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1
COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR
IVAN RIBEIRO FEITOSA
ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.
GOIÂNIA 2018
2
IVAN RIBEIRO FEITOSA
ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.
Artigo Científico, apresentado ao Comando da Academia e Ensino Bombeiro Militar - CAEBM, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais e obtenção do titulo de Aspirante a Oficial, Sob a orientação do Senhor 1º Tenente QOC Victor Eustáquio de Oliveira Cardoso.
GOIÂNIA 2018
3
IVAN RIBEIRO FEITOSA
ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.
Goiânia, 09 de Janeiro de 2018.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________ Roberto Machado Borges - TC QOC
Oficial Presidente
________________________________________ José Rodolfo Vicente Ribeiro – 1º Ten QOC
Oficial Membro
_______________________________________ Sancler Ramos – 1º Ten QOC
Oficial Membro
Nota
4
ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.
Ivan Ribeiro Feitosa1
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar os riscos que as operações com escada prolongável podem apresentar durante o seu emprego nas ocorrências de busca, salvamento e combate a incêndio no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). Para alcançar esse objetivo foi realizada uma minuciosa investigação sobre esse equipamento, através de uma revisão de literatura sobre estatísticas de salvamentos, acidentes, conceitos, partes, características, uso, procedimentos de segurança, funções, legislação, ferramentas de análises de riscos. Os métodos aplicados para obtenção dos resultados da pesquisa foram a Análise Preliminar dos Riscos (APR), Técnica do Incidente Crítico (TIC) e a Árvore de Análises de Falhas (AAF). Toda a pesquisa teve como centro de avaliação o uso de escada prolongável na área de atuação dos Bombeiros Militares. Os resultados subsidiaram a elaboração de um protocolo de segurança sobre trabalhos em altura, com uso da escada prolongável, visando colaborar com a segurança e integridade física dos bombeiros militares, vítimas e demais pessoas que transitam na área da operação, contribuindo com a excelência dos serviços prestados pelo CBMGO. Palavras chave: Escada Prolongável. Análise. Riscos. Segurança. Protocolo.
ABSTRACT
The present work has the objective of analyzing the risks that the operations with extension ladder can present during its use in the occurrences of search, rescue and fire fighting in the Military Fire Brigade of the State of Goiás (CBMGO). In order to achieve this objective, a thorough investigation of this equipment was carried out, through a literature review on salvage statistics, accidents, concepts, parts, features, use, safety procedures, functions, legislation and risk analysis tools. The methods applied to obtain the results of the research were the Preliminary Risk Analysis (PRA), Critical Incident Technique (CIT) and the Fault tree analysis (FAT). All the research had as center of evaluation the use of extension ladder in the activity area of the Military Firemen. The results supported the elaboration of a safety protocol for work at height using the extension ladder, aiming to collaborate with the safety and physical integrity of the military firefighters, victims and other people who transit the area of the operation, contributing to the excellence of the services provided by CBMGO. Keywords: Extension Ladder. Analysis. Risk. Safety. Protocol.
1 Formado em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.
5
INTRODUÇÃO
A Constituição Estadual de Goiás (1989), elenca no seu art. 125, inciso II
entre outras, as seguintes atribuições do Corpo de Bombeiros Militar: “à prevenção e
o combate a incêndios e a situações de pânicos, atividades de busca e salvamento
de pessoas e bens” (GOIÁS, 1989). Para os bombeiros militares as operações com
escada prolongável exigem um grau de técnica e estratégia elevado, devido ao grau
de complexidade de manuseio que envolve esse equipamento. O principal objetivo
das operações com escadas prolongável é servir como meio de evacuação,
salvamento e regaste de pessoas em perigos de vidas, que em situações de
ocorrência podem trazer grave riscos às vítimas e as guarnições. Muitos desses
riscos são causados por uso inapropriado ou incorreto do equipamento sem
observância das regras de segurança (AGUIAR, 2016).
Para Ramos (2015), as escadas prolongáveis, no campo da utilização
profissional pelo Corpo de Bombeiros, são equipamentos de emergência, em
diversos empregos, tanto em ações de buscas e salvamentos quanto em ações de
prevenção e combate a incêndios. Sua utilização é fundamental para se vencer
obstáculos, locais com diferença de nível, transposição de vãos, acesso a locais
obstruídos ou com acesso prejudicado, permitindo a ação de ascensão, descida e
transposição, rapidez e eficiência, sendo que seu bom uso e prática correta com o
equipamento são imprescindíveis para maior confiança e segurança do bombeiro.
Kerber (1981) nos ensina que em 100% dos incêndios, 90% são salvas pela
extinção do fogo, 9% por escadas prolongáveis e apenas 1% por outros meios de
salvamentos (KERBER,1981 apud PASTL, 2014).
Assim, segundo o manual MB-1 1° parte Brigada Militar (1996), as escadas
prolongáveis são ferramentas essenciais dentre os equipamentos de salvamento e
por meio delas se pode subir ligeiramente os diferentes pavimentos das edificações
e espaços confinados, em cujas aberturas, geralmente, se encontram pessoas em
perigo de vida.
No entanto, na contramão da vida, segundo Health and Safety Executive -
HSE, um terço de todos os incidentes relatados de queda de altura envolvem
escadas prolongáveis - em média, isso representa 14 óbitos e 1200 trabalhadores
feridos a cada ano. Muitas dessas lesões são causadas por inobservância da
legislação e dos procedimentos de segurança.
6
Dessa forma, considerando a importância e a diversidade das operações com
escada prolongável, equipamento amplamente versátil utilizado no âmbito do
CBMGO e Corporações coirmãs, esse trabalho propõe-se a fazer um protocolo de
segurança para trabalhos com escadas prolongáveis com adoção de uma linguagem
única, clara e precisa por meio de um protocolo de fácil consulta, baseado em
pesquisas, literaturas específicas e metodologias consagradas juntamente com
aplicação de ferramentas de análises de riscos que permitem analisar a concepção
do bombeiro militar sobre o objeto em estudo de acordo com os objetivos e
estratégias adotados para resolução de cada operação em particular que seja
observado pelos componentes das guarnições nos eventos.
2. PROTOCOLO DE SEGURANÇA
2.1 Definição
O protocolo de segurança é um detalhamento de procedimentos necessário
para a realização de uma atividade de grande importância dentro de qualquer
processo operacional, cujo objetivo é o de assegurar e garantir a segurança e a
integridade física dos bombeiros e demais pessoas envolvidas no processo,
mediante uma padronização de cada tarefa executada. O protocolo de segurança é
garantia de que a operação será realizada conforme padrões determinados
(AGUIAR, 2016; COSTA, 2016).
2.2 Da Importância do Protocolo de Segurança
Como podemos observar, o protocolo de segurança é importantíssimo para
que todos os bombeiros militares, especialmente os comandantes de guarnições
responsáveis diretos pela fiscalização das operações, realizem seus trabalhos com
segurança visando diminuir os riscos e evitar acidentes em situações laborais.
Ainda segundo a NR-35 (2012):
[...] 35.2.1 Cabe ao empregador [...] j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade; (BRASIL, 2012, p. 1).
7
3. DOS CONCEITOS
3.1 Definições, Partes e características da escada prolongável
Escada prolongável ou extensível utilizada pelo Corpo de Bombeiros Militar
(aquelas não conjugadas com viaturas) é um equipamento portátil ou manual,
composto por duas peças equidistantes ou levemente convergentes, ligadas
transversalmente de forma intercalada e que serve para um operador subir ou
descer de um nível para outro. Degraus: Partes de uma escada onde se posiciona
os pés para subir ou descer (ISASTUR, 2010; FLORES; ORNELAS; DIAS, 2016).
