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Legislação e Normalização 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

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Legislação e Normalização

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CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIALEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

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Legislação e Normalização

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Legislação e Normalização

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CURITIBA2002

Equipe Petrobras

Petrobras / Abastecimento

UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap

LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

CAPÍTULO IELOISIA B. DE ALMEIDA P. COELHO – CONSULTOR TÉCNICO

REGAP/SMS

CAPÍTULO IIADAPTAÇÃO AUTORIZADA DO MANUAL TÉCNICO DE CALDEIRAS E

VASOS DE PRESSÃO MINISTÉRIO DE TRABALHO – SSST –SECRETARIA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

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Legislação e Normalização

363.11 Coelho, Eloisia B. de Almeida P.C672 Curso de formação de operadores de refinaria: legislação e

normalização / Eloisia B. de Almeida P. Coelho; adaptação autorizadado manual técnico de caldeiras e vasos de pressão Ministério doTrabalho-SSST-Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho. – Curitiba :PETROBRAS : UnicenP, 2002.

64 p. : il. (algumas color) ; 30 cm.

Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,RECAP, SIX, REVAP.

1. Segurança industrial. 2. Legislação. 3. Norma reguladora. I. Brasil.Ministério do Trabalho. Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho.II. Título.

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Legislação e Normalização

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Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-

renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos devocê e de seu perfil empreendedor.

Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre oCentro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representadapela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicosque auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planosde aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como umprocesso contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizadopela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades daPetrobras.

Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outrasfontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundarseu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão naPetrobras.

Nome:

Cidade:

Estado:

Unidade:

Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.

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Legislação e Normalização

Sumário1 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO –

NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S)VISÃO GERAL ....................................................................... 71.1 Introdução ........................................................................ 71.2 Histórico .......................................................................... 71.3 Órgãos do Governo e Entidades ....................................... 91.4 Normas Regulamentadoras ............................................ 10

1.4.1 NR 1 – Disposições Gerais ................................ 111.4.2 NR 2 – Inspeção Prévia ..................................... 121.4.3 NR 3 – Embargo ou Interdição .......................... 121.4.4 NR 4 – Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e em Medicinado Trabalho ....................................................... 12

1.4.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevençãode Acidentes – CIPA ......................................... 13

1.4.6 NR 6 – Equipamentos de ProteçãoIndividual – EPI ................................................ 13

1.4.7 NR 7 – Programa de Controle Médicode Saúde Ocupacional (PCMSO) ...................... 13

1.4.8 NR 8 – Edificações ........................................... 141.4.9 NR 9 – Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais – PPRA ............................... 151.4.10 NR 10 – Instalações e serviços em

eletricidade ........................................................ 151.4.11 NR 11 – Transporte, movimentação,

armazenagem e manuseio de materiais ............. 151.4.12 NR 12 – Máquinas e equipamentos .................. 161.4.13 NR 13 – Operação de Caldeiras

e Vasos de Pressão ............................................. 161.4.14 NR 14 – Fornos ................................................. 161.4.15 NR 15 – Atividades e operações insalubres ...... 171.4.16 NR 16 – Atividades e operações perigosas ....... 181.4.17 NR 17 – Ergonomia .......................................... 181.4.18 NR 18 – Condições e meio ambiente

de trabalho na indústria da construção .............. 191.4.19 NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis .. 191.4.20 NR 23 – Proteção contra incêndios ................... 191.4.21 NR 24 – Condições sanitárias e de conforto

nos locais de trabalho ........................................ 191.4.22 NR 25 – Resíduos Industriais ............................ 191.4.23 NR 26 – Sinalização de segurança .................... 201.4.24 NR 27 – Registro Profissional do Técnico

de Segurança do Trabalho no Ministériodo Trabalho ....................................................... 20

2 NR-13 – CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ................. 2113.1 Caldeiras a vapor – disposições gerais ........................... 2113.2 Instalação de Caldeiras a Vapor ..................................... 2913.3 Segurança na Operação de Caldeiras ............................. 3213.4 Segurança na Manutenção de Caldeiras ........................ 3413.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras .............................. 35

ANEXO I-A ........................................................................... 391. Noções de Grandezas Físicas e Unidades ......................... 39

1.1. Pressão ..................................................................... 391.2. Calor e Temperatura ................................................. 39

2. Caldeiras – Condições Gerais ........................................... 392.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações ........................ 392.2. Partes de uma caldeira ............................................. 392.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeira . 40

3. Operação de Caldeiras ...................................................... 403.1. Partida e parada ........................................................ 403.2. Regulagem e controle ............................................... 403.3. Falhas de operação, causas e providências ............... 403.4. Roteiro de vistoria diária .......................................... 403.5. Operação de um sistema de várias caldeiras ............ 403.6. Procedimentos em situações de emergência ............. 40

4. Tratamento de Água e Manutenção de Caldeiras ............. 404.1. Impurezas da água e suas conseqüências ................. 404.2. Tratamento de água .................................................. 404.3. Manutenção de caldeiras .......................................... 40

5. Prevenção Contra Explosões e Outros Riscos .................. 405.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde .............. 405.2. Riscos de explosão ................................................... 40

6. Legislação e Normalização ............................................... 406.1. Normas Regulamentadoras ...................................... 406.2. Norma Regulamentadora 13 (NR-13) ...................... 40

ANEXO II .............................................................................. 4013.6 Vasos de Pressão – Disposições Gerais .................... 4113.7 Instalação de Vasos de Pressão ................................. 4613.8 Segurança na Operação de Vasos de Pressão ............ 4813.9. Segurança na Manutenção de Vasos de Pressão ....... 5013.10 Inspeção de Segurança de Vasos de Pressão ............. 52

ANEXO I-B ........................................................................... 551. Noções de Grandezas Físicas e Unidades ......................... 55

1.1. Pressão ..................................................................... 551.2. Calor e Temperatura ................................................. 55

2. Equipamentos de Processo ............................................... 552.1. Trocadores de calor .................................................. 552.2. Tubulação, válvulas e acessórios .............................. 552.3. Bombas .................................................................... 552.4. Turbinas e ejetores ................................................... 552.5. Compressores ........................................................... 552.6. Torres, vasos, tanques e reatores .............................. 552.7. Fornos ...................................................................... 552.8. Caldeiras .................................................................. 55

3. Eletricidade ...................................................................... 554. Instrumentação ................................................................. 555. Operação da Unidade ....................................................... 55

5.1. Descrição do processo .............................................. 555.2. Partida e parada ........................................................ 555.3. Procedimentos de emergência .................................. 555.4. Descarte de produtos químicos e preservação

do meio ambiente ..................................................... 555.5. Avaliação e controle de riscos inerentes

ao processo ............................................................... 555.6. Prevenção contra deterioração, explosão

e outros riscos .......................................................... 556. Primeiros Socorros ........................................................... 557. Legislação e Normalização ............................................... 55

ANEXO II .............................................................................. 56

ANEXO III ............................................................................. 561. Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos ... 562. Esta NR não se aplica aos seguintes equipamentos .......... 57

ANEXO IV ............................................................................ 60

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1Legislação de Segurança noTrabalho – Normas

Regulamentadoras (NR´s) VisãoGeral

1.1 IntroduçãoO trabalho humano é fruto da inteligência

e da criatividade. Foi graças à capacidade deraciocínio e ao instinto gregário que o ser hu-mano conseguiu, ao longo dos tempos, criar eaprimorar técnicas que permitiram o progres-so e a adaptação das comunidades nas maisdiversas partes do planeta. Tal evolução par-tiu da atividade predatória, atingiu o processoindustrial e prossegue a passos enormes, emtodas as áreas de conhecimento.

A Revolução Industrial, fenômeno histó-rico ocorrido na Europa, abrangendo parte dosséculos XVIII e XIX, provocou a mais mar-cante mudança nas relações entre o homem eo trabalho. Os camponeses empregavam-se em“fábricas”, que não passavam de meras cons-truções improvisadas. Os locais e os instru-mentos de trabalho ofereciam inúmeros riscos.Foi preciso que muitos trabalhadores, princi-palmente mulheres e crianças, morressem emconseqüência de acidentes e doenças ineren-tes ao trabalho, para que ações governamen-tais, em vários países europeus, manifestas-sem-se em prol da segurança e da saúde dostrabalhadores.

No Brasil, o período de desenvolvimentoindustrial mais intenso ocorreu a partir de1930. O processo não foi muito diferente doque ocorreu na Europa, no que tange à preo-cupação com a segurança e saúde dos traba-lhadores. A falta de ações mais ágeis dos go-vernos, que não estão ainda suficientementeaparelhados para fiscalizar plenamente o cum-primento das leis, é um fator que favorece amanutenção das condições precárias a que ficasubmetida grande parte dos trabalhadores bra-sileiros.

O ritmo crescente do desenvolvimento tec-nológico faz com que os trabalhadores do li-miar do século XXI tenham que enfrentar no-vos riscos, e fiquem expostos aos mais diver-sos agentes potencialmente nocivos à saúde.Assim, a mesma inteligência, que viabiliza a

concepção de novas tecnologias, de novasmáquinas e novos materiais e que possibilitao planejamento de novas formas de organiza-ção do trabalho, deverá ser capaz, também, depropiciar aos trabalhadores condições saudá-veis e seguras de trabalho.

É neste campo que atuam, conjuntamen-te, a Segurança, a Higiene e a Medicina doTrabalho, com o objetivo de prevenir os efei-tos adversos decorrentes das atividades labo-rativas, identificando e eliminando suas cau-sas ou minimizando os seus efeitos nos ambi-entes de trabalho.

1.2 HistóricoA História revela que, desde o início da

civilização, os trabalhos mais penosos e tam-bém os menos nobres eram destinados aos es-cravos. Talvez a isto se possa atribuir a escas-sez de referências aos problemas relacionadoscom doenças dos trabalhadores na Antigüida-de. Mesmo assim, alguns registros foram fei-tos, ainda que a preocupação principal nãofosse o comprometimento da saúde de quemtrabalhava, mas provavelmente o comprome-timento dos volumes de produção.

Hipócrates, três séculos antes de Cristo,já se referia com riqueza de detalhes a casosde intoxicação por chumbo em trabalhadoresde minas.

Um século antes da era cristã, Lucrécio járegistrava suas preocupações com as condiçõesde trabalho dos mineiros daquela época e cita-va: “não viste como morrem em tão pouco tem-po, quando ainda tinham tanta vida pela frente?”

Plínio, no início da era cristã, após visitargalerias de minas, descreveu suas impressõessobre os trabalhadores expostos a poeiras detoda espécie. O mesmo autor observou, ainda,a iniciativa daqueles trabalhadores, relatando:“procuravam minimizar a inalação de poeiras,fazendo uso de bexigas de carneiro ou traposimundos à frente do rosto; era como se esti-vessem mascarados para não serem reconhe-cidos em seus horrores.”

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Legislação e NormalizaçãoReferências mais concretas e abrangentes

sobre a questão da saúde dos trabalhadores sósurgiram a partir do século XVI. Em 1556, foipublicado o livro de Georgius Agricola, quefazia referências a acidentes do trabalho e doen-ças relacionadas às atividades de extração efundição de prata e ouro.

Em 1567, foram publicados os trabalhosde Paracelso, em que eram relacionadas algu-mas atividades laborativas, os respectivosmétodos de trabalho, as substâncias manusea-das e as doenças inerentes.

Em 1700, foi publicada a obra de referên-cia histórica: o livro de Bernardino Ramazzini,“As Doenças dos Trabalhadores”. Em sua obra,Ramazzini descreve com detalhes doenças ine-rentes a mais de 50 atividades. Ramazzini éconsiderado o “Pai de Medicina do Trabalho”.Atribui-se também a ele, as abordagens preli-minares referentes à medicina social, a partirde alguns registros em que fica clara a insinu-ação de alguns elementos básicos, tais como:o estudo das relações entre o estado de saúdede uma população específica e suas condiçõesde renda; os fatores negativos que atuam deforma especial em determinada população, emface à sua posição social; os elementos queexercem influência deletéria sobre a saúde daspopulações, impedindo a melhoria do estadogeral de bem-estar.

No transcorrer do século XVIII, a Revo-lução Industrial ocorrida na Europa provocouum grande impacto sobre a qualidade de vidade muitas pessoas. Os trabalhadores do cam-po, iludidos pelas novas propostas de empre-gos nas “fábricas” da época, deixaram suasorigens ante a expectativa de melhores opor-tunidades. O êxodo rural foi intenso, mas, naverdade, os trabalhadores foram submetidos apenosas condições de trabalho em ambientesonde os agentes agressivos à saúde eram nu-merosos. Não bastasse isto, crianças de seteanos ou menos já eram “empregadas nas fá-bricas.” Mulheres grávidas trabalhavam, até ofinal da gestação, em ambientes adversos, cum-prindo jornadas noturnas. As jornadas de tra-balho duravam, para todos, até 16 horas/dia,sem descanso semanal.

A conseqüente dizimação da mão-de-obraoperária começou a ameaçar o próprio cursodo desenvolvimento. Isto significava umaameaça direta às novas fontes de renda dasclasses privilegiadas da época: mão-de-obramais escassa era sinônimo de mão-de-obracada vez mais cara.

Os movimentos sociais sensibilizaram oEstado e algumas medidas efetivas começa-ram a ser tomadas a partir de 1800, através deleis específicas. Como exemplo, pode-se citar:

– lei que regulamenta a idade mínimapara o trabalho – Inglaterra/1802;

– lei das fábricas, que proibe o trabalhonoturno para menores e exige proteçãonas máquinas, entre outros benefícios –Inglaterra/1833;

– lei sobre acidentes do trabalho e suaindenização – Inglaterra/1898;

– lei sobre o repouso semanal – França/1806;

– lei da aposentadoria após 65 anos –França/1910;

– lei da jornada de trabalho de 8 horas/dia para serviços de mineração – Fran-ça/1913;

– lei da jornada de trabalho de 8 horas/dia – França/1916;

– lei sobre semana de trabalho de 40 ho-ras e férias remuneradas – França/1936.

Em 1906, realizou-se em Milão, graças àproposta do senador italiano De Cristoforis, oI Congresso Internacional de Doenças do Tra-balho.

Em 1910, durante o II Congresso Interna-cional de Doenças dos Trabalhadores, foi dis-cutida a equiparação entre acidente do traba-lho e doenças relacionadas ao trabalho.

Em 1919, foi criada a OIT (OrganizaçãoInternacional do Trabalho). Esta organizaçãotem como atribuição principal à divulgação deinformação e recomendações internacionaisque visem à proteção dos trabalhadores. Mui-tas das recomendações não possuem caráterobrigatório, ficando a cargo de cada país sig-natário decidir internamente estas questões, demodo a regulamentar na forma da Lei todosos aspectos técnicos envolvidos.

E em termos de Brasil, como evoluíramas questões de segurança e saúde dos traba-lhadores? A história mostra um quadro seme-lhante ao dos europeus em termos de atençãopara com a segurança e a saúde dos trabalha-dores. Utilizou-se mão-de-obra escrava até ofinal do século XIX. O escravo trabalhava até18 horas por dia e seu proprietário podiacastigá-lo sem interferência do poder público.

Provavelmente, foram as graves epidemi-as (cólera, febre amarela, entre outras), quecomeçaram a despertar o interesse social parao binômio saúde/trabalho, já que tais epide-mias associavam-se direta ou indiretamente às

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condições de trabalho da época, afetando deforma negativa a produção nos engenhos e nasáreas de plantio, principalmente.

As progressivas limitações impostas aotráfico de escravos, a partir da segunda meta-de do século XIX, concorreram para uma li-geira melhoria das condições de trabalho, vi-sando ao aumento da vida útil dos escravos.

Com a abolição da escravatura, a fonte demão-de-obra passa a ser a corrente migrató-ria, principalmente a européia, mas a econo-mia brasileira continuava sendo fundamen-talmente agrícola, embora as primeiras indús-trias datassem da segunda metade do séculoXIX, constituídas principalmente por fábricasde tecidos, velas, charutos, sabão, vestuário eprodutos alimentícios.

As condições de trabalho, naquela época,eram duríssimas. As jornadas de trabalho es-tendiam-se por até 16 horas, sem repouso se-manal; a utilização de mão-de-obra infantil efeminina era comum e indiscriminada, inclu-sive em trabalhos pesados e ou noturnos; aarbitrariedade dos patrões era gritante, pois os“erros cometidos” por trabalhadores adultoseram punidos com pesadas multas e quandose tratava de crianças, a punição era o espan-camento; os prédios em que se instalavam as“fábricas” não ofereciam as mínimas condi-ções de higiene, segurança e conforto, pois nãotinham sido projetados para tal finalidade.

É neste contexto que a classe operária bra-sileira começou a se mobilizar gradativamen-te, até que, sob influência dos imigrantes e ins-pirados nos movimentos sindicais europeus,os protestos explodiram. Entre 1901 e 1914,ocorreram 129 greves. Em 1917, o movimen-to grevista foi marcante, particularmente emSão Paulo, onde quase todos os setores indus-triais pararam. A pressão social levou o Esta-do a intervir nas relações de trabalho.

Em 1919, foi aprovado o nosso primeirotexto legal sobre acidentes do trabalho, trata-se do Decreto Legislativo 3724, de 15/01/19.

Em 1923, foi instituído o RegulamentoSanitário Federal, a partir do qual se criou aInspetoria de Higiene Industrial.

Em 1930, foi criado o Ministério do Tra-balho, Indústria e Comércio, através do De-creto 19.443, de 26/11/30.

Em 1938, foram instituídos o salário mí-nimo e o adicional de insalubridade, por forçado Decreto-Lei 399, de 30/04/38.

Em 1º de maio de 1943, foi criada a CLT(Consolidação das Leis do Trabalho), através

do Decreto-Lei 5452. A CLT reuniu as legis-lações já existentes anteriormente, relaciona-das à organização sindical, à previdência so-cial, à proteção ao trabalhador e à Justiça doTrabalho. Em seu Capítulo V, a CLT tratouexclusivamente da segurança e da higiene notrabalho.

Em novembro de 1944, foi publicado oDecreto-Lei 7036, o qual introduziu notáveisaperfeiçoamentos na legislação de acidentesdo trabalho; destaca-se no texto, por exemplo,a criação da CIPA (10/11/44).

Em 1955, foi instituído o adicional depericulosidade, através da Lei 2.573, de 15/8/55.

Em dezembro de 1977, o Capítulo V daCLT foi alterado pela Lei 6514, de 22/12/77.O Artigo 200 desta lei atribuiu ao Ministériodo Trabalho a competência para normatizar osprocedimentos referentes à segurança e medi-cina do trabalho.

Em junho/78, a Portaria Ministerial 3214,de 08/06/78, instituiu as Normas Regulamen-tadoras (NR), relativas à segurança e medici-na do trabalho, em cumprimento ao dispostono Artigo 200 da Lei 6514, citada no parágra-fo anterior. Atualmente, são vinte e nove Nor-mas Regulamentadoras.

Em abril/88, foram instituídas cinco Nor-mas Regulamentadoras Rurais (NRR), referen-tes à proteção do trabalhador rural (Portaria3067, de 12/04/88).

Desde então, textos legais complementa-res e ou substitutivos vêm aperfeiçoando a re-gulamentação pertinente à segurança e higie-ne no trabalho.

1.3 Órgãos do Governo e Entidades O Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE) é o órgão executivo responsável pelarepresentação política e social do governo re-ferentes aos assuntos relacionados com asinterfaces envolvidas nas relações de trabalho.Através do seu gabinete e demais secretarias,atua no campo das relações públicas, com ocompromisso de acompanhar o andamento dosprojetos em tramitação no Congresso Nacio-nal, providenciar a publicação oficial e divul-gar as matérias relacionadas com a área de atu-ação do governo para as questões de trabalho.

A Secretaria de Segurança e Saúde noTrabalho (SSST) está ligada ao ministro dotrabalho e tem como função principal, formu-lar e propor as diretrizes de atuação da área desegurança e saúde do trabalhador.

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Legislação e NormalizaçãoA Secretaria de Relações do Trabalho

tem como objetivo garantir a autonomia dasrelações empregados e empregadores, respei-tando os princípios da não-interferência e não-intervenção na organização sindical.

A Secretaria de Fiscalização do Trabalhotem como missão, formular e propor as diretri-zes da inspeção do trabalho, ouvida a Secreta-ria de Segurança e Saúde no Trabalho, de modoa priorizar o estabelecimento da política de com-bate ao trabalho escravo e infantil, bem comotodas as formas de trabalho degradante.

As Delegacias Regionais do Trabalho(DRT) têm como objetivo principal, coorde-nar, orientar e controlar, na área de sua juris-dição, a execução das atividades relacionadascom a fiscalização do trabalho, à inspeção dascondições ambientais de trabalho e à orienta-ção ao trabalhador.

A Fundação Jorge Duprat Figueiredode Segurança e Medicina do Trabalho(FUNDACENTRO) é o braço técnico do Mi-nistério do Trabalho e Emprego (MTE) comatribuições bastante definidas no campo dapesquisa e assessoramento técnico. Tem porfinalidade principal a realização de estudos epesquisas pertinentes aos problemas de segu-rança, higiene e medicina do trabalho.

1.4 Normas RegulamentadorasAs Normas Regulamentadoras são de ob-

servância obrigatória, tanto para as empresas,pessoas jurídicas, quanto por qualquer outroque possua empregados regidos pela CLT.

A seguir estão relacionadas as NormasRegulamentadoras vigentes no Brasil:

NR 1 – Disposições Gerais — especifica ascompetências do poder público, das empresase dos empregados quanto à preservação dasaúde do trabalhador.

NR 2 – Inspeção Prévia — estabelece procedi-mentos para a aprovação de instalações, antesque um novo estabelecimento entre em atividade.

NR 3 – Embargo ou Interdição — confere po-deres para interrupção de atividades que apre-sentem grave e iminente risco de acidentes.

NR 4 – SESMT — estabelece as exigências ecritérios para constituição do Serviço Especi-alizado em Engenharia de Segurança e Medi-cina do Trabalho.

NR 5 – CIPA — estabelece as exigências ecritérios para constituição da Comissão Inter-na de Prevenção de Acidentes.

NR 6 – EPI — estabelece as exigências feitasàs empresas e aos empregados com relação aouso dos equipamentos de proteção individual.

NR 7 – PCMSO — estabelece as diretrizespara elaboração e implementação do Progra-ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

NR 8 – Edificações — estabelece critérios mí-nimos a serem observados nas edificações,visando garantir a segurança e o conforto daspessoas que ali trabalharão.

NR 9 – PPRA — estabelece as diretrizes paraelaboração e implementação do Programa dePrevenção de Riscos Ambientais.

NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricida-de — especifica exigências mínimas com vis-tas a garantir a segurança dos trabalhadorescujas atividades envolvam o manuseio de ins-talações elétricas, em suas diversas etapas, in-cluindo projeto, execução, operação, manuten-ção, reforma, ampliação e ainda a segurançade usuários e de terceiros.

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armaze-nagem e Manuseio de Materiais — estabelecerequisitos de segurança para operações deelevadores, guindastes, transportadores indus-triais e máquinas transportadoras.

NR 12 – Máquinas e Equipamentos — esta-belece critérios para o uso seguro de máqui-nas e equipamentos, incluindo sistemas de pro-teção, dispositivos de acionamento e arranjofísico.

NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão — es-pecifica as exigências de operação e manuten-ção de caldeiras e vasos de pressão, incluindo ao treinamento e a habilitação dos operadores.

NR 14 – Fornos — especifica as exigênciasde uso e manutenção em fornos industriais queutilizem combustíveis gasosos ou líquidos.

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres —trata das atividades que, por conclusão de in-vestigações técnicas, qualitativas ou quantita-tivas, possam gerar condições insalubres de-correntes de agentes de risco de natureza físi-ca, química ou biológica.

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NR 16 – Atividades e Operações Perigosas —trata das atividades que, mediante investiga-ções técnicas, exponham os trabalhadores ariscos envolvendo explosivos, inflamáveis,radiações ionizantes e eletricidade.

NR 17 – Ergonomia — estabelece critérios quepermitam a adaptação das atividades laborati-vas às condições psicofisiológicas dos traba-lhadores, visando ao conforto, segurança e efi-ciência desses trabalhadores.

NR 18 – Condições e Meio Ambiente do Tra-balho na Indústria da Construção — estabele-ce diretrizes com vistas à implementação demedidas de prevenção de acidentes nas ativi-dades de construção civil.

NR 19 – Explosivos — especifica as exigên-cias para manuseio e armazenamento de ex-plosivos.

NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis —especifica as exigências para manuseio e ar-mazenamento de líquidos combustíveis e infla-máveis, inclusive gás liqüefeito de petróleo.

NR 21 – Trabalhos a Céu Aberto — estabele-ce as exigências com vistas à proteção dos tra-balhadores contra as intempéries.

NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional naMineração — estabelece as exigências a se-rem cumpridas com vistas a tornar compatí-vel o planejamento e o desenvolvimento daatividade de mineração com a busca perma-nente da segurança e saúde dos trabalhadores.

NR 23 – Proteção Contra Incêndios — esta-belece os procedimentos para prevenção ecombate a incêndios,

visando à segurança das instalações e das pes-soas nos locais de trabalho.

NR 24 – Condições Sanitárias e de Confortonos Locais de Trabalho — regulamenta as exi-gências com relação às instalações sanitárias,incluindo banheiros, alojamentos, refeitórios,chuveiros, vestiários, cozinha, etc., a fim deassegurar condições de conforto e higiene dostrabalhadores.

NR 25 – Resíduos Industriais — estabelece asexigências feitas às empresas com relação àliberação de poluentes na forma de energia,gases, líquidos ou sólidos nos ambientes detrabalho ou no ambiente externo.

NR 26 – Sinalização de Segurança — estabe-lece procedimentos a serem seguidos pelas em-presas com vistas a padronizar as sinalizaçõeseducativas e de advertência, dentro dos esta-belecimentos, de modo a visar à prevenção deacidentes.

NR 27 – Registro Profissional do Técnico deSegurança no Ministério do Trabalho — trata,exclusivamente, do registro profissional dotécnico de segurança do trabalho no Ministé-rio do Trabalho e Emprego.

NR 28 – Fiscalização e Penalidades — esta-belece as penalidades e os critérios de aplica-ção das mesmas, para o caso de não cumpri-mento das normas regulamentadoras (NR).

NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Por-tuário — trata, exclusivamente, da prevençãode acidentes de trabalho e doenças associadasao trabalho dos empregados que exercem ati-vidades portuárias.

Normas Aplicadas a Refinarias de PetróleoPara uma refinaria de petróleo, são apli-

cáveis as seguintes NR’s: 01, 02, 03, 04, 05,06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17,18, 20, 23, 24, 26 e 28. Desta forma será feitaa seguir uma descrição resumida de cada nor-ma aplicável.

1.4.1 NR 1 – Disposições GeraisEsta norma estabelece o campo de aplica-

ção de todas as Normas Regulamentadoras desegurança e medicina do trabalho urbano, bemcomo os direitos e obrigações do governo, dosempregados e dos trabalhadores.

Compete às Delegacias Regionais do Tra-balho – DRT:

– Fiscalizar o cumprimento das normasde segurança e medicina do trabalho;

– Adotar medidas que se tornem exigí-veis, determinando as obras e reparosque, em qualquer local de trabalho, fa-çam-se necessárias;

– Impor as penalidades cabíveis por des-cumprimento das normas.

Compete às empresas:– Cumprir e fazer cumprir as normas de

segurança e medicina do trabalho;– Instruir os empregados, através de or-

dens de serviço, quanto às precauçõesa tomar no sentido de evitar acidentesdo trabalho ou doenças ocupacionais;

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Legislação e Normalização– Adotar as medidas que lhes sejam de-

terminadas pelo órgão regional compe-tente;

– Facilitar o exercício da fiscalização pelaautoridade competente.

A observância das Normas Regulamenta-doras – NR não desobriga as empresas do cum-primento de outras disposições, tais como, re-gulamentos sanitários dos Estados e Municípios,convenções e acordos coletivos do trabalho.

Compete aos empregados:– Observar as normas de segurança e me-

dicina do trabalho, inclusive as ordensde serviço;

– Colaborar com a empresa na aplicaçãodos dispositivos dessa norma.Constitui ato faltoso do empregado arecusa injustificada quanto à observân-cia das instruções expedidas pelo em-pregador através das ordens de serviçoe ao uso dos equipamentos de proteçãoindividual fornecidos pela empresa.

1.4.2 NR 2 – Inspeção PréviaEsta norma estabelece as situações em que

as empresas deverão solicitar ao MET – Mi-nistério do Trabalho e Emprego a realizaçãode inspeção prévia em seu estabelecimento,bem como a forma de sua realização.

Essa inspeção deverá ser feita para todoempreendimento novo, antes do início das ati-vidades ou quando modificações substanciaisforem realizadas nas instalações.

1.4.3 NR 3 – Embargo ou InterdiçãoEstabelece as situações em que as empre-

sas sujeitam-se a sofrer paralisação de seusserviços, máquinas ou equipamentos, bemcomo os procedimentos a serem observadospela fiscalização trabalhista, na adoção de taismedidas punitivas, no tocante à segurança emedicina do trabalho.

A interdição poderá ser feita em funçãode risco grave e iminente, o qual deverá serdemonstrado através de laudo técnico do ser-viço competente.

Algumas situações de risco grave e imi-nente estão explicitadas, por exemplo, naNR13 (caldeiras e vasos), na NR 15 (opera-ções insalubres envolvendo ruído e calor). Umoutro exemplo seria a execução de trabalho emaltura sem o uso de cinto de segurança.

1.4.4 NR 4 – Serviços Especializados emEngenharia de Segurança e em Medicina doTrabalho

O Serviço Especializado em Engenhariade Segurança e Medicina do Trabalho -SESMT tem por finalidade promover a saúdee proteger a integridade física do trabalhadorno local de trabalho.

Toda empresa, da iniciativa privada ounão, que possua empregados regidos pela CLTe que se enquadre nas exigências da tabela dedimensionamento (relaciona grau de risco ver-sus número de empregados versus número deprofissionais da área de segurança e medicinado trabalho) é obrigada a constituir e manterem atividade o SESMT.

Um SESMT completo é composto porprofissionais de cinco categorias diferentes:médico do trabalho; engenheiro de segurançano trabalho; enfermeiro do trabalho; técnicode segurança no trabalho; auxiliar de enfer-magem do trabalho ou técnico de enfermagemdo trabalho.

Todo SESMT, uma vez constituído, deve-rá ser registrado no órgão regional do Minis-tério do Trabalho, isto é, na Delegacia Regio-nal do Trabalho ou Subdelegacia Regional doTrabalho.

Os graus de risco das diversas atividadeslaborativas foram classificados em: grau derisco 1, grau de risco 2, grau de risco 3 e graude risco 4. Nesta classificação, quanto maioro número, maior é o risco inerente à ativida-de. São exemplos:

– Grau de Risco 1: Gestão de salas de es-petáculo, Cooperativas de crédito, Alu-guel de imóveis.

– Grau de Risco 2: Reprodução de dis-cos e fitas, Fabricação de artigos deperfumaria e cosméticos, Comérciovarejista de bebidas.

– Grau de Risco 3: Produção mista: La-voura e pecuária, Fabricação de vidro,Beneficiamento de algodão.

– Grau de Risco 4: Extração de Petróleo,Extração de Minério de Ferro, Curti-mento e outras preparações de couro.

Desde que se configure a obrigatoriedadede se constituir o SESMT, os profissionais queo comporão deverão ser, necessariamente,empregados da empresa.

Durante o período de trabalho a serviçodo SESMT, é proibido aos seus integrantes oexercício de quaisquer outras atividades naempresa, sob pena de se caracterizar desvio

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Legislação e Normalização

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de função. Nada impede, entretanto, que, umavez cumprida a jornada específica, o profissio-nal possa dedicar-se a outras atividades a ser-viço da empresa.

Cada profissional integrante do SESMTdeverá aplicar os conhecimentos de sua áreade formação, dentro dos limites legais de suacompetência, a fim de eliminar ou reduzir aníveis aceitáveis os riscos existentes no ambi-ente ocupacional, e, conseqüentemente, de pre-servar a saúde e a integridade física do traba-lhador.

Da mesma forma, cada profissional deve-rá colaborar, quando solicitado, nos projetos ena implantação de novas instalações, novosequipamentos e novos processos de trabalho,valendo-se sempre de sua competência profis-sional. É também dever dos profissionais doSESMT manter permanente relacionamentocom a Comissão Interna de Prevenção de Aci-dentes do Trabalho (CIPA), apoiando-a, trei-nando-a e orientado-a no que for necessário.Cabe também ao SESMT promover a realiza-ção de atividades de esclarecimento, consci-entização, educação e orientação dos trabalha-dores, com o propósito de prevenir acidentesdo trabalho e doenças inerentes ao trabalho,seja através de eventos periódicos ou de pro-gramas permanentes de prevenção de aciden-tes do trabalho.

O SESMT deverá, ainda, participar ativa-mente do planejamento e das discussões doPrograma de Prevenção de Riscos Ambientais(PPRA), nas suas diversas etapas, bem comodo Programa de Controle Médico de SaúdeOcupacional (PCMSO), respeitadas as com-petências legais e técnicas de cada profissio-nal integrante do SESMT. A análise e o regis-tro dos acidentes do trabalho são também deresponsabilidade do SESMT, o qual deverádetalhar as ocorrências da melhor forma pos-sível, bem como preencher os formuláriosapropriados.

1.4.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevençãode Acidentes – CIPA

Será tratada na Apostila de Segurança In-dustrial.

1.4.6 NR 6 – Equipamentos de ProteçãoIndividual – EPI

Os agentes de riscos estão presentes nosmais diversos ambientes ocupacionais. O con-trole efetivo desses agentes de riscos é que

permite que as atividades desenvolvam-se den-tro de limites satisfatórios de segurança, pro-porcionando tranqüilidade aos trabalhadorese ao empregador.

Uma vez constatado o risco no ambienteocupacional, deve-se, em primeiro lugar, ten-tar eliminá-lo ou reduzí-lo ao mínimo possí-vel, adotando-se uma ordem preferencial asseguintes medidas de controle:

Medidas de Proteção Coletiva, que per-mitam eliminar ou reduzir a intensidade ou aconcentração dos agentes de riscos.

Medidas de caráter administrativo oude organização do trabalho, tais como: al-terar a jornada de trabalho, através da reduçãode sua duração ou através da introdução depausas com repouso em local onde não existao risco; através da execução de tarefas críticasem horários durante os quais haja menos tra-balhadores no estabelecimento ou no setor detrabalho, etc.

Se nenhuma das medidas anteriores forpossível, ou sendo possível, mas insuficientepara eliminar ou neutralizar o agente de risco,adota-se a utilização de equipamento de pro-teção individual – EPI.

Esgotados todos os procedimentos prefe-renciais de controle do agente de risco, ou seja,quando as medidas de proteção coletiva são im-praticáveis ou insuficientes ou quando as me-didas de caráter administrativo ou de organiza-ção do trabalho não forem possíveis, utiliza-seo equipamento de proteção individual, que nadamais é que uma intervenção no trabalhador.

É importante lembrar que o EPI, na maio-ria dos casos, não evita o acidente do traba-lho, porém deve ser considerado do ponto devista prevencionista. O EPI evita ou minimizaa lesão. Pode-se, então, dizer que o EPI buscaevitar o acidente-tipo. Além disto, o EPI pro-tege o organismo contra substâncias capazesde exercerem ação tóxica, evitando-se, assim,o surgimento de doenças profissionais.

A NR 6 é a Norma Regulamentadora quetrata especificamente de EPI, regulamentandoas exigências de uso, comercialização, regis-tro, obrigações de aquisição, manutenção, trei-namento dos empregados quanto ao uso, re-posição de EPI avariado, etc.

1.4.7 NR 7 – Programa de Controle Médico deSaúde Ocupacional (PCMSO)

Essa norma estabelece a obrigatoriedadede elaboração e implantação do PCMSO, porparte de todos os empregadores e instituições,

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Legislação e Normalizaçãocom o objetivo de monitorar, individualmen-te, aqueles trabalhadores expostos aos agen-tes químicos, físicos e biológicos definidospelo Programa de Prevenção de Riscos Ambien-tais – PPRA (NR 9).

O PCMSO é parte integrante do conjuntomais amplo da saúde dos trabalhadores, de-vendo estar articulado com as exigências dasdemais normas regulamentadoras, em especiala NR 9; considerando as questões incidentessobre o homem, com ênfase no instrumentalclínico-epidemológico, na abordagem da re-lação entre a saúde e o trabalho, que deveráter prioridade na prevenção, rastreamento ediagnóstico preventivo dos aspectos de saúderelacionados ao trabalho, inclusive de nature-za subclinica, além das constatações da exis-tência de doenças ocupacionais.

Através do reconhecimento dos agentes,realizado de acordo com a NR 9, deve ser es-tabelecido um conjunto de exames clínicos ecomplementares específicos para a prevençãoou detecção precoce dos agravos à saúde dostrabalhadores, para cada grupo de trabalhado-res da empresa, deixando claro, ainda, quedeverão ser seguidos na interpretação dos re-sultados dos exames e as condutas que deve-rão ser tomadas, no caso de encontro de alte-rações. Se o reconhecimento não detectar ris-co ocupacional especifico, o controle médicopoderá resumir-se a uma avaliação clínica glo-bal, em todos os exames exigidos: admissional,periódico, demissional, mudança de função eretorno ao trabalho.

A toxicologia é o estudo analítico dos ris-cos químicos oferecidos por produtos quími-cos no ser humano, a partir de análise biológi-cas, principalmente no sangue, urina e fezesdos trabalhadores expostos. A análise toxico-lógica está relacionada com a verificação econstatação de possíveis contaminações de tra-balhadores expostos a produtos químicos, osquais devem ser comparados com os limitesde tolerância. No Brasil, são poucos os limi-tes de tolerância (LT) fixados pela NR 15, epor isso, utiliza-se com freqüência os limitesfixados pela entidade americana ACGIH(American Conference of GovernamentalHigynists).

O instrumental clínico epidemológico re-fere-se à boa prática da Medicina do Traba-lho, pois, além da abordagem clínica indivi-dual do trabalhador , as informações geradasdevem ser tratadas no coletivo, ou seja, comuma abordagem de grupos homogêneos, em

relação aos riscos detectados na análise doambiente de trabalho, usando os instrumentosda Epidomologia, como cálculo de taxas oucoeficientes para verificar se há locais de tra-balho, setores, atividades, funções, horários ougrupo de trabalhadores com mais agravos àsaúde do que outros.

O PCSMO pode ser alterado a qualquermomento, em seu todo ou em parte, sempreque o médico detectar: mudanças em riscosocupacionais, decorrentes das alterações nosprocessos de trabalho; novas descobertas daciência médica, em relação a efeitos dos ris-cos existentes; mudança de critérios de inter-pretação dos exames; ou ainda, reavaliaçõesdo reconhecimento dos riscos.

O PCMSO não é um documento que deveser homologado ou registrado nas DelegaciasRegionais do Trabalho, ele deve ficar arqui-vado no estabelecimento, à disposição da fis-calização.

O médico coordenador do PCMSO devepossuir, obrigatoriamente, especialização emMedicina do Trabalho e fazer parte do SESMTda empresa, quando o mesmo existir.

Para cada exame médico realizado, o mé-dico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacio-nal – ASO em duas vias, sendo que uma fica-rá arquivada no estabelecimento e a outra seráentregue ao empregado.

O PCMSO deverá obedecer a um plane-jamento em que estejam previstas as ações desaúde para serem executadas durante o ano,devendo estas ser objeto de relatório anual. Orelatório anual deverá discriminar, por setoresda empresa, o número e a natureza dos exa-mes médicos, incluindo avaliações clínicas eexames complementares, estatísticas de resul-tados considerados anormais, assim como oplanejamento para o próximo ano. O relatórioanual deve ser apresentado e discutido naCIPA, quando existente na empresa.

1.4.8 NR 8 – EdificaçõesEssa norma dispõe sobre os requisitos mí-

nimos que devem ser observados nas edifica-ções para garantir a segurança e o conforto aosque nelas trabalham. Podemos destacar osseguintes requisitos:

– altura mínima do pé-direito;– pisos sem saliências;– proteção de aberturas em pisos e pa-

redes;– rampas construídas de acordo com as

normas;

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Legislação e Normalização

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– emprego de materiais ou processos an-tiderrapantes em pisos, escadas, rampas;

– guarda corpo de proteção contra quedas.

1.4.9 NR 9 – Programa de Prevenção de RiscosAmbientais – PPRA

Essa norma estabelece a obrigatoriedadeda elaboração e implementação, por parte dosempregadores, do PPRA – Programa de Pre-venção de Riscos Ambientais, visando a pre-servação da saúde e integridade física dos tra-balhadores, através da antecipação, reconhe-cimento, avaliação e conseqüente controle daocorrência de riscos ambientais existentes ouque venham a existir no ambiente de trabalho.

Assim a NR 9, ao instituir o PPRA, colo-ca-o como parte integrante de um conjuntomais amplo de iniciativas da empresa no cam-po da preservação da saúde dos trabalhadores,determinando que ele (o PPRA) esteja perfei-tamente articulado com as exigências das ou-tras normas regulamentadoras, particularmentecom a NR 7, que trata do programa de contro-le médico de saúde ocupacional, PCMSO.

O PPRA propõe, entre outras coisas, amonitorização periódica das condições doambiente de trabalho, visando ao controle dosaspectos pertinentes à higiene ocupacional, oPCMSO propõe, entre outras coisas, amonitorização biológica periódica dos traba-lhadores. Pode-se dizer que a monitorizaçãobiológica constitui-se, em última análise, nosexames laboratoriais de dosagem de substân-cias tóxicas ou de seus metabólitos em teci-dos, secreções, excreções, ar exalado ou algu-ma combinação destes, para a detecção preco-ce de exposição dos trabalhadores a determi-nados agentes de risco ou eventual início depatologia ocupacional nestes mesmos traba-lhadores.

O PPRA não deve ser confundido com omapa de risco, já que o primeiro é um progra-ma da higiene ocupacional e o segundo umestudo qualitativo realizado pelo próprio tra-balhador através da CIPA. O conhecimento ea percepção que os trabalhadores têm do pro-cesso de trabalho e dos riscos ambientais pre-sentes, incluindo os dados consignados noMapa de Riscos deverão ser considerados parafins de planejamento e execução do PPRA emtodas as suas fases.

O documento base do PPRA deve contertodas os dados relativos à identificação da em-presa, desde a razão social ao grau de risco (deacordo com a NR 4), o número de trabalhadores,

além do planejamento anual com estabeleci-mento de metas, prioridades e cronogramas.As metas e objetivos devem expressar o que aempresa deseja alcançar após a implementa-ção do PPRA. As prioridades devem estabe-lecer o que será realizado dentro do cronogra-ma previamente estabelecido, em relação asações para atingir as metas, indicando-se osreferidos prazos. O PPRA deve ser revisto eapresentado aos trabalhadores anualmente.

O desenvolvimento do PPRA consiste noreconhecimento, avaliação, monitoramento econtrole dos riscos ambientais existentes noambiente de trabalho. A profundidade e com-plexidade do PPRA dependerá da identifica-ção dos riscos ambientais na fase de antecipa-ção ou reconhecimento. Caso não sejam iden-tificados riscos ambientais, o PPRA se resu-mirá na fase de antecipação dos riscos, do re-gistro e divulgação dos dados encontrados.

Para efeito do PPRA, são consideradosapenas os agentes de riscos de natureza física,química e biológica. O fato de não estaremincluídos agentes de riscos de outra naturezanão significa que os mesmos devam ser des-prezados; eles serão abordados em um con-junto mais amplo de iniciativas da empresa nocampo da preservação da saúde e da seguran-ça dos trabalhadores. O PPRA, ao abordar ape-nas os agentes de riscos de natureza física,química e biológica, é apenas uma parte doconjunto dessas iniciativas.

1.4.10 NR 10 – Instalações e serviços emeletricidade

Essa norma estabelece as condições míni-mas exigíveis para garantir a segurança dosempregados que trabalham em instalações elé-tricas, em suas diversas etapas, incluindo a ela-boração de projetos, execução, operação, ma-nutenção, reforma e ampliação, assim como asegurança de usuários e de terceiros, em qual-quer das fases de geração, transmissão, distri-buição e consumo de energia elétrica, obser-vando-se para tanto, as normas técnicas oficiaisvigentes e, na falta destas, as normas técnicasinternacionais.

1.4.11 NR 11 – Transporte, movimentação,armazenagem e manuseio de materiais

Esta norma estabelece os requisitos desegurança a serem observados nos locais detrabalho, no que se refere ao transporte, à mo-vimentação, à armazenagem e ao manuseio de

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Legislação e Normalizaçãomateriais, tanto de forma mecânica, quantomanual, de modo a evitar acidentes no localde trabalho.

Esta NR foi redigida devido ao grandenúmero de acidentes causados pelos equipa-mentos de içamento e transporte de matérias,ocorridos com a crescente mecanização dasatividades.

São considerados equipamentos de iça-mento: elevadores, guindastes, monta-cargas,pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guin-chos, esteiras rolantes, transportadores.

