altura reduzida ao mínimo compatível com o seu

manuseio. A dimensão mais usual no Brasil é 1,00 m de largura X 1,20 m

de comprimento. Os paletes podem ter uma única face de sustentação,

dupla face, sentido único ou duplo sendo de encaixe da lança do

equipamento de movimentação. Dependendo da qualidade do material do

15

Lead time: se refere ao tempo requerido para a entrega de um produto

Page 38: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

31

palete e da operação logística desenhada, estes podem ser retornáveis ou

descartáveis.

A padronização de embalagens, com a finalidade de proporcionar melhor

acondicionamento e movimentação das cargas fez com que instituições como a

International Standards Organization (ISO) e American Standards Association (ASA)

promovessem debates para tal discussão e atendimento das necessidades da

época, ou seja, a facilidade de manusear os produtos de uma única vez ou em um

volume maior para evitar assim as cargas fracionadas e trabalhos duplicados. Pois a

industrialização estava em expansão, consequentemente as mercadorias deveriam

ser melhores acondicionadas para serem transportadas em segurança, pois houve

um aumento significativo no volume das mercadorias produzidas pelas indústrias e

estas necessitavam exportar e importar mercadorias para atender a demanda

(BOWERSOX E CLOSS, 2008).

De acordo com a Intenational Standards Organization (ISO) citado por Mello

(2010) as características do contêiner como equipamento de transporte são as

seguintes:

De natureza permanente e, desta forma, resistente o bastante para

permitir a utilização repetida;

Projetado especialmente para facilitar o transporte de mercadorias

por um ou mais modos de transporte, agilizando o transbordo;

Equipado com dispositivos de canto e encaixes para garfos de

empilhadeiras que permitem sua pronta movimentação, particularmente sua

transferência de um modo para o outro;

Projetado de forma a ser facilmente estufado (preenchido)

Ballou (2008) cita as dimensões padronizadas pela ISO: 8 x 8 x 20 pés ou 8 x

8 x 40 pés, os dois tipos de contêineres que serão utilizados no desenvolvimento da

pesquisa.

No Brasil, as medidas adotadas seguem as especificações ISO, tal

regulamentação é controlada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT)16 e o Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

16

Verificar Apêndice 2 - Normas de Contêineres ABNT

Page 39: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

32

(INMETRO), sendo este um órgão técnico da Secretaria de Tecnologia Industrial do

Ministério da Indústria e Comércio.

2.1.1 Tipos de contêineres

Para melhor entendimento, demonstram-se as dimensões dos tipos de

contêineres existentes, porém o foco da pesquisa são os contêineres de 20’ e 40’,

sendo estes os mais comentados durante o desenvolvimento das entrevistas com as

empresas.

A padronização dos contêineres quando se refere as suas medidas, estas são

lidas em pés onde o símbolo é (‘) e também por polegadas, representado pelo

símbolo (“). Segundo as regulamentações da ISO e ASA, a única medida que não se

altera é a largura do contêiner, sendo esta 8’ ou oito pés, já a altura dos contêineres

sofrem algumas alterações, sendo encontradas alturas de 8’ esta medida se refere

ao padrão ISO ; 8,6’ e 9,6 ‘ sendo estas medidas padrão da ASA (SANTOS, 1982).

Como dito anteriormente, para o transporte marítimo, os contêineres mais

utilizados são os de 20’ e 40’, estes suportam o peso de 28.000 a 30.000 quilos,

respectivamente, sendo que este valor inclui o peso o próprio contêiner, chegando

até 34.000 quilos. Uma ressalva importante sobre o peso dos contêineres, é que

este peso pode ter uma variação, caso a carga alojada no mesmo seja fracionada de

acordo com Santos (1982).

Panitz (2006) define cinco tipos de contêineres, onde demonstra as duas

dimensões encontradas na ISO17 para o contêiner referenciado como “standard”, os

contêineres foco da pesquisa, detalhados a seguir com os demais modelos

disponíveis para o transporte de variados tipos de cargas:

17

Verificar Apêndice 3 - Dimensões típicas de contêineres, onde são referenciados os valores de

acordo com a edição do ano de 2005 na norma ISO 668 e ISO 1496-1 (PANITZ, 2006, p. 117 e 118).

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33

Contêiner Hipobárico: utilizado para cargas altamente perecíveis, dispondo

de sistema de ventilação, vácuo e umidificação, para que o ar no interior do

contêiner possa ser renovado;

Contêiner open-top: são abertos na parte superior sendo destinados a

cargas com tamanhos irregulares. Este tipo de contêiner é carregado somente pela

parte de cima e a proteção é realizada por uma lona fixada no seu topo;

Contêiner refrigerado: tem a temperatura controlada durante o transporte,

através de acessórios de refrigeração instalados no mesmo.

Contêiner Standard: são módulos com estrutura de aço, utilizado para o

transporte de cargas não perecíveis. É o tipo de contêiner mais utilizado, devido a

sua versatilidade no transporte de cargas secas. Este tipo de contêiner tem duas

dimensões: 20 pés (2,44 x 6,06 x 2,59 m) tendo uma capacidade de limite de peso

maior que o contêiner a seguir, e 40 pés (2,44 x 12,19 x 2,59 m)sendo utilizados

para o transporte de cargas volumosas, cuja a altura é maior que o contêiner de 20

pés

Contêiner ventilado: apresenta orifícios na parte lateral, de forma a manter

um sistema de ventilação forçada, para proteger as cargas contra a condensação da

umidade.

Os contêineres de 20’ são adequados para o transporte de cargas em geral

por ser considerado um contêiner mais versátil, já o contêiner de 40’ seria o

adequado para o transporte de mercadorias mais volumosas (BOWERSOX E

CLOSS, 2008; SANTOS, 1982).

A denominação TEU ou Twenty Feet Equivalent Unit, é utilizada para se

referir aos contêineres modulares de 20’, sendo estes considerados 1 módulo que

servem para padronizar o tamanho dos navios porta-container de acordo com Panitz

(2006) e Santos (1982). Quando se refere que este recipiente é modular, refere-se

que este contêiner tem um perfeito encaixe, quando existe a necessita de ser

empilhado. Por exemplo, quando se diz que um navio tem a capacidade de

transportar 400 TEUS, por exemplo, quer dizer que este pode movimentar 400

contêineres de 20’.

Já os contêineres de 40’ são denominados como FEU ou Forty Feet

Equivalent Unit, unidade equivalente a 40 pés, sendo que estes não são utilizados

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34

como referência para as medidas dos navios que transportam os contêineres de 20’.

Resumindo, um contêiner de 20’ equivale a um TEU e um contêiner de 40’ refere-se

a dois TEUS. (PANITZ, 2006; SANTOS, 1982).

2.1.2 Vantagens do contêiner

Na concepção de Bowersox e Closs (2008) quanto aos benefícios das

embalagens para transportar produtos de um modo geral, pode-se dizer que o

contêiner apresenta as seguintes vantagens:

Proteção contra avarias aos produtos durante o manuseio e armazenagem no

ambiente físico (manuseio da fabrica para o caminhão, por exemplo), assim como

fatores externos (fatores ambientais, como a exposição às temperaturas e materiais

estranhos, por exemplo)

Bowersox e Closs (2008) resumem as vantagens em potencial da

conteinerização da seguinte forma:

Vantagens potenciais da conteinerização

Aumento geral da eficiência da movimentação de materiais

Redução de avarias durante o manuseio e em transito

Redução de ocorrência de furto

Redução dos requisitos de proteção proporcionados pelas embalagens

Maior proteção contra fatores ambientais

Unidade de transporte reutilizável que reduz desperdícios e a necessidade de descarte

do contêiner

Tabela 1 - Vantagens Potenciais da Conteinerização

(Fonte: adaptado - Bowersox e Closs, p.39)

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35

Santos (1982) pontua que:

as vantagens e desvantagens oferecidas pela unitização das cargas, devem

ser de interesse das empresas o conhecimento deste recipiente, o contêiner;

bem como a análise do melhor tipo de modal para o atendimento das

necessidades da empresa no transporte das mercadorias, para que os produtos

cheguem ao cliente final sem avarias e no tempo esperado;

a compatibilidade das cargas, é outro fator importante nesta análise da

utilização do contêiner; a análise dos custos de transporte, devem ser apresentadas

às empresas, apontando assim as possíveis reduções dos custos logísticos

envolvidos na operação e detalhamento da reunião das cargas fracionadas.

Para que a partir desses dados, as empresas possa optar pela melhor

modalidade de transporte para as suas necessidades (SANTOS, 1982)

2.1.3 Movimentação e perspectiva de crescimento da movimentação de contêiner

no Brasil

Segundo dados da ABRATEC18 (2012), a movimentação de contêineres vem

aumentando significativamente nos portos do mundo, devido aos investimentos por

parte dos portos e qualificação de mão-de-obra.

Mello (2010) cita que o crescimento da movimentação de contêineres nos

anos de 1980 a 200619 nos portos, demonstra uma preferência pelo uso do contêiner

por parte das empresas exportadoras, com a finalidade de uma padronização e

redução de custos. Prosseguindo, o autor realiza uma comparação de que a

movimentação dos contêineres teve um crescimento maior que o comércio global.

18

ABRATEC: Associação Brasileira dos Terminais de contêineres de Uso Público

19 Verificar Apêndice 4: De acordo com dados extraídos da ABRATEC (2008)

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36

A tabela 2 demonstra a movimentação unitária anual de contêineres nos

portos brasileiros:

PORTO 2012

Santos 2.013.922

Itajaí 616.580

Paranaguá 452.753

Rio Grande 388.904

Rio de Janeiro 352.626

Manaus 297.059

S. Fco. do Sul 281.832

Itaguaí 216.460

Vitória 193.478

Salvador 174.487

Pecém 103.448

Fortaleza 50.242

Vila do Conde 22.494

Imbituba 11.721

Outros 33.712

Brasil 5.475.133

Tabela 2 - Movimentação unitária anual de contêineres nos portos brasileiros, no ano de 2012

(Fonte: ABRATEC, 2012)

Durante os anos de 2007 a 2011 a movimentação unitária de contêineres em

cada ano, é demonstrada na tabela 3, onde é possível verificar uma evolução

gradativa na movimentação de contêineres nos portos brasileiros, assim como a

redução em alguns portos, como demonstra a tabela a seguir:

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37

PORTO 2007 2008 2009 2010 2011

Santos 1.654.713 1.743.412 1.469.151 1.762.205 1.915.292

Itajaí 390.394 396.287 346.479 565.017 594.486

Rio Grande 388.320 372.811 394.005 408.835 395.218

Paranaguá 348.000 356.577 367.798 399.590 313.245

Rio de Janeiro 290.575 289.059 244.536 299.623 321.160

Itaguaí 174.865 213.272 154.289 196.267 216.420

Vitória 207.234 197.773 165.420 184.737 204.393

São Francisco do Sul 201.500 175.288 152.478 118.802 177.112

Salvador 165.715 150.497 144.263 186.283 167.286

Manaus 174.570 189.330 190.000 238.646 393.065

Suape 163.500 201.562 167.870 226.538 284.124

Pecém 77.689 60.575 88.301 111.334 120.788

Fortaleza 80.689 41.201 33.000 46.855 46.514

Belém 43.465 27.479 18.363 22.377 17.787

Vila do Conde 17.690 14.498 17.605 21.527 20.756

Outros 88.205 89.213 28.620 23.438 28.573

Brasil 4.467.124 4.518.834 3.973.178 4.794.074 5.216.219

Tabela 3 - Movimentação unitária de contêineres nos portos brasileiros, referente aos anos de 2007 a

2011

(Fonte: ABRATEC, 2012)

Tendo em vista que a movimentação dos contêineres nos portos brasileiros

está aumentando anualmente, como demonstrado nas tabelas anteriores, cabe aos

gestores pensarem em soluções para que os portos brasileiros atendam de forma

eficaz esta demanda crescente nos portos do Brasil.

As cargas transportadas em contêineres nos portos brasileiros, tendem a

dobrar nos próximos 10 anos, chegando à uma perspectiva de crescimento de 7,4%

entre os anos de 2012 a 2021. Significando um aumento de 90%, sugerindo que

para o atendimento desta demanda, os portos do Brasil deveriam estar preparados,

investindo em planejamento e repensando em como sanar as possíveis falhas

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38

estruturais para este tipo de demanda, minimizando assim os gargalos nas

operações e atrasos (ILOS20, 2012).

Ainda com base em estatísticas, a Agência Nacional de Transportes

Aquaviários (ANTAQ, 2012) demonstra dados referente a movimentação de

contêineres nos anos de 2005 a 2011 nos portos brasileiros, pelo peso bruto e a

quantidade em milhões de contêineres movimentados, como demonstra o gráfico 2:

Gráfico 1 - Movimentação de contêineres referente ao peso e quantidade movimentada

Fonte: ANTAQ, 2012

A ANTAQ, (2012) faz as seguintes pontuações sobre este aumento na

movimentação de contêineres, com base no levantamento de dados da agência:

aponta o crescimento da movimentação de contêineres em 13,6 % no ano de 2011

em termos de tonelagem e um aumento de 15,8 % em termos de movimentação de

TEUS, o que só comprova a crescente movimentação desta modalidade nos portos

do Brasil.

20

Instituto de Supply Chain - ILOS

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39

3 Classificação das empresas

Segundo definição do SEBRAE-SP (2012) os critérios de classificação das

empresas quanto ao seu tamanho, permite que estas possam usufruir dos

benefícios e incentivos previstos pela legislação que vigora sobre estas empresas e

seus portes, dentro dos limites a estas instituídos. Alguns critérios adotados dentro

da legislação permitem que estas empresas possam se beneficiar com diversos

programas de crédito do Governo Federal em apoio às mesmas.