As escadas vêm de diferentes tipos e formas, pesos, tamanhos e materiais.
Atualmente, no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, a escada mais
utilizada é a prolongável de fibra de vidro e de alumínio. Como o objetivo deste
trabalho é o emprego com segurança da escada como suporte para realizar a
progressão do bombeiro e da vítima de uma determinada altura a outra, essas
características das escadas prolongáveis são as mais adequadas para esse tipo de
operação.
Imagem1 - Partes de uma escada pronlongável
Fonte: LUCIANO, 2015
8
Luciano ( 2015) define as partes da escada prolongável como:
- Adriça: corda usada para elevação da seção extensível da escada prolongável. - Banzos: principais componentes estruturais da escada. - Base: parte inferior da escada, que é apoiada no chão. - Cabeça: parte superior de uma escada. - Cama: seção inferior da escada prolongável. - Catraca: suporte para travar a seção extensível aos degraus da cama. - Cinta de encosto: cinta de borracha ou couro que objetiva auxiliar no apoio da parte superior da escada, distribuindo esforços para os banzos e evitando sobrecarga em apenas um degrau, quando usada em postes ou árvores. - Degraus: parte da escada em que se põem os pés. - Espigões: extremidade superior de cada banzo. - Guias laterais: mantém a seção extensível da escada anexada à cama. - Roldana de içamento: permite a elevação da seção extensível. - Sapatas: pontos ligados à base para evitar derrapagens. - Seção extensível da escada prolongável (LUCIANO, 2015,p.8).
Outras partes:
Imagem 2- Cinta de encosto Imagem 3 – Sapatas Fonte: LUCIANO, 2015 Fonte: LUCIANO, 2015
Diante da configuração da escada prolongável, o manuseio pode parecer
simples, mas exige do operador cuidados com a segurança, pois as escadas são
compridas, pesadas e desajeitadas e podem trazer inúmeros riscos para seu
operador. Dessa forma, o operador deve acostumar-se a verificar se uma escada
está em boas condições de uso.
Nesse sentido é importante muni-las com bases antiderrapantes, amarrar ou
ancorar os pés para evitar deslizar, principalmente em pisos, lisos ou encerados.
Deve ser lembrado, também, que as escadas foram construídas de modo a ser
empregadas de acordo com cargas específicas, normalmente, devem ser utilizadas
9
de acordo com os padrões estabelecidos pelo fabricante. Assim, para sua utilização
de forma alternativa como ancoragens ou suportes, devemos adotar técnicas que
minimizam a ação de forças em sentidos contrários, ou um sistema de segurança
que garanta uma segunda chance (back up) em caso de ruptura da escada (PASTL,
2014; LUCIANO, 2015).
4. ASPECTOS GERAIS SOBRE O USO DE ESCADA PROLONGÁVEL
Para Pastl (2014) ao contrário do que muitos acreditam as vítimas em
incêndios não se dão por queimaduras, salvo na manipulação de produtos
inflamáveis, mas sim pela ação da fumaça. A fumaça avança 100 m em 50s
(PIGNATA; SEITO; GIL, 2008), que corresponde a uma velocidade 2m/s, sendo
mais rápida que a velocidade de evacuação de um ocupante de uma edificação que
é em média 0,7m/s. Por essa razão os cinco primeiros minutos são os mais
decisivos do que as próximas cinco horas em um incêndio (KERBER,1981 apud
PASTL, 2014).
Passado estes primeiros instantes da fase inicial do incêndio, ele aumenta a
intensidade, envolvendo mais material, e partes combustíveis da estrutura,
passando para segunda fase, e a partir de então pode a qualquer momento,
dependendo da superfície dos materiais, da formação do espaço inicial do incêndio,
da ventilação natural, ocorrer a generalização do incêndio, que explode em
milímetros por segundos (PIGNATA; SEITO; GIL, 2008).
Esse cenário e com a verticalização das cidades, traz consigo novos riscos e
desafios para operações de combate às chamas e salvamento devido à necessidade
do uso, quase, exclusivo das escadas de emergência para a chegada das
guarnições de resgate e evacuação das pessoas presas e flutuantes, principalmente
dos “incêndios de progresso rápido” (PIGNATA; SEITO; GIL, 2008).
Assim como nem sempre é possível a utilização das escadas do prédio,
torna-se necessário, que os Corpos de Bombeiros tenham a segurança aumentada
para o emprego das escadas prolongáveis de diferentes modos, permitindo um
manejo fácil e rápido, já que as escadas possibilitam a geração de uma saída de
emergência para os locais com obstáculos ou ainda locais que não possuem acesso
para os profissionais do corpo de bombeiros para desenvolverem as atividades de
salvamento ou enfrentamento de diversos tipos de sinistros (CBMPR, 2015).
10
Da mesma forma, Luciano (2015) ressalta que em operações que se
necessite fazer o transporte de vítimas em pranchas em terrenos de difícil acesso e
saída, principalmente o manuseio de vítimas imobilizadas, pela necessidade de
descida, elevação, realização de giros ou movimentos rápidos e bruscos, causando
riscos desnecessários à vítima, assim como em trabalhos sem uma ancoragem
disponível para a retirada da vítima, as operações podem se valer de técnicas
diversas de salvamento com o suporte de escadas prolongáveis. Com essas, existe
a possibilidade de utilizá-las como tripés, o que permite a elevação da vítima, ou
pontes para deslizamento da prancha, ou mesmo estruturas que transportem a
escada de um plano vertical a outro com relativa segurança minimizando os riscos
existentes.
Dessa forma, as escadas prolongáveis desempenham diversas funções,
quando o bombeiro tem a necessidade de atingir locais de difícil acesso, como em
prédios, seja para realizar salvamentos, seja para combater o fogo, porém se não
forem tomadas as medidas de segurança, podem haver vários acidentes, devido à
queda de escadas (SÃO PAULO, 2006; AGUIAR, 2016).
5. RISCOS NOS TRABALHOS COM ESCADA PROLONGÁVEL
Segundo Goldim (2001)
A definição de risco engloba uma variedade de medidas de probabilidades incluindo aquelas baseadas em dados estatísticos ou em julgamentos subjetivos. O risco caracteriza ainda como sendo a probabilidade de ocorrência de um evento desfavorável (GOLDIM, 2001, p. 56).
O emprego inadequado das escadas prolongáveis está entre as principais
causas de acidentes de quedas de altura em todo mundo. As estatísticas mostram
que esses equipamentos estão entre as principais causas de mortes e feridos por
causas traumáticas. Fraturas de pernas e braços, traumatismo crânio encefálico
(TCE), raquimedulares (TRM) que são lesões graves e fatais (BARROS, 2013).
Barros (2013) afirma ainda que os profissionais que fazem uso diário desse
equipamento estão mais expostos aos riscos. O autor ainda considera que
instituições como os Corpos de bombeiros, que geralmente possuem uma
quantidade de escadas prolongáveis, adotem procedimentos de segurança e
treinamentos, de forma que as operações sejam realizadas com riscos controlados.
11
A comissão de Segurança de Produtos de Consumo-CSPC (The Consumer
Produdect Safety Commission) afirma que mais de 9000 pessoas recebem
tratamentos de emergência devido a quedas de escadas. E cerca de 660
trabalhadores morrem em locais de trabalho devido a quedas de escadas manuais.
