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26 • RobecoSAM • The Sustainability Yearbook 2018
As instituições financeiras são players fundamentais para a construção de um
mundo mais sustentável por sua capacidade de mobilizar capital para dar suporte
às iniciativas sustentáveis que promovam o desenvolvimento econômico no curto-
médio e no longo prazo, e que tenham impacto social duradouro para comunidades
e regiões inteiras. Além disso, elas dão aos clientes institucionais e de varejo
acesso e educação sobre produtos financeiros sustentáveis de forma que eles
também possam contribuir para as causas que valorizam, ao mesmo tempo que
obtêm retorno financeiro. Conversamos com Laurence Pessez do BNP Paribas e
com Guy Janssens do BNP Paribas Fortis para saber mais sobre como um grande
banco e gestor de ativos está usando sua presença global e seu conhecimento
local para promover a causa da sustentabilidade junto aos clientes em mercados
domésticos na zona do Euro e em círculos financeiros em todo o mundo.
Guy Janssens
Chefe de Investimentos Sustentáveis e Responsáveis
BNP Paribas Fortis
Laurence Pessez
Chefe Global de Responsabilidade Social Corporativa
Grupo BNP Paribas
Colocando o compromisso em prática no setor de serviços financeiros
The Sustainability Yearbook 2018 • RobecoSAM • 27
RobecoSAM (RS): O CEO do seu grupo, Jean
Laurent Bonnafe, comentou recentemente que
como banco internacional, sua função é “ajudar
a promover a transição energética e contribuir
para a descarbonização da economia”. Como
isso funciona mais precisamente, na prática?
Laurence Pessez (LP): As questões relacionadas a
mudanças climáticas têm implicações significativas
para as economias em todo o mundo e continuam
a causar impacto em nossos clientes e no valor
dos nossos ativos. O BNP Paribas considera a
mudança climática uma prioridade há muitos anos
e realizou diversas iniciativas, incluindo ajudar
nossos clientes a buscar eficiência energética,
financiar projetos de energias renováveis, investir
em pesquisa científica relacionada a mudanças
climáticas e colaborar com stakeholders externos
para desenvolver soluções de baixo carbono.
Usando a meta de aquecimento global de 2˚C
estabelecida como referência no Acordo de
Paris da COP 21, o BNP Paribas lançou novos
compromissos para contribuir com a transição
para um sistema de energia de baixo carbono.
RS: Você poderia citar alguns desses compromissos?
Para começar, aumentamos o financiamento
para soluções de energias renováveis, reduzimos
nossa exposição a fontes de energia provenientes
de combustíveis fósseis como carvão térmico e
incorporamos os preços internos de carbono em nossas
decisões financeiras. Também queremos estar na
vanguarda no desenvolvimento de soluções inovadoras
de financiamentos e investimentos para estimular a
transição para uma economia mais energeticamente
eficiente e com baixa emissão de carbono.
Para atingir essa meta, fizemos parcerias e nos
envolvemos em iniciativas para engajar entidades
reguladoras, formuladores de políticas, líderes
empresariais e a comunidade científica para apoiar
a transição energética. Recentemente, em dezembro
de 2017, participamos da cúpula ambiental ‘One
Planet Summit’ em Paris na qual cerca de 90
empresas francesas assinaram o French Business
Climate Pledge (Compromisso Empresarial Francês
com o Clima) que dedicou 320 milhões de euros
para redução de emissões de gases do efeito estufa,
precificação interna do carbono e implantação
das recomendações da Força Tarefa do Financial
Stability Board (Conselho de Estabilidade Financeira
para transparência relacionada ao clima (TFCD).
RS: Iniciativas de desenvolvimento internacional
são às vezes criticadas por se tratarem de mais
palavras e menos ações. O que o BNP Paribas
está fazendo para garantir que você esteja
alinhado com os seus objetivos declarados?
LP: Para cada uma das nossas metas declaradas de
Corporate Social Responsibility – CSR (Responsabilidade
Social Corporativa), atribuímos indicadores-chave de
desempenho, ou KPIs, para nos ajudar a acompanhar
nossos resultados e desempenho ao longo do tempo.
Tentamos criar indicadores específicos, mensuráveis
e adequados ao objetivo. Por exemplo, nossa meta
de ampliar o financiamento para energias renováveis
é amparada pelo KPI de dobrar nosso financiamento
para projetos de energias renováveis para 15 bilhões
de euros até 2020. Um KPI para o nosso compromisso
com financiamento inovador é estar entre os 3 maiores
emissores de títulos verdes em euro do mundo até 2018.
