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Comentário Comentário Bíblico de Bíblico de Matthew Henry Matthew Henry Novo Testamento Baixado da Internet de www.graciasoberana.com Em quarta-feira, 16 de janeiro de 2008, 14:21:19 Tradução do espanhol ao português por Daniela Raffo Terminada em terça-feira, 24 de junho de 2008, 21:51:44 www.semeadoresdapalavra.net

Comentário bíblico nt matthew henry

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  1. 1. ComentrioComentrio Bblico deBblico de Matthew HenryMatthew Henry Novo Testamento Baixado da Internet de www.graciasoberana.com Em quarta-feira, 16 de janeiro de 2008, 14:21:19 Traduo do espanhol ao portugus por Daniela Raffo Terminada em tera-feira, 24 de junho de 2008, 21:51:44 www.semeadoresdapalavra.net Nossos e-books so disponibilizados gratuitamente, com a nica finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que no tem condies econmicas para comprar. Se voc financeiramente privilegiado, ento utilize nosso acervo apenas para avaliao, e, se gostar, abenoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. SEMEADORES DA PALAVRA e-books evanglicos NDICEError: Reference source not found
  2. 2. MATEUS Mateus, apelidado Levi, antes de sua converso era um publicano ou cobrador de impostos submetidos aos romanos de Cafarnaum. Como regra geral, se reconhece que ele escreveu seu evangelho antes que qualquer dos outros evangelistas. O contedo deste evangelho e a prova dos escritores antigos, mostram que foi escrito primordialmente para o uso da nao judaica. O cumprimento da profecia era considerado pelos judeus como uma prova firme, portanto Mateus usa este fato em forma especial. Aqui h partes da histria e dos sermes de nosso Salvador, particularmente selecionados por adaptar-se melhor para despertar a nao a ter conscincia de seus pecados; para eliminar suas expectativas errneas de um reino terreno; para derrubar seu orgulho e engano para consigo mesmos; para ensinar-lhes a natureza e magnitude espiritual do evangelho; e para prepar-los para admitirem os gentios na Igreja. CAPTULO 1 Versculos 1-17 A genealogia de Jesus Versculos 18-25 Um anjo aparece a Jos Versculos 1-17 Acerca desta genealogia de nosso Salvador, observe-se a inteno principal. No uma genealogia desnecessria. No por vanglria, como costumam ser as dos grandes homens. Demonstra que nosso Senhor Jesus da nao e famlia da qual ia surgir o Messias. A promessa da bno foi feita a Abrao e a sua descendncia; a do domnio, a Davi e a sua descendncia. Foi prometido a Abrao que Cristo desceria dele (Gn 12.3; 22.18); e a Davi que desceria dele (2 Samuel 7.12; Salmo 89.3 e seguintes; 132.11); portanto, a menos que Jesus seja filho de Davi, e filho de Abrao, no o Messias. Isto se prova aqui com registros bem conhecidos. Quando aprouve ao Filho de Deus tomar nossa natureza, Ele se aproximou de ns em nossa condio cada, miservel; mas estava perfeitamente livre de pecado: e enquanto lemos os nomes de sua genealogia, no esqueamos quo baixo se inclinou o Senhor da glria para salvar a raa humana. Versculos 18-25 Olhemos as circunstncias em que entrou o Filho de Deus a este mundo inferior, at que aprendamos a desprezar as vs honras deste mundo, quando comparadas com a piedade e a santidade. O mistrio de Cristo feito homem deve ser adorado; no para perguntar acerca disto por curiosidade. Foi assim ordenado que Cristo participasse de nossa natureza, porm puro da contaminao do pecado original, que tinha sido comunicado a toda a raa de Ado. Atente que ao que reflexiona a quem Deus guiar, no ao que no pensa. O tempo de Deus para chegar com instruo a seu povo se d quando esto perdidos. Os consolos divinos confortam mais a alma quando est pressionada por pensamentos que confundem. dito a Jos que Maria devia trazer o Salvador ao mundo. Devia dar-lhe o nome de Jesus, Salvador. Jesus o mesmo nome de Josu. A razo deste nome clara, porque aqueles aos que Cristo salva, so salvos de seus pecados; da culpa do pecado pelo mrito de sua morte e do poder do pecado pelo Esprito de Sua graa. Ao salv-los do pecado, os salva da ira e da maldio, e de toda desgraa, aqui e depois. Cristo veio salvar seu povo no em seus pecados, seno de seus pecados; e, assim, a redimi-los dentre os homens para si, que separado dos pecadores. Jos fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, rapidamente e sem demora, jubilosamente, sem discutir. Aplicando as regras gerais da palavra escrita, devemos seguir a direo de Deus em todos os passos de nossa vida, particularmente em suas grandes mudanas, que so dirigidas por Deus, e acharemos que isto seguro e consolador. 2
  3. 3. CAPTULO 2 Versculos 1-8 Os magos buscam a Cristo Versculos 9-12 Os magos adoram a Jesus Versculos 13-15 Jesus levado ao Egito Versculos 16-18 Herodes manda matar as crianas de Belm Versculos 19-23 Morte de Herodes Jesus trazido a Nazar Versculos 1-8 Os que vivem completamente afastados dos meios de graa costumam usar a mxima diligncia e aprendem a conhecer o mximo de Cristo e de sua salvao. Porm, nenhuma arte da curiosidade nem o puro aprendizado humano podem levar os homens at Ele. Devemos aprender de Cristo atentando palavra de Deus, como luz que brilha num lugar escuro, e buscando o ensino do Esprito Santo. Aqueles em cujo corao se levanta a estrela da manh, para dar-lhes o necessrio conhecimento de Cristo, fazem de sua adorao sua atividade preferencial. Embora Herodes era muito velho, e nunca tinha demonstrado afeto pela sua famlia, e era improvvel que vivesse at que o recm-nascido chegasse idade adulta, comeou a turbar-se com o temor de um rival. No compreendeu a natureza espiritual do reino do Messias. Cuidamo-nos da f morta. O homem pode estar persuadido de muitas verdades e ainda pode adi-las, porque interferem com sua ambio ou licena pecaminosa. Tal crena lhe incomodar, e se decidir mais a opor-se verdade e causa de Deus; e pode ser o suficientemente nscio como para esperar ter xito nisso. Versculos 9-12 Quanto gozo sentiram estes sbios ao ver a estrela, ningum o sabe to bEnquanto aqueles que, depois de uma longa e triste noite de tentao e abandono sob o poder de um esprito de escravido, finalmente recebem o Esprito de adoo, dando testemunho a seus espritos de que so filhos de Deus. Podemos pensar que desiluso foi para eles quando encontraram que uma barraca era seu palcio, e sua prpria e coitada me era a nica servido que tinha. Contudo, estes magos no se acreditaram impedidos, pois tendo achado o Rei que buscavam, lhe ofereceram seus presentes. Quem procura humildemente a Cristo no tropear se achar Ele e seus discpulos em casebres escuros, depois de t-los procurado em vo nos palcios e cidades populosas. H uma alma ocupada em buscar a Cristo? Querer ador-lo e dizer "sim!, eu sou uma criatura pobre e nscia e nada tenho a oferecer? Nada!" No tem corao, ainda que indigno dEle, escuro, duro e nscio? Entregue-o a Ele tal como , e se prepare para que Ele o use e dispunha dele como lhe apraz; Ele o tomar e o far melhor, e nunca te arrependers de ter agido assim. Ele o moldar a sua semelhana, e Ele mesmo se entregar a voc e ser seu para sempre. Os presentes dos magos eram ouro, incenso e mirra. A providncia os enviou como socorro oportuno para Jos e Maria em sua atual condio de pobreza. Assim nosso Pai celestial, que conhece o que necessitam seus filhos, usa a alguns como mordomos para suprir as necessidades dos outros e prov-los ainda desde os confins da terra Versculos 13-15 Egito tinha sido um lar de escravido para Israel, e particularmente cruel para as crianas de Israel; mais ser um lugar de refgio para o santo menino Jesus. Quando a Deus lhe apraz, pode fazer com que o pior dos lugares sirva para o melhor dos propsitos. Esta foi uma prova de f para Jos e Maria. Mas a f deles, sendo provada, foi achada firme. Se ns e nossos filhos estivermos em problemas em qualquer tempo, lembremos as dificuldades em que esteve Cristo quando era um menino. Versculos 16-18 Herodes matou os meninos vares, no somente de Belm, seno de todas as aldeias dessa cidade. A ira desenfreada, armada com um poder ilcito, freqentemente leva os homens a crueldades absurdas. No foi coisa injusta que Deus permitisse isto; cada vida entregue a sua justia to logo como comea. As doenas e as mortes dos pequenos so prova do pecado original. Mas o assassinato destas crianas foi seu martrio. Que cedo comeou a perseguio contra Cristo e seu reinado! Herodes acreditava ter destrudo as profecias do Antigo Testamento, e os esforos dos magos para acharem Cristo; mas o conselho do Senhor permanecer, por astutas e cruis que sejam as artimanhas do corao dos homens. 3
  4. 4. Versculos 19-23 Egito pode servir por um tempo como estadia ou refgio, mas no para ficar a viver. Cristo foi enviado s ovelhas perdidas da casa de Israel, e a elas deve retornar. Se olharmos o mundo como o nosso Egito, o lugar de nossa escravido e exlio, e somente o cu como a nossa Cana, nosso lar, nosso repouso, deveremos levantar-nos logo e partir daqui quando sejamos chamados, como Jos quando saiu do Egito. A famlia deve estabelecer-se na Galilia. Nazar era lugar tido em pobre estimao, e Cristo foi crucificado sob esta acusao, Jesus Nazareno. Onde quer que nos indique a providncia os limites de nossa habitao, devemos esperar compartir a admoestao de Cristo; embora possamos gloriar- nos de sermos chamados por seu nome, seguros de que, se sofremos com Ele, tambm seremos glorificados com Ele. CAPTULO 3 Versculos 1-6 Joo Batista Sua pregao, seu estilo de vida, e o batismo Versculos 7-12 Joo reprova os fariseus e os saduceus Versculos 13-17 O batismo de Jesus Versculos 1-6 Depois de Malaquias, no houve profeta at Joo Batista. Apareceu primeiro no deserto da Judia. No era um deserto desabitado, seno parte do pas, no densamente povoado nem muito isolado. Nenhum lugar to remoto como para excluir-nos das visitaes da graa divina. Pregava a doutrina do arrependimento: "Arrependei-vos". A palavra aqui usada implica uma mudana total de modo de pensar: uma mudana de juzo, da disposio e dos afetos, uma inclinao diferente e melhor da alma. Considerem seus caminhos, mudem seus pensamentos: pensaram errado; comecem de novo e pensem certo. Os penitentes verdadeiros tm pensamentos de Deus e de Cristo, do pecado e da santidade, deste mundo e do outro, diferentes dos que tinham. A mudana do pensamento produz uma mudana de caminho. Este o arrependimento do evangelho, o qual se produz ao ver a Cristo, ao captar seu amor, e da esperana de perdo por meio dEle. um grande estmulo para que ns nos arrependamos; arrependam-se, porque seus pecados sero perdoados se vocs se arrependem. Voltem-se a Deus pelo caminho do dever, e Ele, por meio de Cristo, se voltar a vocs pelo caminho da misericrdia. Agora to necessrio que nos arrependamos e nos humilhemos para preparar o caminho do Senhor como o era ento. H muito que fazer para abrir caminho para Cristo numa alma, e nada mais necessrio que o descobrimento do pecado, e a convico de que no podemos ser salvos por nossa prpria justia. O caminho do pecado e de Satans um caminho retorcido, mas para preparar um caminho para Cristo necessrio endireitar as veredas (Hebreus 12.13). Os que tm por atividade chamar os outros a lamentar o pecado e a mortific-lo, devem levar uma vida sria, uma vida de abnegao e desprezo do mundo. Dando aos outros este exemplo, Joo preparou o caminho para Cristo. Muitos foram ao batismo de Joo, mas poucos mantiveram a profisso que fizeram. Talvez haja muitos ouvintes interessados, mas poucos crentes verdadeiros. A curiosidade e o amor pela novidade e variedade podem levar a muitos a ouvir uma boa pregao, sendo afetados momentaneamente muitos que nunca se submetem a sua autoridade. Os que receberam a doutrina de Joo testemunharam seu arrependimento confessando seus pecados. Esto prontos para receber a Jesus Cristo como sua Jz somente os que so levados com tristeza e vergonha a reconhecer sua culpa. Os benefcios do reino dos cus, agora j muito perto, foram selados pelo batismo. Joo os purificou com gua, em sinal de que Deus os limparia de todas suas iniqidades, dando a entender com isto que, por natureza e costume, todos estavam contaminados e no podiam ser recebidos no povo de Deus a menos que fossem lavados de seus pecados no manancial que Cristo abriria (Zacarias 13.1). Versculos 7-12 Dar aplicao para as almas dos ouvintes a vida da pregao; assim foi a de Joo. Os fariseus davam nfase principal s observncias externas, descuidando os assuntos de mais peso da lei moral, e o significado espiritual de suas cerimnias legais. Outros eram hipcritas detestveis que faziam, com suas pretenses de santidade, um manto para a iniqidade. Os saduceus estavam no 4
