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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR IVAN RIBEIRO FEITOSA ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança. GOIÂNIA 2018

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR … · de complexidade de manuseio que envolve esse equipamento. O principal objetivo das operações com escadas prolongável é servir

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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

IVAN RIBEIRO FEITOSA

ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.

GOIÂNIA 2018

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IVAN RIBEIRO FEITOSA

ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.

Artigo Científico, apresentado ao Comando da Academia e Ensino Bombeiro Militar - CAEBM, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais e obtenção do titulo de Aspirante a Oficial, Sob a orientação do Senhor 1º Tenente QOC Victor Eustáquio de Oliveira Cardoso.

GOIÂNIA 2018

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IVAN RIBEIRO FEITOSA

ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.

Goiânia, 09 de Janeiro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Roberto Machado Borges - TC QOC

Oficial Presidente

________________________________________ José Rodolfo Vicente Ribeiro – 1º Ten QOC

Oficial Membro

_______________________________________ Sancler Ramos – 1º Ten QOC

Oficial Membro

Nota

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ANÁLISE DOS RISCOS DO TRABALHO COM ESCADA PROLONGÁVEL: Elaboração de um protocolo de segurança.

Ivan Ribeiro Feitosa1

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar os riscos que as operações com escada prolongável podem apresentar durante o seu emprego nas ocorrências de busca, salvamento e combate a incêndio no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). Para alcançar esse objetivo foi realizada uma minuciosa investigação sobre esse equipamento, através de uma revisão de literatura sobre estatísticas de salvamentos, acidentes, conceitos, partes, características, uso, procedimentos de segurança, funções, legislação, ferramentas de análises de riscos. Os métodos aplicados para obtenção dos resultados da pesquisa foram a Análise Preliminar dos Riscos (APR), Técnica do Incidente Crítico (TIC) e a Árvore de Análises de Falhas (AAF). Toda a pesquisa teve como centro de avaliação o uso de escada prolongável na área de atuação dos Bombeiros Militares. Os resultados subsidiaram a elaboração de um protocolo de segurança sobre trabalhos em altura, com uso da escada prolongável, visando colaborar com a segurança e integridade física dos bombeiros militares, vítimas e demais pessoas que transitam na área da operação, contribuindo com a excelência dos serviços prestados pelo CBMGO. Palavras chave: Escada Prolongável. Análise. Riscos. Segurança. Protocolo.

ABSTRACT

The present work has the objective of analyzing the risks that the operations with extension ladder can present during its use in the occurrences of search, rescue and fire fighting in the Military Fire Brigade of the State of Goiás (CBMGO). In order to achieve this objective, a thorough investigation of this equipment was carried out, through a literature review on salvage statistics, accidents, concepts, parts, features, use, safety procedures, functions, legislation and risk analysis tools. The methods applied to obtain the results of the research were the Preliminary Risk Analysis (PRA), Critical Incident Technique (CIT) and the Fault tree analysis (FAT). All the research had as center of evaluation the use of extension ladder in the activity area of the Military Firemen. The results supported the elaboration of a safety protocol for work at height using the extension ladder, aiming to collaborate with the safety and physical integrity of the military firefighters, victims and other people who transit the area of the operation, contributing to the excellence of the services provided by CBMGO. Keywords: Extension Ladder. Analysis. Risk. Safety. Protocol.

1 Formado em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.

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INTRODUÇÃO

A Constituição Estadual de Goiás (1989), elenca no seu art. 125, inciso II

entre outras, as seguintes atribuições do Corpo de Bombeiros Militar: “à prevenção e

o combate a incêndios e a situações de pânicos, atividades de busca e salvamento

de pessoas e bens” (GOIÁS, 1989). Para os bombeiros militares as operações com

escada prolongável exigem um grau de técnica e estratégia elevado, devido ao grau

de complexidade de manuseio que envolve esse equipamento. O principal objetivo

das operações com escadas prolongável é servir como meio de evacuação,

salvamento e regaste de pessoas em perigos de vidas, que em situações de

ocorrência podem trazer grave riscos às vítimas e as guarnições. Muitos desses

riscos são causados por uso inapropriado ou incorreto do equipamento sem

observância das regras de segurança (AGUIAR, 2016).

Para Ramos (2015), as escadas prolongáveis, no campo da utilização

profissional pelo Corpo de Bombeiros, são equipamentos de emergência, em

diversos empregos, tanto em ações de buscas e salvamentos quanto em ações de

prevenção e combate a incêndios. Sua utilização é fundamental para se vencer

obstáculos, locais com diferença de nível, transposição de vãos, acesso a locais

obstruídos ou com acesso prejudicado, permitindo a ação de ascensão, descida e

transposição, rapidez e eficiência, sendo que seu bom uso e prática correta com o

equipamento são imprescindíveis para maior confiança e segurança do bombeiro.

Kerber (1981) nos ensina que em 100% dos incêndios, 90% são salvas pela

extinção do fogo, 9% por escadas prolongáveis e apenas 1% por outros meios de

salvamentos (KERBER,1981 apud PASTL, 2014).

Assim, segundo o manual MB-1 1° parte Brigada Militar (1996), as escadas

prolongáveis são ferramentas essenciais dentre os equipamentos de salvamento e

por meio delas se pode subir ligeiramente os diferentes pavimentos das edificações

e espaços confinados, em cujas aberturas, geralmente, se encontram pessoas em

perigo de vida.

No entanto, na contramão da vida, segundo Health and Safety Executive -

HSE, um terço de todos os incidentes relatados de queda de altura envolvem

escadas prolongáveis - em média, isso representa 14 óbitos e 1200 trabalhadores

feridos a cada ano. Muitas dessas lesões são causadas por inobservância da

legislação e dos procedimentos de segurança.

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Dessa forma, considerando a importância e a diversidade das operações com

escada prolongável, equipamento amplamente versátil utilizado no âmbito do

CBMGO e Corporações coirmãs, esse trabalho propõe-se a fazer um protocolo de

segurança para trabalhos com escadas prolongáveis com adoção de uma linguagem

única, clara e precisa por meio de um protocolo de fácil consulta, baseado em

pesquisas, literaturas específicas e metodologias consagradas juntamente com

aplicação de ferramentas de análises de riscos que permitem analisar a concepção

do bombeiro militar sobre o objeto em estudo de acordo com os objetivos e

estratégias adotados para resolução de cada operação em particular que seja

observado pelos componentes das guarnições nos eventos.

2. PROTOCOLO DE SEGURANÇA

2.1 Definição

O protocolo de segurança é um detalhamento de procedimentos necessário

para a realização de uma atividade de grande importância dentro de qualquer

processo operacional, cujo objetivo é o de assegurar e garantir a segurança e a

integridade física dos bombeiros e demais pessoas envolvidas no processo,

mediante uma padronização de cada tarefa executada. O protocolo de segurança é

garantia de que a operação será realizada conforme padrões determinados

(AGUIAR, 2016; COSTA, 2016).

2.2 Da Importância do Protocolo de Segurança

Como podemos observar, o protocolo de segurança é importantíssimo para

que todos os bombeiros militares, especialmente os comandantes de guarnições

responsáveis diretos pela fiscalização das operações, realizem seus trabalhos com

segurança visando diminuir os riscos e evitar acidentes em situações laborais.

Ainda segundo a NR-35 (2012):

[...] 35.2.1 Cabe ao empregador [...] j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade; (BRASIL, 2012, p. 1).

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3. DOS CONCEITOS

3.1 Definições, Partes e características da escada prolongável

Escada prolongável ou extensível utilizada pelo Corpo de Bombeiros Militar

(aquelas não conjugadas com viaturas) é um equipamento portátil ou manual,

composto por duas peças equidistantes ou levemente convergentes, ligadas

transversalmente de forma intercalada e que serve para um operador subir ou

descer de um nível para outro. Degraus: Partes de uma escada onde se posiciona

os pés para subir ou descer (ISASTUR, 2010; FLORES; ORNELAS; DIAS, 2016).