“Queremos estar na vanguarda no desenvolvimento de soluções inovadoras de financiamentos e investimentos para estimular a transição para uma economia mais energeticamente eficiente e com baixa emissão de carbono.”
“Nossa meta de ampliar o financiamento para energias renováveis é amparada pelo KPI de dobrar nosso financiamento para projetos de energias renováveis para 15 bilhões de euros até 2020.”
28 • RobecoSAM • The Sustainability Yearbook 2018
RS: A sustentabilidade se tornou tendência
dominante. As últimas estimativas estão em
mais de 23 trilhões de dólares no mundo.1 Na sua
opinião, a que se deve essa onda de interesse?
Guy Janssens (GJ): Há um consenso cada vez maior
entre investidores sobre a importância de cuidar
do nosso meio ambiente e garantir o bem-estar
e a prosperidade das pessoas em todo o mundo.
Investimentos Socialmente Responsáveis, ou
simplesmente SRI, fazem sentido, não apenas por
razões éticas, mas também por motivos financeiros.
RS: Você poderia nos falar mais sobre a
evolução dos produtos de sustentabilidade
do BNP Paribas Asset Management?
GJ: Estamos inovando constantemente em pesquisas,
processos e análises para o desenvolvimento de
novos produtos, alinhados com as questões de
desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.
Há mais de uma década estamos desenvolvendo
um produto de SRI completo e customizado para as
necessidades tanto de clientes individuais quanto de
clientes institucionais. Esse produto engloba fundos
de ações, títulos e múltiplos ativos, que variam dos
melhores fundos aos fundos temáticos, que investem
em empresas que estão ajudando a resolver desafios
ambientais e sociais acerca de temas específicos.
Desde 2012, aplicamos os padrões ESG (governança
ambiental, social e corporativa) baseados nos princípios
do Pacto Global da ONU em todos os nossos processos
de investimento por meio de rigorosas políticas para
o setor. Para isso, criamos uma equipe dedicada
a pesquisa financeira suplementar, que classifica
empresas e países soberanos com base nos padrões ESG.
Também cultivamos parcerias com premiados gestores
de fundos ambientais em todo o mundo. Atualmente
gerimos mais de 40 bilhões de euros2 dentro do nosso
produto de SRI e testemunhamos o maior crescimento
de SRI na nossa divisão de private banking.
Vimos uma demanda particularmente forte para
investimentos sustentáveis na Bélgica, onde
“Há mais de uma década estamos desenvolvendo um produto de SRI completo e customizado para as necessidades tanto de clientes individuais quanto de clientes institucionais.”
Responsabilidade Social Corporativa: Definindo Prioridades e Medindo o Desempenho
META => Indicador- Chave de Desempenho (KPI)
1. Aumentar o financiamento para soluções de energias renováveis => dobrar o financiamento para projetos
de energias renováveis para 15 bilhões de euros até 2020
2. Reduzir a exposição a fontes de energia de carvão térmico => deixar de financiar projetos de usinas a carvão
e empresas de extração de carvão que não tenham estratégias de renovação energética
3. Reduzir a exposição à produção não convencional de petróleo e gás => encerrar os negócios com empresas
cujas principais atividades sejam relacionadas a xisto betuminoso e areias asfálticas
4. Mitigar riscos relacionados à transição energética => incorporar o preço do carbono interno às decisões
financeiras
5. Integrar o risco de carbono às atividades de investimento para clientes => medir, monitorar e divulgar a
pegada de carbono das carteiras de investimentos dos clientes
6. Desenvolver soluções inovadoras de financiamento e investimento para estimular a transição energética
=> visar estar entre os 3 maiores emissores de títulos verdes em euro do mundo até 2018 • Investir 100
milhões até 2020 para estimular startups inovadoras a desenvolver tecnologias e modelos de negócio que
tratem dos desafios relacionados a energia
7. Envolver-se com autoridades reguladoras, formuladores de políticas e comunidade científica para dar
suporte à transição energética => participar de diálogo contínuo e de iniciativas de compartilhamento
de dados e conhecimento • colaborar com instituições financeiras e reguladores do mercado no
desenvolvimento de mecanismos eficientes no mercado financeiro para estimular a transição energética e
limitar o aquecimento global
1 https://www.forbes.com/sites/dinamedland/2017/03/27/europe-accounts-for-over-half-of-22-89-tn-global-sri-assets-as-sustainable-investing-takes-off/#52ed722f64f1
2 A Partir de Junho de 2017
The Sustainability Yearbook 2018 • RobecoSAM • 29
gerenciamos mais de 7 bilhões de euros para
pessoas com patrimônio líquido elevado. O BNP
Paribas Asset Management e o BNP Private Banking
estão comprometidos com nossos clientes e com
investimentos socialmente responsáveis. Estamos
nesse mercado há muito tempo e os clientes se
beneficiam da nossa extensa experiência em SRI.