Estes equipamentos devem ser projetadosde forma a possuir todos os dispositivos desegurança necessários. Devem ser inspeciona-dos periodicamente e passarem por manuten-ção preventiva.

É importante que a operação de içamentoesteja devidamente coordenada e que seja dadaespecial atenção à possibilidade de queda demateriais. Sempre implica em riscos, que de-vem ser evitados isolando-se a área onde este-ja ocorrendo a movimentação de cargas sus-pensas. É importante a sinalização para movi-mentação de carga.

O equipamento não deve operar com so-bre carga para evitar desgaste das peças.

Os acidentes mais freqüentes na ativida-de de içamento são: esmagamento e impacto,lesões decorrentes da quebra ou falha das cor-rentes ou cordas, lesões pela queda da carga.

1.4.12 NR 12 – Máquinas e equipamentosEssa norma estabelece as medidas

prevecionistas de segurança e higiene do tra-balho a serem adotadas na instalação, opera-ção e manutenção de máquinas e equipamen-tos, visando à prevenção de acidentes de tra-balho.

A seguir, estão os principais aspectos re-lacionados a essa norma:

– Instalações e Áreas de Trabalho: os pi-sos dos locais de trabalho onde se ins-talam máquinas e equipamentos devemser vistoriados e limpos; as áreas decirculação e os espaços em torno demáquinas e equipamentos devem seradequadas; deve haver uma distânciamínima entre máquinas e equipamen-tos; as áreas reservadas para corredo-res e armazenamento de materiais, de-vidamente demarcadas com faixa nascores indicadas pela NR – 26;

– Normas de Segurança para Dispositi-vos de Acionamento, Partida e Parada

de Máquinas e Equipamentos: os dis-positivos de acionamento e parada de-vem ser acionados ou desligados pelooperador na sua posição de trabalho enão devem estar localizados na zona pe-rigosa da máquina ou do equipamento.Também devem poder ser acionados oudesligados em caso de emergência, poroutra pessoa que não seja o operador.Não podem ser acionados ou desliga-dos, involuntariamente, pelo operador,ou de qualquer outra forma acidental;

– Proteção de Máquinas e Equipamentos:devem possuir anteparos e aterramentos;

– Manutenção e Operação: os reparos, alimpeza, os ajustes e a inspeção somen-te podem ser executados com as má-quinas paradas, salvo se o movimentofor indispensável à sua realização; amanutenção e inspeção somente podemser executadas por pessoas devidamen-te credenciadas pela empresa. Devemser feitas de acordo com as instruçõesfornecidas pelo fabricante e/ou de acor-do com as normas técnicas oficiais vi-gentes no País.

1.4.13 NR 13 – Operação de Caldeiras e Vasosde Pressão

A NR 13 será tratada na 2ª Parte destaapostila.

1.4.14 NR 14 – FornosEssa norma estabelece os requisitos téc-

nico-legais pertinentes à construção, operaçãoe manutenção de fornos industriais.

De acordo com essa norma, a instalação dosfornos deve atender aos seguintes requisitos:

– Possuir revestimento com material re-fratário para evitar que o calor radianteultrapasse os limites estabelecidos naNR 15;

– Evitar o acumulo de gases nocivos ealtas temperaturas em áreas vizinhas;

– Escadas e plataformas adequadas paragarantir aos trabalhadores a execuçãosegura das tarefas;

– Possuir sistema de proteção para evitarexplosão por falha de chama ou aciona-mento do queimador;

– Possuir sistema de proteção para evi-tar retrocesso de chama;

– Possuir chaminés adequadas para saí-da dos gases de combustão.

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Legislação e Normalização

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1.4.15 NR 15 – Atividades e operações insalubresEssa norma define os agentes insalubres, os limites de tolerância e os critérios técnicos e

legais para avaliar e caracterizar as atividades e operações insalubres assim como o adicional deinsalubridade.

A insalubridade é abordada, na NR-15, sob o título atividades e operações insalubres. Emsíntese, pode-se dizer que uma atividade ou operação é considerada insalubre, quando a suaexecução expõe, sob certas condições, o trabalhador a agentes de riscos de natureza física, quí-mica ou biológica. Um quadro-resumo dos agentes de insalubridade é apresentado a seguir.

Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerânciafixados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo AnexoNíveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e3 do Anexo 2Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerânciafixados nos Quadros 1 e 2Refere-se à iluminação; revogado pela Portaria 3.751, de 23/11/90Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerânciafixados neste AnexoTrabalho sob condições hiperbáricasRadiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeçãorealizada no local de trabalhoVibrações consideradas insalubres, em decorrência de inspeção realizada no localde trabalhoFrio considerado insalubre, em decorrência de inspeção realizada no local detrabalhoUmidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local detrabalhoAgentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerânciafixados no quadro 1Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerânciafixados neste AnexoAtividades ou operações envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres emdecorrência de inspeção realizada no local de trabalhoAgentes biológicos

Anexo da NR-15 Atividades ou operações que exponha, o trabalhador a Adicional

A questão da insalubridade foi abordada nalegislação brasileira, pela primeira vez, em 1938,por meio do Decreto-Lei 399, de 30-04-38.

Analisando o quadro-resumo dos agentesde insalubridade, é possível perceber que, àsvezes, basta a constatação qualitativa do agen-te de risco ocupacional e sua correlação com arotina laboral do trabalhador para que seja ca-racterizada, mediante perícia, a condição de in-salubridade. Outras vezes, é preciso tambémquantificar o agente de risco ocupacional, com-parando o valor assim obtido com os limiteslegalmente estabelecidos (limites de tolerância),

para só então decidir-se pela caracterização ounão da insalubridade. Outra observação impor-tante é que para a caracterização de insalubri-dade valem somente os limites de tolerânciaprevistos na NR 15, ou seja, não se aplica, parafins de insalubridade, o que se prevê na NR 9,referente aos limites de tolerância da ACGIH.

A constatação da existência ou não da con-dição de insalubridade é de competência ex-clusiva do médico do trabalho ou do engenhei-ro de segurança no trabalho, a quem cabe exe-cutar a perícia no local de trabalho e emitir olaudo pericial pertinente.

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1.4.16 NR 16 – Atividades e operações perigosasEssa norma define os critérios técnicos e

legais para avaliar e caracterizar as atividadese operações perigosas e o adicional de pericu-losidade devido.

O perigo é a condição decorrente de umasituação que tenha potencial para causar da-nos às pessoas, ao patrimônio ou ao meio am-biente. Periculosidade é a condição inerenteao perigo.

Segundo essa norma, se o trabalhador, aoexecutar suas atividades rotineiras, ficar ex-posto a perigos de determinados tipos, temdireito a receber um adicional fixo e único de30% sobre seu salário-base (por salário-baseentende-se a remuneração do trabalhador, ex-cluídos os acréscimos diversos tais como: gra-tificações; prêmios de produção; participaçãonos lucros; horas-extras; adicional noturno;etc.). As primeiras referências sobre o traba-lho em condições de periculosidade foram in-troduzidas na legislação trabalhista em 1955.

São previstas, atualmente, quatro condi-ções gerais de periculosidade; três delas atra-vés da NR-16 e a quarta, através da Lei Fede-ral 7.369/85. As três condições gerais de peri-culosidade previstas na NR-16 são: atividadese operações com explosivos; atividades e ope-rações com material radioativo; atividades eoperações com inflamáveis. A quarta condi-ção geral de periculosidade, instituída pela LeiFederal 7.369, de 20/09/85, posteriormenteregulamentada pelo Decreto Federal 93.412,de 14/10/86, refere-se às algumas atividadeslaborativas envolvendo energia elétrica.

Segundo a NR 16, são consideradaspericulosas, além das atividades e operaçõesque envolvem a manipulação direta com assubstâncias em questão (produção, manuseio,armazenamento, transporte, etc.), todas as ati-vidades e operações que são executadas den-tro das áreas de risco.

As áreas de risco são definidas nos ane-xos da NR 16. Em geral, estas áreas abrangemas imediações dos locais onde são produzidas,manuseadas ou armazenadas substâncias ex-plosivas, radioativas ou inflamáveis. Para ocaso das atividades envolvendo energia elétri-ca, a especificação das áreas de risco é feitapelo Decreto 93.412. É de responsabilidade doempregador demarcar e informar aos empre-gados do estabelecimento sobre as áreas derisco segundo os critérios definidos na NR-16e do Decreto 93.412.

Não é permitida a acumulação de adicio-nais de insalubridade e de periculosidade. Es-tando caracterizadas simultaneamente as duascondições, é facultado ao trabalhador optarpelo adicional que mais lhe convier.

1.4.17 NR 17 – ErgonomiaEssa norma visa estabelecer parâmetros

que permitam a adaptação das condições detrabalho às condições psicofisiológicas dos tra-balhadores, de modo a proporcionar um má-ximo de conforto, segurança e desempenhoeficiente. A ergonomia é o estudo voltado parao planejamento do trabalho, de forma a con-ciliar a habilidade e os limites individuais dostrabalhadores que o executam.

Um número crescente de trabalhos manuaisestá sendo mecanizado e automatizado acar-retando um aumento significativo do ritmo detrabalho. Associado a isto, as atividades tor-naram-se mais diversificadas e, algumas ve-zes monótonas. Por outro lado, ainda existemmuitos trabalhos que são feitos manualmente,com muito esforço físico. O biótipo dos sereshumanos não mudou muito, no entanto, asmáquinas e as rotinas de trabalho vem sendomodificadas num ritmo inadequado aos traba-lhadores. Isto significa que a tecnologia estáexcedendo a capacidade das pessoas de seadaptarem às mudanças tanto no aspecto físi-co quanto psicológico.

Algumas doenças ocupacionais resultamde uma relação inadequada do trabalhador coma tarefa a ser executada. Se a estrutura ósseaou muscular do ser humano for sobrecarregadapode resultar, por exemplo, em lesões na co-luna, nas articulações e complicações muscu-lares. Muitas doenças, como úlcera de estô-mago, pressão alta e problemas de coração, sãoresultado de stress. As lesões por esforçosrepetitivos (DORT), reconhecida como doen-ça ocupacional pelo INSS, tem se manifesta-do com maior freqüência em ambientes de tra-balho, como escritórios, bancos, etc..

Ergonomia é a ciência que estuda a adap-tação do ser humano ao trabalho, de modo aadaptar as condições de trabalho às caracte-rísticas físicas e limitações individuais do serhumano. Esse conceito data de 1948, quandofoi elaborado o projeto da cápsula espacialnorte americana, surgindo assim, o conceitode que, o fundamental é procurar adaptar ascondições de trabalho ao ser humano.

A origem da palavra ergonomia (ergos =trabalho; nomos = regras) significa regras paraorganizar o trabalho.

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A ergonomia tem cinco grandes áreas apli-cadas ao trabalho: organização do trabalhopesado, biomecânica aplicada ao trabalho, ade-quação dos postos de trabalho, prevenção dafadiga no trabalho e do erro humano.

As pessoas são diferentes em altura, es-trutura óssea e muscular, algumas são maisfortes para suportar o stress físico e mental.Estes fatos básicos não podem ser alterados edevem ser utilizados como base para planeja-mento das condições de trabalho.

Os estudos ergonômicos devem ter aten-ção especial com os seguintes aspectos: posi-ções para trabalhar em pé, posições para tra-balhar sentado, condições visuais, trabalhopenoso, controle de ferramentas, posiciona-mento e tipos de sinais visuais e painéis ele-trônicos.

1.4.18 NR 18 – Condições e meio ambiente detrabalho na indústria da construção

Essa norma estabelece diretrizes de ordemadministrativa, de planejamento e organização,com o objetivo de implementar procedimen-tos de aspecto preventivo relacionados às con-dições de trabalho na construção civil.

Está diretamente relacionada à contrataçãode serviços, pois as obras na área civil são reali-zadas por empresas terceirizadas. Devem cons-tar em contrato as exigências quanto ao cum-primento dessa norma.

1.4.19 NR 20 – Líquidos combustíveis einflamáveis

Essa norma trata das definições e aspectosde segurança envolvendo as atividades com lí-quidos inflamáveis e combustíveis, gás liqüefei-to de petróleo (GLP) e outros gases inflamáveis.

1.4.20 NR 23 – Proteção contra incêndiosA norma presente estabelece as medidas

de proteção contra incêndios de que devemdispor os locais de trabalho, visando à preven-ção da saúde e da integridade física dos traba-lhadores.

As técnicas de prevenção de incêndioscompreendem uma série de medidas cautelarese uma determinada distribuição dos equipa-mentos de combate ao fogo. Inclui, também, adisposição adequada dos estoques de merca-dorias e matérias-primas, e visa impedir o sur-gimento do fogo, dificultar seu desenvolvimen-to e facilitar sua extinção, preferencialmente emsua fase inicial.

A NR-23 prevê os exercícios de alerta(simulados), para os quais são simuladas situa-ções de incêndio, com as seguintes finalidades:

– fazer com que os trabalhadores gravemo significado do sinal de alarme de in-cêndio;

– assegurar que a evacuação do localfaça-se em boa ordem, na hipótese deuma situação real de incêndio;

– assegurar, na medida do possível, queo pânico geral não se instale;

– testar se o sinal de alarme de incêndioestá sendo ouvido em todas as áreas daempresa.

1.4.21 NR 24 – Condições sanitárias e deconforto nos locais de trabalho

Determina requisitos básicos para as ins-talações sanitárias e de conforto, a serem ob-servadas nos locais de trabalho, especialmen-te no que se refere a: banheiros, vestiários, re-feitórios, cozinhas, alojamentos e água potá-vel. Os estabelecimentos devem dispor de ins-talações sanitárias mantidas em bom estado deasseio e higiene, separadas por sexo, além deoutros aspectos construtivos e de conservaçãopredial.

1.4.22 NR 25 – Resíduos IndustriaisEstabelece as medidas preventivas a se-

rem adotadas pela empresa sobre o destino fi-nal a ser dado aos resíduos industriais resul-tantes dos ambientes de trabalho, objetivandoà prevenção da saúde e da integridade físicados trabalhadores.

Um resíduo é considerado perigoso, emfunção das suas propriedades físico-quimicasou infecto-contagiosos, podendo apresentar:

– Risco à saúde, provocando aumento damortalidade ou incidência de doenças;

– Risco ao Meio Ambiente, quando ma-nuseado ou disposto de forma inade-quada.

A norma estabelece que:– Os resíduos gasosos deverão ser elimi-

nados dos locais de trabalho de formaa não serem ultrapassados os limites detolerância estabelecidos pela NR 15;

– Os resíduos sólidos e líquidos deverãoser tratados e/ou dispostos e/ou retira-dos dos limites da empresa, de forma aevitar riscos à saúde e à segurança dostrabalhadores. A disposição desses resí-duos deve seguir a Legislação Ambien-tal Vigente.

Page 20: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

20

Legislação e Normalização

1.4.23 NR 26 – Sinalização de segurançaEssa norma estabelece a padronização das

cores a serem utilizadas como sinalização desegurança, nos ambientes de trabalho, para aprevenção da saúde e da integridade física dostrabalhadores.

A NR 26, sob o título “Sinalização de Se-gurança”, regulamenta a sinalização dos am-bientes de trabalho, com vistas à prevençãode acidentes, principalmente através da sina-lização de advertência. Prevê, ainda, a NR 26,o uso de cores específicas para identificaçãode certos tipos de equipamentos, para demar-cação de áreas e para identificação de tubula-ções industriais. Ao todo, são citadas 12 coresna NR 26: vermelho, amarelo, branco, preto,azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza, alu-mínio e marrom. A referida norma ressalva quea utilização de cores será, sempre que neces-sário, acompanhada de sinais convencionaisou mensagens escritas.

1.4.24 NR 27 – Registro Profissional do Técnicode Segurança do Trabalho no Ministério doTrabalho

Essa norma estabelece os requisitos parao registro profissional para o exercício da fun-ção de Técnico de Segurança do Trabalho.

Os requisitos são:– certificado de conclusão de ensino de

2º grau de Técnico de Segurança doTrabalho, ou;

– certificado de conclusão de ensino de2º grau e de curso de formação profis-sionalizante pós-segundo grau de Téc-nico de Segurança do Trabalho;

– portador de Registro de Supervisor deSegurança do Trabalho, emitido peloMinistério do Trabalho;

– portador de certificado de conclusão decurso, realizado no exterior e reconhe-cido no Brasil, de acordo com a legis-lação em vigor.

ReferênciasNoções de Segurança e Higiene no Trabalho deautoria do Eng. Luiz Gonzaga Resende Bernardo –Técnico da Fundação Estadual de Meio Ambiente –FEAM e professor na Escola Ideal de Auxiliar ede Técnico em Enfermagem (que gentilmente mecedeu o material).O Livro Normas Regulamentadoras Comenta-das (segunda edição)(Juarez Benito, GiovanniMoraes de Araújo e Carlos Roberto Coutinho deSouza).

Anotações

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Legislação e Normalização

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2,000000000000000000000000000000000

NR-13 – Caldeirase Vasos de Pressão13.1 Caldeiras a Vapor – DisposiçõesGerais13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamen-tos destinados a produzir e acumular vapor sobpressão superior à atmosférica, utilizando qual-quer fonte de energia, excetuando-se os refer-vedores e equipamentos similares utilizadosem unidades de processo.

O vapor pode ser usado em diversas con-dições tais como: baixa pressão, alta pressão,saturado, superaquecido etc. Ele pode ser pro-duzido também por diferentes tipos de equi-pamentos nos quais estão incluídas as caldei-ras (Fig. 1 e Fig. 2 Caldeiras com diversasfontes de energia ).

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Não deverão ser entendidos como caldei-ras os seguintes equipamentos:

1. Trocadores de calor do tipo Reboiler(Fig.4), Kettle, Refervedores, TLE(Fig.5), etc., cujo projeto de constru-ção é governado por critérios referen-tes a vasos de pressão;

Para efeito da NR-13 serão consideradoscomo “caldeiras” todos os equipamentos quesimultaneamente geram e acumulam, vaporde água ou outro fluido. Unidades instaladasem veículos, tais como: caminhões e navios(Fig. 3) deverão respeitar esta norma regula-mentadora nos itens que forem aplicáveis epara os quais não exista normalização ou re-gulamentação mais específica.

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Legislação e Normalização

Figura 5

Figura 4

2. Equipamentos com serpentina sujeitaa chama direta ou gases aquecidos eque geram, porém não acumulam va-por, tais como: fornos (Fig. 6), gera-dores de circulação forçada (Fig. 7) eoutros;

Figura 6

Figura 7

3. Serpentinas de fornos ou de vasos depressão que aproveitam o calor residualpara gerar ou superaquecer vapor;

4. Caldeiras que utilizam fluido térmico enão o vaporizam (Fig. 8).

Figura 8

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Legislação e Normalização

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Foto da fábrica de sapatos Brockton (Massachusetts) antes eapós a explosão de uma caldeira (1905). O acidente levou amaior parte dos estados americanos a adotar o código ASME.

13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se Profissional Habilitado aquele que tem com-petência legal para o exercício da profissão deengenheiro nas atividades referentes a projetode construção, acompanhamento de operaçãoe manutenção, inspeção e supervisão de ins-peção de caldeiras e vasos de pressão, em con-formidade com a regulamentação profissionalvigente no País.

Com relação aos itens da NR-13 em quese faz menção ao “Profissional Habilitado”, nadata de elaboração deste documento, tem-se que:

1. Conselhos federais, tais como o Con-selho Federal de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia (CONFEA) e o Con-selho Federal de Química (CFQ) sãoresponsáveis pela definição, nas suasrespectivas áreas, da competência eesclarecimento de dúvidas referentes àregulamentação profissional.

2. A resolução nº 218 de 29/06/73 doCONFEA, a decisão normativa nº 029/88do CONFEA e a decisão normativanº 045/92 do CONFEA estabelecemcomo habilitados, os profissionais daárea de Engenharia Mecânica e de En-genharia Naval bem como os engenhei-ros civis com atribuições do artigo 28do decreto federal 23.569/33 que te-nham cursado as disciplinas de “Ter-modinâmica e suas Aplicações” e

“Transferência de Calor” ou equiva-lentes com denominações distintas, in-dependente do número de anos trans-corridos desde sua formatura;

3. O registro nos conselhos regionais deprofissionais é a única comprovaçãonecessária a ser exigida do “Profissi-onal Habilitado”;

4. Os comprovantes de inscrição emitidosanteriormente para esse fim pelas DRTs /MTb, não possuem mais validade;

5. Engenheiros de outras modalidadesnão citadas anteriormente, devem re-querer ao respectivo conselho regional,caso haja interesse pessoal, que estu-de suas habilidades para inspeção decaldeiras e vasos de pressão, em fun-ção de seu currículo escolar;

6. Laudos, Relatórios e Pareceres somen-te terão valor legal quando assinadospor “Profissional Habilitado”.

7. Conforme estabelecido pelo CONFEA/CREA as empresas prestadoras de ser-viço que se propõem a executar as ati-vidades prescritas neste subitem sãoobrigadas a se registrar no respectivoconselho regional, indicando Respon-sável Técnico legalmente habilitado.

8. O “Profissional Habilitado” pode ser con-sultor autônomo, empregado de empresaprestadora de serviço ou empregado daempresa proprietária do equipamento.

9. O artigo 188 da CLT foi escrito quan-do os conselhos profissionais faziamparte da estrutura do MTb. Atualmen-te, são entidades independentes.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Per-mitida – PMTP, ou Pressão Máxima de Traba-lho Admissível – PMTA, é o maior valor de pres-são compatível com o código de projeto, a resis-tência dos materiais utilizados, as dimensões doequipamento e seus parâmetros operacionais.

Esta NR não inclui regras para projeto epressupõe que os equipamentos são construí-dos de acordo com normas e códigos de reco-nhecimento internacional.

A PMTA é calculada ou determinada uti-lizando-se fórmulas e tabelas disponíveis nocódigo de projeto da caldeira. Essas fonteslevam em consideração:

1. As dimensões e geometria de cadaparte específica da caldeira (por exem-plo: diâmetro, espessura, etc).

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Legislação e Normalização

Figura 9

Figura 10

Para casos onde estas premissas não fo-rem atendidas a válvula de segurança seráconsiderada como inexistente.

A quantidade e o local de Instalação dasválvulas de segurança deverão atender aoscódigos ou normas técnicas aplicáveis.

O acréscimo de pressão, permitido duran-te a descarga da válvula de segurança, deveser no máximo o recomendado no código deprojeto do equipamento.

No caso específico do código ASME se-ção I , caldeiras com superfície de aquecimen-to superior a 47m2 devem possuir duas válvu-las de segurança. Neste caso, é permitido umacréscimo de pressão durante a descarga, comas duas válvulas abertas de no máximo 6% daPMTA.