As escadas vêm de diferentes tipos e formas, pesos, tamanhos e materiais.

Atualmente, no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, a escada mais

utilizada é a prolongável de fibra de vidro e de alumínio. Como o objetivo deste

trabalho é o emprego com segurança da escada como suporte para realizar a

progressão do bombeiro e da vítima de uma determinada altura a outra, essas

características das escadas prolongáveis são as mais adequadas para esse tipo de

operação.

Imagem1 - Partes de uma escada pronlongável

Fonte: LUCIANO, 2015

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Luciano ( 2015) define as partes da escada prolongável como:

- Adriça: corda usada para elevação da seção extensível da escada prolongável. - Banzos: principais componentes estruturais da escada. - Base: parte inferior da escada, que é apoiada no chão. - Cabeça: parte superior de uma escada. - Cama: seção inferior da escada prolongável. - Catraca: suporte para travar a seção extensível aos degraus da cama. - Cinta de encosto: cinta de borracha ou couro que objetiva auxiliar no apoio da parte superior da escada, distribuindo esforços para os banzos e evitando sobrecarga em apenas um degrau, quando usada em postes ou árvores. - Degraus: parte da escada em que se põem os pés. - Espigões: extremidade superior de cada banzo. - Guias laterais: mantém a seção extensível da escada anexada à cama. - Roldana de içamento: permite a elevação da seção extensível. - Sapatas: pontos ligados à base para evitar derrapagens. - Seção extensível da escada prolongável (LUCIANO, 2015,p.8).

Outras partes:

Imagem 2- Cinta de encosto Imagem 3 – Sapatas Fonte: LUCIANO, 2015 Fonte: LUCIANO, 2015

Diante da configuração da escada prolongável, o manuseio pode parecer

simples, mas exige do operador cuidados com a segurança, pois as escadas são

compridas, pesadas e desajeitadas e podem trazer inúmeros riscos para seu

operador. Dessa forma, o operador deve acostumar-se a verificar se uma escada

está em boas condições de uso.

Nesse sentido é importante muni-las com bases antiderrapantes, amarrar ou

ancorar os pés para evitar deslizar, principalmente em pisos, lisos ou encerados.

Deve ser lembrado, também, que as escadas foram construídas de modo a ser

empregadas de acordo com cargas específicas, normalmente, devem ser utilizadas

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de acordo com os padrões estabelecidos pelo fabricante. Assim, para sua utilização

de forma alternativa como ancoragens ou suportes, devemos adotar técnicas que

minimizam a ação de forças em sentidos contrários, ou um sistema de segurança

que garanta uma segunda chance (back up) em caso de ruptura da escada (PASTL,

2014; LUCIANO, 2015).

4. ASPECTOS GERAIS SOBRE O USO DE ESCADA PROLONGÁVEL

Para Pastl (2014) ao contrário do que muitos acreditam as vítimas em

incêndios não se dão por queimaduras, salvo na manipulação de produtos

inflamáveis, mas sim pela ação da fumaça. A fumaça avança 100 m em 50s

(PIGNATA; SEITO; GIL, 2008), que corresponde a uma velocidade 2m/s, sendo

mais rápida que a velocidade de evacuação de um ocupante de uma edificação que

é em média 0,7m/s. Por essa razão os cinco primeiros minutos são os mais

decisivos do que as próximas cinco horas em um incêndio (KERBER,1981 apud

PASTL, 2014).

Passado estes primeiros instantes da fase inicial do incêndio, ele aumenta a

intensidade, envolvendo mais material, e partes combustíveis da estrutura,

passando para segunda fase, e a partir de então pode a qualquer momento,

dependendo da superfície dos materiais, da formação do espaço inicial do incêndio,

da ventilação natural, ocorrer a generalização do incêndio, que explode em

milímetros por segundos (PIGNATA; SEITO; GIL, 2008).

Esse cenário e com a verticalização das cidades, traz consigo novos riscos e

desafios para operações de combate às chamas e salvamento devido à necessidade

do uso, quase, exclusivo das escadas de emergência para a chegada das

guarnições de resgate e evacuação das pessoas presas e flutuantes, principalmente

dos “incêndios de progresso rápido” (PIGNATA; SEITO; GIL, 2008).

Assim como nem sempre é possível a utilização das escadas do prédio,

torna-se necessário, que os Corpos de Bombeiros tenham a segurança aumentada

para o emprego das escadas prolongáveis de diferentes modos, permitindo um

manejo fácil e rápido, já que as escadas possibilitam a geração de uma saída de

emergência para os locais com obstáculos ou ainda locais que não possuem acesso

para os profissionais do corpo de bombeiros para desenvolverem as atividades de

salvamento ou enfrentamento de diversos tipos de sinistros (CBMPR, 2015).

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Da mesma forma, Luciano (2015) ressalta que em operações que se

necessite fazer o transporte de vítimas em pranchas em terrenos de difícil acesso e

saída, principalmente o manuseio de vítimas imobilizadas, pela necessidade de

descida, elevação, realização de giros ou movimentos rápidos e bruscos, causando

riscos desnecessários à vítima, assim como em trabalhos sem uma ancoragem

disponível para a retirada da vítima, as operações podem se valer de técnicas

diversas de salvamento com o suporte de escadas prolongáveis. Com essas, existe

a possibilidade de utilizá-las como tripés, o que permite a elevação da vítima, ou

pontes para deslizamento da prancha, ou mesmo estruturas que transportem a

escada de um plano vertical a outro com relativa segurança minimizando os riscos

existentes.

Dessa forma, as escadas prolongáveis desempenham diversas funções,

quando o bombeiro tem a necessidade de atingir locais de difícil acesso, como em

prédios, seja para realizar salvamentos, seja para combater o fogo, porém se não

forem tomadas as medidas de segurança, podem haver vários acidentes, devido à

queda de escadas (SÃO PAULO, 2006; AGUIAR, 2016).

5. RISCOS NOS TRABALHOS COM ESCADA PROLONGÁVEL

Segundo Goldim (2001)

A definição de risco engloba uma variedade de medidas de probabilidades incluindo aquelas baseadas em dados estatísticos ou em julgamentos subjetivos. O risco caracteriza ainda como sendo a probabilidade de ocorrência de um evento desfavorável (GOLDIM, 2001, p. 56).

O emprego inadequado das escadas prolongáveis está entre as principais

causas de acidentes de quedas de altura em todo mundo. As estatísticas mostram

que esses equipamentos estão entre as principais causas de mortes e feridos por

causas traumáticas. Fraturas de pernas e braços, traumatismo crânio encefálico

(TCE), raquimedulares (TRM) que são lesões graves e fatais (BARROS, 2013).

Barros (2013) afirma ainda que os profissionais que fazem uso diário desse

equipamento estão mais expostos aos riscos. O autor ainda considera que

instituições como os Corpos de bombeiros, que geralmente possuem uma

quantidade de escadas prolongáveis, adotem procedimentos de segurança e

treinamentos, de forma que as operações sejam realizadas com riscos controlados.

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A comissão de Segurança de Produtos de Consumo-CSPC (The Consumer

Produdect Safety Commission) afirma que mais de 9000 pessoas recebem

tratamentos de emergência devido a quedas de escadas. E cerca de 660

trabalhadores morrem em locais de trabalho devido a quedas de escadas manuais.

Correspondem a 14% do total de mortes em locais de trabalho.

Diante dos números de acidentes com escadas manuais, Mendes (2013) nos

ensina que as principais causas de acidentes no trabalho são os atos e condições

inseguras.

Assim atos inseguros são fatores importantes que colaboram para a

ocorrência de acidentes de trabalho e que são definidos como causas de acidentes

que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da

execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança, ou seja, o

descumprimento de procedimentos de segurança, que pode levar a ocorrência de

um acidente (MENDES, 2013).