RS: Como as megatendências globais
estão impactando o BNP Paribas Asset
Management especificamente como
uma unidade de negócio distinta?
Guy Janssens (GJ): O BNP Paribas Asset Management
sempre se interessou pela proteção do valor
dos investimentos dos nossos clientes no longo
prazo - esse compromisso nunca diminuiu. Desde
2002, tomamos medidas práticas para combater
às mudanças climáticas, que é um dos desafios
sustentáveis mais críticos e de longo alcance, devido
a seu impacto significativo, imediato e de longo
prazo para os clientes, os negócios e a sociedade.
Executamos nossa estratégia em três níveis: (1) nossa
resposta externa, global (2) nossa resposta interna,
operacional, e (3) nossa resposta com nossos clientes.
RS: Como você define resposta global? Você
pode nos dar alguns exemplos disso?
GJ: Nossa resposta global se caracteriza por demonstrar
visivelmente o nosso apoio à responsabilidade social,
que é coerente com conter o aquecimento global
para +2°C. Acreditamos que, ultrapassar esse nível
de aquecimento global é uma ameaça à nossa
estabilidade econômica e, consequentemente, aos
investimentos financeiros de longo prazo. Estamos
convencidos da necessidade de redirecionar a
economia rumo a esse objetivo através de uma
combinação de políticas públicas e de financiamento
público-privado. Para tanto, focamos em temas como
alocação de capital para empresas sustentáveis,
gestão responsável, transparência e engajamento.
Na verdade, estamos entre os primeiros gestores
de fundos mainstream a assinar o Compromisso de
Montreal e juntar-se à Coalizão para a Descarbonização
de Portfólios em 2015 já citada por Laurence.
Neste ano estávamos entre os investidores
institucionais mais influentes do mundo (com ativos
totalizando mais de $26 trilhões de dólares) que
lançaram a iniciativa Climate Action 100+ para
engajar os maiores emissores corporativos de gases do
efeito estufa para reduzir suas emissões e intensificar
suas ações relativas às mudanças climáticas.
BNP Paribas Asset Management—Resposta às Megatendências Globais
Alocação de capital para empresas sustentáveis — implica no desenvolvimento de produtos de investimento
em tecnologias de baixo carbono, no financiamento da transição para energias de fontes renováveis, na
mensuração das pegadas de carbono e na identificação e mensuração dos riscos relacionados ao carbono.
Gestão responsável — significa tratar de mudanças climáticas nas votações em nossas assembleias gerais
anuais e se envolver diretamente com as empresas em relação às mudanças climáticas.
Transparência e Compromisso — envolve unir forças com outros gestores de ativos para mostrar um
compromisso unificado.
Engajamento — significa ser uma parte ativa no desenvolvimento de soluções com empresas, clientes e como
parte de fóruns globais.
“Ultrapassar esse nível de aquecimento global é uma ameaça à nossa estabilidade econômica e, consequentemente, aos investimentos financeiros de longo prazo.”
30 • RobecoSAM • The Sustainability Yearbook 2018
RS: Quais critérios orientam sua resposta interna?
GJ: Nossa abordagem interna é focada principalmente
na identificação, mensuração e redução da nossa
exposição aos riscos de carbono. Restringimos o
impacto das nossas atividades no meio ambiente,
por meio de medidas para conter a nossa própria
pegada ambiental. No plano global e local, nos
empenhamos para atingir a neutralidade de emissões
resultantes das nossas operações internas.
Em termos mais amplos, desde 2002, consideramos
parte da nossa obrigação fiduciária, proteger o valor
dos investimentos dos clientes agindo contra as
mudanças climáticas. Em 2003 nos juntamos ao IGCC -
Institutional Investor Group on Climate Change, grupo
de investidores institucionais para combater mudanças
climáticas. Essa foi apenas uma plataforma que deu aos
investidores a oportunidade de usar seu poder coletivo
para lutar contra o aquecimento global, levando líderes
empresariais a pensar sobre riscos de longo prazo em
suas práticas de negócio e a elaborar produtos de
investimento que considerem e apliquem os princípios
de ESG, e a trabalhar com o setor público para criar
políticas que tratem das mudanças climáticas.