  5. 5. extremo oposto, negando a existncia dos espritos e o estado futuro. Eles eram os infiis zombadores daquela poca e daquele pas. Existe uma grande ira vindoura. O grande interesse de cada um fugir da ira. Deus, que no se deleita em nossa runa, j nos tem advertido; adverte pela palavra escrita, pelos ministros, pela conscincia. No so dignos do nome de penitentes, nem de seus privilgios, os que dizem lamentar seus pecados, porm continuam neles. Convm aos penitentes ser humildes e baixos a seus prprios olhos, agradecer a mnima misericrdia, ser pacientes nas grandes aflies, estar alerta contra toda aparncia de mal, abundar em todo dever, e ser caridosos ao julgar o prximo. Aqui h uma palavra de cautela, no confiar nos privilgios externos. Existem muitos cujos coraes carnais so dados a seguir o que eles mesmos dizem dentro de si, e deixar de lado o poder da palavra de Deus que convence do pecado, e sua autoridade. Existem multides que no chegam ao cu por descansar nas honras e nas simples vantagens de serem membros de uma igreja externa. Eis aqui uma palavra de terror para o negligente e confiado. Nossos coraes corruptos no podem dar bons frutos a menos que o Esprito regenerador de Cristo implante a boa palavra de Deus neles. Contudo, toda rvore que tenha muitos dons e honras, por verde que parea em sua profisso e desempenho externo, se no der bom fruto, frutos dignos de arrependimento, cortada e lanada no fogo da ira de Deus, o lugar mais apto para as rvores estreis; para que outra coisa servem? Se no do fruto, so boas como combustvel. Joo mostra o propsito e a inteno da apario de Cristo; a qual eles agora esperavam com prontido. No existem formas externas que possam limpar-nos. Nenhuma ordenana, seja quem for que a ministre, ou no importa a modalidade, pode suprir a necessidade do batismo do Esprito Santo e do fogo. Somente o poder purificador e limpador do Esprito Santo pode produzir a pureza de corao, e os santos afetos que acompanham a salvao. Cristo quem batiza com o Esprito Santo. Isso fez com os extraordinrios dons do Esprito enviados aos apstolos (Atos 2.4). Isto faz com as graas e consolaes do Esprito, entregues aos que as pedem (Lucas 11.13; Joo 7.38-39; Atos 11.16). Observe-se aqui a igreja externa na era de Cristo (Isaias 21.10). Os crentes verdadeiros so o trigo, substanciais, teis e valiosos; os hipcritas so palha, ligeiros e vazios, inteis, sem valor, levados por qualquer vento; esto misturados, bom e mau, na mesma comunho externa. Vem o dia em que sero separados a palha do trigo. O juzo final ser o dia que faa a diferena, quando os santos e os pecadores sejam separados para sempre. No cu os santos so reunidos, e no mais espalhados; esto a salvo e no mais expostos; separados do prximo corrompido por fora e com afetos corruptos por dentro, e no h palha entre eles. O inferno o fogo inextinguvel que certamente ser a poro e o castigo dos hipcritas e incrdulos. Aqui a vida e a morte, o bem e o mal, so colocados ante ns: segundo somos agora no campo, seremos ento na eira. Versculos 13-17 As condescendncias da graa de Cristo so to assombrosas que ainda os crentes mais firmes podem apenas acreditar nelas no princpio; to profundas e misteriosas que ainda os que conhecem bem sua mente esto prontos a oferecer objees contra a vontade de Cristo. Os que tm muito do Esprito de Deus, enquanto esto aqui vem que necessitam pedir mais de Cristo. No nega que Joo tinha necessidade de ser batizado por Ele, porm declara que deve ser batizado por Joo. Cristo est agora em estado de humilhao. Nosso Senhor Jesus considerou conveniente, para cumprir toda justia, apropriar-se de cada instituio divina, e mostrar sua disposio para cumprir com todos os preceitos justos de Deus. Em Cristo e por meio dEle, os cus esto abertos para os filhos dos homens. Esta descida do Esprito sobre Cristo demonstra que estava dotado sem medida com seus poderes sagrados. O fruto do Esprito Santo amor, gozo, paz, pacincia, benignidade, bondade, f, mansido e temperana. No batismo de Cristo houve uma manifestao das trs Pessoas da Santa Trindade. O Pai confirmando o Filho como Mediador; o Filho que solenemente se encarrega da obra; o Esprito Santo que desce sobre Ele para ser comunicado ao povo por seu intermdio. NEle so aceitveis nossos sacrifcios espirituais, porque Ele o altar que santifica todo dom (1 Pedro 2.5). Fora de Cristo, Deus fogo consumidor; em Cristo, um Pai reconciliado. Este o resumo do evangelho, o qual devemos abraar jubilosamente pela f. 5
  6. 6. CAPTULO 4 Versculos 1-11 A tentao de Cristo Versculos 12-17 O comeo do ministrio de Cristo na Galilia Versculos 18-22 O chamado de Simo e dos outros Versculos 23-25 Jesus ensina e faz milagres Versculos 1-11 Com referncia tentao de Cristo, observe-se que foi tentado imediatamente depois de ser declarado Filho de Deus e Salvador do mundo; os grandes privilgios e os sinais especiais do favor divino no asseguram a ningum que no ser tentado. Mas se o Esprito Santo d testemunho de que temos sido adotados como filhos de Deus, isso responder todas as sugestes do esprito mau. Cristo foi levado ao combate. Se fizermos ostentao de nossa prpria fora, e desafiarmos o diabo a tentar-nos, provocamos que Deus nos deixe livrados a ns mesmos. Outros so tentados, quando so desviados por sua prpria concupiscncia, e so seduzidos(Tiago 1.14); porm nosso Senhor Jesus no tinha natureza corrupta, portanto Ele foi tentado somente pelo diabo. Manifesta-se na tentao de Cristo que nosso inimigo sutil, mal-intencionado e muito atrevido, mas que podemos resisti-lo. Consolo para ns o fato de que Cristo sofreu sendo tentado, pois, assim, se manifesta que nossas tentaes, enquanto no cedamos a elas, no so pecado e so somente aflies. Em todas suas tentaes, Satans atacava para que Cristo pecasse contra Deus. 1) O tentou a desesperar da bondade de seu Pai, e a desconfiar do cuidado de seu Pai. Uma das tretas de Satans tirar vantagem de nossa condio externa; e os que so colocados em apertos devem duplicar sua guarda. Cristo respondeu todas as tentaes de Satans com um "Est escrito", para dar-nos o exemplo ao apelar ao que est escrito na Bblia. Ns devemos adotar este mtodo cada vez que formos tentados a pecar. Aprendamos a no seguir rumos errados a nossa proviso, quando nossas necessidades so sempre to urgentes: o Senhor prover de uma ou de outra forma. 2) Satans tentou Cristo a que presumisse do poder e proteo de seu Pai em matria de seguridade. No h extremos mais perigosos que o desespero e a presuno, especialmente no que diz respeito aos assuntos de nossa alma. Satans no objeta lugares sagrados como cenrio de seus assaltos. No baixemos a guarda em lugar nenhum. A cidade santa o lugar onde, com a maior vantagem, tenta aos homens ao orgulho e presuno. Todos os elevados so lugares escorregadios; o avano no mundo faz do homem um alvo para que Satans dispare suas setas de fogo. Satans est to bem versado nas Escrituras que capaz de cit-las facilmente? Sim, ele est. possvel que um homem tenha sua cabea cheia de noes das Escrituras, e sua boca cheia de expresses das Escrituras, enquanto seu corao est cheio de forte inimizade contra Deus e contra toda bondade. Satans citou mal as palavras. Se nos sairmos de nosso caminho, fora da senda de nosso dever, abandonamos a promessa e nos colocamos fora da proteo de Deus. Esta passagem, Deuteronmio 8.3, foi feita contra o tentador, portanto ele omitiu uma parte. Esta promessa firme e resiste bem. Mas seguiremos em pecado para que a graa abunde? No. 3) Satans tentou a Cristo na idolatria com o oferecimento dos reinos do mundo e a glria deles. A glria do mundo a tentao mais encantadora para quem no pensa e no percebe; isto o que mais facilmente vence aos homens. Cristo foi tentado a adorar Satans. Rejeitou com aborrecimento a proposta. "Retire-se, Satans!". Algumas tentaes so abertamente ms; e no so para serem simplesmente resistidas, seno para serem rejeitadas de imediato. Bom ser rpido e firme para resistir a tentao. Se resistirmos o diabo, ele fugir de ns. Mas a alma que delibera est quase vencida. Encontramos somente uns poucos que podem rejeitar resolutamente tais iscas, como as que oferece Satans, embora de que aproveita a um homem se ganhar o mundo e perder sua alma? Cristo foi socorrido depois da tentao para estimul-lo a continuar em seu esforo, e para estimular-nos a confiarmos nEle, porque soube, por experincia, o que sofrer sendo tentado, de modo que sabia o que ser socorrido na tentao; portanto, podemos esperar no s que sinta por seu povo tentado, seno que venha com o oportuno socorro. Versculos 12-17 Justo que Deus retire o evangelho e os meios de graa dos que os desprezam e os lanam de si. Cristo no ficar muito tempo onde no seja bem-vindo. Os que esto sem Cristo esto nas trevas. Esto instalados nessa condio, numa postura comprazida; a escolhem antes que a luz; so voluntariamente ignorantes. Quando chega o evangelho, vem a luz; quando este chega a qualquer parte, quando chega a uma alma, a se faz o dia. A luz revela e dirige; assim o faz o evangelho. A doutrina do arrependimento boa doutrina do evangelho. No somente o austero Joo Batista, seno o bondoso Jesus pregou o arrependimento. Ainda existe a mesma razo para faz-lo assim. 6