Imagem 4: Ato inseguro: Transposição sem o cabo da vida ancorado

Fonte: SÃO PAULO, 2006

Já condições inseguras são consideradas falhas técnicas, que presentes no

ambiente de trabalho, comprometem a segurança dos trabalhadores e a própria

segurança das instalações e dos equipamentos (MENDES, 2013).

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Imagem 5: Condição insegura: Piso escorregadio

Fonte: SÃO PAULO, 2006

Nesse contexto de adversidades, muitos incidentes podem ser na sua

maioria evitados, com medidas de segurança, como mostra a pesquisa da agência

americana, OSHA (Occupational Safety Health Administration - Administração de

Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos da América), aponta que

100% dos acidentes com escadas podem ser eliminados com cuidados na armação

da escada, amarração, treinamento e cuidados com inspeção, manutenção, limpeza

e observância da legislação sobre escadas manuais (ACCA, 2009).

6. SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES DE RESGATES VERTICAIS

Segundo Aguiar (2016) para o desenvolvimento das operações com escada

prolongável alguns princípios básicos devem ser observados para melhor execução

da operação e garantia do sucesso do salvamento da vítima, dentre eles

redundância, revisão, simplicidade, agilidade, estar preparado para o auto resgate e

trabalho em equipe, o autor destaca como princípio mais importante no resgate

vertical, a segurança.

Ainda segundo o supracitado autor,

A segurança no resgate vertical deve sempre ser tomada na seguinte ordem: segurança do resgatista, segurança da equipe e segurança da vítima, pois não se pode conceber realizar o resgate de uma

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vítima sem antes verificar se o local é seguro e se toda a equipe está assegurada. Nenhum outro princípio se sobrepõe à segurança, pode dizer que ela é o princípio soberano no resgate vertical. (AGUIAR, 2016, p. 24).

Imagem 6: Hierarquia da segurança, Regaste Vertical

Fonte: AGUIAR, 2016

Aguiar (2016) ainda ressalta que durante uma operação com escada

prolongável é importantíssimo que a operação só pode ter início quando operadores

envolvidos na operação tiverem certeza de que está tudo pronto e de que todos

estão prestando atenção, refletindo potencialmente na redução dos riscos de

quedas.

7. NORMATIZAÇÃO

7.1 Legislação

Toda atividade importante para sociedade é regulamentada por um conjunto

de leis. No entanto, nem sempre foi assim para os trabalhos em alturas no Brasil.

Apenas no ano de 2012 é que o Ministério do Trabalho e Emprego regulamentou a

atividade com a publicação da NR-35 que normatiza o trabalho em altura, porém de

forma inaugural, com exigência de somente oitos horas para o trabalhador (AGUIAR,

2016).

A NR 35 (2012) estabelece:

Os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. E caracteriza como trabalho em altura, toda atividade executada acima de 2 metros do nível inferior onde tenha risco de queda. E fala ainda que esta norma complementa-se com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais (BRASIL, 2012, p. 1).

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A NR 35 (2012) nos diz ainda que os trabalhos em altura com escadas

prolongáveis apresentam riscos de queda, e por isso exige o uso de equipamentos

de proteção e o cumprimento de regras específicas, tais como: sempre inspecionar o

estado do equipamento, posicionar corretamente, atenção no apoio, sinalização e

uso de EPIs.

Existem ainda normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT (2014) que normatizam dentre outros equipamentos utilizados nos

trabalhos em altura, as escadas portáteis. Assim a norma brasileira regulamentada -

NBR 16308-1 (2014) sobre escadas portáteis define os termos gerais da escada e

determina as características gerais de projeto, as quais são importantes para a

segurança e para a informação do usuário, com consequência na redução dos riscos

durante o emprego.

A NBR 16308-1 (2014) estabelece que:

- Todas as escadas multilances e prolongável devem ser projetadas de modo a manter os dispositivos de travamento (ganchos/catracas) das escadas engatados durante o uso. - Durante a utilização da escada, os degraus sobrepostos devem estar no mesmo plano perpendicular aos montantes ou em um plano horizontal ou em qualquer outro plano entre estes. - As cordas de escadas de extensão devem ter uma resistência mínima de 2 000 N. - Cordas operadas manualmente devem ter um diâmetro mínimo de 8 mm. - Cordas sintéticas devem ser estabilizadas contra raios ultravioleta (ABNT, 2014, p. 9).

7.2 Associação Nacional de Proteção ao Fogo - NFPA

A Associação Nacional de Proteção ao Fogo, NFPA, é uma organização

americana que normatiza tudo o que é relacionado à proteção contra o fogo e aos

serviços de bombeiros.

A NFPA possui diversos departamentos técnicos, um deles está relacionado

às escadas portáteis: a NFPA® 1932 Standard on Use, Maintenance and Service,

Testing of In-Service Fire Department Ground Ladders, que normatiza o uso,

segurança, manutenção e teste de serviços de bombeiros com escadas manuais

(NFPA, 2015).

A NFPA 1932 (2015) enumera alguns cuidados para redução de riscos

durante o emprego de escadas prolongáveis: as técnicas de operações com escada

prolongável só devem ser realizadas com baixa altura (menor que 12m); pratiquem

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os treinos primeiro ao nível do solo, para só depois passar repassar as alturas

baixas; observar a padronização dos procedimentos de segurança, para que assim

nenhum membro da guarnição faça algo inesperado; durante as operações a

prioridade é a segurança da equipe, somente depois a segurança da vítima;

ninguém pode se apressar em acessar a vítima se a sua própria segurança não

estiver em prefeitas condições; a comunicação entre os integrantes deve estar bem

treinada para evitar intepretação; manter-se atento e não perder o foco na operação;

por menor que seja a guarnição ou a operação, não pode faltar o operador de

segurança, que é responsável por fiscalizar todo o sistema, verificando nós,

ancoragens, colocação dos cintos de segurança, mosquetões, posicionamento da

escada e condições gerais da escada (NFPA, 2015).

7.3 Outras normas

Existe ainda a OSHA, Administração de Segurança e Saúde, agência norte-

americana de controle da saúde ocupacional dos trabalhadores americanos; e a

Health and Safety Executive - HSE, executivo de saúde e segurança com raízes

remonta a 1833, o HSE moderno é um regulador independente com mais de

quarenta anos de experiência, ajudando a Grã-Bretanha a funcionar bem. Usando a

ciência líder mundial, ajudam a proteger milhões de pessoas contra lesões e

sofrimentos devastadores. No Brasil temos laboratórios de universidades públicas

credenciadas pelo INMETRO, que realizam a homologação de equipamentos de

segurança.

Outra norma que deve ser observada é a NR-6, que descreve os

equipamentos de proteção individual; e a exigência de Certificado de aprovação,

regulando o uso de EPIs. Essa norma ainda dispõe que as instituições devem

fornecer equipamentos em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Alguns EPIS são recomendados pela NR-6 para prevenção de riscos dos

trabalhos com escadas prolongáveis: capacetes de proteção, luvas de proteção

mecânica, travaquedas para cordas, cadeirinha de segurança;

A normatização de procedimentos permite a elaboração de protocolos de

segurança e serve de parâmetros para adoção de métodos mais seguros para o

emprego de equipamentos (MENDES, 2013).

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8. METODOLOGIA

Conforme Quadros e Weise (2013) diversos são os métodos que auxiliam

analisar e avaliar os riscos de operação de equipamento procurando identificar os

fatores que possuem a maior probabilidade de provocar acidentes, para que se

possam encontrar medidas que eliminem ou reduzam esses fatores. Entre essas

técnicas estão a Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Árvore de Falhas

(AAF) e a Técnica de Incidentes Críticos (TIC).