Também aplicamos políticas para limitar investimentos
em setores polêmicos afetados pelas mudanças
climáticas incluindo mineração, óleo de palma,
agricultura e geração de energia a carvão.
De um ponto de vista mais operacional, estamos
comprometidos em aumentar a consciência
entre os nossos funcionários e reduzir nossa
pegada ambiental, por meio de ações como a
racionalização do uso de papel e o estabelecimento
de uma política de viagens responsável.
RS: Você mencionou o acompanhamento de
seus clientes na transição para uma economia
de baixo carbono como o terceiro foco da sua
resposta às mudanças climáticas. Se eu fosse um
cliente, como você explicaria isso para mim?
GJ: Fornecemos aos nossos clientes análises detalhadas
dos efeitos que as mudanças climáticas podem ter
em seus investimentos, e oferecemos uma ampla
gama de soluções que satisfazem suas necessidades
específicas. Oferecemos soluções sob medida para
nossos investidores, permitindo que eles reduzam a
pegada de carbono das suas carteiras. Duplicamos
o total de fundos para os quais calculamos uma
pegada de carbono, que chega a 200em 2017.
RS: Parcerias público/privadas são um tema
consistente, quando se discutem iniciativas
sustentáveis, e provavelmente a mais conhecida
das iniciativas seja o estabelecimento dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da
ONU (ODSs). Como o BNP Paribas está usando
os ODSs dentro do seu programa de CSR?
LP: A estratégia de CSR do Grupo contribui para
uma ampla gama de ODSs que incluem o estímulo
ao desenvolvimento econômico, inclusão financeira
para populações vulneráveis, diversidade de gênero,
microfinanciamento, preservação dos recursos naturais
e garantia de saúde e bem-estar para comunidades
carentes. Nossas atividades são globais, estamos
presentes em todos os continentes [ver Figura 1].
Considerando nosso conhecimento como instituição
financeira, não nos surpreende o fato da maioria dos
nossos projetos girar em torno de inclusão financeira
e de promover o acesso a empréstimos e ao sistema
bancário. A inclusão financeira é um conceito que
pode ajudar a facilitar a conquista de vários ODSs,
incluindo erradicar a pobreza, criar empregos,
aumentar a igualdade de gênero e melhorar a saúde.
RS: Você poderia citar alguns exemplos
de projetos de diferentes regiões que
estão planejados ou em andamento?
Obviamente queremos maximizar o impacto, e a
melhor maneira de fazê-lo é dar suporte a áreas
relacionadas aos pontos fortes e vantagens de uma
determinada região, sejam eles recursos naturais,
capital humano ou infraestrutura de tecnologia.
Também somos orientados por informações de
agências de desenvolvimento e especialistas locais.
No Vietnã, estamos ajudando a economizar água,
controlar a poluição e proteger plantações com a
“Consideramos parte da nossa obrigação fiduciária, proteger o valor dos investimentos dos clientes agindo contra as mudanças climáticas.”
“Fornecemos aos nossos clientes análises detalhadas dos efeitos que as mudanças climáticas podem ter em seus investimentos.”
The Sustainability Yearbook 2018 • RobecoSAM • 31
modernização de estações de bombeamento, ajudando
assim residentes e agricultores a controlarem a
drenagem contaminada causada por enchentes.
Na Indonésia, em colaboração com o governo,
estamos ajudando a reduzir a pobreza e promovendo
a capacitação econômica por meio do aumento
ao acesso a serviços bancários móveis — ação
pioneira entre instituições bancárias na região.
Na Índia, onde estão 41% dos micro mutuários,
estamos apoiando a igualdade de gênero, reduzindo a
pobreza e promovendo o desenvolvimento econômico
por meio de micro empréstimos para mulheres.
Nossos empréstimos na Índia aumentaram mais de
7 vezes, atingindo 51,8 milhões em apenas 3 anos.
O BNP Paribas também assinou um acordo com o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) levando capital privado para projetos
sustentáveis em países emergentes. Os indicadores
-chave de desempenho incluem atingir volumes de
financiamento de capital de 10 bilhões de dólares
até 2025 e apoiar projetos de pequeno porte como
acesso a energias renováveis, ações agroflorestais,
acesso a água e agricultura responsável.