A existência de pelo menos um instrumen-to que indique a pressão do vapor acumuladopressupõe que este esteja corretamente espe-cificado, instalado e mantido (Fig. 11).

2. Resistência dos materiais (valores detensão máxima admissível dependen-tes da temperatura).

3. Outros fatores específicos para cadasituação.

É importante destacar que o valor daPMTA pode alterar-se ao longo da vida dacaldeira em função da redução da resistênciamecânica dos materiais, redução de espessu-ras dos diferentes componentes etc. A atuali-zação dos valores da PMTA deve ser feita, emconformidade com procedimentos escritosexistentes no prontuário da caldeira.

Quando ocorrer alteração no valor daPMTA da caldeira deverão ser executados osajustes necessários nas pressões de aberturadas válvulas de segurança na placa de identi-ficação e outros elementos de controle depen-dente deste valor.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente afalta de qualquer um dos seguintes itens:

a) válvula de segurança com pressão deabertura ajustada em valor igual ou in-ferior a PMTA;

b) instrumento que indique a pressão dovapor acumulado;

c) injetor ou outro meio de alimentação deágua, independente do sistema princi-pal, em caldeiras a combustível sólido;

d) sistema de drenagem rápida de água,em caldeiras de recuperação de álcalis;

e) sistema de indicação para controle donível de água ou outro sistema que evi-te o superaquecimento por alimentaçãodeficiente.

As válvulas de segurança, mesmo queajustadas para abertura na PMTA deverão:

– Ser adequadamente projetadas.– Ser adequadamente instaladas (Fig. 9).– Ser adequadamente mantidas (Fig.10).

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Legislação e Normalização

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Figura 11

O mostrador do instrumento indicador depressão pode ser analógico ou digital e pode-rá ser instalado na própria caldeira ou na salade controle (Fig.12).

Figura 12

Entende-se por sistema de indicação denível de água qualquer dispositivo com fun-ção equivalente aos visores de coluna de água.Caso a coluna de água não consiga ser lidacorretamente por problemas de vazamento oubloqueio, deverá ser imediatamente aciona-do o procedimento de paralisação da caldei-ra (Fig. 13, Fig. 14 e Fig. 15).

Figura 13

Figura 14 Figura 15

A Figura 16 mostra um exemplo de injetorde água independente do sistema principal.

Figura 16

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada emseu corpo, em local de fácil acesso e bem visí-vel, placa de identificação indelével com, nomínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;

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Legislação e Normalizaçãob) número de ordem dado pelo fabricante

da caldeira;c) ano de fabricação;d) pressão máxima de trabalho admissível;e) pressão de teste hidrostático;f) capacidade de produção de vapor;g) área da superfície de aquecimento;h) código de projeto e ano de edição.Além das informações mencionadas no

item 13.1.5 a placa poderá conter outras in-formações a critérios do estabelecimento.

A placa de identificação deve ser fabrica-da de material resistente às intempéries taiscomo: alumínio, bronze, aço inoxidável etc.,possuir caracteres gravados de forma indelé-vel, em língua portuguesa, devendo ser fixadaao corpo da caldeira através de rebites, para-fusos ou soldas .

A placa de identificação deverá ser afixa-da em local de fácil acesso e visualização.Deve-se tomar cuidado para que a placa nãoseja fixada em partes que possam ser removi-das da caldeira tais como: bocas de visita,chapas de isolamento térmico, etc.

De acordo com o decreto lei 81.621 de 03de maio de 1978, o Brasil é signatário do Sis-tema Internacional de Unidades. A tabela aseguir apresenta os fatores de conversão aserem utilizados para conversão das unida-des de pressão.

Tabela para Conversão de Unidades de Pressão bar kgf/cm2 psi mmHg mH20 kPa

(lbf/pol2) kN/m2

1 1,019716 14,503 750,062 10,19716 1000,980665 1 14,2233 735,560 10,00 98,06650,068947 0,070307 1 51,715 0,70307 6,894751,33322 1,3595 19,368 1000 13,59 133,3220,09806 0,1000 1,42233 73,556 1 9,806650,0100 0,01019 0,14503 7,50062 0,10197 1

Em conformidade com o Sistema Internacional de Unidades.A unidade oficial para pressão no Sistema SI é o Pascal (Pa).

13.1.5.1 Além da placa de identificação de-vem constar, em local visível, a categoria dacaldeira, conforme definida no subitem 13.1.9desta NR, e seu número ou código de identifi-cação.

Além da placa de identificação toda cal-deira deverá apresentar seu número ou códi-go de identificação e sua respectiva categoria(Fig. 17).

Figura 17 – Exemplo de identificação de caldeiras mostrandoo código de identificação e respectiva categoria.

Essas informações poderão ser pintadasem local de fácil visualização, com dimensõestais que possam ser facilmente identificadas.

Opcionalmente à pintura direta, informa-ções poderão fazer parte de uma placa comvisualização equivalente.

13.1.6 Toda Caldeira deve possuir no es-tabelecimento onde estiver instalada, a seguin-te documentação, devidamente atualizada:

a) Prontuário da Caldeira, contendo asseguintes informações:– código de projeto e ano de edição;– especificação dos materiais;– procedimentos utilizados na fabri-

cação, montagem, inspeção final edeterminação da PMTA;

– conjunto de desenhos e demais da-dos necessários para o monitora-mento da vida útil da caldeira;

– características funcionais;– dados dos dispositivos de segurança;– ano de fabricação;– categoria da caldeira.

b) Registro de Segurança, em conformi-dade com o item 13.1.7;

c) Projeto de Instalação, em conformida-de com o item 13.2;

d) Projetos de Alteração ou Reparo, emconformidade com os subitens 13.4.2e 13.4.3;

e) Relatórios de Inspeção, em conformi-dade com os subitens 13.5.11, 13.5.12e 13.5.13.

Caso o estabelecimento onde estiver ins-talada a caldeira possua diversas unidadesfabris, distantes umas das outras, os documen-tos deverão estar disponíveis na unidade ondea caldeira estiver instalada para que possamser facilmente consultados.

Em função das peculiaridades de cadaestabelecimento, não é necessário que todadocumentação seja arquivada num mesmo lo-cal. É recomendável porém que todos os do-cumentos que compõem o prontuário da cal-deira estejam agrupados.

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Legislação e Normalização

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O procedimento para determinação daPMTA, deverá explicar o roteiro para seu es-tabelecimento, passo a passo, incluindo tabe-las, ábacos etc, que por ventura devam serconsultados;

Entende-se por vida útil da caldeira o pe-ríodo de tempo entre a data de fabricação e adata na qual tenha sido considerada inade-quada para uso.

A documentação deve ser mantida durantetoda a vida útil do equipamento.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado,o Prontuário da Caldeira deve ser reconstituí-do pelo proprietário, com responsabilidade téc-nica do fabricante ou de Profissional Habilita-do, citado no subitem 13.1.2, sendo impres-cindível a reconstituição das característicasfuncionais, dos dados dos dispositivos de se-gurança e dos procedimentos para determina-ção da PMTA.

A maior parte da documentação exigida,particularmente aquela englobada no pron-tuário da caldeira, deve ser fornecida o maisdetalhadamente possível, pelo fabricante dacaldeira.

Se o Estabelecimento não possuir essadocumentação, parte dela deverá ser recons-tituída. Quando não for possível reconstituiralguns itens, tais como: procedimentos utili-zados na fabricação e montagem, especifica-ções de materiais etc, deverão ser reconstitu-ídos pelo menos as características funcionaisda caldeira, os dados de seus dispositivos desegurança e o procedimento para determina-ção da PMTA.

A reconstituição dos documentos serásempre de responsabilidade do proprietário dacaldeira. Para tanto, este poderá utilizar-sedos serviços do fabricante da caldeira ou casoeste seja indeterminado ou já não exista, deum “Profissional Habilitado” ou empresa es-pecializada.

A reconstituição de toda a documentaçãoda caldeira é importante não só para deter-minação de seus parâmetros operacionaiscomo também é de fundamental importânciana preparação e execução das atividades deinspeção e manutenção destes equipamentos.Portanto, no caso da inexistência da documen-tação citada, prontuário da caldeira, ou par-te deste, todos os esforços deverão ser feitospara reconstituição do prontuário.

13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida outransferida de estabelecimento, os documentos

mencionados nas alíneas “a”, “d” e “e” do su-bitem 13.1.6 devem acompanhá-la.

O Registro de Segurança também poderáacompanhar a caldeira a critério do estabe-lecimento onde ela esteve instalada (Fig.18).

Figura 18

O Projeto de Instalação não acompanhaa caldeira porque deverá ser elaborado umnovo projeto, característico das novas insta-lações.

13.1.6.3 O proprietário da caldeira deveráapresentar, quando exigido pela autoridadecompetente do Órgão Regional do Ministériodo Trabalho, a documentação mencionada nosubitem 13.1.6.

A autoridade competente do Órgão Regi-onal do Ministério do Trabalho (DelegaciaRegional do Trabalho – DRT) é o DelegadoRegional do Trabalho na sua jurisdição.

13.1.7 O Registro de Segurança deve serconstituído de livro próprio, com páginas nu-meradas, ou outro sistema equivalente ondeserão registradas:

a) todas as ocorrências importantes capa-zes de influir nas condições segurançada caldeira;

b) as ocorrências de inspeções de seguran-ça periódicas e extraordinárias, deven-do constar o nome legível e assinaturade Profissional Habilitado, citado nosubitem 13.1.2, e de operador de cal-deira presente na ocasião da inspeção.

O Registro de Segurança deve ser consti-tuído por um livro com páginas numeradasexclusivo para cada caldeira.

É possível que a empresa utilize outro sis-tema (por exemplo: informatizado) desde que,de fato, apresente a mesma segurança contraburla e permita assinatura nas ocasiõesindicadas e que seja de fácil consulta.

É importante que sejam registrados nestelivro somente as ocorrências relacionadas à

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Legislação e Normalizaçãocaldeira que possam afetar, positiva ou negati-vamente, a integridade física do ser humano.

É prática nas unidades industriais o pre-enchimento do Livro de Turno ou Livro depassagem de serviço, ou similar, que poderáser aceito como Registro de Segurança desdeque atenda o disposto no item 13.1.7.

São exemplos típicos de ocorrências im-portantes: as explosões, incêndios, vazamen-tos, ruptura de componentes da caldeira, ope-ração em condições fora daquelas previstaspelo projeto, paradas de emergência, realiza-ção de testes na caldeira e dispositivos de se-gurança etc.

Por ocasião da inspeção da caldeira oProfissional Habilitado, contratado pelo es-tabelecimento para fazer a inspeção da cal-deira ou o Profissional Habilitado existenteno serviço próprio de inspeção, deverá ano-tar no “Registro de Segurança” a data e tipoda inspeção de segurança da caldeira que estásendo realizada.

O Profissional Habilitado deverá solici-tar a assinatura do operador da caldeira ou,na sua ausência, de outro operador, no referi-do “Registro de Segurança”.

A assinatura tem por objetivo comprovarque a caldeira está sendo inspecionada e nãoimplica em qualquer responsabilidade porparte do operador na atividade de inspeção.

O preenchimento do livro e respectiva as-sinatura, por ocasião das inspeções, deveráser feito durante o período em que a caldeiraestiver sendo inspecionada.

13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser consi-derada inadequada para uso, o Registro deSegurança deve conter tal informação e re-ceber encerramento formal.

Caso a caldeira venha ser consideradainadequada para uso futuro, o respectivo Re-gistro de Segurança deverá apresentar cla-ramente os motivos pelos quais esta sendoadotada tal decisão. O encerramento formaldo Registro de Segurança deverá ser feito porum Profissional Habilitado e comunicadoatravés de Relatório de Inspeção de Seguran-ça Extraordinária à Representação Sindicalda Categoria Profissional Predominante noEstabelecimento conforme estabelecido noitem 13.5.12 e ao órgão regional do MTb casoeste tenha exigido a apresentação dos docu-mentos da caldeira anteriormente, conformeprevisto no subitem 13.1.6.3.

Recomenda-se para estes casos que a cal-deira seja inutilizada, antes do descarte, paraevitar uso posterior.

13.1.8 A documentação referida no subi-tem 13.1.6 deve estar sempre à disposição paraconsulta dos operadores, do pessoal de manu-tenção, de inspeção e das representações dostrabalhadores e do empregador na ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes – CIPA,devendo o proprietário assegurar pleno aces-so a essa documentação.

A documentação referida no subitem13.1.6 deverá estar sempre disponível dentrodo estabelecimento.

Nos casos onde for necessária a retiradada documentação do estabelecimento, deveráser providenciada a sua duplicação.

13.1.9 Para os propósitos desta NR, ascaldeiras são classificadas em 3 categorias con-forme segue:

a) caldeiras da categoria “A” são aquelascuja pressão de operação é igual ousuperior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2);

b) caldeiras categoria “C” são aquelascuja pressão de operação é igual ouinferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm2) e ovolume é igual ou inferior a 100 litros;

c) caldeiras categoria “B” são todas ascaldeiras que não se enquadram nascategorias anteriores.

O critério adotado por esta NR, para clas-sificação de caldeiras, leva em conta a pres-são de operação e o volume interno da cal-deira. Esse conceito, também adotado poroutras normas internacionais, representa aenergia disponível em uma caldeira. Destaforma quanto maior a energia maiores serãoos riscos envolvidos. A capacidade de produ-ção de vapor da caldeira (t/h, kg/h) não éindicativo do risco já que não considera apressão do vapor produzido ou o volume devapor armazenado.

A subdivisão em 3 (três) categorias dis-tintas facilita a adoção de critérios diferenci-ados compatíveis com o risco apresentado porcada caldeira.

O gráfico abaixo representa os camposque foram adotados para cada categoria decaldeiras.

A

100 Volume (litros)

B

C

CategoriaCategoria

588

1960

(kPa)Pressão

Categoria

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Legislação e Normalização

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13.2 Instalação de Caldeiras a Vapor13.2.1 O Projeto de Instalação de caldei-ras a vapor, no que concerne ao atendimentodesta NR, é de responsabilidade de Profissio-nal Habilitado, conforme citado no subitem13.1.2, e deve obedecer os aspectos de segu-rança, saúde e meio ambiente previstos nasNormas Regulamentadoras, convenções e dis-posições legais aplicáveis.

A autoria de projeto de instalação de cal-deiras é de responsabilidade de ProfissionalHabilitado.

Sempre que na elaboração do projeto oProfissional Habilitado solicitar a participa-ção de profissionais, especializados e legal-mente habilitados, estes serão tidos como res-ponsáveis na parte que lhes diga respeito, de-vendo ser explicitamente mencionados comoautores das partes que tiverem executado.

O projeto de instalação deverá conter to-dos os documentos, plantas, desenhos, cálculos,pareceres, relatórios, análises, normas, espe-cificações relativos ao projeto, devidamenteassinados pelos profissionais legalmente ha-bilitados.

13.2.2 As caldeiras de qualquer estabe-lecimento devem ser instaladas em Casa deCaldeiras ou em local específico para tal fim,denominado Área de Caldeiras.

Deverá ser entendido como Casa de Cal-deiras um local reservado do estabelecimen-to, delimitado por paredes ou divisórias edevidamente coberto onde estejam instaladasas caldeiras (Fig. 19) .

Figura 19

Deverá ser entendido como Área de Cal-deiras (Fig. 20, Fig. 21 e Fig. 22) um localonde a caldeira não esteja confinada, expostoou não à ação do tempo, destinado à instala-ção das caldeiras. A simples existência de co-bertura não caracteriza o local como sendo“Casa de Caldeira”.

Figura 20 Figura 21

Figura 22

A opção pela instalação das caldeiras emÁrea ou Casa de Caldeiras será definida nafase de projeto e independente das dimensões daCaldeira ou de seus parâmetros operacionais.

13.2.3 Quando a caldeira for instalada emambiente aberto, a Área de Caldeiras deve sa-tisfazer os seguintes requisitos:

a) estar afastada no mínimo 3 metros de:– outras instalações do estabelecimento;– de depósitos de combustíveis, exe-

cutando-se reservatórios para parti-da com até 2.000 (dois mil) litros decapacidade;

– do limite de propriedade de terceiros;– do limite com as vias públicas.

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídasamplas, permanentemente desobstruí-das e dispostas em direções distintas(Fig. 23);

Figura 23

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Legislação e Normalização

Figura 26

c) dispor de acesso fácil e seguro, neces-sário à operação e manutenção da cal-deira, sendo que, para guarda corposvazados, os vãos devem ter dimensões queimpeçam a queda de pessoas (Fig. 24);

d) ter sistema de captação e lançamentodos gases e material particulado, pro-venientes da combustão, para fora daárea de operação, atendendo às normasambientais vigentes;

e) dispor de iluminação conforme normasoficiais vigentes (Fig.25);

Figura 24

Figura 25

caldeira. São exemplos destes sistemas lâm-padas ligadas a baterias que se autocarregamnos períodos de fornecimento normal, gera-dores movidos a vapor ou motores a combus-tão, etc.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instala-da em ambiente confinado, a Casa de Caldei-ras deve satisfazer os seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construídode material resistente ao fogo, poden-do ter apenas uma parede adjacente àoutras instalações do estabelecimento,porém com as outras paredes afasta-das de, no mínimo 3 (três) metros deoutras instalações, do limite de pro-priedade de terceiros, do limite com asvias públicas e de depósitos de com-bustíveis, excetuando-se reservatóriospara partida com até 2.000 (dois mil)litros de capacidade;

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídasamplas, permanentemente desobstruí-das e dispostas em direções distintas(Fig. 26);

f) ter sistema de iluminação de emergên-cia caso operar a noite.

Até a data de revisão deste manual técni-co, a norma regulamentadora NR-17 subitem17.5.3.3. determina que “os níveis mínimos deiluminamento a serem observados nos locaisde trabalho são os valores de iluminância es-tabelecidos na NBR 5413.

Deve ser entendido como sistema de ilu-minação de emergência todo sistema que emcaso de falha no fornecimento de energia elé-trica, consiga manter adequadamente ilumi-nados os pontos estratégicos à operação da

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Legislação e Normalização

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c) dispor de ventilação permanente comentradas de ar que não possam ser blo-queadas;

d) dispor de sensor para detecção de va-zamento de gás quando se tratar de cal-deira a combustível gasoso;

e) não ser utilizada para qualquer outrafinalidade;

f) dispor de acesso fácil e seguro, neces-sário à operação e à manutenção dacaldeira, sendo que, para guarda-cor-pos vazados, os vãos devem ter dimen-sões que impeçam a queda de pessoas;

g) ter sistema de captação e lançamentodos gases e material particulado, pro-venientes da combustão, para fora daárea de operação, atendendo às normasambientais vigentes;

h) dispor de iluminação conforme normasoficiais vigentes e ter sistema de ilu-minação de emergência (Fig.27).

Figura 27

13.2.5 Constitui risco grave e iminente onão atendimento aos seguintes requisitos:

a) para todas as caldeiras instaladas emambiente aberto, as alíneas “b”, “d” e“f” do subitem 13.2.3 desta NR;

b) para as caldeiras da categoria “A” ins-taladas em ambientes confinados, asalíneas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “g”, e“h” do subitem 13.2.4 da NR;

c) para caldeiras das categorias “B” e “C”instaladas em ambientes confinados, asalíneas “b”, “c”, “d”, “e”, “g” e “h” dosubitem 13.2.4 desta NR.

13.2.6 Quando o estabelecimento não pu-der atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou13.2.4 deverá ser elaborado “Projeto Alterna-tivo de Instalação”, com medidas complemen-tares de segurança que permitam a atenuaçãodos riscos.

Caso o estabelecimento não possa aten-der às exigências estabelecidas nos subitens13.2.3 ou 13.2.4 ou obedecer a aspectos desegurança, saúde e meio ambiente previstosnas NR, nas convenções ou nas disposiçõeslegais deverá elaborar um “projeto alternati-vo” contendo medidas concretas para atenu-ação dos riscos.

Este requisito se aplica tanto às instala-ções existentes como para novas instalações.

As medidas complementares citadas nes-te item refere-se à prevenção e não à conse-qüência de eventuais explosões. Desta formao Projeto Alternativo deve priorizar a implan-tação de medidas que melhorem a confiabili-dade operacional da caldeira. São exemplosde medidas concretas que permitam a atenua-ção dos riscos:

– realização de inspeções com maior fre-qüência e maior rigor quanto a apli-cação de exames não destrutivos;

– aperfeiçoamento dos sistemas de con-trole;

– independentemente da pressão, atendera requisitos mais apurados de quali-dade e tratamento de água;

– reduzir a pressão de operação quandopossível;

– empregar combustíveis de melhor qua-lidade.

13.2.6.1 O Projeto Alternativo de Instala-ção deve ser apresentado pelo proprietário dacaldeira para obtenção de acordo com a repre-sentação sindical da categoria profissional pre-dominante no estabelecimento.

13.2.6.2 Quando não houver acordo, con-forme previsto no subitem 13.2.6.1, a inter-mediação do órgão regional do MTb, poderáser solicitada por qualquer uma das partes e,persistindo o impasse, a decisão caberá a esseórgão.

13.2.7 As caldeiras classificadas na cate-goria “A” deverão possuir painel de instrumen-tos instalados em sala de controle, construídasegundo o que estabelecem as Normas Regu-lamentadoras aplicáveis.

Toda caldeira classificada como catego-ria “A” deve possuir painel de instrumentosou console de sistema digital instalado em salade controle (Fig.27). No caso de estabeleci-mentos com mais de uma caldeira é permitidaa instalação dos instrumentos de todas as cal-deiras na mesma sala de controle.

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Legislação e NormalizaçãoO projeto e construção da sala de contro-

le devem atender aos requisitos estabelecidospelas Normas Regulamentadoras.

13.3 Segurança na Operação de Caldeiras13.3.1 Toda caldeira deve possuir Manualde Operação atualizado, em língua portugue-sa, em local de fácil acesso aos operadores,contendo no mínimo:

a) procedimentos de partidas e paradas;b) procedimentos e parâmetros operacio-

nais de rotina;c) procedimentos para situações de emer-

gência;d) procedimentos gerais de segurança, saú-

de e de preservação do meio ambiente.O manual de operação da caldeira (ou das

caldeiras) deve estar sempre disponível paraconsulta dos operadores, em local próximo aoposto de trabalho. Os manuais devem ser man-tidos atualizados sendo que todas as altera-ções ocorridas nos procedimentos operacio-nais ou nas características das caldeiras, de-verão ser de pleno conhecimento de seus ope-radores e prontamente incorporados aos res-pectivos manuais.