  7. 7. No se reconheceu por completo que o Reino dos Cus tinha chegado at a vinda do Esprito Santo, depois da ascenso de Cristo. Versculos 18-22 Quando Cristo comeou a pregar, principiou a reunir discpulos que deviam ser ouvintes, e depois pregadores, de sua doutrina, que deviam ser testemunhas de seus milagres, e depois testemunhar acerca deles. No foi corte de Herodes, nem foi Jerusalm aos sumos sacerdotes nem aos ancios, seno ao mar da Galilia, aos pescadores. O mesmo poder que chamou a Pedro e a Andr poderia ter trazido a Ans e a Caifs, porque nada impossvel a Deus. Mas Cristo escolhe o simples do mundo para confundir o sbio. A diligncia um chamado honesto a comprazer a Cristo; e no um obstculo para a vida santa. A gente ociosa est mais aberta s tentaes de Satans que aos chamados de Deus. coisa feliz e cheia de esperana ver filhos que cuidam de seus pais e cumprem com seus dever. Quando Cristo voltar, ser bom ser achado agindo assim. Estou em Cristo? uma pergunta muito necessria que devemos fazer-nos, e depois dela, estou em meu chamado? Tinham seguido antes a Cristo como discpulos comuns (Joo 1.37); agora devem deixar seu ofcio. Os que seguem bem a Cristo devem, a seu mandado, deixar todas as coisas para segui-lo a Ele, devem estar dispostos a separar-se delas. Esta instncia do poder do Senhor Jesus nos exorta a dependermos de sua graa. Ele fala e est feito. Versculos 23-25 Aonde ia Cristo, confirmava sua misso divina por meio de milagres, que foram emblema do poder curador de sua doutrina e do poder do Esprito que o acompanhava. Agora no encontramos em nossos corpos o miraculoso poder curador do Salvador, mas se formos curados pela medicina, o louvor igualmente dEle. Aqui se usam trs palavras gerais. Ele sanou toda enfermidade ou doena; nenhuma foi demasiado m, nenhuma demasiado terrvel como para que Cristo no a curasse com uma palavra. Mencionam-se trs doenas: a paralisia que a suprema debilidade do corpo; a loucura, que a doena maior da mente; e a possesso demonaca, que a maior desgraa e calamidade de todas elas; porm Cristo curou todo e, assim, ao curar as enfermidades do corpo, demonstrou que sua grande misso no mundo era curar os males espirituais. O pecado enfermidades, doena e tormento da alma; Cristo veio para tirar o pecado e, assim, curar a alma. CAPTULO 5 Versculos 1-2 O sermo da montanha Versculos 3-12 Quem so os bem-aventurados Versculos 13-16 Exortaes e advertncias Versculos 17-20 Cristo veio a confirmar a lei Versculos 21-26 O sexto mandamento Versculos 27-32 O stimo mandamento Versculos 33-37 O terceiro mandamento Versculos 38-42 A lei do Talio Versculos 43-48 A lei do amor, explicada Versculos 1-2 Ningum achar felicidade neste mundo ou no vindouro se no buscar em Cristo pelo governo de sua palavra. Ele ensinou qual era o mal que eles deviam aborrecer, e qual o bem que deviam buscar e no qual abundar. Versculos 3-12 Aqui nosso Salvador d oito caractersticas da gente bem-aventurada que para ns representam as graas principais do cristo. 1) Os pobres de esprito so bem-aventurados. Estes levam suas mentes a sua condio quando baixa. So humildes e pequenos segundo seu prprio critrio. Vem sua necessidade, se lamentam por sua culpa e tm sede de um Redentor. O reino da graa desses tais; o reino da glria para eles. 2) Os que choram so bem-aventurados. Parece ser que aqui se trata dessa tristeza santa que opera verdadeiro arrependimento, vigilncia, mente humilde e dependncia contnua para ser aceito pela misericrdia de Deus em Cristo Jesus, com busca constante do Esprito Santo para limpar o mal 7
  8. 8. residual. O cu o gozo de nosso Senhor; um monte de gozo, rumo ao qual o nosso caminho atravessa um vale de lgrimas. Tais doentes sero consolados por seu Deus. 3) Os mansos so bem-aventurados. Os mansos so os que se submetem silenciosamente a Deus; os que podem suportar insultos; so calados ou devolvem uma resposta branda; os que, em sua pacincia, conservam o domnio de suas almas, quando escassamente tm possesso de alguma outra coisa. Estes mansos so bem-aventurados ainda neste mundo. A mansido fomenta a riqueza, o consolo e a segurana, ainda neste mundo. 4) Os que tm fome e sede de justia so bem-aventurados. A justia est aqui colocada por todas as bnos espirituais. Estas so compradas para ns pela justia de Cristo, confirmadas pela fidelidade de Deus. Nossos desejos de bnos espirituais devem ser fervorosos. Embora todos os desejos de graa no so graa, contudo, um desejo como este um desejo dos que so criados por Deus, e Ele no abandonar a obra de Suas mos. 5) Os misericordiosos so bem-aventurados. Devemos no somente suportar nossas aflies com pacincia, seno que devemos fazer tudo o que pudermos por ajudar os que estejam passando misrias. Devemos ter compaixo pelas almas dos prximos, e ajud-los; compadecer-nos dos que esto em pecado, e tratar de tir-los como brasas fora do fogo. 6) Os limpos de corao so bem-aventurados, porque vero a Deus. Aqui so plenamente descritas e unidas a santidade e a felicidade. Os coraes devem ser purificados pela f e mantidos para Deus. Cria em mim, oh Deus, um corao limpo. Ningum seno o limpo capaz de ver a Deus, nem o cu prometido para o impuro. Como Deus no tolera olhar para a iniqidade, assim eles no podem olhar para Sua pureza. 7) Os pacificadores so bem-aventurados. Eles amam, desejam e se deleitam na paz; e lhes agrada ter quietude. Mantm a paz para que no seja perdida e a recuperam quando quebrantada. Se os pacificadores so bem-aventurados, a dos que quebrantam a paz! 8) Os perseguidos por causa da justia so bem-aventurados. Este ditado peculiar do cristianismo; e se enfatiza com maior intensidade que o resto. Contudo, nada h em nossos sofrimentos que possa ser mrito ante Deus, mas Ele ver que os que perdem por Ele, ainda a prpria vida, no percam finalmente por causa dEle. Bendito Jesus, quo diferentes so tuas mximas das dos homens do mundo! Eles chamam ditoso ao orgulhoso, e admiram o alegre, o rico, o poderoso e o vitorioso. Alcancemos ns misericrdia do Senhor; que possamos ser reconhecidos como seus filhos, e herdemos o reino. Com estes deleites e esperanas, podemos dar as boas-vindas com alegria s circunstncias baixas e dolorosas. Versculos 13-16 Vocs so o sal da terra. A humanidade, na ignorncia e maldade, era como um monte enorme, prestes a apodrecer, mas Cristo enviou seus discpulos para sazon-la, por suas vidas e doutrinas, com o conhecimento e a graa. Se no so como deveriam ser, so como sal que perdeu seu sabor. Se um homem pode adotar a confisso de Cristo e, contudo, permanecer sem graa, nenhuma outra doutrina, nenhum outro mdio o faz proveitoso. Nossa luz deve brilhar fazendo obras tais que os homens possam v-las. O que h entre Deus e nossas almas deve ser guardado para ns mesmos, mas o que, de si mesmo, fica aberto vista dos homens, devemos procurar que se conforme a nossa profisso e que seja elogivel. Devemos apontar glria de Deus. Versculos 17-20 Que ningum ache que Cristo permite que seu povo brinque com qualquer dos mandamentos da santa lei de Deus. Nenhum pecador participa da justia justificadora de Cristo at que se arrependa de suas ms obras. A misericrdia revelada no evangelho conduz o crente a um aborrecimento de si mesmo ainda mais profundo. A lei a regra do dever do cristo, e este se deleita nela. Se algum que pretende ser discpulo de Cristo se permitir qualquer desobedincia lei de Deus, ou ensinar o prximo a faz-lo, qualquer seja sua situao ou reputao entre os homens, no pode ser verdadeiro discpulo. A justia de Cristo, que nos imputada pela s f, necessria para todos os que entram no reino da graa ou da glria, mas a nova criao do corao para santidade produz uma mudana radical no temperamento e na conduta do homem. Versculos 21-26 Os mestres judeus ensinaram que nada, salvo o homicdio, era proibido pelo sexto mandamento. Assim, eliminavam seu significado espiritual. Cristo mostrou o significado completo deste mandamento; conforme ao qual devemos ser julgados no alm e, portanto, deveria ser obedecido agora. Toda ira precipitada homicdio no corao. Por nosso irmo, aqui descrito, devemos entender a qualquer pessoa, ainda que muito por embaixo de ns, pois somos todos feitos de um mesmo sangue. "Nscio" uma palavra de zombaria que vem do orgulho; "Voc um nscio" a 8
  9. 9. palavra depreciativa que provm do dio. A calnia e as censuras maliciosas so veneno que mata secreta e lentamente. Cristo disse que por leves que considerassem esses pecados, certamente seriam chamados a juzo por eles. Devemos conservar cuidadosamente o amor e a paz crists com todos nossos irmos; e, se em algum momento h uma briga, devemos confessar nossa falta, humilhar-nos a nosso irmo, fazendo ou oferecendo satisfao pelo mal feito de palavra ou obra; e devemos fazer isto rapidamente, pois at que no o faamos, no seremos aptos para nossa comunho com Deus nas santas ordenanas. Quando nos estamos preparando para algum exerccio religioso, bom ser que faamos disto uma ocasio para refletir e examinarmos com seriedade. O que aqui se diz muito aplicvel ao fato de sermos reconciliados com Deus por meio de Cristo. Enquanto estejamos vivos, estamos a caminho de seu trono de juzo, e depois da morte ser demasiado tarde. Quando consideramos a importncia do caso, e a incerteza da vida, quo necessrio se torna buscar a paz com Deus sem demora! Versculos 27-32 A vitria sobre os desejos do corao deve ir acompanhada com exerccios dolorosos, mas deve ser feita. Toda coisa dada para salvar-nos de nossos pecados, no neles. Todos nossos sentidos e faculdades devem evitar as coisas que conduzem a transgredir. Os que levam outrem z tentao de pecar, pela roupa ou em qualquer outra forma, ou os deixam nisso, ou os expem a isso, se fazem culpados de seu pecado, e sero considerados responsveis de render contar por isso. Se algum se submeter s operaes dolorosas para salvarmos a vida, de que deveria refrear-se nossa mente quando o que est em jogo a salvao de nossa alma? H doce misericrdia trs todos os requisitos divinos, e as graas e consolos do Esprito nos facultaro para satisfaz-los. Versculos 33-37 No h razo para considerar que sejam maus os votos solenes num tribunal de justia ou em outras ocasies apropriadas, sempre e quando sejam formulados com a devida reverncia. Mas todos os votos feitos sem necessidade ou na conversao corriqueira so pecaminosos, como assim tambm todas as expresses que apelam a Deus, embora as pessoas achem que assim evadem a culpa por jurar. Enquanto piores sejam os homens, menos comprometidos esto pelos votos; enquanto melhores sejam, menor necessidade h dos votos. Nosso Senhor no indica os termos precisos com que temos que afirmar ou negar, seno que o cuidado constante da verdade faz desnecessrios os votos e juramentos. Versculos 38-42 A simples instruo : Suporta qualquer injria que possas sofrer por amor paz, encomendando tuas preocupaes ao cuidado do Senhor. O resumo de tudo que os cristos devem evitar as disputas e as questes. Se algum disser que carne e sangue no podem passar por tal afronta, que se lembrem que carne e sangue no herdaro o Reino de Deus, e os que agem sobre a base dos princpios justos tero suma paz e consolo. Versculos 43-48 Os mestres judeus entendiam por "prximo" somente os que eram de seu prprio pas, nao e religio, aos que se compraziam em considerar amigos. O Senhor Jesus ensina que devemos fazer toda a bondade verdadeira que pudermos para todos, especialmente por suas almas. Devemos orar por eles. Enquanto muitos devolvero bem por bem, devemos devolver bem por mal; e isto falar de um princpio mais nobre que no que se baseia a maioria dos homens para agir. Outros sadam a seus irmos, e abraam os de seu prprio partido, costume e opinio, porm ns no devemos limitar assim nosso respeito. Dever dos cristos desejar e apontar perfeio, e seguir adiante em graa e santidade. Ali devemos ter a inteno de conformar-nos no exemplo de nosso Pai celestial (1 Pe 1.15-16). Seguramente se espera mais dos seguidores de Cristo que dos outros; seguramente se achar mais neles que nos outros. Roguemos a Deus que nos capacite para demonstrar-nos como filhos dEle. 9