RS: Você destacou exemplos de países em
desenvolvimento, mas vocês também contribuem
para iniciativas no mundo desenvolvido?
Com certeza. Mais perto de casa, na Europa e na
Eurásia, emprestamos mais de 770 milhões de euros
para projetos voltados a pequenas e médias empresas,
pequenos agricultores e mulheres empreendedoras
na Turquia e na Polônia. E o nosso banco comercial,
com base na Ucrânia, está concedendo 10 milhões de
euros em financiamento a residentes para melhorar a
eficiência energética e o acesso a energias renováveis.
Por fim, na América do Norte, nossa filial
bancária, o Bank of the West, ajuda a fornecer
serviços médicos para comunidades carentes no
sul da Califórnia. O banco emprestou mais de 22
milhões de dólares e possibilitou perto de um
milhão de consultas médicas. [ver Figura 1].
Figura 1: Exemplos de Projetos de Sustentabilidade do BNP Paribas pelo mundo
Fonte: RobecoSAM
AMÉRICA DO NORTEAcesso à saúde nos EUA — $22MM em empréstimos e suporte financeiro para a AltaMed Health com 43 centros médicos cuidando das comunidades mais carentes do Sul da Califórnia.
LESTE EUROPEU E EURÁSIA Igualdade de Gêneros e Desenvolvimento Econômico na Turquia e Polônia — mais de €770MM para PMEs, pequenos produtores rurais, e mulheres empreendedoras.
Eficiência energética na Ucrânia —€10MM para financiar a transição para casas com eficiência energética e melhorar o acesso à energia renovável.
ÁFRICA Desenvolvimento econômico na Tunísia — €30MM em linhas de crédito de longo prazo para as PMEs, promovendo o desenvolvimento econômico regional.
ÁSIA ORIENTALIgualdade de Gêneros, Microcrédito e Redução da Pobreza na Índia — projetos de microcrédito totalizaram €248MM (aumento de 18%) em 2016, promovendo o desenvolvimento econômico e a redução da pobreza. Todos os esforços no sentido de microcréditos visam exclusivamente as mulheres.
ÁSIA ORIENTALInclusão financeira na Indonésia — O primeiro Asset Manager a dar aos cidadãos acesso a banco móvel, aumentando poupança, investimentos, consumo e autossuficiência econômica.Melhorando a infraestrutura de água no Vietnã — €11,5MM em empréstimos para modernizar a capacidade de escoamento de água da infraestrutura hídrica na província de Há Nam.
32 • RobecoSAM • The Sustainability Yearbook 2018
RS:O BNP Paribas usa KPIs em seu programa de CSR?
LP: Sem dúvida. Já mencionamos alguns deles.
Reconhecemos a utilidade dos KPIs e para impulsionar
ainda mais nossas ações, medindo ativamente nossas
contribuições. Também introduzimos os ODSs nos
indicadores-chave de desempenho para o programa de
CSR do Grupo.
O BNP Paribas tem 13 indicadores de gestão de CSR
que foram revisados e redefinidos em 2015 para o
período de 2016-2018; e o Grupo assumiu novos
compromissos quantitativos para esse período.
O Comitê Executivo e a Diretoria do Grupo analisam
anualmente a conquista desses objetivos. Nove
desses treze indicadores são usados no cálculo da
remuneração variável diferida dos 5.000 principais
gestores do Grupo e respondem por 20% das condições
para atribuir essa remuneração.
Além disso, tivemos o apoio da Vigeo-Eiris no
desenvolvimento de um indicador anual global - o
primeiro desse tipo no setor bancário - que mede
a proporção de empréstimos que contribuem
diretamente para atingir os ODSs. Em 2016, a
contribuição ficou em 16,6%, em comparação a 15%
em 2015.
RS: Uma mudança nunca ocorre de forma isolada e
geralmente são necessárias sinergias de entidades
coletivas trabalhando para compartilhar informações,
melhorar a compreensão e orientar a futura
condução de uma questão. Quais são as alianças
ou iniciativas às quais o BNP Paribas se juntou para
ajudar a moldar o cenário de sustentabilidade no
setor de serviços financeiros?