13.3.2 Os instrumentos e controles de cal-deiras devem ser mantidos calibrados e emboas condições operacionais, constituindo con-dição de risco grave e iminente o emprego deartifícios que neutralizem sistemas de contro-le e segurança da caldeira.

Todos os instrumentos e controles que in-terfiram com a segurança da caldeira deve-rão ser calibrados periodicamente e seremadequadamente mantidos.

A utilização de artifícios como por exem-plo “jumps” que neutralizem os sistemas decontrole e segurança será considerada comorisco grave e iminente e pode levar à interdi-ção da caldeira.

Utilizar “Jumps” transitórios em situa-ções onde exista redundância ou onde estásendo feita manutenção preventiva não seráconsiderada como “artifício que neutralize”sistema de controle e segurança da caldeira.

Para esses casos, é necessário fazer estu-do dos riscos envolvidos e acompanhamentodesta operação, envolvendo todos os setoresque possam por esta ser afetados.

A periodicidade de manutenção e a defi-nição dos instrumentos e controles necessári-os à segurança da caldeira deverão ser defi-nidos pelos profissionais legalmente habilita-dos para cada especialidade.

13.3.3 A qualidade da água deve ser con-trolada e tratamentos devem ser implementa-dos, quando necessários, para compatibilizarsuas propriedades físico-químicas com os pa-râmetros de operação da caldeira.

A qualidade da água é fator determinanteda vida da caldeira. Estabelecer parâmetrosde qualidade de água não faz parte do escopodesta NR uma vez que ela se aplica a varia-dos tipos de caldeiras com diferentes pressõese temperaturas, instaladas em locais distintos.

Sempre que análises físico-químicas e re-sultados das inspeções indicarem problemasde depósitos excessivos, corrosão e outrasdeteriorações no lado água, atenção especialdeverá ser dada à sua qualidade, em particu-lar, verificando se suas características estãode acordo com as requeridas pela caldeira.De modo geral, quanto maior a pressão deoperação mais apurados deverão ser os re-quisitos de tratamento de água.

13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estarobrigatoriamente sob operação e controle deoperador de caldeira, sendo que o não atendi-mento a esta exigência caracteriza condiçãode risco grave e iminente.

A responsabilidade pela existência de ope-radores de caldeiras adequadamente treina-dos é do dono do estabelecimento.

Uma caldeira pode estar sob controle si-multâneo de vários operadores e, um opera-dor poderá estar controlando simultaneamentemais de uma caldeira.

Não faz parte do objetivo desta NR esta-belecer limites numéricos para esta questãoentretanto, entende-se que “caldeiras sob con-trole de operador” é aquela onde existe, pelomenos 1 (um) operador em condições de atu-ar prontamente para corrigir situações anor-mais que se apresentem.

13.3.5 Para efeito desta NR será consi-derado operador de caldeira aquele que satis-fazer pelo menos uma das seguintes condições:

a) Possuir certificado de Treinamento deSegurança na Operação de Caldeiras ecomprovação de estágio prático confor-me subitem 13.3.9;

b) Possuir certificado de Treinamento deSegurança para Operação de Caldeirasprevisto na NR 13 aprovada pelaportaria 02/84 de 08/05/84;

c) Possuir comprovação de pelo menos 3(três) anos de experiência nessa ativi-dade, até 8 de maio de 1984.

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Legislação e Normalização

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Para casos onde for necessária a compro-vação de experiência na operação de caldei-ra deve-se considerar:

– anotação na carteira de trabalho;– prontuário ou atribuições fornecido

pelo estabelecimento; ou– testemunho de pessoas.Para cálculo dos 3 (três) anos de experiên-

cia deverão ser descontados os tempo de in-terrupção.

A habilitação dos operadores de caldeiraenquadrados nas alíneas “b” e “c “ fica limi-tada ao tipo de caldeira que habitualmentevinham operando. Caso tenham necessidadede operar outros tipos de caldeira torna-seobrigatória a freqüência aos estágios práti-cos definidos no subitem 13.3.9.

13.3.6 O pré-requisito mínimo para par-ticipação, como aluno, no Treinamento de Se-gurança na Operação de Caldeiras é o 1º grau.

13.3.7 O Treinamento de Segurança naOperação de Caldeiras deve obrigatoriamente:

a) ser supervisionado tecnicamente porProfissional Habilitado citado no subi-tem 13.1.2;

b) ser ministrado por profissionais capa-citados para esse fim;

c) obedecer, no mínimo, ao currículo pro-posto no Anexo I-A desta NR.

Poderão ser incluídas no treinamento ou-tras matérias teóricas ou práticas que foremjulgadas relevantes pelo supervisor técnico dotreinamento.

13.3.8 Os responsáveis pela promoção doTreinamento de Segurança na Operação deCaldeiras estarão sujeitos ao impedimento deministrar novos cursos, bem como a outras san-ções legais cabíveis, no caso de inobservânciado disposto subitem 13.3.7.

13.3.9 Todo operador de caldeira devecumprir um estágio prático na operação daprópria caldeira que irá operar, o qual deveráser supervisionado, documentado e ter dura-ção mínima de:

a) Caldeiras categoria “A” : 80 (oitenta)horas;

b)Caldeiras categoria “B” : 60 (sessenta)horas;

c) Caldeiras categoria “C” : 40 (quaren-ta) horas.

A empresa ou estabelecimento deverá ar-quivar ou reunir os documentos que comprovema participação de seus operadores no referi-do estágio.

Caso um operador, treinado de acordocom esta NR, necessite operar outra caldeira,deverá freqüentar estágio prático na nova cal-deira que irá operar, mesmo que a nova cal-deira seja da mesma categoria que a anterior.

No caso de instalações onde o operadordeve operar caldeiras diferentes é exigido umestágio prático para cada caldeira. Ex.: Umainstalação com uma caldeira à óleo Catego-ria A e uma caldeira elétrica Categoria C,serão necessárias 80 horas de estágio para aprimeira e mais 40 horas de estágio para asegunda, totalizando 120 horas de estágio.

O supervisor do estágio poderá ser porexemplo:

– chefe da Operação;– operadores Chefe;– engenheiro responsável pela planta;– um operador mais experiente;– Profissional Habilitado.

13.3.10 O estabelecimento onde for reali-zado o estágio prático supervisionado, deve in-formar previamente à representação sindicalda categoria profissional predominante no es-tabelecimento:

a) período de realização do estágio;b) entidade, empresa ou profissional res-

ponsável pelo Treinamento de Seguran-ça na Operação de Caldeiras;

c) relação dos participantes do estágio.Ver observações do subitem 13.3.5.

13.3.11 A reciclagem de operadores deveser permanente, por meio de constantes infor-mações das condições físicas e operacionaisdos equipamentos, atualização técnica, infor-mações de segurança, participação em cursos,palestras e eventos pertinentes.

A necessidade e ocasião da reciclagem sãode responsabilidade do empregador.

Para efeito de comprovação, deverá ser ane-xado à pasta funcional de cada operador o tipode atividade, data de realização, duração etc.

13.3.12 Constitui condição de risco gravee iminente a operação de qualquer caldeira emcondições diferentes das previstas no projetooriginal, sem que:

a) seja reprojetada levando em conside-ração todas as variáveis envolvidas nanova condição de operação;

b) sejam adotados todos os procedimentosde segurança decorrentes de sua novaclassificação no que se refere a instala-ção, operação, manutenção e inspeção.

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Legislação e NormalizaçãoA operação de caldeiras em condições

operacionais diferentes das previstas em seuprojeto pode ser extremamente perigosa.

São exemplos de condições objeto deste item:– pressões superiores às de operação;– temperaturas de superaquecimento

acima das de projeto;– utilização de água ou outro fluido di-

ferentes dos considerados no projeto;– alteração do combustível ou dos quei-

madores.Sempre que forem feitas modificações no

projeto da caldeira ou de suas condições ope-racionais deverão ser adotados todos os pro-cedimentos de segurança necessários.

As modificações efetuadas deverão sem-pre fazer parte da documentação da caldeira.

13.4 Segurança na Manutenção deCaldeiras13.4.1 Todos os reparos ou alterações emcaldeiras devem respeitar o respectivo códigode projeto de construção e as prescrições dofabricante no que se refere a:

a) materiais;b) procedimentos de execução;c) procedimentos de controle de qualidade;d) qualificação e certificação de pessoal.Os reparos e alterações citados neste

item são extensivos aos periféricos da cal-deira, tais como: chaminé, ventiladores, ins-trumentação, etc.

No caso de tubulações a abrangência destesubitem limita-se ao trecho compreendido entrea caldeira e a solda ou flange mais próximo.

Deve ser considerado como “reparo”qualquer intervenção que vise corrigir nãoconformidades (Fig. 28) com relação ao pro-jeto original. Por exemplo: reparos com sol-das para recompor áreas danificadas, repa-ros em refratários e isolantes térmicos, subs-tituição de conexões corroídas, etc.

Figura 28

Deve ser considerada como “alteração”qualquer intervenção que resulte em altera-ções no projeto original inclusive nos parâ-metros operacionais da caldeira. Por exem-plo: alterações na especificação de materiais,mudanças de combustível, mudanças na con-figuração nos tubos de troca térmica, inclu-são de conexões, etc.

São exemplos de qualificação e certifica-ção de pessoal os procedimentos previstos pelocódigo ASME Seção IX (Qualificação deSoldagem e Brasagem) e Seção V (EnsaiosNão Destrutivos).

13.4.1.1 Quando não for conhecido o có-digo de projeto de construção, deve ser res-peitada a concepção original da caldeira, comprocedimento de controle do maior rigor pres-crito nos códigos pertinentes.

Caso a documentação da caldeira tenhase extraviado e não seja possível localizar ofabricante, os reparos e alterações deverãorespeitar a concepção original. Nessas ocasiõeso Profissional Habilitado deverá propor tes-tes e ensaios, bem como critérios de aceita-ção compatíveis com os mais rigorosos doscódigos de projeto reconhecidos internacio-nalmente.

13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e“B”, a critério do Profissional Habilitado, ci-tado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadastecnologias de cálculo ou procedimentos maisavançados, em substituição aos previstos pelocódigo de projeto.

Para caldeiras de categoria “A” e “B”,em casos particulares, e desde que embasadopelo Profissional Habilitado, poderão ser uti-lizados procedimentos de cálculo e tecnolo-gia não previstas pelo código de projeto. Sãoexemplos destes procedimentos: técnicas demecânica da fratura que permitam a convi-vência com descontinuidades subcríticas, téc-nicas alternativas de soldagem que dispensemo alívio de tensão, etc.

13.4.2 Projetos de Alteração ou Reparodevem ser concebidos previamente nas seguin-tes situações:

a) sempre que as condições de projeto fo-rem modificadas;

b) sempre que forem realizados reparosque possam comprometer a segurança.

Antes da execução de qualquer reparo oualteração que possam comprometer a seguran-ça da caldeira ou dos trabalhadores, deverá

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Legislação e Normalização

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ser elaborado o respectivo Projeto de Altera-ção ou Reparo que passará a fazer parte dadocumentação da caldeira.

Não é necessário enviar este documentopara apreciação de órgão externos à empre-sa, tais como: DRT, sindicato etc.

São exemplos de Projetos de Alteração eReparo: alteração de materiais, disposiçãode tubos, configuração de maçaricos, inclu-são de conexões, reparos com solda, limpezaquímica, etc.

13.4.3 O Projeto de Alteração ou Reparodeve:

a) ser concebido ou aprovado por Pro-fissional Habilitado, citado no subitem13.1.2;

b) determinar materiais, procedimentosde execução, controle de qualidade equalificação de pessoal.

O Projeto de Alteração e Reparo pode serconcebido por firma especializada desde quea mesma esteja registrada no CREA e dispo-nha de um responsável técnico legalmentehabilitado.

Reparos ou alterações que envolvam asespecialidades de eletricidade, eletrônica ouquímica deverão ser concebidos e assinadospor profissionais habilitados para cada cam-po específico. Independente desta necessida-de, todo Projeto de Alteração e Reparo deve-rá ser assinado por Profissional Habilitado.

13.4.4 Todas as intervenções que exijammandrilamento ou soldagem em partes queoperem sob pressão devem ser seguidas de tes-te hidrostático, com características definidaspelo Profissional Habilitado, citado no subi-tem 13.1.2.

Quando não definidos em normas ou có-digos, caberá ao Profissional Habilitado, emfunção de sua experiência e conhecimento,definir os parâmetros envolvidos no teste hi-drostático. Nestes parâmetros deverão constar:

– medidas de segurança necessáriaspara proteção do pessoal envolvido narealização do teste;

– fluido a ser utilizado para pressurização;– taxa de subida da pressão e patamares

quando necessário;– pressão final de teste hidrostático;– tempo em que o equipamento ficará

pressurizado.As características e resultados do teste

hidrostático deverão constar do Relatório de

Inspeção de Segurança que compreende o teste,seja ele inicial, periódica ou extraordinária.

Usualmente, intervenções desta naturezasão casos típicos que justificam a concepçãode Projeto de Alteração e Reparo conformedefinido no subitem 13.4.2 alínea “b”.

13.4.5 Os sistemas de controle e seguran-ça da caldeira devem ser submetidos a manu-tenção preventiva ou preditiva.

A definição dos instrumentos e sistemasde controle a serem incluídos no plano demanutenção preditiva/preventiva, bem comoa respectiva periodicidade, deverá ser atribu-ída a profissionais com competência legalpara executar este tipo de atividade.

A Manutenção Preventiva consiste na re-alização de tarefas de assistência que tiveremsido pré-planejadas para execução em pon-tos específicos, a tempo de manter as capaci-dades funcionais de sistema de controle e se-gurança de caldeira.

Quando a manutenção tiver suas datas deintervenção baseadas no acompanhamento daevolução de parâmetros ligados ao sistema(por exemplo temperatura, vibração, viscosi-dade de óleo) passa a ser denominada dePreditiva.

Quando a manutenção tiver suas datas deintervenção baseadas no histórico de vida útildos componentes ligados ao sistema recebe adenominação de Preventiva.

13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras13.5.1 As caldeiras devem ser submeti-das a inspeções de segurança inicial, periódi-ca e extraordinária sendo considerado condi-ção de risco grave e iminente o não atendi-mento aos prazos estabelecidos nesta NR.

13.5.2 A inspeção de segurança inicialdeve ser feita em caldeiras novas, antes daentrada em funcionamento, no local de opera-ção, devendo compreender exame interno eexterno, teste hidrostático e de acumulação.

Exames internos, externos e teste hidros-tático, efetuados nas dependências do fabri-cante da caldeira são importantes e necessá-rios, porém não constituem a Inspeção de Se-gurança Inicial uma vez que, os componentesda caldeira podem sofrer avarias durante seutransporte, armazenamento e montagem no lo-cal definitivo. A inspeção de segurança só po-derá portanto ser realizada quando a caldeirajá estiver instalada em seu local definitivo.

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Legislação e NormalizaçãoO teste de acumulação deve ser executa-

do em conformidade com normas técnicas vi-gentes, recomendações dos fabricantes da cal-deira e dos fabricantes de válvulas de segu-rança ou ainda em conformidade com proce-dimentos estabelecidos por Profissional Ha-bilitado.

13.5.3 A inspeção de segurança periódi-ca, constituída por exame interno e externo,deve ser executada nos seguintes prazos má-ximos:

a) 12 (doze) meses para caldeiras das ca-tegorias “A”, “B” e “C”;

b) 12 (doze) meses para caldeiras derecuperação de álcalis de qualquercategoria ( Fig.28);

c) 24 (vinte e quatro) meses para caldei-ras da categoria “A”, desde que aos 12(doze) meses sejam testadas as pressõesde abertura das válvulas de segurança;

d) 40 (quarenta) meses para caldeirasespeciais conforme definido no item13.5.5.

A abrangência da inspeção de segurançaperiódica bem como as técnicas a serem utili-zadas deverão ser definidas pelo ProfissionalHabilitado em função do histórico da caldei-ra e das Normas técnicas vigentes.

Os prazos definidos nesse item devem serconsiderados como máximos. O prazo realdeverá ser estabelecido pelo Profissional Ha-bilitado em função da experiência anteriordisponível, devendo ser contados a partir daúltima inspeção completa executada na cal-deira.

Não faz parte do escopo desta NR deta-lhar métodos ou procedimentos de inspeção.Esta ação deverá ser feita pelo ProfissionalHabilitado com base em códigos e normasinternacionalmente reconhecidos.

Os prazos estabelecidos nas alíneas “a”,“b” e “c” são aplicáveis em empresas que nãopossuam Serviço Próprio de Inspeção de Equi-pamentos

13.5.4 Estabelecimentos que possuamServiço Próprio de Inspeção de Equipamen-tos, conforme estabelecido no Anexo II, po-dem estender os períodos entre inspeções desegurança respeitando os seguintes prazos má-ximos:

a) 18 (dezoito) meses para caldeiras dascategorias “B” e “C”;

b) 30 (trinta) meses para caldeiras da ca-tegoria “A”.

O teste para determinação da pressãoda abertura das válvulas de segurança pode-rá ser executado com a caldeira em operaçãovalendo-se de dispositivos hidráulicos apro-priados Fig. 29 e Fig. 30). O procedimentoescrito adotado no teste, os resultados obti-dos e os certificados de aferição do dispositi-vo deverão ser anexados à documentação dacaldeira.

Figura 29

Figura 30

A extensão do prazo de inspeção dascaldeiras da categoria “A” para 30 (trinta)meses não dispensa a execução dos testes paradeterminação da pressão de abertura das vál-vulas de segurança a cada 12 (doze) meses.

Este item também é aplicável a caldei-ras de recuperação de álcalis instaladas emestabelecimentos que possuam Serviço Pró-prio de Inspeção de Equipamentos.

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Legislação e Normalização

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Sob o ponto de vista técnico, a execuçãodos testes para determinação da pressão deabertura das válvulas de segurança a cada 12(doze) meses deve ser preservada, mesmo coma extensão do prazo de inspeção das caldei-ras da categoria “A” para 30 (trinta) meses.

O quadro a seguir resume os prazos máxi-mos estabelecidos para inspeção de caldeiras.

Categoria “A” Categoria“B” e “C” Especial

Estabelecimento semServiço Próprio deInspeção de Equipa-mento certificado

12 meses

12 mesesou

24 meses com testesde válvulas de segu-rança a cada 12 meses(exceto caldeira de re-cuperação de Álcalis)

Estabelecimento comServiço Próprio deInspeção de Equipa-mento certificado

30 meses 18 meses 40 meses

13.5.5 As caldeiras que operam de for-ma contínua e que utilizam gases ou resíduosdas unidades de processo, como combustívelprincipal para aproveitamento de calor ou parafins de controle ambiental, podem ser consi-deradas especiais quando todas as condiçõesseguintes forem satisfeitas:

a) estiverem instaladas em estabeleci-mentos que possuam Serviço Pró-prio de Inspeção de Equipamentos ci-tado no Anexo II;

b) tenham testados a cada 12 (doze) me-ses o sistema de intertravamento e apressão de abertura de cada válvulade segurança;

c) não apresentem variações inesperadasna temperatura de saída dos gases e dovapor, durante a operação;

d) exista análise e controle periódico daqualidade da água;

e) exista controle de deterioração dosmateriais que compõem as principaispartes da caldeira;

f) seja homologada como classe especialmediante:– acordo entre a representação sindi-

cal da categoria profissional predo-minante no estabelecimento e o em-pregador;

– intermediação do órgão regional doMTb, solicitada por qualquer umadas partes, quando não houver acordo;

– decisão do órgão regional do MTbquando, persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco)anos de uso, na sua inspeção subsequente, ascaldeiras devem ser submetidas a rigorosa avalia-ção de integridade para determinar a sua vida re-manescente e novos prazos máximos para inspe-ção, caso ainda estejam em condições de uso.

A avaliação de vida residual presume queseja analisada a integridade de cada compo-nente fundamental da caldeira (Ex.: tubulão,tubos de troca térmica, espelhos, etc.).

A avaliação de integridade e vida residualpode ser executada por Profissional Habilita-do ou por empresa especializada, inscrita noCREA, e que disponha de pelo menos um Pro-fissional Habilitado.

As caldeiras que na data de publicaçãodesta NR já tiverem mais de 25 (vinte e cinco)anos e não tiverem sido submetidas a avalia-ção de integridade devem ser submetidas aesta avaliação na próxima inspeção de segu-rança periódica.

Caso a caldeira já tenha sido submetidaa testes, exames e análises para estabeleci-mento da vida residual e avaliação de integri-dade antes de completar 25 (vinte e cinco)anos, estes dados poderão ser considerados,a critério do Profissional Habilitado, para aten-der parcial ou integralmente as exigências destesubitem.

É importante ressaltar que caldeirasinoperantes podem sofrer significativos des-gastes por corrosão. Portanto, dos 25 ( vintee cinco) anos considerados neste subitem, nãodevem ser dispensados sem profunda análisetécnica os períodos em que a caldeira perma-necer fora de operação.

13.5.6.1. Nos estabelecimentos que possuamServiço Próprio de Inspeção de Equipamen-tos citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte ecinco) anos pode ser alterado em função doacompanhamento das condições da caldeira,efetuado pelo referido órgão.

13.5.7 As válvulas de segurança instala-das em caldeiras devem ser inspecionadas pe-riodicamente conforme segue:

a) pelo menos uma vez por mês, median-te acionamento manual da alavanca, emoperação, para caldeiras das categori-as “B” e “C”.

b) desmontando, inspecionando e testando,em bancada (Fig.31), as válvulas flan-geadas e, no campo, as válvulas solda-das, recalibrando-as numa freqüênciacompatível com a experiência operacional

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Legislação e Normalizaçãoda mesma, porém respeitando-se comolimite máximo o período de inspeçãoestabelecido no subitem 13.5.3 ou13.5.4, se aplicável, para caldeiras decategorias “A” e “B”.

A alínea “a” deste subitem determina oacionamento manual da alavanca e portantotorna obrigatória a existência de alavanca emválvulas de segurança instaladas em caldei-ras de categorias “B” e “C” .

As exigências deste subitem tem funda-mentação técnica no código ASME Seção I(Caldeiras) e na Norma ANSI/NB-23, NationalBoard Inspection Code, reconhecidos interna-cionalmente.

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescri-tos no subitem 13.5.7 as válvulas de seguran-ça instaladas em caldeiras deverão ser subme-tidas a testes de acumulação, nas seguintesoportunidades:

a) na inspeção inicial da caldeira;b) quando forem modificadas ou tiverem

sofrido reformas significativas;c) quando houver modificação nos pa-

râmetros operacionais da caldeira ouvariação na PMTA;

d) quando houver modificação na suatubulação de admissão ou descarga.

Em função dos riscos envolvidos com aexecução dos testes de acumulação o estabe-lecimento deverá implementar todas as medi-das de segurança e preservação do meio am-biente necessárias.

