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O DIREITO INGLÊS: COMMON LAW COMMON LAW Professor: Carlos Eduardo Viana Kortz IIES – 2º Semestre - 2012

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O DIREITO INGLÊS: COMMON LAWCOMMON LAW

Professor: Carlos Eduardo Viana Kortz

IIES – 2º Semestre - 2012

1 – Extensão Geográfica

� Aplica-se o direito inglês à Inglaterra e ao País deGales.

� Na Grã-Bretanha, observa-se que a Escócia, asilhas do canal da mancha e a Ilha de Man, nãoestão submetidas ao direito inglês.

2 – Histórico (Períodos)

� Período entre 1066 ao advento da dinastia Tudor(1485) – Formação da Common Law;

Período entre 1485 e 1832, marcado pelo� Período entre 1485 e 1832, marcado pelodesenvolvimento de um sistema complementar e àsvezes rival da Common Law, baseado em regras de“equidade”(Equity);

� Período desde 1832 até os dias atuais.

2.1. Período anglo-saxônico

� Anterior ao ano de 1066, no qual ocorreu a conquista daInglaterra pelos normandos;

� O direito que vigia até aquele ano pode ser chamado anglo-saxônico;

� É um direito pouco conhecido;

� Sua originalidade se mostra na sua língua de expressão: sãoredigidas em língua anglo-saxônica, ao invés do latim, línguados outros direitos bárbaros da época;

� É extremamente diversificado dentro do território inglês(insegurança).

2.2. Formação da Common Law(1066–1485)

� A conquista normanda traz para a Inglaterra um poder forte,centralizado, acarretando o fim do poder de tribos e o iníciodo feudalismo Inglês;

� Os normandos fecham-se em torno de seu soberano, comoforma de defender suas propriedades naquela terra deforma de defender suas propriedades naquela terra dehábitos e língua desconhecidos, fazendo com que ofeudalismo inglês fosse bastante diferente do continental;

� Os feudos são sempre pequenos, para que nenhum senhorfeudal rivalizasse com o soberano.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� Cria-se entre os normandos um grande sentimento dedisciplina em relação ao soberano, o queposteriormente leva ao desenvolvimento de umacommon law;

� Até 1066, o costume local era aplicado nas CountyCourts, e limitava-se a decidir qual das partesdeveria provar a verdade das suas declarações, viameio de provas nada racional.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� Common law – direito comum a toda a Inglaterra,em oposição aos costumes locais, anteriormentevigentes.

� Sua elaboração fica a cargo dos Tribunais Reais deJustiça, chamados de Tribunais de Westminster.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� Em primeiro momento os Tribunais de Westminster possuemcompetência limitada às questões relacionadas às finançasreais, propriedade imobiliária e criminais que afetassem apaz do reino;

� Por causa do interesse político e econômico na administraçãoda justiça, o rei alarga a competência dos Tribunais Reaispara todos os particulares;

� Ao final da Idade Média, os Tribunais de Westminster são osúnicos competentes para julgar na Inglaterra.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� Para submeter uma questão às jurisdições reais era necessáriorequerer justiça ao rei, por meio do Chanceler, pedindo-lhe aconcessão de um writ, por meio do qual as jurisdições reaispoderiam ser postas em funcionamento, via pagamento detaxas à chancelaria;

� Os processos nos tribunais variavam consoante os writs, paracada um havia um tipo de processo específico.

� Isto fez com que os juristas concentrassem sua atençãoprincipalmente nas regras processuais.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� 4 aspectos importantes na história da common law em relaçãoao atual direito inglês:

� Levou os juristas ingleses a concentrarem-se sobre o processo;

� Fixação de numerosas categorias que geraram numerososconceitos do direito inglês;

� Levou a rejeição da distinção direito público-direito privado;

� Criou obstáculos para a recepção do Direito romano naInglaterra.

2.2. Formação da Common Law (1066–1485)

� Como todos os litígios eram submetidos aosTribunais reais de Westminster, e considerava-seque inserto neles havia o interesse do rei, todas asquestões jurídicas possuíam cunho público.

2.3. Common Law x Equity(1485–1832)

� Desde o século XIV, os particulares, não podendo obterjustiça pelos tribunais reais, se dirigiram ao rei para lhepedir que interviesse. Este pedido passava pela figurado Chanceler, que, se julgasse oportuno, o transmitia aorei;rei;

� O Chanceler, no século XV, torna-se um verdadeiro juizautônomo, estatuindo em nome do rei, que a ele delegouautoridade. Sua intervenção é cada vez mais solicitada,em virtude dos obstáculos e da rotina dos juízes dacommon law.

2.3. Common Law x Equity(1485–1832)

� O Chanceler, a partir de 1529, não é mais um confessordo rei, nem um eclesiástico, é quase sempre um jurista;

� Suas considerações são inspiradas no direito canônico e� Suas considerações são inspiradas no direito canônico eromano, bem diferente da common law;

� A equity tinha um processo escrito, secreto e inquisitórioque em muito agradava politicamente ao soberano, aocontrário dos processos da common law, orais e públicos.