Em pesquisa ao site do BNDES (2011 e 2012) e SEBRAE (2012), verifica-se

que as empresas são classificadas quanto ao seu porte, pelo número de

funcionários e sua receita bruta anual. As micros e pequenas empresas estão amparadas por marcos legais como os

artigos 149, 170, 179 da Constituição Federal de 1988, onde são fundamentadas

ações de apoio e medidas às empresas anteriormente citadas. Podendo garantir

tratamento favorecido a empresas deste porte, baseada nesse amparo legal, sendo

estes artigos as principais referências para a adoção de medida de apoio às

empresas deste porte, entre outros instrumentos legais.

A maioria das empresas entrevistadas são consideradas empresas de grande

porte, pois possuem em sua maioria, um número maior de funcionários e receita

bruta anual, como será demonstrado a seguir.

A tabela 4 a seguir, demonstra a classificação das empresas, com base em

sua receita bruta anual segundo o BNDES (2011):

Tabela 4 - Classificação do porte segundo a receita bruta anual das empresas pelo BNDES

(Fonte: BNDES, 2011)

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões

Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300

milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

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40

Já o SEBRAE (2012) classifica as empresas com base no Código Civil de

2002, são as únicas que tem tratamento jurídico diferenciado, de acordo com a Lei

Complementar de 123/06 e a Constituição Federal de 1988.

A tabela 5 demonstra a classificação da empresa segundo a receita anual

bruta:

Porte Receita bruta anual

Microempreendedor Individual (EI)

Lei 123/06

Até R$ 60.000,00

Microempresa (ME)

Lei 123/06

Até R$ 360.000,00

Empresa de Pequeno Porte (EPP)

Lei 123/06

De R$ 360.000,01 até 3.600.000,00

Tabela 5 - Classificação do porte segundo sua receita bruta anual das empresas pelo SEBRAE

(Fonte: SEBRAE, 2012)

Ainda segundo classificação do SEBRAE (2012), baseada em um critério

empregado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as empresas

podem ser enquadradas em uma classificação de porte, em referência ao seu

numero de empregados, para fins bancários, ações de tecnologias, exportação,

entre outros benefícios. A tabela 6 demonstra a classificação das empresas, quanto

ao número de empregados que esta possui:

Porte

Indústria

Numero de empregados

Comércio e serviços

Número de empregados

Micro Até 19 Até 9

Pequena De 20 a 99 De 10 a 49

Média De 100 a 499 De 50 a 99

Grande Mais de 500 Mais de 100

Tabela 6 - Classificação do porte da empresa segundo seu número de funcionários

(Fonte: SEBRAE, 2012)

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41

Tal definição do porte das empresas, em relação a sua receita anual bruta e

numero de funcionários, serve apenas para ilustrar e demonstrar que todas as

empresas interessadas, podem exportar e serem amparadas por leis para a

realização desta atividade, amparadas por leis vigentes.

3.1 Exportação e importação

Segundo Mendonça (2009) exportação é a venda ou remessa de produtos de

um país para o outro, se analisado em um conceito mais amplo, compreende

também os serviços ligados a essa exportação tendo como exemplo o frete.

Prosseguindo, o autor divide a exportação em 4 tipos diferentes: exportação direta,

indireta, indireta por trading company e interna, cujas definições são dadas a

seguir.

A exportação direta, é aquela cuja todas as providências para a realização da

exportação, são tomadas pela própria empresa exportadora, sem nenhum

interveniente junto ao comprador da mercadoria, ou seja, seu importador.

A exportação indireta segundo a mesma autora, é aquela cujo produtor vende

sua mercadoria a um terceiro interveniente que irá efetuar a exportação à um

terceiro.

A exportação indireta por trading company (empresas comerciais

exportadoras) é amparada pelo decreto lei nº. 1248/72, onde as vendas têm caráter

de exportação direta, o exportador tem a isenção de certos impostos e deixa de ter

qualquer responsabilidade sobre a continuidade da operação.

A exportação interna é aquela realizada dentro de mesmo país, de um estado

para o outro ou de uma cidade para a outra (MENDONÇA, 2009).

Como toda operação de movimentação de carga, a exportação das cargas

envolve um pagamento, Mendonça (2009) aponta três formas de pagamento:

pagamento antecipado, por cobrança e carta de crédito (letter of credit). Sendo que

a primeira, o importador entrega as moedas antes do embarque das mercadorias ou

do envio das documentações, já no pagamento por cobrança o exportador só recebe

o pagamento depois do embarque das mercadorias e por fim as operações

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42

garantidas por carta de crédito emitidas por bancos, que segundo a autora citada

são consideradas as mais seguras para quem está exportando e estas podem

envolver pagamentos à vista ou a prazo.

Citando Dias e Rodrigues (2008) as empresas sentem necessidade de

exportar para obtenção de recursos financeiros maiores, ocupação da fábrica,

aumento da produção e produtividade; melhoria do controle de qualidade, busca de

novas tecnologias; geração de novos empregos e manutenção dos já existentes,

para que a busca por parceiros no exterior seja de fato vantajosa, devem-se

estabelecer metas e buscar conhecer o país para oferecer o produto ou serviço.

O decreto nº. 660/92 tornou as atividades de comércio exterior menos

burocráticas com a criação do Sistema Integrado de Comércio Exterior

(SISCOMEX), sendo este um sistema administrativo que controla os dados das

operações de comércio exterior através de um fluxo único de informações, tal

ferramenta tem como objetivo agilizar as transações de comercio exterior e eliminar

formulários e documentos que eram existentes na época, de acordo com Dias e

Rodrigues (2008)

A importação acontece, pois uma nação não consegue sobreviver apenas

com os recursos que estão disponíveis para seu consumo no próprio país, cidade,

estado, etc., tendo a necessidade de importar de outros locais estas mercadorias ou

insumos para sobreviver, ou evitar a falta de alguns insumos que sejam destinados a

produção de bens e serviços que estes dependam para sua existência, caso este

produto em questão não exista de forma a suprir a demanda que o pais importador

almeja (DIAS E RODRIGUES, 2008; MENDONÇA, 2009).

3.2 Requisitos e características das empresas exportadoras e importadoras

Atualmente “mais de 90% da carga internacional é negociada e transportada

através de portos marítimos, sendo que grande parte da quantidade é movimentada

através de contêineres” (SOUTO, 2011). Neste contexto, torna-se necessário para a

prosperidade e crescimento de um país e empresas nele existente que se busque

uma melhoria na eficiência dos serviços prestados pelos portos em relação às

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43

cargas transportadas, sendo que nesta pesquisa, foram analisadas em especial, as

cargas conteinerizadas.

Às vezes é mais difícil vender a idéia da exportação na empresa do que exportar

o produto, quando falta a integração entre os diferentes departamentos, o autor

ainda aponta a exportação como uma escola para treinar a competitividade, abrindo

assim para a empresa novos mercados, noção mais apurado dos produtos ou

serviços concorrentes, exigências dos clientes, entre outros. No Brasil, existem

menos de 20 mil empresas exportadoras, das quais as primeiras 250 são

responsáveis por 70% das exportações Levando em consideração este ponto, pode-

se dizer que em relação às empresas existentes no Brasil, o universo exportador é

ainda pequeno. o tamanho da empresa é relevante quando se trata de exportar, pois

esta não esta vinculada ao tamanho da mesma, exigindo da empresa participante

um compromisso com a qualidade, criatividade, inovação e profissionalismo, mais

que o tamanho da organização (MINERVINI 2008).

Um dos requisitos básicos para quem deseja exportar segundo a Secex é que

estes estejam inscritos no REI – Registro de Exportadores e Importadores (art. 1º da

portaria nº 15 de 17 de novembro de 2004), ou aquela empresa que tenha criado

uma capacidade exportadora, capaz de vender com criatividade, desing, garra,

paciência, persistência, fé em seu produto, pontua Minervini (2008).

Mendonça (2009) aponta o Registro de Exportação (RE) como um conjunto de

informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que se caracterizam

pelos registros de mercadorias registradas no SISCOMEX.

Durante a escolha do país de destino, deve-se levar em consideração as linhas

de produtos que podem ser mais competitivas, atendendo às necessidades e

preferências dos consumidores deste país que será explorado, levando em

consideração as diferenças culturais e tradições existentes neste país, bem como

analisar as barreiras que podem ser impostas para o desembarque dos produtos no

porto de destino, para que não se perca tempo e dinheiro investindo em um país que

não irá consumir nem apoiar a entrada deste produto no país. Para isto, deve-se

atentar a conhecer as características apresentadas e requisitos de exportação,

legislação, leis, apoio governamental, entre outros itens, antes de escolher o país de

destino da carga (MENDONÇA,2009; MINERVINI, 2008; SOUTO, 2011).

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44

Minevini (2008) sugere que a forma mais rápida e concreta para obter estas

informações seria realizar uma visita a uma grande feira internacional do setor em se

atua, no caso do estudo, deveríamos abordar os possíveis parceiros em uma feira

de logística, pois estes prestariam serviços para tornar o projeto viável ou a

realização de uma pesquisa prévia das empresas de interesse, seria considerada

uma alternativa, para possível identificação do mercado para avaliar os custos e

riscos que podem ser encontrados no decorrer do andamento das negociações.

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45

4 Logística

Panitz (2006) define logística da seguinte forma:

Logística envolve o gerenciamento de atividades como transporte de

suprimentos e distribuição, movimentação de materiais, gerenciamento de

frotas, armazenagem, atendimento de pedidos, desenho de redes de

suprimentos e distribuição, gestão de estoques, gestão de prestadores de

serviços, gestão de atividades aduaneiras [...] desenvolvimento de

embalagens e quaisquer funções necessárias para planejar e controlar o

fluxo físico de materiais ao longo de uma cadeia.

A ideia da colaboração ou cooperação, principal característica do CTM, fato

este que será comentado mais adiante, representa uma mudança no gerenciamento

atual do conceito de logística na concepção de Bowersox e Closs (2008), pois a

resolução conjunta de gargalos logísticos encontrados na cadeia de suprimentos

pode aprimorar a eficiência e eficácia das empresas envolvidas no processo, afim de

agregar valor para empresa e clientes, com as possíveis reduções operacionais que

este processo pode proporcionar aos participantes da rede colaborativa, o que

resultaria em uma sinergia entre os envolvidos e possivelmente proporcionaria um

melhor nível de desempenho aos participantes desta colaboração.

Tendo com base que a ideia de todos os membros desse processo tem como

interesse principal, o sucesso das relações, ou seja, a formação de alianças em uma

cadeia de suprimentos faz se entender que as empresas envolvidas cooperam entre

si, para que esta relação possa ser bem sucedida no que se diz respeito ao

planejamento e execução da operação (BOWERSOX E CLOSS, 2008).

A seguir serão apresentados os conceitos de logística e demais conceitos

inerentes ao tema abordado, o Collaborative Transportation Management.

A derivação da palavra logística vem do francês “logistique”, onde era utilizada

para fins administrativos e operacionais, sendo utilizada na arte da guerra para o

planejamento das funções militares, como por exemplo, a evacuação de materiais,

aquisição ou construção de bens necessários para as operações, desligamento de

pessoal, instalações de instalações, de acordo com Panitz (2006).

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46

Segundo Vantine (2012) a primeira definição da palavra logística, foi revelada

no ano de 1986, onde o mundo passou a conhecer este termo tão comentado na

atualidade. Sendo que nos anos de 1994 esta definição sofreu algumas alterações e

mais recentemente, no ano de 2005, o conceito sofre novas alterações e passa a se

falar em Supply Chain Management.

A definição de 1986, segundo a Council of Logistics Management21 (CLM)

citada por Vantine é a seguinte:

Processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e do

custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de matéria-prima,

material em processo e produto acabado, bem como do fluxo de

informações, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o objetivo de

atender às exigências do cliente.

Vantine (2012) opina que até a Segunda Guerra Mundial, a logística era

considerada uma atividade meramente militar, complementando a ideia inicial da

definição da palavra, dada por Panitz (2006), para controlar os estoques de armas,

munições, tropas, ataques, entre outras operações militares, ou seja, a logística era

considerada uma ferramenta de auxilio para os militares em seu abastecimento

bélico, alimentos, tropas e localização, para que as tropas se locomovessem até as

bases inimigas, seu destino final, sem a necessidade de retornar à sua base de

origem para um reabastecimento, a utilização da logística como ferramenta, permitia

um controle de todos os insumos necessários para que fosse possível chegar ao

inimigo com todo material necessário para um ataque eficaz.

Somente na década de na década de 30, a logística passou a ser estudada

como ciência pelas universidades norte-americanas que então, esta universidade

recebe um chamado do governo americano para realizar cálculos matemáticos, ou

melhor, desenvolver cálculos que possibilitassem uma otimização nos transportes e

força de guerra, completa Vantine (2012).

Na concepção de Bowersox e Closs (2008, p. 20) a logística abrange “a

integração de informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de

materiais e embalagem.”. A logística tem o objetivo de criar valor para o cliente pelo

21

Council of Logistics Management (CLM): entidade americana de profissionais de logística.

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47

menor custo total possível, porém com um esforço integrado entre as partes

envolvidas no processo, estando também relacionada à satisfação das

necessidades dos clientes (BOWERSOX E CLOSS, 2008).

Até a década de 50, as empresas executavam a atividade logística de

maneira puramente funcional, não havia ainda, nesta época, nenhum conceito ou

uma teoria formal de logística integrada. Em meados dos anos 50, a logística

começa a ser utilizada no mundo empresarial com a finalidade de aumentar o lucro

das empresas, pois existia uma pressão para essa alavancagem nos lucros, forças

exercidas pela pressão econômica e o surgimento de novas tecnologias, o que

produziu modificações na prática logística até os dias atuais (BOWERSOX E

CLOSS, 2008).