Quadros e Weise (2013) ainda afirmam que para um melhor entendimento a

respeito dos riscos nos trabalhos em altura envolvendo escada prolongável, que

visem o estabelecimento de medidas preventivas com precisão, é recomendável que

as metodologias sejam aplicadas de forma suplementar, a fim de permitir ao

pesquisador um maior número de dados e conhecimentos sobre o objeto em estudo,

possibilitando uma visão mais clara e global das situações indesejadas.

8.1 Análises Preliminar de Riscos (APR)

Segundo Jerônimo (2014):

A metodologia de APR compreende a execução das seguintes etapas: definição dos objetivos e do propósito da análise; definição das fronteiras do processo analisado; levantamento de campo para coleta de informações sobre os equipamentos e os perigos envolvidos; subdivisão do processo em etapas; realização da APR propriamente dita (preenchimento do formulário); caracterização dos cenários identificados através da classificação de risco e sua frequência e análise dos resultados (JERÔNIMO, 2014, p. 4).

8.2 Análise da Árvore de Falhas

A metodologia da árvore de falhas compreende as seguintes etapas: Os

eventos indesejados e todas as hipóteses de falhas são representados graficamente

(diagrama) através de uma combinação de falhas que levam à falha do sistema; Em

seguida utiliza-se uma simbologia própria que são o retângulo, o círculo, e os

operadores “ou” e “e”. O retângulo é utilizado para indicar eventos que ocorrem por

causa de um ou mais eventos. O círculo representa falha básica do equipamento. O

operador “ou” implica que qualquer um dos eventos produz uma resposta e o

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operador “e” as falhas ocorre quando todas as entradas ocorrem de forma

simultânea (SERPA, 2001 apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).

8.3 Técnicas de Incidentes Críticos (TIC)

A metodologia de Incidentes Críticos segue os seguintes procedimentos: é

feita uma leitura e descrição das respostas no formulário e da frequência;

identificação das causas e sua frequência; caracterização dos efeitos e causas com

suas medidas de controle de riscos (STONNER, 2014).

Nesse sentido, a pesquisa se realizou a partir de um levantamento

bibliográfico prévio sobre o tema proposto e da aplicação dos métodos de análises

de riscos que exploram a compreensão das pessoas sobre o processo do evento em

estudo, através da obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e

operações interativas da situação estudada, procurando entender os fenômenos de

acordo com entendimento dos sujeitos, ou seja, dos integrantes da situação em

estudo.

Dessa forma espera-se possibilitar com relativa precisão e uma interpretação

geral do fenômeno, do tipo aproximativa, familiarizando o pesquisador com o objeto

estudado.

Para desenvolvimento do trabalho foi aplicado um formulário que permite

descrever os riscos dos trabalhos com escadas prolongáveis e analisar suas causas

e efeitos durante o seu emprego no serviço bombeiro militar.

Foram colhidas informações de 50 militares do serviço operacional do 1º

Batalhão Bombeiro Militar - 1º BBM, 2º Batalhão Bombeiro Militar - 2º BBM e 8°

Batalhão Bombeiro Militar - 8ºBBM e Comando da Academia e Ensino Bombeiro

Militar- CAEBM.

Essas informações foram colhidas para subsidiar aplicação das ferramentas

de análise de riscos APR, AAF E TIC. Entre os incidentes mais citados pelas

literaturas consagradas com possiblidades de acidentes durante as operações com

escadas prolongáveis são os tombamentos, rupturas (montantes ou degraus),

travamentos, deslizamentos, contatos elétricos, improvisações, quedas de objetos

sobre pessoas, cabo mal amarrado, vertigens ou similares (EDA, 2010).

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9. RESUTADOS, DISCUSSÕES E APLICAÇÃO DOS MÉTODOS

9.1 Aplicações das Técnicas de Incidentes Críticos (TIC)

Essa técnica é um dispositivo que detalha de forma auxiliar as falhas dos

sistemas, assim foi realizada uma avaliação em quatro unidades operacionais para

que pudesse ser identificada uma combinação de falhas durante as operações com

escadas prolongáveis (JERÔNIMO, 2014).

Utilizou-se um formulário com questionamentos sobre sua área de atuação,

tempo de serviço na corporação e duas perguntas para orientar a identificação dos

incidentes críticos. Foi solicitado aos participantes: “Durante toda sua vivência

operacional, bem como em todas as possibilidades de acontecer atos inseguros e

presenciar condições inseguras durante o emprego de escadas prolongáveis e entre

todos os incidentes listados para você, entre eles quais deles tem maior potencial de

se tornar um acidente. Descreva com exatidão o que aconteceu. O que foi feito para

ser resolvido e qual o resultado das ações”.

Para a análise e intepretação dos resultados foi observada a seguinte

sequência: Leitura e descrição das respostas e frequência; identificação, causas e

sua frequência; caracterização dos efeitos e causas com suas medidas de controle

de risco. Os incidentes estão descritos na tabela 1 e as causas na tabela 2.

Incidentes Unidades Operacionais Total %

1ºBBM 2ºBBM 8°BBM CAEBM

Tombamentos 7 7 7 4 25 50

Rupturas 1 1 1 - 3 6

Travamentos 1 1 2 4

Deslizamentos 1 1 1 - 3 6

Contatos elétricos 1 1 1 1 4 8

Queda de objetos 1 1 1 - 3 6

Cabo mal amarrado 1 1 1 3 6

Vertigem/Similares 1 - 1 1 3 6

Improvisação 1 1 1 1 4 8

Total 15 12 14 9 50 100 Tabela 1- Tipos de incidentes citados.

Fonte: Do Autor

Verificou-se que os tombamentos foram citados com uma frequência maior do

que os demais com um percentual de 50%. Barros (2013) também afirma que a

principal causa de acidentes são os tombamentos. Observou-se também que os

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incidentes de contatos elétricos e improvisações atingiram o segundo maior índice

com 8%. Rupturas, deslizamentos, queda de objetos sobre pessoas, cabo mal

amarrado e vertigens e similares obtiveram 6%. E travamentos foram citados com

menor frequência com percentual de 4%.

Esse método propiciou verificar maior representatividade quantitativa, que

segundo Barros (2013) permite estabelecer a ordem de prioridades nas correções,

sendo que esses resultados convergem para resultados semelhantes realizados por

esse autor em relação à utilização de escadas manuais.

Incidentes Causas

EPI/EPC Ato inseguro

Condição Insegura

Treinamentos Falta de inspeção

Tombamentos 4 6 1

Rupturas 5 3 - 1

Travamentos - 2 - 1

Deslizamentos - 1 2 1

Contatos elétricos 1 2 2 - -

Queda de objetos 1 5 - -

Cabo mal amarrado - 3 - 1 1

Vertigem/Similares 2 - - - --

Improvisações - 5 - -

Total 9 20 15 3 3

% 18 40 30 6 6

Tabela 2: Causas dos incidentes citados Fonte: Do Autor

Observa-se pela tabela 2 que os atos inseguros com percentual de 40% e

condições insegura com 30% de percentual de representatividade foram as

hipóteses de causas que mais contribuíram para os incidentes com escadas

prolongáveis. Já a ausência de equipamentos de proteção individual colaborou com

18%, com uma importância significativa entre as causas dos incidentes. E, por fim os

treinamentos e a falta de inspeção com o percentual de 6%. Conforme Pastl (2014)

os atos inseguros são as principais causas de acidentes em todo mundo.

9. 2 Aplicação da Análise Preliminar dos Riscos

Conforme Quadros e Weise (2013) a análise preliminar dos riscos é um

método aplicado durante a geração e desenvolvimento dos processos. Assim foi

realizada uma análise geral dos possíveis riscos durante o emprego da escada

prolongável no serviço bombeiro militar, em seguida para cada risco indesejado

20

indicou-se seus efeitos e causas para o operador, na sequência estabeleceu-se as

medidas de controle que pudesse prevenir minimizar e eliminar os riscos de

acidentes nas operações com escada prolongável conforme caracterização

detalhada nos seguintes tópicos (1) riscos indesejados, (2) efeitos, (3) causas e

categorias (4) modo de detecção (5) medidas de controle.

