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 COMENTÁRIOS DA PROVA DE PROCESSO PENAL- PRF PROFESSOR LINCOLN RUFINO IAP CURSOS Questão 75 Comentário: item CORRETO. O art 42 do CP P, citado por mim em TODAS as turmas , pedindo inclusive para que f osse feita a famosa “ moldura” face à sua importância, aduz que o MP não poderá desistir da ação penal. Como dito em sala, isso não significa que ele não possa pedir absolvição ou mesmo extinção de punibilidade. O que ele não pode é desistir, abandonar a causa. Se convencido acerca da falta de provas, deve pedir a absolvição do réu, mas isso não significa abandonar a ação penal. Questão 76 Comentário: item CORRETO. Como também comentado à exaustão em sala de aula, o IP é um instrumento DISPENSÁVEL ( prescindível) ao oferecimento da denúncia. Portanto, se o MP dispõ e de outros elementos que o habilitem a promover a ação penal, poderá oferecer denúncia, mesmo que não disponha de IP. Questão 77 Cometário: item ERRADO. Trata-se de crime de dano qualificado, cuja ação penal só pode ser pública incondicionada. conforme preceitua o art. 163, III do CP, indicando que crimes de dano praticados em detrimento do patrimônio de empresa concessionária de serviço público terão penas aumentadas. ( em verdade, qualificadoras). Aqui, o examinador exigia conhecimento da parte penal ( crime de dano qualificado) e penal/processual ( tipo de ação penal). Questão 78 Comentário: a questão est á afirmando que a lei process ual penal não admite aplicação analógica em prejuízo do réu. Isso é FALSO. Segundo doutrina, a exemplo, Guilherme de Souza Nucci e Fernando Capez, aplicação analógica e

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COMENTÁRIOS DA PROVA DE PROCESSO PENAL- PRF

PROFESSOR LINCOLN RUFINO

IAP CURSOS

Questão 75

Comentário: item CORRETO. O art 42 do CPP, citado por mim em TODAS as turmas , pedindo inclusive para que fosse

feita a famosa “ moldura” face à sua importância, aduz que o MP não poderá desistir da ação penal. Como dito em sala,

isso não significa que ele não possa pedir absolvição ou mesmo extinção de punibilidade. O que ele não pode é desistir,abandonar a causa. Se convencido acerca da falta de provas, deve pedir a absolvição do réu, mas isso não significa

abandonar a ação penal.

Questão 76

Comentário: item CORRETO. Como também comentado à exaustão em sala de aula, o IP é um instrumento

DISPENSÁVEL ( prescindível) ao oferecimento da denúncia. Portanto, se o MP dispõe de outros elementos que o

habilitem a promover a ação penal, poderá oferecer denúncia, mesmo que não disponha de IP.

Questão 77

Cometário: item ERRADO. Trata-se de crime de dano qualificado, cuja ação penal só pode ser pública incondicionada.

conforme preceitua o art. 163, III do CP, indicando que crimes de dano praticados em detrimento do patrimônio de

empresa concessionária de serviço público terão penas aumentadas. ( em verdade, qualificadoras). Aqui, o examinador

exigia conhecimento da parte penal ( crime de dano qualificado) e penal/processual ( tipo de ação penal).

Questão 78

Comentário: a questão está afirmando que a lei processual penal não admite aplicação analógica em prejuízo do réu.

Isso é FALSO. Segundo doutrina, a exemplo, Guilherme de Souza Nucci e Fernando Capez, aplicação analógica e

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analogia são expressões sinônimas (nunca confundir com interpretação analógica). Por várias vezes em sala, eu disse

que não se pode confundir a lei PENAL com a lei PROCESSUAL PENAL. A lei PENAL sim, só admite analogia em benefício

do réu (in bona partem), nunca em seu prejuízo ( in mala partem). Em minhas aulas citei exemplos do casamento e da

união estável, onde não se pode aplicar analogia para incriminar o réu quanto ao crime de bigamia, se este , uma vez

casado, contrai união estável com outra pessoa. Já a lei PROCESSUAL, segundo Nucci, admite analogia tanto em

benefício quanto em prejuízo do réu. ( obs: soube de gabaritos de outros cursinhos dando a questão como verdadeira.