Vantine (2012) destaca que as transformações contínuas em um mercado em

condições instáveis na década de 90, ocasionaram a seguinte alteração realizada na

definição da palavra “Desde que atenda ao requerimento do cliente, pelo mínimo

custo total”, já que em 1986 esta definição não se referia ao custo nem ao cliente,

como podemos ver no trecho anterior da Council of Logistics Management (CLM),

que atualmente é Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP).

Como todo processo de melhoria, as definições vão se modificando até chegar à sua

melhor essência, sendo a definição de 1998 considerada pelo autor como a

definição mais perfeita e atual:

[...] é a parte integrante do processo da cadeia de abastecimento que

planeja, implementa e controla de forma eficaz e eficiente, o fluxo e

armazenamento de bens, serviços e informação relacionada desde o ponto

de origem ao ponto de consumo, de modo a atender os requisitos dos

clientes.

(Council of Logistics Management – CLM, 1998)

A palavra logística em sua definição engloba diversas áreas, como dito no

inicio do texto (PANITZ, 2006), apontando entre as diversas áreas de envolvimento

do conceito está diretamente, envolvido com a distribuição de uma forma geral, do

Page 55: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

48

planejamento de produção ao destino final, transportes destas mercadorias e

insumos para a produção, administração e operações, por exemplo.

Um fato a ser levado em consideração durante todo o processo de evolução

do conceito da palavra, é que as características apontadas inicialmente que eram as

técnicas e operacionais abrem espaço para a criação de estratégias, pois esta passa

a ser fator de importância para a classificação do custo para o cliente final, podendo

ser um fator de competitividade, em outras palavras, a logística passa a ser utilizada

como um elemento de estratégia e ferramenta de diferenciação, de acordo com

Ballou (2008).

Na concepção de Barat (2007) as alterações da produção industrial com a

introdução de novas tecnologias e a intensificação na troca de mercadorias com

inicio na década de 80, fez surgir o conceito de globalização, sendo caracterizada

pelo autor como um fenômeno desta época. As interações comerciais extravasaram

as fronteiras nacionais e regionais, fazendo com que novas adaptações na forma de

escoar mercadoria e ainda assim, permanecer com um preço final competitivo, para

este mercado globalizado, fossem necessárias para que a eficiência do transporte,

deveria ser analisada para sanar gargalos na distribuição, o transporte das

mercadorias é um dos elos principais da cadeia de distribuição (BARAT, 2007).

O constante aumento da concorrência no mundo tem feito com que as

empresas pensem em reduções de custos de uma forma geral, ou seja, da compra

de seus insumos à entrega do produto final, com o menor custo possível para a

empresa (BALLOU, 2008).

Como dito anteriormente, por ter evoluído para um conceito mais amplo, e

deixado ser somente no campo técnico e operacional e passar a ser utilizada como

estratégia (BALLOU, 2008), novos temas ligados à logística foram criados, tendo

como exemplo o SCM ou Supply Chain Management, que se traduzido para o

português é Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, conceito que será mais

detalhado adiante.

Pensando desta forma o SCM, assume também, uma importância na parte

estratégica da empresa, porém, deve-se lembrar que apenas a implantação não é o

suficiente para as reduções de forma total de acordo com Ballou (2008).

Page 56: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

49

Outros pontos devem ser avaliados e analisados, para que as reduções de

custos ocorram de forma efetiva (VANTINE, 2012). A integração das informações

poderia ser um fator importante para tal efetividade, pois poderia se localizar

facilmente e mais rapidamente os possíveis gargalos das operações com esse

compartilhamento (BOWERSOX E CLOSS, 2008).

4.1.1 Custos logísticos

A soma de todos os custos envolvidos na operação de distribuição e

produção dos produtos exportados ou importados, ou seja, da produção à entrega

ao consumidor final, são os chamados custos logísticos. Os itens envolvidos para

cotação destes custos de acordo com Panitz (2006) são: “geração de ordem de

compra, processamento de pedido, transporte, embalagem, inventário, seguro,

consolidação, desembaraço, impostos, armazenagem e retorno.”. Os custos

envolvidos na Cadeia de Suprimentos são de suma importância, pois estes custos

são relacionados com o percentual do faturamento líquido das empresas como um

comparativo em relação à outras empresas que atuam no mesmo setor (PANITZ,

2006).

Segundo Dias (1996) custo significa a soma de esforços que são aplicados

para se produzir alguma coisa. Ainda segundo o autor, a palavra custo, tem uma

variedade muito grande, portanto, deve-se considerar o custo de produção e todos

os processos envolvidos para que este produto chegue ao consumidor final no custo

mais justo possível. Levando em consideração os custos fixos e variáveis de

produção e gastos de forma em geral da empresa.

Para Ballou (2008) a formação de preços envolvem componentes geográficos

assim como competitivos, ou seja, as distancias que estes produtos irão percorrer

até chegarem ao consumidor final como exemplo de um componente geográfico e o

volume a ser exportado, como exemplo de um componente competitivo.

Page 57: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

50

4.1.2 Transportes

Para Bowersox e Closs (2008) o transporte é necessário para a

movimentação de cargas, sendo um elemento de importância nas operações

logísticas. O objetivo do transporte é realizar a movimentação dos produtos do seu

local de origem ao seu ponto de origem, seja este um porto ou o destino final do

produto, complementam os autores.

Ballou (2008) caracteriza a movimentação das cargas para armazenagem e

entrega ao consumidor final como distribuição física, onde para que esta ocorra é

necessário o envolvimento de ferramentas que propiciem esta movimentação das

cargas ao destino final e sua saída da fábrica, ou destino de origem. Prosseguindo o

autor comenta que o transporte em conjunto com os custos de produção, podem ser

um indicativo de aumento na competitividade da empresa. Pois levando em

consideração que a redução dos custos com frete, podem abater o custo final do

produto, dado que à medida que o transporte se torna eficiente tendo um melhor

desempenho, o beneficio gerado é em escala global, ou seja, para a empresa,

gerando uma economia com as reduções dos custos, e para os consumidores, que

terão acesso a um produto relativamente mais barato.

4.1.2.1 Modal rodoviário

Ballou (2008) pontua que o transporte rodoviário “serve rotas de curta

distância de produtos acabados ou semi-acabados”. Prosseguindo o autor pontua

as seguinte vantagens para a utilização desta modalidade de transporte:

(1) O serviço porta a porta, de modo que não é preciso

carregamento ou descarga entre origem e destino, (2) a

freqüência e disponibilidade dos serviços e (3) sua velocidade

e conveniência no transporte porta a porta.

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51

Dias (1993) comenta que cerca de “76% das cargas geradas no país são

transportadas por rodovias”, apontando esta grande movimentação de cargas nas

rodovias brasileiras pelos benefícios oferecidos para o crescimento da mesmo, como

a política de investimentos em construção ou ampliação de rodovias e a vasta

extensão geográfica do país, por exemplo.

Esta modalidade de transporte, é muito utilizada pelas empresas para o

transporte de cargas dentro do próprio país, podendo utilizar a prestação de serviço

de empresas fretadoras ou terem veículos próprios, ou melhor dizendo, frota própria

da empresa (DIAS, 1993; BALLOU, 2008).

4.1.2.2 Modal aquaviário

Souza Júnior (2008) define o transporte aquaviário como “aquele pelo qual o

veiculo ou embarcação se desloca no meio liquido, por via marítima, fluvial ou

lacustre”.

De acordo com Bowersox e Closs (2008) as vias fluviais e marítimas são os

meios de transporte mais antigos. Tendo como principal vantagem, o transporte de

cargas com volumes muito grandes.

4.1.2.3 - Gerenciamento do Transporte

A escolha e a formação de preços no transportes envolvem alguns fatores

para a formação de preços e de serviços, abrangendo aspectos teóricos e práticos

de acordo com Bowersox e Closs (2008). Na teoria, a abordagem se refere às

abordagens de valor e custo para determinar o preço. Na prática, engloba-se as

estruturas de custos, taxas especiais e práticas de determinação de fretes e serviços

(BOWERSOX E CLOSS, 2008).

Existem sete fatores econômicos que estão envolvidos na economia do

transporte na concepção de Bowersox e Closs (2008): “distância, volume,

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52

densidade, facilidade de acondicionamento, facilidade de manuseio,

responsabilidade e mercado.”.

A administração do tráfego na concepção de Ballou (2008) é uma atividade

realizada pela logística, tendo como objetivo a garantia da eficiência e eficácia das

operações de transportes, com o auxilio de um planejamento, coordenação e

controle adequados para que este fato se concretize.

A roteirizarão de movimentação das cargas, torna-se um fator de suma

importância para a negociação com as empresas prestadoras de frete, onde pode-se

pensar em uma barganha de preço, relacionando o volume de carga que será

transportado. Quando se tem uma roteirizarão, permite que a carga a ser

transportada siga um caminho programado, para que se evite gargalos durante o

recebimento das cargas, podendo relacionar este roteiro como for mais conveniente

para o bom funcionamento e aproveitamento do transporte das cargas, seja este

roteiro elaborado pela distancia entre as empresas ou pelo tempo de viagem que se

gasta no transporte desta mercadoria (SILVA, 2009; BALLOU, 2008).

A programação do roteiro envolve: (1) determinação do numero de veículos

envolvidos na operação; (2) a capacidade desses veículos; (3) pontos de parada e

de entrega de cada veiculo (4) seqüência de parada de cada veiculo para coleta ou

entrega dos produtos (SILVA, 2009).

Panitz (2006) caracteriza a roteirização como um

processo de alocar um veiculo num circuito de viagem, composto por vários

pontos de coleta ou entrega de cargas. Dessa forma, a oferta do veiculo é

compartilhada por um conjunto de demandas isoladas, que se tivessem que

ser atendidas isoladamente (rotas diretas), gerariam ociosidade de

atendimento dos pontos de demanda.

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53

4.2 Supply Chain Management (SCM) ou Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos

No entendimento de Moura (2008), a popularidade do conceito de SCM é um

fato singular, pois o mesmo opina que o conceito surgiu em meados de 1982, porém

só no ano de 1996 que este conceito começou a ser integrado e comentado em

revistas e livros referentes ao tema.

A definição de SCM segundo a Council Supply Chain Management apud Moura

et al (2008):

A gestão da cadeia de abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

engloba o planejamento e gestão de todas as atividades envolvidas no

sourcing e procurement22

, conversão de todas as atividades da gestão

logística. Significativamente, inclui também a coordenação e a colaboração

com os parceiros do canal, os quais podem ser fornecedores de serviços

logísticos e clientes. Em essência, a gestão da cadeia de suprimentos

integra a gestão da oferta e da procura dentro e entre as empresas.

De acordo com Ballou (2008) o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

(GCS), tradução de Supply Chain Management, capta toda a essência da logística

integrada e inclusive a ultrapassa. Pois ao analisar este conceito, ressalta que o

destaque que as interações logísticas existentes entre as funções de marketing,

logística e produção no âmbito empresarial, são de fundamental importância para

que seja comprovado que de fato, este conceito ultrapassa os limites impostos ao

conceito de logística integrada. O SCM abrange todas as atividades relacionadas

com o fluxo e transformações de mercadorias, desde o seu estágio inicial de

matéria-prima até o consumidor, que na concepção do autor, os fluxos mencionados

fluem tanto para baixo quanto para cima, já que essa integração de atividades,

mediante os relacionamentos aperfeiçoados dentro da cadeia de suprimentos tem

por objetivo conquistar uma vantagem competitiva sustentável (BALLOU, 2008).

Panitz (2006) define o SCM como:

22

Procurement: procura – função de negócios, normalmente desempenhada pelo Departamento de

Compras, de prospectar, desenvolver, negociar e realizar a compra (PANITZ, 2006. p. 97)

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54

[...] planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas com

procura, fornecimento, conversão e logística. Também inclui a coordenação

e a colaboração com os canais de distribuição, os quais podem ser

fornecedores intermediários, provedores logísticos e clientes.

A essência do SCM na concepção de Panitz (2006) esta na integração do

“gerenciamento de demanda e suprimentos interno entre companhias”.

Como contraste, para Vantine (2012) acredita que o conceito de Supply Chain

Management está erroneamente associado à logística, pois acredita que o SCM

extrapola a logística por ser algo mais amplo, para completar o pensamento do

autor, o Supply Chain Management é considerado por ele como uma “fusão de

processos multi-setoriais, convergindo para a otimização de resultados de uma

companhia.”.

Vantine (2012), ainda cita a definição de Supply Chain Management segundo

a Global Supply Chain Forum, no ano de 1998:

[...] é a integração dos processos comerciais críticos desde o usuário final

até os fornecedores originais, que fornecem produtos, serviços e

informações que adicionam valor aos clientes e outros parceiros.

Fleury (2009) acredita que entre 1980 e 2000, foi um período em que mais

ocorreram modificações nos conceitos das operações logísticas.

[...] O movimento da qualidade total e o conceito da produção enxuta

trouxeram consigo um conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT

(Just In Time), CEP (Controle Estatísitco do Processo), QFD (Quality

Function Deployment – Desdobramento da Função da Qualidade), Kanban

e engenharia simultânea. Amplamente adotadas em quase todos os países

industrializados de economia de mercado, essas técnicas e procedimentos

contribuíram para um grande avanço da qualidade e produtividade.

O conceito de SCM teve início na década de 90 e ainda segundo o autor

poucas empresas implementaram o conceito com sucesso, quanto ao nível

acadêmico, o autor considera o conceito “em construção” (FLEURY, 2009).

Page 62: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

55

O principio básico do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos tem por base

que o planejamento em conjunto e compartilhamento de informações é o que torna

esse conceito eficiente. Este princípio tem como objetivo aumentar a competitividade

da cadeia de suprimentos, através de um compartilhamento de informações (dados

de transações e informações estratégicas) e a eliminação de retrabalho

(BOWERSOX E CLOSS, 2008).