1) Riscos indesejados nas operações com escadas

Tombamentos, rupturas, travamentos, deslizamentos, contatos elétricos, queda de objetos sobre pessoas, cabo mal amarrado, vertigem ou similares e improvisações mal sucedidas.

2) Efeitos

Lesões Fatais, Lesões gravíssimas, Lesões graves e Lesões leves.

3) Causas e categorias

Resistência da escada prolongável (categoria resistência);

Estabilidade da escada prolongável (categoria estabilidade);

Habilidade do operador (categoria habilidade);

Desgaste das sapatas e degraus antiderrapantes (categoria estabilidade);

Equipamento sem proteção elétrica e de material condutor de eletricidade

(categoria material da escada);

Ângulo de inclinação fora da medida de segurança (categoria estabilidade);

Falta amarração do cabo segurança (categoria estabilidade);

Não realização da ancoragem ou feita em local inadequado (categoria

ancoragem);

Acessar uma área fora do alcance da posição da escada (categoria

estabilidade);

Utilização da escada prolongável nas proximidades de portas, e em áreas de

circulação de pessoas e veículos sem a devida sinalização (categoria

Sinalização);

Utilização da técnica inadequada (Treinamento);

Apoiar a escada prolongável em pisos desnivelados e pisos escorregadios

(Categoria estabilidade);

Subir em escada prolongável segurando com apenas uma mão e a outra

segurando ferramentas (Categoria estabilidade);

Utilizar escada prolongável sem a devida inspeção, manutenção e conservação

(Categoria Resistência);

21

Não utilização do EPI, EPC e linha da vida (Categoria Proteção);

4) Modo de detecção

Observação visual do equipamento e processo da operação

5) Medidas de controle e observações

Adotar materiais resistentes, sem trincas e não condutores de eletricidade;

Amarração e ancoragem de acordo com literaturas consagradas

Treinamento de acordo com recomendações da NR 35;

Realizar inspeção, manutenção e conservação da escada prolongável de acordo

com a NBR 16308-2 de 2014.

Usar EPI de acordo com a NR 6;

Observar as orientações da NFPA 1932;

Dividir tarefas

Quadro 1: Aplicação do método Fonte: Do Autor

Com aplicação desse método foi possível estabelecer os possíveis

efeitos e medidas de controle conforme NFPA 2015, NR 35 e NR6, permitindo

auxiliar na aplicação da Análise da Árvore de Falhas (AAF).

9.3 Aplicações das Análises da Árvore de Falhas

A técnica árvores das falhas é uma ferramenta lógica e dedutiva que auxilia

na identificação das falhas prováveis, estas possíveis causas podem circundar tanto

falhas intrínsecas do equipamento (rupturas, travamentos, falhas de instrumentação,

etc.) bem como falhas de operação humana de inspeção, manutenção e execução

de partindo de eventos indesejados (JERÔNIMO, 2014; NAVARRO, 2013).

Simbologia da Árvore de Falhas de acordo com Quadros e Weise (2013):

Imagem 7: Legenda Técnica Árvore das Falhas

Fonte: Quadros; Weise, 2013

Utilizando o conceito e a simbologia foi realizado um tratamento da

informação, em seguida verificou-se o caminho crítico e a maior probabilidade de

falha, através da avaliação das falhas nas unidades operacionais para estabelecer

22

combinações que se leva ao evento principal, ou seja, ao acidente com escadas

prolongáveis.

Imagem 8: Método das Árvores de Falhas Fonte: Do Autor

Constatou-se com aplicação dos métodos que os acidentes com escada

prolongável apresentam como causadores predominantes o material da escada, a

resistência, a estabilidade, a sinalização, a habilidade, a ancoragem e a proteção. O

material da escada prolongável influencia na resistência e no isolamento elétrico. A

resistência tem como evento de mal desempenho o material, a sobrecarga, a

inspeção, conservação e manutenção. A estabilidade está relacionada à ancoragem,

condições do terreno, falha na maneabilidade da escada e local da operação. A

sinalização possui como evento de mau funcionamento a falta de sinalização. A

habilidade e estabilidade do operador têm como evento de mau funcionamento o

treinamento, falha na execução e o fator de risco pessoal. A proteção tem como

motivo de mau funcionamento atos inseguros, condições inseguras, equipamentos

de proteção individual e coletivas relativos ao operador. O evento ancoragem está

diretamente ligado à falha de execução e resistência da estrutura. O conhecimento

sobre a funcionalidade das escadas permite a correção, prevenção e adoção de

medidas para redução de riscos de emprego desses equipamentos (LUCIANO,

2015).

23

Luciano (2015) diz que os trabalhos com escada prolongável em virtude das

suas particularidades e de seus riscos potenciais, principalmente de quedas, é

imprescindível que os Bombeiros Militares, saibam exatamente empregá-la da

melhor maneira possível, aliando a técnica ao nível de segurança exigível, tornando

as ações das equipes de bombeiros as mais automáticas possíveis. Para a obtenção

desse nível de segurança exigível, é preciso que a escada prolongável seja

estudada a fim de alcançar o nível de excelência desejado pela população e

oferecido pelo Corpo de Bombeiro do Estado de Goiás.

Com aplicação dos métodos percebe-se que existem riscos relacionados ao

próprio operador como riscos relacionados ao ambiente, porém os riscos

relacionadas a própria operação são os principias causadores de acidentes com

escadas e como se trata de um trabalho em altura conforme a NR 35 necessita de

medidas de controle de segurança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a análise dos riscos das operações com escada prolongável realizado

com a colaboração dos bombeiros militares do CBMGO conjugado com dados de

literaturas consagradas e institutos de referência internacional, mostrou-se a

importância da escada prolongável para os Corpos de Bombeiros nos atendimentos

das ocorrências das mais variadas possíveis. A escada prolongável que é uma

ferramenta única e versátil, salva muitas vidas, mas também esconde seus segredos

e perigos.

Dessa forma, esse estudo viabilizou a elaboração do protocolo de segurança

proposto nesse trabalho, permitindo uma visão ampla dos por menores que possam

se apresentar na utilização desse equipamento, trazendo informações que previna,

minimize ou até elimine incidentes que se apresente para os bombeiros militares.

Diante das informações colhidas perante a tropa, percebemos que muitos

nobres guerreiros durante sua vivência operacional, eram muitas vezes

surpreendidos pelo inusitado, então muitos procedimentos de segurança são feitos

no improviso, e com a possibilidade da padronização das ações proposta no quesito

segurança com escada prolongável, todos se mostraram muito entusiasmado com o

preenchimento desse espaço entre o que eles sabiam e aquilo que é ensinado pelas

literaturas consagradas.

24

A elaboração do protocolo de segurança para operações com escada

prolongável, encontra-se no apêndice B desse trabalho, a elaboração desse

protocolo foi subsidiada com informações colhidas através dos conhecimentos de

profissionais do CBMGO que diariamente estão em contato com o objeto de estudo,

bem como por livros e manuais de renomados autores entre outras fontes que

serviram de referência para o desenvolvimento desse trabalho.