Com o devido respeito, NÃO CONCORDO. No meu modesto entender, o item é FALSO. Lei processual, repito, não segue

as mesmas diretrizes da lei penal. )

Questão 79

Comentário: item FALSO. Para que o juiz possa substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar , não basta que a

acusada esteja gestante. É preciso que a gestação seja de alto risco ou gestação a partir do sétimo mês ( art 318, IV

CPP). Redação dada pela lei 12403/11. Esta questão foi muito comentada nos cursos anteriores da PF/PRF. Inclusive

fizemos até questões simuladas a respeito, onde eu informava acerca dos possíveis “ peguinhas”. Infelizmente, nesta

última turma, o tempo foi muito curto, não me dando possibilidade de repetir estes comentários. Nossos alunos

regulares poderão confirmar minhas colocações.

Questão 80

Comentário: item CORRETO. Também comentado em sala. O juiz jamais decreta esse tipo de prisão de ofício, devendo

haver representação da autoridade policial ou requerimento do MP. Inclusive, sempre alertei para a diferença entre “

representação” e “requerimento”. É o art 2º da lei 7960/89.

Questão 81

Comentários: item CORRETO. Também bastante comentado em sala, inclusive, nesta última turma, onde frisamos que

qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar HC e o art 654, §2º aduz que juiz ou tribunal poderão concedê-lo de

ofício. Basta olhar suas anotações no caderno acerca do tema. Também pedi que fosse feita moldura neste dispositivo.

Aqui, o “X” da questão, que pode ter suscitado dúvidas é se qualquer pessoa pode impetrar o HC em qualquer

instância. É bem de ver que o art 654 do CPP silenciou quanto a este fato, logo, deixa antever que a resposta só pode ser

afirmativa. Ademais, e agora, somente como complemento, a lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia), em seu art 1º, §1ºestabelece que “ não se inclui na atividade privativa de advocacia impetração de habeas corpus em qualquer

instância ou tribunal ” .

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Questão 82

Comentário: item FALSO. Este ficou até sem graça, uma vez que quase fiquei rouco de tanto comentar. Nesta última

turma,em nossa última aula, frisei bem sobre o tema. Acho que nenhum aluno IAP errou essa questão. Basta analisar o

art 109, I da CF/88

Questão 83

Comentários: item FALSO. Também comentada nesta última turma. Onde frisei que prova ilícita deve ser

DESENTRANHADA dos autos, ou seja, extraída. É como se nunca tivesse existido. É o que consta do art 157 do CPP.

Como sempre digo,conhecer a letra da lei é fundamental.

Questão 84

Comentário: item CORRETO. Também comentada na última aula da PRF. É o art 516 do CPP, um dos dois artigos que

aferi serem os mais importantes sobre o tema, ao lado do art 514. Pedi que fizessem a famosa “ moldura”, tamanha a

sua relevância, lembram? Uma coisa é certa. Muita gente vai se apegar no “pode”, entendendo a questão como

incorreta. É que a letra da lei diz “o juiz rejeitará”... dando a entender que o juiz “deve”  rejeitar a peça acusatória, seconvencido da inexistência do crime. Na verdade, o dever que o juiz tem é de fundamentar, motivar suas decisões,

conforme CF/88. O resto está em seu livre convencimento, lembram? O juiz é LIVRE para apreciar toda e qualquer prova

produzida, DEVENDO motivar suas decisões. Assim, o juiz é livre para receber ou rejeitar denúncia, mas em caso de

rejeição, deverá fundamentar sua decisão. Penso que recurso neste caso terá pouca chance de êxito, pois o caso

encontra-se na esfera do poder-dever de um juiz. A doutrina sequer se apega neste detalhe do “pode” ou “deve”. Além

do mais, penso que a expressão está ligada à faculdade que o juiz tem de aceitar ou rejeitar a denúncia. No entanto,

quem errou o item, não custa tentar recorrer, alegando que “ se o juiz está convencido de que não houve crime, outra

opção não lhe resta a não ser rejeitar a denúncia”. É o CESPE....lembram? 

EM RESPEITO AO PROFESSOR DE DIREITO PENAL E LEGISLAÇÃO ESPECIAL JUNTO A TURMA DA PRF, ABSTENHO-ME DE

COMENTAR OS ITENS REFERENTES A TAIS MATÉRIAS, DEIXANDO PARA O TITULAR DA CADEIRA TAL ENCARGO.

OBRIGADO A TODOS. SUCESSO NA CAMINHADA!