4.3 Collaborative, Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR)

A previsão e troca de informações referentes à demanda, também é fornecida

pelo CPRF, sigla oriunda do inglês Collaborative, Planning, Forecasting and

Replenishment, que traduzindo para o português é o Planejamento, Previsão e

Reabastecimentos Colaborativo, este conceito tem como objetivo a redução dos

níveis de estoque e melhoria dos serviços prestados pelas empresas na cadeia de

abastecimento.

De acordo com Panitz (2006) o CPFR ou planejamento de demanda e

ressuprimento colaborativo, como o mesmo o define, “é um conjunto de práticas de

negócios que combina a inteligência de diversos parceiros de negócio nas atividades

de planejamento e atendimento de demanda de consumidores.”. O conceito surgiu

nos anos de 1998 por meio de uma iniciativa do VICS (Voluntary Interindustry

Commerce Standars) tendo evoluído com o passar dos anos “e se alinhado a outras

iniciativas como o ECR (Efficient Consumer Response), GCI (Global Commerce

Iniciative) e o UCC (Uniform Code Council).” (PANITZ, 2006).

Segundo Moura (2008) o CPFR é um conceito visionário de melhoria no

alinhamento da oferta e da procura da cadeia de abastecimento, através da

colaboração entre os parceiros de negócio, opinando que o conceito visa uma maior

precisão das vendas e dos planos de reposição, através de um planejamento

colaborativo, permitindo assim uma redução dos estoques das empresas ao longo

da cadeia de suprimentos e uma obtenção de elevados níveis de serviço.

De acordo com Fliedner (2003) o CPFR envolve diferentes intervenientes de

uma cadeia de abastecimento, para o estabelecimento de uma coordenação entre o

Page 63: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

56

planejamento, a previsão de vendas, produção das empresas e reposição de

insumos.

O CPRF como uma alternativa ao conceito do ECR – Efficient Consumer

Response (PANITZ, 2006). o ECR tem seu foco no fornecedor, redução de custos e

agilidade nas operações das empresas, o CPRF ainda segundo o autor, o foco e

preocupação desse conceito estão voltados para o cliente final, através de uma

gestão conjunta dos processos e a troca de informações (CARVALHO, 2000).

Andraski (2002) considera que o Collaborative Planning Forecasting and

Replenishment, possa gerar resultados para as empresa de pequenos, médios e

grandes portes, destacando o nível de planejamento e reposição das mercadorias,

pelo qual o conceito abrange.

Carvalho (2000) argumenta que este compartilhamento de dados entre as

diferentes organizações envolvidas nesse processo, contraria a existência de

apenas uma fonte usual de fonte de dados. Para o autor, estes dados devem ser

computados de forma a criar uma melhor organização dos mesmos, bem como um

melhor planejamento e a clara definição das regras entre as partes envolvidas, pois

essas informações são em sua maioria relativas às previsões das organizações, e

alguns desses dados devem ser sigilosos para seus possíveis concorrentes.

Ballou (2004) o CPFR tem como objetivos básicos:

Melhorar a eficiências; aumentar vendas, reduzir custos fixos e capital de

giro, reduzir estoques na cadeia de suprimentos, aumentar satisfação dos

clientes. Na busca constante de minimizar estoques na cadeia de valor, com

janelas de planejamento mais curtas,

O conceito de CPFR ainda encontra barreiras por parte das empresas, pois a

desconfiança envolvendo a confiabilidade do tema referente aos benefícios que este

possivelmente poderia proporcionar e devido à resistência à mudanças no ambiente

empresarial. Repassar dados referentes às estratégias operacionais das empresas,

quantificando seus volumes de movimentação de cargas, por exemplo, é um fator

questionado pelos possíveis participantes da cadeia de suprimentos, por não se ter

a noção exata de que as outras empresas estariam contribuindo com dados reais e

confiantes na partilha das informações. (FLIEDNER, 2003)

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57

4.4 Collaborative Transportation Management (CTM)

O Collaborative Transportation Management – CTM, que traduzido para o

português compreende ao Gerenciamento do Transporte Colaborativo, inclui

atividades de programação do carregamento, pagamento de fretes e rastreamento

de mercadoria e escolha do modal ou modais utilizados e como conseqüência,

entende-se a previsão de demanda, abrangendo assim de forma mais adequada a

complementar os conceitos anteriores, de acordo com Figueiredo e Eiras (2007).

Segundo Botter (2004) o Transporte Colaborativo é considerado um aspecto

importante na evolução do SCM. Prosseguindo, o autor comenta que

operacionalmente o CTM “acontece com o aproveitamento ou compartilhamento do

mesmo equipamento de transporte para um ciclo fechado de movimentação de

cargas” (Browing, 2001) apud Botter (2004). Sendo que estas cargas sejam

complementares e compatíveis com o meio de transporte utilizado para esta

movimentação.

A conceituação e prática do Collaborative Transportation Management,

atualmente são pouco utilizadas de uma forma geral pelas empresas (FIGUEIREDO

E EIRAS, 2007).

Com base nas poucas referências de definição sobre o tema (BOTTER, 2004),

a definição que o Sub-Comitê de Transporte Colaborativo do VICS o CTM Sub-

Committee – Collaborative Transportation Management apresentou como definição

para transporte colaborativo:

[...] um processo holístico que une parceiros de uma cadeia de suprimentos

e provedores de serviços logísticos no intuito de eliminar as ineficiências do

planejamento e da execução do transporte, sendo seu objetivo otimizar a

performance operacional de todas as partes envolvidas na relação.

O CTM propicia um melhor aproveitamento dos recursos de transporte das

cargas. Dado que membros de uma mesma cadeia produtiva com cargas

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58

complementares se uniriam para a formação de ciclos de alta produtividade, pois

este ciclo combinaria com uma carga de retorno FIGUEIREDO E EIRAS, 2007).

A complementação de cargas de diferentes empresas para o aproveitamento

máximo da tara do veículo, tem com o objetivo a busca pela sinergia entre inbound23

e outbound24, é um atrativo do CTM para assim ser considerado uma alternativa

para o aumento da produtividade dos ativos e a redução dos custos em fretes

(SILVA, 2009)

O CTM na concepção de Silva (2009) é um conceito recente no campo dos

transportes, logística e cadeia de suprimentos, tendo como objetivo principal a

redução ou eliminação da ineficiência de transporte, citando como exemplos o

tempo de percurso, os espaços necessários para alojar as mercadorias, através da

utilização do colaborativismo, englobando os fluxos de processo e informações

operacionais das empresas envolvidas na cadeia de suprimentos.

De acordo com Botter (2004) o CTM foi instituído como conceito em meados dos

anos de 2000 pela VICS (Voluntary Inter-Industry Commerce Standards

Association)25, considerando o a gestão do transporte colaborativo como um

processo independente, simultâneo ao CPFR, pois foi elaborado com base nas

relações de colaboração entre os compradores e os vendedores. Dividindo em três

categorias principais as oportunidades de colaboração entre os compradores,

vendedores e transportadores:

Previsão de demanda;

Planejamento estratégico e

Execução física

23

Inbound: Lida com os processos de planejamento, transporte (coleta), armazenagem,

movimentação e ressuprimento de uma planta fabril ou centro de distribuição, a partir de uma cadeia

de fornecedores (PANITZ, 2006. p. 73)

24 Outbound: Lida com os processos de planejamento, transporte (entrega), armazenagem,

movimentação e ressuprimento de canais de distribuição, a partir de uma unidade de produção ou de

um centro de distribuição (PANITZ, 2006. p. 73)

25 VICS: entidade norte americana que tem como objetivo a colaboração entre compradores e

vendedores através do co-gerenciamento dos processos e sistemas de informações,

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59

Para o sucesso de uma implantação de uma operação colaborativa segundo

Silva (2009), torna-se indispensável que exista um planejamento cuidados dos

processos, para a garantia de que os volumes de movimentação de cargas inicial

sejam mantidos a longo prazo e para a obtenção de sincronia nas operações das

diferentes empresas que participam deste processo de colaboração.

Iniciativas-piloto iniciadas em 1999 e apresentadas pelo Sub-Comitê de

Transporte Colaborativo do VICS, apontam ma série de benefícios que as empresas

americanas alcançaram. Os benefícios são demonstrados como ganhos tanto para

os transportadores quanto para os embarcadores como notou-se nos dados

expostos na tabela 7 a seguir:

BENEFÍCIOS PARA O EMBARCADOR

Nível de Serviço Pontualidade das entregas Aumento de até 35%

Lead-time das entregas Redução de até 75%

Custos Logísticos Estoques Redução de até 50%

Transporte de cargas urgentes Redução de até 20%

Custos administrativos Redução de ate 20%

BENEFÍCIOS PARA O TRANSPORTADOR

Produtividade Trechos vazios Redução de até 15%

Tempo de espera Redução de até 15%

Utilização de frota Aumento de até 33%

Tabela 7 - Benefícios potenciais do transporte colaborativo,para o embarcador e transportador

(Fonte: VICS)

De acordo com Silva (2009) a implementação do CTM pode ser plausível com

a inserção de um operador logístico, sendo este o agente principal na cadeia

logística, por ser responsável por organizar as transações entre os elos da cadeia de

suprimentos, conferindo os dados das empresas exportadoras para que atenda aos

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pedidos dos clientes e dos transportadores envolvidos nesse processo. Pois uma

vez que conhecido os processos, pode-se elaborar um plano de rota para que a

satisfação de redução de custos seja efetivamente efetuada. A ideia do CTM é a

elaboração de planos de estratégias para que todos os envolvidos nesta modalidade

de transporte tenham ganhos com este conceito (BOTTER, 2004; SILVA, 2009).

Os motivos para a implementação deste conceito por parte das empresas são

as forças externas, que norteiam o mercado com a competição e tendências da

atualidade e as intenções estratégicas individuais de cada empresa, como o desejo

pelo compartilhamento dos “riscos, recursos do grupo e aumento da utilização dos

recursos.” (SILVA, 2009).

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61

5 Metodologia

A metodologia basicamente consistiu no levantamento de dados e informações

referentes à exportação e importação com empresas do Vale do Paraíba, bem como

a verificação das necessidades de se pensar nessas melhorias e soluções dos

problemas apontados, para possível implementação da proposta via CTM.

A pesquisa é quantitativa, com base no levantamento de dados das empresas

quanto ao seu volume de exportação, origem e destino das cargas exportada ou

importada, assim como dados do Porto de São Sebastião, sua estrutura e limitações

no que se refere à sua infra-estrutura e a Rodovia dos Tamoios e sua duplicação,

para analisar os atributos e dificuldades nestes ambientes; foi feita também pesquisa

bibliográfica, para identificação dos benefícios possíveis do conceito do CTM.

O levantamento inicial e coleta de dados das empresas do Vale do Paraíba, teve

inicio com o “Projeto Conport”, nome dado ao projeto do embarque colaborativo,

escolhido pelos alunos do sexto período do ano de 2012 da FATEC SÃO

SEBASTIÃO, projeto que teve inicio nas aulas de Negócios Internacionais. Cada

aluno da sala ficou responsável pela coleta e atualização de dados de 2 a 5

empresas, de forma a não sobrecarregar demais os participantes do projeto.

Feito a atualização cadastrais das empresas, realizou-se contatos telefônicos,

na tentativa de conseguir apresentar para o gerente de exportação ou gerente de

logística, o conceito do transporte colaborativo.

Tal levantamento inicial possibilitou o contato com 170 empresas, sendo estas

distribuídas em 13 municípios do Vale do Paraíba, porém existe um número maior

de empresas do que esta amostra que foi detalhada mais adiante na pesquisa, na

discussão do trabalho.

Conseguindo contato com o gerente responsável pelas operações de

exportação ou importação das empresas, apresentou-se o conceito do Projeto

Acadêmico, o Collaborative Transportation Management, para assim poder solicitar

dados que contribuíssem para a pesquisa, como o volume e destino da exportação

realizada por cada empresa. Sendo assim, levantou um número estimado de

contêineres em movimentação, por mês, no Vale do Paraíba.

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62

No fim da entrevista, solicitou o e-mail direto do gerente responsável pelas

exportações, para que fosse possível manter contato e encaminhar detalhes do

projeto e as propostas que encontram-se nos apêndices 5 e 6 sendo

respectivamente a “Apresentação do Projeto Acadêmico - Conport” e o ”Projeto de

Rota-marítima de contêineres São Sebastião - Argentina”.

A entrevista com as empresas ocorreu de forma simples, pois o que realmente

interessava era saber o volume de exportação e importação, país de destino ou

origem da carga, o tipo de modal mais utilizado e a frequência com que ocorria esta

operação de exportação ou importação.

Para registrar os dados das empresas, foi elaborada uma tabela simples para

que estes dados fossem colocados de forma objetiva através de uma planilha no

Excel, como demonstra a tabela 8:

Cidade Quantidade de TEUS

exportados

Destino dos TEUS

Tabela 8 - Forma de elaboração de questionário para empresas

Durante a coleta de dados das empresas, também foi realizado contato com

operadores portuários localizados em São Sebastião, também para a apresentação

do Projeto Acadêmico e do conceito do CTM, para avaliar o interesse em participar

com a prestação dos seus serviços e possíveis acordos em relação a estas

operações, como a negociação de preços dependendo do volume da operação.

Em abril de 2012 houve uma participação dos alunos envolvidos no Projeto

Acadêmico - Conport na 18ª edição da feira “Intermodal South America”, onde foi

possível realizar contato com empresas prestadoras de fretes. Dos contatos

realizados durante a permanência na feira, 5 empresas que realizam fretes

mantiveram contato e são atualizadas do andamento dos processos do Projeto

Acadêmico.