Correspondem a 14% do total de mortes em locais de trabalho.
Diante dos números de acidentes com escadas manuais, Mendes (2013) nos
ensina que as principais causas de acidentes no trabalho são os atos e condições
inseguras.
Assim atos inseguros são fatores importantes que colaboram para a
ocorrência de acidentes de trabalho e que são definidos como causas de acidentes
que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da
execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança, ou seja, o
descumprimento de procedimentos de segurança, que pode levar a ocorrência de
um acidente (MENDES, 2013).
Imagem 4: Ato inseguro: Transposição sem o cabo da vida ancorado
Fonte: SÃO PAULO, 2006
Já condições inseguras são consideradas falhas técnicas, que presentes no
ambiente de trabalho, comprometem a segurança dos trabalhadores e a própria
segurança das instalações e dos equipamentos (MENDES, 2013).
12
Imagem 5: Condição insegura: Piso escorregadio
Fonte: SÃO PAULO, 2006
Nesse contexto de adversidades, muitos incidentes podem ser na sua
maioria evitados, com medidas de segurança, como mostra a pesquisa da agência
americana, OSHA (Occupational Safety Health Administration - Administração de
Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos da América), aponta que
100% dos acidentes com escadas podem ser eliminados com cuidados na armação
da escada, amarração, treinamento e cuidados com inspeção, manutenção, limpeza
e observância da legislação sobre escadas manuais (ACCA, 2009).
6. SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES DE RESGATES VERTICAIS
Segundo Aguiar (2016) para o desenvolvimento das operações com escada
prolongável alguns princípios básicos devem ser observados para melhor execução
da operação e garantia do sucesso do salvamento da vítima, dentre eles
redundância, revisão, simplicidade, agilidade, estar preparado para o auto resgate e
trabalho em equipe, o autor destaca como princípio mais importante no resgate
vertical, a segurança.
Ainda segundo o supracitado autor,
A segurança no resgate vertical deve sempre ser tomada na seguinte ordem: segurança do resgatista, segurança da equipe e segurança da vítima, pois não se pode conceber realizar o resgate de uma
13
vítima sem antes verificar se o local é seguro e se toda a equipe está assegurada. Nenhum outro princípio se sobrepõe à segurança, pode dizer que ela é o princípio soberano no resgate vertical. (AGUIAR, 2016, p. 24).
Imagem 6: Hierarquia da segurança, Regaste Vertical
Fonte: AGUIAR, 2016
Aguiar (2016) ainda ressalta que durante uma operação com escada
prolongável é importantíssimo que a operação só pode ter início quando operadores
envolvidos na operação tiverem certeza de que está tudo pronto e de que todos
estão prestando atenção, refletindo potencialmente na redução dos riscos de
quedas.
7. NORMATIZAÇÃO
7.1 Legislação
Toda atividade importante para sociedade é regulamentada por um conjunto
de leis. No entanto, nem sempre foi assim para os trabalhos em alturas no Brasil.
Apenas no ano de 2012 é que o Ministério do Trabalho e Emprego regulamentou a
atividade com a publicação da NR-35 que normatiza o trabalho em altura, porém de
forma inaugural, com exigência de somente oitos horas para o trabalhador (AGUIAR,
2016).
A NR 35 (2012) estabelece:
Os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. E caracteriza como trabalho em altura, toda atividade executada acima de 2 metros do nível inferior onde tenha risco de queda. E fala ainda que esta norma complementa-se com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais (BRASIL, 2012, p. 1).
14
A NR 35 (2012) nos diz ainda que os trabalhos em altura com escadas
prolongáveis apresentam riscos de queda, e por isso exige o uso de equipamentos
de proteção e o cumprimento de regras específicas, tais como: sempre inspecionar o
estado do equipamento, posicionar corretamente, atenção no apoio, sinalização e
uso de EPIs.
Existem ainda normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT (2014) que normatizam dentre outros equipamentos utilizados nos
trabalhos em altura, as escadas portáteis. Assim a norma brasileira regulamentada -
NBR 16308-1 (2014) sobre escadas portáteis define os termos gerais da escada e
determina as características gerais de projeto, as quais são importantes para a
segurança e para a informação do usuário, com consequência na redução dos riscos
durante o emprego.
A NBR 16308-1 (2014) estabelece que:
- Todas as escadas multilances e prolongável devem ser projetadas de modo a manter os dispositivos de travamento (ganchos/catracas) das escadas engatados durante o uso. - Durante a utilização da escada, os degraus sobrepostos devem estar no mesmo plano perpendicular aos montantes ou em um plano horizontal ou em qualquer outro plano entre estes. - As cordas de escadas de extensão devem ter uma resistência mínima de 2 000 N. - Cordas operadas manualmente devem ter um diâmetro mínimo de 8 mm. - Cordas sintéticas devem ser estabilizadas contra raios ultravioleta (ABNT, 2014, p. 9).
7.2 Associação Nacional de Proteção ao Fogo - NFPA
A Associação Nacional de Proteção ao Fogo, NFPA, é uma organização
americana que normatiza tudo o que é relacionado à proteção contra o fogo e aos
serviços de bombeiros.
A NFPA possui diversos departamentos técnicos, um deles está relacionado
às escadas portáteis: a NFPA® 1932 Standard on Use, Maintenance and Service,
Testing of In-Service Fire Department Ground Ladders, que normatiza o uso,
segurança, manutenção e teste de serviços de bombeiros com escadas manuais
(NFPA, 2015).
A NFPA 1932 (2015) enumera alguns cuidados para redução de riscos
durante o emprego de escadas prolongáveis: as técnicas de operações com escada
prolongável só devem ser realizadas com baixa altura (menor que 12m); pratiquem
15
os treinos primeiro ao nível do solo, para só depois passar repassar as alturas
baixas; observar a padronização dos procedimentos de segurança, para que assim
nenhum membro da guarnição faça algo inesperado; durante as operações a
prioridade é a segurança da equipe, somente depois a segurança da vítima;
ninguém pode se apressar em acessar a vítima se a sua própria segurança não
estiver em prefeitas condições; a comunicação entre os integrantes deve estar bem
treinada para evitar intepretação; manter-se atento e não perder o foco na operação;
por menor que seja a guarnição ou a operação, não pode faltar o operador de
segurança, que é responsável por fiscalizar todo o sistema, verificando nós,
ancoragens, colocação dos cintos de segurança, mosquetões, posicionamento da
escada e condições gerais da escada (NFPA, 2015).
7.3 Outras normas
Existe ainda a OSHA, Administração de Segurança e Saúde, agência norte-
americana de controle da saúde ocupacional dos trabalhadores americanos; e a
Health and Safety Executive - HSE, executivo de saúde e segurança com raízes
remonta a 1833, o HSE moderno é um regulador independente com mais de
quarenta anos de experiência, ajudando a Grã-Bretanha a funcionar bem. Usando a
ciência líder mundial, ajudam a proteger milhões de pessoas contra lesões e
sofrimentos devastadores. No Brasil temos laboratórios de universidades públicas
credenciadas pelo INMETRO, que realizam a homologação de equipamentos de
segurança.
Outra norma que deve ser observada é a NR-6, que descreve os
equipamentos de proteção individual; e a exigência de Certificado de aprovação,
regulando o uso de EPIs. Essa norma ainda dispõe que as instituições devem
fornecer equipamentos em perfeito estado de conservação e funcionamento.