  10. 10. CAPTULO 6 Versculos 1-4 Contra a hipocrisia de dar esmola Versculos 5-8 Contra a hipocrisia ao orar Versculos 9-15 Como orar Versculos 16-18 Respeitar o jejum Versculos 19-24 O mal de pensar mundanamente Versculos 25-34 Se ordena confiar em Deus Versculos 1-4 Logo, nosso Senhor advertiu contra a hipocrisia e a simulao externas nos deveres religiosos. O que deve ser feito, devemos faz-lo a partir de um princpio interior de sermos aprovados por Deus, no pela busca do elogio dos homens. Nestes versculos se nos adverte contra a hipocrisia de dar esmola. Ateno a isto. pecado sutil; a vangloria se infiltra no que fazemos, antes de percebermos. Mas o dever no menos necessrio nem menos excelente porque os hipcritas abusam dele para servirem seu orgulho. A condena que Cristo dita parece primeiro uma promessa, mas sua recompensa; no a recompensa que promete Deus aos que fazem o bem, seno a recompensa que os hipcritas se prometem a si mesmos, e pobre recompensa ; eles o fizeram para serem vistos pelos homens, e so vistos por eles. Quanto menos percebemos nossas boas obras, Deus as nota mais. Ele te recompensar; no como amo que d a seu servo o que se ganha, e nada mais, seno como Pai que d abundantemente a seu filho o que lhe serve. Versculos 5-8 Se tem como verdadeiro que todos os que so discpulos de Cristo oram. Pode que seja mais rpido achar um homem vivo que no respire que um cristo vivo que no ore. Se no h orao, ento no h graa. Os escribas e fariseus eram culpveis de duas grandes faltas na orao: a vangloria e a v repetio. "Eu lhes asseguro que eles j receberam sua plena recompensa"; se em algo to grande entre ns e Deus, quando estamos orando, podemos levar em conta uma coisa to pobre como a adulao dos homens, justo que isso seja toda a nossa recompensa. Mas no h um murmurar secreto e repetido em busca de Deus que Ele no veja. chamado recompensa, mas de graa, no por dvida; que mrito pode haver em mendigar? Se no d a seu povo o que lhe pedem, deve-se a que sabe que no o necessitam e que no para seu bem. Tanto dista Deus de ser convencido pela largura ou as palavras de nossas oraes, que as intercesses mais fortes so as que se emitem com gemidos inexprimveis. Estudemos bem o que mostra a atitude mental em que devemos oferecer nossas oraes, e aprendamos diariamente de Cristo como orar. Versculos 9-15 Cristo viu que era necessrio mostrar a seus discpulos qual deve ser correntemente o tema e o mtodo de sua orao. No se trata de que estejamos obrigados somente a usar a mesma orao sempre, porm, sem dvida, muito bom orar segundo um modelo. Diz muito em poucas palavras; se usa em forma aceitvel no mais do que se usa com entendimento e sem vs repeties. Seis so as peties: as primeiras trs se relacionam mais expressamente com Deus e sua honra; as outras trs, com nossas preocupaes temporrias e espirituais. Esta orao nos ensina a buscar primeiro o reino de Deus e sua justia, e todas as outras coisas sero agregadas. Depois das coisas da glria, do reino e da vontade de Deus, oramos pelo sustento e o consolo necessrio na vida presente. Aqui cada palavra contm uma lio. Pedimos po: isso nos ensina sobriedade e temperana; e somente pedimos po, no o que no necessitamos. Pedimos por nosso po: isso nos ensina honestidade e trabalho; no devemos pedir o po de outrem nem o po do engano (Provrbios 20.17). Nem o po do cio (Provrbios 31.27), seno o po honestamente obtido. Pedimos por nosso po dirio, o que nos ensina a depender constantemente da providncia divina. Rogamos a Deus que no-lo d: no que o venda ou o empreste, seno que o d. O maior dos homens deve dirigir-se misericrdia de Deus para seu po dirio. Oramos: d-nos. Isto nos ensina compaixo pelos pobres. Tambm que devemos orar com nossa famlia. Oramos para que Deus no- lo d neste dia, o que nos ensina a renovar os desejos de nossas almas Enquanto a Deus, como so renovadas as necessidades de nossos corpos. Ao chegar o dia, devemos orar a nosso Pai celestial e reconhecer que poderamos passar muito bem o dia sem comida, mas no sem orao. Se nos ensina a odiar e aborrecer o pecado enquanto esperamos misericrdia, a desconfiar de ns, a confiar na providncia e na graa de Deus para impedir-nos pecar, a estarmos preparados para resistir o tentador, e a no voltar-nos tentadores dos outros. 10
  11. 11. Aqui h uma promessa: se perdoar, teu Pai celestial tambm te perdoar. Devemos perdoar porque esperamos ser perdoados. Os que desejam achar misericrdia de Deus devem mostrar misericrdia a seus irmos. Cristo veio ao mundo como o grande Pacificador no s para reconciliar- nos com Deus, seno tambm os uns com os outros. Versculos 16-18 O jejum religioso um dever requerido aos discpulos de Cristo, mas no tanto um dever em si mesmo, seno como meio para dispor-nos para outros deveres. Jejuar humilhar a alma (Salmo 35.13); esta a face interna do dever; portanto, que seja teu principal interesse, e Enquanto externa, no permitas que se veja cobia. Deus v no secreto, e te recompensar em pblico. Versculos 19-24 A mentalidade mundana sintoma fatal e corriqueiro da hipocrisia, porque por nenhum pecado pode Satans ter um suporte mais seguro e mais firme na alma que sob o manto de uma profisso de f. Algo ter a alma que olhar como o melhor, aquilo no qual se compraz e confia acima de todas as demais coisas. H tesouros no cu. Sabedoria nossa realizar toda diligncia para assegurar nosso direito vida eterna por meio de Jesus Cristo, e olharmos para todas as coisas daqui embaixo como indignas de serem comparadas com aquelas, e no ficarmos contentes com nada inferior a elas. felicidade superior e alm das mudanas e azares do tempo, herana incorruptvel. O homem mundano erra em seu primeiro princpio; portanto, todos seus arrazoamentos e aes que da surgem devem ser maus. Isto se aplica por igual falsa religio; o que considerado luz a escurido mais densa. Este um exemplo espantoso, mas comum; portanto, devemos examinar cuidadosamente nossos princpios diretrizes luz da palavra de Deus, pedindo com orao fervorosa o ensino de seu Esprito. Um homem pode servir um pouco a dois amos, mas pode consagrar-se ao servio de no mais que um. Deus requer todo o corao e no o dividir com o mundo. Quando dois amos se opem entre si, nenhum homem pode servir ambos. Ele se aferra e ama o mundo, e deve desprezar a Deus; o que ama a Deus deve deixar a amizade do mundo. Versculos 25-34 Escassamente h um outro pecado contra o qual mais advirta nosso Senhor Jesus a seus discpulos que as preocupaes inquietantes, que distraem e fazem desconfiar pelas coisas desta vida. Amide isto enreda tanto o pobre como o amor pela riqueza ao rico. Mas h uma despreocupao pelas coisas temporrias que dever, embora no devamos levar a um extremo estas preocupaes licitas. No se preocupem por sua vida. Nem pela extenso dela, seno refiram-na a Deus para que a alongue ou encurte segundo lhe apraz; nossos tempos esto em sua mo e esto em boa mo. Nem pelas comodidades desta vida, deixem que Deus a amargue ou adoce segundo lhe parea. Deus tem prometido a comida e o vestido, portanto podemos esper-los. No pensem no amanh, no tempo vindouro. No se preocupem pelo futuro, como vivero no ano prximo, ou quando sejam velhos, ou que vo deixar trs de si. Como no devemos jactar-nos do amanh, assim tampouco devemos preocupar-nos pelo amanh ou seus acontecimentos. Deus nos tem dado vida e nos tem dado o corpo. E que no pode fazer por ns quem fez isso? Se nos preocuparmos de nossas almas e da eternidade, que so mais importantes que o corpo e que esta vida, podemos deixar em mos de Deus que nos proveja comida e vestido, que so o menos importante. Melhorem isto como exortao a confiar em Deus. Devemos reconciliar-nos com nosso patrimnio no mundo como o fazemos com nossa estatura. No podemos alterar as disposies da providncia, portanto devemos submeter-nos e resignar-nos a elas. O cuidado considerado por nossas almas a melhor cura da considerao cuidado pelo mundo. Busquem primeiro o reino de Deus, e faam da religio a sua ocupao: no digam que este o modo de passar fome; no o jeito de estar bem provido, ainda neste mundo. A concluso de todo o assunto que a vontade e o mandamento do Senhor Jesus, que pelas oraes dirias possamos obter fora para sustentar-nos sob nossos problemas cotidianos, e armar- nos contra as tentaes que os acompanham e no deixar que nenhuma dessas coisas nos comovam. Bem-aventurados os que tomam o Senhor como seu Deus, e do plena prova disso confiando-se totalmente a sua sabia disposio. Que teu Esprito nos d convico do pecado na necessidade desta disposio e tire o mundano de nossos coraes. 11
  12. 12. CAPTULO 7 Versculos 1-6 Cristo reprova o juzo apressado Versculos 7-11 Exortaes orao Versculos 12-14 O caminho estreito e o largo Versculos 15-20 Contra os falsos profetas Versculos 21-29 Sejam fazedores da palavra, no somente ouvintes Versculos 1-6 Devemos julgar-nos a ns mesmos, e julgar nossos prprios atos, porm sem fazer de nossa palavra uma lei para ningum. No devemos julgar duramente os nossos irmos sem ter base. No devemos fazer o pior da gente. Aqui h uma repreenso justa para todos os que brigam com seus irmos por faltas pequenas, enquanto eles se permitem as grandes. Alguns pecados so como ciscos, enquanto que outros so como vigas; alguns so como um mosquito, e outros so como um camelo. No que haja pecado pequeno; se for como um cisco ou um argueiro, est no olho; se for um mosquito, est na garganta; ambos so dolorosos e perigosos, e no podemos estar nem cmodos at que saiam. O que a caridade nos ensina a chamar no mais que palha no olho alheio, o arrependimento e a santa tristeza nos ensinar a cham-lo de viga no nosso. Estranho que um homem possa estar num estado pecaminoso e miservel, e no perceb-lo, como um homem que tem uma viga em seu olho e no a leva em conta; mas o deus deste mundo lhes cega o entendimento. Aqui h uma boa regra para os que julgam: primeiro reformem-se a vocs mesmos. Versculos 7-11 A orao o meio designado para conseguir o que necessitamos. Orem; orem freqentemente; faam da orao sua ocupao e sejam srios e fervorosos nela. Peam, como um mendigo pede esmola. Peam como o viajante pergunta pelo caminho. Busquem como se busca uma coisa de valor que perdemos; ou como o mercador que procura por prolas boas. Chamem como bate porta o que deseja entrar em casa. O pecado colocou chave e fechou a porta contra ns; pela orao chamamos. Seja o que for pelo que orem, conforme com a promessa, ser dado se Deus v que bom para vocs, e que mais poderiam desejar? Isto para aplic-lo a todos os que oram bem; todo o que pede, recebe, seja judeu ou gentio, jovem ou velho, rico ou pobre, alto ou baixo, amo ou servo, douto ou inculto, todos por igual so bem-aventurados ao trono da graa, se vo pela f. explicado comparando-o com os pais terrenos e sua aptido para darem a seus filhos o que pedem. Os pais costumam ser nesciamente afetuosos, mas Deus onisciente. Ele sabe o que necessitamos, o que desejamos, e o que bom