Portanto, esse trabalho, visa acrescentar na solução dos desafios que se

apresentam nas operações com escada prolongável em diversos ambientes,

colaborando com a segurança dos envolvidos de forma direta e indiretamente,

potencializando ainda mais a consolidação dos conhecimentos, indispensáveis para

excelência das atividades de bombeiros, pois decisões tomadas nessas atividades

são realizadas em circunstâncias que envolvem diferentes riscos.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCA. Condição Insegura: Zona de Risco. Disponível em: <https://zonaderisco.blogspot.com.br/2009/06/condicoes-inseguras-escada-manual.html.>. Acesso em: 16/06/2017. AGUIAR, Eduardo. Resgate Vertical. Associação da Vila Militar, Curitiba, 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16 308-1 Escadas Portáteis Parte-1. São Paulo, 2014. BARROS, Sérgio Silveiro. Análise de Riscos. Instituto Federal do Piauí. Curitiba, 2013. BRASIL. NR 35 A. Norma regulamentadora de trabalho em altura. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. 2012. BRASIL. NR 6 A. Equipamento de proteção individual. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. 2014. BRIGADA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL. MB-1. Instrução Técnica. Porto Alegre: BM, 1996. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARANÁ. Armação de Escadas, 2015. Disponível em <

http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=316 > Acesso em: 03/05/2017.

25

COSTA, Ricardo. Procedimento operacional de segurança N. 03 – Trabalho com escadas. Diretoria de Gestão de Pessoas – Segurança do Trabalho, IFRS – Campus Porto Alegre. 2016. Disponível em:< https://www.poa.ifrs.edu.br/wp-content/uploads/2017/01/procedimento-de-seguranca-03-escadas.pdf>. Acesso em 10/05/2017. EDA. Ficha de Procedimentos: Prevenção de Risco. São Paulo, 2010. FLORES, Bráulio Cançado; ORNELAS, Éliton Ataíde; DIAS, Leônidas Eduardo. Fundamentos de Combate a Incêndio – Manual de Bombeiros. Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Goiânia-GO, 1ªed: 2016, 150p. Disponível em:< http://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/cbmgo-1aedicao-20160921.pdf>. Acesso em: 04/05/2017. GOIÁS, Constituição (1989). Constituição do Estado de Goiás. Disponível em <http://www.dhnet.org.br/dados/lex/a_pdf/constituicao_go.pdf.> Acesso em 20/11/2017. GOLDIM, José Roberto. Riscos. 2001.Disponível em:< https://www.ufrgs.br/bioetica/risco.htm > Acesso em 19/11/2017. ISASTUR. Manual de Segurança. 2010. Disponível em:<

https://www.isastur.com/external/seguridad/data/pt/1/1_1.htm> Acesso em 20/05/2017. JERÔNIMO, Carlos Henrique de Medeiros. Análise Preliminar de Riscos Ambientais. Revista do Centro Natural de Ciência Exatas. Santa Maria, 2014. LUCIANO, Elias José. Operações com Escadas. MB-1, Belo Horizonte, 2015. MENDES, Márcio Roberto Azevedo. Prevenção de acidentes nos trabalhos em altura. 2013. Trabalho de conclusão de curso. Faculdade de Engenharia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2013. NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA 1932: Standard on Use, Maintenance, and Service Testing of In-Service Fire Department Ground Ladders. USA, Quincy: 2015 Edition. NAVARRO, Antônio Fernando. Programa de Treinamento Interno Ferramentas de Análise de Riscos. Ebah, São Francisco do Sul/SC, 2013. PASTL, Sérgio. Manual de Salvamento com Escadas. Porto Alegre: Spazio Itália, 2014. PIGNATA, Valdir Silva; SEITO, Alexandre Itiú; GIL, Alfonso Antônio. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto editora, 2008. PORTAL DA EDUCAÇÃO. Análise da Árvore de Falhas. Disponível em: < www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/analise-de-arvore-de-falhas-aaf/42909 >. Acesso em: 13/11/2017.

26

QUADROS, Juliane do Nascimento; WEISE, Andreas Dittmar. Avaliação dos riscos em altura, Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2013. RAMOS, José Augusto. Armação de Escadas. Manual de Combate incêndio, Paraná, 2015. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros: manual de fundamentos, escadas de bombeiros, 2006. STONNER, Rodolfo. Técnicas de Incidentes Críticos. Gerenciamento de Projetos. 2014.

27

FORMULÁRIO

Este formulário tem como objetivo levantar dados para serem utilizados no

Trabalho de Conclusão de Curso do Cadete CFO III Ivan Ribeiro Feitosa, visando

verificar as habilidades técnicas e a segurança da tropa em relação às operações

com escadas prolongáveis, norteando a introdução de um Protocolo de Segurança

para operações com escadas prolongáveis para compor a fonte bibliográfica do

CBMGO, sendo que as perguntas realizadas não visam identificar os participantes

desta pesquisa.

1) Relate com base na sua experiência profissional, quais os atos inseguros e

condições inseguras que teria um potencialmente de se tornar um acidente durante

o emprego da escada prolongável em situação real de ocorrência ou durante o

treinamento? Descreva com exatidão o que aconteceu. O que foi feito para ser

resolvido e qual o resultado das ações.

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APÊNDICE A

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

28

2) Tratamento da informação:

FORMULÁRIO DE ANÁLISE DE RISCOS

Natureza da ocorrência ou atividade

Riscos

Causas

Efeitos

Medidas de Controle ou ações

1

APÊNDICE B

PROTOCOLO DE SEGURANÇA PARA OPERAÇÕES COM ESCADAS

PROLONGÁVEIS.

1. FINALIDADE

Estabelecer os procedimentos necessários para a realização de trabalhos em

altura, com uso de escadas prolongáveis, visando garantir segurança e

integridade física dos bombeiros militares, vítimas, e demais pessoas que

transitam na área da operação;

Orientar os bombeiros militares na execução de tarefas durante as operações

com escadas prolongáveis;

Contribuir na excelência dos serviços prestados pela corporação perante a

sociedade.

2. LEGISLAÇÃO

Associação Brasileira de Normas técnicas - ABNT (2014);

NBR 16308-1: 2014 – Escadas Portáteis - Parte 1;

NBR 16308-2: 2014 – Escadas portáteis - Parte 2;

NBR 16308-3: 2014 – Escadas portáteis - Parte 3;

Norma Regulamentadora 06 – Equipamento de Proteção Individual;

Norma Regulamentadora 35- Trabalho em Altura;

RTP 01 – Recomendação Técnica de Procedimentos – Medidas de Proteção

Contra Quedas de Altura;

NFPA® 1932: normatiza o uso, segurança, manutenção e teste de serviços

de bombeiros com escadas manuais.

3. GENERALIDADE E CONCEITOS

Considerando que a escada prolongável utilizada pelo Corpo de Bombeiros

Militar (aquelas não conjugadas com viaturas) são equipamentos

portáteis compostos por duas peças equidistantes ou levemente

convergentes ligadas transversalmente de forma intercalada e que serve para

um operador subir ou descer de um nível para outro. Degraus: Partes de

2

uma escada onde se posiciona os pés para subir ou descer (ISAUSTUR,

2010; PAST,2014).

Considerando que as operações com escadas prolongáveis em decorrência

de suas peculiaridades e riscos, especialmente de quedas, e de acidentes

elétricos, é de grande importância ao Bombeiro, saber exatamente como deve

ser transportadas, armadas e utilizadas da melhor maneira possível, o que

somente é obtido através de treinamento intenso, até que os movimentos das

equipes de emergência se tornem o mais possível automático, a fim de que

seus serviços fiquem rápidos e precisos, aliados ao nível de segurança

exigível (PASTL, 2014).

Considerando que segundo a organização Health and Safety Executive- HSE

um terço de todos os incidentes relatados de queda de altura envolvem

escadas prolongáveis - em média, isso representa 14 óbitos e 1200 feridos

importantes para os trabalhadores a cada ano. Muitas dessas lesões são

causadas por inobservância da legislação e dos procedimentos de segurança.

Assim é recomendável que instituições corporativas, como o Corpo de

Bombeiros, que em geral dispõe de uma quantidade considerável de escadas

manuais, adotem procedimentos operacionais de segurança, no intuito de

preservar a vida do próprio bombeiro, das vítimas e de terceiros subsidiado

por literaturas consagradas.