O levantamento dos dados das empresas tanto as empresas exportadoras e

importadoras quanto das empresas prestadoras de serviço em São Sebastião, como

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63

volume exato de exportação e importação, bem como o nome das empresas

envolvidas no andamento da pesquisa, são de caráter sigiloso, pois o contato foi

realizado de forma informal, sem nenhuma garantia de que as empresas estariam de

acordo com a divulgação de seus dados, sem um contrato formalizado entre as

partes o mais viável é utilizar os dados disponíveis demonstrados anteriormente,

apontando apenas os municípios e a quantidade de contêineres que cada um

exporta em média por mês.

A idéia inicial dessa coleta de dados, era que com essas informações, fosse

possível a realização de um embarque de teste do conceito, para uma avaliação

mais precisa do mesmo, por parte dos participantes do projeto acadêmico e das

empresas, sendo que este seria chamado de embarque-piloto.

Com os dados coletados na pesquisa, seria possível este fato, pois a

necessidade do Projeto Conport era o equivalente a 500 TEUS, fato que será

detalhado na discussão, podendo ser notado que o levantamento realizado

ultrapassa esse número.

Com base na realização deste embarque, seria possível de forma mais efetiva,

estimar as necessidades do Porto de São Sebastião, no que se refere à mão-de-

obra, armazenagem, movimentação das cargas, enfim, das operações logísticas e

portuárias de uma forma geral, para que se pudesse analisar se com base no

conceito do CTM seriam necessários alguns ajustes, para otimização dos processos.

Devido a impossibilidade de realização do embarque-piloto, o foco da pesquisa

se modificou, podendo apontar apenas com base das bibliografias possíveis

benefícios e riscos nesta operação, não podendo mensurar com dados mais

precisos, apenas estima-los com base nas referencias bibliográficas.

Page 71: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

64

6 Resultados e discussão

Segundo a ANTAQ (2012) e ABRATEC (2011) a movimentação de

contêineres vem aumentando nos portos brasileiros considerável e gradativamente

com o passar dos anos, fato que estimula a criação de estudos para possíveis

atendimentos deste tipo de modalidade no porto de São Sebastião, onde atualmente

tem foco nos graneis e petróleo, como uma possível alternativa de atendimento para

a movimentação de contêineres caso esta possibilidade se torne uma realidade.

Tendo o Vale do Paraíba como ponto de partida da pesquisa, levando em

consideração o aumento das exportações e importações que esta região em

expansão vem oferecendo (EMPLASA, 2012; MDIC, 2012), foi realizado o

levantamento das empresas exportadoras e importadoras da região e sua

capacidade exportadora e importadora, com base no valor FOB26.

No levantamento inicial, na busca por empresas localizadas no Vale do

Paraíba estimou-se que em média, existiam mais de 500 empresas, de diversos

portes distribuídos nos 39 municípios da região pesquisada.

Levando em consideração que para inicio de pesquisa este número de

empresas seria muito elevado e não haveria tempo hábil para o levantamento dos

dados de todas as empresas, reduziu-se a pesquisa para apenas 15 municípios,

optando pelos municípios que de acordo com o MDIC, apresentassem o maior

volume de exportação e importação pelo seu valor FOB.

Para confirmação dos dados, foi realizado um contato, como descrito na

metodologia, para o levantamento do volume de contêineres exportados, reduziu

ainda mais a quantidade de municípios pesquisados, baseando-se apenas em 10

municípios (para facilitar a roteirização), totalizando um levantamento de dados com

155 empresas. Com base nos dados encontrados no MDIC estas empresas

escolhidas seriam o suficiente para a realização de um embarque-piloto (com base

na exportação e importação FOB), pois superaria o volume estimado no Projeto

Acadêmico de 500 TEUS, obtendo os seguintes dados:

26

Venda FOB é quando o cliente retira a mercadoria na fábrica, sem existir a preocupação com a

entrega. (VANTINE, 2012).

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65

MUNICÍPIO Nº. DE EMPRESAS Nº. DE CONTEINERES

Caçapava 13 Aproximadamente 153

contêineres de 20’

Cruzeiro 5 Aproximadamente 53

contêineres de 20’

Guaratinguetá 5 Aproximadamente 10

contêineres de 40’ e 37

contêineres de 20’

Jacareí 18 Aproximadamente 253

contêineres de 20’ e 120

contêineres de 40’

Jambeiro 1 Aproximadamente 10

contêineres de 20’

Lorena 8 Aproximadamente 35

contêineres de 20’

Pindamonhangaba 20 Aproximadamente 436

contêineres de 20’

São José dos Campos 47 Aproximadamente 37

contêineres de 40’ e 610

contêineres de 20’

Taubaté 37 Aproximadamente 350

contêineres de 20’

Tremembé 1 Aproximadamente 47

contêineres de 20’

TOTAL 155 EMPRESAS APROX. 2.151 CONTÊINERES

APROX. 1.984 CONTÊINERES

DE 20’

APROX. 167 CONTÊINERES

DE 40’

Tabela 9 - Estimativa de quantidade de TEUS exportados pelas empresas do Vale do Paraíba

(Fonte: criada pela autora)

A estimativa na tabela 9 é de 2.318 TEUS, sendo comprovada a ideia de que

se ultrapassava a quantidade inicial para o Projeto Acadêmico de 500 TEUS.

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66

Com base na coleta de dados das empresas, notou-se que o pais de maior

freqüência de exportação era a Argentina, seguidos de outros países como Estados

Unidos, Alemanha, Áustria e China, tendo estes como os paises mais citados nas

entrevistas. Partindo com base nessas informações, o Projeto Acadêmico sugeriu a

criação de uma rota regular de exportação para a Argentina, tendo como origem o

Porto de São Sebastião para o embarque e a Argentina como pais de desembarque

das mercadorias ou porto de destino e possível importação, para que o navio não

voltasse sem carga.

Das 155 empresas contatadas, 143 tiveram interesse em participar do CTM, 1

não teve interesse e 11 empresas não retornaram o contato para demonstrar

interesse ou não no projeto, como demonstra o gráfico 2 a seguir:

Gráfico 2 – Amostra de interesse do CTM pelas empresas entrevistadas

(Fonte: criada pela autora)

Após o levantamento dos dados, um cronograma de atividades foi realizado,

para facilitar o andamento do Projeto Acadêmico, para evitar que se pulassem

etapas do projeto e as prioridades seguidas, para o bom funcionamento das

negociações com todos os envolvidos no projeto.

O cronograma das atividades do projeto pode ser visto no apêndice 7, onde

as atividades são bem detalhadas para melhor entendimento dos processos de

contatos com as empresas.

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67

Diante da impossibilidade do embarque-piloto com o auxilio do Projeto

Acadêmico “Conport”, a pesquisa alterou seu foco de pesquisa, que antes seriam

baseadas no desempenho das atividades envolvidas no processo, para quantificar

de forma mas precisa a utilização do CTM e a utilização do Porto de São Sebastião

como alternativa de embarque das mercadorias, apontando os resultados obtidos

com o embarque-piloto.

Partindo-se para a discussão dos atributos encontrados, bem com as

discussões sobre os possíveis benefícios e riscos encontrados no desenvolvimento

da pesquisa.

De acordo com Silva (2009) o inicio do CTM é a previsão de carregamento o

que “inclui gerações de ordens e cargas e, finalmente a execução da entrega e

pagamento do transportador”.

Partindo deste princípio, utilizou-se os dados da estimativa de TEUS

demonstradas na tabela 9 como o início da ideia de aplicação do CTM, onde se

obteve um número possível de contêineres para a movimentação no Porto de São

Sebastião e assim poder realizar um planejamento de como movimentar esta

demanda do Vale do Paraíba, no modal rodoviário e modal aquaviário.

Primeiramente, explicou-se para as empresas que o conceito é a colaboração

entre as empresas, para a busca de redução de custos e melhoria da eficiência dos

processos com a finalidade de buscar mais agilidade na entrega para os

consumidores finais. O processo de colaboração entre as partes, tem seu inicio na

coleta dos produtos, onde caso uma empresa não preencha a capacidade total do

contêiner que esta sendo transportado, a empresa no planejamento de roteirização,

poderia preencher este espaço (com cargas compatíveis), tornando assim, o

processo colaborativo com possíveis benefícios para todas as partes envolvidas

nesta parceira.

A idéia do CTM é favorecer as empresas com a colaboração e não o

parasitismo, onde todos colaboram com o compartilhamento das informações

referentes ao volume de exportação e destino das cargas como base de estudo para

a melhor roteirização dos processos. Assim, elabora-se um planejamento para saída

das mercadorias das fábricas (origem) e a sua chegada no PSS para o embarque

das mercadorias no navio-porta container.

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68

No caso do estudo, o operador logístico seria o responsável pela coleta de

dados das empresas exportadoras27 do Vale do Paraíba, programando juntamente

com as transportadoras o frete das mercadorias e o embarque das mesmas junto

aos operadores portuários locais e CDSS.

Uma vez que estes dados estejam devidamente planilhados e conferidos,

com as informações relevantes de cada empresa exportadora, pode-se ter

juntamente com os responsáveis pelo frete e embarque de mercadoria, as possíveis

reduções de custos e possível programação da entrega da mercadoria para o cliente

final, bem como a elaboração da melhor roteirização com objetivo de otimizar a

movimentação das mercadorias.

Na abordagem do trabalho, pensou-se em como utilizar o CTM aliado a dois

tipos de modais, o rodoviário e marítimo, onde a utilização de contêineres serve para

o armazenamento das mercadorias exportadas e importadas por essas empresas do

Vale do Paraíba.

Estas mercadorias após saírem das fábricas pelo modal rodoviário, com o

auxilio de caminhões adaptados para transportar os contêineres, para que estes

sejam alojados e direcionados ao porto de origem (PSS), para a transferência

dessas cargas para o navio-contêiner e assim seguir destino ao seu país de destino,

valendo-se da colaboração entre as empresas para aproveitamento total dos

recursos definíveis.

O uso do contêiner nesta abordagem tem como objetivo a redução dos custos

para as empresas e melhor utilização do contêiner por parte das empresas que não

tem um volume de exportação que compreenda ao fechamento de um contêiner ou

mais, para não encarecer seus custos em relação ao frete, pois quanto maior for o

volume a ser transportado, menor será o custo do frete e assim se permite uma

negociação mais flexível, por parte das empresas prestadoras deste serviço

(BOWERSOX E CLOSS, 2008; SANTOS, 1982, BALLOU,2008; SILVA, 2009).

Este fato é possível, pois a idéia do CTM como um todo é que com esta ação

colaborativa, as empresas possam reduzir seus custos com fretes e possivelmente

aumentar suas vendas, pois poderiam exportar, mesmo que sua demanda não fosse

27

Como demonstrado na tabela 9 – estimativa de TEUS no Vale do Paraíba

Page 76: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

69

o suficiente para ocupar um contêiner de 20’, por exemplo, pois este poderia ser

totalmente preenchido mais a frente com alguma carga de outro participante da

cadeia de suprimentos.

Sendo assim, esta empresa pagaria menos pelo frete, pois o contêiner estaria

sendo utilizado em sua capacidade total, o que se levado em consideração que este

preço se reduziria, pois as distâncias seriam reduzidas, caso utilizasse o Porto de

São Sebastião como porto de origem de embarque da carga exportada e a

consolidação das cargas seguindo o princípio da economia de escala, ou seja, o

custo unitário diminui a medida que o volume de carga aumenta (BOWERSOX E

CLOSS, 2008; BALLOU, 2008; FARIA E COSTA, 2008).

Para Silva (2009) a entrada de um operador logístico na cadeia de

suprimentos para a organização das transações entre os elos existentes, resumindo:

a demanda, o transporte e a negociação de preços, agindo de forma a buscar um

benefício global e não apenas individual, como normalmente ocorre com as

empresas.

A função do operador logístico é buscar a otimização dos processos, com a

finalidade auxiliar os participantes da cadeia a encontrarem reduções significativas,

negociando o volume total de mercadoria a ser exportada, reduzindo assim os

custos, com base na teoria de reduções de custos de acordo com Bowersox e closs

(2008) e Ballou (2008).

Levando em consideração que a relação peso-volume tem importância

significativa quando se negocia o frete com a transportadora (BALLOU, 2008), pois

os custos de transporte e armazenagem estão relacionados diretamente com este

conceito, pode-se dizer que possivelmente durante a negociação do frete de forma

colaborativa, este custo seria reduzido, pois utilizaríamos a quantidade de 2.318

TEUS, o número total de movimentação e não o número individual de cada

empresa, que em média tem uma variação de 3 a 10 contêineres/mês.

Tanto os custos de transporte como a armazenagem, tendem a diminuir com

um peso-volume maior se analisar a comparação de Bowersox e Closs (2008), nota-

se que quanto maior o volume da carga diminui-se o custo do transporte. Esta

diminuição de custos é possível porque “os custos fixos de coleta, entrega e

administração podem ser diluídos no incremento de volume” (BOWERSOX E

Page 77: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

70

CLOSS, 2008). O limite desta relação é dado pela capacidade total do caminhão (a

tara), pois uma vez que o veículo esteja lotado, torna-se necessário a utilização de

um segundo veiculo, para atender a demanda de mercadorias restantes e assim

sucessivamente.

A figura 7 demonstra que a partir do momento em que o volume movimentado

aumenta, os custos de transporte e armazenagem devem diminuir, sendo estes

apenas dois fatores para comparação de redução dos custos logísticos das

empresas, na figura, apenas o volume da carga é detalhado.