para ns. Nunca achemos que nosso Pai celestial nos pediria que oremos e depois se negaria a ouvir ou a dar-nos o que no nos prejudica. Versculos 12-14 Cristo veio a ensinar-nos no somente o que devemos saber e acreditar, seno o que devemos fazer; no s para com Deus, seno para com os homens; no s para com os que so de nosso partido e denominao, seno para com os homens em geral, com todos aqueles que nos relacionemos. Devemos fazer a nosso prximo o que ns mesmos reconhecemos que bom e razovel. Em nossos tratos com os homens devemos colocar-nos no mesmo lugar e nas circunstncias daqueles com os que nos relacionamos, e agir em conformidade com isso. No h seno dois caminhos: o correto e o errado, o bom e o mau; o caminho ao cu e o caminho ao inferno; todos vamos andando por um ou por outro; no h um lugar intermdio no alm; no h um caminho neutro. Todos os filhos dos homens somos santos ou pecadores, bons ou maus. Vejam o caminho do pecado e dos pecadores, que a porta larga e est aberta. Podem entrar por esta porta com todas as luxrias que a rodeiam; no freia apetites nem paixes. um caminho largo; existem muitas sendas nele, h opes de caminhos pecaminosos. H multides neste caminho. Mas que proveito h em estar disposto a ir para o inferno com os outros, porque eles no iro ao cu conosco? O caminho da vida eterna estreito. No estamos no cu to logo como passamos pela porta estreita. Devemos negar o enrgico, manter o corpo sob controle, e mortificar as corrupes. Devemos resistir as tentaes dirias; devemos cumprir os deveres. Devemos velar em todas as coisas e andar com cuidado; e devemos passar por muita tribulao. No obstante, este caminho nos convida a todos; conduz vida, ao consolo presente no favor de Deus, que a vida da alma; bno eterna, cuja esperana no final de nosso caminho deve facilitar-nos todas as 12
  13. 13. dificuldades do caminho. Esta simples declarao de Cristo tem sido descartada por muitos que se deram ao trabalho de faz-la desaparecer com explicaes, porm em todas as pocas o discpulo verdadeiro de Cristo tem sido visto como uma personalidade singular, que no est na moda; e todos os que ficaram do lado da grande maioria, se foram pelo caminho amplo rumo a destruio. Se servirmos a Deus, devemos ser firmes em nossa religio. Podemos ouvir repetidas vezes sobre a porta estreita e o caminho apertado, e que so poucos o que o acham, sem condoer-nos por ns mesmos ou sem considerar se entramos no caminho estreito e qual o avano que estamos fazendo nele? Versculos 15-20 Nada impede tanto aos homens de passar pela porta estreita e chegar a ser verdadeiros seguidores de Cristo como as doutrinas carnais, apaziguadoras e aduladoras dos que se opem verdade. Estes podem ser conhecidos pelo arrasto e os efeitos de suas doutrinas. Uma parte de seus temperamentos e condutas resulta contrria mente de Cristo. As opinies que levam a pecar no vm de Deus. Versculos 21-29 Aqui Cristo mostra que no bastar reconhec-lo como nosso Amo somente de palavra e lngua. necessrio para nossa felicidade que acreditemos em Cristo, que nos arrependamos do pecado, que vivamos uma vida santa, que nos amemos os uns aos outros. Esta sua vontade, nossa santificao. Tenhamos cuidado de no apoiar-nos nos privilgios e obras externas, no seja que nos enganemos e pereamos eternamente com uma mentira a nossa direita, como o fazem multides. Que cada um que invoca o nome de Cristo se afaste de todo pecado. Existem outros cuja religio descansa no puro ouvir, sem ir alm; suas cabeas esto cheias de noes vazias. Essas duas classes de ouvintes esto representados pelos dois construtores. Esta parbola nos ensina a ouvir os ditados do Senhor Jesus: alguns podem parecer duros para carne e sangue, mas devem ser feitos. Cristo est colocado como fundamento e toda outra coisa fora de Cristo areia. Alguns constroem suas esperanas na prosperidade mundana; outros, numa profisso externa de religio. Sobre estas se aventuram, mas estas so s areia, demasiado fracas para suportar uma trama como nossas esperanas do cu. H uma tormenta que vem e provar a obra de todo homem. Quando Deus tira a alma, onde est a esperana do hipcrita? A casa desabou na tormenta, quando mais a necessitava o construtor, e esperava que lhe servisse de refgio. Caiu quando era demasiado tarde para edificar outra. O Senhor nos faa construtores sbios para a eternidade. Ento, nada nos separar do amor de Cristo Jesus. As multides ficavam atnitas ante a sabedoria e o poder da doutrina de Cristo. Este sermo, to freqentemente lido, sempre resulta novo. Cada palavra prova que seu Autor divino. Sejamos cada vez mais decididos e fervorosos, e faamos de uma ou de outra destas bem-aventuranas e graas crists o tema principal de nossos pensamentos, por semanas seguidas. No descansemos em desejos gerais e confusos, pelos quais possamos capt-lo tudo, porm sem reter nada. CAPTULO 8 Versculo 1 Multides seguem a Cristo Versculos 2-4 cura de um leproso Versculos 5-13 Sanidade do servo de um centurio Versculos 14-17 Sanidade da sogra de Pedro Versculos 18-22 A promessa entusiasta do escriba Versculos 23-27 Cristo numa tempestade Versculos 28-34 Cura de dois endemoninhados Versculo 1 Este versculo se refere ao final do sermo anterior. Aqueles aos que Cristo tem-se dado a conhecer, desejam saber mais dEle. Versculos 2-4 Nestes versculos temos o relato da limpeza de um leproso feita por Cristo; o leproso se aproximou dEle e o adorou como a Um investido de poder divino. Esta purificao no somente nos 13
  14. 14. guia a acudirmos a Cristo, que tem poder sobre as doenas fsicas, para a sanidade delas; tambm nos ensina a maneira de apelas a Ele. Quando no podemos estar seguros da vontade de Deus, podemos estar seguros de sua sabedoria e misericrdia. Por grande que seja a culpa, no sangue de Ct h aquilo que a expia; nenhuma corrupo to forte que no haja em sua graa o que possa submet-la. Para sermos purificados, devemos encomendar-nos a sua piedade; no podemos demand-lo como dvida; devemos pedi-lo humildemente como um favor. Os que pela f apelam a Cristo por misericrdia e graa, podem estar seguros de que Ele est dando-lhes livremente a misericrdia e a graa que eles assim procuram. Benditas sejam as aflies que nos levam a conhecer a Cristo, e nos fazem procurar sua ajuda e sua salvao. Os que so limpos de sua lepra espiritual, vo aos ministros de Cristo e exponham seu caso, para serem aconselhados, consolados e para que orem por eles. Versculos 5-13 Este centurio era pago, um soldado romano. Embora soldado, no obstante, era um bom homem. Nenhuma vocao nem posio do homem sero desculpa para a incredulidade e o pecado. Vejam como expe o caso de seu servo. Devemos interessar-nos pelas almas de nossos filhos e servos, espiritualmente doentes, que no sentem os males espirituais, e no conhecem o que espiritualmente bom; devemos lev-los a Cristo por f e por orao. Observe-se sua humilhao. As almas humildes se fazem mais humildes pela graa de Cristo no trato com eles. Observe-se sua grande f. Enquanto menos os confiemos em ns mesmos, mais forte ser nossa confiana em Cristo. Aqui o centurio lhe reconhece o mando com poder divino e pleno sobre todas as criaturas e poderes da natureza, como um amo sobre seus servos. Este tipo de servos devemos ser todos para Deus; devemos ir e vir, conforme com os mandados de Sua palavra e com as disposies de sua providncia. Mas quando o Filho do Homem vem, encontra pouca f, portanto, acha pouco fruto. Uma profisso externa faz que sejamos chamados filhos do reino, porm se descarnarmos nisso e nada mais podemos mostrar, seremos rejeitados. O servo obteve a sanidade de sua doena e o amo obteve a aprovao de sua f. O que foi dito a ele, se diz a todos: Cr, e recebers; somente cr. Veja o poder de Cristo e o poder da f. A cura de nossas almas , logo, o efeito e a prova de nosso interesse no sangue de Cristo. Versculos 14-17 Pedro tinha uma esposa embora fosse apstolo de Cristo, o que demonstra que Ele aprovava o estado do matrimnio, sendo bondoso com a me da esposa de Pedro. A igreja de Roma, que probe que seus ministros se casem, contradiz a este apstolo, sobre o qual tanto se apiam. Tinha sua sogra consigo em sua famlia, o que exemplo de ser bom com nossos pais. Na sanidade espiritual, a Escritura diz a palavra, o Esprito d o toque, toca o corao, toca a mo. Aqueles que se recuperam de uma febre costumam ficar fracos durante um tempo; ms para mostrar que esta cura estava acima do poder da natureza, a manh ficou to bem que de imediato se dedicou aos afazeres da casa. Os milagres que fez Jesus foram publicados amplamente, de modo que muitos se agruparam vindo at Ele, e curou a todos os que estavam doentes, embora o paciente estivesse fraco demais e o caso fosse do pior. Muitas so as doenas e as calamidades do corpo s que estamos propensos; e h mais nestas palavras do evangelho que dizem que Jesus Cristo levou nossas doenas e nossas dores, para sustentar-nos e consolar-nos quando estamos submetidos a elas, que em todos os escritos dos filsofos. No nos queixamos pelo trabalho, o problema ou o gasto ao fazermos o bem ao prximo. Versculos 18-22 Um dos escribas se apressou a prometer; se diz seguidor de Cristo. Parece muito resoluto. Muitas decises religiosas so produzidas por uma sbita convico do pecado, e assumidas sem uma devida reflexo; estas do em nada. Quando este escriba ofereceu seguir a Cristo, se poderia pensar que Jesus deve ter-se sentido animado; um escriba podia dar mais crdito e servio que doze pescadores; porm Cristo viu seu corao, e respondeu a seus pensamentos, e ensina a todos como ir a Cristo. Sua resoluo parece surgir de um princpio mundano e cobioso; mas Cristo no tinha onde reclinar sua cabea, e se ele o seguisse, no devia esperar que lhe iria melhor. Temos razo para pensar que este escriba se afastou. Outro era demasiado lento. A demora em fazer e, por um lado, to negativa como a pressa por resolver-se por outro lado. Pediu permisso para ocupar-se de enterrar seu pai, e que depois se colocaria ao servio de Cristo. Isto parecia razovel, embora no fosse justo. No tinha zelo verdadeiro pela obra. Enterrar o morto, especialmente um pai morto, uma boa obra, mas no 14