A alínea “b” refere-se à modificações oureparos efetuados nas válvulas de segurançada caldeira.

Teste de AcumulaçãoO teste de acumulação é feito para verifi-

car se a válvula ou válvulas de segurança ins-taladas em caldeiras tem capacidade de des-carregar todo o vapor gerado, na máxima taxade queima, sem permitir que a pressão inter-na suba para valores acima dos valores con-siderados no projeto (no caso de caldeirasprojetadas pelo ASME Seção I este valor cor-responde a 6% acima da PMTA).

Este teste deve ser executado com base emprocedimentos estabelecidos pelo fabricanteda caldeira e/ou do fabricante das válvulasde segurança.

Como este teste é executado com todas assaídas de vapor bloqueadas, a falta de circu-lação poderá provocar danos em caldeiras

providas de super aquecedores ou em caldei-ras para aquecimento de água, não sendo por-tanto recomendável sua execução em caldei-ras desta configuração.

13.5.9 A inspeção de segurança extraor-dinária deve ser feita nas seguintes oportuni-dades:

a) sempre que a caldeira for danificada poracidente ou outra ocorrência capaz decomprometer sua segurança;

b) quando a caldeira for submetida a alte-ração ou reparo importante capaz de al-terar suas condições de segurança;

c) antes da caldeira ser recolocada emfuncionamento, quando permanecerinativa por mais de 6 (seis) meses;

d) quando houver mudança de local deinstalação da caldeira.

A inspeção de segurança extraordináriapode abranger toda a caldeira ou parte damesma conforme a necessidade e a critériodo Profissional Habilitado.

Quando a inspeção extraordinária com-preender toda a caldeira o prazo para próxi-ma inspeção de segurança periódica poderáser definido a partir da data de conclusão dainspeção extraordinária.

No caso de uma caldeira permanecer forade operação por um período longo (superiora 6 meses), a inspeção extraordinária mencio-nada na alínea “c” deve ser realizada antesda caldeira ser recolocada em funcionamentoe não a cada 6 (seis)meses.

13.5.10 A inspeção de segurança deve serrealizada por Profissional Habilitado, citadono subitem 13.1.2, ou por Serviço Próprio deInspeção de Equipamentos, citado no anexo II.

O subitem refere-se a todos os tipos deinspeção de segurança, inicial, periódica ouextraordinária.

O Profissional Habilitado pode contarcom a participação de inspetores e/ou técni-cos de inspeção nas inspeções de segurança.

Firmas especializadas podem ser utiliza-das desde que sejam inscritas no CREA e pos-suam Profissionais Habilitados.

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve seremitido Relatório de Inspeção, que passa a fa-zer a parte da sua documentação.

13.5.12 Uma cópia do Relatório de Inspe-ção deve ser encaminhada pelo ProfissionalHabilitado, citado no subitem 13.1.2, num prazo

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Legislação e Normalização

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máximo de 30 (trinta) dias a contar do térmi-no da inspeção, à representação sindical dacategoria profissional predominante no esta-belecimento.

Este subitem obriga o envio de Relatóriode Inspeção somente à representação sindi-cal da categoria profissional predominante noestabelecimento.

Entende-se que o término da inspeção é adata em que a caldeira foi liberada pararetornar à operação. A data de conclusão dorelatório técnico, não é considerada como datade término da inspeção.

13.5.13 O Relatório de Inspeção, mencio-nado no subitem 13.5.11, deve conter no mí-nimo:

a) dados constantes na placa de identifi-cação da caldeira;

b) categoria da caldeira;c) tipo da caldeira;d) tipo de inspeção executada;e) data de início e término da inspeção;f) descrição das inspeções e testes exe-

cutados;g) resultado das inspeções e providências;h) relação dos itens desta NR ou de ou-

tras exigências legais que não estãosendo atendidas;

i) conclusões;j) recomendações e providências neces-

sárias;k) data prevista para a nova inspeção da

caldeira;l) nome legível, assinatura e número do

registro no conselho do “ProfissionalHabilitado”, citado no subitem 13.1.2,e nome legível e assinatura de técnicosque participaram da inspeção.

Entende-se por “tipo de caldeira” a in-formação se a caldeira é aquotubular, flamo-tubular, elétrica, etc.

São exemplos de itens da alínea “h”:– ausência de manômetros;– ausência de válvulas de segurança;– distanciamento incorreto entre a cal-

deira e reservatório de partida.Um exemplo da alínea “i” conclusões,

seria:“Face as inspeções executadas, a caldei-

ra poderá ser recolocada em operação, res-peitando-se os parâmetros operacionais esta-belecidos pelo projeto, devendo ser submeti-da a nova inspeção de segurança periódicaem __/__/__”.

A alínea j) deverá listar as recomenda-ções a serem seguidas a partir da inspeçãoexecutada, como por exemplo:

– melhorar o tratamento de água;– testar a válvula de segurança no pra-

zo de 3 meses.

13.5.14 Sempre que os resultados da ins-peção determinarem alterações dos dados daplaca de identificação, a mesma deve ser atua-lizada.

ANEXO I-ACURRÍCULO MÍNIMO PARA

TREINAMENTO DE SEGURANÇA NAOPERAÇÃO DE CALDEIRAS

1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS EUNIDADES

Carga horária: 04 horas1.1. Pressão

1.1.1. Pressão atmosférica1.1.2. Pressão interna de um vaso1.1.3. Pressão manométrica, pressão rela-

tiva e pressão absoluta1.1.4. Unidades de pressão

1.2. Calor e Temperatura1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que

é temperatura1.2.2. Modos de transferência de calor1.2.3. Calor específico e calor sensível1.2.4. Transferência de calor a tempera-

tura constante1.2.5. Vapor saturado e vapor superaque-

cido1.2.6. Tabela de vapor saturado

2. CALDEIRAS – CONDIÇÕES GERAISCarga horária: 08 horas

2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações

2.2. Partes de uma caldeira2.2.1. Caldeiras flamotubulares2.2.2. Caldeiras aquotubulares2.2.3. Caldeiras elétricas2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos2.2.6. Caldeiras a gás2.2.7. Queimadores

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Legislação e Normalização

2.3. Instrumentos e dispositivos de controle decaldeira

2.3.1. Dispositivo de alimentação2.3.2. Visor de nível2.3.3. Sistema de controle de nível2.3.4. Indicadores de pressão2.3.5. Dispositivos de segurança2.3.6. Dispositivos auxiliares2.3.7. Válvulas e tubulações2.3.8. Tiragem de fumaça

3. OPERAÇÃO DE CALDEIRASCarga horária: 12 horas

3.1. Partida e parada

3.2. Regulagem e controle;3.2.1. de temperatura3.2.2. de pressão3.2.3. de fornecimento de energia3.2.4. do nível de água3.2.5. de poluentes

3.3. Falhas de operação, causas e providências3.4. Roteiro de vistoria diária3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras3.6. Procedimentos em situações de emergência

4. TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTEN-ÇÃO DE CALDEIRAS

Carga horária: 08 horas

4.1. Impurezas da água e suas conseqüências4.2. Tratamento de água4.3. Manutenção de caldeiras

5. PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES EOUTROS RISCOS

Carga horária: 04 horas

5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde5.2. Riscos de explosão

6. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃOCarga horária: 04 horas

6.1. Normas Regulamentadoras

6.2. Norma Regulamentadora 13 (NR-13)O currículo apresentado é mínimo, poden-

do ser acrescido de outras disciplinas, ou ter acarga horária das disciplinas estendidas emfunção das particularidades de cada estabele-cimento.

O currículo proposto é aplicável ao trei-namento de operadores a partir do ano de1995.

Considera-se que os cursos de formação deoperadores existentes nas empresas, que con-templem totalmente as disciplinas e carga ho-rária previstas neste anexo, podem ser equiva-lente ao Treinamento de Segurança na Opera-ção de Caldeiras desde que seja emitido o certi-ficado previsto no subitem 13.3.5 alínea “a”.

ANEXO IIREQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO

DE “SERVIÇO PRÓPRIO DEINSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS”Antes de colocar em prática os períodos

especiais entre inspeções, estabelecidos nossubitens 13.5.4. e 13.10.3. desta NR, os “Ser-viços Próprios de Inspeção de Equipamentos”da empresa, organizados na forma de setor,seção, departamento, divisão ou equivalente,devem ser certificados pelo Instituto Nacionalde Metrologia, Normalização e Qualidade In-dustrial (INMETRO) diretamente ou median-te “Organismo de Certificação” por ele cre-denciados, que verificarão o atendimento aosseguintes requisitos mínimos expressos nasalíneas “a” a “g”. Esta certificação pode sercancelada sempre que for constatado o nãoatendimento a qualquer destes requisitos:

a) existência de pessoal próprio da empre-sa onde estão instalados caldeira ouvaso de pressão, com dedicação exclu-siva a atividades de inspeção, avalia-ção de integridade e vida residual, comformação, qualificação e treinamentocompatíveis com a atividade propostade preservação da segurança;

b) mão-de-obra contratada para ensaiosnão-destrutivos certificada segundo re-gulamentação vigente e para outros ser-viços de caráter eventual, selecionada eavaliada segundo critérios semelhantesao utilizado para a mão-de-obra própria;

c) serviço de inspeção de equipamentosproposto possuir um responsável peloseu gerenciamento formalmente desig-nado para esta função;

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Legislação e Normalização

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d) existência de pelo menos um “Profis-sional Habilitado”, conforme definidono subitem 13.1.2;

e) existência de condições para manuten-ção de arquivo técnico atualizado, ne-cessário ao atendimento desta NR, as-sim como mecanismos para distribui-ção de informações quando requeridas;

f) existência do procedimentos escritospara as principais atividades executadas;

g) existência de aparelhagem condizentecom a execução das atividades propostas.

O assunto é objeto de documentação com-plementar expedida pelo INMETRO.

Para o caso específico de Plataformas deprodução e exploração de petróleo e navios oServiço Próprio de Inspeção de Equipamen-tos poderá ser instalado “em terra”.

13.6 Vasos de Pressão – DisposiçõesGerais13.6.1 Vasos de pressão são equipamen-tos que contêm fluidos sob pressão interna ouexterna.

Vasos de pressão estão sempre submeti-dos simultaneamente à pressão interna e àpressão externa. Mesmo vasos que operamcom vácuo estão submetidos a estas pressões,pois não existe vácuo absoluto. O que usual-mente denomina-se vácuo é qualquer pressãoinferior à atmosférica. O vaso é dimensionadoconsiderando-se a pressão diferencial resul-tante atuando sobre as paredes, que poderáser maior internamente ou externamente.

Há casos em que o vaso de pressão deveser dimensionado pela condição de pressãomais severa, a exemplo de quando não existaatuação simultânea das pressões interna eexterna.

Vasos de pressão podem ser construídosde materiais e formatos geométricos variadosem função do tipo de utilização a que se desti-nam. Desta forma existem vasos de pressãoesféricos, cilíndricos, cônicos etc, construídosem aço carbono, alumínio, aço inoxidável, fi-bra de vidro e outros materiais.

Os vasos de pressão podem conter líqui-dos, gases ou misturas destes. Algumas apli-cações são: armazenamento final ou interme-diário, amortecimento de pulsação, troca decalor, contenção de reações, filtração, desti-lação, separação de fluidos, criogenia etc.

A NR-13 aplica-se a vasos de pressão ins-talados em unidades industriais, e outros es-tabelecimentos públicos ou privados, taiscomo: hotéis, hospitais, restaurantes etc.

Sendo regulamentadora da Lei 6514 (23de Dezembro de 1977) da CLT, esta normatambém é aplicável a equipamentos instala-dos em navios, plataformas de exploração eprodução de petróleo (Fig.32 e Fig.33) etcdesde que não exista legislação em contrário.

Figura 32

Figura 33

13.6.1.1 O campo de aplicação desta NR,no que se refere a vasos de pressão, está defi-nido no Anexo III.

Ver comentários no Anexo III.

13.6.1.2 Os vasos de pressão abrangidospor esta NR estão classificados em categoriasde acordo com o Anexo IV.

Ver comentários no Anexo IV.

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Legislação e Normalização

Figura 34

Figura 35

Figura 37Figura 36

13.6.2 Constitui risco grave iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em valor

igual ou inferior a PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema que o inclui;b) dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando esta não estiver

instalada diretamente no vaso (Fig. 34, Fig. 35, Fig. 36 e Fig. 37);

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Legislação e Normalização

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c) instrumento que indique a pressão deoperação.

Entende-se por “outro dispositivo” de se-gurança dispositivos que tem por objetivo im-pedir que a pressão interna do vaso atinjavalores que comprometam sua integridadeestrutural. São exemplos de “outros disposi-tivos”: discos de ruptura, válvulas quebra-vá-cuo, plugues fusíveis, etc.

Válvulas de segurança piloto operadas,podem ser consideradas como “outro dispo-sitivo” desde que mantenha a capacidade defuncionamento em qualquer condição de anor-malidade operacional.

O dispositivo de segurança é um compo-nente que visa aliviar a pressão do vaso, in-dependente das causas que provocaram asobrepressão. Desta forma, pressostatos, re-guladores de pressão, malhas de controle deinstrumentação, etc., não devem ser conside-rados como dispositivos de segurança.

O “dispositivo de segurança contra blo-queio inadvertido” é aplicável à:

– Vasos de pressão com 2 (dois) ou maisdispositivos de segurança;

– Conjunto de vasos interligados e prote-gidos por única válvula de segurança.

Vasos com 2 (duas) ou mais válvulas desegurança, com bloqueios independentes sãoutilizados quando se deseja facilidade de ma-nutenção: pode-se remover uma das válvulasde segurança para reparo ou inspeção, man-tendo-se as demais em operação. Neste caso,as válvulas de segurança remanescentes emconjunto, ou isoladamente, deverão serprojetadas com suficiente capacidade paraaliviar a pressão do vaso.

O “dispositivo que evite o bloqueio inad-vertido” do dispositivo de segurança é apli-cável à vasos de pressão com dois ou maisdispositivos de segurança. São exemplos des-tes dispositivos válvulas de duas ou mais vias,válvulas gaveta sem volante ou com volantetravado por cadeado, etc.

Quando o vaso de pressão possuir apenasuma válvula de segurança, existem normas in-ternacionalmente aceitas que consideram ina-dequado a existência de bloqueio entre a vál-vula de segurança e o vaso de pressão.

Os instrumentos para indicação de pres-são, por exemplo manômetros, poderão termostrador analógico ou digital e a instalação

Figura 38

13.6.3 Todo vaso de pressão deve ter afi-xado em seu corpo, em local de fácil acesso ebem visível, placa de identificação indelével com,no mínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;b) número de identificação;c) ano de fabricação;d) pressão máxima de trabalho admissível;e) pressão de teste hidrostático;f) código de projeto e ano de edição.A adesão pelo Brasil ao Sistema Interna-

cional de Unidades foi formalizada por meiodo decreto legislativo nº 57 de 27 de julho de1953 e ratificada a partir de então. A tabelada pág. 26 apresenta os fatores de conversãoa serem utilizados para conversão das unida-des de pressão.

Número de identificação é a identificaçãoalfa numérica, conhecida como tag, item nú-mero de ordem etc, atribuído pelo projetistaou estabelecimento ao vaso de pressão.

Para efeito do atendimento à alínea "f",caso não seja conhecido o ano de edição docódigo o “Profissional Habilitado” deveráverificar se o equipamento sob análise se en-quadra nos requisitos da última ediçãopublicada que precedeu o ano de fabricaçãodo vaso.

Não sendo conhecido o código de projetooriginal ou o ano de fabricação, o vaso deve-rá ser verificado de acordo com um dos códi-gos existentes para vasos de pressão, que sejaaceito internacionalmente, tais como: ASME,DIN, JIS, etc.

As placas de identificação já instaladasdeverão ser adequadas aos requisitos dessaNR (Fig. 39, Fig. 40 , Fig. 41).

dos mesmos poderá ser feita no próprio vasoou em sala de controle apropriada (Fig.38).

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Legislação e Normalização

Figura 39

Figura 40

Figura 41

13.6.3.1 Além da placa de identificação,deverão constar em local visível, a categoriado vaso, conforme Anexo IV, e seu número oucódigo de identificação.

As informações referentes à identificaçãodo vaso e sua respectiva categoria deverão serpintadas em local onde possam ser facilmenteidentificadas (Fig. 42 e Fig. 43). Figura 43-44

Figura 42

Opcionalmente à pintura, as informaçõespoderão ser inseridas numa placa com visua-lização equivalente.

13.6.4 Todo vaso de pressão deve possuir,no estabelecimento onde estiver instalado, a se-guinte documentação devidamente atualizada:

a) Prontuário do Vaso de Pressão, a serfornecido pelo fabricante, contendo asseguintes informações:– código de projeto e ano de edição;– especificação dos materiais;

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Legislação e Normalização

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– procedimentos utilizados na fabri-cação, montagem e inspeção final edeterminação da PMTA;

– conjunto de desenhos e demais da-dos necessários para o monitora-mento da sua vida útil;

– características funcionais;– dados dos dispositivos de segurança;– ano de fabricação;– categoria do vaso.

b) Registro de Segurança, em conformi-dade com o subitem 13.6.5;

c) Projeto de Instalação, em conformida-de com o item 13.7;

d) Projetos de Alteração ou Reparo, emconformidade com os subitens 13.9.2e 13.9.3;

e) Relatórios de Inspeção, em conformi-dade com o subitem 13.10.8.

Se o estabelecimento onde estiverem ins-talados os vasos de pressão possuir diversasunidades, os documentos deverão estar dis-poníveis na unidade onde estiverem instala-dos para que possam ser prontamente consul-tados.

Esta exigência também se aplica a plata-formas de exploração e produção de petróleoe navios.

Não é necessário que toda a documenta-ção esteja arquivada num único local da uni-dade. É recomendável porém que todos osdocumentos do prontuário estejam agrupados.

O procedimento para determinação daPMTA, deverá explicar o roteiro para seu es-tabelecimento, passo a passo, incluindo tabe-las, ábacos etc que por ventura sejam consul-tados.

Caso haja interesse por parte do estabe-lecimento poderá ser adotada como PMTA apressão de projeto do vaso.

Entende-se por vida útil do vaso o perío-do de tempo entre a data de fabricação e adata na qual o vaso tenha sido consideradoinadequado para uso.

A documentação deve ser mantida durantetoda a vida útil do vaso de pressão.

13.6.4.1 Quando inexistente ou extravia-do, o “Prontuário do Vaso de Pressão” deveser reconstituído pelo proprietário, com res-ponsabilidade técnica do fabricante ou de“Profissional Habilitado”, citado no subitem13.1.2, sendo imprescindível a reconstituiçãodas características funcionais, dos dados dos

dispositivos de segurança e dos procedimen-tos para determinação da PMTA.

A maior parte da documentação exigida,particularmente aquela englobada no pron-tuário do vaso, deve ser fornecida de formadetalhada pelo fabricante do vaso de pressão.

Se o estabelecimento não possuir essadocumentação parte da mesma deverá ser re-constituída conforme determinado neste subitem.

A reconstituição dos documentos é sem-pre de responsabilidade do proprietário dovaso de pressão. Para tanto, este poderá seutilizar dos serviços do fabricante do vaso oucaso este seja indeterminado ou já não exista,de um “Profissional Habilitado” ou empresaespecializada.

Normas técnicas internacionalmente re-conhecidas indicam que o cálculo da PMTAdeve considerar, além da pressão, outros es-forços solicitantes, devendo englobar todas aspartes do equipamento, tais como : conexões,flanges, pescoços de conexões, suportes, se-las, etc.

13.6.4.2 O proprietário de vaso de pressãodeverá apresentar, quando exigido pela auto-ridade competente do Órgão Regional doMinistério do Trabalho, a documentaçãomencionada no subitem 13.6.4.

A autoridade competente do "Órgão Re-gional do Ministério do Trabalho" (Delega-cia Regional do Trabalho – DRT) é o Delega-do Regional do Trabalho na sua jurisdição.

13.6.5 O Registro de Segurança deve serconstituído por livro de páginas numeradas,pastas ou sistema informatizado ou não, comconfiabilidade equivalente, onde serão regis-tradas:

a) todas as ocorrências importantes capa-zes de influir nas condições de segu-rança dos vasos;

b) as ocorrências de inspeção de segurança.O Registro de Segurança pode ser constitu-

ído por um livro de páginas numeradas paracada vaso de pressão ou de um livro de páginasnumeradas para diversos vasos de pressão.

É possível que a empresa utilize outro sis-tema (por exemplo: informatizado) desde que,de fato, apresente a mesma segurança contraburla e permita “assinatura eletrônica”.

É importante que sejam registradas nes-te livro somente as ocorrências que possamafetar a integridade física do ser humano.São exemplos típicos destas ocorrências: ex-plosões, incêndios, vazamentos, ruptura de

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Legislação e Normalizaçãocomponentes, operação fora dos valores pre-vistos, prazos de inspeção ultrapassados, fun-cionamento irregular das válvulas de seguran-ça, etc.

É prática nas unidades industriais, o preen-chimento do Livro de turno ou Livro de pas-sagem de serviço ou similar que poderá seraceito como Registro de Segurança desde queatenda o disposto no item 13.6.5.

13.6.6 A documentação referida no subi-tem 13.6.4 deve estar sempre á disposição paraconsulta dos operadores, do pessoal de manu-tenção, de inspeção e das representações dostrabalhadores e do empregador na ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes – CIPA,devendo o proprietário assegurar pleno aces-so a essa documentação, inclusive à represen-tação sindical da categoria profissional predo-minante no estabelecimento, quando formal-mente solicitado.

A documentação referida neste item de-verá estar sempre disponível para consulta efiscalização dentro do estabelecimento.

Quando for necessário retirar a documen-tação do estabelecimento deverá ser providen-ciada a sua duplicação.

13.7 Instalação de Vasos de Pressão13.7.1 Todo vaso de pressão deve ser ins-talado de modo que todos os drenos, respiros,bocas de visita e indicadores de nível, pressãoe temperatura, quando existentes, sejam facil-mente acessíveis.

Os acessórios descritos nesse subitem, quepossam exigir a presença do trabalhador paraoperação, manutenção ou inspeção, devempermitir acesso fácil e seguro através de es-cadas, plataformas e outros em conformidadecom as NR (Fig. 44 e Fig. 45).

Figura 45

a) dispor de pelo menos duas saídasamplas, permanentemente desobstru-ídas e dispostas em direções distintas;

b) dispor de fácil acesso e seguro para asatividades de manutenção, operação einspeção, sendo que, para guarda-cor-pos vazados, os vãos devem ter dimen-sões que impeçam a queda de pessoas;

c) dispor de ventilação permanente comentradas de ar que não possam ser blo-queadas;

d) dispor de iluminação conforme normasoficiais vigentes;

e) possuir sistema de iluminação de emer-gência.