4. RESULTADOS DESEJADOS

Resgatar as vítimas com segurança;

Resguardar a integridade física dos militares das guarnições e de todos os

envolvidos na operação;

Padronizar os procedimentos operacionais de segurança através do

detalhamento e da divisão de tarefas.

5. TERMINOLOGIA E CARACTEISTICAS

Partes de uma escada prolongável (LUCIANO, 2015):

Adriça: corda usada para elevação da seção extensível da escada

prolongável;

Banzos ou montantes: principais componentes estruturais da escada;

Base: parte inferior da escada, que é apoiada no chão;

3

Cabeça: parte superior de uma escada;

Cama: seção inferior da escada prolongável;

Catraca: suporte para travar a seção extensível aos degraus da cama;

Cinta de encosto: cinta de borracha ou couro que objetiva auxiliar no apoio da

parte superior da escada, distribuindo esforços para os banzos e evitando

sobrecarga em apenas um degrau, quando usada em postes ou árvores;

Degraus: parte da escada em que se põem os pés;

Espigões: extremidade superior de cada banzo;

Guias laterais: mantém a seção extensível da escada anexada à cama;

Roldana de içamento: permite a elevação da seção extensível;

Sapatas: pontos ligados à base para evitar derrapagens;

Seção extensível da escada prolongável.

Figura 1: Escada Prolongável

Fonte: LUCIANO, 2015

4

Outras Partes:

6. INCIDENTES DE RISCOS

Riscos de quedas ou tombamentos;

Rupturas da escada;

Ausência ou desgaste das sapatas antiderrapantes;

O ângulo de inclinação com terreno incorreto;

Falta de amarração da escada ou amarração em ponto de ancoragem

inadequado;

Tentar acessar uma área fora do alcance do posicionamento da escada;

Usar a escada na circulação de pessoas e veículos sem o devido bloqueio e

sinalização, apoiar a escada em piso desnivelado ou escorregadio;

Acessar a escada utilizando apenas uma das mãos e carregado ferramentas

e materiais com a outra;

Utilização da escada próxima à rede e equipamentos elétricos desprotegidos,

escada sem os degraus antiderrapante;

Utilização da escada em péssimo estado de conservação sem a devida

inspeção e manutenção;

Operador com vertigens ou similares;

Improvisação sem o devido procedimento de segurança.

Figura 2: Cinta de encosto

Fonte: LUCIANO,2015

Figura 3: Sapatas Fonte: Imagem:LUCIANO,2015

5

7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Capacete de segurança com jugular;

Calçado de Segurança;

Cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte e absorvedor de energia;

Óculos de Segurança;

Trava quedas.

8. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

As regras de segurança devem ser obedecidas para se evitar acidentes e se

alcançar o sucesso nas operações;

Regra de ouro: nunca trabalha sozinho com escadas prolongáveis;

Como medida de segurança deve-se estabelecer o número máximo de

homens que os diferentes tipos de escada comportam que são um homem e

equipamento para escadas de até 7 metros e dois homens para escadas de 7

a 10m;

O trabalho com escada prolongável numa operação em altura deve ser

limitado aos casos em que não se justifique a utilização de equipamento mais

seguros em razão do nível reduzido do risco, da curta duração da utilização

ou de características existentes que a guarnição em especial o operador não

pode alterar;

Verificar o tamanho da escada e carga que suporta está adequado ao

trabalho a ser executado;

As escadas prolongáveis devem ser inspecionadas antes de serem usadas, é

importante sempre verificá-la, observando o aspecto geral, estabilidade, as

ferragens e possíveis trincas, os amassados e eventuais oxidações

decorrentes do uso. As partes danificadas ou desgastadas devem ser

trocadas ou consertadas sem improvisação;

6

FICHA DE INSPEÇÃO

Quadro 1: Ficha de inspeção Fonte: Do Autor

Nome Operador:

Identificação:

Área Mês______________ _____/_____/______

Campo de Verificação

TERMO DE INSPEÇÃO DA ESCADA PROLONGÁVEL C NC

01 Os degraus estão fixos, limpos e são uniformes quanto

à distância?

02 Roscas, fixadores e outras partem em perfeitas

condições?

03 Montantes em bom estado de conservação sem

apresentar trincas?

04 Escada sem oxidação?

05 As dobradiças bem fixadas?

06 Sapatas antiderrapantes em boas condições

07 Escada adequada ao tipo de trabalho a ser realizado.

(tamanho/risco elétrico)?

08 As travas de seguranças em bom funcionamento?

09 Possui de forma legível, sinalização de carga máxima?

10 As roldanas se encontram em perfeito estado?

11 A corda utilizada na escada está em boas condições?

12 Os acessórios estão corretamente montados e não

estão danificados?

Legenda:

C: Conforme / Em Ordem.

NC: Não Conforme (Condição insatisfatória / danificado).

Nota:

Partes danificadas devem ser substituídas;

Escadas avariadas que não possam ser reparadas devem ser destruídas.

Observar também o manual do fabricante para verificar a vida útil da escada.

Nunca se deve operar uma escada que não esteja em perfeitas condições de

segurança e instalação, utilizá-la em sinistros pode gerar um acidente ainda mais

grave que o inicial.

7

Inspeção prática parte 1: a escada fechada (sem as seções estendidas) é

colocada na posição vertical. Eleva- se a seção móvel (parte superior) da escada

até a altura máxima, somente com a utilização da corda. Não deve ser observada

qualquer dificuldade nesta operação. O deslizamento deve ser suave, tanto na

subida, quanto na descida (ver figura 1);

Figura 4: Inspeção em 90°

Fonte: Do Autor

Inspeção prática 2: repete-se a operação com a escada formando um ângulo de

45o com o plano horizontal. Os resultados devem ser os mesmos do ensaio

anterior (Figura 2);

Figura 5: Inspeção em 90 º

Fonte: Do Autor

Resultados esperados da inspeção prática: os ganchos da catraca devem

funcionar perfeitamente em cada degrau, ficando absolutamente imóveis, de

modo a garantir a segurança do usuário, mesmo quando bruscamente

sacudida;

Confirmar de que no percurso de acesso não existem obstáculos que

impeçam ou condicionem a colocação dos equipamentos ou movimentação

das pessoas;

8

As técnicas de operações com escadas prolongável só devem ser realizadas

com baixa altura (menor que 12m);

Pratiquem os treinos primeiro ao nível do solo com bonecos de 50 kg, para só

depois passar repassar as alturas baixas;

Observar a padronização dos procedimentos de segurança, pois assim

nenhum membro da guarnição faça algo inesperado;

Durante as operações a prioridade é a segurança da equipe, somente depois

a segurança da vítima; Ninguém pode se apressar em acessara vítima se a

sua própria segurança não estiver em prefeitas condições;

A comunicação entre os integrantes deve está bem treinadas e conhecida por

todos os membros da operação para evitar intepretação erradas por isso

assim é recomendado estabelecer uma comunicação padronizada;

Para baixo! Para cima!

Ok!/Ok! Atenção!

Pare!

Figura 6: Adaptado do resgate vertical: Comunicação por sinais Fonte: Do Autor

9

Comunicação de segurança por uma linguagem padronizada:

Operador Segurança (responde) Significado

Segurança pronta? Estou pronto para subir, você está

pronto?

Segurança pronta. Estou pronto para fazer a

segurança.

Subindo/Descendo.

Pode subir/descer. Pode começar.

Estou seguro.

Estou em um ponto fora da

ancoragem, fora da ancoragem.

Ok! Segurança. Não mais fazendo a segurança.