  15. 15. tua obra neste momento. Se Cristo requer nosso servio, deve ceder-se ainda o afeto pelos parentes mais prximos e queridos, e pelas coisas que no so nosso dever. Para a mente sem disposio nunca faltam as desculpas. Jesus lhe disse "Siga-me" e, sem dvida, saiu poder com esta palavra para ele como para os outros; seguiu a Cristo e se aferrou a Ele. O escriba disse "eu te seguirei"; a este outro homem, Cristo disse "Siga-me"; comparando-os, se v que somos levados a Cristo pela fora de seu chamado pessoal (Romanos 9.16). Versculos 23-27 Consolo para os que se lanam ao mar em barcos, e costumam passar perigo ali, refletir que tm um Salvador em quem confiar e ao qual orar, que sabe que estar na gua e estar em tormentas. Os que esto passando pelo oceano deste mundo com Cristo, devem esperar tormentas. Sua natureza humana, semelhante a ns em tudo, porm sem pecado, estava fatigada e adormeceu nesse momento para provar a f de seus discpulos. Eles foram a seu Mestre em seu temor. Assim na alma; quando as luxrias e as tentaes se levantam a rugem, e Deus est aparentemente dormido para o que est acontecendo, isto nos conduz beira do desespero. Ento, se clama por uma palavra de sua boca: Senhor Jesus, no fiques calado ou estou acabado. Muitos que tm f verdadeira so fracos nela. Sem discpulos de Cristo eram dados a inquietar-se com temores num dia tempestuoso; atormentavam-se a si mesmos com as coisas que estavam mal para eles, e com pensamentos desalentadores de que vir algo pior. As grandes tormentas da dvida e temor na alma, sob o poder do esprito de escravido, costumam acabar numa maravilhosa calma, criada e dirigida pelo Esprito de adoo. Eles ficaram estupefatos. Nunca tinham visto que uma tormenta fosse de imediato acalmada to perfeitamente. Ele pode fazer isso, pode fazer qualquer coisa, o que estimula a confiana e o consolo nEle, no dia mais tempestuoso de dentro ou de fora (Isaias 26.4). Versculos 28-34 Os demnios nada tm a ver com Cristo como Salvador; eles no tm nem esperam nenhum benefcio dEle. Oh, a profundidade deste mistrio do amor divino: que o homem cado tenha tanto a ver com Cristo, quando os anjos cados nada tm a ver com Ele! (Hebreus 2.16). Seguramente que aqui sofreram um tormento, ao serem forados a reconhecer a excelncia que h em Cristo, e ainda assim, no ter parte com Ele. Os demnios no desejam ter nada a ver com Cristo como Rei. Veja que linguagem falam os que no tero nada a ver com o evangelho de Cristo. Contudo, no verdade que os demnios no tenham nada a ver com Cristo como Juiz, pois tem tudo a ver, e sabem disso; assim para com todos os filhos dos homens. Satans e seus instrumentos no podem ir alm do que o Senhor permita; eles devem deixar a possesso quando Ele ordena. No podem romper o cerco de proteo em volta de seu povo; nem sequer podem entrar num porco sem Sua permisso. Receberam a permisso. Freqentemente Deus permite, por objetivos santos e sbios, os esforos da ira de Satans. Assim, pois, o diabo apressa a gente a pecar; os apressa ao que tm resolvido em contra, do qual sabem que ser vergonha e dor para eles; miservel a condio dos que so levados cativos por ele a sua vontade. Existem muitos que preferem seus porcos ao Salvador e, assim, no alcanam a Cristo e a salvao por Ele. Eles desejam que Cristo se v de seus coraes, e no suportam que Sua Palavra tenha lugar neles, porque Ele e sua palavra destruiriam suas concupiscncias brutais, isso que se entrega aos porcos como alimento. Justo que Cristo abandone aos que esto cansados dEle; e depois diga: "Apartem-se de mim, malditos", aos que dizem ao Todo Poderoso: "Sa de ns". CAPTULO 9 Versculos 1-8 Jesus regressa a Cafarnaum e cura um paraltico Versculo 9 Chamado de Mateus Versculos 10-13 Mateus, ou a festa de Levi Versculos 14-17 Objees dos discpulos de Joo Versculos 18-26 Cristo ressuscita a filha de Jairo Cura o fluxo de sangue Versculos 27-31 Cura de dois cegos Versculos 32-34 Cristo lana fora um esprito mudo Versculos 35-38 Envia os apstolos 15
  16. 16. Versculos 1-8 A f dos amigos do paraltico ao lev-lo a Cristo era uma f firme; eles criam firmemente que Jesus Cristo podia e quereria cur-lo. Uma f forte no considera os obstculos ao ir em busca de Cristo. Era uma f humilde; eles o levaram a esperar em Cristo. Era uma f ativa. O pecado pode ser perdoado, mas no ser eliminada a doena; a enfermidade pode ser tirada, mas no ser perdoado o pecado; porm se temos o consolo da paz com Deus, com o consola da recuperao da enfermidade, isto faz com que, sem dvida, a sanidade seja uma misericrdia. Isto no exortao para pecar. Se voc leva seus pecados a Jesus Cristo, como sua doena e sua desgraa para ser curado disso, e livrado daqueles, bom; porm ir com eles, como teus amores e deleites, pensando ainda em ret-los e receb-lo a Ele, um tremendo erro, um engano miservel. A grande inteno do bendito Jesus na redeno que operou separar nossos coraes do pecado. Nosso Senhor Jesus tem perfeito conhecimento de todo o que dizemos dentro de ns mesmos. Existe muito mal nos pensamentos pecaminosos, que resulta muito ofensivo para o Senhor Jesus. A Cristo lhe interessa mostrar que sua grande misso para o mundo era salvar seu povo de seus pecados. Deixou o debate com os escribas e pronunciou as palavras de sanidade para o doente. No s no teve mais necessidade de que o levassem em seu leito, seno que teve foras para lev-lo ele mesmo. Deus deve ser glorificado em todo o poder que se d para fazer o bem. Versculo 9 Mateus foi em ateno a seu chamado, como os outros aos que Cristo chamou. Como Satans vem com suas tentaes ao ocioso, assim vem Cristo com seus chamados aos que esto ocupados. Todos temos natural averso a ti, oh Deus; chama-nos a seguir-te, atrai-nos por tua poderosa palavra e correremos atrs de ti. Fala pela palavra do Esprito a nossos coraes, o mundo no pode reter-nos, Satans no pode deter nosso caminho, nos levantaremos e te seguiremos. Cristo como autor, e sua palavra como o meio, opera uma mudana salvadora na alma. Nem o cargo de Mateus nem seus lucros, puderam det-lo quando Cristo o chamou. Ele o deixou tudo, e embora depois, ocasionalmente, aos discpulos que eram pescadores os achamos pescando de novo, nunca mais acharemos a Mateus em seus ganhos pecaminosos. Versculos 10-13 Tempo depois de seu chamado, Mateus procurou levar seus antigos scios a que ouvissem a Cristo. Sabia por experincia o que podia fazer a graa de Cristo e no desesperou a esse respeito. Os que so eficazmente levados a Cristo no podem seno desejar que os outros tambm sejam levados a Ele. Aqueles que supem que suas almas esto sem doena no acolhero o Mdico espiritual. Este era o caso dos fariseus; eles desprezaram a Cristo porque se criam ntegros; mas os pobres publicanos e pecadores sentiam que lhes faltava instruo e emenda. Fcil , e tambm corriqueiro, colocar as piores interpretaes sobre as melhores palavras e aes. Pode suspeitar-se com justia que os que no tm a graa de Deus no se comprazem com que outros a consigam. Aqui se chama misericrdia que Cristo converse com os pecadores, porque fomentar a conversao das almas o maior ato de misericrdia. O chamado do evangelho um chamado ao arrependimento; um chamado para que mudemos nosso modo de pensar e mudemos nossos caminhos. Se os filhos dos homens no fossem pecadores, no teria sido necessrio que Cristo viesse a eles. Examinemos se investigamos nossa doena e se aprendemos a seguir as ordens de nosso grande mdico. Versculos 14-17 Nesta poca Joo estava preso; suas circunstncias, seu carter e a natureza da mensagem que foi enviado a dar, conduziu os que estavam peculiarmente afetos a ele a realizarem jejuns freqentes. Cristo os referiu ao testemunho que Joo d dEle (Joo 3.29). Ainda que no h dvidas de que Jesus e seus discpulos viveram de forma frugal e econmica, seria imprprio que seus discpulos jejuassem enquanto tinham o consolo de sua presena. Quando est com eles, todo est bem. A presena do sol faz o dia, e sua ausncia produz a noite. Nosso Senhor lembra depois as regras comuns da prudncia. No era costume Pager um pedao de tecido de l crua, que nunca tinha sido preparada, para costur-lo numa veste velha, pois no ficaria bem ligado nela e o desgarraria ainda mais, e a rasgadura ficaria pior. Nem tampouco os homens colocavam vinho novo em odres velhos, que apodreceriam e arrebentariam pela fermentao do vinho; ao colocar o vinho novo em odres novos e fortes, ambos seriam preservados. Requere-se grande prudncia e cautela para que os novos convertidos no recebam idias sombrias e proibitivas do servio de nosso Senhor; antes devero ser estimulados nos deveres a medida que sejam capazes de suport-los. 16
  17. 17. Versculos 18-26 A morte de nossos familiares deve levar-nos a Cristo, que nossa vida. Grande honra para os maiores reis esperar no Senhor; e os que recebam misericrdia de Cristo devem honr-lo. A variedade de mtodos que Cristo usou para fazer seus milagres talvez se deveu s diferentes disposies mentais e temperamentos com que vinham os que a Ele acudiam; tudo isto o conhecia perfeitamente Aquele que esquadrinha os coraes. Uma pobre mulher apelou a Cristo e recebeu dEle misericrdia, ao passar pelo caminho. Se somente tocarmos, como se assim fosse, a borda da tnica de Cristo, pela f viva, sero sarados nossos piores males; no h outra cura verdadeira nem devemos temer que saiba coisas que so dor e carga para ns, e que no contaramos a nenhum amigo terreno. Quando Cristo entrou na casa do homem principal disse: "Afastem-se". s vezes, quando prevalece a dor do mundo, difcil que entrem Cristo e suas consolaes. A filha do principal estava realmente morta, mas no para Cristo. A morte do justo, de maneira especial, deve ser considerada somente um dormir. As palavras e as obras de Cristo podem no ser entendidas no comeo, e, contudo, no por isso devem ser desprezadas. A gente foi fortalecida. Os escarnecedores que riem do que no entendem no so testemunhas apropriadas das maravilhosas obras de Cristo. As almas mortas no so ressuscitadas para a vida espiritual, a menos que Cristo as tome pela mo; foi feito no dia de seu poder. Se este nico caso em que Cristo ressuscitou a um morto recente aumentou tanto sua fama, que ser de sua glria quando todos os que esto nos sepulcros ouam sua voz e saiam; os que fizeram o bem, para a ressurreio da vida, e os que fizeram o mal, para a ressurreio da condenao! Versculos 27-31 Nesta poca os judeus esperavam que aparecesse o Messias; estes cegos souberam e proclamaram nas ruas de Cafarnaum que tinha vindo, e que era Jesus. Os que, pela providncia de Deus, perderam a vista fsica, pela graa de Deus podem ter plenamente iluminados os olhos de seu entendimento. Sejam quais forem nossas necessidades e cargas, no necessitamos mais proviso e apoio que participar na misericrdia de nosso Senhor Jesus. Em Cristo h suficiente para todos. Eles o seguiram gritando em voz alta. Provaria sua f, e nos ensinaria a orar sempre e a no desmaiar, embora a resposta no chegue logo. Eles seguiram a Cristo e o seguiram clamando, mas a grande pergunta : Voc cr? A natureza pode fazer-nos fervorosos, porm s a graa a que pode operar a f. Cristo tocou seus olhos, ele d viso s almas cegas pelo poder de sua graa que v unida sua palavra, e reparte a cura sobre a f deles. Os que apelam a Jesus Cristo sero tratados no conforme a suas fantasias nem a sua profisso, seno conforme a sua f. s vezes Cristo ocultava seus milagres pois no queria dar p ao engano que prevalecia entre os judeus de que seu Messias seria um prncipe temporal, e assim, dar ocasio a que o povo tentasse tumultos e sedies. Versculos 32-34 De ambos, melhor um demnio mudo que um que blasfeme. As curas de Cristo vo direto raiz, e eliminam o efeito tirando a causa; abrem os lbios rompendo o poder de Satans na alma. Nada pode convencer aos que esto sob o poder do orgulho. Acreditaro em qualquer coisa, por falsa e absurda que seja, antes que nas Sagradas Escrituras; assim, demonstram a inimizade de seus coraes contra o Santo Deus. Versculos 35-38 Jesus visitou no somente as cidades grandes e ricas, seno as aldeias pobres e escuras, e ali pregou e curou. As almas dos mais vis do mundo so to preciosas para Cristo, e devem s-lo para ns, como as almas dos que mais figuram. Havia sacerdotes, levitas e escribas em toda a terra; mas eram pastores de dolos (Zacarias 11.17); portanto, Cristo teve compaixo do povo como ovelhas desamparadas e dispersas, como homens que perecem por falta de conhecimento. Hoje tambm h multides enormes que so como ovelhas sem pastor, e devemos ter compaixo e fazer tudo quanto pudermos para ajud-los. As multides desejosas de instruo espiritual formam uma colheita abundante que necessitava muitos operrios ativos; mas poucos mereciam esse carter. Cristo o Senhor da seara. Oremos que muitos sejam levantados e enviados a trabalhar para levar amas a Cristo. sinal de que Deus est por conceder alguma misericrdia especial a um povo quando os convida a orar por isso. As misses encomendadas aos operrios como resposta orao, so as que mais provavelmente tero xito. 17