Alguns EPIS são recomendados pela NR-6 para prevenção de riscos dos
trabalhos com escadas prolongáveis: capacetes de proteção, luvas de proteção
mecânica, travaquedas para cordas, cadeirinha de segurança;
A normatização de procedimentos permite a elaboração de protocolos de
segurança e serve de parâmetros para adoção de métodos mais seguros para o
emprego de equipamentos (MENDES, 2013).
16
8. METODOLOGIA
Conforme Quadros e Weise (2013) diversos são os métodos que auxiliam
analisar e avaliar os riscos de operação de equipamento procurando identificar os
fatores que possuem a maior probabilidade de provocar acidentes, para que se
possam encontrar medidas que eliminem ou reduzam esses fatores. Entre essas
técnicas estão a Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Árvore de Falhas
(AAF) e a Técnica de Incidentes Críticos (TIC).
Quadros e Weise (2013) ainda afirmam que para um melhor entendimento a
respeito dos riscos nos trabalhos em altura envolvendo escada prolongável, que
visem o estabelecimento de medidas preventivas com precisão, é recomendável que
as metodologias sejam aplicadas de forma suplementar, a fim de permitir ao
pesquisador um maior número de dados e conhecimentos sobre o objeto em estudo,
possibilitando uma visão mais clara e global das situações indesejadas.
8.1 Análises Preliminar de Riscos (APR)
Segundo Jerônimo (2014):
A metodologia de APR compreende a execução das seguintes etapas: definição dos objetivos e do propósito da análise; definição das fronteiras do processo analisado; levantamento de campo para coleta de informações sobre os equipamentos e os perigos envolvidos; subdivisão do processo em etapas; realização da APR propriamente dita (preenchimento do formulário); caracterização dos cenários identificados através da classificação de risco e sua frequência e análise dos resultados (JERÔNIMO, 2014, p. 4).
8.2 Análise da Árvore de Falhas
A metodologia da árvore de falhas compreende as seguintes etapas: Os
eventos indesejados e todas as hipóteses de falhas são representados graficamente
(diagrama) através de uma combinação de falhas que levam à falha do sistema; Em
seguida utiliza-se uma simbologia própria que são o retângulo, o círculo, e os
operadores “ou” e “e”. O retângulo é utilizado para indicar eventos que ocorrem por
causa de um ou mais eventos. O círculo representa falha básica do equipamento. O
operador “ou” implica que qualquer um dos eventos produz uma resposta e o
17
operador “e” as falhas ocorre quando todas as entradas ocorrem de forma
simultânea (SERPA, 2001 apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).
8.3 Técnicas de Incidentes Críticos (TIC)
A metodologia de Incidentes Críticos segue os seguintes procedimentos: é
feita uma leitura e descrição das respostas no formulário e da frequência;
identificação das causas e sua frequência; caracterização dos efeitos e causas com
suas medidas de controle de riscos (STONNER, 2014).
Nesse sentido, a pesquisa se realizou a partir de um levantamento
bibliográfico prévio sobre o tema proposto e da aplicação dos métodos de análises
de riscos que exploram a compreensão das pessoas sobre o processo do evento em
estudo, através da obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e
operações interativas da situação estudada, procurando entender os fenômenos de
acordo com entendimento dos sujeitos, ou seja, dos integrantes da situação em
estudo.
Dessa forma espera-se possibilitar com relativa precisão e uma interpretação
geral do fenômeno, do tipo aproximativa, familiarizando o pesquisador com o objeto
estudado.
Para desenvolvimento do trabalho foi aplicado um formulário que permite
descrever os riscos dos trabalhos com escadas prolongáveis e analisar suas causas
e efeitos durante o seu emprego no serviço bombeiro militar.
Foram colhidas informações de 50 militares do serviço operacional do 1º
Batalhão Bombeiro Militar - 1º BBM, 2º Batalhão Bombeiro Militar - 2º BBM e 8°
Batalhão Bombeiro Militar - 8ºBBM e Comando da Academia e Ensino Bombeiro
Militar- CAEBM.
Essas informações foram colhidas para subsidiar aplicação das ferramentas
de análise de riscos APR, AAF E TIC. Entre os incidentes mais citados pelas
literaturas consagradas com possiblidades de acidentes durante as operações com
escadas prolongáveis são os tombamentos, rupturas (montantes ou degraus),
travamentos, deslizamentos, contatos elétricos, improvisações, quedas de objetos
sobre pessoas, cabo mal amarrado, vertigens ou similares (EDA, 2010).
18
9. RESUTADOS, DISCUSSÕES E APLICAÇÃO DOS MÉTODOS
9.1 Aplicações das Técnicas de Incidentes Críticos (TIC)
Essa técnica é um dispositivo que detalha de forma auxiliar as falhas dos
sistemas, assim foi realizada uma avaliação em quatro unidades operacionais para
que pudesse ser identificada uma combinação de falhas durante as operações com
escadas prolongáveis (JERÔNIMO, 2014).
Utilizou-se um formulário com questionamentos sobre sua área de atuação,
tempo de serviço na corporação e duas perguntas para orientar a identificação dos
incidentes críticos. Foi solicitado aos participantes: “Durante toda sua vivência
operacional, bem como em todas as possibilidades de acontecer atos inseguros e
presenciar condições inseguras durante o emprego de escadas prolongáveis e entre
todos os incidentes listados para você, entre eles quais deles tem maior potencial de
se tornar um acidente. Descreva com exatidão o que aconteceu. O que foi feito para
ser resolvido e qual o resultado das ações”.
Para a análise e intepretação dos resultados foi observada a seguinte
sequência: Leitura e descrição das respostas e frequência; identificação, causas e
sua frequência; caracterização dos efeitos e causas com suas medidas de controle
de risco. Os incidentes estão descritos na tabela 1 e as causas na tabela 2.
Incidentes Unidades Operacionais Total %
1ºBBM 2ºBBM 8°BBM CAEBM
Tombamentos 7 7 7 4 25 50
Rupturas 1 1 1 - 3 6
Travamentos 1 1 2 4
Deslizamentos 1 1 1 - 3 6
Contatos elétricos 1 1 1 1 4 8
Queda de objetos 1 1 1 - 3 6
Cabo mal amarrado 1 1 1 3 6
Vertigem/Similares 1 - 1 1 3 6
Improvisação 1 1 1 1 4 8
Total 15 12 14 9 50 100 Tabela 1- Tipos de incidentes citados.
Fonte: Do Autor
Verificou-se que os tombamentos foram citados com uma frequência maior do
que os demais com um percentual de 50%. Barros (2013) também afirma que a
principal causa de acidentes são os tombamentos. Observou-se também que os
19
incidentes de contatos elétricos e improvisações atingiram o segundo maior índice
com 8%. Rupturas, deslizamentos, queda de objetos sobre pessoas, cabo mal
amarrado e vertigens e similares obtiveram 6%. E travamentos foram citados com
menor frequência com percentual de 4%.
Esse método propiciou verificar maior representatividade quantitativa, que
segundo Barros (2013) permite estabelecer a ordem de prioridades nas correções,
sendo que esses resultados convergem para resultados semelhantes realizados por
esse autor em relação à utilização de escadas manuais.