Figura 7 - Relação entre peso e custo de transporte por Kg

(Adaptado Figura 11.2 - Bowersox e Closs, 2008)

O cálculo básico do frete é com base em cálculos “sobre o peso (tonelada), o

volume da mercadoria (m³) ou pela unidade de transporte (caminhões e carretas, por

exemplo) pela distância percorrida” (KEDDI E MENDONÇA, 2000). Existe uma

demanda considerável de empresas transportadoras, porém o objetivo do transporte

colaborativo é criar alianças e parcerias entre fornecedores, operadores portuários,

clientes e empresas, para que o compartilhamento de informações ocorresse de

Cu

sto

po

r K

g

Peso da carga

Page 78: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

71

forma confiável e assim poder existir a negociação e redução dos preços para todos

envolvidos neste processo.

Cada transportadora, tem autonomia para negociar seu frete com o operador

logístico devido a livre concorrência (KEDDI E MENDONÇA, 2000), sendo assim, foi

realizado uma pesquisa de interesse sobre as reduções de preços referentes a

transportes, com as 5 transportadoras contatadas na feira “Intermodal South

America”. Todas as empresas, de forma unânime, aceitariam negociar reduções de

preços quanto ao transporte e também de colaborar para a elaboração da melhor

roteirização para a coleta e entrega das mercadorias das empresas exportadoras e

importadoras do Vale do Paraíba, para a entrega destas no PSS.

Resumindo, pode-se dizer que a possibilidade de redução com os custos no

transporte rodoviário é existente, pois o volume de cargas é atraente e existe o

interesse de negociação por parte das transportadoras.

Ainda relacionando os benefícios quanto a reduções de um modo geral,

calcularam-se as reduções de distância entre Porto de São Sebastião e o Porto de

Santos, dado que nas pesquisas, este era um dos principais destinos para o

embarque das mercadorias do Vale do Paraíba, como demonstra a tabela 10:

Localização das empresas

São Sebastião

(distância da empresa)

Santos

(distância da empresa)

Km a menos

% a menos na

distância

São Jose dos Campos

114

171

57

33%

Jacareí 121 150 29 19%

Taubaté 147 215 68 32%

Caçapava 122 193 71 37%

Cruzeiro 233 296 63 21%

Guaratinguetá 188 256 68 27%

Jambeiro 97 190 93 49%

Lorena 205 273 68 25%

Pindamonhangaba 160 228 68 30%

Tremembé 158 226 68 30%

Tabela 10 – Redução de distância entre Porto de São Sebastião e Porto de Santos

(Fonte: criada pela autora)

Page 79: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

72

Após o levantamento das distâncias entre as cidades de São Sebastião e

Santos, em relação à chegada ao PSS e ao Porto de Santos, elaborou-se uma

tabela com a possível redução de CO2, com base informação de que 0,0497 Kg de

CO2 estaria sendo eliminado do meio ambiente a cada Km (CETESB, 2011).

Sendo assim, a tabela 11, demonstra os benefícios quanto a redução de

emissão de CO2 no meio ambiente em relação à redução das distâncias e

colaborativismo:

Localização das empresas

São Sebastião

(distância da empresa)

Santos

(distância da

empresa)

% a menos

Km a menos

Redução de CO2 por viagem

(kg por Km)

Redução de CO2 por

colaborativismo (Kg por Km)

São Jose dos Campos

114 171 33% 57 2,8329 8,4987

Jacareí 121 150 19% 29 1,4413 7,455

Taubaté 147 215 32% 68 3,3796 10,6855

Caçapava 122 193 37% 71 3,5287 9,5921

Cruzeiro 233 296 21% 63 3,1311 14,7112

Guaratinguetá 188 256 27% 68 3,3796 12,7232

Jambeiro 97 190 49% 93 4,6221 9,443

Lorena 205 273 25% 68 3,3796 13,5681

Pindamonhangaba 160 228 30% 68 3,3796 11,3316

Tremembé 158 226 30% 68 3,3796 11,2322

Tabela 11 – Redução em potencial do CO2 no meio ambiente

(Fonte: criada pelo autor)

Tal redução da emissão do CO2 no ambiente é possível com a redução das

distâncias e também com a redução do número dos caminhões nas estradas onde

se localizam as empresas, pois ao invés de transportarem seus produtos de forma

individual tendo assim uma frota e roteiro para cada empresa, estas passariam a

compartilhar a utilização das transportadores, o que possivelmente colaboraria para

a redução dos caminhões se levar em consideração que apesar do aumento do

volume de cargas a previsão da frota seria única e a movimentação de carga

ocorreria de forma a completar a tara do caminhão, evitando o transporte de cargas

fracionadas.

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73

Uma vez que todos os dados relevantes de cada empresa estejam em posse

do operador logístico, a elaboração da roteirização juntamente com a empresa ou

empresas transportadoras pode ocorrer de forma a colaborar para a obtenção dos

benefícios anteriormente citados, pensando em todos os envolvidos na cadeia como

se estes fossem um único cliente e não 155 clientes (caso este frete fosse

contratado de forma individual, por cada empresa contatada, sem o

colaborativismo).

Vale ressaltar que durante o andamento dos processos, o operador logístico

possivelmente tenha que tomar decisões para não proporcionar gastos

desnecessários para os membros da colaboração, pois depende muito da

complexidade de cada caso, com base no beneficio em geral.

Embora tenha demonstrado os possíveis benefícios com base na bibliográfica

da pesquisa, o levantamento de dados e apresentações do conceito por parte dos

integrantes do Projeto Acadêmico Conport, não foram suficientes para viabilizar o

embarque-piloto.

Diante da dificuldade encontrada por parte das negociações com as

empresas no Vale do Paraíba, devido à inconsistência dos dados sobre o volume de

exportação de forma real, os riscos também foram pautados apenas com base no

referencial teórico e pesquisas bibliográficas, detalhados adiante.

Portanto, iniciou-se uma nova pesquisa, sendo estas com dados oferecidos

pelo site MDIC sobre o volume de exportação sobre o valor FOB dessas operações,

referente ao ano de 2012, onde analisou-se o valor de exportação e importação de

cada município, transferindo este para estatísticas, ou melhor, estimavas de volume

de exportação realizada por essas empresas.

A base de calculo se refere a movimentação de valores, no caso dólares, para

uma análise dos dados e conseqüente volume de exportação a tabela 12 demonstra

os municípios que representaram o maior valor em dólares de exportação e

importação, de acordo como o MDIC:

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74

Cidade Importação 2012 (FOB USD) Exportação 2012 (FOB USD)

São José dos Campos USD 3.616.332.001,00 USD 6.300.627.791,00

Taubaté USD 2.256.060.104,00 USD 1.257.355.932,00

Guaratingueta USD 861.296.447,00 USD 293.527.178,00

Jacarei USD 531.898.448,00 USD 225.239.827,00

Pindamonhangaba USD 4.496.446.841,00 USD 226.103.879,00

Caçapava USD 152.102.026,00 USD 83.238.894,00

Cruzeiro USD 132.227.031,00 USD 89.775.134,00

Lorena USD 23.051.902,00 USD 25.131.976,00

Tremembé USD 8.127.581,00 USD 25.156.155,00

Jambeiro USD 28.197.615,00 USD 4.398.662,00

Santa Branca USD 1.916.119,00 USD 3.553.248,00

Roseira USD 5.810.600,00 USD 3.178,00

Cachoeira Paulista USD 2.908.741,00 USD 132.356,00

Tabela 12 – Exportação e Importação das empresas do Vale do Paraíba

(Fonte: MDIC, 2012 – adaptado pela autora)

Se analisarmos os dados da tabela 12 em um gráfico, o município de São

José dos Campos é o que tem a maior movimentação de exportação e

Pindamonhangaba é o município que mais importa.

Gráfico 3 – Valor FOB de exportação e importação dos municípios do Vale do Paraíba

(Fonte: MDIC – adaptado pela autora)

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75

Baseado no levantamento dos dados e possíveis resultados da pesquisa pode-se

notar que um paradigma envolvendo o Porto de São Sebastião pode ser

possivelmente quebrado, considerando que até hoje o mesmo não possui uma

movimentação de navios especializados em contêineres de forma regular, portanto,

nada comprova que a movimentação de contêineres no Porto de São Sebastião, não

pode ser realizada de forma eficiente, para o atendimento dos requisitos das

empresas, dado que o mesmo porto nunca realizou uma operação desta modalidade

e os riscos que esta operação poderia gerar no PSS.

Atualmente no Porto de São Sebastião, existem operadores portuários da região

capacitados para o atendimento destas operações de forma plena. Favorecendo

assim, a otimização dos processos na movimentação desta carga, pois a

contratação da mão-de-obra seria local.

Inicialmente, o navio de embarque piloto viria ao Porto de São Sebastião com

contêineres vazios e para isso, a CDSS oferece preços muito competitivos se

comparado aos concorrentes. Como exemplo, a armazenagem de contêineres

vazios a partir de R$ 9,00 por período de 10 dias, sendo que após uma

armazenagem livre pelos 15 dias iniciais e para os cheios R$ 27,00 por período de

10 dias sem ligação com o valor FOB.

Porém foi negociado o transporte das mercadorias via contêiner, com as

empresas prestadoras de fretes, para melhor aproveitamento do transporte e

acomodação das cargas, para que estas chegassem ao PSS para serem

acomodadas por um curto período de tempo, que sem a previsão da demanda,

referente ao volume exato da movimentação de exportação, não deu para se

calcular os dias de armazenagem no PSS.

Mas levando em consideração que os contêineres cheios teriam um custo de R$

31,00 no PSS e R$ 46,54 no Porto de Santos nota-se uma economia de R$ 15,54

por contêiner, se pensar que a capacidade de um navio transportador de contêiner

são 2000 TEUS, a estimativa de economia em comparação com o Porto de Santos é

o equivalente a R$ 31.080, 00 por viagem se levado em consideração a capacidade

total do navio.

Uma restrição seria a profundidade do berço atual que tem 9 metros de calado, o

que impediria que navios com mais de 9 metros de calado pudessem atracar para o

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76

recebimento da carga, porém, pode-se pensar apenas em navios que compreendam

o que o Porto de São Sebastião pode atender no momento, para evitar que navios

fiquem atracados no Porto, o que causaria problemas para a eficiência da qual

projeto se propõe. Portanto, navios de portes maiores e uma movimentação maior

de contêiner estaria fora de cogitação, inicialmente. Até que este fato possa ser

alterado e atender de forma eficaz aos navios maiores, porém este fato foge da

alçada do projeto em si.

Falando ainda das dificuldades encontradas pelo Porto de São Sebastião, a falta

de transteineres, que são equipamentos especializados em embarque e

desembarque de contêineres, o tempo de movimentação dos mesmos poderia ser

elevado, devido à contratação de empresas terceirizadas para realizar o serviço,

porém a quantidade de TEUS, poderia abater o valor cobrado pela empresa

prestadora deste serviço, o que não geraria um encarecimento do valor total para as

empresas participantes do transporte colaborativo, porque como dito anteriormente,

quanto maior for o volume de cargas, maior flexibilidade de negociação com as

empresas prestadoras de serviços.

Pensando desta maneira, optou pela escolha de um navio que tivesse a bordo o

equipamento para movimentação do contêiner, para que este problema quanto a

contratação de mão-de-obra para a movimentação do contêiner não fosse um

empecilho.

O aumento da competitividade e a globalização tornam a busca pela redução

de custos por parte das empresas algo constante, para que seu produto possa

chegar ao consumidor final com o menor custo possível. Por este motivo, acredita

que a avaliação do conceito do transporte colaborativo, seja um assunto a ser

debatido e apresentado para as empresas do Vale do Paraíba, para que estas

pensem como a colaboração pode aumentar a competitividade das empresas e

assim seus lucros, pois os riscos e benefícios seriam compartilhados entre todos os

envolvidos na praticada colaboração.

Apontado que possivelmente este aumento nas exportações e a colaboração

entre as empresas para um benefício global, poderiam agregar valores para todos

os envolvidos nos processos, sendo estes benefícios de caráter financeiro e

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77

ambiental28, sendo que esta modalidade ainda apresenta uma comodidade a mais

para as empresas, pois o frete e a mão-de-obra necessária, bem como outros

assuntos oriundos aos processos seriam realizados por terceiros, no caso o

operador logístico, como propõe o projeto.

O excesso de burocracia no porto de Santos referente à liberação das cargas

importadas, pode ser dada em até 48 horas, o que é considerado a liberação mais

demorada do mundo quando comparado aos portos de países como EUA, França,

Bélgica ou Holanda, onde as mercadorias importadas são liberadas no mesmo dia.

Fato que não se sabe ao certo, o porquê da demora da liberação das cargas, pois

não fica explicito e ocorre também no PSS a liberação das cargas também leva em

torno de 48 horas, sendo compatível com o Porto de Santos.

Porém quando se tem um controle e planejamento das operações, como se

propõe o projeto torna a negociação de liberação da carga mais flexível por parte

dos órgãos competentes, pois existiria uma rota regular e esta facilitaria o

entendimento dos processos envolvidos e seriam acompanhados pelos gestores das

empresas.

As vantagens da conteinerização são inúmeras: aumento da eficiência carga/

descarga, maior controle da carga, menores índices de avaria e, conseqüentemente,

maior rapidez na entrega (BALLOU, 2008; BOWERSOX E CLOSS, 2008). A

padronização dos mesmos permite que a movimentação de mercadorias possa ser

realizada ponto a ponto, utilizando mais de um meio de transporte para que esta

movimentação possa ser realizada de forma viável para o comércio internacional.

No conceito do CTM as informações fornecidas entre o cliente, fornecedor

contribuem para que em conjunto, esses dados facilitem o trabalho do transportador

das mercadorias. Para que este, possa executar de forma eficaz a execução dos

embarques, pagamentos, entregas e acompanhamento do desempenho das

empresas envolvidas. Pois existe a realização de uma previsão do volume de

exportação. O que permite que ocorra um planejamento do volume a ser exportado,

com base nos pedidos, ou melhor, na previsão dos pedidos.