Quadro 2: Linguagem operacional de segurança

Fonte: Confeccionado com informações do resgate vertical AGUIAR, 2015

Manter-se atento e não perder o foco na operação;

Por menor que seja a guarnição ou a operação, não pode faltar o operador de

segurança, que é responsável por fiscalizar todo o sistema, verificando,

ancoragens, colocação dos cintos de segurança, mosquetões,

posicionamento da escada e as condições gerais da escada;

Estabelecer o zoneamento de segurança. Essas zonas são estabelecidas

principalmente para definir as áreas de riscos e o nível de proteção

necessário especificado da seguinte forma:

Zona Quente é a área com maior potencial de risco, no caso do emprego de

escada prolongável, risco real de um tombamento, isolamento na quente deve

ser no mínimo duas vezes e meia o comprimento da escada;

Zona Morna é a área de transição. Esta zona não está sujeita o risco de

tombamento, mas é aquela que vai desde a retirada da viatura até seu

posicionamento na zona quente;

Zona Fria é a área que está livre de riscos e que pode ser usada com

segurança com uma área de planejamento e apoio, mesmo assim deve ser

isolada do público em geral;

As escadas prolongáveis metálicas devem possui um letreiro que indique:

NÃO USAR PERTO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS;

10

Para escada prolongáveis além de subir e travar as catracas, e fazer

amarração de segurança com um cabo de diâmetro de no mínimo 8 mm e

carga de resistência de no mínimo 2000 N;

Figura 7: Amarração de segurança Fonte: Do Autor

Escadas transportadas ou armazenadas em veículos devem ser apoiadas

convenientemente para evitar deformação;

Sempre que precisar improvisar em situações de salvamento, com estruturas

improvisadas, deve usar o fator 5x a massa/vítima (em Kg) como coeficiente

de segurança;

Sempre que possível quando precisar subir em um poste ou em uma árvore

ancorar a escada no topo e no pé do anteparo, com o bombeiro ancorado

pela linha;

Figura 8: Ancoragem na linha da vida Fonte: Do Autor

Não afastar ou inclinar-se na escada prolongável sem estar ancorado;

As escadas prolongáveis devem possuir dispositivo limitador de curso, fixada

11

no quarto vão a contar das catracas, proporcionando uma sobreposição de

no mínimo 1 m (um metro, cerca de 3 degraus) quando estendida, para que o

bombeiro apoiar-se num dos montantes e manter o equilíbrio.

Figura 9 – Inclinação ideal para uso da escada.

Fonte: FUNDACENTRO, 2002.

9. CUIDADOS COM A ESCADA PROLONGÁVEL UTILIZADA COM TRIPE

O içamento de pequenas cargas e os esforços impostos na escada deve está

dentro dos limites especificados pelo fabricante. A fim de se evitar o

movimento lateral, a literatura recomenda que os pontos de ancoragem

estejam a uma distância equivalente a metade da altura da escada para cada

lado;

Figura 10: Exemplo de utilização de escada para tracionamento. Fonte: SÃO PAULO, 2006

12

Figura 11: Visão Geral do Sistema

Fonte: LUCIANO ,2015

O pé da escada deve ser ancorado na roda do caminhão de resgate, não

havendo folgas;

O ângulo entre o piso e escada deve ser o menor possível, entorno de 75°,

para uma maior resistência da escada;

Deve-se ter cuidado com a temperatura das rodas do caminhão, pois as

mesmas podem estar muito quentes, podendo comprometer a resistência do

anel de fita colocado nos furos da roda;

Caso esteja muito quente, deve-se utilizar um cabo solteiro passando sobre o

eixo da roda e voltando cruzado travado na parte inferior do pneu, fazendo

duas aselhas na sua extremidade para a confecção da ancoragem que

travará a base da escada;

Na parte superior utilize fitas tubulares ancoradas em cada banzo da escada

e apoiadas nos degraus, formando uma equalização distribuindo a carga e

aumentando a resistência da escada que servirá de ponto de ancoragem das

polias. No caso de superaquecimento deve preparar um cabo para ligar ao

chassi da viatura;

13

Figura 12: Ancoragem Superior

Fonte: LUCIANO,2015

Onde se encontra o sistema multiplicador de força deve-se ancorar um cabo

na roda oposta como uma medida de segurança se os montantes venham se

romper.

10. CUIDADOS COM O USO DA ESCADA PROLONGÁVEL DURANTE O COMBATE INCÊNDIO

No trabalho de escada prolongável conjugada com mangueiras de combate

incêndio deve-se, sempre que possível ser ancorada por meio de uma correia

de fixação ou cabo da vida;

Firmar com as mãos nos montantes e com os pés na base inferior da escada

e ter a máxima atenção na canga e desenvolvimento da operação;

Figura 13: Posicionamento

Fonte: SÃO PAULO,2006.

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Sempre que estiver com as mãos ocupadas como no caso do combate com

mangueiras é essencial que o bombeiro esteja ancorado;

É recomedável que o bombeiro passe um das pernas por dentro de um

degrau acima do nível que vai operar os esguichos, calçando o peito do pé;

Figura 14: Travamento de pernas

Fonte: SÃO PAULO, 2006.

Nunca se deve colocar a linha de mangueira por entre os degraus da escada.

O correto é usar um descanso de mangueira, um para cada lance e um para

o topo;

Apoiar a escada prolongável no combate incêndio no centro da janela, e sim

encostar-se a um dos lados, ultrapassando o objetivo;

Figura15: Acesso com segurança

Fonte: SÃO PAULO, 2006

Quando não for possível o bombeiro segurar em uma das laterais da janela, o

bombeiro deve entrar pelo lado existente entre a janela e a escada;

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Figura 16: Acesso pelo lado da janela

Fonte: SÃO PAULO ,2006

Precauções devem ser tomadas a fim de evitar deslocamentos de tijolos,

reboco, queda de objetos que se achem colocadas nos parapeitos, sacadas,

quebra de vidros, etc;

Em operações à noite, é obrigatório iluminar a zona de operação com

escadas, utilizando- se os faroletes monitores das viaturas, ou lanternas

portáteis;

O transporte da escada prolongável para onde deve ser armada é feito com

seus pés(sapatas) para a frente do alvo, o que facilita sua colocação no local

exato da ação;

O transportador da escada prolongável deve sempre olhar para frente;

Durante o movimento de levantamento de uma escada prolongável, deve-se

se tomar cuidado para serem evitados acidentes que podem resultar ruptura

do cabo, da roldana, devido o não travamento da catraca;

Verificar se não há cabo elétrico energizado junto à parede que se deseja

escalar, providenciando de imediato o desligamento;

Sempre que possível, a vítima deve estar amarrada por um cabo de

segurança;

Sempre que precisar ultrapassar vãos, fazer com pés e mãos apoiados, um

bombeiro firmando e outro controlando o cabo de segurança;

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Figura 17: Transposição com ancorado pelo cabo da vida

Fonte: BOMBEIRO SÃO PAULO, 2006

Ao levantar a escada, não colocar o pé ou a mão sobre os degraus do lanço

base ou na parte interna do banzo;

Ao levantar a escada não passar o braço por entre os degraus;

Erguer a escada com os músculos da perna, mantendo o tronco ereto;

Usar sapatas e degraus antiderrapantes ou armar a escada em solo instável,

providenciar sapatas para os pés da escada, meios de fortuna (tábuas,

pedaços de madeira).

Figura 18: Meio de fortuna

Fonte: Do Autor.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, Eduardo. Resgate Vertical. Associação da Vila Militar, Curitiba, 2016.

ISASTUR. Manual de Segurança. 2010. Disponível em:< https://www.isastur.com/external/seguridad/data/pt/1/1_1.htm> Acesso em 20/05/2017 LUCIANO, Elias José. Operações com Escadas. MB-1, Belo Horizonte, 2015.

PASTL, Sérgio. Manual de Salvamento com Escadas. Porto Alegre: Spazio Itália, 2014. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE PROCEDIMENTOS. Escadas, rampas e passarelas. Trabalho 106 RTP04. Fundacentro, 2002

SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros: manual de fundamentos, escadas de bombeiros, 2006