Incidentes Causas
EPI/EPC Ato inseguro
Condição Insegura
Treinamentos Falta de inspeção
Tombamentos 4 6 1
Rupturas 5 3 - 1
Travamentos - 2 - 1
Deslizamentos - 1 2 1
Contatos elétricos 1 2 2 - -
Queda de objetos 1 5 - -
Cabo mal amarrado - 3 - 1 1
Vertigem/Similares 2 - - - --
Improvisações - 5 - -
Total 9 20 15 3 3
% 18 40 30 6 6
Tabela 2: Causas dos incidentes citados Fonte: Do Autor
Observa-se pela tabela 2 que os atos inseguros com percentual de 40% e
condições insegura com 30% de percentual de representatividade foram as
hipóteses de causas que mais contribuíram para os incidentes com escadas
prolongáveis. Já a ausência de equipamentos de proteção individual colaborou com
18%, com uma importância significativa entre as causas dos incidentes. E, por fim os
treinamentos e a falta de inspeção com o percentual de 6%. Conforme Pastl (2014)
os atos inseguros são as principais causas de acidentes em todo mundo.
9. 2 Aplicação da Análise Preliminar dos Riscos
Conforme Quadros e Weise (2013) a análise preliminar dos riscos é um
método aplicado durante a geração e desenvolvimento dos processos. Assim foi
realizada uma análise geral dos possíveis riscos durante o emprego da escada
prolongável no serviço bombeiro militar, em seguida para cada risco indesejado
20
indicou-se seus efeitos e causas para o operador, na sequência estabeleceu-se as
medidas de controle que pudesse prevenir minimizar e eliminar os riscos de
acidentes nas operações com escada prolongável conforme caracterização
detalhada nos seguintes tópicos (1) riscos indesejados, (2) efeitos, (3) causas e
categorias (4) modo de detecção (5) medidas de controle.
1) Riscos indesejados nas operações com escadas
Tombamentos, rupturas, travamentos, deslizamentos, contatos elétricos, queda de objetos sobre pessoas, cabo mal amarrado, vertigem ou similares e improvisações mal sucedidas.
2) Efeitos
Lesões Fatais, Lesões gravíssimas, Lesões graves e Lesões leves.
3) Causas e categorias
Resistência da escada prolongável (categoria resistência);
Estabilidade da escada prolongável (categoria estabilidade);
Habilidade do operador (categoria habilidade);
Desgaste das sapatas e degraus antiderrapantes (categoria estabilidade);
Equipamento sem proteção elétrica e de material condutor de eletricidade
(categoria material da escada);
Ângulo de inclinação fora da medida de segurança (categoria estabilidade);
Falta amarração do cabo segurança (categoria estabilidade);
Não realização da ancoragem ou feita em local inadequado (categoria
ancoragem);
Acessar uma área fora do alcance da posição da escada (categoria
estabilidade);
Utilização da escada prolongável nas proximidades de portas, e em áreas de
circulação de pessoas e veículos sem a devida sinalização (categoria
Sinalização);
Utilização da técnica inadequada (Treinamento);
Apoiar a escada prolongável em pisos desnivelados e pisos escorregadios
(Categoria estabilidade);
Subir em escada prolongável segurando com apenas uma mão e a outra
segurando ferramentas (Categoria estabilidade);
Utilizar escada prolongável sem a devida inspeção, manutenção e conservação
(Categoria Resistência);
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Não utilização do EPI, EPC e linha da vida (Categoria Proteção);
4) Modo de detecção
Observação visual do equipamento e processo da operação
5) Medidas de controle e observações
Adotar materiais resistentes, sem trincas e não condutores de eletricidade;
Amarração e ancoragem de acordo com literaturas consagradas
Treinamento de acordo com recomendações da NR 35;
Realizar inspeção, manutenção e conservação da escada prolongável de acordo
com a NBR 16308-2 de 2014.
Usar EPI de acordo com a NR 6;
Observar as orientações da NFPA 1932;
Dividir tarefas
Quadro 1: Aplicação do método Fonte: Do Autor
Com aplicação desse método foi possível estabelecer os possíveis
efeitos e medidas de controle conforme NFPA 2015, NR 35 e NR6, permitindo
auxiliar na aplicação da Análise da Árvore de Falhas (AAF).
9.3 Aplicações das Análises da Árvore de Falhas
A técnica árvores das falhas é uma ferramenta lógica e dedutiva que auxilia
na identificação das falhas prováveis, estas possíveis causas podem circundar tanto
falhas intrínsecas do equipamento (rupturas, travamentos, falhas de instrumentação,
etc.) bem como falhas de operação humana de inspeção, manutenção e execução
de partindo de eventos indesejados (JERÔNIMO, 2014; NAVARRO, 2013).
Simbologia da Árvore de Falhas de acordo com Quadros e Weise (2013):
Imagem 7: Legenda Técnica Árvore das Falhas
Fonte: Quadros; Weise, 2013
Utilizando o conceito e a simbologia foi realizado um tratamento da
informação, em seguida verificou-se o caminho crítico e a maior probabilidade de
falha, através da avaliação das falhas nas unidades operacionais para estabelecer
22
combinações que se leva ao evento principal, ou seja, ao acidente com escadas
prolongáveis.
Imagem 8: Método das Árvores de Falhas Fonte: Do Autor
Constatou-se com aplicação dos métodos que os acidentes com escada
prolongável apresentam como causadores predominantes o material da escada, a
resistência, a estabilidade, a sinalização, a habilidade, a ancoragem e a proteção. O
material da escada prolongável influencia na resistência e no isolamento elétrico. A
resistência tem como evento de mal desempenho o material, a sobrecarga, a
inspeção, conservação e manutenção. A estabilidade está relacionada à ancoragem,
condições do terreno, falha na maneabilidade da escada e local da operação. A
sinalização possui como evento de mau funcionamento a falta de sinalização. A
habilidade e estabilidade do operador têm como evento de mau funcionamento o
treinamento, falha na execução e o fator de risco pessoal. A proteção tem como
motivo de mau funcionamento atos inseguros, condições inseguras, equipamentos
de proteção individual e coletivas relativos ao operador. O evento ancoragem está
diretamente ligado à falha de execução e resistência da estrutura. O conhecimento
sobre a funcionalidade das escadas permite a correção, prevenção e adoção de
medidas para redução de riscos de emprego desses equipamentos (LUCIANO,
2015).
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Luciano (2015) diz que os trabalhos com escada prolongável em virtude das
suas particularidades e de seus riscos potenciais, principalmente de quedas, é
imprescindível que os Bombeiros Militares, saibam exatamente empregá-la da
melhor maneira possível, aliando a técnica ao nível de segurança exigível, tornando
as ações das equipes de bombeiros as mais automáticas possíveis. Para a obtenção
desse nível de segurança exigível, é preciso que a escada prolongável seja
estudada a fim de alcançar o nível de excelência desejado pela população e
oferecido pelo Corpo de Bombeiro do Estado de Goiás.
Com aplicação dos métodos percebe-se que existem riscos relacionados ao
próprio operador como riscos relacionados ao ambiente, porém os riscos
relacionadas a própria operação são os principias causadores de acidentes com
escadas e como se trata de um trabalho em altura conforme a NR 35 necessita de
medidas de controle de segurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a análise dos riscos das operações com escada prolongável realizado
com a colaboração dos bombeiros militares do CBMGO conjugado com dados de
literaturas consagradas e institutos de referência internacional, mostrou-se a
importância da escada prolongável para os Corpos de Bombeiros nos atendimentos
das ocorrências das mais variadas possíveis. A escada prolongável que é uma
ferramenta única e versátil, salva muitas vidas, mas também esconde seus segredos
e perigos.