2.3. Common Law x Equity(1485–1832)

� Entre 1616 e 1641, com a má organização,morosidade e venalidade da jurisdição do Chanceler,houve a elaboração de uma teoria de nãoconcorrência entre common law e equity prevendo, oestabelecimento de dois princípios regentes daestabelecimento de dois princípios regentes darelação entre ambos: a equidade deve respeitar odireito (equity follows the law) e o chanceler deve agirsempre da mesma maneira, isto é, por ordem dodemandante.

� Até 1875, as instâncias correram em separado.

2.4. Período Moderno

� Judicature Acts – Em 1873 e 1875, estas leispreviram a possibilidade de as regras de commonlaw e equity serem invocadas e aplicadas numa açãoúnica e perante uma jurisdição única: A SupremaCorte de Justiça (Supreme Court of Judicature);Corte de Justiça (Supreme Court of Judicature);

� Anteriormente, era necessário primeiro ir a umtribunal de common law para obter uma solução erecorrer ao Tribunal da Chancelaria para obter umasolução de equity.

2.4. Período Moderno

� Com a criação de um Welfare-State, as leis, eregulamentos tomaram uma importância não antesvista no sistema jurídico inglês;

� A criação de órgãos administrativos com poderes deregulamentação geral também modificou em parte avisão do direito inglês.

3 – Estrutura do Direito Inglês

� Os sistemas romano-germânicos são relativamenteracionais e lógicos, pois foram ordenados emconsideração com regras substantivas geradas no seiodas universidades e por obra do legislador.

� Já o direito inglês, foi ordenado sem preocupaçõeslógicas, nos quadros impostos pelo processo. Mesmocom as modificações ocorridas no antigo sistemaprocessual, as noções e classificações clássicaspermanecem.

3 – Estrutura do Direito Inglês

� Common law x Equity – Distinção fundamental doDireito Inglês, comparável à romano-germânica,direito público-direito privado;

� A equity surgiu para equilibrar o formalismo dacommon law, aproximando-se de um ideal de justiça.

3 – Estrutura do Direito Inglês

� Common law x Equity – Havia na equity, um cuidadoem não invadir os domínios da common law. O quejustificava a intervenção do Chanceler era ajustificava a intervenção do Chanceler era aexigência da consciência, que se chocava com umadecisão resultante de um direito imperfeito.

3 – Estrutura do Direito Inglês

� Common law x Equity – Judicature Acts (1873-1875): ostribunais vão aplicar uma e outra, conforme o modo econdições anteriores à 1875. Em caso de conflito,decidiu-se que seriam aplicadas as soluções de equity.decidiu-se que seriam aplicadas as soluções de equity.

� É, ainda hoje, legítimo falar em ambos como dois ramosdo direito inglês, pois cada um abrange um certonúmero de matérias e caracteriza-se pelo emprego deum certo processo.

3 – Estrutura do Direito Inglês

� Processo e normas substantivas:

� O processo é cuidadosamente preparado para que ospontos de desacordo entre as partes surjam claramente esejam fixados em questões que podem ser respondidascom um simples sim ou não;sejam fixados em questões que podem ser respondidascom um simples sim ou não;

� O processo é concluído com uma audiência pública (theday in court), em que estes pontos de desacordo vão serelucidados por provas orais. Não existe autos deprocesso, devendo tudo ser feito oralmente em audiência.

4 – Fontes do Direito Inglês

� 4.1. Jurisprudência

� 4.1.1. OrganizaçãoJudiciária� 4.1.1. OrganizaçãoJudiciária

� Alta justiça: tribunais superiores.

� Baixa justiça: jurisdições inferiores ou organismos“quase judiciários”

4 – Fontes do Direito Inglês

� 4.1.1.Organização Judiciária

� A partir dos Judicature Acts (1873-1875), os� A partir dos Judicature Acts (1873-1875), ostribunais de Westminster foram todos reunidos emum único tribunal superior (Supreme Court ofJudicature).

4 – Fontes do Direito Inglês

� 4.1.2. A regra do precedente

� Sempre se deve recorrer às decisões judiciárias� Sempre se deve recorrer às decisões judiciáriasanteriores (stare decisis), respeitando-as, mas avinculação a estas (rule of precedent) só seestabeleceu no século XIX.

4 – Fontes do Direito Inglês

� Forma dos julgamentos:

� Os juízes não tem de motivar suas decisões: elessimplesmente ordenam e não têm de se justificar.

� Nos tribunais superiores, os juízes geralmente expõemas razões de sua decisão e, nesta decisão, empregamfórmulas e anunciam regras que,por suageneralidade, ultrapassam o âmbito do processo.

4 – Fontes do Direito Inglês

� 4.2. Lei (Statutes)

� São supletivas da jurisprudência, corrigindo-a e devemser aplicadas restritiva e literalmente;ser aplicadas restritiva e literalmente;

� Não é considerada modo de expressão normal do direitoinglês;

� Só será definitivamente incorporada no direito inglêsquando tiver sido aplicada e interpretada pelos tribunais;

4 – Fontes do Direito Inglês

� 4.3. Costume (custom)

� Toda a função importante lhe é retirada por uma � Toda a função importante lhe é retirada por uma regra que exige que o costume, para que seja obrigatório, tenha o caráter de costume imemorial, ou seja, tem que se provar que já poderia existir em1189. (reinado de Henrique II – origem dos writs)

OBRIGADO!

ATÉ A PRÓXIMA AULA,

BOA NOITE!