28

Referindo-se à economia de escala em relação ao volume de exportação e a redução de CO2 no

meio ambiente.

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78

Pensando no conceito do CTM, analisando as definições do conceito dada

anteriormente, nota-se que este busca a reparação das ineficiências existentes nos

processos de transporte. O conceito visa fornecer uma melhor programação e

roteirização das frotas envolvidas, para facilitar o trabalho de todos envolvidos no

processo.

Tendo a idealização do conceito e o levantamento de dados tantos

quantitativos como bibliográficos como ponto de partida para elaboração de

possíveis vantagens, pode-se apontar:

Redução de caminhões nas rodovias, através da colaboração entre as

empresas e não o transporte individual das mercadorias de cada empresa e a

redução do transporte de cargas fracionadas;

Aumento da consolidação de cargas;

Redução de tempo de carregamento e descarregamento;

Dinamismo nas operações;

Redução de lead-times;

Possível pontualidade nas entregas;

Redução de erros de pedido;

Redução com custos de fretes.

Os possíveis benefícios citados podem ser subentendidos com base na figura 7

que demonstra que quanto maior o volume de carga movimentado, menor será o

frete. As tabelas 10 e 11 estimulam o pensamento de que com a colaboração e

escolha do PSS como alternativa de embarque tem-se como vantagem a redução de

distâncias, em relação ao Porto de Santos e consequentemente, com a redução das

distâncias, diminui-se a emissão de CO2 no meio ambiente.

O planejamento em conjunto, pode possivelmente trazer inúmeros benefícios

aos envolvidos no projeto, caso o planejamento operacional ocorrer de forma

organizada, todos tendem a ganhar com os benefícios tanto a longo prazo, como em

curto prazo. Em longo prazo, pode-se citar um aumento nos lucros das empresas,

pois estas estariam ampliando suas receitas, vendendo mais e obtendo vantagens

em relação aos custos dessa operação. Em curto prazo, aponta-se as reduções

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79

oferecidas nas negociações entre o frete e a armazenagem, oferecidas pelo Porto

de São Sebastião.

Analisando de forma critica e unindo a teoria a possível prática, pode-se

avaliar que o CTM agrega valor ao atacar ineficiências que podem ocorrer nos

processos do transporte das cargas, devido a uma programação melhor da

roteirização, planejamento de armazenagem e movimentação e o controle dos

processos para que os benefícios sejam maiores que os riscos.

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80

7 Conclusões

Com base nas definições de Bowersox e Closs (2008), Vantine (2012), Ballou

(2008) onde os mesmo relacionam a busca pela reduções de custos por parte das

empresas com os processos logísticos como estratégia, pode-se dizer que

atualmente as empresas buscam as reduções em seus produtos para poderem ter

menor impacto no valor do produto final e assim poder vender sem agregar valores

maiores do que o esperado pelos clientes.

Um dos objetivos da logística é a redução de custos (FARIA E COSTA, 2008;

FLEURY, 2009; BALLOU, 2008, BOWRSOX E CLOSS, 2008), portanto o estudo de

novas tecnologias, metodologias e estudo da geografia e localização dos pólos em

crescimento, como o Vale do Paraíba, é de fundamental importância. Bem como

estudos referentes à ampliação do PSS e sua disponibilidade de atendimento a

diferentes modalidades de carregamento, como propõe a pesquisa.

A ABRATEC (2011) e ANTAQ (2012) apontam que em menos de 10 anos, as

movimentações de contêineres têm uma estimava muito grande de crescimento, o

que faz pensar que se esta movimentação se concentre e apenas um porto, este

não conseguirá suprir a demanda, ocasionando diversos gargalos aos envolvidos

nas movimentações portuárias e logísticas.

A criação de novas rotas regulares para a movimentação de contêineres,

poderia otimizar este processo, desde que se realize um planejamento como

propõem o CTM, através da colaboração e não do parasitismo entre as empresas.

Esta criação de uma rota, especificamente para a cidade de São Sebastião,

proporcionaria um aumento na cartela de clientes dos operadores portuários da

região, pois estes prestariam serviços para as empresas envolvidas na colaboração.

Com a implantação do transporte colaborativo em portos regionais podemos

melhor identificar o potencial de carga junto a cabotagem podendo assim desenhar

um novo panorama do conceito de Hubport (porto concentrador de cargas e de

linhas de navegação) para o Brasil, reduzindo os gargalos e efetivando o uso de

outros portos sem ter que aumentar o número de escalas que oneram e consomem

tempo dos armadores.

Com o estudo realizado, verifica-se que é possível agregar economia de

percurso de escala, com a diminuição de carga difusa, por exemplo, ao longo das

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rodovias e redução de gás carbônico pelos caminhões, proporcionando possíveis

benefícios econômicos e ambientais em macro escala, desde que o embarque seja

realizado pelo Porto de São Sebastião, onde são apontadas tais reduções de

quilometragem e CO2, se comparados ao Porto de Santos, já que os caminhões

teriam que percorrer uma distância maior.

O Porto de São Sebastião estando em um canal com condições naturais

propiciam a um porto para atracação de navios de calados com aproximadamente

20 metros e estando disponível para ser ampliado e configurado a se tornar um

porto especializado em contêiner, sem a necessidade de dragagem de manutenção

devido as correntes naturais. O PSS tem potencial para ser estudado por

investidores privados para investimento imediato unicamente em movimentação de

contêineres, especializando o porto e otimizando a área disponível.

Com a análise dos dados, chega-se a conclusão de que como premissas o

projeto apresentou:

A participação de uma empresa de grande porte que dará respaldo para a

criação de um balcão único para os exportadores e importadores formando

uma cadeia logística com integração virtual, coordenando todas as empresas

como se fosse uma.

O transporte colaborativo tem a premissa que os exportadores e importadores

de produtos que precisam ter como únicas ligações o destino e a ferramenta

logística de container.

Como as vias de acesso ao porto são monitoradas por câmeras iremos

pesquisar os horários mais indicados para o trafego das carretas pela cidade

e também os intervalos sugeridos para evitar a circulação excessiva, o que

não fará com que o trânsito diminua, apenas irá colaborar para evitar os

movimentos de pico.

Já quanto aos riscos inerentes a este projeto, notou-se que:

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82

Como todo o projeto inovador que não se tem histórico da confiabilidade do

mesmo, temos a necessidade de apresentar o projeto com a criação de

workshops regionais para dizimar as dúvidas das indústrias. .

Utilização do porto nas condições atuais, sendo este um projeto para inicio

imediato sem necessidade de investimentos em infra-estrutura.

A gestão do transporte colaborativo tem como objetivo, desenvolver as relações

existentes entre transportadores, compradores, vendedores e fornecedores

terceirizados em logística para proporcionar uma melhoria na prestação dos serviços

e atendimento aos clientes, melhora na eficiência do transporte e melhoria nos

custos, ou melhor, na redução dos custos envolvidos no processo.

Pode-se de uma forma geral, dizer que os resultados encontrados e avaliados,

demonstram de forma precisa que os portos brasileiros devem se atentar ao

recebimento de demandas de contêineres (ABRATEC, 2012 E ANTAQ, 2012), pois

estas estão aumentando e consequentemente, o porto que não se ater a esta

possibilidade de atendimento, sofrerá com perda de clientes, para portos vizinhos.

Cabe uma avaliação mais ampla por parte de profissionais nesta área, de todos

os riscos que a utilização do contêiner pode trazer, porém a unificação de cargas de

uma forma geral poderá movimentar de forma mais ordenada, as operações

logísticas, unidas ao conceito do CTM, ou seja, unificação com colaboração entre as

partes envolvidas, para gerar benefícios como um todo, para todos (SILVA, 2009;

SANTOS, 1982).

Pensa-se que a melhor forma de avaliação da proposta, seria com a realização

do embarque-piloto, pois só assim, poderia ser notado de forma eficaz os pontos de

vantagens e desvantagens, bem com a utilização de todas as ferramentas que este

conceito proporciona.

Porém, analisando o calado do PSS e sua localização privilegiada, bem como a

facilidade de negociação de frete com o volume de exportação conseguido em

contato com as empresas do Vale do Paraíba, a escolha de um navio que tem o

equipamento de movimentação de contêineres, o contato com operadores portuários

e o conceito do CTM com a colaboração de informações confiáveis entre as

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empresas, pode-se sugerir que o PSS seria capaz de atender uma demanda de 500

TEUS como propõem inicialmente o Projeto Acadêmico, de forma eficaz.

Desde que seja elaborado um levantamento de dados mais confiável para assim

elaborar um roteiro correto e implementar o conceito do CTM de forma a agregar

valor aos envolvidos.

Ao final deste trabalho espera-se alcançar a idealização da proposta, a

apresentação do Transporte Colaborativo, como uma ferramenta de auxilio às

empresas do Vale do Paraíba apontando os atributos que possivelmente o PSS tem

para o atendimento das cargas exportadas por essas empresas.

Considerando que o transporte das cargas tem papel fundamental na elaboração

dos custos logísticos (BALLOU, 2008), pode-se apontar o CTM como uma possível

alternativa para o compartilhamento de riscos entre as empresas quando se trata de

um evento inovador, como é o caso do estudo, a probabilidade de atendimento do

PSS para contêineres, diminuindo assim os riscos envolvidos na operação, caso

algum problema venha a ocorrer no andamento do embarque-piloto.

A falta de carga disponível pelos produtores no Vale do Paraíba não faz com que

seja estimulado uma movimentação de navio especializados em contêineres, pois os

mesmo ainda usam o Porto de Santos para o embarque de suas mercadorias, por

mais que percorram distâncias maiores, alegam que não utilizam o PSS por este

não oferecer uma rota de contêiner de forma regular e assim poderem analisar a

operação no Porto de São Sebastião para verificar se esta é eficaz ou enfrenta

gargalos logísticos.

Os gargalos logísticos encontrados durante o desenvolvimento da pesquisa e

que não se tem muita alternativa a não ser se adaptar às condições e oferecer a

melhor opção de utilização, foram:

a) A falta de locais de armazém de contêineres, em um número maior do que o

oferecido pela proposta;

b) E a ampliação da Rodovia dos Tamoios, principal rodovia de acesso ao PSS.

Após pesquisa individual de volume, destino e sazonalidade das exportações das

empresas, identificação dos números de contêineres de 20" transportados podendo

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estes serem alocados juntos reduzindo a quantidade de caminhões utilizados, já que

a carreta para transporte de contêineres tem um padrão de tamanho disponível para

o container de 40’.

O levantamento de dados referente ao volume de exportação e importação,

comprovam que poder da oferta e da procura tem um papel influente no valor do

frete cobrado por parte das transportadoras e o transporte internacional marítimo.

Com uma quantidade expressiva de contêineres e os atributos do PSS com suas

características naturais, podem ser considerados um “trunfo” na negociação com os

participantes da cadeia de suprimentos.

Portanto, pode-se basicamente dizer com base no levantamento de dados e

pesquisa bibliográfica que:

Existe a possibilidade de negociação de preços entre empresas

prestadoras de frete e operadores portuários, com referencia ao volume

de carga encontrado no levantamento dos dados (2.318 TEUS);

A utilização do contêiner, poderia facilitar a movimentação e operação

com as cargas;

A colaboração (CTM), proporcionaria o compartilhamento de benefícios e

riscos entre os participantes, possivelmente minimizando os prejuízos

caso estes ocorram;

O desempenho do CTM só poderá ser realmente avaliado com base no

calculo das reduções após analise do desempenho da operação como um

todo;

Por se tratar de um tema divulgado recentemente, nos anos 2000

(BOTTER, 2004), as empresas ainda apresentam resistência à ideia da

colaboração e compartilhamento de dados, pois não sabem realmente

quão confiáveis seriam as outras empresas nesse compartilhamento de

dados;

Para possível eliminação dessa “barreira” por parte das empresas,

sugeriu-se um Workshop para apresentação das empresas e assim o

contato dos responsáveis com a finalidade de quebrar o paradigma da

falta de confiabilidade entre os envolvidos;

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85

Considerando que o embarque piloto seriam com 500 TEUS,

considerando as instalações oferecidas pelo PSS e a mão-de-obra

disponível (armadores, operadores portuários e transportadoras), pode-se

dizer que o PSS possivelmente seria capaz de atender a demanda inicial,

para verificação do andamento dos processos e possíveis correções;

Com o CTM, possivelmente seria mais fácil identificar ineficiências dentro

do processo de transporte, dando a oportunidade de ação para correção

do mesmo, pois seria um processo único;

A gestão do transporte colaborativo tem como objetivo, desenvolver as

relações existentes entre transportadores, compradores, vendedores e

fornecedores terceirizados em logística para proporcionar uma melhoria na

prestação dos serviços e atendimento aos clientes, melhora na eficiência

do transporte e melhoria nos custos, ou melhor, na redução dos custos

envolvidos no processo.

Pode-se de uma forma geral, dizer que os resultados encontrados e

avaliados, demonstram de forma precisa que os portos deverão estar atentos as

movimentações de cargas conteinerizadas, pois estas estão aumentando e

consequentemente, o porto que não se ater a esta possibilidade de atendimento,

sofrerá com perda de clientes, para portos vizinhos.

A unificação de cargas de uma forma geral poderá movimentar de forma mais

ordenada, as operações logísticas, unidas ao conceito do CTM, ou seja, unificação

com colaboração entre as partes envolvidas, para gerar benefícios como um todo,

para todos.

Portanto, considera-se com base no levantamento de dados e bibliografia, que o

Porto de São Sebastião, possivelmente seria capaz de atender a demanda de

contêineres, desde que, esta operação seja realizada de forma planejada e de

acordo com o que ela se propõe que é o ganho de forma colaborativa e sustentável.