Dessa forma, esse estudo viabilizou a elaboração do protocolo de segurança
proposto nesse trabalho, permitindo uma visão ampla dos por menores que possam
se apresentar na utilização desse equipamento, trazendo informações que previna,
minimize ou até elimine incidentes que se apresente para os bombeiros militares.
Diante das informações colhidas perante a tropa, percebemos que muitos
nobres guerreiros durante sua vivência operacional, eram muitas vezes
surpreendidos pelo inusitado, então muitos procedimentos de segurança são feitos
no improviso, e com a possibilidade da padronização das ações proposta no quesito
segurança com escada prolongável, todos se mostraram muito entusiasmado com o
preenchimento desse espaço entre o que eles sabiam e aquilo que é ensinado pelas
literaturas consagradas.
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A elaboração do protocolo de segurança para operações com escada
prolongável, encontra-se no apêndice B desse trabalho, a elaboração desse
protocolo foi subsidiada com informações colhidas através dos conhecimentos de
profissionais do CBMGO que diariamente estão em contato com o objeto de estudo,
bem como por livros e manuais de renomados autores entre outras fontes que
serviram de referência para o desenvolvimento desse trabalho.
Portanto, esse trabalho, visa acrescentar na solução dos desafios que se
apresentam nas operações com escada prolongável em diversos ambientes,
colaborando com a segurança dos envolvidos de forma direta e indiretamente,
potencializando ainda mais a consolidação dos conhecimentos, indispensáveis para
excelência das atividades de bombeiros, pois decisões tomadas nessas atividades
são realizadas em circunstâncias que envolvem diferentes riscos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACCA. Condição Insegura: Zona de Risco. Disponível em: <https://zonaderisco.blogspot.com.br/2009/06/condicoes-inseguras-escada-manual.html.>. Acesso em: 16/06/2017. AGUIAR, Eduardo. Resgate Vertical. Associação da Vila Militar, Curitiba, 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16 308-1 Escadas Portáteis Parte-1. São Paulo, 2014. BARROS, Sérgio Silveiro. Análise de Riscos. Instituto Federal do Piauí. Curitiba, 2013. BRASIL. NR 35 A. Norma regulamentadora de trabalho em altura. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. 2012. BRASIL. NR 6 A. Equipamento de proteção individual. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. 2014. BRIGADA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL. MB-1. Instrução Técnica. Porto Alegre: BM, 1996. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARANÁ. Armação de Escadas, 2015. Disponível em <
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26
QUADROS, Juliane do Nascimento; WEISE, Andreas Dittmar. Avaliação dos riscos em altura, Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2013. RAMOS, José Augusto. Armação de Escadas. Manual de Combate incêndio, Paraná, 2015. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros: manual de fundamentos, escadas de bombeiros, 2006. STONNER, Rodolfo. Técnicas de Incidentes Críticos. Gerenciamento de Projetos. 2014.
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FORMULÁRIO
Este formulário tem como objetivo levantar dados para serem utilizados no
Trabalho de Conclusão de Curso do Cadete CFO III Ivan Ribeiro Feitosa, visando
verificar as habilidades técnicas e a segurança da tropa em relação às operações
com escadas prolongáveis, norteando a introdução de um Protocolo de Segurança
para operações com escadas prolongáveis para compor a fonte bibliográfica do
CBMGO, sendo que as perguntas realizadas não visam identificar os participantes
desta pesquisa.
1) Relate com base na sua experiência profissional, quais os atos inseguros e
condições inseguras que teria um potencialmente de se tornar um acidente durante
o emprego da escada prolongável em situação real de ocorrência ou durante o
treinamento? Descreva com exatidão o que aconteceu. O que foi feito para ser
resolvido e qual o resultado das ações.
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APÊNDICE A
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR
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2) Tratamento da informação:
FORMULÁRIO DE ANÁLISE DE RISCOS
Natureza da ocorrência ou atividade
Riscos
Causas
Efeitos
Medidas de Controle ou ações
1
APÊNDICE B
PROTOCOLO DE SEGURANÇA PARA OPERAÇÕES COM ESCADAS
PROLONGÁVEIS.
1. FINALIDADE
Estabelecer os procedimentos necessários para a realização de trabalhos em
altura, com uso de escadas prolongáveis, visando garantir segurança e
integridade física dos bombeiros militares, vítimas, e demais pessoas que
transitam na área da operação;
Orientar os bombeiros militares na execução de tarefas durante as operações
com escadas prolongáveis;
Contribuir na excelência dos serviços prestados pela corporação perante a
sociedade.
2. LEGISLAÇÃO
Associação Brasileira de Normas técnicas - ABNT (2014);
NBR 16308-1: 2014 – Escadas Portáteis - Parte 1;
NBR 16308-2: 2014 – Escadas portáteis - Parte 2;
NBR 16308-3: 2014 – Escadas portáteis - Parte 3;
Norma Regulamentadora 06 – Equipamento de Proteção Individual;
Norma Regulamentadora 35- Trabalho em Altura;
RTP 01 – Recomendação Técnica de Procedimentos – Medidas de Proteção
Contra Quedas de Altura;
NFPA® 1932: normatiza o uso, segurança, manutenção e teste de serviços
de bombeiros com escadas manuais.
3. GENERALIDADE E CONCEITOS
Considerando que a escada prolongável utilizada pelo Corpo de Bombeiros
Militar (aquelas não conjugadas com viaturas) são equipamentos
portáteis compostos por duas peças equidistantes ou levemente
convergentes ligadas transversalmente de forma intercalada e que serve para
um operador subir ou descer de um nível para outro. Degraus: Partes de
2
uma escada onde se posiciona os pés para subir ou descer (ISAUSTUR,
2010; PAST,2014).
Considerando que as operações com escadas prolongáveis em decorrência
de suas peculiaridades e riscos, especialmente de quedas, e de acidentes
elétricos, é de grande importância ao Bombeiro, saber exatamente como deve
ser transportadas, armadas e utilizadas da melhor maneira possível, o que
somente é obtido através de treinamento intenso, até que os movimentos das
equipes de emergência se tornem o mais possível automático, a fim de que
seus serviços fiquem rápidos e precisos, aliados ao nível de segurança
exigível (PASTL, 2014).
Considerando que segundo a organização Health and Safety Executive- HSE
um terço de todos os incidentes relatados de queda de altura envolvem
escadas prolongáveis - em média, isso representa 14 óbitos e 1200 feridos
importantes para os trabalhadores a cada ano. Muitas dessas lesões são
causadas por inobservância da legislação e dos procedimentos de segurança.
Assim é recomendável que instituições corporativas, como o Corpo de
Bombeiros, que em geral dispõe de uma quantidade considerável de escadas
manuais, adotem procedimentos operacionais de segurança, no intuito de
preservar a vida do próprio bombeiro, das vítimas e de terceiros subsidiado
por literaturas consagradas.
4. RESULTADOS DESEJADOS
Resgatar as vítimas com segurança;
Resguardar a integridade física dos militares das guarnições e de todos os
envolvidos na operação;
Padronizar os procedimentos operacionais de segurança através do
detalhamento e da divisão de tarefas.