  18. 18. CAPTULO 10 Versculos 1-4 Chamado dos apstolos Versculos 5-15 Os apstolos so instrudos e enviados Versculos 16-42 Instrues para os apstolos Versculos 1-4 A palavra "apstolo" significa "mensageiro"; eles eram os mensageiros de Cristo enviados a proclamar seu reino. Cristo lhes deu poder para sarar toda classe de doenas. Na graa do Evangelho h um balsamo para cada chaga, um remdio para cada doena. No h enfermidade espiritual se no h poder em Cristo para cur-la. Seus nomes esto escritos e isso sua honra; mas eles tinham maior razo para regozijar-se em que seus nomes estivessem escritos no cu, enquanto os nomes elevados e poderosos dos grandes da terra esto soterrados no p. Versculos 5-15 No se deve levar o evangelho aos gentios at que os judeus o tenham rejeitado. Esta limitao aos apstolos foi somente para sua primeira misso. Onde quer que fossem deviam pregar esta mensagem: "O Reino dos Cus est prximo". Eles pregaram para estabelecer a f; o reino para animar a esperana; dos cus para inspirar o amor s coisas celestiais e o desprezo pelas terrenas; que estava prximo, para que os homens se preparassem sem demora. Cristo lhes deu poder para realizar milagres como confirmao de sua doutrina. Isto no necessrio agora que o Reino de Deus veio. Mostra que a inteno da doutrina que pregavam era curar almas enfermas e ressuscitar os que estavam mortos no pecado. Ao proclamar o evangelho da graa nas cidades e povos desconhecidos, o servo de Cristo embaixador da paz em qualquer parte aonde seja enviado., sua mensagem at para os pecadores mais vis, embora lhes corresponda buscar as melhores pessoas de cada lugar. No convm orar de todo corao por todos e conduzirmos cortesmente com todos. Deu-lhes instrues sobre como agir com os que os rejeitem. Todo o conselho de Deus deve ser declarado, e aos que no ouam a mensagem da graa, se deve demonstrar que seu estado perigoso. Isto deve ser levado muito a serio por todos os que ouvem o evangelho, no seja que seus privilgios lhes sirvam somente para aumentar sua condena. Versculos 16-42 Nosso Senhor adverte a seus discpulos que se preparem para a perseguio. Eles deviam evitar todas as coisas que dessem vantagem a seus inimigos, toda intromisso nos esforos polticos ou mundanos, toda aparncia de mal ou egosmo, e todas as medidas clandestinas. Cristo padece dificuldades no s para que os transtornos no sejam surpresa, seno para que eles possam confirmar sua f. Diz-lhes que devem sofrer e de parte de quem. Assim, Cristo nos tem tratado fiel e eqitativamente, dizendo-nos o pior que podemos achar em seu servio; e quer que assim nos tratemos a ns mesmos, ao sentar-nos a calcular o custo. Os perseguidores so piores que as bestas, porque fazem presa dos mesmos de sua espcie. Os laos de amor e dever mais slidos se romperam por inimizade contra Cristo. Os sofrimentos de parte de amizades e parentes so muito dolorosos; nada fere mais. Simplesmente parece que todos os que desejam viver piamente em Cristo Jesus padecero perseguio; e devemos esperar que atravs de muitas tribulaes entremos no Reino de Deus. Nesta predio de problemas, h conselhos e consolo para os momentos de provao. Os discpulos de Cristo so odiados e perseguidos como serpentes, e se procura sua runa, e necessitam a sabedoria da serpente, mas a simplicidade das pombas. No somente no danifiquem a ningum, seno que no tenham m vontade contra ningum. Deve haver cuidado prudente, porm no devem deixar-se dominar por pensamentos de angstia e confuso; que esta preocupao seja lanada sobre Deus. Os discpulos de Cristo devem pensar mais em realizar o bem que em falar bem. No caso de grande perigo, os discpulos de Cristo podem sair do caminho perigoso, ainda quando no devam sair-se do caminho do dever. No se devem usar meios pecaminosos e ilcitos para fugir; porque ento no se trata de uma porta que Deus tenha aberto. O temor ao homem lhe coloca uma armadilha, uma cilada de confuso que perturba nossa paz; uma armadilha que enreda, pela qual somos atrados ao pecado; e portanto, se deve lutar e orar em sua contra. A tribulao, a angstia e a perseguio no podem eliminar o amor de Deus por eles ou o deles por Ele. Temam quele que pode destruir o corpo e a alma no inferno. 18
  19. 19. Eles devem dar sua mensagem publicamente, porque todos esto profundamente preocupados da doutrina do Evangelho. Deve dar-se a conhecer todo o conselho de Deus (Atos 20.27). Cristo lhes mostra por que devem estar de bom nimo. Seus sofrimentos testemunham contra os que se opem a seu Evangelho. Quando Deus nos chama para falarmos por Ele, podemos depender dEle para que nos ensine o que dizer. Uma perspectiva fiel do final de nossas aflies ser muito til para sustentar-nos quando estejamos submetidos a elas. O poder ser conforme ao dia. De grande nimo para os que esto realizando a obra de Deus que seja uma obra que certamente ser feita. Veja-se como o cuidado da providncia se estende a todas as criaturas, ainda aos pardais. Isto deve silenciar todos os temores do povo de Deus: Vocs valem mais que muitos pardais. Os prprios cabelos de suas cabeas esto todos contados. Isto denota a crist que Deus faz e mantm de seu povo. Nosso dever no s crer em Cristo, seno professar essa f, sofrendo por Ele, quando somos chamados a isso, assim como tambm a servi-lo. Aqui somente se alude negao de Cristo que persistente, e essa confisso s pode ter a bendita recompensa aqui prometida, que a linguagem verdadeira e constante do amor e da f. A religio vale tudo; todos os que crem sua verdade, chegaro ao prmio e faro que todos o resto se renda a isso. Cristo nos conduzir atravs dos sofrimentos para gloriar-nos nEle. Os melhores preparados para a vida vindoura so os que esto mais livres desta vida presente. Embora a bondade feita aos discpulos de Cristo seja sumamente pequena, ser aceita quando haja ocasio para ela e no exista capacidade de fazer mais. Cristo no diz que meream recompensa, porque no podemos merecer nada da mo de Deus; porm recebero um prmio da ddiva gratuita de Deus. Confessemos ousadamente a Cristo e mostremos nosso amor por Ele em todas as coisas. CAPTULO 11 Versculo 1 A pregao de Cristo Versculos 2-6 A resposta de Cristo aos discpulos de Joo Versculos 7-15 O testemunho de Cristo acerca de Joo Batista Versculos 16-24 A perversidade dos judeus Versculos 25-30 O evangelho revelado ao smplice Convite aos carregados Versculo 1 Nosso divino Redentor nunca se cansou de sua obra de amor; e ns no devemos cansar-nos de fazer o bem, pois a seu devido tempo colheremos, se no desfalecermos. Versculos 2-6 Alguns pensam que Joo enviou a perguntar isto para sua satisfao. Onde h verdadeira f, pode ainda restar uma ponta de dvida. A incredulidade restante nos homens bons pode, na hora da tentao, questionar s vezes as verdades mais importantes. Mas esperamos que a f de Joo no falhasse neste assunto, e que ele somente desejasse v-la fortalecida e confirmada. Outros pensam que Joo enviou seus discpulos a Cristo para satisfao deles. Cristo ensina o que tm ouvido e visto. A condescendncia e a compaixo da graa de Cristo pelos pobres mostram que Ele era quem devia trazer ao mundo as doces misericrdias de nosso Deus. As coisas que os homens vem e ouvem, comparadas com as Escrituras, dirigem o caminho em que se deve achar a salvao. Custa vencer os prejuzos, e perigoso no venc-los, mas os que crem em Cristo, vero que sua f ser achada muito mais para o louvor, honra e glria. Versculos 7-15 O que Cristo disse acerca de Joo no somente foi para elogi-lo, seno para proveito do povo. Os que ouvem a palavra sero chamados a dar conta de seu proveito. Pensamos que se termina o cuidado quando se termina o sermo? No, ento comea o maior dos cuidados. Joo era um homem abnegado, morto para todas as pompas do mundo e os prazeres dos sentidos. Convm que a gente, em todas suas aparncias, seja coerente com seu carter e situao. Joo era homem grande e bom, porm no perfeito; portanto, no alcanou a estatura dos santos glorificados. O menor no cu sabe mais, ama mais, e realiza mais louvando a Deus e recebe mais dEle que o maior deste mundo. Mas por Reino dos Cus, aqui deve entender-se melhor o reino da graa, a dispensao do evangelho em seu poder e pureza. Quanta razo temos para estarmos agradecidos que nossa sorte corra nos dias do Reino dos Cus, sob tais vantagens de luz e de amor! 19
  20. 20. Existem multides que foram trazidas pelo ministrio de Joo e chegaram a ser discpulos dele. E houve os que lutaram por um lugar neste reino, que ningum pensaria que tinham direito nem ttulo por isso, e pareceram serem intrusos. Nos mostra quanto fervor e zelo se requer de todos. necessrio negar o eu; mister mudar a inclinao, a disposio e o temperamento da mente. Os que tenham um interesse na salvao grandiosa, o tero a qualquer custo, e no pensaro que difcil nem a deixaro ir sem uma bno. As coisas de Deus so de preocupao grande e comum. Deus no requer mais de ns que o uso justo das faculdades que nos deu. A gente ignorante porque no quer aprender. Versculos 16-24 Cristo reflete nos escribas e fariseus que tinham um orgulhoso conceito de sim. Compara a conduta deles com o jogo das crianas que, irritando-se sem razo, discutem todas as tentativas de seus companheiros por compraz-los, ou para que se unam a seus jogos para os quais costumavam reunir-se. As objees capciosas dos homens mundanos so amide zombadoras e demonstram grande malcia. Algo tm que criticar de todos por excelente e santo que seja. Cristo, que era imaculado e separado dos pecadores, aqui se apresenta junto com eles e contaminado por eles. A inocncia mais imaculada no sempre ser defesa contra a censura. Cristo sabia que os coraes dos judeus eram mais resistentes e endurecidos contra seus milagres e doutrinas que os de Tiro e Sidom; portanto, sua condenao ser maior. O Senhor exerce sua onipotncia, mas no castiga alm do que merecem e nunca retm o conhecimento da verdade daqueles que o anelam. Versculos 25-30 Corresponde aos filhos serem agradecidos. Quando vamos a Deus como Pai, devemos lembrar que Ele o Senhor do cu e da terra, o qual nos obriga a ir a Ele com reverncia Enquanto Senhor soberano de tudo; ainda com confiana, como a Quem capaz de defender-nos do mal e proporcionar-nos todo bem. Nosso bendito Senhor agregou uma declarao notvel: que o Pai tinha colocado em Suas mos todo poder, autoridade e juzo. Estamos em dvida com Cristo por toda a revelao que temos da vontade e o amor de Deus Pai, ainda desde que Ado pecou. Nosso Salvador tem convidado a todos os que trabalham forte e esto muito carregados para que vo