LP: Participamos de diversas alianças e iniciativas
que estão fortemente relacionadas à nossa principal
atividade, mas também daquelas com grande
alinhamento com a nossa ambição de dar suporte à
transição ecológica. Guy se referiu a algumas delas
na parte do negócio que trata de gestão de ativos. No
setor de empréstimos, o BNP Paribas está envolvido
principalmente nos Princípios do Equador3, cujo
objetivo é dar aos bancos uma estrutura responsável
para due dilligence em financiamento de projetos.
Como signatário do BEI Soft Commodities Compact4,
estamos comprometidos com a proteção e a
preservação das florestas e com a melhoria das práticas
agrícolas; e através do nosso suporte à coalizão Carbon
Pricing Leadership Coalition apoiamos a implantação
de um sistema global de precificação de carbono.
Além desses exemplos, também participamos de
outras alianças que promovem mais transparência,
responsabilização e responsabilidade no setor bancário.
No final de junho de 2017, estávamos entre as mais de
100 empresas que confirmaram seu compromisso de
suporte às recomendações voluntárias da Task Force
on Climate-related Financial Disclosures (Força Tarefa
para Divulgações Financeiras relacionadas ao Clima),
liderada pelo setor.
RS: Você mencionou anteriormente a cúpula One
Planet Summit que aconteceu em dezembro em Paris.
Por que esse evento é importante e por que o BNP
Paribas participou?
O One Planet Summit em Paris reúne as maiores forças
dos setores público e privado no combate às mudanças
climáticas. A Conferência também foi uma plataforma
usada por Bill Gates para anunciar a expansão do seu
grupo de investidores Breakthrough Energy Coalition
(BEC) e seu braço de capital de risco, a Energy Ventures
(EV), de forma a incluir mais instituições financeiras,
incluindo o BNP Paribas.
A BEC e a EV reúnem governos, instituições de pesquisa,
empresas de destaque e investidores privados para
elaborar e financiar novos modelos para investimento
em inovação energética. Por meio da nossa participação
nessa, e em outras iniciativas, esperamos estabelecer
novos caminhos, construir novos meios de investimento
e investir em empresas pioneiras para comercializar
novas tecnologias de energia e acelerar a transição para
uma economia de baixo carbono.
“Estamos comprometidos com a proteção e a preservação das florestas e com a melhoria das práticas agrícolas.”
“Esperamos estabelecer novos caminhos, construir novos meios de investimento e investir em empresas pioneiras para comercializar novas tecnologias de energia.”
3 Uma estrutura de gestão de riscos, adotada por instituições financeiras para determinar, avaliar e gerenciar os riscos ambientais e sociais nos projetos. Para mais informações visite www.equator-principles.com.
4 Uma iniciativa do Cambridge Institute for Sustainability Leadership para orientar o setor bancário a investir capital em modelos de negócio que aumentem a produtividade agrícola e suportem meios de subsistência ao mesmo tempo em que chegam a um nível zero de desmatamento líquido até 2020.
The Sustainability Yearbook 2018 • RobecoSAM • 33
Sobre o BNP Paribas
O BNP Paribas é um banco líder na Europa com atuação internacional. Estamos presentes em 74 países,
com mais de 192.000 funcionários (incluindo mais de 146.000 na Europa, 16.000 na Ásia Pacífico e 10.000
na África). O Grupo tem posições-chave em suas três principais atividades: Mercados Domésticos e Serviços
Financeiros Internacionais (com as redes de banco de varejo e serviços financeiros integradas no setor de
Retail Banking & Services) e o Banco Corporativo e Institucional, que atende a dois grupos de clientes: clientes
corporativos e investidores institucionais. O Grupo ajuda todos os seus clientes (indivíduos, associações
comunitárias, empreendedores, pequenas e médias empresas, clientes corporativos e institucionais) a
realizarem seus projetos por meio de soluções que englobam financiamentos, investimentos, poupança e
seguros de proteção.
Na Europa, o Grupo tem quatro mercados domésticos (Bélgica, França, Itália e Luxemburgo) e o BNP Paribas
Personal Finance é o líder na Europa em empréstimo ao consumidor.
O BNP Paribas está estendendo seu modelo integrado de banco de varejo aos países mediterrâneos, a Turquia,
ao Leste Europeu e a uma grande rede na região oeste dos Estados Unidos. Nas suas atividades nos setores de
Banco Corporativo e Institucional e de Serviços Financeiros Internacionais, o BNP Paribas também detém as
primeiras posições na Europa, uma forte presença nas Américas, assim como um negócio sólido e em franco
crescimento na região Ásia Pacífico.