5. TERMINOLOGIA E CARACTEISTICAS
Partes de uma escada prolongável (LUCIANO, 2015):
Adriça: corda usada para elevação da seção extensível da escada
prolongável;
Banzos ou montantes: principais componentes estruturais da escada;
Base: parte inferior da escada, que é apoiada no chão;
3
Cabeça: parte superior de uma escada;
Cama: seção inferior da escada prolongável;
Catraca: suporte para travar a seção extensível aos degraus da cama;
Cinta de encosto: cinta de borracha ou couro que objetiva auxiliar no apoio da
parte superior da escada, distribuindo esforços para os banzos e evitando
sobrecarga em apenas um degrau, quando usada em postes ou árvores;
Degraus: parte da escada em que se põem os pés;
Espigões: extremidade superior de cada banzo;
Guias laterais: mantém a seção extensível da escada anexada à cama;
Roldana de içamento: permite a elevação da seção extensível;
Sapatas: pontos ligados à base para evitar derrapagens;
Seção extensível da escada prolongável.
Figura 1: Escada Prolongável
Fonte: LUCIANO, 2015
4
Outras Partes:
6. INCIDENTES DE RISCOS
Riscos de quedas ou tombamentos;
Rupturas da escada;
Ausência ou desgaste das sapatas antiderrapantes;
O ângulo de inclinação com terreno incorreto;
Falta de amarração da escada ou amarração em ponto de ancoragem
inadequado;
Tentar acessar uma área fora do alcance do posicionamento da escada;
Usar a escada na circulação de pessoas e veículos sem o devido bloqueio e
sinalização, apoiar a escada em piso desnivelado ou escorregadio;
Acessar a escada utilizando apenas uma das mãos e carregado ferramentas
e materiais com a outra;
Utilização da escada próxima à rede e equipamentos elétricos desprotegidos,
escada sem os degraus antiderrapante;
Utilização da escada em péssimo estado de conservação sem a devida
inspeção e manutenção;
Operador com vertigens ou similares;
Improvisação sem o devido procedimento de segurança.
Figura 2: Cinta de encosto
Fonte: LUCIANO,2015
Figura 3: Sapatas Fonte: Imagem:LUCIANO,2015
5
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Capacete de segurança com jugular;
Calçado de Segurança;
Cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte e absorvedor de energia;
Óculos de Segurança;
Trava quedas.
8. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
As regras de segurança devem ser obedecidas para se evitar acidentes e se
alcançar o sucesso nas operações;
Regra de ouro: nunca trabalha sozinho com escadas prolongáveis;
Como medida de segurança deve-se estabelecer o número máximo de
homens que os diferentes tipos de escada comportam que são um homem e
equipamento para escadas de até 7 metros e dois homens para escadas de 7
a 10m;
O trabalho com escada prolongável numa operação em altura deve ser
limitado aos casos em que não se justifique a utilização de equipamento mais
seguros em razão do nível reduzido do risco, da curta duração da utilização
ou de características existentes que a guarnição em especial o operador não
pode alterar;
Verificar o tamanho da escada e carga que suporta está adequado ao
trabalho a ser executado;
As escadas prolongáveis devem ser inspecionadas antes de serem usadas, é
importante sempre verificá-la, observando o aspecto geral, estabilidade, as
ferragens e possíveis trincas, os amassados e eventuais oxidações
decorrentes do uso. As partes danificadas ou desgastadas devem ser
trocadas ou consertadas sem improvisação;
6
FICHA DE INSPEÇÃO
Quadro 1: Ficha de inspeção Fonte: Do Autor
Nome Operador:
Identificação:
Área Mês______________ _____/_____/______
Campo de Verificação
TERMO DE INSPEÇÃO DA ESCADA PROLONGÁVEL C NC
01 Os degraus estão fixos, limpos e são uniformes quanto
à distância?
02 Roscas, fixadores e outras partem em perfeitas
condições?
03 Montantes em bom estado de conservação sem
apresentar trincas?
04 Escada sem oxidação?
05 As dobradiças bem fixadas?
06 Sapatas antiderrapantes em boas condições
07 Escada adequada ao tipo de trabalho a ser realizado.
(tamanho/risco elétrico)?
08 As travas de seguranças em bom funcionamento?
09 Possui de forma legível, sinalização de carga máxima?
10 As roldanas se encontram em perfeito estado?
11 A corda utilizada na escada está em boas condições?
12 Os acessórios estão corretamente montados e não
estão danificados?
Legenda:
C: Conforme / Em Ordem.
NC: Não Conforme (Condição insatisfatória / danificado).
Nota:
Partes danificadas devem ser substituídas;
Escadas avariadas que não possam ser reparadas devem ser destruídas.
Observar também o manual do fabricante para verificar a vida útil da escada.
Nunca se deve operar uma escada que não esteja em perfeitas condições de
segurança e instalação, utilizá-la em sinistros pode gerar um acidente ainda mais
grave que o inicial.
7
Inspeção prática parte 1: a escada fechada (sem as seções estendidas) é
colocada na posição vertical. Eleva- se a seção móvel (parte superior) da escada
até a altura máxima, somente com a utilização da corda. Não deve ser observada
qualquer dificuldade nesta operação. O deslizamento deve ser suave, tanto na
subida, quanto na descida (ver figura 1);
Figura 4: Inspeção em 90°
Fonte: Do Autor
Inspeção prática 2: repete-se a operação com a escada formando um ângulo de
45o com o plano horizontal. Os resultados devem ser os mesmos do ensaio
anterior (Figura 2);
Figura 5: Inspeção em 90 º
Fonte: Do Autor
Resultados esperados da inspeção prática: os ganchos da catraca devem
funcionar perfeitamente em cada degrau, ficando absolutamente imóveis, de
modo a garantir a segurança do usuário, mesmo quando bruscamente
sacudida;
Confirmar de que no percurso de acesso não existem obstáculos que
impeçam ou condicionem a colocação dos equipamentos ou movimentação
das pessoas;
8
As técnicas de operações com escadas prolongável só devem ser realizadas
com baixa altura (menor que 12m);
Pratiquem os treinos primeiro ao nível do solo com bonecos de 50 kg, para só
depois passar repassar as alturas baixas;
Observar a padronização dos procedimentos de segurança, pois assim
nenhum membro da guarnição faça algo inesperado;
Durante as operações a prioridade é a segurança da equipe, somente depois
a segurança da vítima; Ninguém pode se apressar em acessara vítima se a
sua própria segurança não estiver em prefeitas condições;
A comunicação entre os integrantes deve está bem treinadas e conhecida por
todos os membros da operação para evitar intepretação erradas por isso
assim é recomendado estabelecer uma comunicação padronizada;
Para baixo! Para cima!
Ok!/Ok! Atenção!
Pare!
Figura 6: Adaptado do resgate vertical: Comunicação por sinais Fonte: Do Autor
9
Comunicação de segurança por uma linguagem padronizada:
Operador Segurança (responde) Significado
Segurança pronta? Estou pronto para subir, você está
pronto?
Segurança pronta. Estou pronto para fazer a
segurança.
Subindo/Descendo.
Pode subir/descer. Pode começar.
Estou seguro.
Estou em um ponto fora da
ancoragem, fora da ancoragem.
Ok! Segurança. Não mais fazendo a segurança.