a Ele. Em alguns sentidos, todos os homens esto assim. Pas homens mundanos se sobrecarregam com preocupaes estreis pela riqueza e as honras; o alegre e sensual se esforo em ps dos prazeres; o escravo de Satans e suas prprias luxrias o servo mais escravizado da terra. Os que trabalham duro por estabelecer sua prpria justia, tambm trabalham em vo. O pecador convicto est muito carregado de culpa e de terror; e o crente tentado e aflito tem trabalhos duros e cargas pesadas. Cristo convida a rodos a irem a Ele em ps de repouso para suas almas. Ele somente d este convite: os homens vo a Ele quando, sentindo sua culpa a misria, e acreditando em seu amor e poder para socorrer, o buscam com orao fervorosa. Assim, pois, dever e interesse dos pecadores duros e carregados, irem a Jesus Cristo. Este o chamado do evangelho: quem quiser vir, venha. Todos os que assim vo recebero repouso como presente de Cristo, e obtero paz e consolo em seu corao. Mas ao irem a Ele devem tomar seu jugo e submeter-se a sua autoridade. Devem aprender dEle todas as coisas acerca de seu consolo e obedincia. Ele aceita o servo disposto, por imperfeitos que sejam seus servios. Aqui podemos achar repouso para nossas almas, e somente aqui. Nem temos que temer seu jugo. Seus mandamentos so santos, justos e bons. Requer negar a si mesmo e traz dificuldades, mas isto abundantemente recompensado, j neste mundo, pela paz e gozo interior. um jugo forrado com amor. To poderosos so os socorros que nossa d, to adequadas as exortaes e to fortes as consolaes que se encontram no caminho do dever, que podemos dizer verdadeiramente que um jugo grato. O caminho do dever o caminho do repouso. As verdades que ensina Cristo so tais que podemos aventurar por elas nossa alma. Tal a misericrdia do Redentor, e por que deveria o pecador carregado procurar repouso em alguma outra parte? Vamos diariamente a Ele em busca da liberao da ira e da culpa, do pecado e de Satans, de todas nossas preocupaes, temores e dores. Mas a obedincia forada, longe de ser fcil e leviana, carga pesada. Em vo nos aproximamos a Jesus com nossos lbios enquanto o corao est longe dEle. Ento, venham a Jesus para achar repouso para suas almas. 20
  21. 21. CAPTULO 12 Versculos 1-8 Jesus defende seus discpulos por espigar no dia de repouso Versculos 9-13 Jesus cura no dia de repouso ao homem da mo ressequida Versculos 14-21 Malcia dos fariseus Versculos 22-30 Jesus cura um endemoninhado Versculos 31-32 Blasfmia dos fariseus Versculos 33-37 As mas palavras procedem de um corao mau Versculos 38-45 Escribas e fariseus repreendidos por pedirem sinais Versculos 46-50 Os discpulos de Cristo so seus irmos mais prximos Versculos 1-8 Estando nos campos de trigo, os discpulos comearam a tirar trigo: a lei de Deus o permitia (Deuteronmio 23.25). Esta era uma magra proviso para Cristo e seus discpulos, porm se contentavam com isso. Os fariseus no discutiram com eles por cortar o trigo de outro homem, seno por faz-lo no dia de repouso. Cristo veio para libertar seus seguidores, no s das corrupes dos fariseus, seno de suas regras anti-bblicas, e justificou o que eles fizeram. O maior no ver satisfeitas suas concupiscncias, mas o menor ver que h considerao por suas necessidades. Os trabalho no dia do repouso so legtimos se necessrios, e o dia de repouso para fomentar, e no para obstaculizar a adorao. Deve ser feita a proviso necessria para a sade e a comida, ms o caso muito diferente quando se tm servos na casa, e as famlias viram cenrio de apressamentos e confuso no dia do Senhor, para dar um festim aos visitantes ou para dar-se um gosto eles mesmos. Cabe condenar coisas como essas e muitas outras que so comuns entre os professantes. O descanso do dia do repouso foi ordenado para bem do homem (Deuteronmio v 14). No deve entender-se nenhuma lei em forma tal que contradiga sua prpria finalidade. Como Cristo o Senhor do dia do repouso, apropriado que dedique para sim o dia e sua obra. Versculos 9-13 Cristo demonstra que as obras de misericrdia so lcitas e prprias para faz-las no dia do Senhor. Existem outras maneiras de fazer o bem nos dias de repouso alm dos deveres da adorao: atender o doente, aliviar o pobre, ajudar os que necessitam alvio urgente, ensinar os jovens a cuidar suas almas; estas obras fazem o bem; e devem fazer-se por amor e caridade, com humildade e abnegao, e sero aceitas (Gnesis 4.7). Isto tem um significado espiritual, como outras sanidades que operou Cristo. Por natureza nossas mos esto ressequidas e por ns mesmos somos incapazes de fazer nada que seja bom. Somente Cristo nos cura com o poder de sua graa; Ele cura a mo ressequida dando vida na alma morta; opera em ns tanto o querer como o fazer: porque, com o mandamento, h uma promessa de graa dada pela palavra. Versculos 14-21 Os fariseus fizeram consulta para achar alguma acusao contra Jesus para conden-lo a morte. Ciente da inteno deles, Ele se retirou desse lugar, pois seu tempo no tinha chegado. O rosto no corresponde mais exatamente ao rosto refletido na gua que o carter de Cristo esboado pelo profeta se corresponde com seu temperamento e conduta, descritos pelos evangelistas. Encomendemos com alegre confiana nossas almas a um Amigo to bom e fiel. Longe de romp-lo, fortalecer o canio rachado; longe de apagar o pavio fumegante, ou quase extinto, antes Ele soprar para avivar a chama. Afastemos as contendas e os debates irados; recebamos-nos uns a outros como Cristo nos recebe. E enquanto estejamos animados pela bondade da graa de nosso Senhor, devemos orar para que seu Esprito repouse em ns e nos faa capazes de imitar seu exemplo. Versculos 22-30 Uma alma submetida ao poder de Satans e cativada por ele, est cega para as coisas de Deus e muda ante o trono da graa; nada v e nada diz a propsito. Satans cega os olhos com a incredulidade; e sela os lbios da orao. Quanto mais gente magnificava a Cristo, mais desejosos de injuri-lo estavam os fariseus. Era evidente que se Satans ajudava a Jesus a expulsar demnios, o reino do inferno estava dividido contra si mesmo, ento, como poderia resistir! E se diziam que Jesus expulsava demnios pelo prncipe dos demnios, no podiam provar que seus filhos os expulsassem por algum outro poder. H dois grandes interesses no mundo; e quando os espritos imundos so expulsos pelo Esprito Santo, na converso dos pecadores a uma vida de f e 21
  22. 22. obedincia, tem chegado a ns o reino de Deus. Todos os que no ajudam nem se regozijam com essa classe de mudana, esto contra Cristo. Versculos 31-32 Eis aqui uma bondosa certeza do perdo de todo pecado nas condies do evangelho. Cristo assenta aqui o exemplo para que os filhos dos homens estejam dispostos a perdoar as palavras que se dizem contra eles. Mas os crentes humildes e cientes so tentados, s vezes, para que pensem que cometeram o pecado imperdovel, enquanto os que mais se aproximam a isso rara vez tm algum temor por isso. Podemos ter a certeza de que os que indubitavelmente se arrependem e crem no evangelho, no cometeram este pecado ou algum outro da mesma classe; porque o arrependimento e a f so dons especiais de Deus que no outorgaria a nenhum homem se estiver decidido a no perdo-lo; os que temem ter cometido este pecado, somente por isso j do um bom sinal de que no assim. O pecador tremente e contrito tem em si mesmo o testemunho de que no assim em seu caso. Versculos 33-37 O idioma do homem descobre de que pas procede, igualmente de que classe de esprito . O corao a fonte, as palavras so os riachos. Uma fonte turva e uma corrente corrupta devem produzir riachos lamacentos e desagradveis. Nada curar as guas, sazonar a fala nem purificar a comunicao corrupta seno o sal da graa, lanado na correnteza. O homem mau tem um mal tesouro em seu corao, do qual o pecador tira as ms palavras e as ms aes para desonrar a Deus e ferir o prximo. Vigiemos continuamente sobre ns mesmos para que possamos falar palavras conformes ao carter cristo. Versculos 38-45 Embora Cristo esteja sempre preste a ouvir e responder os desejos e as oraes santas, os que pedem mal, pedem e, contudo, no obtm. Foram dados sinais aos que os desejavam para confirmar sua f, como a Abrao e a Gideo; porm foram negados aos que os exigiam para escusar sua incredulidade. A ressurreio de Cristo dentre os mortos por seu poder aqui chamada de sinal de Jonas, o profeta, e a grande prova de que Cristo era o Messias. Como Jonas esteve trs dias e trs noites no grande peixe, e depois tornou a sair vivo, assim estaria Cristo esse tempo no tmulo e ressuscitaria. Os ninivitas envergonhariam os judeus por no se arrependerem; a rainha de Sab os envergonharia por no acreditar em Cristo. Ns no temos esses impedimentos, no vamos a Cristo com essas inseguranas. Esta parbola representa o caso da igreja e a nao judaica. Tambm aplicvel a todos os que ouvem a palavra de Deus e se reformam em parte, porm no se convertem de verdade. O esprito imundo se v por algum tempo, mas quando volta, encontra que Cristo no est ali para impedi-lo de entrar; o corao est varrido pela reforma externa, porm enfeitado pelos preparativos para cumprir as ms sugestes, e o homem se torna inimigo mais decidido da verdade. Todo corao a residncia de espritos imundos, salvo os que so templo do Esprito Santo, pela f em Cristo. Versculos 46-50 A pregao de Cristo era simples e familiar, e adequada para seus ouvintes. Sua me e seus irmos estavam dentro, desejando ouvi-lo. Freqentemente os que esto mais perto dos meios de conhecimento e de graa so os mais negligentes. Somos bons para descuidar o que pensamos que podemos ter um dia, esquecendo que o amanh no nosso. Amide nos encontramos com obstculos a nossa obra, de parte de amigos que nos rodeiam, e somos tirados dos cuidados pelas coisas desta vida, das preocupaes de nossa alma. Cristo estava to dedicado a sua obra que nenhum poder natural ou de outra ndole o afastava dela. No se trata de que, sob pretexto de religio, sejamos insolentes com os pais ou maus com eles, seno que o menor dever deve ficar espera enquanto se realiza o maior. Deixemos os homens e aferremo-nos a Cristo; olhemos a todo cristo, em qualquer condio de vida, como irmo, irm, ou me do Senhor da glria; amemos, respeitemos e sejamos amveis com eles por amor dEle e seguindo seu exemplo. 22
  23. 23. CAPTULO 13 Versculos 1-23 A parbola do semeador Versculos 24-30; 36-43 A parbola do joio Versculos 31-35 As parbolas da semente de mostarda e do fermento Versculos 44-52 As parbolas do tesouro escondido, a prola preciosa, a rede lanada no mar e o dono de casa Versculos 53-58 Jesus novamente rejeitado em Nazar Versculos 1-23 Jesus embarcou num barco para ser menos pressionado e para que a gente ouvisse melhor. Com isto nos ensina, nas circunstncias externas da adorao, a no desejar o que majestoso, seno fazer o melhor das facilidades que Deus nos designa em sua providncia. Cristo ensinava com parbolas. Por meio delas simplificava e facilitava as coisas de Deus para os dispostos a serem ensinados, e mais difceis e escuras para os dispostos a permanecerem ignorantes. A parbola do semeador clara. A semente plantada a palavra de Deus. O semeador nosso Senhor Jesus Cristo, por si ou por seus ministros. Pregar a uma multido semear o gro; no sabemos onde brotar. Uma classe de terreno, ainda