Page 93: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

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93

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dezembro de 2012.

VANTINE, J. G. A logística em imagens. Coleção memórias. Ed. 1 São Paulo:

NTC&LOGÍSTICA 2012

VANTINE, J. G. Nos Caminhos da logística – Coleção memórias . Ed. 1 São

Paulo: NTC&LOGÍSTICA 2012

VASCONCELLOS, Marco Antonio S. ; LIMA, Miguel ; SILBER, Simão – Gestão de

Negócios Internacionais – Ed 2 São Paulo: Editora Saraiva 2008

WANKE, P. Uma Revisão dos Programas de Resposta Rápida: ECR, CRP, VMI,

CPFR, JIT II. Disponível em: < http://www.cel.coppead.ufrj.br/fs-public.htm>. Acesso

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Page 101: COLLABORATIVE TRANSPORTATION MANAGEMENT (CTM) · por exemplo, com o objetivo de otimizar o transporte de cargas e poder atender aos clientes com o menor custo total, dada a melhora

94

Apêndices

APÊNDICE 1 – Movimentação em toneladas do Porto Organizado referente aos

anos de 2007 a 2011 (Fonte: Porto de São Sebastião)

PRODUTO 2007 2008 2009 2010 2011

Siderúrgicos - 246.823 31.117 21.641 46.017

Pallets - - - 3.445 -

Veículos 17.662 8.862 - - 24.456

Caixas - - - - -

Fardos - - - - -

Contêineres - 78 543 - -

Sucata de Ferro Granel - - 10.341 23.390 42.460

Barrilha a Granel 246.174 285.319 239.679 239.762 216.104

Sulfato de Sódio a Granel 116.639 146.312 97.879 128.670 181.644

Trigo a Granel - - - - -

Malte a Granel 17.460 11.755 12.741 26.159 6.343

Cevada a Granel 81.848 80.715 113.136 111.846 108.219

Enxofre Granulado Granel - 33.537 - - -

Caroço de Algodão Granel - - - - -

Animais vivos 2.468 3.779 898 334 997

Bags Químicos - 1.158 1.181 8.675 910

Ração Animal em Sacas 1.107 1.657 648 1.181 478

Açúcar em Sacas e Slings - - - - -

Equipamentos 207 2.286 10.212 7.796 9.606

Feldspato a granel - - - 80.526 26.237

Nephline a granel - - - - -

Silicato Zircônio a granel - - - - -

Destilado alcoólico granel - - - - -

TOTAIS ANUAIS 483.565 822.281 518.375 653.425 663.471

OPER. APOIO+PESCA 5.792 11.298 8.628 10.696 5.952

TOTAL ACUMULADO 489.357 833.579 527.003 664.121 669.423

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APÊNDICE 2 – Normas de Contêineres ABNT

NORMAS DE CONTÊINERES ABNT

NBR ISO Nº. 668 Contêineres Séries 1 – Classificação,

Dimensão e Capacidade

NBR ISO Nº. 5945 Dispositivos de canto – Especificações

NBR ISO Nº. 5973 Tipos de Contêineres – Classificação

NBR ISO Nº. 5978 Padronização

NBR ISO Nº.5979 Terminologia

NBR ISO Nº. 6346 Códigos, identificação e marcação

Fonte: CBC – Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal

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APÊNDICE 3 - Dimensões típicas de contêineres

Os valores referenciados estão de acordo com a edição de 2005 da norma ISO 668

e ISO 1496-1

General Purpose Container 20’ (dry) General Purpose Container 40’ (dry)

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Externa

2,438

6,058

2,438

Externa

2,438

12,192

2,438

Interna

2,330

5,857

2,197

Interna

2,330

11,998

2,197

Porta

2,286

__________

2,134

Porta

2,286

__________

2,134

Cap.

Cúbica

(m³)

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

Cap.

Cúbica

(m³)

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

33,00 24,00 21,700 2,300 67,70 30,480 26,700 3,780

General Purpose Container 40’ (High Cube) 9’6”

Dimensões

Largura (m)

Comprimento (m)

Altura (m)

Externa

2,438

12,192

2,896

Interna

2,350

12,024

2,697

Porta

2,340

__________

2,597

Cap. Cúbica

(m³)

Cap. Bruta

(ton.)

Cap. Carga (ton.) Tara (ton.)

76,3 30,480 26,460 4,020

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Flat Rack 20 Flat Rack 40

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Externa

2,438

6,060

2,590

Externa

2,438

12,192

2,590

Interna

2,352

5,900

2,310

Interna

2,410

12,020

1,955

Porta

_______

__________

____

Porta

_____

__________

_____

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

32,00 29,500 3,000 56,6 40,050 4,950

Open Top 20 Open Top 40

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Externa

2,438

6,060

2,590

Externa

2,438

12,192

2,590

Interna

2,340

5,890

2,360

Interna

2,352

12,024

2,380

Porta

2,32

__________

2,25

Porta

2,32

__________

2,25

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

32,60 21,700 2,300 67,3 26,280 4,200

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Refrigerated 20 Refrigerated 40

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Externa

2,438

6,060

2,590

Externa

2,438

12,192

2,590

Interna

2,285

5,450

2,260

Interna

2,285

11,570

2,250

Porta

2,32

__________

2,25

Porta

2,290

__________

2,265

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

28,1 21,800 3,200 58,4 26,000 4,480

General Purpose Container 40’ (High Cube)

9’6”

Dimensões

Largura

(m)

Comprimento

(m)

Altura

(m)

Externa

2,438

6,060

2,590

Interna

2,340

5,900

2,390

Porta

2,340

_______

2,270

Cap.

Bruta

(ton.)

Cap. Carga

(ton.)

Tara

(ton.)

32,99 22,050 2,350

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APÊNDICE 4 - Movimentação de contêineres nos anos de 1980 a 2006

Figura 1.1: Comparação da variação do PIB global, do comércio global, e das movimentações global

de contêineres nos portos entre 1980 e 2006.

Fonte: adaptado de ABRATEC (2008).

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APÊNDICE 5 – Apresentação do projeto acadêmico

Projeto de embarque colaborativo - Conport São Sebastião

Um projeto logístico de exportadores e importadores precisa ter em comum um único fator: o destino e a embalagem de contêiner. Partindo deste princípio, o projeto tem o objetivo de demonstrar como esse fator em comum pode ser aplicado no porto de São Sebastião.

O estudo tem como abordagem central a quebra do paradigma envolvendo o porto de São Sebastião, que hoje não possui movimentação de navios especializados em contêiner.

Um dos motivos pelo qual o porto de São Sebastião não é utilizado é porque o porto não possui carga disponível pelos exportadores da região do Vale do Paraíba. Esses produtores, em sua grande maioria, percorrem uma longa distância e utilizam o porto da cidade de Santos.

O projeto Conport, elaborado por meios acadêmicos, verificou que é possível agregar economia de percurso em escala, trazendo benefícios econômicos e ambientais em macro escala como, por exemplo, a redução de carga difusa ao largo das rodovias e redução da emissão de gás carbônico pelos caminhões,se o mesmo embarque for feito pelo porto de São Sebastião.

O poder da oferta e da demanda tem papel influente no valor cobrado para o transporte internacional marítimo. A negociação de uma quantidade expressiva de contêineres, um dos objetivos do projeto Conport, possibilita a redução dos custos e estudo da variação dos indicativos de valores praticados por navios que operam no porto de Santos e a possibilidade de operação dos armadores no porto de São Sebastião.

Com a proposta de estabelecer o transporte colaborativo com um prazo de demurrage reduzido, devido ao não congestionamento do porto, a pesquisa estudou os pontos de redução de custos e seus gargalos.

As vias de acesso ao porto são monitoradas por câmeras,portanto foi

possível saber quais os horários mais indicados para o tráfego de carretas pela cidade, além do fato dos embarques de contêineres serem previamente agendados, o que não prejudica a operação do porto, nem contribui para o aumento do transito da cidade.

O porto de São Sebastião não dispõe de Transteineres, equipamentos especializados em embarques e desembarque de contêineres, o que eleva o tempo de movimentação das operações. No entanto, existem hoje no porto,três guindastes MHC de operadores portuários com plena capacidade para efetuar tais operações.

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Um indicador que o estudo contempla realizar é o resultado da variável de custo do aumento de tempo da variação com a redução de tempo para atracação do navio.

Após pesquisa individual de volume, destino e sazonalidade das

exportações das empresas,estudo do projeto Conport permite identificar os números de contêineres de 20 polegadas transportados. Os contêineres podem ser alocados juntos, reduzindo o número de caminhões utilizados, já que a carreta para transporte de contêineres tem um padrão de tamanho disponível para contêineres de 40 polegadas.

Os benefícios desta colaboração são ampliados aos outros “players”. O

agente de carga, por exemplo, aumentará o volume de carga com que trabalha, aumentando também sua carteira de clientes. Já para as empresas de transporte, a otimização dos embarques através dessa colaboração virá a minimizar também seus gastos, consequentemente também seus custos, uma vez que as cargas serão, na maioria das vezes, centralizadas e unificadas. Não haverá transportes com sobra de capacidade e espaço vazio.

A conclusão do estudo demonstra os benefícios doaperfeiçoamento e

otimizaçãoda movimentação portuária na região e sua redução do custo logístico.O estudo também diagnostica as variáveis envolvidas, especifica a mão de obra necessária e inova na composição do transporte colaborativo para dar início a uma operação com empresas de relevância internacional.

O país escolhido para o embarque piloto foi a Argentina.

O projeto não irá cruzar os dados fornecidos por empresas concorrentes e não tem fins lucrativos. O objetivo do projeto não é repassar o dinheiro entregue pelos patrocinadores e sim indicar quais empresas fornecedoras deverão ser pagas, promovendo assim, um encontro entre empresas.

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APÊNDICE 6 - Projeto de rota-marítima de contêineres São Sebastião - Argentina

Projeto de Rota Marítima de Contêineres São Sebastião - Argentina

Esse projeto visa estabelecer uma rota regular de transporte de contêiner que

deverá surgir a partir de um embarque piloto no porto de São Sebastião em até 90

dias, com destino á Argentina. Toda a logística envolvida já foi negociada, sendo

que no momento temos um armador brasileiro disposto a participar, um operador

portuário que irá realizar o transbordo, uma empresa de logística que irá coordenar a

operação e um grupo de acadêmicos da FATEC São Sebastião sob a Coordenação

de um Mestre dando suporte de caráter informativo e tecnológico.

Estudo já realizado por este grupo acadêmico comprovou que é falso o

conceito de que o porto de São Sebastião não tem estrutura para movimentação de

navios especializados em contêiner.

Os produtores do Vale do Paraíba, em sua grande maioria, utilizam o porto da

cidade de Santos para exportarem suas mercadorias. Os produtos percorrem uma

longa distância, cerca de 180 km até chegarem ao seu destino final, o porto de

Santos. Além de percorrerem enorme distância, as mercadorias sofrem inúmeras

dificuldades até serem embarcadas em seus respectivos navios, como ineficácia nas

operações, falta de espaço nos pátios, dificuldades para carregar e descarregar

contêineres, comprometendo a agilidade das operações logísticas e gerando custos

adicionais, que acabam provocando prejuízos operacionais e financeiros, baixa

produtividade, entre outros. Os produtores do Vale do Paraíba utilizam o porto de

Santos com a justificativa que o porto de São Sebastião não possui linha de navios

especializados em contêineres. Com o projeto em questão elaborado por meios

acadêmicos em conjunto com empresas de logística e operadores portuários.O país

que as empresas exportam com maior freqüência é a Argentina.

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Com a proposta de se estabelecer o transporte colaborativo e com um prazo

de demurrage reduzido devido ao porto não ser congestionado, o projeto reduzirá os

pontos de redução de custos e seus gargalos.

Navios operam hoje no congestionado porto de Santos, onde devido ao

congestionamento,sofrem muito atraso.Esses poderão assim atracar no porto de

São Sebastião.

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APÊNDICE 7 - Cronograma de atividades do projeto acadêmico “Conport” - Fatec

São Sebastião 2012

1. Inicialmente, realizou-se o contato com as empresas exportadoras para

verificação do volume de exportação, para uma análise prévia do destino

principal das cargas do Vale do Paraíba

2. Após a análise prévia, criou-se um cronograma de datas para o embarque

dos exportadores da região, levando em consideração o volume exportado e

a freqüência, onde esta freqüência era limitada por questões de infra-

estrutura do Porto de São Sebastião

3. A partir dos dados, elaborou-se um cronograma da previsão de chegada do

navio ao Porto de São Sebastião

4. O volume e peso das cargas a serem exportadas, devem ser avaliados para

atentar as necessidades dos exportadores, quanto ao tamanho e quantidade

de contêineres (20’ ou 40’) que este necessitará para embarcar suas

mercadorias. Tal operação deverá ser realizada nas fábricas, pois o custo no

porto seria caro para tal.

5. Realização da negociação das disponibilidades de: caminhões, com a

empresa que irá realizar o frete, de armazenagem dos contêineres a serem

exportados no Porto de São Sebastião com as empresas competentes para a

operação e de recebimento no porto, para assim, definir as prioridades que

serão adotadas nesta negociação.

6. Realizar a programação da chegada dos caminhões com os contêineres das

empresas do Vale do Paraíba, para um melhor aproveitamento da mão-de-

obra do trabalhadores portuários (o que pode gerar um custo menor, se bem

aproveitada) e a redução do impacto que estes caminhões podem ocasionar

nas vias de acesso ao porto no trânsito.

7. Liberação da Receita Federal, com referência às cargas armazenadas no

pátio do porto, o que dura em média 48 horas

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8. E por fim, o planejamento do embarque no navio, definida a quantidade de

caminhões necessários para o transporte de todos os contêineres até o

costado do navio dentro do porto.