Quadro 2: Linguagem operacional de segurança
Fonte: Confeccionado com informações do resgate vertical AGUIAR, 2015
Manter-se atento e não perder o foco na operação;
Por menor que seja a guarnição ou a operação, não pode faltar o operador de
segurança, que é responsável por fiscalizar todo o sistema, verificando,
ancoragens, colocação dos cintos de segurança, mosquetões,
posicionamento da escada e as condições gerais da escada;
Estabelecer o zoneamento de segurança. Essas zonas são estabelecidas
principalmente para definir as áreas de riscos e o nível de proteção
necessário especificado da seguinte forma:
Zona Quente é a área com maior potencial de risco, no caso do emprego de
escada prolongável, risco real de um tombamento, isolamento na quente deve
ser no mínimo duas vezes e meia o comprimento da escada;
Zona Morna é a área de transição. Esta zona não está sujeita o risco de
tombamento, mas é aquela que vai desde a retirada da viatura até seu
posicionamento na zona quente;
Zona Fria é a área que está livre de riscos e que pode ser usada com
segurança com uma área de planejamento e apoio, mesmo assim deve ser
isolada do público em geral;
As escadas prolongáveis metálicas devem possui um letreiro que indique:
NÃO USAR PERTO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS;
10
Para escada prolongáveis além de subir e travar as catracas, e fazer
amarração de segurança com um cabo de diâmetro de no mínimo 8 mm e
carga de resistência de no mínimo 2000 N;
Figura 7: Amarração de segurança Fonte: Do Autor
Escadas transportadas ou armazenadas em veículos devem ser apoiadas
convenientemente para evitar deformação;
Sempre que precisar improvisar em situações de salvamento, com estruturas
improvisadas, deve usar o fator 5x a massa/vítima (em Kg) como coeficiente
de segurança;
Sempre que possível quando precisar subir em um poste ou em uma árvore
ancorar a escada no topo e no pé do anteparo, com o bombeiro ancorado
pela linha;
Figura 8: Ancoragem na linha da vida Fonte: Do Autor
Não afastar ou inclinar-se na escada prolongável sem estar ancorado;
As escadas prolongáveis devem possuir dispositivo limitador de curso, fixada
11
no quarto vão a contar das catracas, proporcionando uma sobreposição de
no mínimo 1 m (um metro, cerca de 3 degraus) quando estendida, para que o
bombeiro apoiar-se num dos montantes e manter o equilíbrio.
Figura 9 – Inclinação ideal para uso da escada.
Fonte: FUNDACENTRO, 2002.
9. CUIDADOS COM A ESCADA PROLONGÁVEL UTILIZADA COM TRIPE
O içamento de pequenas cargas e os esforços impostos na escada deve está
dentro dos limites especificados pelo fabricante. A fim de se evitar o
movimento lateral, a literatura recomenda que os pontos de ancoragem
estejam a uma distância equivalente a metade da altura da escada para cada
lado;
Figura 10: Exemplo de utilização de escada para tracionamento. Fonte: SÃO PAULO, 2006
12
Figura 11: Visão Geral do Sistema
Fonte: LUCIANO ,2015
O pé da escada deve ser ancorado na roda do caminhão de resgate, não
havendo folgas;
O ângulo entre o piso e escada deve ser o menor possível, entorno de 75°,
para uma maior resistência da escada;
Deve-se ter cuidado com a temperatura das rodas do caminhão, pois as
mesmas podem estar muito quentes, podendo comprometer a resistência do
anel de fita colocado nos furos da roda;
Caso esteja muito quente, deve-se utilizar um cabo solteiro passando sobre o
eixo da roda e voltando cruzado travado na parte inferior do pneu, fazendo
duas aselhas na sua extremidade para a confecção da ancoragem que
travará a base da escada;
Na parte superior utilize fitas tubulares ancoradas em cada banzo da escada
e apoiadas nos degraus, formando uma equalização distribuindo a carga e
aumentando a resistência da escada que servirá de ponto de ancoragem das
polias. No caso de superaquecimento deve preparar um cabo para ligar ao
chassi da viatura;
13
Figura 12: Ancoragem Superior
Fonte: LUCIANO,2015
Onde se encontra o sistema multiplicador de força deve-se ancorar um cabo
na roda oposta como uma medida de segurança se os montantes venham se
romper.
10. CUIDADOS COM O USO DA ESCADA PROLONGÁVEL DURANTE O COMBATE INCÊNDIO
No trabalho de escada prolongável conjugada com mangueiras de combate
incêndio deve-se, sempre que possível ser ancorada por meio de uma correia
de fixação ou cabo da vida;
Firmar com as mãos nos montantes e com os pés na base inferior da escada
e ter a máxima atenção na canga e desenvolvimento da operação;
Figura 13: Posicionamento
Fonte: SÃO PAULO,2006.
14
Sempre que estiver com as mãos ocupadas como no caso do combate com
mangueiras é essencial que o bombeiro esteja ancorado;
É recomedável que o bombeiro passe um das pernas por dentro de um
degrau acima do nível que vai operar os esguichos, calçando o peito do pé;
Figura 14: Travamento de pernas
Fonte: SÃO PAULO, 2006.
Nunca se deve colocar a linha de mangueira por entre os degraus da escada.
O correto é usar um descanso de mangueira, um para cada lance e um para
o topo;
Apoiar a escada prolongável no combate incêndio no centro da janela, e sim
encostar-se a um dos lados, ultrapassando o objetivo;
Figura15: Acesso com segurança
Fonte: SÃO PAULO, 2006
Quando não for possível o bombeiro segurar em uma das laterais da janela, o
bombeiro deve entrar pelo lado existente entre a janela e a escada;
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Figura 16: Acesso pelo lado da janela
Fonte: SÃO PAULO ,2006
Precauções devem ser tomadas a fim de evitar deslocamentos de tijolos,
reboco, queda de objetos que se achem colocadas nos parapeitos, sacadas,
quebra de vidros, etc;
Em operações à noite, é obrigatório iluminar a zona de operação com
escadas, utilizando- se os faroletes monitores das viaturas, ou lanternas
portáteis;
O transporte da escada prolongável para onde deve ser armada é feito com
seus pés(sapatas) para a frente do alvo, o que facilita sua colocação no local
exato da ação;
O transportador da escada prolongável deve sempre olhar para frente;
Durante o movimento de levantamento de uma escada prolongável, deve-se
se tomar cuidado para serem evitados acidentes que podem resultar ruptura
do cabo, da roldana, devido o não travamento da catraca;
Verificar se não há cabo elétrico energizado junto à parede que se deseja
escalar, providenciando de imediato o desligamento;
Sempre que possível, a vítima deve estar amarrada por um cabo de
segurança;
Sempre que precisar ultrapassar vãos, fazer com pés e mãos apoiados, um
bombeiro firmando e outro controlando o cabo de segurança;
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Figura 17: Transposição com ancorado pelo cabo da vida
Fonte: BOMBEIRO SÃO PAULO, 2006
Ao levantar a escada, não colocar o pé ou a mão sobre os degraus do lanço
base ou na parte interna do banzo;
Ao levantar a escada não passar o braço por entre os degraus;
Erguer a escada com os músculos da perna, mantendo o tronco ereto;
Usar sapatas e degraus antiderrapantes ou armar a escada em solo instável,
providenciar sapatas para os pés da escada, meios de fortuna (tábuas,
pedaços de madeira).
Figura 18: Meio de fortuna
Fonte: Do Autor.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Eduardo. Resgate Vertical. Associação da Vila Militar, Curitiba, 2016.
ISASTUR. Manual de Segurança. 2010. Disponível em:< https://www.isastur.com/external/seguridad/data/pt/1/1_1.htm> Acesso em 20/05/2017 LUCIANO, Elias José. Operações com Escadas. MB-1, Belo Horizonte, 2015.
PASTL, Sérgio. Manual de Salvamento com Escadas. Porto Alegre: Spazio Itália, 2014. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE PROCEDIMENTOS. Escadas, rampas e passarelas. Trabalho 106 RTP04. Fundacentro, 2002
SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros: manual de fundamentos, escadas de bombeiros, 2006