As alíneas deste subitem referem-se aolocal onde está instalado o vaso de pressão.Desta maneira, a alínea “a” prescreve que aárea de processo ou ambiente onde esteja ins-talado o vaso de pressão deva possuir 2 (duas)saídas em direções distintas.

Deverá ser entendido como sistema de ilu-minação de emergência, todo sistema que, emcaso de falha no fornecimento de energia elé-trica, consiga manter adequadamente ilumi-nado os pontos estratégicos à operação dovaso de pressão. São exemplos destes siste-mas: lâmpadas ligadas à baterias que se autocarregam nos períodos de fornecimento nor-mal, geradores movidos à vapor ou motores àcombustão etc.

13.7.3 Quando o vaso de pressão for ins-talado em ambiente aberto a instalação devesatisfazer as alíneas “a”, “b”, “d”, e “e” do subi-tem 13.7.2. (Fig. 46, Fig. 47, Fig. 48 e Fig. 49).

Figura 46

13.7.2 Quando os vasos de pressão foreminstalados em ambientes confinados, a insta-lação deve satisfazer os seguintes requisitos:

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Legislação e Normalização

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Figura 47

Figura 48

Figura 49

13.7.4 Constitui risco grave e iminente onão atendimento às seguintes alíneas do subi-tem 13.7.2:

– “a”, “c” e “e” para vasos instalados emambientes confinados;

– “a” para vasos instalados em ambien-tes abertos;

– “e” para vasos instalados em ambien-tes abertos e que operem a noite.

13.7.5 Quando o estabelecimento nãopuder atender ao disposto no subitem 13.7.2deve ser elaborado “Projeto Alternativo deInstalação” com medidas complementares de se-gurança que permitam a atenuação dos riscos.

Caso o estabelecimento não possa aten-der às exigências estabelecidas no subitem13.7.2 ou obedecer a aspectos de segurança,saúde e meio ambiente previstos nas NR, nasconvenções ou mais disposições legais, deve-rá elaborar um “Projeto Alternativo de Insta-lação” contendo medidas concretas para ate-nuação dos riscos.

Este requisito se aplica tanto às instala-ções já existentes como para as novas insta-lações.

13.7.5.1 O Projeto Alternativo de Instala-ção deve ser apresentado pelo proprietário dovaso de pressão para obtenção de acordo com arepresentação sindical da categoria profissionalpredominante no estabelecimento.

13.7.5.2 Quando não houver acordo, con-forme previsto no subitem 13.7.5.1, a inter-mediação do órgão regional MTb, poderá sersolicitada por qualquer uma das partes e,persistindo o impasse, a decisão caberá a esseórgão.

13.7.6 A autoria do Projeto de Instalaçãode vasos de pressão enquadrados nas catego-rias “I”, “II” e “III”, conforme Anexo IV, noque concerne ao atendimento desta NR, é deresponsabilidade de Profissional Habilitado,conforme citado no subitem 13.1.2, e deve obe-decer os aspectos de segurança, saúde e meioambiente previstos nas Normas Regulamen-tadoras, convenções e disposições legais apli-cáveis.

A autoria do Projeto de Instalação de va-sos de pressão é de responsabilidade de Pro-fissional Habilitado.

Sempre que, na elaboração do projeto, oProfissional Habilitado solicitar a participa-ção de profissionais especializados e legal-mente habilitados, estes serão tidos como res-ponsáveis pela parte que lhes diga respeito,devendo ser explicitamente mencionados comoautores das partes que tiverem executado.

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Legislação e Normalização13.7.7 O Projeto de Instalação deve con-ter pelo menos a planta baixa do estabeleci-mento, com o posicionamento e a categoriade cada vaso e das instalações de segurança.

O Projeto de Instalação deverá conterpelo menos a planta baixa do estabelecimen-to, com o posicionamento e a categoria decada vaso de pressão existente na instalação.A planta deverá também posicionar instala-ções de segurança tais como: extintores, sis-temas de “sprinklers”, canhões de água, câ-maras de espuma, hidrantes etc.

Todos os documentos que compõem o Pro-jeto de Instalação deverão ser devidamenteassinados pelos profissionais legalmente ha-bilitados.

Quando uma instalação já existente nãopossuir os desenhos ou documentos citados ou,quando a identificação dos profissionais le-galmente habilitados não estiver clara, o Pro-jeto de Instalação deverá ser reconstituído sobautoria de um Profissional Habilitado.

13.8 Segurança na Operação de Vasos dePressão13.8.1 Todo vaso de pressão enquadradonas categorias “I” ou “II” deve possuir manu-al de operação próprio ou instruções de opera-ção contidas no manual de operação da unida-de onde estiver instalado, em língua portuguesae de fácil acesso aos operadores, contendo nomínimo:

a) procedimentos de partidas e paradas;b) procedimentos e parâmetros operacio-

nais e rotina;c) procedimentos para situações de emer-

gência;d) procedimentos gerais de segurança,

saúde e de preservação do meio am-biente.

O manual de operação das unidades quecontenham vasos de pressão de categorias “I”ou “II” deverá estar sempre disponível paraconsulta dos operadores, em local próximo aoseu posto de trabalho. O manual deverá sermantido atualizado, sendo que todas as alte-rações ocorridas nos procedimentos operacio-nais ou nas características dos equipamentos,deverão ser de pleno conhecimento dos ope-radores e serem prontamente incorporadas nosrespectivos manuais.

Este requisito também é aplicável a pla-taformas de exploração e produção de petró-leo e a navios.

13.8.2 Os instrumentos e controles de va-sos de pressão devem ser mantidos calibradose em boas condições operacionais.

Todos os instrumentos e controles que in-terfiram com a segurança do vaso de pressãodeverão ser periodicamente calibrados e se-rem adequadamente mantidos (Fig.50).

Figura 50

A utilização de artifícios como por exem-plo “jumps” que neutralizem instrumentos ousistemas de controle e segurança será consi-derada como risco grave e iminente e podeacarretar a interdição do equipamento.

A periodicidade de manutenção e a defini-ção de quais instrumentos e controles dos vasosde pressão deverão ser englobados neste subi-tem é de responsabilidade de profissionais le-galmente habilitados para cada especialidade.

13.8.2.1 Constitui condição de risco gravee iminente o emprego de artifícios que neutra-lizem seus sistemas de controle e segurança.

A utilização de jumps transitórios em si-tuações onde exista redundância ou onde es-teja sendo feita substituição ou reparos decomponentes não será considerada como “ar-tifício que neutralize” sistemas de controle ouinstrumentos.

Para esses casos, é necessário fazer estudodos riscos envolvidos e acompanhamento des-ta operação, envolvendo todos os setores quepossam por esta ser afetados.

13.8.3 A operação de unidades que pos-suam vasos de pressão de categorias “I” ou“II” deve ser efetuada por profissional comTreinamento de Segurança na Operação deUnidades de Processo, sendo que o não aten-dimento a esta exigência caracteriza condiçãode risco grave e iminente.

A responsável pela existência de opera-dores de unidades de processo treinados ade-quadamente é o dono do estabelecimento ouseu representante legal.

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Legislação e Normalização

49

Deve ser entendido que em função da com-plexidade da unidade, um operador poderáoperar simultaneamente diversos vasos depressão ou um único vaso de pressão poderáestar sob controle de diversos operadores. Éimportante que os operadores responsáveispela operação da unidade estejam em condi-ções de atuar prontamente para corrigir situa-ções anormais que se apresentem.

Por ocasião da implantação de sistemasdigitalizados de controle a distância (SDCD)considerar a existência de um efetivo capazde atuar em situações de emergência.

13.8.4 Para efeito desta NR será conside-rado profissional com Treinamento de Seguran-ça na Operação de Unidades de Processo aque-le que satisfazer uma das seguintes condições:

a) possuir certificados de Treinamento deSegurança na Operação de unidades deProcesso expedido por instituição com-petente para o treinamento;

b) possuir experiência comprovada naoperação de vasos de pressão das cate-gorias “I” ou “II” de pelo menos 2 (dois)anos antes da vigência desta NR.

Para casos onde for necessário a compro-vação de experiência na operação de unida-des de processo deve-se considerar:

– anotações na carteira de trabalho; ou– prontuário ou atribuições fornecidos

pelo estabelecimento; ou– testemunho de pessoas.Para cálculo dos 2 (dois) anos de experiên-

cia deverão ser descontados os tempos de in-terrupção.

13.8.5 O pré-requisito mínimo para par-ticipação, como aluno, no Treinamento de Se-gurança na Operação de Unidades de Proces-so é o atestado de conclusão do 1º grau.

13.8.6 O Treinamento de Segurança naOperação de unidades de Processo deve obri-gatoriamente:

a) ser supervisionado tecnicamente porProfissional Habilitado citado no subi-tem 13.1.2;

b) ser ministrada por profissionais capa-citados para esse fim;

c) obedecer, no mínimo, ao currículo noAnexo I-B desta NR.

Poderão ser incluídas no treinamento ou-tras matérias teóricas ou práticas que foremjulgadas relevantes pelo supervisor técnico dotreinamento.

13.8.7 Os responsáveis pela promoção doTreinamento de Segurança na Operação deUnidades de Processo estarão sujeitos ao im-pedimento de ministrar novos cursos, bemcomo as outras sanções legais cabíveis no casode inobservância do disposto subitem 13.8.6.

13.8.8 Todo profissional com Treinamen-to de Segurança na Operação de Unidades deProcesso, deve cumprir estágio prático, super-visionado, na operação de vasos de pressãocom as seguintes durações mínimas:

a) 300 (trezentas) horas para vasos de ca-tegorias “I” ou “II”;

b) 100 (cem) horas para vasos de catego-rias “III”, “IV” ou “V”.

A empresa ou estabelecimento deverá ar-quivar os documentos que comprovem a par-ticipação de seus operadores no referido es-tágio.

No caso de unidades que não possuamvasos de pressão de categorias “I” ou “II”não há necessidade de existirem profissionaiscom Treinamento de Segurança na Operaçãode Unidades de Processo. Faz-se necessáriono entanto o cumprimento de estágio práticosupervisionado de, 100 horas.

O supervisor de estágio poderá ser porexemplo:

– o chefe da operação;– um operador chefe;– um engenheiro responsável pelo pro-

cesso;– “Profissional Habilitado”;– operador mais experiente.

13.8.9 O estabelecimento onde for reali-zado o estágio prático supervisionado deve in-formar previamente à representação sindicalda categoria profissional predominante no es-tabelecimento:

a) período de realização do estágio;b) entidade, empresa ou profissional res-

ponsável pelo Treinamento de Seguran-ça na Operação de Unidades de Pro-cesso;

c) relação dos participantes do estágio.

13.8.10 A reciclagem de operadores deveser permanente por meio de constantes infor-mações das condições físicas e operacionaisdos equipamentos, atualização técnica, infor-mações de segurança, participação em cursos,palestras e eventos pertinentes.

A necessidade e ocasião da reciclagem sãode responsabilidade do empregador.

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50

Legislação e Normalização

Para efeito de comprovação, deverá seranexado à pasta funcional de cada operadoro tipo de atividade, data de realização, dura-ção, etc.

13.8.11 Constitui condição de risco gravee iminente a operação de qualquer vaso depressão em condições diferentes das previstasno projeto original, sem que:

a) seja reprojetado levando em consi-deração todas as variáveis envolvidasna nova condição de operação;

b) sejam adotados todos os procedimen-tos de segurança decorrentes de suanova classificação no que se refere ainstalação, operação, manutenção e ins-peção.

A operação de vasos de pressão em con-dições diferentes das previstas em seu projetopode ser extremamente perigosa.

São exemplos de condições objeto desteitem:

– pressões superiores às de operação;– temperaturas superiores às considera-

das no projeto;– utilização de fluidos diferentes dos pre-

vistos originalmente;– alterações de geometria, espessura,

tipo de material etc.Sempre que forem efetuadas modificações

no projeto do vaso de pressão ou nas suascondições operacionais deverão ser adotadostodos os procedimentos de segurança neces-sários.

As modificações efetuadas deverão sem-pre fazer parte da documentação do vaso depressão.

13.9. Segurança na Manutenção de Vasosde Pressão13.9.1. Todos os reparos ou alterações emvasos de pressão devem respeitar o respectivocódigo de projeto de construção e as prescri-ções do fabricante no que se refere a:

a) materiais;b) procedimentos de execução;c) procedimentos de controle de qualidade;d) qualificação e certificação de pessoal.No caso de tubulação a abrangência des-

te subitem limita-se ao trecho compreendidoentre o corpo do vaso e a solda ou flange maispróximo.

Deve ser considerado como “reparo”qualquer intervenção que vise corrigir nãoconformidades com relação ao projeto original.

Por exemplo: reparos com solda para recom-por áreas danificadas, remoção de defeitos emjuntas soldadas ou no metal base, substitui-ção de internos ou conexões corroídas, etc.

Deve ser considerado como “alteração”qualquer intervenção que resulte em altera-ções no projeto original inclusive nos parâ-metros operacionais do vaso. Por exemplo,alterações nas especificações dos materiais,mudanças de internos ou conexões, mudan-ças de geometria, etc.

São exemplos de qualificação e certifica-ção de pessoal os procedimentos previstos pelocódigo ASME Seção IX (Qualificação deSoldagem e Brasagem) e Seção V (EnsaiosNão-Destrutivos).

13.9.1.1 Quando não for conhecido o có-digo de projeto de construção, deverá ser res-peitada a concepção original do vaso, empre-gando-se procedimentos de controle do maiorrigor, prescritos pelos códigos pertinentes.

Caso a documentação do vaso de pressãotenha se extraviado e não seja possível locali-zar o fabricante, os reparos e alterações de-verão respeitar a concepção adotada original-mente. Nestas ocasiões, quando forem neces-sários reparos e alterações o ProfissionalHabilitado deverá propor testes e ensaios, bemcomo critérios de aceitação compatíveis comos mais rigorosos dos códigos de projeto re-conhecidos internacionalmente.

13.9.1.2 A critério do Profissional Habili-tado, citado no subitem 13.1.2, podem ser uti-lizadas tecnologias de cálculo ou procedimen-tos mais avançados, em substituição aos pre-vistos pelo códigos de projeto.

Em casos particulares e desde que emba-sado pelo Profissional Habilitado poderão serutilizados procedimentos de cálculo e tecno-logias não previstas pelo código de projeto.São exemplos destes procedimentos: técnicasde mecânica da fratura que permitam a con-vivência com descontinuidades subcríticas,técnicas alternativas de soldagem que dispen-sem o alívio de tensões, modelagem por ele-mentos finitos, etc.

13.9.2 Projetos de Alteração ou Reparodevem ser concebidos previamente nas seguin-tes situações:

a) sempre que as condições de projeto fo-rem modificadas;

b) sempre que forem realizados reparosque possam comprometer a segurança.

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Legislação e Normalização

51

Antes da execução de qualquer reparo oualteração que possam comprometer a segu-rança do vaso de pressão (Fig. 51 e Fig. 52)ou dos trabalhadores, deverá ser elaborado orespectivo Projeto de Alteração ou Reparo quepassará a fazer parte da documentação dovaso de pressão.

Figura 51

Figura 52

O Projeto de Alteração e Reparo pode serconcebido por firma especializada desde que amesma esteja registrada no CREA e disponhade responsável técnico legalmente habilitado.

Reparos ou alterações que envolvam asespecialidades de eletricidade, eletrônicas ouquímica deverão ser concebidos e assinadospor profissionais legalmente habilitados paracada campo específico. Independente destanecessidade, todo Projeto de Alteração e Re-paro deverá ser assinado por ProfissionalHabilitado.

13.9.4 Todas as intervenções que exijamsoldagem em partes que operem sob pressãodevem ser seguidas de teste hidrostático, comcaracterísticas definidas pelo Profissional Ha-bilitado, citado no subitem 13.1.2, levando emconta o disposto no item 13.10.

Quando não definidos em normas ou có-digos, caberá ao Profissional Habilitado emfunção de sua experiência e conhecimentodefinir os parâmetros envolvidos no teste hi-drostático. Nestes parâmetros deverão constar:

– medidas de segurança necessáriaspara proteção das pessoas envolvidasna realização do teste;

– fluido a ser utilizado para pressuri-zação;

– taxa de subida da pressão e patamaresquando necessário;

– pressão final do teste;– tempo em que o equipamento ficará

pressurizado.As características e resultados do teste

hidrostático deverão constar do “Relatório deInspeção de Segurança” que compreende oteste, seja ela inicial, periódica ou extraordi-nária.

13.9.4.1 Pequenas intervenções superficiaispodem ter o teste hidrostático dispensado, àcritério do Profissional Habilitado, citado nosubitem 13.1.2.

13.9.5 Os sistemas de controle e seguran-ça dos vasos de pressão devem ser submeti-dos a manutenção preventiva ou preditiva.

A definição dos instrumentos e sistemasde controle a serem incluídos no plano demanutenção preditiva / preventiva, bem comoa respectiva periodicidade, deverá ser atribu-ída a profissionais com competência legalpara executar este tipo de atividade.

Não é necessário enviar o Projeto deAlteração ou Reparo para apreciação de ór-gãos externos à empresa, tais como: DRT, sin-dicato, etc.

São exemplos de Projetos de Alteração ouReparo: alteração de especificação de mate-riais do vaso ou acessório, inclusão ou exclu-são de conexões, reparos com solda, etc.

13.9.3 O Projeto de Alteração ou Reparo deve:a) ser concebido ou aprovado por “Pro-

fissional Habilitado”, citado no subi-tem 13.1.2;

b) determinar materiais, procedimentosde execução, controle de qualidade equalificação de pessoal;

c) ser divulgado para funcionários doestabelecimento que possam estar envol-vidos com o equipamento.

Page 52: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

52

Legislação e Normalização

13.10 Inspeção de Segurança de Vasosde Pressão13.10.1 Os vasos de pressão devem sersubmetidos a inspeções de segurança inicial,periódica e extraordinária.

13.10.2 A inspeção de segurança inicialdeve ser feita em vasos novos, antes de suaentrada em funcionamento, no local definiti-vo de instalação, devendo compreender exa-me externo, interno e teste hidrostático, con-siderando as limitações mencionadas no subi-tem 13.10.3.5.

Não serão aceitos como inspeção de se-gurança inicial exames internos, externos eteste hidrostático efetuados nas dependênciasdo fabricante do vaso de pressão . Estes exa-mes são importantes e necessários porém nãoconstituem a Inspeção de Segurança Inicialuma vez que, seus componentes podem sofreravarias durante o transporte, armazenamen-to e montagem no local definitivo. A Inspeçãode Segurança Inicial só poderá ser realizadaquando o vaso de pressão já estiver instaladoem seu local definitivo.

Valem para esse subitem as ressalvas fei-tas quanto a realização do teste hidrostáticoconstantes dos subitens 13.10.3.4 e 13.10.3.5.

13.10.3 A inspeção de segurança periódi-ca, constituída por exame externo, interno eteste hidrostático, deve obedecer aos seguin-tes prazos máximos estabelecidos a seguir:

a) Para estabelecimentos que não possuamServiço Próprio de Inspeção de Equi-pamentos, conforme citado no Anexo II:

Categoria do Exame Exame Testevaso externo interno hidrostático

I 1 ano 3 anos 6 anosII 2 anos 4 anos 8 anosIII 3 anos 6 anos 12 anosIV 4 anos 8 anos 16 anosV 5 anos 10 anos 20 anos

b) Para estabelecimentos que possuamServiço Próprio de Inspeção de Equi-pamentos, conforme citado no Anexo II:

Categoria do Exame Exame Testevaso externo interno hidrostático

I 3 anos 6 anos 12 anosII 4 anos 8 anos 16 anosIII 5 anos 10 anos a critérioIV 6 anos 12 anos a critérioV 7 anos a critério a critério

A abrangência da inspeção de segurançaperiódica bem como as técnicas a serem utili-zadas deverão ser definidas pelo ProfissionalHabilitado com base no histórico do vaso depressão e nas normas técnicas vigentes.

Os prazos definidos nesse item devem serconsiderados como máximos. O prazo realdeverá ser estabelecido pelo Profissional Ha-bilitado em função da experiência anteriordisponível, devendo ser contado a partir doúltimo exame executado no vaso de pressão.

Os prazos estabelecidos na alínea “b” sãoaplicáveis a empresas que possuam ServiçoPróprio de Inspeção de Equipamentos, certi-ficado em conformidade com as prescriçõesdo Anexo II.

Não faz parte do escopo dessa NR deta-lhar métodos ou procedimentos de inspeção.Esta ação deverá ser feita pelo “ProfissionalHabilitado” com base em códigos e normasinternacionalmente reconhecidos e conheci-mentos de engenharia.

Uma vez, que mesmo fora de operaçãoalguns vasos poderão sofrer desgaste corro-sivo acentuado deverá ser considerada paracontagem do prazo de inspeção a data da úl-tima inspeção de segurança completa e não adata de início ou retomada de operação.

13.10.3.1 Vasos de pressão que não permi-tam o exame interno ou externo por impossi-bilidade física devem ser alternativamente sub-metidos a teste hidrostático, considerando-seas limitações previstas no subitem 13.10.3.5.

São exemplos de vasos de pressão que nãopermitem o exame interno:

– aqueles que não possuem bocas de vi-sita ou aberturas que permitam a pas-sagem de uma pessoa;

– aqueles cujo diâmetro do casco nãopermite o acesso de uma pessoa;

– trocadores de calor com espelho sol-dado ao casco, etc.

São exemplos de equipamentos que nãopermitem o acesso externo:

– equipamentos enterrados.

13.10.3.2 Vasos com enchimento interno oucom catalisador podem ter a periodicidade deexame interno ou de teste hidrostático ampli-ada, de forma a coincidir com a época da subs-tituição de enchimentos ou de catalisador, des-de que esta ampliação não ultrapasse 20% doprazo estabelecido no subitem 13.10.3 destaNR.

Page 53: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

Legislação e Normalização

53

São exemplos de enchimento interno devasos de pressão (Fig. 53 e Fig.54):

– argila;– carvão ativado;– aparas de aço;– anéis de “Raschig”;– enchimentos orientados.

Figura 53

Não deverão ser considerados como en-chimento interno acessórios desmontáveis, taiscomo:

– bandejas;– demister;– distribuidores.

13.10.3.3 Vasos com revestimento internohigroscópico. devem ser testados hidrostatica-mente antes da aplicação do mesmo, sendo ostestes subsequentes substituídos por técnicasalternativas.

Um exemplo típico de revestimento inter-no higroscópico é o revestimento refratário.

13.10.3.4 Quando for tecnicamente inviávele mediante anotação no Registro de Seguran-ça pelo Profissional Habilitado, citado no su-bitem 13.1.2, o teste hidrostático pode ser subs-tituído por outra técnica de ensaio não-destru-tivo ou inspeção que permita obter segurançaequivalente.

O responsável pela definição das técni-cas de inspeção que proporcionem segurançaequivalente ao teste hidrostático é o Profissio-nal Habilitado.

São exemplos destas técnicas:– ensaio ultra-sônico;– ensaio radiográfico;– ensaio com líquido penetrante;– ensaio com partículas magnéticas;– ensaio de estanqueidade.A decisão pela substituição do teste hi-

drostático por outras técnicas deverá fazerparte do relatório de inspeção de segurançacorrespondente, devidamente assinado peloProfissional Habilitado.

13.10.3.5 Considera-se como razões técni-cas que inviabilizam o teste hidrostático:

a) resistência estrutural da fundação ou dasustentação do vaso incompatível como peso da água que seria usada no teste;

b) efeito prejudicial do fluido de teste aelementos internos do vaso;

c) impossibilidade técnica de purga e se-cagem do sistema;

d) existência de revestimento interno;e) influência prejudicial do teste sobre

defeitos subcríticos.As razões técnicas que inviabilizam o teste

hidrostático citadas nesse item são as mais fre-qüentes. Poderão existir outras razões queinviabilizem o teste hidrostático além das citadas.

Razões econômicas não deverão ser consi-deradas como restrições ao teste hidrostático.

São exemplos de revestimento interno queusualmente inviabilizam o teste hidrostático:

– revestimentos vitrificados;– revestimentos higroscópicos (refratários).Em contrapartida, não são considerados

razões técnicas que inviabilizam o teste hidros-tático a existência de revestimentos pintados,cladeados, “linning”, etc.

13.10.3.6 Vasos com temperatura de opera-ção inferior a 0ºC e que operem em condiçõesnas quais a experiência mostra que não ocorredeterioração, ficam dispensados do teste hi-drostático periódico, sendo obrigatório exameinterno a cada 20 (vinte) anos e exame exter-no a cada 2 (dois) anos.

Os vasos de pressão que operam abaixode 0ºC, vasos criogênicos, raramente estãosujeitos a deterioração severa. A inspeção in-terna freqüente e o teste hidrostático poderãoprovocar fenômenos que comprometam suavida útil.

Desta forma a NR-13 não prevê a obriga-toriedade da execução do teste hidrostático eestabelece prazos para inspeção interna de até20 (vinte) anos, valor este compatível com oprevisto em outras legislações internacionais.

O detalhamento dos exames internos eexternos deverá respeitar normas de carátervoluntário internacionalmente reconhecidos.

13.10.3.7 Quando não houver outra alterna-tiva, o teste pneumático pode ser executado,desde que supervisionado pelo ProfissionalHabilitado, citado no subitem 13.1.2, e cerca-do de cuidados especiais, por tratar-se de ati-vidade de alto risco.

Page 54: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

54

Legislação e Normalização13.10.4 As válvulas de segurança dos va-sos de pressão devem ser desmontadas, inspe-cionadas e recalibradas por ocasião do exameinterno periódico.

Os serviços previstos nesse item poderãoser realizados através da remoção da válvulae deslocamento para oficina ou no própriolocal de instalação (Fig. 55).

Figura 55

Caso os detalhes construtivos da válvulade segurança e da unidade permitam, poderáser verificada a pressão de abertura, atravésde dispositivos hidráulicos, com o vaso depressão em operação.

Os prazos estabelecidos nesse subitempara inspeção e manutenção das válvulas desegurança são máximos. Prazos menores de-verão ser estabelecidos quando o históricooperacional das mesmas revele problemas emprazos menores do que os previstos para exa-me interno periódico do vaso. Desta maneira,a inspeção das válvulas de segurança poderáocorrer em datas defasadas do exame internoperiódico.

Da mesma forma, quando os prazos paraexame interno forem muito dilatados, como nocaso de vasos criogênicos, prazos menorespara inspeção das válvulas de segurança de-verão ser estabelecidos.

13.10.5 A inspeção de segurança extraor-dinária deve ser feita nas seguintes oportuni-dades:

a) sempre que o vaso for danificado poracidente ou outra ocorrência que com-prometa sua segurança;

b) quando o vaso for submetido a repa-ro ou alterações importantes, capazesde alterar sua condição de segurança;

c) antes do vaso ser recolocado em funcio-namento, quando permanecer inativopor mais de 12 (doze) meses;

d) quando houver alteração de local deinstalação do vaso.

A inspeção de segurança extraordináriapode abranger todo o vaso de pressão ou par-te do mesmo, conforme a necessidade e a cri-tério do Profissional Habilitado.

13.10.6 A inspeção de segurança deve serrealizada por Profissional Habilitado, citadono subitem 13.1.2, ou por Serviço Próprio deInspeção de Equipamentos, conforme citadono Anexo II.

Esse subitem refere-se a todos os tipos deinspeção de segurança, inicial, periódica ouextraordinária.

O Profissional Habilitado pode contarcom a participação de inspetores e de técni-cos de inspeção para inspeções de segurança.

Firmas especializadas podem ser utiliza-das desde que sejam inscritas no CREA e pos-suam Profissionais Habilitados.

13.10.7 Após a inspeção do vaso deve seremitido Relatório de Inspeção, que passa a fa-zer parte da sua documentação.

Entende-se que o término da inspeçãoocorre quando o vaso de pressão é liberadopara retornar à operação. A data de conclu-são do relatório técnico não deve ser conside-rada como data de término da inspeção.

13.10.8 O “Relatório de Inspeção” deveconter no mínimo:

a) identificação do vaso de pressão;b) fluidos de serviços e categoria do vaso

de pressão;c) tipo do vaso de pressão;d) data de início e término da inspeção;e) tipo de inspeção executada;f) descrição dos exames e teste executados;g) resultado das inspeções e intervenções

executadas;h) conclusões;i) recomendações e providências neces-

sárias;j) data prevista para a próxima inspeção;k) nome legível, assinatura e número do

registro no conselho profissional doProfissional Habilitado, citado no su-bitem 13.1.2, e nome legível e assina-tura de técnicos que participaram dainspeção.

São exemplos de tipo de vaso de pres-são a informação se o mesmo é um reator, fil-tro, coluna de destilação, esfera de armaze-namento, etc.

Page 55: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

Legislação e Normalização

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Um exemplo da alínea “h” seria:“Em função das inspeções e manutenções

executadas o vaso de pressão poderá serrecolocado em operação, devendo ser subme-tido a nova inspeção de segurança periódicana data __/__/__”

Um exemplo da alínea “i” seria:“Durante a próxima campanha deste vaso

de pressão deverão ser tomadas as seguintesprovidências”:

– melhorar a fixação da placa de identi-ficação;

– substituir a conexão do cabo de ater-ramento;

– adequar a pintura das linhas de arcomprimido a NR-26;

– alterar o valor da PMTA e fazer osajustes necessários dos dispositivos desegurança.

13.10.9 Sempre que os resultados da inspe-ção determinarem alterações dos dados da placade identificação, a mesma deve ser atualizada.

ANEXO I-BCURRÍCULO MÍNIMO PARA

TREINAMENTO DE SEGURANÇA NAOPERAÇÃO DE UNIDADES DE

PROCESSO1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS EUNIDADES

Carga horária: 04 horas1.1. Pressão

1.1.1. Pressão atmosférica1.1.2. Pressão interna de um vaso1.1.3. Pressão manométrica, pressão rela-

tiva e pressão absoluta1.1.4. Unidades de pressão

1.2. Calor e Temperatura1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que

é temperatura1.2.2. Modos de transferência de calor1.2.3. Calor específico e calor sensível1.2.4. Transferência de calor a tempera-

tura constante1.2.5. Vapor saturado e vapor superaque-

cido

2. EQUIPAMENTOS DE PROCESSOCarga horária: estabelecida de acordo

com a complexidade da unidade, mantendo ummínimo de 4 horas por item, onde aplicável.

2.1. Trocadores de calor2.2. Tubulação, válvulas e acessórios2.3. Bombas2.4. Turbinas e ejetores2.5. Compressores2.6. Torres, vasos, tanques e reatores2.7. Fornos2.8. Caldeiras

3. ELETRICIDADECarga horária: 04 horas

4. INSTRUMENTAÇÃOCarga horária: 08 horas

5. OPERAÇÃO DA UNIDADECarga horária: estabelecida de acordo

com a complexidade da unidade5.1. Descrição do processo5.2. Partida e parada5.3. Procedimentos de emergência5.4. Descarte de produtos químicos e preser-vação do meio ambiente5.5. Avaliação e controle de riscos inerentes aoprocesso5.6. Prevenção contra deterioração, explosão eoutros riscos

6. PRIMEIROS SOCORROSCarga horária: 08 horas

7. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃOCarga horária: 04 horas

O currículo apresentado é mínimo, po-dendo ser acrescido de outras disciplinas, outer a carga horária das disciplinas estendidasem função das particularidades de cada esta-belecimento.

O currículo é aplicável ao treinamento deoperadores de unidades de processo que conte-nham vasos de pressão de categorias “I” ou “II”.

Considera-se que os cursos de formaçãode operadores existentes nas empresas, quecontemplem totalmente as disciplinas e cargahorária previstas neste Anexo, podem ser equi-valentes ao Treinamento de Segurança na Ope-ração de Unidades de Processo desde que, sejaemitido o certificado previsto no subitem13.8.4 alínea “a”.

Page 56: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

56

Legislação e Normalização

ANEXO IIREQUISITOS PARA

CERTIFICAÇÃO DE “SERVIÇOPRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE

EQUIPAMENTOS”Antes de colocar em prática os períodos

especiais entre inspeções, estabelecidos nossubitens 13.5.4. e 13.10.3. desta NR, os “Ser-viços Próprios de Inspeção de Equipamentos”da empresa, organizados na forma de setor,seção, departamento, divisão, ou equivalente,devem ser certificados pelo Instituto Nacionalde Metrologia, Normalização e Qualidade In-dustrial (INMETRO) diretamente ou median-te “Organismos de Certificação” por ele cre-denciados, que verificarão o atendimento aosseguintes requisitos mínimos expressos nasalíneas “a” a “g”. Esta certificação pode sercancelada sempre que for constatado o nãoatendimento a qualquer destes requisitos:

a) existência de pessoal próprio da empreaonde estão instalados caldeira ou vasode pressão, com dedicação exclusiva deinspeção, avaliação de integridade evida residual, com formação, qualifi-cação e treinamento compatíveis coma atividade proposta de preservação dasegurança;

b) mão de obra contratada para ensaiosnão-destrutivos certificada segundo re-gulamentação vigente e para outros ser-viços de caráter eventual, selecionadae avaliada segundo critérios semelhantesao utilizado para a mão de obra própria;

c) serviço de inspeção de equipamentosproposto possuir um responsável peloseu gerenciamento formalmente desig-nado para esta função;

d) existência pelo menos um “Profissio-nal Habilitado”, conforme definido nosubitem 13.1.2;

e) existência de condições para manuten-ção de arquivo técnico atualizado, ne-cessário ao atendimento desta NR, as-sim como mecanismos para distribui-ção de informações quando requeridas;

f) existência de procedimentos escritospara as principais atividades execu-tadas;

g) existência de aparelhagem condizentecom a execução das atividades propostas.

O assunto é objeto de regulamentaçãocomplementar expedida pelo INMETRO.

Para o caso específico de plataformas deprodução e exploração de Petróleo e navios oserviço próprio de inspeção de equipamentospoderá ser instalado “em terra”.

ANEXO III1. Esta NR deve ser aplicada aos seguintesequipamentos

a) qualquer vaso cujo produto “P.V” sejasuperior a 8 (oito) onde “P” é a máxi-ma pressão de operação em kPa e “V”o seu volume geométrico interno emm3, incluindo:– permutadores de calor, evaporadores

e similares (Fig. 56 e Fig. 57);

Figura 56

Figura 57-58

Page 57: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

Legislação e Normalização

57

– vasos de pressão ou partes sujeitasa chama direta que não estejam den-tro do escopo de outras NRs, nemdo item 13.1. desta NR (Fig. 58);

– vasos de pressão encamisados, in-cluindo refervedores e reatores;

– autoclaves e caldeiras de fluido tér-mico que não o vaporizem (Fig. 59,Fig. 60 e Fig. 61).

Figura 59

Figura 60

Figura 61

b) vasos que contenham fluido da clas-se “A”, especificados no Anexo IV, in-dependente das dimensões e do produ-to “P.V” (Fig. 62).

Figura 62

2. Esta NR não se aplica aos seguintes equi-pamentos

a) cilindros transportáveis, vasos destina-dos ao transporte de produtos, reserva-tórios portáteis de fluido comprimidoe extintores de incêndio (Fig. 63 e Fig. 64);

Figura 63

Figura 64-71

Page 58: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

58

Legislação e Normalizaçãob) os destinados à ocupação humana;c) câmara de combustão ou vasos que fa-

çam parte integrante de máquinas rota-tivas ou alternativas, tais como bom-bas, compressores, turbinas, geradores,motores, cilindros pneumáticos e hidrá-ulicos e que não possam ser caracteri-zados como equipamentos independen-tes (Fig. 65);

Figura 65

d) dutos e tubulações para condução defluido (Fig. 66 e Fig. 67);

Figura 66

Figura 67

e) serpentinas para troca térmica;f) tanques e recipientes para armazena-

mento e estocagem de fluidos não en-quadrados em normas e códigos de proje-to relativos a vasos de pressão (Fig. 68);

Figura 68-69

g) vasos com diâmetro interno inferior a150 (cento e cinqüenta) mm para flui-dos da classe “B”, “C” e “D”, confor-me especificado no Anexo IV.

Coletores, por exemplo “header”, “mani-fold” etc de vapor ou outros fluidos,Lançadores ou recebedores de “PIG” nãodevem ser considerados como vasos de pres-são (Fig.69).

Trocadores de calor poderão ter sua cate-goria estabelecida de duas formas diferentes:

1. Considerando-se a categoria mais crí-tica entre o casco e o cabeçote (carretel);

2. Considerando-se o casco como umvaso de pressão e o cabeçote como ou-tro vaso de pressão.

Esta NR não se aplica a vasos intimamen-te ligados a equipamentos rotativos ou alter-nativos pois entende-se que além dos esforçosde pressão, estes equipamentos estão sujeitosa esforços dinâmicos que poderão provocarfadiga, corrosão fadiga etc. Entende-se que taisvasos sejam cobertos por normas específicasmais rigorosas que a NR-13. São exemplosdesta situação:

– cárter de motores a combustão;– volutas de bombas;– cilindros hidráulicos;– carcaças de bombas e compressores. Vasos de pressão instalados em pacotes

com objetivo único de redução de espaço físi-co ou facilidade de instalação, não são consi-derados como integrantes de máquinas e por-tanto estão sujeitos aos requisitos da NR-13quando o P.V > 8. Exemplos desta situação:

– pulmões de ar comprido que suportampequenos compressores alternativos(Fig.70);

Page 59: COMENTÁRIOS PETROBRAS SOBRE A NR 13

Legislação e Normalização

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Figura 70-74– trocadores de calor para resfriamento

de água ou óleo de máquinas rotativas(Fig.71);

– amortecedores de pulsação de compres-sores e de bombas (Fig.72 e Fig.73);

Figura 72

Figura 73

– filtros;– Cilindros rotativos pressurizados (Fig.74).Recipientes criogênicos para estocagem de

gases liqüefeitos derivados do ar, tais como oxi-gênio, nitrogênio, dioxido de carbono etc., quan-do fabricados segundo normas e códigos de pro-jeto específicos, não relativos a vasos de pres-são, deverão ser enquadrados no anexo III, item2, letra f da NR-13 (Fig. 75, Fig. 76 e Fig.77).

Figura 75

Figura 76

Figura 77

Outros exemplos (Fig. 78, Fig. 79 e Fig. 80)

Figura 78

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Legislação e Normalização

Figura 79

Figura 80

ANEXO IVCLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE

PRESSÃO1. Para efeito desta NR os vasos de pressão

são classificados em categorias segundo otipo de fluido e o potencial de risco.1.1. Os fluidos contidos nos vasos de pres-

são são classificados conforme descri-to a seguir:– Classe “A”:– Fluidos inflamáveis;– Combustível com temperatura supe-

rior ou igual a 200ºC;– Fluidos tóxicos com limite de tole-

rância igual ou inferior a 20 ppm;

– Hidrogênio;– Acetileno.

Classe “B”:– Fluidos combustíveis com temperatu-

ra inferior a 200ºC;– Fluidos tóxicos com limite de tolerân-

cia superior a 20 ppm.

Classe “C”:– Vapor de água, gases asfixiantes sim-

ples ou ar comprimido.

Classe “D”:– Água ou outros fluidos não enquadra-

dos nas classes “A”, “B” ou “C”, comtemperatura superior a 50ºC.

1.1.1. Quando se tratar de mistura, de-verá ser considerado para fins declassificação o fluido que apre-sentar maior risco aos trabalha-dores e instalações consideran-do-se sua toxicidade, inflamabi-lidade e concentração.

1.2 Os vasos de pressão são classificadosem grupos de potencial de risco emfunção do produto “P.V”, onde “P” é apressão máxima de operação em MPae “V” o seu volume geométrico inter-no em m3, conforme segue:GRUPO 1 – P.V ³ 100

GRUPO 2 – P.V < 100 E PV ³ 30

GRUPO 3 – P.V < 30 E PV ³ 2,5

GRUPO 4 – P.V < 2,5 E PV ³ 1

GRUPO 5 – P.V < 1

1.2.1. Vasos de pressão que operemsob a condição de vácuo deve-rão enquadrar-se nas seguintescategorias:– categoria I – para fluidos in-

flamáveis;– categoria V – para outros fluidos.

1.3. A tabela a seguir classifica os vasos depressão em categorias de acordo comos grupos de potencial de risco e a clas-se de fluido contido.

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Legislação e Normalização

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GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO

1

P.V ≥ 100

2 P.V < 100

P.V ≥ 30

3 P.V. < 30

P.V ≥ 2,5

4 P.V < 2,5

P.V ≥ 1

5

P.V < 1

CATEGORIAS “A” • Líquidos inflamáveis • Combustível com temperatura igual ou

superior a 200ºC • Tóxico com limite de tolerância ≤ 20

ppm • Hidrogênio • Acetileno

I

I

II

III

III

“B” • Combustível com temperatura menor

que 200ºC • Tóxico com limite de tolerância > 20

ppm

I

II

III

IV

IV

“C” • Vapor de água • Gases asfixiantes simples • Ar comprimido

I

II

III

IV

V

“D” • Água ou outros fluidos não enquadrados

nas classes “A”, “B” ou “C”, com temperatura superior a 50ºC.

II

III

IV

V

V

CLASSE

DE

FLUIDO

Notas:a) Considerar Volume em m3 e Pressão em MPa.b) Considerar 1 MPa correspondendo à 10,197 kgf/cm2.

A classificação dos fluidos em inflamá-veis e combustíveis deve atender às prescri-ções da NR-20.

Sempre deverá ser considerada a condi-ção mais crítica. Por exemplo, se um gás forasfixiante simples (fluido classe C) e inflamá-vel (fluido classe A) deverá ser consideradocomo inflamável.

A temperatura a ser utilizada para classi-ficação é a de operação do vaso de pressão.

A toxicidade dos fluidos deve atender aoprevisto nas NR. Caso os limites de tolerânciapara o fluido ou mistura não estejam contem-plados, deverão ser utilizados valores aceitosinternacionalmente.

Quando um vaso de pressão contiver umamistura de fluido, deverá ser considerado parafins de classificação, o fluido que apresentemaior risco aos trabalhadores, instalações emeio ambiente desde que sua concentração namistura seja significativa, a critério do estabe-lecimento.

Para efeito de classificação, os valores depressão máxima de operação poderão ser ob-tidos a partir dos dados de engenharia de pro-cesso, das recomendações do fabricante dovaso de pressão, ou das características funcio-nais do equipamento.

Caso seja significativo poderão ser des-contados do volume geométrico interno dovaso de pressão o volume ocupado por inter-nos não porosos.

Todo vaso de pressão cujo produto “P.V”seja maior que 8 (oito) é enquadrado na NR-13. Os vasos cujo produto “P.V” seja superiora 8 (oito), porém cujo fluido não se enquadrenas classes definidas no Anexo IV, deverão tersua categoria atribuída em função do históri-co operacional e do risco oferecido aos traba-lhadores e instalações, considerando-se: toxi-cidade, inflamabilidade e concentração. Paracálculo do produto “P.V” a pressão deve estarem kPa.

Os valores de pressão máxima de opera-ção a serem utilizados para cálculo do produ-to “P.V” na tabela do Anexo IV deverão estarem Megapascal (Mpa).

Água abaixo de 50ºC e outros fuidos que não seenquadrem nas classes listadas neste anexo deverãoser enquadrados como Classe “D”.

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Legislação e NormalizaçãoExemplos de classificação de vasos de pressão:

1º casoEquipamento: Fracionadora de EtilenoTemperatura de operação: – 30°CVolume geométrico: 785 m3

Pressão de Operação: 20,4 kgf/cm2

Produto: Etileno

a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR-13Máxima Pressão de Operação = 20,4 kgf/cm2

Para transformar para kPa ® 20,4

0,010197 = 2000,58 kPa

P.V = 2000,58 (kPa) x 785 (m3)

P.V = 1.570.461,90

P. V >> 8, portanto o vaso se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vasoProduto Etileno = fluido inflamável = fluido classe “A”

P.V = 2,00058 MPa x 785 m3 = 1570,45 (portanto P.V > 100)

Com P.V ³ 100 e fluido classe “A”, vamos à tabela doAnexo IV e tiramos que o Vaso é Categoria I.

2º casoEquipamento: Filtro de Óleo LubrificanteTemperatura de Operação: 40ºCVolume geométrico: 290 litrosPressão Máxima de Operação: 5,0 kgf/cm2

Produto: Óleo Lubrificante

a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR-13Máxima Pressão de Operação: 5,0 kgf/cm2

Para transformar para kPa ® 50,0

0,010197

Máxima Pressão de Operação: 490,34 kPa

Volume geométrico: 2,90 = 0,290 m3

Produto P.V = 490,34 kPa x 0,290 m3 = 142,19

P.V > 8, portanto se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vasoProduto = óleo lubrificante = fluido “Classe B”

P.V = 0,49034 MPa x 0,290 m3 = 0,142, portanto grupode potencial de risco = 5 e fluido classe “B”

Entrando na tabela do, Anexo IV determinamos que ovaso é categoria IV.

Anotações

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